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Albert Bandura
Bandura é considerado teórico da aprendizagem social, pois se interessou pela
aprendizagem decorrente do contato entre duas pessoas. Para ele, psicólogo behaviorista
contemporâneo, a pessoa aprende muito por imitação. Durante interações sociais, o
indivíduo pode modificar seu comportamento, como resultado da observação de como as
outras pessoas do grupo reagem. Embora reconheça a importância do condicionamento de
Skinner, Bandura insisti em dizer que nem toda aprendizagem ocorre como resultado do
reforçamento direto de respostas. A oposição de Bandura é decorrente das experiências
feitas por ele, as quais provaram que para a ocorrência de uma ação não é necessário
oferecer uma recompensa. Bandura faz várias criticas as pesquisas individualizadas e com
animais. Como é característico do ser humano a socialização, são raros os casos de
isolamento social. Por isso, segundo ele, as pesquisas devem ser feitas com grupos. E não se
deve utilizar animais nas experiências, uma vez que a aplicação será nos humanos e estes
possuem sentimentos, são racionais, diferentemente dos animais. Seus princípios de
aprendizagem social também podem ser aplicados na modificação de comportamentos
agressivos. Estes são adquiridos através do exemplo, da experiência direta e da interação
com fatores estruturais. Bandura ainda demonstra algumas maneiras de se reduzir a
agressão. Também tem sido muito utilizadas suas terapias comportamentais em várias
situações.

Biografia
Albert Bandura nasceu em 04/12/1925 na cidadezinha de Mundare ao norte de Alberta, no
Canadá. Estudou em uma escola do ensino fundamental e ensino médio de poucos recursos.
Depois trabalhou durante um verão preenchendo buracos sobre o Alaska Higway em
Yukou. Formou-se em bacharel em psicologia pela Universidade da Colúmbia Inglesa em
1949, e recebeu o título de doutor pela Universidade do Estado de Iowa, em 1952, onde foi
influenciado pela tradição do behaviorismo e pela teoria da aprendizagem. Começou a
ensinar a Universidade de Stanford em 1953, e com a ajuda de um dos seus primeiros
alunos formados, Richard Walters, escreveu seu primeiro livro "Adolescent Aggression",
em 1959. Entretanto, Walters morreu jovem em um acidente de carro. A partir dos anos 60,
ele propôs uma versão do comportamentalismo inicialmente definida como abordagem
sócio comportamentalista, mas depois denominada teoria cognitiva social (Bandura, 1986).
O professor Bandura foi presidente da associação Americana de Psicologia em 1974 e
recebeu desta o prêmio por Ilustres Contribuições Científicas em 1980. Ele entrou para a
Universidade de Stanford em 1953, onde trabalha até os dias de hoje.

Principais Interesses
Bandura fez treinamento em psicologia clínica e ao longo dos anos, tem demonstrado
inovações na área da aprendizagem, observando problemas motivacionais sutis,
relacionados à agressão e, ultimamente, tem olhado para a agressão definida em termos de
moralidade e de códigos morais. Também formulou uma versão do comportamentalismo
denominada teoria cognitiva social.

A teoria cognitiva social


Apesar da teoria cognitiva social de Bandura ser uma forma de comportamentalismo
menos extrema do que a de Skinner, a abordagem permanece ainda comportamentalista.
Bandura procura concentrar-se na observação do comportamento dos indivíduos em
interação. E ressalta o papel do reforço na aquisição e modificação dos comportamentos.
Para Bandura, as respostas comportamentais não são automaticamente "produzidas" por
estímulos externos como a de um robô ou uma máquina, mas sim, as reações a estímulos
são auto-ativadas. Quando um reforço exterior altera o comportamento, ele o faz porque o
indivíduo tem percepção consciente do que está sendo reforçado e antecipa o mesmo
reforço por comportar-se da mesma maneira. Mesmo concordando com Skinner que o
comportamento humano pode modificar-se ao reforço, Bandura acredita, porém, que a
imitação é um princípio de aprendizagem em si próprio e que a aprendizagem pode-se
fazer por reforçamento, seja ao próprio indivíduo, seja a um modelo. Essa capacidade para
aprender pelo exemplo supõe a aptidão de antecipar e avaliar conseqüências apenas
observadas em outras pessoas e ainda não vivenciadas. Portanto não há uma ligação entre
um estímulo e uma resposta, ou entre comportamento e reforço, como havia no caso do
sistema de Skinner. Entretanto, há um mecanismo mediador, interposto entre os dois; esse
mecanismo são os processos cognitivos da pessoa. E, a modelagem ou a aprendizagem
observacional envolve, em grande parte esses processos cognitivos.

Aprendizagem por observação ou modelagem


Bandura usa o termo modelagem, enquanto que Miller usou o termo imitação e Freud,
identificação. Ele distingue estes termos ao esclarecer que imitação significa a duplicação
exata do que o modelo faz, e a identificação geralmente envolve-se numa incorporação
indiscriminada dos modelos de comportamento. Utiliza o termo modelagem porque os
efeitos psicológicos da exposição aos modelos são muito mais amplos do que o simples
mimetismo da resposta, contido no termo imitação; e as características definidoras da
identificação são empiricamente questionáveis. Uma das grandes contribuições de Bandura
ao ponto de vista do behaviorismo consiste na ênfase da aprendizagem por modelos. Não é
essencial executar-se a resposta e esta ser reforçada para que ocorra aprendizagem. Muitos
padrões de comportamento são aprendidos através da observação de modelos, mesmo se
não é identificado nem mesmo uma atuação de reforçamento vicário (reforço ao modelo,
tendo um efeito sobre o comportamento do observador). Há três efeitos que os modelos
podem produzir:
1. Aquisição de novos comportamentos.
2. Aumento ou diminuição de inibições do comportamento observado
3. Facilitação social, ou seja, aparecimento de comportamentos que não são novos no
repertório do observador, mas que não podem ser atribuídos a fatores de inibição ou
desinibição por se tratar de comportamentos socialmente aceitos.
Num estudo que se tornou famoso, Bandura observou o resultado ao submeter crianças a
uma determinada situação, utilizando o adulto como modelo. Ele separou um grupo de
crianças - Os Alunos do "João Bobo". Escolheu uma mulher para ser filmada batendo num
grande boneco de plástico inflável, tipo "João Bobo". A moça o socou, gritando "boboca",
o chutou, o golpeou com um martelinho e gritou muitas frases agressivas. Bandura mostrou
este filme às crianças do jardim da infância que, como ele esperava, adoraram. Quando
foram brincar, muitos observadores as esperavam com o lápis, prancheta na mão e, para as
crianças, um "João Bobo" novo e alguns martelinhos. Os observadores registraram que
muitas delas fizeram exatamente o que viram a moça do filme fazer. O que surpreende é o
fato de que as crianças mudaram seu comportamento sem que tivessem sido
recompensadas por suas aproximações ao novo comportamento, e isto não se encaixa ao
padrão de aprendizagem do behaviorismo. Bandura chamou o fenômeno de Aprendizagem
por Observação ou Modelagem, e sua teoria é comumente chamada Teoria da
Aprendizagem Social. Quando o estudo foi criticado sob a alegação de que o boneco "João
Bobo" foi criado mesmo para apanhar, Bandura filmou a moça acertando uma pessoa
vestida de palhaço. Depois de assistirem ao filme, as crianças foram até a sala do palhaço
vivo e não tiveram dúvidas: bateram nele! Dessas variações, Bandura pôde observar alguns
passos envolvidos no processo de modelagem:
1. Atenção: para prender qualquer coisa é preciso prestar atenção. Do mesmo modo,
quando a atenção é tirada não se obtém uma boa aprendizagem, mesmo a aprendizagem
por observação. Estar sonolento, embriagado, drogado, nervoso, também atrapalha a
aprendizagem. As características do modelo também determinam o grau de atenção.
Quanto mais colorido, dramático, mais ele será atrativo, e se o modelo for semelhante ao
observador, mais ele lhe prestará atenção. Estas conclusões levaram Bandura a uma análise
dos efeitos da televisão sobre as crianças.
2. Retenção: é preciso absorver o que se aprendeu prestando atenção. É aí que entram a
imagem e a linguagem: é possível armazenar mentalmente o formato ou descrição verbal
do modelo e depois relembra-lo e reproduzi-lo sobre seu próprio comportamento.
3. Reprodução: para incorporar o modelo observado em seu comportamento é preciso ter
condições de repeti-lo. Observar uma ginasta profissional não basta para que uma pessoa
comum saia imitando-a, mas se a pessoa tem um certo treinamento, ao observar o atleta
olímpico pode levá-la a se aperfeiçoar. Nossa habilidade para imitar aprimoramentos por
meio da prática do comportamento envolvido também é importante, assim como conseguir
imaginar como será nossa performance e buscar por ela. Muitos atletas fazem isso.
4. Motivação: deve se ter uma razão para imitar o comportamento. Bandura enumerou
algumas motivações:
a. Reforço anterior: behaviorismo tradicional.
b. Reforço prometido: (incentivos) que podemos imaginar.
c. Reforço vicarial: vendo e recordando o modelo sendo reforçado. Estes itens são
tradicionalmente considerados causas de aprendizagem. Bandura diz que eles não só
proporcionam aprendizagem, como também demonstram o que é aprendido. Por isso,
caracteriza estes itens como motivos. Há também, as motivações negativas que levam a
pessoa a não imitar um comportamento:
d. Castigo anterior
e. Castigo prometido (ameaça)
f.Castigo vicarial Como grande behaviorista tradicional, Bandura afirma que o castigo, em
qualquer forma, não funciona tão bem quanto uma recompensa, e ainda corre-se o risco de
ser alvo de uma vingança.

