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RECURSO DE REVISTA. RECLAMADA.

RECURSO ANTERIOR À LEI Nº


13.015/2014. CONTRADITA. TESTEMUNHA QUE LITIGA CONTRA O MESMO
EMPREGADOR. IDENTIDADE DE PEDIDOS. IRRELEVÂNCIA. INCIDÊNCIA
DA SÚMULA Nº 357 DO TST. 1. O entendimento prevalente no âmbito desta Corte
é no sentido de aplicação da Súmula nº 357 do TST inclusive nas circunstâncias de
reclamação trabalhista contra o mesmo empregador em que há identidade de pedidos
entre a ação do reclamante e a de sua testemunha, ressalvando-se apenas as hipóteses
nas quais haja a prova, e não a presunção, da efetiva troca de favores, o que não é o
caso. Precedentes da SBDI-1. Recurso de revista não conhecido. INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. XINGAMENTOS PELO SUPERIOR
HIERÁRQUICO. 1. CARACTERIZAÇÃO. DECISÃO REGIONAL PAUTADA NA
ANÁLISE DA PROVA. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 126/TST. 2. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. RAZOABILIDA DE E PROPORCIONALIDADE.
OBSERVÂNCIA. 1. Acerca da caracterização do dano moral, o e. TRT entendeu
caracterizado o assédio moral, pautado na analise do contexto probatório. Assim,
decisão contrária demandaria reexame de fatos e prova, circunstância que encontra
óbice na Súmula nº 126 do TST, cuja incidência afasta a viabilidade do conhecimento
do recurso de revista com base na argumentação jurídica invocada pela parte. 2.
Acerca do quantum indenizatório, o entendimento desta Corte é no sentido de que a
revisão do montante arbitrado na origem, em compensação pelos danos morais
sofridos, dá-se, tão somente, em hipóteses em que é nítido o caráter irrisório ou
exorbitante da condenação, de modo tal que sequer seja capaz de atender aos
objetivos estabelecidos pelo ordenamento para o dever de indenizar. 3. Frente ao
cenário ofertado no acórdão recorrido, não se denota a notória desproporcionalidade
ou falta de razoabilidade passível de ensejar a redução do quantum indenizatório,
fixado em R$ 5.000,00 (cinco mil reais) . 4. Violação do art. 5º, V, da CF não
caracterizada. Recurso de revista não conhecido, no tema. HORAS EXTRAS.
PERÍODO POSTERIOR A 2011. REGISTROS DE PONTO INVÁLIDOS.
ACORDO DE COMPENSAÇÃO DESCARACTERIZADO EM FACE DE
PRESTAÇÃO HABITUAL DE HORAS EXTRAS. INSURGÊNCIA RECURSAL
PAUTADA TÃO SOMENTE NA CONTRADITA DE TESTEMUNHA QUE
LITIGA CONTRA O MESMO EMPREGADOR. SUPSPEIÇÃO NÃO
DEMONSTRADA. 1. Conforme já apreciado, o fato de a testemunha litigar contra o
mesmo empregador, por si só, não a torna suspeita, inclusive, nas circunstâncias de
reclamação trabalhista contra o mesmo empregador em que há identidade de pedidos
nas ações, com ressalva apenas para as hipóteses nas quais haja a prova, e não a
presunção, da efetiva troca de favores, o que não ocorreu. 2. Violação do art. 5º, LV,
da CF não caracterizada. Recurso de revista não conhecido.
(TST - RR: 8008720125090242, Relator: Hugo Carlos Scheuermann, Data de
Julgamento: 28/11/2018, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 30/11/2018)

RECURSO INOMINADO. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.


