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AO JUÍZO DE EXECUÇÃO CRIMINAL DEECRIM 1ª RAJ DA COMARCA DE SÃO

PROCESSO Nº: 0006678-49.2016.8.26.0041

MARLON BATISTA MACEDO, já devidamente qualificado nos autos em


epígrafe, vem, respeitosamente, à presença de V.Exa., por seu procurador,
apresentar PEDIDO DE REVOGAÇÃO DE CAUTELARES pelas razões de fatos e de
direitos a seguir:

I – SÍNTESE DOS FATOS

Trata-se de execução da pena de Marlon Batista Macedo, que foi


condenado a 3 (três) anos de reclusão por porte ilegal de arma de fogo. Em fase
de sentença, o juízo substitui a pena privativa de liberdade por duas restritivas
de direitos. Quais sejam: (i) prestação pecuniária no valor equivalente a um
salário mínimo; (ii) prestação de serviços a comunidade.

Acontece que, infelizmente, Marlon não teve ciência detalhada, à época,


sobre as sanções impostas. Fato é que, com o anseio de cumprir com suas
obrigações, adimpliu, logo após a sentença, a multa imposta (comprovante de
pagamento fl. 40).
II - DA REVOGAÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES

Em maio de 2018, Marlon foi ao fórum e recebeu a informação que


poderia ao invés de prestar serviços a comunidade, pagar o valor de um salário.
Foi o que ele fez, como comprova os pagamentos juntados em fls. 88 e 89.

Crente e seguro que havia cumprido com suas obrigações com a justiça,
seguiu sua vida. Casou, mudou-se e teve uma filha.

Porém, o requerente deixou de prestar serviços a comunidade por não ter


sido informado em audiência própria, o que ensejou a decretação de sua prisão,
com o escopo de adverti-lo e informá-lo sobre as imposições de cautelares, sendo
advertido dia 27 de novembro de 2019.

Acontece Exa., que a filha do requerente, nascida no dia 29/06/2021 (1


ano e seis meses de vida), possui uma doença rara chamada “Tetralogia de Fallot
+ Agenesia da valva pulmonar”, sendo considerada uma doença grave com alta
mortalidade. Como comprovante de tal alegação, junta aos autos relatório
médico e exames (em anexos).

Breve trecho do relatório médico juntado aos autos


Devido a doença, a filha necessita de cuidados especiais e de remédios
quinzenais que não são contemplados pelo SUS. Sendo arrimo, o requerente
vem enfrentando uma jornada de trabalho exaustiva (dois empregos) para o
sustento de sua família.

Durante o dia, trabalha como recepcionista numa clínica de estética


(declaração de emprego em anexo) e, para complementar a renda, labora a
noite, aos sábados e domingos como motorista de aplicativo (relatório das
plataformas em anexo).

Ocorre que a cautelar imposta “4 – recolher-se para repouso noturno,


das 22:00 horas às 6:00 horas da manhã, inclusive em Sábados, Domingos e
Feriados” passou a prejudicar/limitar o exercício de sua atividade como
motorista de aplicativo, principalmente por ser estes os dias e horários que o
requerente se dedica a esta profissão.

Dessa forma, sob a influência dos princípios da proporcionalidade,


da razoabilidade e considerando as peculiaridades do caso concreto, havendo
circunstancias que alteraram as justificadoras da medida, pleiteia-se a
revogação das medidas cautelares.

Além do que, o requerido foi advertido sobre as cautelares dia 27 de


novembro de 2019 (fls. 122), e as vem cumprindo desde então. Ou seja, mais de
3 anos cumprindo com as cautelares, sendo que sua sentença condenatória de
origem foi de três anos de reclusão, sendo substituída posteriormente.
III – DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

a) seja REVOGADA AS MEDIDAS CAUTELARES impostas a MARLON


BATISTA MACEDO considerando que cumpriu durante todo o
período as cautelares.

b) Alternativamente, que seja alterada a ordem cautelar


para revogar tão somente a limitação do “III – recolhimento
domiciliar noturno, no período de 22h00min a 06h00min nos fins
de semana e dias de folga”, de modo a não prejudicar o exercício
pleno de sua atividade profissional.

Nestes termos, pede deferimento

São Bernardo do Campo, data da assinatura eletrônica

SAMUEL MAIA CERASO ABREU

OAB/MG 206.689

GUILHERME PEREIRA DE OLIVEIRA

OAB/SP 425.239
DOCUMENTOS EM ANEXO:

1. Procuração;

2. Declaração de emprego;

3. Certidão de nascimento da filha;

4. Relatório médico e exames sobre a doença da filha;

5. Comprovante de endereço atualizado.

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