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Planejamento de Pessoas
Considerando que as necessidades de pessoal em uma organização variam ao longo do
tempo, o Planejamento de Pessoas visa sistematizar a avaliação das necessidades futuras
de pessoas na organização, com o objetivo de supri-la com um quadro de pessoal ade-
quado em relação ao perfil profissional e à composição quantitativa e qualitativa. O Pla-
nejamento de Pessoas inclui a definição de estratégias e ações para viabilizar o supri-
mento dessas necessidades, alinhadas aos objetivos e metas organizacionais, integradas
ao seu planejamento estratégico, vinculadas às disponibilidades orçamentárias e dentro
das exigências legais. Ele tem como pressuposto o envolvimento da alta direção e dos
diversos níveis gerenciais, além de representantes de todas as áreas da organização. Ele
também pressupõe a construção de um cenário futuro para a definição de perfis profissi-
onais e composição qualitativa e quantitativa do quadro de pessoal. Para isso, é realizada
uma avaliação de possíveis mudanças no contexto interno e externo à organização, a fim
de identificar os "gaps" de competências e desenvolver estratégias para o suprimento
desses. Salienta-se que esse planejamento é um processo contínuo que deve ser revisto
periodicamente, uma vez que as necessidades mudam ao longo do tempo e os perfis pro-
fissionais, composição e quantitativo devem acompanhar essas alterações. A utilização
contínua desse processo propicia a adequação do dimensionamento do quadro de pessoal
nas organizações.
O recrutamento
Recrutar não é exclusividade das empresas do século XXI, embora muitos imaginem que
esse processo começou a ser executado após o século XX. Contudo, desde antes era neces-
sário recrutar pessoas, e as exigências solicitadas eram aspectos como a força, pois era
apenas serviços braçais (CARVALHO,2016).
A modernização fez com que o mercado de trabalho começasse a requerer um novo perfil
de profissional e de emprego. Assim, passou-se das mineradoras para as tarefas agrícolas,
das tarefas agrícolas para a industrial, mas o número de emprego diminui cada vez mais
(CHIAVENATO, 2014).
Gil (2012) mostra que, antes de ser executado o recrutamento, primeiramente é definido
qual o cargo a ser ocupado, o que deve ser feito para recrutar pessoas qualificadas e ade-
quadas para executar a tarefa. Chiavenato (2014) conceitua recrutamento como um pro-
cesso de extrema importância, e que é uma via de mão dupla, onde o mercado de trabalho
procura a organização, e a organização procura o mercado de trabalho. Ambos vivem de
mudanças, procurando um satisfazer o outro com seus produtos e serviços.
Atualmente, as empresas, por serem de culturas diferentes, ainda vêm com uma adminis-
tração mais severa, sem exceções. Em contrapartida, há empresas que buscam inovar, ter
estratégia e planejamento, implantando assim uma administração mais flexível, tornan-
do-as mais competitivas por terem uma iniciativa ousada. Recrutar colaboradores de
modo eficaz não se reduz a dominar certa quantidade de técnicas de recrutamento.
Requer estratégia, cultura e filosofia empresarial adequada.
(...) O meio mais eficaz para aumentar o desempenho de uma empresa, a curto ou longo
prazo, é elevar, sistemicamente, o nível dos talentos que nela se encontram. (HOLLARD
apud CARVALHO, 2016, p.30).
O recrutamento está totalmente ligado a essa nova administração, mas a empresa que o
executa deve sempre procurar mudar, pois as mudanças acontecem de uma hora para
outra, o que as tornam empresas menos favorecidas por não estarem aptas a essa
mudança repentina e incontrolável.
“O sucesso de ontem já não garante mais o sucesso de hoje e, consequentemente, não sus-
tentará o sucesso de amanhã” (CARVALHO, 2016, p.30).
Para Lacombe (2011), que o anúncio possa ser feito, precisa-se definir perfil, mercado de
trabalho, cultura da cidade e maneira de anunciar. Por algumas das vezes, pode ter um
plano estratégico, mas não é executado de maneira eficaz, não por causa da empresa, e
sim pela cultura ou outros fatores. Só é possível recrutar a pessoa certa se soubermos
antecipadamente o perfil desejado, isto é, as características pessoas e profissionais.
[...] Se o candidato for ótimo, mas não tiver um perfil condizente com os valores, as expec-
tativas e a estratégia da empresa, provavelmente não conseguirá se adaptar à organização.
(LACOMBE, 2011, .65).
Precisam-se definir as três etapas do recrutamento para entender mais sobre todos os
processos são elas: necessidade interna, o mercado de trabalho e os meios de como recru-
tar. A fase preliminar do recrutamento de pessoal é a identificação, escolha e manutenção
das fontes que podem ser utilizadas adequadamente como mananciais de candidatos que
apresentem probabilidades de atender aos requisitos preestabelecidos pela organização.