ACUSADO O AUTOR DE ASSÉDIO SEXUAL EM RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA AJUIZADA PELA RÉ. REVELIA. DANO MORAL NÃO
CONFIGURADO. CONJUNTO PROBATÓRIO INSUFICIENTE. ARTIGO 333, I,
DO CPC. SENTENÇA MANTIDA PELA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO
INICIAL. RECURSO IMPROVIDO. A decretação da revelia que não induz à
presunção automática de veracidade dos fatos na inicial, conforme se extrai da parte
final do art. 20 da Lei dos Juizados Especiais (Lei nº 9.099/95).Ressalta-se que
cumpre à parte autora fazer prova dos fatos constitutivos sobre o qual fulcra seu
direito, a teor do disposto no artigo 333, inciso I, do CPC. No entanto, no exame do
caso em concreto, deste ônus não logrou êxito a parte de se desincumbir a contento.
Sentença que merece ser confirmada por seus próprios e jurídicos fundamentos,
consoante o disposto no art. 46 da Lei 9099/95.

(TJ-RS - Recurso Cível: 71003646288 RS, Relator: Adriana da Silva Ribeiro, Data de
Julgamento: 30/08/2012, Terceira Turma Recursal Cível, Data de Publicação:
03/09/2012)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE


REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 .
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. VALOR ARBITRADO (R$ 5.000,00).
ASSÉDIO MORAL. EMPREGADA VÍTIMA DE OFENSAS E
CONSTRANGIMENTOS. CONDUTA ABUSIVA DO SUPERIOR HIERÁRQUICO
. PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
OBSERVADOS . Trata-se de controvérsia a respeito do valor arbitrado a título de
indenização por danos morais em razão de assédio moral. No caso, o Regional
reformou a sentença para condenar o reclamado ao pagamento de indenização por
danos morais, no importe de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por entender que a autora
foi vítima de assédio moral no ambiente de trabalho, consubstanciado na conduta
abusiva do superior hierárquico. Extrai-se do acórdão recorrido que a prova
testemunhal "confirmou categoricamente que a autora era submetida a situações
vexatórias no ambiente laboral, inclusive mediante xingamentos pela supervisora, o
que certamente ofendia sua dignidade humana", bem como declarou "que já
presenciou a Sra. Sandra chamando a reclamante e outros funcionários que
costumavam fazer questionamentos de nomes de frutas, como" laranja podre ".
Assim, de acordo com as premissas fáticas descritas no acórdão regional, ficou
caracterizada a conduta abusiva praticada pelo superior hierárquico, ao reportar-se, de
modo grosseiro e humilhante, à autora, ferindo sua estima e seu conceito profissional.
Dessa forma, levando-se em consideração a gravidade da conduta ilícita praticada
pelo superior hierárquico, a culpabilidade do reclamado, o dano à dignidade da
ofendida, bem como o caráter pedagógico da indenização em tela, observa-se que o
valor arbitrado, R$ 5.000,00 (cinco mil reais), não se mostrou excessivo, não havendo
falar em excesso na fixação do quantum indenizatório. Agravo de instrumento
desprovido.

(TST - AIRR: 29035620135020071, Relator: Jose Roberto Freire Pimenta, Data de


Julgamento: 19/04/2017, 2ª Turma, Data de Publicação: 28/04/2017)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE


REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 .
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL CONFIGURADO.
TRATAMENTO ABUSIVO DO SUPERIOR HIERÁRQUICO. EXPOSIÇÃO DO
EMPREGADO A SITUAÇÕES VEXATÓRIAS E HUMILHANTES . Trata-se de
controvérsia a respeito da configuração de assédio moral no ambiente de trabalho,
consubstanciado na imputada conduta abusiva de superior hierárquico. No caso, o
Regional concluiu que a reclamante foi vítima de assédio moral em seu ambiente de
trabalho, uma vez que ficou provado que o superior hierárquico a tratava de forma
humilhante e vexatória perante os demais colegas. Nesse contexto, não há dúvidas de
que a reclamante tenha sofrido ofensas, xingamentos e constrangimentos, provocando
desconforto capaz de gerar um dano moral passível de ressarcimento. Agravo de
instrumento desprovido. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM
INDENIZATÓRIO ARBITRADO EM R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS). A
discussão, no caso, diz respeito à possibilidade de redução, por esta Corte, do
quantum indenizatório arbitrado pelo Regional, correspondente a R$ 10.000,00 (dez
mil reais). A jurisprudência desta Corte é no sentido de que não se admite a majoração
ou diminuição do valor da indenização por danos morais nesta instância de natureza
extraordinária, admitindo-a, no entanto, apenas nos casos em que a indenização for
fixada em valores excessivamente módicos ou estratosféricos, o que não é o caso dos
autos. Dessa forma, revela-se razoável e proporcional o valor fixado pela instância
ordinária, correspondente a R$ 10.000,00 (dez mil reais), que compensa
adequadamente o dano moral indicado pelo Regional , não havendo falar em excesso
na fixação do quantum indenizatório nem em violação dos artigos 8º da CLT e 944 do
Código Civil. Agravo de instrumento desprovido .