A auto-eficácia
A auto-eficácia é descrita como um julgamento sobre a própria capacidade de conseguir
um determinado desempenho ou resultado, uma sensação de adequação e eficiência em
tratar dos problemas da vida. Através de suas obras, Bandura mostrou que pessoas de
auto-eficácia elevada acreditam que são capazes de lidar com todas as situações de sua
vida. Como elas esperam superar obstáculos, buscam desafios e mantêm um alto nível de
confiança em sua capacidade para ter êxito. Entretanto, as pessoas de baixa auto-eficácia
sentem-se incapazes de realizar algo. Muitas vezes desistem de tentar resolver os problemas
quando seus esforços iniciais fracassam. Quanto ao desenvolvimento da auto-eficácia,
Bandura considera que ambientes que proporcionam oportunidades para experiência,
facilitam a aquisição do senso de auto-eficácia; a família como fonte de aprendizagem de
auto-eficácia; a escola como ambiente básico para a manutenção e validação social desta; e
tanto na adolescência como na vida adulta, há nossos desafios à percepção de auto-eficácia
e na meia idade há as redefinições de metas e projetos e de readaptação do senso desta.
Para as pessoas que possuem auto-eficácia baixa, Bandura recomenda três passos:
1. Trabalhando a auto-observação - conhecer-se e ter certeza de ter uma visão exata de seu
comportamento.
2. Trabalhando os padrões - certificar-se de que os padrões que a pessoa estabeleceu não
sejam inatingíveis. Não se destinar ao fracasso. Padrões muitos baixos também não têm
sentido.
3. Trabalhando a auto-resposta - não se castigar. Celebrar as vitórias e não se perder sobre
os fracassos. Portanto, quanto maior a auto-eficácia maior o esforço e a persistência. E nas
situações de escolha, a auto-eficácia influi na decisão de fazer ou não alguma coisa. Quanto
a produção do comportamento, afeta a motivação, mas não cria novas habilidades.

Agressão
Primeiramente, Bandura começou estudando a agressão em crianças. Juntamente com
Dick Walters, fizeram um estudo de campo sobre antecedentes familiares na agressão, e
descobriram que os melhores precursores eram o estilo de vida que as famílias
exemplificavam e reforçavam. O comportamento que os pais mostravam e as atitudes que
eles exibiam quanto a expressão da agressão, tanto em casa como fora dela, emergiram
como determinantes de importância. Começou, então, a desenvolver estudos de laboratório
e também paradigmas de modelagem, para examinar sistematicamente os efeitos da
exposição a modelos agressivos sobre o comportamento das crianças. Os estudos
experimentais em que foram utilizadas metodologias rigorosas, demonstraram que, a curto
prazo, a exposição a modelos agressivos na televisão conduz a comportamentos agressivos
nas crianças expectadoras, o que confirma a posição teórica de Bandura a respeito do fator
modelo na aquisição e manutenção de comportamentos. Ou seja, o comportamento
agressivo se adquiri através do exemplo, através da experiência direta e também da
interação com fatores estruturais. As pessoas são instigadas à agressão por influências
modeladoras, vendo outros agredirem. E através de experiências adversativas - insultos
pessoais, ataques físicos, oposição ao comportamento dirigido a uma meta, reduções
adversas na qualidade da vida.
A agressão é mantida por vários fatores. É mantida por conseqüências externas -
recompensas materiais, recompensas sociais e status. Ela é também reforçada quando as
pessoas aliviam o tratamento primitivo através de recursos defensivos. O desempenho da
agressão é afetado pelas recompensas ou punições observadas - reforço substitutivo. Uma
das melhores maneiras de reduzir a agressão é através do fortalecimento de outras
respostas que tenham valor funcional. Por exemplo, verifica-se que pessoas que recorrem à
agressão física para resolver seus conflitos interpessoais geralmente têm baixa habilidade
verbal (daí uma ocorrência maior de agressão física na classe social baixa). Se aprenderem
a resolver verbalmente este tipo de conflito, o comportamento de agressão decresce. Outra
maneira de modificar o comportamento agressivo é através da apresentação de modelos
que exibam respostas socialmente aceitas (por exemplo, cooperação). No livro sobre
agressão, Bandura destaca quatro formas diferentes para tentar reduzir a modelagem
comercial da violência na televisão. Uma delas refere-se ao controle pelo Congresso. É
através da proibição daquilo que não tem valor que as mudanças de comportamento são
bem estabelecidas. A segunda abordagem é o autocontrole da produção. Como o gênero
ação-aventura é econômico, os programas violentos tornaram-se predominantes na
televisão. Outra abordagem é o desenvolvimento de um sistema para monitorar o nível de
violência e por último, o desenvolvimento de uma programação alternativa, fora dos meios
comerciais, através da qual influenciaria a televisão comercial.

Terapia
A forma de terapia comportamental de Bandura é famosa e tem sido utilizada em diversos
estudos experimentais. Ela tem se mostrado eficaz na eliminação de fobias com relação a
cobras, espaços fechados, espaços abertos e lugares altos, e no seu tratamento de distúrbios
obsessivo-compulsivos, disfunções sexuais e algumas formas de ansiedade. Também se
mostrou útil no aumento da auto-eficácia, sendo aplicada amplamente em situações da sala
de aula e na indústria.

Terapia do Auto-Controle
Os fundamentos da Auto-eficácia são incorporados às técnicas de terapia chamada Terapia
do Auto-Controle. Ela tem apresentado sucesso na solução de problemas de hábitos como
fumar, comer muito ou problemas com estudo.
1. A Auto-Observação requer que a pessoa controle de perto seu comportamento, tanto
antes quanto depois de iniciar as mudanças. Isto pode envolver coisas tão simples como
contar quantos cigarros a pessoa fuma por dia, e até comportamentos mais complexos.
Com essas observações diárias, tem se uma idéia da dimensão do hábito e conhecerá o que
está relacionado ao hábito: fuma-se mais após as refeições, com café, com certos amigos, em
certos lugares...?
2. Começa-se a alterar o meio em que a pessoa vive: livrar-se dos cinzeiros, trocar o café
pelo chá, afastar-se do companheiro fumante. Analisa-se qual movimento e lugar é
apropriado para incentivar um bom comportamento: quando e onde a pessoa acha que
estuda melhor, por exemplo.
3. A pessoa deve recompensar-se quando seguir seu plano, e arranjar um possível castigo
caso não consiga desenvolve-lo. Estes contratos devem ser redigidos e testemunhados
(terapeuta, por exemplo), e os detalhes devem ser bem especificados.

Terapia de modelagem
A terapia de modelagem é utilizada na modificação do comportamento, levando os sujeitos
a observarem um modelo numa situação que consideram assustadora ou causadora de
ansiedade. Por exemplo, crianças que temem cão, observam outra criança de sua idade
aproximando-se progressivamente de um cachorro; em seguida, afagando-o através das
barras de um cercado e depois entrando neste para brincar com o cão. Como resultado
desta aprendizagem observacional, o medo da criança se reduz pronunciadamente.
Também são utilizados outros objetivos temidos como uma cobra.

Envolvimento com Questões Educacionais


Antigamente, a convivência das crianças com a família era mais intensa, sendo que os pais
e pessoas mais próximas eram tomados como exemplo. Atualmente além dos pais, o
professor da classe pode ser o modelo mais importante no ambiente da criança. Sabe-se de
muitas crianças que copiam tão exatamente o comportamento de seu professor (ou
professora) que "se tornam" esse professor quando estão interagindo com seus irmãos mais
novos no lar. Preferências ou aversões do professor para com a matéria em estudo podem
ser percebidas pelos alunos e resultam em atitudes imitativas. O professor que ama música,
mas odeia matemática, pode transmitir esses sentimentos à classe. Desse modo criam-se
bloqueios à matemática, e os alunos podem ser permanentemente afetados. Outros tipos de
comportamento negativo do professor podem também ser imitados pelos alunos. Uma
professora de primeiro ano, para manter a disciplina que ela considerava apropriada à
classe, gastava muito tempo gritando com as crianças. Os pais de uma dessas crianças
notaram que, diariamente, depois da aula, ela fechava-se no quarto e gritava com as
bonecas (usando as palavras da professora). A atitude do professor para com alunos de
grupos minoritários (negros, imigrantes, alunos de religião diferente da maioria) pode ter
também um efeito significativo: no modo como esses alunos aprendem a perceber a si
próprios, e também na forma como os colegas os vêem. Em resumo, os professores
fornecem condições para a aprendizagem na sala de aula, não somente pelo que dizem, mas
também pelo que fazem.

Autores que utilizou como referência


Em Iowa, Bandura foi influenciado por Kenneth Spence, que tinha trabalhado com Clark
Hull (1943, 1951,1952) em Yale, e pelos escritos de Miller e Dollard, principalmente com o
livro "Imitação e aprendizagem" escrito por eles. Este foi um estímulo para alguns dos seus
primeiros trabalhos: "Social Learning and Imitation" Interessou-se pelo desenvolvimento
da noção de experiência substitutiva e da série de fenômenos que poderiam ser explicados
através de uma abordagem de aprendizagem social. Com base na teoria da aprendizagem
de Hull, na teoria Skinneriana e nos conceitos de modelagem e imitação, sua pesquisa
resultou em uma notável abordagem da modificação do comportamento mais ampla e mais
orientada pelo social, que ele chama de Teoria da Aprendizagem Social.

