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[E-BOOK]

Cadeias
Musculares
Ola, sou Janaina Cintas
Criadora dos cursos de Biomecânica do Pilates, Atualizações
Científicas do Power House, Avaliação Postural, Cadeias
Musculares, ABC da Fáscia, Liberações Viscerais e criadora dos
métodos ROD - Reestruturação e Organização de Diástase e
MH - Metodologia Hipopressiva.

Sou Fisioterapeuta graduada há 29 anos pela Universidade da


Cidade de São Paulo e tenho formação em Cadeias Fisiológicas
do Método Busquet, Reeducação Postural Global (RPG) de
Philippe Souchard, Método Pilates e Pilates Aéreo na Escola
Internacional de Madrid, na Espanha.

Fui premiada no Prêmio Contrology por 2 anos


consecutivos, nas categorias Influenciador Digital (2018)
e Profissional do Ano (2019).

Espero que este material sirva como um guia para você


entender um pouco mais sobre o mundo fascinante
das Cadeias Musculares

Gostaria de te parabenizar por ter chego


até aqui e te desejo uma excelente leitura!
Janaína Cintas

Apesar de serem amplamente mencionadas nas áreas do


movimento, nem todo mundo sabe o que são exatamente as
Cadeias Musculares.

Mas fique atento, pois entender o que elas são e como funcionam
muda toda sua abordagem, seja no tratamento das disfunções
musculoesqueléticas, seja no treinamento físico.

Definições das Cadeias


Musculares pelos principais
Cadeistas
Segundo Madame Meziérès as Cadeias Musculares são:

O conjunto de músculos pluriarticulares de mesmo sentido e


direção que se comportam como se fossem um único só músculo.
Elas recobrem como se fossem telhas de um telhado.

Já a Madame Godeliève Denys Struyf acreditava que o indivíduo


se estrutura sobre a sua história de vida. E as Cadeias Musculares
irão se moldar ao indivíduo de acordo com suas necessidades de
expressão corporal.

Segundo Léopold Busquet as Cadeias Musculares são


circuitos anatômicos que circulam o corpo através das forças
organizadoras.

Wladimir Janda desenvolveu todo um conceito de balanceamento


organizador do corpo no final do século XIX.
Janaína Cintas

Leis Mecânicas que regem as Cadeias


Musculares
Minha proposta é desenvolver um conhecimento crítico com
embasamento teórico, e isso só será possível caso compreendamos
as leis mecânicas que regem as Cadeias Musculares, segundo
Léopold Busquet.

São 3 as leis que regem o funcionamento das cadeias musculares


e de todo o corpo. Elas influenciam na formação da disfunção,
patologia ou lesão do aluno/paciente.

1. Equilíbrio;
2. Conforto;
3. Economia.

Em síntese, o corpo deve-se manter estável e dentro da


homeostasia de forma confortável (sem nenhum tipo de dor ou
desconforto) gastando o mínimo de calorias possíveis. Quando
alguma dessas leis e desrespeitada, o corpo optara, dependente
de diversos fatores que podem ser: sociais, mecânicos, biológicos,
emocionais, trauma dentre outros, por adaptar-se ou se lesionar.
Porém, antes disto acontecer, para manter-se dentro das leis
mecânicas, o corpo se deformará, gerando as compensações
musculoesqueléticas.

Origem das Cadeias Musculares


Antes mesmo do conceito de cadeias musculares estar presente na
literatura, a osteopatia estudava o corpo como uma unidade. Porém,
esse conhecimento chegou a fisioterapia através das observações
precursoras de Madame Meziérès.
Janaína Cintas

Madame Mézières é de naturalidade vietnamita, nasceu em 1909.


Quase 30 anos depois ela se diplomou em fisioterapia na França e
começou seus estudos para em 1947 desenvolver o próprio método,
um postulado denominado Revolução da Ginástica Ortopédica. Essa
foi uma obra especialmente importante para o desenvolvimento da
fisioterapia.

Therese Berterath uma de suas discípulas afirmava que Madame


Mézières tinha dons de observação especiais. Veremos mais à frente
como essa sua observação diferente ajudou a desenvolver o método
que influenciou diversos estudiosos.

Entre eles temos nomes importantes nos estudos das cadeias


musculares como Philippe Souchard e Léopold Busquet.

