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)1000

deveres de iguai naTUrezô (dois deveres de garante) e só podendo cumprir um o cumpri, n~


ilicitude, pois ftJnciona a caUSJde justjficacão du ilicilllde. O tipo de crime está preenchido em,
termos da imputação objetivil e há dolo mas não é ilícito pois funciona o cooflito de deveres,
causa de justificação da ilicitude.

~as nada do que ele pensava era verdade, e portanto o médico salvou o doente que podia
aguentar mais horas, ou seja, não havia deveres de igual valor, ou seja, não havia conflito de
deveres. Mas ele pensava que havia!

Solução:

Art.16Qj2 {normalmente sai sempre em testel

Este artigo está construído ao contrário, primeiro vem a estatuiçãojconseguêncja "o


preceituado no nQ anterior", ou seja, a exclusão do dolo. Em segundo vêm as previsões da
norma:

1."0 erro sobre um estado de coisas que, a existir, e~e do facto/l - erro sobre

..
causas de justificação

2./1o erro sobre um estado de coisas que, a existir, excluiria a culpa do agente", 011 seja, amba_?
excluiriam o dolo. - erro sobre causas de desculpa

Há aqui 4 pressupostos:

1. Erro ou seja, uma falsa representação da realidade

2. Tem que ser sobre um estado de coisas (pressuposto essencial)

No exemplo: ele pensava que a gravidade da doença do A era igual a gravidade da doença do B.
Embora não fosse verdade continuava a ser um estado de coisas. Diferente é um erro sobre por
ex os limites jurídicos da causa de justificação, ex: um marido que chega a casa e vê a mulher
com o amante e pensava que com base na legítima defesa pode matar os dois, e mata. Ele
conhece o estado das coisas, só não conhece os limites da causa de justificação, seria resolvido
pelo art.17Q, erro sobre a ilicitude.

Também é diferente o erro sobre a existência de uma CClusade justificação, ex: dar uma reguada
num aluno porque o Tonecas cada vez que falhava levava com uma reguada na mão. Existia uma
causa de justificação que era o poder de correção que existia antigamente, mas que agora já
não existia, mas o sujeito achava que existia. Aqui eu sei o estado das coisas.

3.Estado de coisas que não existe mas gu~ (4) SEexistisse excluiria a ilicitude do facto

Se todos estes pressupostos estiverem Qreenchidos exclui-se então o Dolo.

-
Ex de erro na legitima defesa:

Eu penso que há um tipo que me vem dar um soco porque anteriormente já me tinha ameaçado.
Ele aproxima-se com a mão atras das costas e eu dou-lhe logo um soco. Vai-se a ver o que ele
trazia atras das costas era um caixa de bombons porque queria fazer as pazes.

Há aqui um erro, s.,Q1Jre


um estado de coisas, euftnso qlJe há uma agressão iminente, que não
~e, mas que se existisse a minha agressão era justificada pela legitima defesa.

Ex de erro no estado de necessidade:

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o pressuposto é o perigo
o meu vizinho ta de ferias e entretanto eu vejo a chaminé dele parece que ta a arder. Vou a casa
dele, arrombo-lhe a porta e afinal ele tinha voltado mais cedo e tava a fazer um churrasco. Há
imputação objetiva, há ilicitude, não funciona o estado de necessidade porque não há nenhum
perigo, mas eu penso que existe, há um erro no estado de necessidade" porque eu estava em
erro sobre o estado de coisas.

A pergunta mais difícil: Porquê excluir aqui o Dolo?

o dolo é: saber que estou a praticar o facto típico e querer praticar o facto típico.