Autores aos quais se contrapunha


Embora Bandura concorde com Skinner que o comportamento humano pode modificar-se
devido ao reforço, suas concepções diferem das dele: para Bandura, em vez do ser humano
aprender pela vivência direta do reforço, aprende por meio da modelagem, observando
outras pessoas e estabelecendo os padrões de seu comportamento; mas para Bandura,
quem controla os modelos de uma sociedade controla o comportamento. Ele também critica
Skinner ao estudar apenas sujeitos individuais, e principalmente ratos e pombos, em vez de
sujeito humano interagindo uns com os outros. Bandura ainda apresenta séria crítica,
questionando a linha de pesquisa que se desenvolveu bastante na direção de atribuir
agressão a fatores constitucionais ligados ao sexo, principalmente aquela que se refere ao
cromossomo sexual masculino Y. Em 1965, Jacobs, Brunton e Melville publicaram um
trabalho relatando a incidência mais alta do síndrome XYY (um cromossomo Y a mais) em
deficientes mentais internados por crimes violentos (2,9%), em comparação com a
população geral (0,2%). A confirmação desses resultados traria forte evidência para a idéia
de que agressividade estaria associada ao sexo masculino. No entanto, Bandura questiona
essas evidências propostas pelos estudos genéticos uma vez que, segundo ele, os prisioneiros
da pesquisa original de Jacobs et Alli raramente agrediam pessoas e que 88% de suas
ofensas foram contra a propriedade.

Conclusão
As pesquisas de Bandura, suas teorias e aplicações foram bem aceitas na psicologia. Foram
utilizadas no estudo do comportamento em laboratório e em sua modificação em clínica.
Para ele, as pessoas aprendem muito através da imitação, o que o levou a interessar-se pela
aprendizagem pela observação e a formular sua teoria cognitiva social, envolvendo-se com
questões referentes à agressão e a auto-eficácia. Bandura também desenvolveu terapias
comportamentais que têm sido utilizadas em várias situações na nossa atual sociedade, ou
seja, uma sociedade tecnológica, na qual a importância do fator modelo é enorme. As
crianças aprendem não apenas o que lhes é dito que devem fazer, mas principalmente o que
vêem ser feitos por outras pessoas. Enquanto antigamente os modelos eram quase que
exclusivamente os pais e membros mais próximos da família, hoje os modelos são
fornecidos geralmente pelos jornais, revistas, cinema e, especialmente, a televisão. Pode-se
destacar a grande importância da aplicação dos estudos de Bandura nas questões
educacionais, podendo ser bem estabelecidas pelas escolas, onde bons professores podem
servir de modelos a fim de incentivar ou estimular o gosto pelo estudo, uma vez que
imitação do professor, feita pelos alunos, é evidente dentro das salas de aula.
Site:    http://pwp.netcabo.pt/migsantos/11.11.02.htm                                                        16/11/03 às 22h22

Aprendizagem Social
"O leitor já imaginou o trabalho que teria uma pessoa que quisesse aprender a jogar golfe, manobrar um torno
mecânico ou mimar um personagem, se se limitasse a seguir as instruções de um manual? E os pais, que tentam
ensinar uma criança a atar sapatos, já pensaram quantas lições verbais enfadonhas seriam necessárias, se não
pudessem servir-se das suas próprias mãos para exemplificarem o uso dos atacadores?"

A Aprendizagem Social (Vicariante, por Imitação, por Observação, Modelagem Social), pode ser definida pela
modificação do sistema de respostas de um indivíduo, através da observação de uma sequência (aparecimento de um
estímulo no campo sensorial do modelo, execução de respostas pelo modelo e distribuição de agentes de reforço em
função das respostas produzidas), como se o próprio observador estivesse envolvido nessa sequência de
acontecimentos.

Segundo Bandura (1971), este tipo de aprendizagem comporta quatro subprocessos interdependentes:

a)            Observação do acontecimento, apoiada na atenção do espectador de modo a descriminar os índices


pertinentes e os componentes fundamentais d resposta ao modelo.

b)            Retenção ou conservação desses índices e componentes, por intermédio de imagens ou, de forma mais
abstracta, de conceitos. A presença física do indivíduo não é necessária para conseguir aprender a enfrentar
uma situação, mas tem de saber estruturar a informação provida pelo modelo. Por seu turno, este tem de
facilitar a apreensão memorização das propriedades do seu comportamento sendo claro e incisivo.

c)            Reprodução verbal e do comportamento observado, correspondendo à modificação pretendida no


repertório comportamental do espectador. Pode tratar-se de aprendizagem de uma nova resposta, aumento
da frequência de uma resposta já adquirida ou eliminação de uma resposta inadequada.

d)            Regularização e permanência do comportamento modificado, por intermédio da contingência de


agentes de reforço. O espectador tem que estar motivado para reproduzir a resposta, o que é possível
provocar através do reforço operante da conduta apropriada.

A teoria da aprendizagem social aparece como um importante paradigma de transição entre as perspectivas
comportamentais e as perspectivas cognitivas. Ao abandonarem a explicação do processo de aprendizagem por
recurso às noções de estímulo e consequência, os teóricos da aprendizagem social são forçados à formulação de uma
teoria da cognição social onde se remetem para os processos cognitivos de atenção e de reprodução os mecanismos
reguladores da aprendizagem por observação.

Teoria da Auto-Eficácia (Bandura, 1977, 1982, 1986) - são os julgamentos que as pessoas fazem acerca da sua
eficácia pessoal que constituem os melhores preditores do seu envolvimento e persistência em diferentes
tarefas. As aprendizagens dos indivíduos constituem fontes para a generalização de percepções de auto-
eficácia em diversos contextos e tarefas. São estas generalizações que explicam, mais que as aprendizagens em
si, três dimensões da confrontação com as tarefas: a) são as percepções da auto-eficácia que determinam se
um comportamento será iniciado ou não; b) são as experiências de auto-eficácia que determinam se um
comportamento a quantidade de esforço despendido numa tarefa; e c) são ainda as percepções de auto-
eficácia que predizem a persistência do indivíduo em face de obstáculos e circunstâncias adversas.

Três asserções fundamentais do paradigma da aprendizagem social:   

(1)      Enquanto que a modelagem constitui um processo fundamental na aquisição dos repertórios
comportamentais dos sujeitos, a prática e o reforço são elementos essenciais para a tradução motora da
aprendizagem modelada;

(2)      Os processos de modelagem não se verificam apenas ao nível da aquisição de respostas motoras. Pelo
contrário, regras abstractas, processos cognitivos e discurso interno são também aprendidos por
mecanismos de modelagem;
(3)      Finalmente, através da observação dos outros e da auto-observação da sua própria prática e das suas
reacções, o sujeito desenvolve percepções de auto-eficácia que vão guiar e predizer as suas acções futuras.

Conceitos Fundamentais:

Processos de Atenção
São os processos de atenção que regulam a direcção das percepções do observador na direcção dos objectos e acções
observados - sem ela, o sujeito pode muito simplesmente ignorar o modelo ou dirigir o foco da sua atenção para
características secundárias ou marginais da sua execução.

Há fundamentalmente dois tipos de características que influenciam os processos de atenção do sujeito:


características do modelo e características do observador:

-                  Características do modelo

a)            Saliência - modelos com características mais salientes favorecem os processos de


atenção;

b)            Valência Afectiva - a atracção por um modelo facilita a mobilização dos processos
atencionais;

c)            Complexidade - altos níveis de complexidade dificultam a atenção prestada a um


determinado modelo;

d)            Prevalência - a prevalência de um modelo facilita a atenção do observador;

e)            Valor Funcional - o valor funcional que uma resposta tem para um observador é
determinante na mobilização dos seus processos de atenção.

-                  Características do observador

a)            Capacidade Perceptiva - ninguém pode ser chamado à atenção para estímulos que
seja incapaz de processar sensorialmente;

b)            Disponibilidade Perceptiva - as disponibilidades perceptivas dos sujeitos, derivadas


das suas experiências passadas, determinam, em larga medida, aquilo que é extraído do
processo de observação;

c)            Capacidade Cognitiva - as capacidades cognitivas dos sujeitos limitam a


informação a processar;

d)            Nível de Activação - é necessário um certo nível de activação para que o sujeito
canalize a sua atenção na direcção do modelo;

e)            Preferências Adquiridas - a história de reforços passados determina os padrões de


atenção do indivíduo para diferentes estímulos.

                      Processos de Retenção

Mesmo que prestemos atenção a um determinado acontecimento, se não o retivermos, há uma reduzida
probabilidade de influência desse acontecimento no nosso repertório comportamental. Para que um observador
possa beneficiar dos ensinamentos de um modelo na sua ausência, é necessário que ele esteja capaz de reter, em
termos simbólicos, as representações das respostas observadas. Vários factores influenciam a retenção de um
acontecimento observado.   

Codificação e Organização Simbólica - para que uma aprendizagem ocorra é necessário que o sujeito esteja capaz de
transformar as observações numa série de símbolos verbais e imagéticos. Estas simbolizações constituem guias para
as execuções dos sujeitos. É ainda necessário que o indivíduo organize esta simbolização em relação com outras
representações cognitivas, para que a informação codificada adquira um maior sentido e funcionalidade.

Prática Cognitiva - o exercício simbólico de um comportamento aumenta a probabilidade da sua retenção.

Prática Comportamental - o exercício comportamental de uma resposta aprendida é uma condição fundamental para
a sua retenção.

Competências e Estruturas Cognitivas do Observador - a retenção de um comportamento depende das competências


cognitivas dos sujeitos bem como dos esquemas conceptuais prevalentes.