(CHIAVENATO, 2014. Analisado o perfil e o mercado de trabalho, Chiavenato (2014) apre-
senta meios de divulgação de vagas, sendo que cada ferramenta de divulgação deve ser
trabalhada estrategicamente, de acordo com o perfil solicitado. O setor de recrutamento
pode anunciar em jornais e revistas especializadas, agências de recrutamento, escolas,
universidades, cartazes em locais visíveis, indicações de colaboradores, consulta em
arquivos de candidatos e recrutamento virtual, sendo que cada um deve ser executado de
maneira diferenciada. Gil (2012) cita em seu livro que os meios de recrutamento devem
ser feitos de maneira estratégica e cuidadosa, para o mercado de trabalho e a empresa
não ter problemas com um índice maior de rotatividade, pois existem meios de comunica-
ção para a divulgação dessas vagas e cada meio representa um tipo de candidato esperado
pela organização. Recrutamento dentro da empresa constitui um procedimento bastante
econômico, e serve para mostrar que a empresa está interessada em promover seus
empregados. [...] como desvantagem o fato de entrevistar uma pessoa e recusá-la pode
prejudicar o relacionamento com ela. (GIL, 2012, p.94). Entre os meios de divulgação das
vagas, no trecho acima Gil (2012) destaca os prós e contras de uma contratação interna,
que é um meio de divulgar as oportunidades que a empresa está proporcionando.
Chiavenato (2014) conceitua o recrutamento interno como sendo feito com os próprios
colaboradores, pois a empresa tem seus histórico, evitando custos com recursos para a
divulgação de uma vaga externa. Permanecendo no mesmo conceito de Chiavenato
(2014), que define recrutamento externo como uma atitude que a empresa deve buscar
seus capitais intelectuais fora da empresa, tendo custos com os recursos usados para
atrair os candidatos certos para cada vaga em aberto que a organização disponibiliza ao
mercado de Recursos Humanos. O recrutamento externo atua sobre candidatos que estão
no mercado de recursos humanos, portanto fora da organização, para submetê-los ao seu
processo de seleção de pessoal. (CHIAVENATO, 2014, p. 114).
Seleção de Pessoas
Seleção é definir o candidato que mais atende ao perfil da vaga. Após o recrutamento, se
inicia o processo seletivo, podendo ser de diversas maneiras e consistir de diversas eta-
pas, como entrevistas, testes, dinâmicas de grupo, avaliação e comparação dos dados. Chi-
avenato (2014), complementa a definição dizendo que: a seleção de pessoas funciona
como uma espécie de filtro que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na
organização: aquelas que apresentam características desejadas pela organização [...]. Gil
(2012) destaca que existem diversos procedimentos adequados para identificar as carac-
terísticas pessoais de cada candidato, com vista em possibilitar a seleção dos mais aptos.
Esses procedimentos – os métodos de seleção – permitem o conhecimento não apenas das
habilidades dos candidatos, mas também a previsão de seu comportamento no cargo a ser
ocupado. As técnicas de seleção de pessoal mudam, portanto, conforme o nível ocupado
pelo cargo na hierarquia da estrutura organizacional, nível que normalmente é preestabe-
lecido na descrição e especificação do cargo (TACHIZAWA; FERREIRA; FORTUNA, 2009).
Para Faissal, Passos e Mendonça et al. (2009), a seleção acontece em etapas distintas, são
elas:
1) Conhecimento: verificam o real conhecimento dos candidatos, mas devem ser prepara-
dos de acordo com a realidade de cada empresa e de cada função. Podem ser: testes gerais
(cultura geral e línguas) ou específicos (de cultura profissional e de conhecimentos técni-
cos) (GIL, 2012);
3) Testes práticos quando o cargo envolve atuação e muitas vezes simulações de uma cir-
cunstância profissional, o controle por parte do candidato fica diminuído e os resultados
podem ser mais visíveis e espontâneos (LIMONGI-FRANÇA; ARELLANO, 2002).
Referências
CARVALHO, Iêda Maria Vecchioni; PASSOS, Antônio Eugênio Valverde Mariani; SARAIVA,
Suzana Barros Corrêa. Recrutamento e seleção por competência. Rio de Janeiro: FGV,
2016.
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas orga-
nizações. 3. ed. Elsevier, 2014.
Atlas, 2004.
FGV, 2009.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis
LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos humanos: princípios e tendências. São Paulo:
Saraiva, 2011.
MARRAS, Jean Pierre. Gestão estratégica de pessoas: conceitos e tendências. São Paulo:
Saraiva, 2012.
FORTUNA, Antônio Alfredo Mello. Gestão com as pessoas: uma abordagem aplicada às
estratégias de negócios.