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Peter Drucker
Theodore Levitt
Disse Levitt sobre Henry Ford "Em um certo sentido, Ford foi ao mesmo tempo o mais
brilhante e o mais insensato homem de marketing da história americana. Ele foi insensato
porque se recusou a oferecer ao consumidor outra coisa que não um carro preto. Ele foi
brilhante porque forjou um sistema de produção desenhado para atender às necessidades de
mercado. Nós habitualmente celebramos Ford pela razão errada: sua genialidade em
produção. Sua real genialidade era em marketing.- Nós pensamos que ele foi capaz de
cortar seu preço de venda e em conseqüência vender milhões de carros de 500 dólares
porque sua invenção da linha de montagem tinha reduzido os custos. Na verdade, ele
inventou a linha de montagem porque concluiu que a 500 d61ares ele poderia vender
milhões de carros. Produção em massa foi a conseqüência, e não a causa, de seus preços
baixos". Ainda Levitt, sobre o foco de um neg6cio: "A visão de que uma indústria é um
processo de satisfação de consumidores , e não um processo de produção de bens, é vital
para todos os homens de negócios. Uma indústria começa com o consumidor e suas
necessidades, não com uma patente, uma matéria-prima ou um talento para vendas".
HSM Management
3 julho - agosto 1997
Qual seria a reação de seus clientes se um produto semelhante ao seu aparecesse no mercado com
um preço mais baixo?
Seus clientes estão satisfeitos? Provavelmente você responderá que sim, afinal, "se
eles são meus clientes, devem gostar do meu produto". Você é capaz de prever como
seus clientes reagiriam se um produto semelhante fosse lançado a um preço mais
baixo? Quantos dos seus "clientes fiéis" já se bandearam para o seu concorrente? A
maioria das empresas acha que sabe como seus clientes pensam. Afinal, são feitos
levantamentos anuais, as chamadas para seu serviço de atendimento a clientes são
monitoradas e sua empresa está perto de atingir meta de resolver os problemas dos
clientes já no primeiro telefonema.
Boa parte da culpa de tudo isso cabe às primeiras práticas de serviço ao cliente. Os
esforços iniciais foram poucos sofisticados, não eram integrados nem diferenciados.
O foco inicial foi a satisfação e não as conseqüências da satisfação do cliente. Nunca
houve uma pesquisa completa da satisfação do cliente. Ë difícil avaliar com segurança
o que os concorrentes estão fazendo ou por que uma empresa perde clientes. A
gerências aceitavam as respostas dos clientes aos questionários de pesquisa de
satisfação, na certeza de que os clientes forneceriam, com toda a sinceridade, uma
orientação válida para produtos e serviços. Não se preocupavam em determinar, por
exemplo, o efeito das preferências dos clientes sobre o ROI (retorno sobre o
investimento). Aparentemente o simples fato de fazer perguntas aos clientes era
suficiente. Não era possível estabelecer uma relação entre as notas recebidas e o
desempenho da empresa. O pensamento dominante era o de que qualquer ganho em
termos de satisfação dos clientes seria positivo e não havia dúvidas sobre a existência
de um nível ótimo. Na verdade, alcançar este nível significava encontrar o equilíbrio
entre os esforços relacionados com o serviço prestado e a reação dos clientes. A
maioria das empresas tentou isso e os resultados, na melhor das hipótese, foram
fracos.
Preço Certo
O Novo Marketing
por Regis McKenna
HSM Management
Conceitos claros
Os clientes valiosos
por Martha Rogers
HSM Management
jul-ago/98
Por que alguns clientes são mais valiosos que outros? E como se mede
esse valor?
Depende da empresa, mas é possível traçar alguns princípios. Os clientes
mais valiosos são aqueles que, ao longo do tempo, renderão mais para a
empresa. Grande parte desse rendimento se, traduz em lucratividade, ou seja,
em ganhos monetários. Para medir o valor do cliente, a empresa não pode
levar em conta apenas cada transação isolada, pois dessa maneira ele talvez
não pareça tão valioso. É fundamental analisar todas as transações realizadas
ao longo do tempo.