                Processos de Reprodução

Vários factores influenciam a capacidade de reprodução motora de um comportamento.

Representação Cognitiva - antes da reprodução motora, o sujeito tem que ter um modelo internalizado do
comportamento e dos seus respectivos componentes.

Execução do Comportamento - todas as aprendizagens adequadas necessitam de um processo de monitorização que


só a prática pode assegurar.

Informação de Feedback - o aperfeiçoamento da reprodução motora de um comportamento exige uma constante


informação retroactiva relativamente os processos de execução.

Emparelhamento - o sujeito emparelha a sua representação do comportamento com os dados provenientes da auto-
observação das suas execuções.   

Capacidades Físicas e Componentes Comportamentais - a aprendizagem por observação não é possível se, apesar da
capacidade de simbolização, o sujeito não dispõe da capacidade física ou das respostas componentes necessárias
para a execução de um dado comportamento.

Processos Motivacionais

A eficácia da modelagem depende grandemente dos processos motivacionais.

Reforço externo - a quantidade de reforço que o indivíduo recebe pela realização do comportamento, influencia
significativamente a quantidade e a qualidade da reprodução motora.

Reforço Vicariante - a probabilidade de reprodução de uma resposta é influenciada pelo tipo e quantidade de reforço
observado na execução do modelo.

Auto-reforço - o auto-reforço pela reprodução do comportamento de um modelo influencia a quantidade e a


qualidade das respostas produzidas.

Preferências de Incentivo e Padrões Internos - as preferências de incentivo e os padrões ou sistemas de valores de


um sujeito determinam os valores atribuídos a determinadas tarefas e a determinados tipos de reforço.
Pressuposto da Auto-Eficácia - as aprendizagens, quer se verifiquem através da prática e auto-observação,
quer se verifiquem indirectamente, por intermédio da observação ou persuasão, são mediadas cognitivamente
através da construção de teorias de auto-eficácia que regulam o comportamento dos indivíduos, predizendo
as tarefas que estes escolhem, bem como o seu esforço e persistência na realização dessas tarefas. Assim, as
disfunções do comportamento podem resultar quer de experiências ineficazes de aprendizagem, quer de
distorções na construção das expectativas de auto-eficácia.

Teorias Cognitivistas da Aprendizagem

Processos Fundamentais: Percepção, Atenção e Memória


Estes três temas, apesar de serem estudados em separado, na realidade apresentam entre si uma íntima conexão e
interacção, se forma que, dificilmente se poderá compreender um sem compreender todos os outros.

-                  A Percepção

Conceito - processo através do qual é possível configurar ou construir o nosso próprio conhecimento a partir do
mundo exterior.

Trata-se do processo cognitivo inicial e básico que nos orienta e nos assinala até que ponto o nosso comportamento
se ajusta aos aspectos mais relevantes do meio físico e social.

Pode definir-se como “processo cognitivo que facilita a capacidade adaptativa do ser humano ao seu meio; através
dele o sujeito discrimina, selecciona, interpreta os significados dos múltiplos estímulos que recebe e adquire
conhecimentos acerca do mundo; está também relacionado com todos os diferentes processos cognitivos” (Lozano
& Paz, 1997).

Alguns autores definem a percepção como o processo de extracção de informação, sobretudo da informação,
sobretudo da informação que tem algum interesse para a capacidade adaptativa do sujeito. Desta forma, existe um
mecanismo de selecção por parte daquele que percebe em função dos conhecimentos prévios, experiência,
interesses, necessidades e esquemas cognitivos variados. É também um processo activo, que trata a realidade de
forma selectiva, não apenas reprodutiva, através de uma série de transformações a que submetem os dados
recolhidos pelos diversos receptores externos (orgãos dos sentidos).

Não se trata de um conjunto de sensações, mas sim o conhecimento de uma realidade mais ou menos estruturada,
dependendo dos estímulos e da situação interna do perceptor.

É importante sublinhar que a actividade sensorial não se pode enquadrar nos marcos de uma única modalidade
sensorial, porque nela se integram o conjunto de dados sensoriais que o sujeito recebe do meio.   

É através da linguagem que a percepção recebe duas das suas características: a objectividade e a generalização.
Exemplo: desde a mesa percepcionada até à representação cognitiva e exclusiva de mesa e até ao conceito
generalizável de mesa.

Percepção e Aprendizagem - Há aprendizagem perceptiva sempre que surgem mudanças na capacidade perceptiva
como consequência da prática.

A aprendizagem perceptiva tem implícitos mecanismos complexos de associação e codificação das propriedades
estimulares.

Ellis (1972) propôs uma classificação para categorizar as condutas observadas na aprendizagem perceptiva:
detecção, discriminação, reconhecimento, identificação e juízo.

a)            Detecção - é a capacidade para se dar conta da presença de um estímulo. No âmbito escolar é decisivo o
modo como se apresenta o material, devendo pôr-se em relevo tudo aquilo que se pretende que seja
reconhecido rapidamente pelo aluno, através de setas, letras em bold, etc.

b)            Discriminação - capacidade para encontrar diferenças entre dois estímulos. Este processo
discriminativo é muito importante para as tarefas de organização perceptiva pois serve de crivo e filtro para
todos os sinais desnecessários ou redundantes. As crianças, através das tarefas escolares vão adquirindo
gradualmente a capacidade de discriminar cores, sons, formas, tamanhos, distâncias, pesos, volumes, etc.
Uma das tarefas discriminativas mais complexas da aprendizagem escolar é o início do domínio da lecto-
escritura, pois supõe uma tarefa de detecção de sons, discriminação progressiva de letras, sílabas e palavras,
discriminação da forma de letras, espaço gráfico, orientação espacial, esquema corporal, etc.

c)            Reconhecimento - é a capacidade para estabelecer se um determinado estímulo é conhecido ou novo.

d)            Identificação - supõe que um estímulo é detectado, discriminado, reconhecido e que não se confunde
com nenhum outro. Por exemplo, identificação de uma série de letras.
e)            Juízo - é a resposta perceptual que implica a capacidade de análise crítica, e portanto, a categoria de
maior abstracção. Supõe uma maior generalização de respostas que a identificação. O juízo perceptivo leva
implícita a capacidade de comparar o percebido com uma escala hierárquica conhecida e analisar
criticamente o resultado da comparação.

As tarefas de detecção e discriminação estão mais determinadas por factores sensoriais, o que não exclui a
aprendizagem, enquanto as de reconhecimento, identificação e juízo supõe uma crescente intervenção da
aprendizagem e da experiência.

Convém destacar a importância que tem um sistema educativo oferecer aos alunos uma gama variada de estímulos
que lhes permitam exercitar todos os âmbitos sensoriais, com a complementaridade de tarefas e tipos de
aprendizagem diversos que supõe. Se um sistema educativo restringe esta estimulação, ou a limita, insistindo
excessivamente na apresentação dos conteúdos escolares numa modalidade sensorial preferida, determinará falta
de maturidade perceptual no aluno e um desenvolvimento muito lento das capacidades discriminativas do resto
dos sentidos.

-                  A Atenção

Conceito - como já se viu, os receptores sensoriais estão continuamente informação do exterior já estruturada e
organizada através dos mecanismos perceptivos. No entanto, num determinado momento, só podemos estar
conscientes de um número limitado de dados ou informações recebidas, isto é, as que apresentam maior intensidade
e um especial significado para responder aos nossos interesses e motivações. Os restantes passam despercebidos ou
são percepcionados de uma forma vaga e indiferenciada.

Assim, atenção consiste num processo de orientação mental selectiva, relativamente a determinados estímulos; em
função desta, o processo de percepção dos estímulos é clara e distinta, o que implica uma concentração /focalização
da actividade cognitiva dos sujeitos num estímulo ou actividade e a inibição simultânea dos demais estímulos ou
actividades.

Por outro lado, para que um organismo preste atenção deverá estar num estado de alerta ou vigilância, o que leva
implícito um certo grau de activação dos processos nervosos.

Podem distinguir-se dois tipos de atenção: a voluntária e a involuntária, de acordo com o facto de os processos de
início e de manutenção da atenção estarem determinados por factores internos ou externos ao indivíduo.

Atenção Involuntária - é atraída directamente por um estímulo sem que o sujeito de proponha a tal - sucede quando
o estímulo apresenta algumas características que o destacam com os demais.

Atenção Voluntária - responde a um estado de prontidão consciente da actividade do sujeito, sendo ele quem
determina intencionalmente os estímulos ou aspectos dessa actividade em que fixa a sua atenção.

Modelos Explicativos dos Processos Atencionais

Experiência de Cherry (1953) - realizou uma experiência de escuta dicótica, em que apresentava aos sujeitos,
simultaneamente, duas mensagens gravadas, uma em cada ouvido, e pedia-lhes que prestassem atenção a uma delas,
repetindo em voz alta o seu conteúdo. Da mensagem recusada podiam dar-se conta das suas características físicas,
mas não identificavam as palavras ou significados - assim, mostrava-se como é que a atenção é selectiva, que os
seres humanos não podem atender a mais de uma mensagem de cada vez.

Modelo Atencional Precategorial de Filtro Rígido de Broadbent - ele explica o processo atencional através de um
modelo de filtro. Parte    do princípio de que o sistema perceptivo humano funciona como um processador de
informática, com capacidade limitada, pelo que é necessário um filtro que proteja o sistema do excesso de
informação.