(TST - AIRR: 3894820135200001, Relator: Jose Roberto Freire Pimenta, Data de


Julgamento: 26/10/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: 28/10/2016)

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. RECURSO DE


REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 .
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. HUMILHAÇÕES E
MAUS TRATOS DISPENSADOS PELO DIRETOR. MATÉRIA FÁTICA.
INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ÔNUS DA PROVA. Trata-se de pedido de
indenização por danos morais, em razão do tratamento dispensado ao empregado pelo
Diretor Técnico na reclamada. No caso, o Tribunal de origem consignou que "as
testemunhas apresentadas pelo autor sustentaram que o Sr. Pellerite adotava um
tratamento grosseiro em relação aos seus colegas (inclusive o reclamante),
subordinados ou não, chamando-os de"burros"e proferindo, ainda, outros
xingamentos", e que "a primeira testemunha apresentada pela ré, por sua vez,
sustentou que nunca presenciou o Sr. Pellerite ofendendo ninguém e que este sempre
ficava dentro da barreira da educação". Diante disso, a Corte a quo concluiu que deve
prevalecer o entendimento "de que o assédio moral efetivamente ocorria, haja vista
que a prova oral majoritária foi nesse sentido e inexiste peculiaridade no depoimento
da primeira testemunha da reclamada significativa ao ponto de fazer com que tal
depoimento prevaleça sobre as versões das duas testemunhas apresentadas pela
reclamante". O Regional destacou, ainda, que "a origem italiana do ofensor de modo
algum afasta a configuração do ilícito, já que o estrangeiro deve se sujeitar às leis e
aos parâmetros valorativos e culturais brasileiros, enquanto estiver em território
brasileiro" e que "o fato de o Sr. Pellerite não ser superior hierárquico do obreiro (este
era da área técnica, enquanto o reclamante era da área industrial), conforme revela a
prova oral, em nada impede a ocorrência de assédio moral, haja vista que este pode
perfeitamente ocorrer entre empregados do mesmo patamar hierárquico (é o
chamado" assédio moral horizontal ")". Ressalta-se que, para se chegar a conclusão
diversa, seria necessária a revaloração do conjunto probatório feita pelas esferas
ordinárias, providência não permitida a esta instância recursal de natureza
extraordinária, ante o óbice previsto na Súmula nº 126 do TST. Agravo de
instrumento desprovido.

(TST - AIRR: 13692220145070033, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de


Julgamento: 29/05/2018, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 08/06/2018)

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 .


INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. TRATAMENTO
HUMILHANTE. QUANTUM INDENIZATÓRIO. R$ 4.000,00 (QUATRO MIL
REAIS). Trata-se de pedido de indenização por danos morais em razão do tratamento
vexatório e humilhante dispensado ao trabalhador por seu superior hierárquico. No
caso, o Tribunal a quo consignou que "restou comprovado o dano moral alegado,
decorrente do assédio moral e atos discriminatórios praticados contra o reclamante,
conforme a prova oral". Considerando, portanto, o contexto fático delineado no
acórdão regional, acerca dos xingamentos deferidos ao autor, o grau de culpabilidade
do reclamado, assim como sua capacidade econômica, verifica-se que o "quantum"
indenizatório arbitrado na instância ordinária, correspondente a R$ 4.000,00 (quatro
mil reais), qualifica-se como razoável e proporcional ao dano moral examinado nos
autos. Ressalta-se que, para se decidir de maneira diversa da do Regional acerca dos
critérios para a fixação da indenização por danos morais, seria necessário o
revolvimento de fatos e provas, não permitido nesta instância recursal de natureza
extraordinária, em razão do disposto na Súmula nº 126 do TST, o que afasta a
alegação de ofensa ao artigo 5º, incisos V e X, da Constituição Federal. Divergência
jurisprudencial não caracterizada, nos termos da Súmula nº 296, item I, do TST.
Recurso de revista não conhecido.

(TST - RR: 7765420135090006, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de


Julgamento: 24/02/2016, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/03/2016)

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE.


LEI Nº 13.015/2014. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. XINGAMENTOS
PROFERIDOS PELO SUPERIOR HIERÁRQUICO DO RECLAMANTE.
CARACTERIZAÇÃO. 1 - Aconselhável o provimento do agravo de instrumento para
melhor exame do recurso de revista, por provável violação do art. 5º, X, da
Constituição Federal . 2 - Agravo de instrumento a que se dá provimento. II -
RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE. LEI Nº 13.015/2014. INDENIZAÇÃO
POR DANO MORAL. XINGAMENTOS PROFERIDOS PELO SUPERIOR
HIERÁRQUICO DO RECLAMANTE. CARACTERIZAÇÃO. 1 - Estão atendidas as
exigências do art. 896, § 1º-A, da CLT. 2 - Embora não caracterizado o assédio moral
(conduta reiterada), os fatos narrados pela Corte regional demonstram, in re ipsa (a
coisa fala por si), a caracterização de dano moral em sentido estrito (que não exige
prática reiterada), ante o sofrimento psíquico decorrente dos constrangimentos e
humilhações a que foi submetido o reclamante, com gritarias, xingamentos e
palavrões. 3 - Não é possível que em pleno Século XXI o trabalhador ainda seja
submetido a esse tipo de conduta reprovável por parte de superior hierárquico. A
conduta abusiva ultrapassou os limites do jus variandi e atentou contra a dignidade do
empregado. 4 - O empregador tem o dever de zelar pela urbanidade no ambiente de
trabalho, orientando e fiscalizando o tratamento dispensado pelo seu preposto aos
empregados. A empresa tem responsabilidade por manter um ambiente de trabalho
civilizado, no qual especialmente aquele que representa a própria empregadora, o
preposto, trate de modo respeitoso aos empregados. 5 - O fato de as ofensas serem
contra o grupo de empregados que participavam de reuniões, do qual fazia parte o
demandante, não afasta a configuração dos danos morais. Na realidade, a ofensa à
generalidade dos trabalhadores que participavam das reuniões é conduta grave que em
princípio deixaria margem até para o debate sobre eventuais danos morais coletivos
em ação própria, sendo inadmissível que um preposto se dirija aos empregados
chamando-os de ladrões, caso dos autos. 6 - Importante destacar que a Justiça do
Trabalho deve não apenas pacificar os conflitos trabalhistas, mas também sinalizar
para a afirmação dos direitos sociais, devendo deixar claro para os jurisdicionados que
esse tipo de conduta reprovável não será tolerado. 7 - Assim, é devida a indenização
por danos morais. 8 - O montante da indenização, no caso concreto em que havia
ofensas no ambiente de trabalho, praticadas pelo preposto, deve não apenas atender às
finalidades punitiva e reparatória, mas, também, à finalidade pedagógica, sinalizando
também o Poder Judiciário que a eventual reincidência nesse tipo de conduta não será
tolerada. Desse modo, determina-se o pagamento da indenização por dano moral no
valor de R$ 10.000,00 . 9 - Recurso de revista de que se conhece e a que se dá
provimento . HORAS EXTRAS . 1 - Estão atendidas as exigências do art. 896, § 1º-
A, da CLT. 2 - O Tribunal Regional considerou válidas as anotações de jornada nos
cartões de ponto apresentados pela reclamada, ainda que sem assinatura do
reclamante, e, com base em todo o conjunto fático-probatório dos autos, entendeu não
comprovado o fato constitutivo do direito do reclamante. 3 - Diante disso, para que
esta Corte pudesse decidir de forma contrária à do TRT, seria necessário o reexame de
fatos e provas; procedimento inviável, ante o óbice da Súmula nº 126 do TST. A
aplicação dessa súmula afasta a viabilidade do conhecimento do recurso de revista
com base na fundamentação jurídica invocada pelo recorrente, inclusive a divergência
jurisprudencial transcrita. 4 - Recurso de revista de que não se conhece.

