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Identificação de Peças e Teses

Prof. Aryanna Linhares


Caso 1
Reclamação Trabalhista
I – Mérito
1 – Devolução dos descontos
Durante o curso do contrato de trabalho, Maryana, comprovadamente, faltou
ao emprego por 4 dias para realização de exames preventivos de câncer, os quais
foram descontados do seu salário. Na condição de advogada de Maryana que
tese jurídica você sustentaria para a defesa de seus direitos.
Resolução:
Durante o curso do contato de trabalho, a reclamante faltou ao emprego por 4
dias para realização de exames preventivos de câncer.
Nos termos do art. 473, XII, da CLT é garantido à empregada, faltar no serviço,
sem prejuízo do salário e demais direitos por até 3 (três) dias, em cada 12 meses
de trabalho, em caso de realização de exames preventivos de câncer
devidamente comprovada.
Diante do exposto, requer a devolução de 3 dias de trabalho que foram
descontados do salário da reclamante pelo motivo em questão.
Legislação
Art. 473,CLT- O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem
prejuízo do salário:
(...)
XII - até 3 (três) dias, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de
realização de exames preventivos de câncer devidamente comprovada.

Na CLT: “faltas justificadas”


Caso 2
Reinaldo esclarece que trabalhava na sede da empresa em Belo
Horizonte, porém 2 anos após a sua admissão, foi transferido, de forma
definitiva, para a filial da reclamada situada no Rio de Janeiro e que jamais
recebeu qualquer pagamento a título de adicional de transferência. Diante do
exposto requer o pagamento do adicional de transferência e seus reflexos no
aviso prévio, nas férias, nos décimos terceiros salários, nos depósitos do FGTS e
na indenização compensatória de 40% (quarenta por cento). Na condição de
advogado da reclamada apresente a tese de defesa que você arguiria.
Resolução:

Contestação
I – MÉRITO
1 – Adicional de Transferência
O reclamante postulou o pagamento do adicional de transferência e seus reflexos,
esclarecendo que, logo após a sua admissão, foi transferido, de forma definitiva, para a filial
da reclamada situada em Fortaleza, Ceará, jamais recebendo qualquer pagamento a título
de adicional de transferência.

Não assiste razão ao reclamante, pois à luz do art. 469, § 3º, da CLT, é devido adicional
nunca inferior a 25% do salário do empregado em caso de transferência, enquanto durar a
situação. De acordo com a OJ 113 da SDI-1 do TST, o caráter provisório da transferência é
pressuposto legal apto a legitimar a percepção do adicional. O reclamante foi transferido de
forma definitiva, não fazendo jus ao referido adicional.

Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de pagamento do adicional de


transferência e seus reflexos postulados.
Legislação
Art. 469, CLT - Ao empregador é vedado transferir o empregado, sem a sua anuência, para localidade diversa da
que resultar do contrato, não se considerando transferência a que não acarretar necessariamente a mudança do
seu domicílio .
(...)
§ 3º - Em caso de necessidade de serviço o empregador poderá transferir o empregado para localidade diversa
da que resultar do contrato, não obstante as restrições do artigo anterior, mas, nesse caso, ficará obrigado a um
pagamento suplementar, nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) dos salários que o empregado percebia
naquela localidade, enquanto durar essa situação.
OJ-SDI1-113 ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. CARGO DE CONFIANÇA OU PREVISÃO CONTRATUAL DE
TRANSFERÊNCIA. DEVIDO. DESDE QUE A TRANSFERÊNCIA SEJA PROVISÓRIA (inserida em 20.11.1997) O fato de
o empregado exercer cargo de confiança ou a existência de previsão de transferência no contrato de trabalho
não exclui o direito ao adicional. O pressuposto legal apto a legitimar a percepção do mencionado adicional é a
transferência provisória.

Na CLT: “transferência do empregado - provisória”


Caso 3

José alega que não gozou as férias relativas ao período aquisitivo 2019/2020,
apesar de ter permanecido afastado por 8 meses em gozo de auxílio-doença.
Diante do exposto requer o pagamento das férias acrescidas de 1/3, relativas ao
período aquisitivo 2019/2020. Na condição de advogado da reclamada qual tese
você adotaria para a defesa de seus interesses?
Resolução:

Contestação
MÉRITO
1 - Férias
O reclamante postulou o pagamento das férias acrescidas de 1/3
relativas ao período aquisitivo 2019/2020, apesar de ter permanecido
afastado por 8 meses em gozo de auxílio-doença.
Não assiste razão ao reclamante, pois, conforme dispõe o art. 133, IV, da
CLT, não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo, tiver recebido da Previdência Social auxílio-doença por mais de
6 meses.
Diante do exposto, requer a improcedência do pedido de férias.
Legislação
Art. 133, CLT - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
(...)
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou
de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.

Na CLT: “férias – ausência por acidente do trabalho”


“auxílio-doença acidentário – afastamento por mais de 6 meses”,
Caso 4

Em reclamação trabalhista proposta por Luana contra a empresa MARTF


Ltda. foi proferida sentença de total improcedência. Na fundamentação da
sentença constou o seguinte: “Restou comprovado nos autos que o empregador
descontou do salário da empregada, no ano de 2019, os seis dias que ela faltou
para comparecer em consultas médicas e exames complementares em razão de
sua gravidez, que lhe tomaram o dia inteiro. Uma vez que não há previsão legal
autorizando a falta da empregada nestas hipóteses, julgo improcedente o
pedido de devolução dos descontos de tais dias. Na condição de advogado da
reclamante qual tese processual é cabível neste caso?
Resolução:

Recurso ordinário
I – Mérito
1 – Devolução dos descontos
Restou comprovado nos autos que o empregador descontou do salário da
empregada, no ano de 2019, os seis dias que ela faltou para comparecer em consultas
médicas e exames complementares em razão de sua gravidez, que lhe tomaram o dia
inteiro. Uma vez que não há previsão legal autorizando a falta da empregada nestas
hipóteses, julgo improcedente o pedido.
O juízo a quo julgou improcedente o pedido da recorrente de devolução de 6 dias
de faltas que foram descontados de seu salário para realização de consultas e exames
complementares durante a gravidez.
A sentença não merece ser mantida, pois, nos termos do art. 392, § 4º, II, da CLT, é
garantido à empregada gestante, durante o período da gravidez, sem prejuízo dos
salários e demais direitos, a dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário
para a realização de, no mínimo, seis consultas médicas e demais exames
complementares.
Diante do exposto, requer a reforma da sentença para julgar procedente o pedido
da recorrente.
Legislação
Art. 392, CLT A empregada gestante tem direito à licença-maternidade de 120
(cento e vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário.
(...)
§ 4o É garantido à empregada, durante a gravidez, sem prejuízo do salário e
demais direitos:
(...)
II - dispensa do horário de trabalho pelo tempo necessário para a realização de,
no mínimo, seis consultas médicas e demais exames complementares.

Na CLT: “mulher – durante a gravidez – consultas e exames”, “abono de falta”

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