A sequência do processamento de informação é a seguinte:

a)            a informação entra no organismo através de distintos canais de entrada paralelos - a quantidade de
informação excede a capacidade limitada do sistema perceptivo;

b)            antes do filtro entrar em acção, produz-se um processamento prévio dos estímulos que se limita às suas
características físicas e que vão determinar o funcionamento do filtro. Ex.: o filtro selecciona a informação
mais aguda, proveniente da voz humana;

c)            o filtro selecciona e admite a informação do canal a que se presta atenção, e recusa a outra, a
informação dos diversos canais poderia passar simultaneamente pelo filtro se as suas taxas de informação
fossem baixas ou não excedessem a capacidade do sistema perceptivo;

d)            apenas a informação que passa através do filtro afecta as respostas do sujeito ou é conservada na
memória a longo prazo.

Modelo atencional de filtro atenuado de Treisman - Treisman verificou através de uma experiência de escuta
dicótica que se incluísse uma língua estrangeira na mensagem recusada o sujeito não perceberia, mas se incluísse o
seu próprio nome ou palavras relacionadas com a mensagem a que prestava atenção, ele perceberia imediatamente.

A solução que propõe baseia-se num filtro que não funciona como interruptor (ou tudo ou nada), mas como um
atenuador, que debita a informação que passa pelo canal não atendido, em vez de se desfazer dela.

Modelos atencionais de filtro pós-categorial de Deutsch & Deutsch e de Norman - Para os primeiros, os sinais
sensoriais A, B, C, e D são processados pelo analisador que extrai as suas características (Ca1, Ca2, Ca3, ...) e se
transformam em sinais (A’, B’, C’, e D’). O selector avalia estes sinais e selecciona aqueles que têm um nível mais
alto de relevância e transmite-a à memória activa/atenção. Não se explica com detalhe como se realiza a articulação
e operacionalização ainda que se descreva com pormenor o processo de filtragem.

Para Norman, o modelo anterior é metafórico e carece de aplicabilidade devido à sua escassa articulação prática.
Para este autor, a primeira operação é um processamento sensorial da informação. Como resultado, surgem os sinais,
como por exemplo, Aj, Ak,... Estes sinais são então analisados através da activação de certas representações
armazenadas na memória. O outro mecanismo básico de análise é a pertinência, que opera simultaneamente o
reconhecimento de sinais. A pertinência activa certas representações que correspondem às expectativas de futuros
inputs ou ao esquema conceptual gerado pelos inputs seleccionados anteriormente. A selecção não depende apenas
dos sinais em si mesmos mas também da sua pertinência.

Modelos de Recursos Centrais Limitados

Todos os modelos anteriores explicam o processo de atenção, considerando que o sistema humano para o
processamento de informação é um canal de capacidade limitada, que apenas pode processar uma determinada
quantidade de Informação. A limitação é de carácter fisiológico, mas existe a possibilidade de que esse suporte
fisiológico esteja dotado de uma plasticidade que permite alguma variabilidade nos limites da capacidade em função
da aprendizagem.

Nos últimos anos, surgiram uma série de modelos em que o interesse se deslocou dos aspectos selectivos para os
relativos à capacidade, isto é, o interesse centra-se agora em estudar como actua o organismo na utilização dessa
capacidade.

  

Modelo de Khaneman - distingue-se dos anteriores em dois aspectos:

a)            abandona o paradigma da escuta dicótica e utiliza o da atenção dividida ou de dupla tarefa. Não pede
aos sujeitos que sigam duas mensagens mas que realizem duas tarefas simultaneamente. O grau de
deterioração no rendimento de uma delas será indício de um aumento da atenção que a outra exige.

b)            Estudam as limitações da atenção mais do que as suas propriedades selectivas. Eles consideram a
atenção como um sistema de recursos limitados que se distribuem entre as tarefas concorrentes.

O organismo dispõe de recursos limitados com os quais deve fazer frente aos processamentos ou tarefas que se
devem fazer simultaneamente. Como estes recursos são limitados, quando as exigências das tarefas são escassas,
então os sujeitos podem atendê-las sem deterioração da sua realização. Se uma tarefa for mais exigente, a realização
da outra se verá muito deteriorada pela insuficiência dos recursos aplicados à primeira.

Desta forma, as operações que o processador realiza (operações possíveis) implicam uma série de estruturas. Estas
estruturas activam-se ao incidir sobre elas uma série de determinantes adequados (miscelânea), assim como um
conjunto de recursos atencionais procedentes da capacidade disponível. A política de distribuição de recursos é o
dispositivo operativo encarregado de administrar os recursos disponíveis de forma selectiva e ponderada entre as
estruturas de processamento.

A política de distribuição de recursos depende de vários factores:

a)            disposições duradouras - relativas às regras que governam a atenção involuntária, o que se denomina de
resposta de orientação;

b)            intenções momentâneas - relativas aos esquemas ou critérios selectivos activados;

c)            avaliação de exigências de capacidade - permitem estabelecer o consumo relativo de recursos


atencionais de cada tarefa ou processo.

d)            Activação (com base fisiológica) - varia de sujeito para sujeito e depende de características
psicológicas, da idade, situações quotidianas (stress, fadiga,...).

Daqui se depreende que estes modelos conferem uma grande importância à influência da aprendizagem no processo
atencional. O desenvolvimento dos processos automáticos dependem, fundamentalmente, da aprendizagem. Ao
longo do processo de aprendizagem, processos inicialmente controlados passam a ser automáticos, tornando possível
o transvase de recursos para outra actividade.

1 Determinantes da Atenção

Determinantes Externos - têm a ver com características dos estímulos:

-                  Intensidade - quando um indivíduo estiver rodeado por estímulos, a sua atenção irá para aquele que se
destaque pela sua intensidade;

-                  Novidade - a novidade pode consistir na aparição de um estímulo previamente ausente ou na


modificação de algumas propriedades;

-                  Movimento - a atenção é mais facilmente captada quando o estímulo está em movimento pelo espaço;

-                  Saliência - a atenção será captada por aquele estímulo que se mostre mais saliente relativamente ao
fundo em que está inserido.

  

Determinantes Internos

                        A1. Determinantes Fisiológicos Periféricos

                        A2. Determinantes Fisiológicos Centrais

                        B. Determinantes Psicológicos

-                  Necessidades e Motivos - os motivos fazem com que estejamos mais atentos aos aspectos da
realidade que são mais relevantes para a sua satisfação;

-                  Expectativas - em função destas o sujeito estará previamente sensibilizado para prestar atenção a um
determinado conjunto de estímulos
                                              Memória

Memória é o nome dado à capacidade de reter na mente tanto experiências passadas como presentes. Desta
capacidade nos servimos diariamente no nosso comportamento, pois ela controla, regula e subjaz a todo o processo
de compreensão.

A memória consta de uma série de elementos estruturais: armazém de informação sensorial (AIS), memória a curto
prazo (MCP), memória a longo prazo (MLP).

  

-                  Armazém de Informação Sensorial

Esta primeira fase do processo de memorização recebe a informação através dos diversos sentidos e mantém-se nela
na modalidade    sensorial em que foi recebida. Neste nível da memória a informação submete-se a uma análise em
que são extraídas apenas as características físicas do estímulo (localização, cor, tamanho, ...), isto é, a codificação é
apenas sensorial. Com este grau mínimo de codificação o sujeito não pode reconhecer a identidade do material nele
contido porque não se capta ainda o significado do tipo de material recebido. Este registo é capaz de receber tudo
aquilo que captam os sentidos, mas o tempo de armazenamento é muito breve, apenas décimas de segundo, a
informação que não é seleccionada e transferida ao nível seguinte será perdida.

-                  Memória a Curto Prazo

A memória a curto prazo ou memória de trabalho possui um sistema auxiliar de repetição verbal em função do qual
repetimos internamente ou de forma verbal os itens recebidos, de forma a reter a informação o tempo suficiente para
se estabelecerem conexões com    os dados/informações da memória a longo prazo. Assim, para que os dados
permaneçam na memória a curto prazo, é necessário utilizar três tipos de estratégias:

-                  repetição

-                  redução da densidade (evitar um número excessivo de dados ou conceitos que tenham de ser captados
simultaneamente)

-                  redução das interdependências sintácticas (esforço do sujeito para não relacionar os dados para
dificultar a conexão com as informações armazenadas na MLP).

-                  Memória a Longo Prazo

A Memória a Longo Prazo é um armazém em que introduzimos e conservamos todo o tipo de conceitos, normas,
vivências, experiências, materiais estudados, etc., segundo os quais orientamos a nossa conduta. A sua capacidade é
ilimitada, tem uma actividade constante, base de todo o pensamento.

Nota: Esta última parte consiste numa síntese do texto distribuído na aula de 10 de Novembro. Quem não tiver
estado na aula, poderá levantar o texto no gabinete do secretariado da profissionalização em serviço ao longo da
semana.

Questão da semana:

Descreva uma situação de aprendizagem social na sua sala de aula, não se esquecendo de fazer referência aos
processos perceptivos, atencionais e mnésicos nessa descrição.

Albert Bandura
Albert Bandura nasceu em 04/12/1925 na pequena cidade de Mundare, ao norte de
Alberta, no Canadá. Estudou em uma escola de ensino fundamental e ensino médio de poucos
recursos. Formou-se em bacharel em Psicologia pela Universidade da Colúmbia Inglesa em
1949, e recebeu o título de doutor pela Universidade do Estado de Iowa, em 1952, onde foi
influenciado pela tradição do behaviorismo e pela teoria da aprendizagem.                   

