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REPÚBLICA DE ANGOLA

MINISTÉRIO DA SAÚDE
DIRECÇÃO NACIONAL DOS HOSPITAIS

ESPECIALIDADE: ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR ÀS PROTOCOLO Nº 06


EMERGÊNCIAS CLINICAS.

TÍTULO : ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL Nº de páginas: 07

CID 10: I64

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO
3. EPIDEMIOLOGIA / ETIOLOGIA
4. FACTORES DE RISCO
5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
6. DIAGNÓSTICO
I. CLÍNICO
7. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
8. TRATAMENTO
9. COMPLICAÇÕES
10. PROGNÓSTICO
11. ASSINATURAS
12. ANEXOS
i. FLUXOGRAMA
ii. BIBLIOGRAFIA
iii. ESCALAS

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ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC)

1. INTRODUÇÃO

O AVC é uma das grandes causas de morte no mundo. O reconhecimento precoce da


doença é importante, para poder iniciar o tratamento pelo menos dentro das 3 primeiras
horas após o início dos sintomas ou em até 4,5 horas. A maioria dos AVCs ocorre em
casa e poucos pacientes usam o serviço de emergência pré-hospitalar para o transporte
até ao hospital, estes negam ou tentam racionalizar seus sintomas e não conseguem
reconhecer os sinais do AVC, isto retarda o acionamento do serviço de médico de
emergência e o tratamento, que resulta em maior morbidade e mortalidade.
2. DEFINIÇÃO

O acidente vascular cerebral (AVC) é definido classicamente como um déficit


neurológico, geralmente focal, de instalação súbita ou com rápida evolução, com
duração maior que 24 horas. Nesse conceito, causas vasculares abrangem não somente
aspectos estruturais do vaso, mas também funcionais, como o próprio fluxo sanguíneo e
o sistema de coagulação. Este Classifica-se em:
AVC Isquémico: Quando há uma região de enfarte cerebral.
A presença de lesão cerebrovascular isquêmica recente, mas com completa regressão
dos sintomas neurológicos, caracteriza uma situação atualmente denominada AVC
“minor” ou “pequeno icto”
AVC Hemorrágico: Quando há uma hemorragia por rotura de um aneurisma.

3. EPIDEMIOLOGIA / ETIOLOGIA

Segundo American heart association, estatísticas apontam o acidente vascular cerebral


isquêmico (AVCI) como responsável por 87% dos casos, e o acidente vascular cerebral
hemorrágico (AVCH) por 13% dos casos. A relação da incidência entre homens e
mulheres é de 1,25 na faixa etária dos 55 a 64 anos, 1,50 de 65 a 74 anos, 1,7 de 75 a 84,
0,76 a partir dos 85 anos, negros têm risco duas vezes maior. As principais causas são:
Oclusão de pequenos vasos, Aterotromboembolismo, hipertensão arterial,
miocardiopatias, valvolopatias e arritmias, causando uma oclusão vascular súbita por
embolia. De todas essas, a mais frequente é a fibrilação atrial, trombose dos seios
cavernosos, queda abrupta da tensão arterial, trombofilia.

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4. FACTORES DE RISCO

Hipertensão arterial, cardiopatias (valvular, isquémica, fibrilação atrial), sopro carotídeo,


dislipidemia, tabagismo, diabetes, alcoolismo excessivo, sedentarismo, homocisteína,
discrasias sanguíneas, uso de
drogas ilícitas, iatrogenias medicamentosas, procedimentos e intervenções nas artérias,
síndrome do anticorpo antifosfolipídico.

5. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

As seguintes manifestações podem ser encontradas como sintoma único ou associado


em quadro de natureza isquêmica ou hemorragica.

 Cefaleia, Vómitos, Vertigem


 Paresia, plegia de um ou mais segmentos e/ou facial
 Depressão do nível de consciência, confusão mental
 Disartria, diplopia, disfagia
 Afasia sensitiva, motora ou mista
 Alteração da marcha, incoordenação, apraxia, queda da própria altura
 Alteração de visão, Convulsão.