~ ( acho que é este o nome do gajo) dizia que o erro sobre os pressupostos objetivos de
l!,_macausa de justificação nunca poderiam excluir o DolQ, porque o Dolo mantém-se, tendo em
conta os elementos dest~ (teoria da culpa radical)

Mas depois começou-se a pensar que Velzer em teoria tinha razão mas que na prática quem
está no erro do 169/2 está numa situação materialmente idêntica á do 169/1, por isso se a
consequência do 169/1 é a exclusão do Dolo então a consequência do 169L2, deve ser a mesma
também. E porque é que é uma situação materialmente idêntica? Quem esta no 169/1 não tem
informação para conseguir perceber a ilicitude do seu comportamento (ex. eu levo coisa alheia
sem saber que é alheia). Quem está no 169/2 está exatamente na mesma situação, o sujeito não
tem informação correta para poder colocar o problema da ilicjtud~ (ex. pensar que a casa estava
a arder quando nem estava; quando penso que me vêm agredir mas na verdade nem vão, eu
não coloco sequer o problema da iiicitude porque eu penso que o ato é obviamente lícito). •

Mas como é que eu justifico isto? Como é que eu respondo ao Velver que já não há dolo, se
obviamente há dolo?

~ dolo não é apenas esses dois elementos (o querer e saber o facto típico), apenas
esses dois é o dolo de tipo. Existe também o dolo da culpa, a qual é acrescentado mais um
elemento, o problema de culpa, que é a atitude de hostilidade ou inimizade perante o direito.
Nestes casos do !6ªL2 o agente tem Dolo do tipo., mas não tem doia da CIJltlil, Qorque não tem
essa atitude de inimizade 011 hostilidade perante O dicelto, ~elo contrário ele acha que por ex na
legítima defesa esta a repor o direito afastando Ilrn~ressão, ele conforma-se com o direito.
Por isso aqui é afastado o dolo da culpa, NÃO A CULPA, e mantém-se o dolo do tipo. -

Matos Viana e Augusto Silva Dias: Não concorda com esta posição, só há um dolo, o dolo do
tipo. Justifica a exclusão do dolo no 169/2, existindo dolo do tipo, dizendo que, na verdade o
g_ueo 169/2 exclui não é o dolo, mas a imputação dolosa. Ou seja, o agente tem dolo, mas o
legislador opta por não lhe imputar esse mesmo dolo que o agente efetivamente tem, pois o
agente está numa situação material idêntica ao agente do 169/1.

Nota: Não demos nesta aula, mas é importante

A relação na legítima defesa entre erro do 169/2 e excesso do 339, situações em que estou não
só em erro como atuo em excesso. Ex: eu penso que alguém me vem agredir e não vem, portanto
há erro, e defendo-me, 169/2. Mas para além disso defendo-me com uma bazuca e arranco-lhe
a cabeça, ou seja, 339. O que é que eu aplico o 169/2 ou 339? (respondido em aulas mais à
frente).
jolOOO

AULA PENAL o9/0:,L2017

Resposta a d˙vidas:

uever uu medico fldU e !>alvdrU dgepte e tentê(,sa+~Mg.@.!.ã· Médicos não têm um dever
de resultado, mas sim um dever de meios, umJ!.obrigação de meios e não de resultado. eortanto(
se o médico tem 2 doentes, tem dever de garante quanto aos 2 as só pode salvar 1 é necessário
que o médico tente salvar 1. Se morrerem os 2, um morreu porque o médico não tinha hipótese
de o tocar e outro porque o médico tentou mas não o conseguiu salvar. não há ilicitude
nenhuma. Satisfez o dever porque o dever não é salvar o médico, mas fazer tudo o que for
possível para salvar o doente mesmo que ele morra. Tenho de satisfazer 1 dos deveres em
conflito para haver exclusão da ilicitude - se eu ficar bloqueado e não satisfazer nenhum estou ..
a praticar um facto ilícito.

Exemplo: Caso do pai que vê 2 filhos a serem apanhados por um remoinho, sendo cada um
levado para o seu lado. O pai tem dever de garante relativamente aos filho, tendo de salvar os
dois. Mas foi um para cada lado e o pai sabe que não vai conseguir salvar os dois, portanto um
dos filhos está condenado e o pai tem de escolher qual deles salva. Pai fica bloqueado e morrem

deveres é preciso que satisfaça um deles. O satisfazer do dever não será salvar concretamente
o filho, mys sim fazer tudo ao sei) alcance para salzáslo.