Começou a lecionar na Universidade de Stanford em 1953, e com a ajuda de um dos seus


primeiros alunos formados, Richard Walters, escreveu seu primeiro livro "Adolescent
Aggression", em 1959. A partir dos anos 60, ele propôs uma versão do comportamentalismo
inicialmente definida como abordagem sócio comportamentalista, depois denominada Teoria
Sócio-Cognitiva (Bandura, 1986). O professor Bandura foi presidente da Associação Americana
de Psicologia em 1974 e recebeu desta o prêmio por Ilustres Contribuições Científicas em 1980.
Trabalha na Universidade de Stanford até os dias de hoje.

Bandura é considerado o teórico da aprendizagem social, pois se interessou pela


aprendizagem decorrente do contato entre duas pessoas. Para ele, psicólogo behaviorista
contemporâneo, a imitação é um aspecto significativamente presente no processo de
aprendizagem de um indivíduo. Durante interações sociais, o indivíduo pode modificar seu
comportamento, como resultado da observação de como as outras pessoas do grupo reagem a
comportamentos similares.

Seus princípios de aprendizagem social também podem ser aplicados na modificação de


comportamentos agressivos que são adquiridos através do exemplo, da experiência direta e da
interação com fatores estruturais. Bandura fez treinamento em psicologia clínica e, ao longo dos
anos, tem demonstrado inovações na área da aprendizagem, observando problemas
motivacionais sutis, relacionados à agressão e, ultimamente, tem abordado a agressão em termos
de moralidade e de códigos morais. Bandura ainda demonstra algumas maneiras de se reduzir a
agressão e suas terapias comportamentais são utilizadas em várias situações.

Embora considerado comportamentalista ou próximo aos cognitivistas, de uma forma


geral a visão de Albert Bandura do homem lembra a humanista. Ele enfatiza a capacidade de
simbolizar das pessoas e vê sua conduta como dirigida para objetivos. Em vez de um motivo
principal, entretanto, ele postula uma multiplicidade de objetivos que tendem a ser ordenados e
estáveis. Uma vez que as pessoas podem regular-se, têm certo grau de liberdade e permanecem
capazes de mudança durante a vida toda. (Stanford University News & Publications Service.)

2 Teoria   

O sistema behaviorista, com sua ênfase em métodos experimentais, tem como foco
variáveis passíveis de serem observadas, mensuradas e manipuladas, evitando o que for
subjetivo, interno e indisponível, ou seja, mental. No método experimental, o procedimento
padrão é manipular uma variável, e então medir seu efeito em uma outra. Tal esquema define
uma teoria da personalidade que defende que o ambiente de um indivíduo causa seu
comportamento.
Na visão de Bandura, o homem é produto de uma inter-relação dinâmica entre influências
pessoais, comportamentais e ambientais. Por exemplo, a maneira como as pessoas interpretam
seu próprio comportamento informa e altera seu ambiente e suas características pessoais, que por
sua vez, informam e alteram o comportamento subseqüente. Esse é o fundamento da concepção
de determinismo recíproco, em que Bandura defende que as influências de características
pessoais na forma de cognição, afeto e eventos biológicos; do comportamento e do ambiente
criam interações que resultam em uma reciprocidade triádica.
Para Bandura, as crenças que as pessoas têm sobre si são elementos críticos para a
emissão de seus comportamentos. Portanto, os indivíduos são vistos como produtos e produtores
de seus sistemas sociais.
Assim, Bandura modifica o nome de sua teoria de aprendizagem social para “cognitivo-
social” não apenas para distanciar sua teoria das teorias de aprendizagem vigentes, mas também
para destacar o papel da cognição na capacidade das pessoas construírem sua realidade, se auto-
regularem, processarem informações e emitirem comportamentos.
Segundo Bandura, os sistemas sociais influenciam o comportamento humano através de
mecanismos psicológicos. Dessa forma, a teoria sócio- cognitiva postula que fatores como
condições econômicas, status sócio-econômico e estruturas educacionais e familiares não afetam
o comportamento humano diretamente, mas o afetam ao atingirem e influenciarem as aspirações
das pessoas, suas crenças e padrões, estados emocionais e outras influências auto-reguladoras.
Assim, considerando aspectos mentais em sua abordagem, Bandura rompe com a linha
behaviorista radical, se aproximando dos cognitivistas. Na verdade, ele é por vezes considerado o
pai do movimento cognitivista.
Semelhanças e diferenças entre a teoria de Skinner e a    abordagem de Bandura serão
analisadas com maior profundidade mais adiante.

3 A Teoria Cognitiva Social

- Aprendizagem por observação


- Estudos de Agressão
              Bandura foi responsável por diversos estudos, sendo o estudo com bonecos joão-bobo o
mais conhecido deles. Bandura filmou um de seus alunos, uma jovem mulher, batendo em um
boneco joão-bobo (boneco inflável, com formato de balão, com um peso no fundo que o faz
balançar quando alguém o bate). A mulher o batia, chutava, gritava agressivamente, sentava
sobre ele, o chamava de “boboca”, e também o batia com um pequeno martelo. Bandura mostrou
o filme a grupos de crianças de um jardim de infância, que gostaram muito e foram brincar em
seguida. Na sala de brincar, havia diversos observadores, um boneco joão-bobo e alguns
martelinhos. Segundo os registros dos observadores, as crianças bateram no boneco, lhe deram
socos, o chutaram, sentaram sobre ele, o bateram com os martelinhos e    o chamaram de
“boboca”, ou seja, muitas das crianças fizeram exatamente o que viram a moça do vídeo fazer,
ao contrário das crianças do grupo controle. Quando o estudo foi criticado sob a alegação de que
o boneco joão-bobo foi criado mesmo para apanhar, Bandura filmou a moça acertando uma
pessoa vestida de palhaço. Depois de assistirem ao filme, as crianças foram até a sala onde estava
a pessoa vestida de palhaço e repetiram o padrão de comportamento agressivo.

Ilustração dos “Estudos com bonecos joão-bobo”- adaptado de http://www.mhcollegeco/socscienc/comm/bandur-


s.mhtml

O que surpreende é o fato de que as crianças mudaram seu comportamento sem que tivessem
sido recompensadas por suas aproximações ao novo comportamento, e isto não se encaixa ao
padrão de aprendizagem do behaviorismo. Assim, não é essencial executar-se a resposta e esta
ser reforçada para que ocorra aprendizagem. Muitos padrões de comportamento são aprendidos
através da observação de modelos, mesmo se não é identificado nem mesmo uma atuação de
reforçamento vicário (reforço ao modelo, tendo um efeito sobre o comportamento do
observador). Bandura chamou o fenômeno de Aprendizagem por Observação ou Modelação, e
sua teoria é comumente chamada de Teoria da Aprendizagem Social.
Bandura utiliza o termo modelação, enquanto que Miller usou o termo imitação e Freud,
identificação. Ele distingue estes termos ao esclarecer que imitação significa a duplicação exata
do que o modelo faz, e a identificação geralmente envolve-se numa incorporação indiscriminada
dos modelos de comportamento. Utiliza o termo modelação porque os efeitos psicológicos da
exposição aos modelos são muito mais amplos do que o simples mimetismo da resposta contido
no termo imitação; e as características definidoras da identificação são empiricamente
questionáveis.
A modelação e os processos vicários são responsáveis por muitos dos novos tipos de
comportamentos adquiridos e modificação de padrões existentes, uma vez que segundo Bandura,
estamos sujeitos diariamente a modelos, seja na família, na cultura e através dos meios de
comunicação de massa.
Albert Bandura, portanto, acredita que tudo o que possa ser aprendido diretamente pode
também ser aprendido pela observação de outros. A observação de outros “abrevia” a
aprendizagem. “Se tivesse de se basear exclusivamente nas próprias ações para aprender”, alega
Bandura (Kiester & Cudhea, 1974), “a maioria de nós não sobreviveria ao processo de
aprendizagem.”

- Quatro Subprocessos da Aprendizagem por Modelação

A partir de seus estudos, Bandura pôde observar alguns passos envolvidos no processo de
modelação:
1. Atenção: para aprender qualquer coisa é preciso prestar atenção. Do mesmo modo, quando a
atenção é tirada não se obtém uma boa aprendizagem, mesmo a aprendizagem por observação.
Estar sonolento, embriagado, drogado, nervoso, também atrapalha a aprendizagem. As
características do modelo também determinam o grau de atenção. Quanto mais colorido,
dramático, mais ele será atrativo, e se o modelo for semelhante ao observador, mais ele lhe
prestará atenção. Estas conclusões levaram Bandura a uma análise dos efeitos da televisão sobre
as crianças.

2. Retenção: é preciso absorver o que se aprendeu prestando atenção. É aí que entram processos
psicológicos como a imagem e a linguagem: é possível armazenar mentalmente o formato ou
descrição verbal do modelo e depois relembrá-lo e reproduzi-lo sobre seu próprio
comportamento.

3. Reprodução: para incorporar o modelo observado em seu comportamento é preciso ter


condições de repeti-lo. Observar uma ginasta profissional não basta para que uma pessoa comum
saia imitando-a, mas se a pessoa tiver um certo treinamento, observar o atleta olímpico pode
levá-la a aperfeiçoar-se. Nossa habilidade para imitar aprimoramentos por meio da prática do
comportamento envolvido também é importante, assim como conseguir imaginar como será
nossa performance e buscar realizá-la, o que é intensamente utilizado na prática de esportes.

4. Motivação: deve-se ter uma razão para imitar o comportamento. Bandura enumerou algumas
motivações:

a. Reforço anterior: behaviorismo tradicional.

b. Reforço prometido: (incentivos) que podemos imaginar.

c. Reforço vicarial: vendo e recordando o modelo sendo reforçado.