O insight que levou Madame Mézières a desenvolver o método


aconteceu durante um atendimento de uma paciente com cifose
dorsal com uso de colete estabilizador. Na tentativa de mobilizar
a região torácica, ela gerou um enrolamento dos ombros como
compensação.

Porém, os ombros não eram parte da mobilização, além de aumentar


a lordose lombar e cervical, uma vez corrigida todas compensações
geradas sua paciente bloqueou a respiração. A partir dessas
observações, Madame Mézières desenvolveu suas leis, conhecida
como Leis de Mézières:

1ª Lei de Mézières
Nas leis de Mézières só existem lordoses. Por isso, o crédito de
comprimento que ganhamos na cadeia pode ser enganoso.

O sistema pode encontrar um meio de recuperá-lo em alguma


extremidade.
Janaína Cintas

2ª Lei de Mézières
A cadeia posterior é uma unidade que se comporta como somente
um músculo.

Ela ordena os demais músculos para que trabalhem de maneira a


seguir seus comandos. Essa ideia é discutida por outros cadeístas
que discordam que exista uma cadeia posterior única.

3ª Lei de Mézières
A cadeia posterior sempre possui musculaturas muito fortes, curtas e
potentes.

4ª Lei de Mézières
Para realizar o tratamento da cadeia posterior é preciso conter todas
as compensações que existem nela.

5ª Lei de Mézières
Todas cadeias deveriam aceitar a postura excêntrica da cadeia
posterior.

6ª Lei de Mézières
Esforços musculares são capazes de levar a um bloqueio na
respiração.

Cadeias Musculares de Madame


Mézières
Baseando-se em seus conceitos e pesquisas, Madame Mézières
descreveu quatro cadeias musculares.
Janaína Cintas

● Cadeia Posterior: Composta por todos os músculos posteriores.

● Cadeia Braquial: Formada músculos anteriores do braço,


antebraço e mão.

● Cadeia Ântero-Interna: Onde constam os rotadores internos dos


membros inferiores, músculo diafragma e iliopsoas.

● Cadeia Anterior Cervical: Compreende os músculos escalenos,


peitoral menor, intercostais e diafragma.

Apesar de pesquisas mais modernas e outros cadeístas terem


contestado alguns de seus conceitos, Madame Mézières foi genial
em suas colocações.

Ela foi a primeira fisioterapeuta que conseguiu perceber a relação


de músculos, fáscias, respiração e ligamentos. Phillipe Souchard,
um de seus principais alunos, seguiu com os conceitos de Mézières,
fazendo uma divisão entre os músculos fásicos em dois tipos de
cadeias. Essas são as cadeias musculares dinâmicas e os músculos
tônicos, como cadeias musculares estáticas.

Aqui encontramos uma diferença em relação ao trabalho de


Madame Mézières, que não valorizava dessa maneira a questão
do fortalecimento dos músculos fásicos. Philippe Souchard usou
seu conhecimento para desenvolver a Reeducação Postural Global
(RPG).

A RPG tem como objetivos:

● Devolver aos músculos hipertônicos, rígidos e dolorosos


a força, comprimento e flexibilidade através de posturas de
alongamento ativo;
Janaína Cintas

● Alongar músculos da estática e músculos suspensores, além de


encurtar músculos da dinâmica;

● Alongar os músculos rígidos e encontrar a retração de origem


através de estiramento progressivo.

Para Souchard, não existem alongamentos para grupos musculares


isolados. Os músculos estão dispostos em cadeias musculares que
são ligadas pelas fáscias. Portanto, não faria sentido tentar alongar
músculos de maneira isolada.

Alongar isoladamente tiraria o comprimento de outra musculatura da


cadeia. Ou seja, geraria compensações.

Madame Godeliève Denys Struyf


Madame Godeliève Denys Struyf foi fisioterapeuta e osteopata
importante ao estudarmos os cadeístas. Ela nasceu no antigo Congo
e viveu em uma fazenda de cacau até os 16 anos. Por ser de uma
família belga ela retornou à Bélgica e tornou-se estudante da escola
de belas artes de Bruxelas.

Como desenhista, Madame Godeliève tentava mostrar que era


necessário aprender a ver. Posteriormente, ela usou essa habilidade
em sua carreira como terapeuta para mostrar informações
importantes.