(TST - RR: 9053220135020078, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data de


Julgamento: 05/04/2017, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 28/04/2017)

ADICIONAL NOTURNO. PRORROGAÇÃO EM HORÁRIO DIURNO. HORA


REDUZIDA. ARTIGO 73, § 5º, DA CLT. O artigo 73 da CLT, que versa sobre o
adicional noturno, dispõe em seu § 1º que a hora do trabalho noturno será computada
como de 52 minutos e 30 segundos. Verifica-se que o § 5º do artigo mencionado
preceitua que , quanto às prorrogações da jornada noturna, devem-se aplicar as regras
preconizadas no Capítulo do Trabalho Noturno. Neste contexto, denota-se que deve
ser observada a hora reduzida noturna em relação às horas laboradas após as 5 horas,
pois , conforme preceitua o § 5º do artigo 73 da CLT, às prorrogações do trabalho
noturno aplica-se o disposto no Capítulo do Trabalho Noturno, o que abrange,
também, a disposição relativa à redução da hora noturna. Recurso de revista
conhecido e provido. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM
INDENIZATÓRIO. TRATAMENTO HUMILHANTE PELOS SUPERIORES
HIERÁRQUICOS. SUJEIÇÃO DO TRABALHADOR A RISCO DE VIDA.
VALOR DA INDENIZAÇÃO. MAJORAÇÃO. PROVIMENTO. Na fixação do valor
da indenização por danos morais decorrentes de assédio moral, devem ser
consideradas as circunstâncias do caso concreto, em especial: a intensidade da dor
sofrida pela vítima; a gravidade e natureza da lesão; a intensidade do dolo e o grau da
culpa, bem como a condição econômica do agente causador do dano; a possibilidade
de retratação; o tempo de serviço prestado na empresa e a idade do ofendido; o cargo
e a posição hierárquica ocupada na empresa; a permanência temporal dos efeitos do
dano e os antecedentes do agente causador do dano. Na hipótese dos autos, o Regional
concluiu ser incontroverso que a ré, por longo período, negligenciou a segurança de
seus empregados, ao permitir que eles fossem colocados em uma espécie de "gaiola"
para serem elevados a alturas, que poderiam atingir mais de sete metros do nível do
chão, a fim de pegarem materiais em prateleiras. Ademais, consignou o Regional,
com base na prova oral produzida nos autos, que o reclamante foi vítima de
expressões injuriosas no sentido de constrangê-lo e desmoralizá-lo, bem como sofreu
constantes xingamentos de seus superiores hierárquicos. Considerando o quadro fático
descrito no acórdão, as particularidades do caso, a extensão e a gravidade do dano, o
grau de culpa e a potencialidade econômica do empregador, bem como os princípios
de razoabilidade e proporcionalidade, é de se considerar irrisório o montante fixado a
título de indenização por dano moral pelo Tribunal Regional, que arbitrou o valor de
R$ 4.000,00 a título da aludida indenização. Majora-se o valor da indenização por
dano moral para R$ 15.000,00 (quinze mil reais). Recurso de revista conhecido e
provido .