Estes itens são tradicionalmente considerados causas de aprendizagem. Bandura diz que
eles não só proporcionam aprendizagem, como também demonstram o que é aprendido. Por isso,
caracteriza estes itens como motivos. Há também as motivações negativas, que levam a pessoa a
não imitar um comportamento:

d. Castigo anterior

e. Castigo prometido (ameaça)

f.Castigo vicarial

Bandura afirma que o castigo, em qualquer forma, não funciona tão bem quanto uma
recompensa, podendo-se ainda perpetuar comportamentos agressivos.
- A Escolha de Modelos

Por meio de estudos experimentais, os psicólogos identificaram qualidades que os modelos


freqüentemente têm. Imitamos pessoas que parecem bem-sucedidas, glamourosas, poderosas ou
que tenham alto status. Também tendemos a imitar indivíduos com os quais nos identificamos,
aqueles do mesmo sexo e de faixa etária, nível sócio-econômico, temperamento, nível de
instrução e valores semelhantes. A quantidade também influi; por exemplo, as crianças são mais
propensas a imitar vários modelos com comportamentos semelhantes do que um único modelo
(Fehrenbach et al., 1979).

- Efeitos de Influência da Modelação

Existe grande evidência (Bandura, 1965a; Bandura & Walters, 1963) de que a exposição a
influências modeladoras tem três efeitos claramente diferentes, cada um dos quais determinado
por um conjunto diferente de variáveis. Primeiramente, um observador pode adquirir novos
padrões de respostas que não existiam previamente em seu repertório comportamental. Para
demonstrar experimentalmente essa aprendizagem por observação ou efeito modelador, é
necessário que o modelo exiba respostas novas que o observador ainda não aprendeu a
desempenhar e que deve mais tarde reproduzir de forma substancialmente idêntica. Qualquer
comportamento que tenha uma probabilidade de ocorrência muito baixa ou nula na presença de
estímulos apropriados pode ser considerado como uma resposta nova.
Em segundo lugar, a observação de ações modeladas e suas conseqüências para o modelo
pode fortalecer ou enfraquecer respostas inibitórias nos observadores. Os efeitos inibitórios e
desinibitórios tornam-se evidentes quando a incidência de comportamento imitativo ou
dessemelhante aumenta, geralmente em função de o sujeito ter observado um modelo
experimentar conseqüências positivas e diminui quando o modelo não as experimenta.
Em terceiro lugar, o comportamento de outras pessoas serve como estímulo discriminativo
para o observador, facilitando a ocorrência de respostas previamente aprendidas da mesma classe
geral. Esse efeito de facilitação da resposta pode ser distinguido da desinibição e da modelação
pelo fato de não ser aprendida nenhuma resposta nova; processos desinibitórios não estão
envolvidos porque o comportamento em questão é socialmente sancionado e, portanto, só
raramente ou nunca foi punido. Um exemplo simples de facilitação social aparece nas situações
em que uma pessoa observa atentamente uma vitrine e os demais transeuntes respondem de
maneira semelhante (Bandura, 1969).

- Modelação X Modelagem

O termo Modelação, da teoria de Bandura, é também identificado sob o termo


Modelagem em diversos textos. No entanto, devido à utilização do mesmo termo Modelagem
para definir não o processo de aprendizagem por observação, como o faz Bandura, mas como o
método behaviorista de aproximações sucessivas, é importante que se estabeleça a distinção
entre os termos utilizados nas duas abordagens.

- Auto- Eficácia

As aprendizagens, quer se verifiquem através da prática e auto-observação, quer se


verifiquem indiretamente, por intermédio da observação ou persuasão, são mediadas
cognitivamente através da construção de teorias de auto-eficácia que regulam o comportamento
dos indivíduos, predizendo as tarefas que estes escolhem, bem como o seu esforço e persistência
na realização dessas tarefas. Assim, as disfunções do comportamento podem resultar quer de
experiências ineficazes de aprendizagem, quer de distorções na construção das expectativas de
auto-eficácia.
A auto-eficácia (Bandura, 1977), diz respeito àquilo que os sujeitos se acham capazes de
realizar, organizar em situações imprevisíveis e desconhecidas. A percepção da eficácia reflete
efeitos no comportamento, pensamento e emoções. Ela influencia na escolha de atividades,
profissões, determina o esforço que será despendido e durante quanto tempo o sujeito irá
defrontar-se com os obstáculos.
Segundo Bandura (1977), as pessoas tendem a evitar desafios que se julgam incapazes de
executar e enfrentar apenas aquelas atividades que se acham capazes de realizar. Assim, o autor
conclui que quanto mais forte for a percepção da auto-eficácia, mais concreto será o esforço. Os
indivíduos que se julgam incapazes de lidar com situações difíceis, evita-as utilizando inúmeras
justificativas.
A teoria da Auto-Eficácia (Bandura, 1977) diz respeito aos julgamentos que as pessoas
fazem acerca da sua eficácia pessoal, que constituem os melhores preditores do seu
envolvimento e persistência em diferentes tarefas. As aprendizagens dos indivíduos constituem
fontes para a generalização de percepções de auto-eficácia em diversos contextos e tarefas. São
estas generalizações que explicam, mais que as aprendizagens em si, três dimensões da
confrontação com as tarefas:
4 são as percepções da auto-eficácia que determinam se um comportamento será iniciado
ou não;
5 são as experiências de auto-eficácia que determinam se um comportamento a quantidade
de esforço despendido numa tarefa;
6 são ainda as percepções de auto-eficácia que predizem a persistência do indivíduo em
face de obstáculos e circunstâncias adversas

Quanto ao seu desenvolvimento, Bandura considera que ambientes que proporcionam


oportunidades para experiência, facilitam a aquisição do senso de auto-eficácia; a família como
fonte de aprendizagem de auto-eficácia; a escola como ambiente básico para a manutenção e
validação social desta; e tanto na adolescência como na vida adulta, há nossos desafios à
percepção de auto-eficácia e na meia idade há as redefinições de metas e projetos e de
readaptação do senso desta. Para as pessoas que possuem auto-eficácia baixa, Bandura
recomenda a auto-regulação (controle do próprio comportamento), através de    três passos:

a) Trabalhando a auto-observação - conhecer-se e ter certeza de ter uma visão exata de seu
comportamento.

b)Trabalhando os padrões - certificar-se de que os padrões que a pessoa estabeleceu não sejam
inatingíveis. Não se destinar ao fracasso. Padrões muitos baixos também não têm sentido.

c)Trabalhando a auto-resposta - não se castigar. Celebrar as vitórias e não se perder sobre os


fracassos. Portanto, quanto maior a auto-eficácia maior o esforço e a persistência. E nas
situações de escolha, a auto-eficácia influi na decisão de fazer ou não alguma coisa. Quanto a
produção do comportamento, afeta a motivação, mas não cria novas habilidades.
- Albert Bandura X    B.F. Skinner

A teoria da aprendizagem cognitivo- social do psicólogo Albert Bandura lembra a teoria


skinneriana de diversas maneiras, sendo uma forma de comportamentalismo menos extrema do
que a de Skinner, uma vez que, como anteriormente mencionado, a teoria de Bandura reflete e
reforça o impacto do interesse renovado pelos fatores cognitivos. Como Skinner, Bandura
acredita que o comportamento é freqüentemente específico a uma situação e é modulado
acentuadamente pelos princípios da aprendizagem. Ambos vêem métodos científicos como
importantes para determinar o que as pessoas fazem e em quais circunstâncias. Por isso, a
abordagem de Bandura permanece comportamentalista. Sua pesquisa se concentra na observação
do comportamento de sujeitos humanos em interação, e ele não usa a introspecção, citando o
papel do reforço na aquisição e na modificação dos comportamentos.
Enquanto Skinner via os seres humanos como criaturas comparativamente simples a mercê
das pressões ambientais, Bandura as vê como complexas, únicas, ativas e conscientes,
valorizando seu pensamento e a sua capacidade de auto-regulação (Davidoff, L., 2001). Dessa
forma, além de comportamental, o sistema de Bandura é cognitivo. Ele considera a influência em
programas de reforço externo de processos de pensamento como crenças, expectativas e
instruções. Ao ver de Bandura, as respostas comportamentais não são automaticamente
suscitadas por estímulos externos à feição de um robô ou máquina. Em vez disso, as reações a
estímulos são auto-ativadas. Quando um reforço exterior altera o comportamento, ele o faz
porque o indivíduo tem percepção consciente do que está sendo reforçado e antecipa o mesmo
reforço por comportar-se outra vez da mesma maneira.
Embora concorde com Skinner quanto ao aspecto de o comportamento humano poder
modificar-se devido ao reforço, Bandura acredita que todo tipo de comportamento pode ser
aprendido na ausência de reforço diretamente vivenciado, ou seja,    Bandura defende que nem
toda aprendizagem ocorre como resultado do reforçamento direto de respostas. A oposição de
Bandura é decorrente das experiências feitas por ele, as quais mostram que para a ocorrência de
uma ação não é necessário que se ofereça diretamente uma recompensa.
Assim, nem sempre temos de vivenciar o reforço; podemos aprender por meio do reforço
vicário, pela observação dos comportamentos e das conseqüências dos comportamentos de outras
pessoas. Essa capacidade de aprender pelo exemplo e pelo reforço vicário supõe a aptidão de
antecipar e avaliar conseqüências apenas observadas em outras pessoas e ainda não vivenciadas.
Podemos regular e orientar o nosso comportamento visualizando ou imaginando conseqüências
ainda não vivenciadas desse comportamento e tomando uma decisão    consciente de nos
comportarmos ou não da mesma maneira. Por conseguinte, não há uma ligação direta entre um
estímulo e uma resposta, ou entre comportamento e reforço, como havia no caso do sistema    de
Skinner. Em vez disso, há um mecanismo mediador interposto entre os dois; esse mecanismo são
os processos cognitivos do indivíduo.
Dessa forma, podemos ver quão potentes são os processos cognitivos na abordagem de
Bandura e de que maneira suas concepções    diferem das de Skinner. Por exemplo, para
Bandura, não é o programa concreto de reforço que tem eficácia na modificação do
comportamento, mas sim aquilo que a pessoa pensa que o programa é. Em vez de aprendermos
pela vivência direta do reforço, aprendemos por meio da modelação, observando outras pessoas e
estabelecendo os padrões do nosso comportamento com base no delas. Segundo Skinner, quem
controla os reforços controla o comportamento; na concepção de Bandura, quem controla os
modelos de uma sociedade controla o comportamento. Bandura fez amplas pesquisas sobre as
características dos modelos que podem influenciar o nosso comportamento.
A abordagem social de Bandura é também um tipo social da teoria da aprendizagem, pois
estuda o comportamento tal como é formado e modificado em situações sociais, ou seja, na
interação com outras pessoas. Bandura criticou a ênfase de Skinner em estudar apenas sujeitos
individuais, e principalmente ratos e pombos, em vez de sujeitos humanos interagindo uns com
os outros, defendendo que, como é característico do ser humano a socialização, são raros os
casos de isolamento social. Assim, Bandura acredita que a psicologia não pode esperar que
descobertas de pesquisas que não envolvam interações sociais sejam relevantes no mundo
moderno. Poucas pessoas agem em isolamento social ou escapam à presença dos outros. Por
isso, segundo ele, as pesquisas devem ser feitas com grupos, não se devendo utilizar animais nas
experiências, uma vez que os resultados serão de difícil generalização aos humanos, já que estes
apresentam mecanismos sócio-cognitivos diferentes dos animais.