A prof. MPF diz, no entanto, q~e neste caso não há confiito=clJ;,.d.e.v_eIe.s.,


não há arili.caÇ.ãQ_QQ
artigo 369, não há exclusão da ilicitude, mas pode haver uma causa de desÇlJlpa (conflito de
deveres desculpante no livro da profª) um caso de desculpa sl)pra-legal por'ltle não está pre\lista.
~i. Mas tendo em conta os princípios do sistema o que se deve fazer. segundo a professora,
é desculpar o pai, que ficou bloqueado, e aplicamos a figura supra-legal do conflito res
desculpante (;t 369 é o conflito de deveres justificador - exclui a ilicitude).

_ /I Ali pensa que está em legítima defesa, que vem aí "B" que me vem agredir e vou agredi-lo,
pensando que ~tou a defender. Já dissemos que de acordo com a conceção da professora,
do prof FD e o~aqui excluir-se-ia o dolo.tM~,pode um terceiro atuar em legitima defesa
de ~' que vai a passar tranquilamente na rua e que vai levar um murro deli Ali por este pensar
que vai agredi-lo? Sim, por várias razões:

~ Mesmo Que não haja dolo, fica ressalvada a negligência, continua a eXistir a
possibilidade de entender q\Je e.JJ ql)e peosQ...Q!IP
vou ser agredido, logo penso que me
estou a defender, ainda assim posso ser responsabilizado a titulo de negligência.
~
-
E essa negligência existirá porque se o terceiro percebeu que não haveria agressão
'
nenhuma o sujeito também deveria ter percebido (violação
.... dos deveres de cuidado) .
~ Pode haver responsabilidade do agente a título negligente, logo "Ali está a fazer uma
ação ilícita e o terceiro pode agir em legitima defesa.
~ Mas e se nem sequer houver negligência? Continua a poder de acordo com a lógica da
professora MFP, para a profª quando se diz que a legitima defesa é o "repelir uma
agressão ilícita", o carácter ilícito da agressão não tem a ver com a ideia de ilicitude (de
qualquer coisa que vem a seguir a tipicidade) - quando se fala do carater ilícito da
agressão para permitir o funcionamento da legitima da defesa não é esse conceito de
ilicitude que estamos a falar, para aqui, estamos a falar de uma mera contrariedade

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objetiva à ordem jurídica. Objetivamente estava a mandar um soco a um tipo que não
tinha feito nada, mas subjetivamente vou dizer que estava a pensar em isto e aquilo e
blablá (a parte subjetiva não interessa). Para efeitos de legítima defesa, quando falamos
do caracter ilícito falamos de uma perspetiva mais objetiva de mera contrariedade
contra a ordem jurídicª, Estou a mandar um soco a alguém que ia tranquilamente na
sua vida? Sim. isso é objetivamente contrário à ordem jurídica? Sim. Portanto, está
preenchido o carácter ilícito. Em ˙ltima analise, mesmo que nem sequer se exija
negligência, a resposta em princípio é que urll,3º pode exercer legitima defesa contra
quem se enc2D,!re no 1691.?ol. ou seja, quem esteja a agredir a uC!:@__pessoa
a pensar que
se está a defender.

(Ver "Casos e Materiais" - coletânea de textos de direito penal e ver textos da professora sobre
legitima defesa e outro sobre a justificação").

A legítima defesa não se relaciona em nada com a negligência. Pode a legitima defesa desculpar
a negligência? Não, a legítima defesa apenas faz uma coisa: excluir a ilicitude.