Mas há outras variáveis em jogo. Por exemplo: a disposição dos clientes de
informar o que desejam. Alguns não fazem isso. Mesmo quando gastam
muito, estão sempre atrás do melhor preço. Nunca colaborarão pelo fato de a
empresa os conhecer, pois não permitirão que os conheça. A disposição de
colaborar pode ser uma das variáveis que definem o cliente valioso, assim
como a disposição de indicar outras pessoas, de servir como referência -
embora não tenha valor monetário direto. Também é preciso compreender
qual é a contribuição do cliente para toda a linha de produtos da empresa e
para todo o negócio, não apenas para determinada unidade.
Exame
20 de maio de 1998
Por que avaliar o valor de um ativo intangível como a marca é uma tarefa bem
mais complexa do que você pode pensar
QUANDO A KIBON FOI VENDIDA POR 930 milhões de dólares à vista em
outubro de 1997 muitos executivos brasileiros demonstraram um certo ceticismo
quanto ao valor da aquisição. Afinal, soava exagerado que tamanha fortuna tivesse
sido investida na compra de uma empresa cujas vendas atingiram 332 milhões de
dólares em 1996 com um lucro líquido de 75 milhões de dólares. A questão é: a
Unilever não pagou 930 milhões de dólares por uma fábrica de sorvetes, mas sim pela
posição comercial das marcas da Kibon. Trata-se de uma sutileza conceitual das mais
importantes - remunerada, no caso, em algumas centenas de milhões de dólares.
O que levou a Unilever a pagar tanto pelas marcas da Kibon? Para entender
adequadamente essa questão é preciso reconsiderar tudo o que aprendemos até agora
sobre os elementos que, compõem o valor de uma empresa. É uma tarefa desafiadora.
Habituamo-nos conviver com parâmetros físicos (materiais) para alimentar a idéia de
que uma empresa (de produtos ou de serviços), vale aquilo que os nossos olhos
conseguem enxergar. Imensos terrenos, caminhões, galpões, máquinas, estoques ou
escritórios. Quanto maior ou mais bela, mais rica nos parecia. Essa noção pode não
ter mudado para a maioria dos executivos. Tampouco se trata de discutir se as
dimensões físicas são ou não fundamentais para medir o valor das empresas. Mas
observe um ícone global como a Nike. A empresa nada possui que corresponda às
dimensões da sua liderança no segmento de material esportivo. A imensa maioria de
seus ativos é de intangíveis. Aos consumidores da marca Nike pouco importa saber
como e onde são produzidos os tênis que compram. São atraídos pelos valores que a
marca Nike traduz. Trata-se de um modelo até certo ponto singelo: criar uma empresa
virtual. Com ele você não precisa capitanear urn parque industrial. Basta contratar a
produção onde os custos sejam mais baixos e a mão-de-obra mais eficiente. Não é
necessário investir tempo e trabalho na paranóía de focar padrões de qualidade que há
muito deixaram de ser o principal fator diferencial de competitividade.
O fabricante deve produzir as encomendas de acordo com os padrões que você e sua
empresa estabelecerxn. Ele vive disso. Se não o fizer a um custo competitivo, rua com
ele. Nem mesmo a armazenagem, distribuição e assistência técnica necessitam ocupar
o seu tempo. Há empresas especializadas nessas funções que operam com elevados
níveis de eficiência. Thomas Stewart, editor da Fonune e autor de O Capital
Intelectual, lembra que, além da Nike, muitas corporações gigantescas praticamente
não possuem ativos tangíveis. É o caso da Visa. Movimentando acima de 300 bilhões
de dólares por ano, os ativos materiais da Visa limitam-se a mesas, cadeiras e
computadores, uma vez que as linhas telefônicas e os espaços físicos são propriedades
que podem muito bem ser alugadas. Para muitas empresas, o ativo intangível serve
hoje de lastro para a captação de capital e novos investimentos. Alguns exemplos:
Entenda primeiro que se trata uma tarefa mais complexa que a avaliação tradicional
de uma empresa. Uma coisa é aferir quanto valem máquinas, terrenos e estoques. São
bens palpáveis, commodities que podem ter seu valores cotejados no mercado. Basta
comparar preços e estimar a depreciação. Outra, bem diferente, é estimar o preço de
algo único e intagível, que não se pode tocar. O poder de uma marca é reconhecido
pelos reflexos de sua imagem. São as percepções de qualidade, status, conforto,
beleza etc.