(TST - RR: 13502320115040221, Relator: José Roberto Freire Pimenta, Data de


Julgamento: 04/11/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/11/2015)

RECURSO INOMINADO. PRIMEIRA TURMA RECURSAL DA FAZENDA


PÚBLICA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. MUNICÍPIO DE
CANOAS. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ASSÉDIO MORAL
COMPROVADO. DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA REFORMADA. 1) A
recorrente ajuizou ação de indenização contra o Município de Canoas, objetivando o
pagamento de indenização a título de danos morais decorrente de ofensas e agressões
verbais partidas de seu superior hierárquico, Sr. Vanderlei Silva, quando prestou
serviços ao Município réu, junto à Secretaria de Saúde, através de empresa
especializada no fornecimento de mão-de-obra, no período de 15/05/2009 a
27/09/2013, sendo subordinada a prepostos do réu durante todo o período contratado.
2) A responsabilidade civil extracontratual do Estado é regida pelo artigo 37,
parágrafo 6º, da Constituição Federal. A interpretação que se extrai do mencionado
dispositivo constitucional é que a responsabilidade civil estatal é objetiva, portanto,
independe de culpa, mas para que resulte configurada, é imprescindível o ato
comissivo ou omissivo, o nexo causal e o dano. 3) O assédio moral traduz-se em
conduta abusiva praticada pela chefia que, de forma continuada, valendo-se do seu
poder hierárquico, causa humilhação ou constrangimento ao subordinado, acarretando
danos à personalidade e/ou à sua integridade física.4) No caso concreto, a prova
testemunhal coligida aos autos não deixou dúvidas quanto às situações humilhantes e
vexatórias às quais foi submetida a autora restando comprovado os alegados danos
sistemáticos e reiterados, por meio de xingamentos e ofensas do superior
hierárquico.4) O quantum indenizatório deve ser fixado em R$ 2.500,00, objetivando-
se atender as peculiaridades do caso concreto e os parâmetros adotados por esta
Turma Recursal.RECURSO INOMINADO PROVIDO. UNÂNIME.

(TJ-RS - Recurso Cível: 71005997051 RS, Relator: Thais Coutinho de Oliveira, Data
de Julgamento: 15/12/2016, Turma Recursal da Fazenda Pública, Data de Publicação:
24/01/2017)

AGRAVO EM EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº 13.015/2014 E PELO