As cadeias musculares criadas por ela são musculares e articulares.


Denys-Struyf concebeu diversas posturas que mostram estados:

● Psicofísicos
● Personalísticos Específicos
● Idiossincráticos
Janaína Cintas

Para seu desenvolvimento, ela usou pressupostos teóricos de outros


métodos, como:

● Facilitação Neuro Muscular Proprioceptiva


● Linha Mézièrista
● Percepção da Coordenação Motora

Todos possuem como ponto em comum acreditar que o tecido


muscular é um conjunto indissociável: o tecido fibroso.

Método de facilitação neuromuscular


proprioceptiva
O Método de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva, foi
desenvolvida por Kabat em meados de 1950.

Foi o primeiro a considerar a solidariedade dos músculos como


reestruturação do movimento. Criou vários exercícios combinados e
com bases em espirais baseados em padrões primitivos.

Seu objetivo era, através do reflexo de estiramento, realizar


a estimulação de mecanismos neuromusculares através da
estimulação de seus proprioceptores. Assim, era possível reestruturar
o movimento.

O método trabalhava os grupos musculares de forma isolada, mas já


no conceito de globalidade.
Janaína Cintas

Cadeias musculares e articulares


GDS
As Cadeias Musculares e Articulares GDS acreditam no conceito de
que nossa atitude postural é a forma de nosso corpo derivada de
uma multiplicidade de fatores: desde a genética até o psiquismo e o
comportamento.

Há seis famílias de músculos que dão ao corpo a possibilidade de se


expressar. A cada uma dessas famílias corresponde uma tipologia
psico comportamental.

Entretanto, elas podem, em consequência de uma constância de


tensão, aprisionar o corpo em uma determinada tipologia. Isso
dificulta sua adaptabilidade mecânica e comportamental. Então,
torna-se fonte de sofrimento. Neste momento, configuram-se no
corpo cadeias de tensão musculares.

Em seu método considera que os problemas posturais podem


não ser iniciados em músculos isolados. Agregou outros fatores
negligenciados por muitos fisioterapeutas, como fatores ligados a
totalidade psicomotora e vivência que é individual.

As causas de lesões no aparelho locomotor estão associadas a


impulsão global do corpo na eretabilidade. Cada impulsão é o que
determinam nossos gestos. Por sua vez, a repetição desses fixam
nossa tipologia, que é única para cada indivíduo.

Cada um possui sua tipologia morfocomportamental, porém em


quantidade e qualidade variáveis para cada um. Alguns músculos
podem expressar um autêntico impulso interior para expressar um
comportamento exigido pelas circunstâncias.
Janaína Cintas

Godeliève enxergava seu paciente como uma amálgama da tipologia


basal com a tipologia adquirida, nesse amálgama estão:

● O hereditário;
● O genético;
● O racial;
● O cultural;
● O familiar;
● O profissional;
● O social.

No centro desse quadro, o projeto pessoal da forma e do


comportamento desenvolvidos ao longo da vida.

O método das cadeias osteoarticulares e músculos aponeuróticas


e suas técnicas de correção foram desenvolvidos entre os anos de
1960 e 1970.

Abordagens de Godeliève
● Método de leitura corporal, gestual e das formas para delimitar
o psico fisiológico do indivíduo que proporciona a nós fisioterapeutas
identificar seus pontos fortes e fracos.

● É um método de conscientização visando a utilização


harmoniosa do corpo para preservação de sua mecânica.

● Godeliève falava em esculpir um corpo vivo.

Segundo Godeliève, o psiquismo deixa seu sinal num simples gesto.


Nasce daí a forma corporal, e, por conseguinte, marcas no corpo.
Outro fator de influência seriam as vivências do indivíduo: trabalho,
esporte, cirurgias, sedentarismo etc.
Janaína Cintas

A biotipologia seria então o resultado entre as características


genéticas e a vivência do indivíduo.

A falta de elasticidade encontrada em determinados músculos pode


ser gerado por excesso de atividade em uma cadeia muscular.

Caso apareçam daí movimentos descoordenados, a cadeia


dominante fixa essas deformidades corporais.