~ O que a legítima defesa faz, ainda que haja dolo ou ainda que haja negligência, é excluir
a ilicitude .....
-> No caso acima, a questão da legitima defesa era a seguinte: se eu estou no 169/2 e não
tenho dolo e pelo 169/3 também não tenho negligencia, e se para haver ilicitude é
j:lreciso dolo ou negligência, como é que se pode dizer que estou a fazer uma agressão
~ de tal forma que haja outra pessoa que possa exercer a legítima defesa?
Porque a legítima defesa, supostamente, só pode ser feita contra questões ilícitas.
~ Resposta: eu posso não ter nem dolo nem negiigência por isso não tenhQ
responsabilidade (p.orque não tenho dolo nem negligência). Isto significa que o terceiro
que agora vem a dar um murro a "A" está a praticar um crime? J;_orquese /IA" não tem
l!fm dolo nem negligência também não tem ilicitude logo não está a fazer uma agressão
ilícita então o terceiro não se podia defender.
-> A professora diz que não: o primeiro (/IA") realmente não tem responsabilidade porque

--
não tem dolo nem
.
negÍigência, mas o
,...----
responsabilidade QQ[que não tem ilicitude P.QLillJ.5!
outro (terceiro)
está em legitima defe~a.
também não tem

~ --
Como é que a professora explica que o outro está em legitima defesa perante uma
pessoa que não tem responsabilidade nem por dolo nem por negligência?
~ Porque, é verdade que o primeiro ("A") não t~ndo dolo nem negligência não ~
ili_citude,_mas, ainda assim, está a fazer uma agressão ilícita porque a ilicitude da
agressão para efeitos de funcionamento da legitima defesa é diferente da ilicitude da
teoria do crime. É uma ilicitude especifica da legitima defesa, é uma ilicitude objetivada
e que se pode reduzir à violação objetiva da ordem jurídica.
~ Chega-se à situação de que toda a gente levou um soco e ninguém vai responder por
isso. Porque pelo 169/2 não tenho dolo, pelo 169/3 não tenho negligência (se
imaginarmos que não há deveres de cuidado a ter). Ou seja, para efeitos de teoria do
crime não tive um comportamento ilícito. Mas para efeitos de legitima defesa fiz uma
pessillLilícita.

Legítima defesa só tem uma consequência jurídica -> exclusão da ilicitude.

- Existe uma figura chamada "excesso de legitima de defesa desculpante" previsto no 339/2. Não
é legitima defesa, é sim uma causa de desculpa. Falaremos disto mais à frente.
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!-I1ATÉRiA SOBRE O 389/4:

_De forma a melhor perceber o ~8~/4! embora não seja correto dizer-se isto, o 389/4 é P inverso
do 169/2l
, ~"c>
L \ ~
Q.\e."'rA(t~"O
w,,':" \.:vto
Q.....
~\.
_ 12,9/2 é uma causa de justificação que só ex~ste no pensamento da pessoajeu penso que
aquela pessoa me vem agredir mas rl--~ovai I eu penso que o vizinho tem a casa arder mas não
está I eu penso que o paciente fo"i(sentiu na transfusão do sangue mas não há consentimento
~um - "Mas eu penso que ..." pertence ao 169/2.

_ O 389/4 é o inverso: há de facto uma agressão, mas eu não conheço da agressão I há de facto
um incendio na casa do vizinho} mas eu não conheço I há de facto um consentimento do
p~iente que eu não conheço. -> E mesmo assim vou atuar.

Exemplos do 389/4.

• A pessoa que vem em minha direcão traz uma faca atrás das costas e vai-me espetar a •
fe.ça, mas eu não sei disso e quando ele chega ao pé de mim dou um soco na pessoa.
Porquê? Porque me apeteceu. Mas depois vai-se a ver e no final de contas acabei por
r;pelir uma acãQ._ \. VQ Q.,á ~ \.
Eu tenho uma embirração com um tipo da minha rua que tem uma loja. Uma noite, já

com os copos, decido partir a montra. Vai-se a ver e nessa noite houve uma fuga de gás
!:...aconcentração do gás levaria à explosão da 19la. E eu, ao partir-lhe a montra o ~
dissipou-se e salvei-lhe a loja, afastando o perigo sem saber. -c l. vv"" <);\ (V a
O doente, que é testemunha de jeová, até já consentiu na transfusão do sangue, ~

:_u não sei que ele consentiu. Eu penso que ele é objetor de consciência e não vai querer
a transfusão, mas decide, mesmo assim, fazer a transfusão do sangue ignorando o facto
que o doente já tinha dado consentimento.

