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Harley Pacheco de Sousa

Ideologia da Sociedade

Universidade São Marcos


São Paulo
2011
Analise descritiva do texto Ideologia da sociedade industrial de Hebert Marcuse

O texto se inicia com uma pergunta irônica sobre a falta de liberdade da civilização
industrializada desenvolvida, onde a falta de liberdade é suave e confortável.
Sendo que o que poderia ser melhor do que a retirar a individualidade mecanizando o que é
mais penoso? O que é melhor do que a regulamentação da livre competição entre seu jeitos
desigualmente equipados? O que é melhor do que a redução das prerrogativas nacionais que
garantem a ordem dos recursos?

No inicio do surgimento da sociedade industrializada o direito e a liberdade foram fatores


importantes que renderam muitos avanços a sociedade, porém, esses fatores estão perdendo
a sua lógica e seu conteúdo tradicional.
A idéia de liberdade ajudou a promover e a proteger idéias criticas que tirava de foco uma
cultura material e obsoleta por outra extremamente produtora e racional.
Institucionalizado esses valores, dava a idéia de realização a sociedade da qual era parte.
A idéia de liberdade de um estado cuja a produtividade era baixa perdeu força desde que a
liberdade das necessidades se mostrou uma possibilidade real de atender a necessidades dos
indivíduos.
Uma sociedade pode aceitar esses princípios dentro do status quo se esse modelo se mostrar
eficaz na possibilidade, e ainda, faz descaso se o modelo regente é totalitário ou não, desde
que satisfaça as necessidades.

Parece não haver razão para que a produção e distribuição se de por meio de concorrência
competitiva da liberdade individual.

O modelo de empreendimento livre nem sempre foi uma vantagem e idéia de trabalho se
tornou sinônimo de morte, temor, insegurança da maioria da população.
Se o mercado não obrigasse o sujeito economicamente livre a se vender essa pseudo liberdade
econômica desapareceria e isso seria uma vitoria para civilização e os processos tecnológicos
nos libertariam para que direcionássemos nossas energias para um caminho inexplorado e
haveria libertação da imposição ao mundo do trabalho.
Se a produção fosse orientada e organizada para a satisfação das necessidades vitais
poderíamos controlar o modelo vigente e isso não impediria a autonomia individual. Esse é o
objetivo das civilizações industrializadas desenvolvidas, ou seja, buscar o fim da racionalidade
tecnológica, porém, isso é um sonho, esse fim corre para o lado oposto do que estamos.

Os aparatos estatais impõe suas exigências econômicas e políticas para expansão do trabalho,
e o tempo livre do sujeito é direcionado para o intelectual e material, porém, que tempo resta
para que está submetido a expansão do trabalho e por isso que o modelo social atual é
totalitário. Esse totalitarismo esta servindo de terrorismo social, e esse terrorismo acontece
por conta da manutenção de interesses que impedem o surgimento de uma oposição eficaz.

Atualmente o poder se firma através do domínio sobre a organização técnica do estado, pois o
governo só se mantém no poder se manter e garantir quando organiza e explora com êxito a
produtividade técnica, cientifica e mecânica a disposição da civilização industrial.
Na atualidade esta sendo valorizado o poder físico da maquina que supera o individuo e
quaisquer grupos de individuo, isso torna a maquina o aparato político mais forte que
quaisquer sociedade, sendo que a maquina nada mais é que a força do homem projetado e
armazenado.
A nova civilização demonstra haver chegado a fase onde a sociedade livre não pode ser
concebida nos padrões tradicionais da liberdade econômica política ou intelectual.

A liberdade política é ser livre da política, liberdade intelectual é ser livre da comunicação e da
dominação em massa, porém, isso é utopia.

A mais eficaz forma de minar a liberdade é a implantação das necessidades matérias e


intelectuais.

As necessidades humanas são preconizadas até mesmo acima do nível biológico, ela é imposta
como desejável de acordo a necessidade dos interesses e instituições sociais comuns, as
necessidades humanas são históricas no qual as necessidades individuais são sujeitos a
padrões.

No modelo atual, há diversas necessidades falsas, essas são aquelas que são impostas por
interesses particulares, a satisfação destas, são agradáveis, mas a felicidade não procede delas.
As únicas necessidades que são consideradas de direito são aquelas cujas satisfações são vitais.
Ex: roupas cultura alimentação.

Essa implantação de necessidades falsas é um tipo de repressão que quanto mais racional,
técnica e produtiva for menos indivíduos poderão romper a servidão e conquistar a liberdade.

Toda libertação depende exclusivamente da conseqüência da escravidão, mas essa ciência é


implantada pelas necessidades e sensações do individuo.

A particularidade da sociedade industrial é de sufocar a libertação, estimula a necessidade de


consumo de desperdício sustentada pelo trabalho estupefante onde não há necessidades
reais.
Essa incorporação de idéias, se torna uma ferramenta repressiva para dominação, onde é dada
uma idéia de livre escolha, porém, a livre escolha de senhores não garante a abolição.

Ainda a livre escolha das mercadorias e serviços não significa liberdade, pois esses mesmo
materiais mantêm o controle social sobre a vida de labuta e temor das pessoas, isto é, esses
mesmos serviços mantêm a alienação.
Os meios de informação nos fazem acreditar que somos capazes de satisfazer as necessidades
que nos são impostas.

A televisão e o radio não centralizam seu controle nem são precondições, mas o sujeito já
começa a ser manipulados muito antes, os meios de comunicação são apenas reforçadores,
que fazem surgir a igualação de distinção de classes, que mostra o trabalhador freqüentando
os mesmos lugares pitorescos dos patrões, lendo os mesmos jornais e etc, porém, isso não
indica o desaparecimento das classes mas apenas reforça a extensão com que as necessidades
e satisfação aparecem como estabelecidos.
De fato transpassar as necessidades sociais para o individuo é a maneira mais eficaz de
dominação, do que propriamente a diferença, portanto nos deparamos novamente com os
aspectos mais perturbadores da civilização industrial, que é o caráter racional de sua
irracionalidade.

As formas que prevalecem para o controle social são as tecnológicas, mas a forma mais obvia
não foram suprimidas. ( policia, exercito, perda dos meios de sustento e mal distribuição da
justiça).

No nosso tempo o controle tecnológico parece para as pessoas como a personalização da


razão para o bem do interesse social e tudo que for argumentado parece impotente e
neurótico.

Isso marca o desaparecimento das forças que anteriormente representavam as novas formas
de existência, parece não haver mais introjeção na qual o EGO transfere o exterior para o
interior.
Até o espaço interior parece invadido pela realidade tecnológica e até mesmo o papel
socializador da família começou a ser substituído por meio das informações externas.

Os processos de introjeção parecem ser mecânicos e o resultado é uma identificação imediata


do sujeito com a sociedade, se não há introjeção não há oposição ao status quo.

O autor sugere que o conceito de alienação só possa ser combatido quando temos a
necessidade e satisfação de combatê-la.

Os meios de transporte, mercadorias, casa, comunicação, alimento e roupas, são produções


irresistíveis da indústria de diversões e as informações trazem consigo atitudes e hábitos
prescritos. Certas reações e emoções prendem os consumidores.

A sociedade barra todo tipo de pensamento oposicionista tornando conceitos ilusórios e sem
sentido.

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