As cinco estruturas psicocorporais


Cadeias Anteromedianas- AM
A atividade preferencial das cadeias anteriores e medianas AM
está associadas à afetividade, ao sensorial, à necessidade de ser
amado. As cadeias AM são responsáveis pelo bom posicionamento
de D8 e da ancoragem do corpo. Estas, com a sua necessidade
de toque, têm um papel fundamental na construção do ego e da
consciência corporal.

A cadeia AM é constituída pelos seguintes músculos:

● Períneo;
● Reto abdominal;
● Peitoral maior em suas porções inferior e média;
● Triangular do estern;
● Intercostais médios;
● Subclavicular;
● Escaleno anterior;
● Porção esternal do esternocleidomastóideo;
● Hióideos anteriores do pescoço;
● Músculos da estrutura bucal.
Janaína Cintas

Percebam que os músculos citados estão envolvidos com o


enrolamento corporal. Eles são essenciais para poder manter o
equilíbrio de um tronco que se encontra inclinado para trás e a
cabeça em protrusão, além do apoio nos calcanhares.

Comportar-se em AM é viver em espera, limitando o imprevisível, se


apoiando na experiência e no bom senso. Constrói seu futuro com
base nas suas aquisições do passado.

AM é afetiva, sentimental e de natureza sensorial. Na postura


AM de um indivíduo pode estar o resultado de sua escolha
comportamental.

Também pode estar em defesa, em situação de carência, sem, no


entanto, favorecer seu bem-estar. A postura AM está ligada a busca
pela mãe.
Janaína Cintas

Cadeias Posteromedianas- PM
A atividade preferencial das cadeias posteriores e medianas
PM está associadas à necessidade de ação, de realização e
desempenho. Levam a uma atitude em propulsão. As cadeias PM
têm um papel primordial na manutenção da verticalidade, freando a
queda do corpo para frente.

A cadeia muscular PM tem como seus principais músculos:

● Paravertebrais do segmento lombar e dorsal;


● Grande dorsal;
● Iliocostal.

A cadeia PM termina nas estruturas aponeuróticas, que se


estendem do occípto até a região orbicular. Ao contrário da cadeia
AM, o equilíbrio encontrado empurra o corpo para frente. Os apoios
são no ante pé, a coluna lombar se posicionará em hiperlordose,
ou pelo menos uma anteversão da pelve que flexionará o quadril
em busca do centro gravitacional. Já a coluna cervical estará em
extensão, o que pode leva-la ao longo prazo em grande sofrimento.

Comportar-se em PM é uma expressão de uma motivação e de uma


escolha. Sentir-se realizada nessa expressão psicocorporal, sendo
então projetado para o futuro, e com escolhas de agir nesse futuro.

São pessoas orientadas para o progresso, o êxito de um projeto, a


superação e a competição.

Essa personalidade gera, por outro lado, se o sucesso não for


atingido, uma tendência a dispersar-se e se desconcentrar,
desestabiliza-se, torna-se ansiosa, fisicamente frágil e se dilui
psiquicamente.
Janaína Cintas

O passo seguinte será de um corpo basculado para frente,


quando a estrutura oposta AM está em carência. Ele coloca forças
antagônicas em ação que não se coordenam mais.

Assim perante PM há AM, o indivíduo entrará em sofrimento. A


proposta de Godelieve é muito honesta e é chamada de igualização
das tensões e uma desescalada das forças que se opõem.

Cadeias Posteroanteriores e
Anteroposteriores- PA e AP
As três atitudes são subtensionadas muscularmente por uma
mesma motivação: a necessidade de ser, da construção da
individualidade e da busca do ideal em todos os níveis.
Janaína Cintas

Dois encadeamentos musculoaponeuróticos se subtensionam


gerando essas três atitudes. No seu funcionamento fisiológico elas
devem alternar suas respectivas atividades para manter:

● Ritmo respiratório;
● Equilíbrio das massas;
● Eixo vertical;
● Centro de gravidade.

As cadeias posteroanteriores PA entram em atividade na fase


inspiratória e as cadeias anteroposteriores AP, na expiratória.
Quando essas duas cadeias perdem a sua alternância fisiológica, é
gerada a atitude PA-AP.

Essa cadeia é responsável pela manutenção da postura estática


dentro do polígono de sustentação.