6. DIAGNÓSTICO

O diagnóstico do AVC é essencialmente clinico, a existência de factores de risco


vascular reforça o diagnóstico.
 Realizar avaliação primária: A (permeabilidade das vias aéreas), B (boa ventilação), C
(circulação) Avaliar a função neurológica: Escala Pré-Hospitalar de Cincinati para o
AVC, Escala de Coma de Glasgow, Reacção pupilar.
 Monitorização cardíaca, oximetria de pulso, sinais vitais;
 Avaliação secundária: SAMPLA - determinar a hora e o início dos sintomas
 . Acesso venoso periférico no membro não afectado.
 Realizar glicemia capilar;

7. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Crises epilépticas: em razão dos déficits neurológicos pós-críticos; hipoglicemia,


hiperglicemia, hiponatremia, hipóxia, encefalopatia hepática. • Infecções sistêmicas:
particularmente nos idosos, podem

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levar a piora neurológica relacionada ao prejuízo funcional de regiões encefálicas
previamente lesadas, Neoplasias e infecções do sistema nervoso central (primárias ou
metastáticas); Na enxaqueca, a progressão dos sinais neurológicos ocorre geralmente
em alguns minutos (quinze a vinte), com fenômenos positivos; hematoma subdural
crônico.
8. TRATAMENTO

O tratamento do AVC extra – hospitalar enfoca:


 A rápida identificação e a avaliação de pacientes com AVC;
 O rápido transporte com notificação antecipada de entrada para uma unidade hospitalar
de referência.
 Oferecer oxigénio 10 á12l/min se Saturação de O2 for < 94%.
 Se presença de convulsões administrar Fenitoina (15 a 20mg/kg/ dose diluído em 250
ml de solução salina IV em 20 min);
 Se Tº for > a 37,5ºc administrar Dipirona 1g IV;
 Se pressão arterial for > a 200/120mmhg administrar labetolol (20mg)IV; ou
Enalaprilato 0,625 – 5mg IV
 Se glicemia capilar for < que 70mg/dl, administrar dextrose a 30% - 30 a 50ml IV.

Transportar a vítima para uma unidade hospitalar mais próxima e voltar a avaliar
durante o trajecto.
OBS: Considerar a segurança do local antes de abordar a vítima.

9. COMPLICAÇÕES

Hipertensão Intracraniana; Edema Cerebral; Hidrocefalia; Convulsões, pneumonia por


broncoaspiração; Hipoventilação; Arritmia cardíaca; Enfarte Agudo do miocárdio;
Trombose
venosa profunda; Embolia pulmonar; Úlcera de decúbito; Contratura muscular; Rigidez
articular; Depressão.

10. PROGNÓSTICO
Se lesão extensa associada a comorbidades o prognóstico é mau.

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11. ASSINATURAS

Autor(es): Função Assinatura Data


Dyande Nicolau Médica
Edgar Manuel Médico
Ruth Felix Médica 17/09/2021
José Bizela Médica
Alice Neto Enfermeira
Aprovado por Função Assinatura Data

Revisto por Função Assinatura Data

Nº Revisão:

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12. ANEXOS

i. FLUXOGRAMA
Acionamento do serviço de
Emergência
Reconhecimento dos sinais de
AVC

Confirmar sinais e sintomas de


AVC, Avaliação primária:
ABCD,Escala de Cincinat, escala
de glasgow, monotorização Tensão arterial elevada
Sinais vitais >180/110mmhg

Acesso venoso
Administrar labetolol IV ou
Nalaprilato IV
Transporte urgênte para uma Lactato de Ringer ou Cloreto de
unidade de referência sódio , O2 se SAT< 95%
Não ligar a sirene, Comunicar a Glicemia capilar – Corrigir
unidade de referência hipoglicemia, Se febre-
dipirona1g iv

ii. BIBLIOGRAFIA

1. American Heart Association, Advanced Cardiovascular Liffe Suport, Provider


Manual, 2015; pag.73-81.
2. Guillén, C. B. ,Sanz M.ª T. G., Esparza P.C. I. , Montero M. M. , Puig R P,
Manual de Urgencias: coordinadores y SANED. 2018.
3. Martins S., Souto M. I., Manual de Emergências Médicas Diagnostico e
tratamento, segunda edição, editora Revinter.
4. Protocolos de atendimento pré-hospitalar, Samu
5. Golin,V. Sprovieri S. R. S.; Condutas em urgências e emergências para o clinico,
edição revista e actualizada, Editora São Paulo Atheneu. 2009.

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6. Reis R. P., Guia prático de medicina de urgência do diagnóstico à terapêutica.

iii. ESCALAS

ESCALA PRÉ – HOSPITALAR DE CINCINATI PARA O AVC


Por meio desta escala é possível avaliar:
Fraqueza na face – pede-se a doente para sorrir ou dizer o seu nome e nota-se o desvio
da comissura labial;
Fraqueza nos braços – pede -se a paciente para levantar os dois braços e nota-se que o
braço afectado não levanta;
Alterações na fala – pede -se a paciente para dizer o seu nome e nota-se que tem
dificuldade para articular as palavras.

ESCALA DE COMA DE GLASGOW

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