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EXECUÇÃO PENAL
Última etapa da persecução penal, a execução da pena não pode se afastar dos
princípios constitucionais e legais que regem o poder punitivo estatal.
Princípios esses que – sob a ótica do Estado Democrático de Direito, fundado pela
ordem constitucional de 1988 – colocam o ser humano no centro do ordenamento
jurídico, pois a promoção da dignidade da pessoa humana é o objetivo da República.
Promover a dignidade da pessoa humana nada mais é do que possibilitar que a pessoa
desenvolva os atributos de sua personalidade em toda sua potencialidade.
Durante a execução da pena, o condenado não perde a sua qualidade de ser humano,
ou seja, de sujeito de direitos, titular de direitos e de obrigações. A restrição dos
direitos do sentenciado se limita unicamente àquilo que for necessário para o
A violação desse princípio não se limita aos notórios casos de superlotação de presídios,
de falta a direitos básicos do sentenciado, como saúde, mas também a fatos graves,
como o alojamento de presos em containers, fato que já ocorrera no Pará e no Espírito
Santo, o que já ensejou denúncias contra o Brasil em Cortes Internacionais de Direitos
Humanos. Não obstante tais denúncias, a prática voltou a ser sugerida recentemente,
como medida preventiva à pandemia causada por coronavírus.
Pelo princípio da legalidade, na execução da pena, o Estado não pode limitar direitos do
sentenciado, senão apenas aqueles atingidos pela sentença penal condenatória ou pela
lei.
Desse modo, as normas internas dos presídios, de natureza administrativa, não podem
inovar a ordem jurídica, notadamente, no que tange à previsão de faltas e respectivas
sanções, sob pena de violação à ordem jurídica.
Com isso e dado o contorno constitucional de que o Estado deve promover o princípio
da dignidade da pessoa humana, como já salientado, a execução da pena não deve ter
como prisma afastar o sentenciado do meio social, mas promover a sua reintegração à
sociedade.
Esses são alguns dos princípios que devem reger a execução da pena no ordenamento
jurídico brasileiro.
A atuação institucional da Defensoria Pública (DP) deve ser pautada nesses princípios,
de acordo com as suas funções constitucional e legalmente estabelecidas.