Cadeia Principal
O grupo das sentinelas do eixo vertical são PA (músculos profundos
da coluna vertebral posteriores):

1. Transversários profundos;
2. Intertransversários;
3. Interespinhosos;
4. Pequenos músculos occipito-atlas e axiais.

Anteriores:

● Pré-vertebrais;
● Longo do pescoço;
● Reto abdominal;
● Pequeno reto abdominal.
Janaína Cintas

Eles são responsáveis pela extensão axial.

1. O grupo dos músculos respiradores pressores, são PA-AP.

São os músculos que participam diretamente da dinâmica


respiratória, músculos que agem diretamente sob as diferenças de
pressões entre as cavidades torácicas e abdominais:

● Supracostais;
● Intercostais externos;
● Diafragma;
● Transverso do abdômen;
● Intercostais internos (PA AP-AL);
● Intercostais médios (PA AP-AL-AM).

1. São os músculos reguladores do centro gravitacional, são


essencialmente AP:
1. Esplênios;
2. Quadrado lombar (no plano frontal).
3. Escalenos médios e posteriores;
4. Psoas (nos três planos).
Janaína Cintas

Grupo dos músculos de transição: pertencem a AP-PL-AL.


São os músculos que ligam PA AP as cadeias musculares
horizontais que se prolongam ao longo do tronco, formando um
sistema de socorro respiratório.

PL:
Inspiração forcada
Estabilizam a escápula:

● Angular;
● Romboide;
● Trapézio médio.

Inspiradores:
● Serrátil anterior;
● Pequeno serrátil posterior-superior

AL:

Expiração forçada:

● Serrátil menor póstero-inferior;


● Intercostais internos juntando-se a cadeia AM através dos
intercostais médios.

Músculos que ligam a cadeia principal do tronco às cadeias


secundárias do plano horizontal:
● Ilíaco aos membros inferiores;
● Peitoral menor aos membros superiores.

PA-AP: ereta na inspiração e relaxada na expiração.


Essa dupla de estrutura corporal oferece ritmo a estática humana
com a respiração.
Janaína Cintas

Em harmonia AP-PA ou PA-AP, conforme uma expressão corporal


está unida. Quando separadas, sem oferecer esse ciclo oscilatório,
estarão frágeis.

Por um lado, a aparência de fragilidade em PA-AP, e por outro, a


energia da vida em AP-PA.

Essas cadeias obedecem a lei do mínimo esforço.


Comportar-se em PA isolada, se manifesta por rigidez psico
comportamental. Já uma AP isolada, é manifestada pela falta de
energia, alguém à deriva.
Janaína Cintas

Cadeias Anterolaterais
A atividade preferencial das cadeias anteriores e laterais AL está
associada a um modo relacional preferencialmente introvertido. É
caracterizado por uma seleção diante das trocas com o meio.
Essas cadeias favorecem a adução, a flexão e a rotação interna da
raiz dos membros, gerando uma atitude de recolhimento e podendo,
no excesso, chegar a achatar o corpo no próprio eixo.

Pelo fato do útero ser posicionado na pelve menor as adaptações


pode gerar um fechamento dos ilíacos. Assim, teremos músculos
oblíquos do abdômen e adutores com uma tensão maior.

É assim que acontecer muitos casos de dor lombar pré-menstrual,


que é acentuada pela tensão renal que acontece com a retenção de
líquidos no período.
Janaína Cintas

Cadeias Posterolaterais
A atividade preferencial das cadeias posteriores e laterais PL estão
associadas a um modo relacional preferencialmente extrovertido.

É caracterizado pela necessidade de entrar em comunicação. Essas


cadeias favorecem a abdução e a rotação externa das raízes dos
membros, gerando uma atitude desdobrada

Tratamento
Livrar o corpo dessas cadeias de tensão e padrões psicológicos,
além de proporcionar ao paciente a consciência do seu eu corporal.
Madame Godeliève foi mais longe que Bertherat, também
Janaína Cintas

dirigiu seus estudos e toda sua vida clínica para as questões


psicossomáticas, porém inovou completamente as cadeias de
Mezières. Foi a primeira a propor que as cadeias se comportam
como espirais e explicou suas ideias com toda interligação
psicológica e psico comportamental. Também incluiu em seu método
manipulações sutis de ossos e articulações.