CPC/2015 E PELA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 39/2016 DO TRIBUNAL
SUPERIOR DO TRABALHO. PRELIMINAR DE NULIDADE DO ACÓRDÃO
EMBARGADO POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. A SbDI-1,
no julgamento do Processo nº E-ED-RR - 1113-20.2011.5.02.0067, publicado no
DEJT em 2/3/2018, cujo redator designado foi o Ministro João Batista Brito Pereira,
decidiu, por maioria, que, em princípio, não caberia recurso de embargos para discutir
nulidade de decisão da Turma ou do Regional por negativa de prestação jurisdicional,
tendo em vista a função exclusiva de uniformização de jurisprudência da SbDI-1 e a
inevitável variação das circunstâncias fático-processuais específicas de cada caso, de
modo que tal procedimento configuraria verdadeiro controle do conteúdo das decisões
embargadas, o que não se enquadraria na referida competência desse Órgão
fracionário, conforme se depreende do artigo 894, inciso II, da CLT, com a redação
dada pela Lei nº 11.496/2007. Na ocasião, prevaleceu o entendimento de que a
possibilidade de aferição de divergência jurisprudencial em análise de alegação de
nulidade de julgado por negativa de prestação jurisdicional seria impossível, pois seria
preciso examinar todo o conjunto de elementos da decisão embargada e do julgado
paradigma para concluir se houve deficiência de fundamentação ou não, o que
escaparia à função ontológica da Subseção, que é a uniformização de teses das
Turmas deste Tribunal, e, nesses casos, não haveria, substancialmente, tese a
confrontar, mas tão somente fatos. Esse foi o objetivo do legislador ao alterar as
hipóteses de cabimento do recurso de embargos pela Lei nº 11.496/2007 e retirar a
possibilidade de conhecimento desse apelo por violação de dispositivo de lei ou da
Constituição Federal. Incabível, portanto, recurso de embargos para análise de
alegação de nulidade por negativa de prestação jurisdicional, razão pela qual é
despiciendo o cotejo de teses com os arestos trazidos a confronto. Agravo desprovido.
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. ASSÉDIO MORAL.
REDIMENSIONAMENTO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO (R$ 5.000,00).
PEDIDO DE MAJORAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. Consoante se extrai do acórdão
regional transcrito na decisão embargada, trata-se de pedido de indenização por dano
moral decorrente de assédio moral praticado por preposto do reclamado, consistente
em tratamento inadequado dispensado pelo gerente-geral aos empregados do
reclamado, ao se dirigir a esses com uso de palavras ofensivas, xingamentos,
grosserias e hostilidades, tendo o Regional concluído que "o mencionado gerente, de
forma frequente, agiu de forma a extrapolar os limites do bom senso, restando, sem
sombra de dúvidas, atingida a honra e a dignidade do reclamante (...) sendo
indubitável a humilhação a que o autor foi exposto, sendo que há prova de que a
situação inteiramente inconveniente e despropositada causada por superior
hierárquico" . O quantum indenizatório foi fixado pelo Regional em R$ 5.000,00
(cinco mil reais). Nesta Subseção, prevalece o entendimento de que não é possível,
em tese, conhecer de recurso de embargos por divergência jurisprudencial quanto a
pedido de redimensionamento de indenização por danos morais, diante da dificuldade
de haver dois fatos objetivamente iguais, envolvendo pessoas distintas, cada uma com
suas particularidades. Apenas nos casos em que a indenização for fixada em valores
excessivamente módicos ou estratosféricos, é que poderá haver intervenção desta
Corte para rearbitrar o quantum indenizatório, o que não se verifica no caso, em que a
indenização foi fixada em R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Com efeito, o entendimento
majoritário desta Subseção é de que, nas hipóteses em que se discute o valor arbitrado
a título de indenização por danos morais, é inviável a aferição de especificidade dos
arestos paradigmas, pois isso depende da análise de diversos aspectos fáticos, como a
capacidade econômica da empresa, a gravidade do dano, a idade do ofendido, o local
de trabalho, entre outros, os quais, ainda que apresentem uma ínfima divergência, são
capazes de tornar distintas as situações de forma a atrair o óbice da Súmula nº 296,
item I, desta Corte. Essa tese foi reafirmada, por maioria de votos, no julgamento do
Processo nº E-RR - 1564-41.2012.5.09.0673, nesta Subseção, em 16/11/2017, acórdão
publicado no DEJT de 2/2/2018, da lavra deste Relator, ocasião em que ficou vencido
quanto à possibilidade de conhecimento do recurso de embargos para analisar pedido
de redimensionamento de indenização por danos morais e refluiu na sua proposta
original para adotar o entendimento da maioria dos membros desta Subseção para não
conhecer dos embargos, em face da inespecificidade dos arestos paradigmas. Assim,
permanece majoritário o entendimento de que, quando o valor atribuído não for
teratológico, deve esta instância recursal de natureza extraordinária abster-se de rever
o sopesamento fático para arbitrar o valor da indenização proporcional ao dano moral
causado pelo empregador. Desse modo, neste caso, é despicienda a análise dos
julgados paradigmas, diante da impossibilidade de ser demonstrada a necessária
identidade fática entre eles e a hipótese dos autos, nos termos em que exige a Súmula
nº 296, item I, desta Corte. Agravo desprovido .

(TST - Ag-E-ED-RR: 6535820105090007, Relator: José Roberto Freire Pimenta,


Data de Julgamento: 25/10/2018, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,
Data de Publicação: DEJT 31/10/2018)

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