Quanto maior o grau de internacionalização que uma marca confere, maiores serão
suas vantagens competitivas. Possibilita, por exemplo, abrir novas frentes de consumo
quando o mercado de origem estiver estagnado. As vendas do McDonald's se mantêm
estáveis no mercado americano? No Brasil e em outros países emergentes elas não
param de crescer. Corporações como McDonald's, Disney e Sony foram alçadas à
liderança mundial graças ao poder de marcas que não se importam com fronteiras.
Pense, por exemplo, nos personagens Disney e os bilhões de dólares recolhidos pela
companhia em contratos planetários de licenciamento e merchandising.
Há quatro outros fatores que recebem menor peso nos levantamentos da lnterbrand:
Mercado: uma marca pode ser mais ou menos valiosa dependendo do setor
em que opere. Alimentos e bebidas são tidos, por exemplo, como mais prornissores
do que vestuário. É fácíl entender por quê: as empres desse setor estão mais
vulneráveis às oscilações da moda. Lembra os tempos de ouro da grife Pierre Cardin?
Ela chegou a ser a marca líder em licenciamento e merchandising. Hoje suas margens
mal se aproximam de uma Gap ou de uma Armani.
Tendências: relaciona-se à capacidade da marca em evoluir com o tempo sem
perder sua identidade. Quer exemplos? Ford e General Motors, pioneiras do setor
automobilístico, que souberam combater a escalada de concorrentes japoneses no
mercado americano. Lançaram produtos inovadores, sem jamais abrir mão dos
valores que fizeram de seus modelos referências para os consunúdores americanos.
Suporte: investimentos contínuos em comunicação, pesquisa e
desenvolvimento de novos produtos facilitam o posicionamento de uma marca no
mercado. Hoje as relações entre marcas e consumidores não terminaram no balcão.
As marcas mais valorizadas costumam ser aquelas que se empenham no pós-venda
por meio de serviços de atendimento e de assistência técnica.
Proteção legal: uma marca não existe até que esteja legalmente protegida. Em
1973, o McDonald's perdeu o direito de uso na África do Sul. Um empresário de
Pretória havia registrado o nome. Resultado: a companhia norte-americana teve de
recomprar o próprio nome quando quis entrar naquele mercado em 1995.
Dadas as notas para cada quesito, o passo seguinte da avaliação consiste em apurar os
resultados financeiros gerados pela marca. Trata-se de fazer um levantamento dos
números relacionados às vendas atuais e futuras, margens de lucro, investimentos em
publicidade e impostos, entre outros indicadores. Chega-se finalmente ao valor da
marca combinando, por meio de um modelo matemático, os fatores mercadológicos e
os financeiros.
Existe no mundo provavelmente uma única marca que paira acima de qualquer
controvérsia quanto aos critérios de avaliação. É a Coca-Cola. A lnterbrand e a revista
Financial World a estimaram em 48 bilhões de dólares. Vale isso mesmo? "Nós
realmente não sabemos quanto ela vale", disseram executivos da Coca-Cola no
relatório da diretoria de 1995. "0 que nós sabemos é isto: se nossa companhia queimar
até o chão não teremos problemas em emprestar dinheiro dos bancos e reconstruí-la
com base apenas na força de nossa marca."
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