7 Terapia
Assim, a pesquisa realizada dentro do quadro de referência da teoria da aprendizagem
social (Bandura e Walters, 1963) demonstra que virtualmente todos os fenômenos de
aprendizagem resultantes de experiência direta podem ocorrer em base vicária do
comportamento de outras pessoas e de suas conseqüências. Assim, por exemplo, uma pessoa
pode adquirir complicados padrões de respostas simplesmente observando o desempenho de
modelos apropriados; respostas emocionais podem ser condicionadas por observação das reações
afetivas de outras pessoas enquanto passam por experiências dolorosas ou agradáveis;
comportamentos de medo ou de esquiva podem ser extintos vicariamente através da observação
do comportamento de aproximação modelado em direção aos objetos temidos, sem que nenhuma
conseqüência adversa ocorra para o sujeito envolvido; inibições podem ser induzidas pela
observação da punição do comportamento de outros; e, finalmente, a expressão de respostas bem
aprendidas podem ser pode ser acentuada e socialmente regulada através de ações de modelos
influentes. Os procedimentos de modelação são, portanto, altamente apropriados à obtenção de
diversos resultados, incluindo a eliminação de deficiências comportamentais, redução de medos
excessivos e inibições, transmissão de sistemas auto-reguladores e facilitação social de padrões
de comportamentos em escala grupal, podendo também ser aplicados na eliminação de fobias
com relação a cobras, espaços fechados, espaços abertos e lugares altos, e no seu tratamento de
distúrbios obsessivo-compulsivos, disfunções sexuais e algumas formas de ansiedade. Também
se mostrou útil no aumento da auto-eficácia, sendo aplicada amplamente em situações da sala de
aula e na indústria.

Dessa maneira, as idéias de Bandura, resultantes de suas pesquisas, puderam ser


incorporadas à prática clínica, sendo sua forma de terapia comportamental famosa e utilizada em
diversos estudos experimentais.

Terapia do Auto-Controle

Os fundamentos da Auto-eficácia são incorporados às técnicas de terapia chamada


Terapia do Auto-Controle. Ela tem apresentado sucesso na solução de problemas de hábitos
como fumar, comer muito ou problemas com estudo.

1. A Auto-Observação requer que a pessoa controle de perto seu comportamento, tanto antes
quanto depois de iniciar as mudanças. Isto pode envolver coisas tão simples como contar quantos
cigarros a pessoa fuma por dia, e até comportamentos mais complexos. Com essas observações
diárias, a pessoa terá uma idéia da dimensão de seu hábito e conhecerá o que está relacionado a
ele: fuma-se mais após as refeições, com café, com certos amigos, em certos lugares, entre
outros.

2. Planejamento Ambiental: começa-se a alterar o meio em que a pessoa vive como livrar-se dos
cinzeiros, trocar o café pelo chá, afastar-se do companheiro fumante. Analisa-se qual movimento
e lugar é apropriado para incentivar um bom comportamento a partir de quando e onde a pessoa
acha que estuda melhor, por exemplo.

3. Auto-contrato: a pessoa deve recompensar-se quando seguir seu plano, e arranjar um possível
castigo caso não consiga desenvolvê-lo, ou seja, o auto-controle pode ser desenvolvido a partir
do papel inibidor do reforço negativo. Estes contratos devem ser redigidos e testemunhados pelo
terapeuta e os detalhes devem ser bem especificados.

Terapia de Modelação

A terapia de modelação é utilizada na modificação do comportamento, levando os


sujeitos a observarem um modelo em uma situação que consideram assustadora ou causadora de
ansiedade, desenvolvendo comportamentos evitativos.
Como exemplo, crianças que temem cães, conforme revelado pelos pais e demonstrado
num teste real de esquiva de cães, foram designadas ao tratamento que consistia em observar
outra criança de sua idade (companheiro-modelo) aproximar-se progressivamente de um
cachorro; em seguida, afagando-o através das barras de um cercado e depois entrando neste para
brincar com o cão. Como resultado desta aprendizagem observacional, o medo da criança se
reduz pronunciadamente, como pode ser constatado pelos dados estatísticos, que mostram que 67
% das crianças que receberam tratamento de modelação foram capazes de permanecer a sós com
o cachorro.     
Também são utilizados outros objetivos temidos como uma cobra com relação a adultos e
adolescentes. Nesta terapia, o experimentador realiza primeiro o comportamento de entrar em
contato com o animal em questão, para a eliminação da fobia dos indivíduos. Gradualmente, o
terapeuta leva os sujeitos a tocar, manipular e envolver o corpo da cobra, primeiro com as mãos
enluvadas e depois nuas, enquanto mantém a cobra seguramente presa pela cabeça e pelo rabo. O
tratamento é mantido até que as reações de ansiedade sejam totalmente extintas.

8 Conclusão

As pesquisas de Bandura, suas teorias e aplicações foram bem aceitas na psicologia.


Foram utilizadas no estudo do comportamento em laboratório e em sua modificação em clínica.
Para ele, a imitação consiste em um aspecto significativo para o processo de aprendizagem das
pessoas, o que o levou a interessar-se pela aprendizagem pela observação e a formular sua teoria
cognitiva social, envolvendo-se com questões referentes à agressão e à auto-eficácia. Bandura
também desenvolveu terapias comportamentais que têm sido utilizadas em várias situações na
nossa atual sociedade, ou seja, uma sociedade tecnológica, na qual a importância do fator
modelo é enorme. As crianças aprendem não apenas o que lhes é dito que devem fazer, mas
principalmente o que vêem ser feitos por outras pessoas. Enquanto antigamente os modelos eram
quase que exclusivamente os pais e membros mais próximos da família, hoje os modelos são
fornecidos geralmente pelos jornais, revistas, cinema e, especialmente, a televisão. Pode-se
destacar a grande importância da aplicação dos estudos de Bandura nas questões educacionais,
podendo ser bem estabelecidas pelas escolas, onde bons professores podem servir de modelos a
fim de incentivar ou estimular o gosto pelo estudo, uma vez que a imitação do professor, feita
pelos alunos, é evidente dentro das salas de aula.

9 Bibliografia e outras fontes de pesquisa:

Bandura, A. & Walters, R.H. (1963). Social Learning and Personality Development. Nova York:
Holt, Rinehart.

Bandura, A. (1965). Vicarious Processes: A case of no-trial learning. In L. Berkowitz (Ed.),


Advances in Experimental Social Psychology. Vol. II. Nova York: Academic Press, 1965, pp: 1-
55.

Bandura, A. (1969). Principles of Behavior Modification. First Edition; Nova York: Holt,
Rinehart & Winston.

Bandura, A. (1969). Modificação do Comportamento. 1ª Edição; Editora Interamericana.

Bandura, A. (1977). Social Learning Theory. Prentice - Hall, Inc. New Jersey.

Davidoff, L. (2001). Introdução à Psicologia - Makron Books, Terceira Edição. 131; 533-534.

Fehrenbach, P.A., Miller, D.J. & Thelen, M.H. (1979). The importance of consistency of
modeling behavior upon imitation. Journal of Personality and    Social Psychology., 37: 1412-
1417.

Kiester, E. & Cudhea, D. (1974). Albert Bandura. Human Behav., 3: 26-31.

Schultz, D. & Schultz, S. (2002). História da Psicologia Moderna - Cultrix, 15ª Edição. 288-
290.

http://www.emory.edu/EDUCATION/mfp/effpage.html
http://www.geocities.com/eduriedades/albertbandura.html
http://www.mhcollegeco/socscienc/comm/bandur-s.mhtml

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