_Estes são todos casos do 389/4: está verificado o pressuposto objetivo da causa da justjficac_ão,
mas eu não conheço (falta o pressuposto subjetivo). O pressuposto subjetivo das causas de
justificação é o conhecimento e não a intenção de defender.

Exemplo: O telemóvel de /IA" está a dar o berro e estou desejoso que alguém me furte o
telemóvel para eu poder pedir no escritório um novo. Mas eu tenho um velho litigio com B, ou
seja, eu agradecia a qualquer pessoa que me furtasse o telemóvel exceto o "B", se for o /lB/I eu
já me vou defender. Depois "B" vem dizer que "A" não tinha intenção de se defender apenas
tinha a intenção de aproveitar a minha agressão para me agredir porque se tivesse sido outra
pessoa qualquer já não o agrediria, apenas aproveitou-se do facto para me agredir. E então? Il..
Rartir do momenta_em_q.u_e_alguémestá a agredir o meu património e eu sei q1le me está a
agredir o meu património eu posso defender-me. Portanto, o pressuposto subjetivo das causas
da justificação é o conhecimento.

- N2]89/4 é o conhecimento ql:!_efalta.

_ Consequência jurídica do 389/4: Aplica-se a P@<l da tQntatAAl_


«"'

_Porque é que o legislador decidiu aplicar a pena da tentativa e não a pena da cumplicidade que
é exatamente a mesma coisa?

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- A pena da tentativa é a pena do crime especialmente atenuada (239L2) - reduz em 1/3 os
r
limites máximos da pena prevista para aquele crime. Como é que sabemos em queTque
consiste a "especialmente atenuada"? -> Vamos aos artigos ~~ e ss e vemos que o
especialmente atenuado consiste na redução de 1/3, do limite máximo.
Exemplo: Se a pena do crime for de 3 anos a pena de tentativa será de 2 anos (reduz em 1/3 e
não para 1/3!).

- O problema é que a pena da cumplicidade é exatamente a mesma - pena do crime


especialmente atenuada. POlque é que o legislador falou em tentativa e não em cumplicida,de?

- A explicação é esta: Na tentativa há uma ação desvaliosa mas não há resultado desvalioso~ Eu
tentei matar, mas não consegui. O resultado nem sequer existe. Em todos os casos que falamos
agora isso aconteceu:

• Dar um soco no outro é uma ação desvaliosa, mas o resultado é conforme ao direito
porque é um resultado em que eu acabei por me defender.
• Partir a montra a alguém por lhe querer fazer mal é uma ação desvaliosa, mas o
resultado não é desvalioso porque eu salvei a loja ao homem.
• Fiz a transferência de sangue à testemunha de jeová porque acho que aquilo deve ser
feito a ação é desvaliosa porque eu penso que estou a ir contra a auto-determinação da
pessoa, mas o resultado é valioso porque corresponde efetivamente a consentimento
que a pessoa já tinha dado, mas eu desconhecia.

- Ou seja, é esta a estrutura do 389/4: Ação é desvaliosa, mas o resultado não o é. E isso implica
a sua analogia face à tentativa.

- Há uma discussão em torno do que se deve aplicar relativamente há tentativa:


Devemos aplicar o regime da tentativa ou a pena da tentativa?

- Qual a diferença entre aplicar a pena ou aplicar o regime?

- Se aplicarmos a pena da tentativa é fácil- chegamos ao crime em causa e fazemos a atenua&ão


especial e retiramos 1/3 da pena.