Wladimir Janda

Grande cadeista polonês, contribuiu com seus conhecimentos sobre


o quadril.

Apesar do quadril ser um caldeirão quando visto pelo alto, sendo


caracterizado com uma articulação anfiartrose, o fato dele possuir
três ossos: dois ilíacos e o sacro permite que esses ossos entre
si possuam micro movimentos devido a tensões de determinadas
cadeias musculares.

Já que sabemos que existem micromovimentos uma mobilidade


ilíaca pode ser responsável por diversos desequilíbrios no corpo.

Ela é discreta, quase imperceptível, mas tem grande potencial para


gerar desequilíbrios musculares, problemas posturais e dor.
É essa mobilidade que condiciona a estática e dinâmica dos MMII
(membros inferiores).

Uma parte de seu grande potencial para desequilíbrios vem das


asas ilíacas. Essas estruturas possuem braços de alavanca que
existem na região e atuam nas cadeias musculares do tronco e do
membro inferior. As asas ilíacas possuem algumas mobilidades, que
são:

● Anterioridade e Posterioridade
● Abertura e Fechamento
Janaína Cintas

Analisando a mobilidade ilíaca conseguimos entender o


posicionamento disfuncional da pelve também.

O sacro também sempre acompanhará o ilíaco em disfunção.

Anterioridade do Ilíaco
A anterioridade acontece quando existe uma rotação anterior do
ilíaco sobre a cabeça do fêmur. Quando a anterioridade do ilíaco
acontece dos dois lados também observamos uma anteversão da
pelve e aumento da lordose lombar.

Esse desequilíbrio tensiona o quadrado lombar, que leva a parte


posterior da asa ilíaca para o alto. Também teremos um reto femoral
tensionado, trazendo a parte anterior do ilíaco para baixo.
Observe os seguintes sinais durante sua avaliação:

● Espinha Ilíaca Antero-Superior (EIAS) Baixa


● Crista Ilíaca mais Baixa
● Espinha Ilíaca Postero-Superior (EIPS) Alta
● Descida do Púbis (Anterior)
● Subida do Ísquio (Posterior)
● Sacro se horizontaliza e fica mais alto

A anterioridade do ilíaco também gera tensão no quadríceps


femoral, o que pode levar a alterações patelo-femorais e um
recurvato do joelho. Esse processo de alteração fisiopatológica
causa dores.

O membro inferior também fica em alongamento compensatório,


fazendo com que a perna da lesão pareça aumentada.
Janaína Cintas

Abertura do Ilíaco
Na abertura do ilíaco encontramos glúteos tensionados, levando a
parte superior da asa ilíaca para fora. O períneo também fica em
tensão e traciona a parte inferior da asa ilíaca para dentro. Como
resultado, os ísquios se aproximam.

Os músculos envolvidos são: psoas, glúteo médio e assoalho


pélvico

Encontraremos, portanto 3 (três) pontos anatômicos altos no exame


clínico

● Espinha Ilíaca Antero Superior Alta


● Crista Ilíaca mais Alta
● Espinha Ilíaca Postero Superior Alta
● Aumento da Distância entre o Umbigo e a Espinha Ilíaca
Antero Superior
● Sacro se inclinara numa Verticalização

Quando existe a abertura do ilíaco o membro inferior afetado


fica em varo do joelho com um aumento de projeção do membro
(alongamento compensatório).

As alterações ilíacas geram as famosas falsas pernas longas ou


curtas. O conhecimento trazido por Janda, e utilizado ate hoje em
suas 4 alterações possíveis.

Léopold Busquet

O grande mérito de Léopold Busquet foi introduzir a: cadeia neuro


meníngea, cadeia visceral e estática.

Em seu método, descreve ainda:


Janaína Cintas

● Cadeia de Flexão
● Cadeia de Extensão
● Cadeia Cruzada de flexão
● Cadeia Cruzada de Extensão

Conclusão
Conforme podemos observar as linhas de forca que transitam pelo
corpo observadas por cada cadeista são muito parecidas,

O que muda é a abordagem que cada um desses gênios


citados anterioremente trouxeram para deus métodos.

Sabendo esses trajetos e suas continuidades de forca podemos


aplica-las junto as metodologias hands off (Pilates, treinamento
funcional, dentre outros) ou em uma abordagem manual (terapias
hands on).

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