- Se aplicarmos o regime da tentativa é diferente porque assim vamos aplicar lodo o regime.
incluindo a (@~ue diz que só os crimes que tenham pena superior a pena superior a 3 anos
ou os crimes que prevejam expressamente a punição da tentativa é que podem ser punidos na
forma tentada. Isto significaria que o caso em que mando um soco a alguém e em que se
verifique o pressuposto objetivo da legitima defesa (há uma agressão, mas eu não sei - 389(4)
se aplicássemos ore ime da te e. Porque na ofensa à integridade física
WrJ.ples não se pune a tentativa 439 - não
t_gltativa e a pena não é superior a 3 anos).

Ou seja, se aplicarmos o regime da tentativa só punimos se:

~ Se for doloso - porque não há tentativas nesíísentes.


~ Punição da tentativa está exwessamente prevista.
-
~
-
Crime tiver pena superior a 3 anos.

- Se aplicarmos o regime da tentativa poderão haver casos que sairão impun~,


enquanto se aplicarmos a pena da tentativa haverá sempre punição ainda que atenuada.
jol000

- o professor iV·laios Viana defenda a opliC:lção do regime desfie logo pelo princípio dª-
[,essidade da pena: se o legislador entendeu que nao era necessário punir a tentativa por
exemplo, na orenSãà""ntesridade física simples e se o 389/4 revela a estrutura dC'ltentativC'l
então uando o 389 4 s a à inte (Idade física sim les continua a não ser
~cessário punir., O \; ~C}."*,,,,'""--r.>c['Y'I\ VLC\_<::t..,~i:..() ~ ~ 1..'n.t.\X'\.~ cio. Q_Cbtk.\.\...&__~
\J1~:,,\'(!,v-.'\Q ~ "(~'\J<J-. <&t\:~l
RESUMINDO:

• 389/4 são casos de verificação de pressuposto objetivo sem pressuposto subjetivo.


• A consequência é a aplicação da pena da tentativa ou do regime, consoante a opinião.

AULA 10/05/2017

Caso do Acórdão:

- Há, ou não, legítima defesa?

- O prof não perderia muito tempo com os outros pressupostos: deve-se começar por dizer que
é uma ação (há voluntariedade); que é um c~portamento típico (há imputação objetiva quer
pela teoria da causalidade adequada quer pela teoria do risco); que há dolo (não há falsa
representação da realida~e - há conhecimento e vontade). E entramos na ilicitude.

- O que é uma legítima defesa? quando é que estou numa situação de legítima defesa?

- Um dos pressupostos é a a!]ressão, tem de haver um ataque a um bem jurídico.

_Se o "A" chegar à rua e o meu cão estiver a passear e o meu cão tem um problema com /IA" e
quando o vê desata a correr atrás dele. /lA/I saca da arma e dá-lhe um tiro. - Isto é legítima
defesa?

_ Apenas os humanos é qlle têm capacidade para agir licitameote 011 ilicitameOle. Os cães não
agem licitamente. Cães não conseguem violar regras, isso cabe aos humanos.

_ As normas jurídicas, aquelas cuja violação gera ilicitude, só estão pensadas para as pessoas.
Apenas a ação humanacomporta o qualificativo de "ilícito" .•

_ E se "A" agisse e depois viesse alegar que teve de agir, mas não por legítima defesa? Agiu por
estado de necessidade, pois havia uma possível lesão de um bem jurídico, é um ~.
Comportamento de praticar um facto típico que visa afastar um perigo trata-se de estado de
necessidade.

_Ese "B" atiçar o animal para este atacar "A/I uma vez que não gosta dele? Se eu atiçar o animal,
o animal está a servir como o meu instrumento.

57
- Quanto ao caso do acórdão:

- Cabe verificar os pressupostos da legitima defesa:

o primeiro pressuposto está verificado -> há uma agressão humana. Os outros indivíduos estão
a atacar os bens jurídicos da liberdade, vitima e integridade física do sujtito.

o segundo pressuposto será a atualidade -> No momento em que disparou; os outros ainda não
lhe estavam a fazer nada, haveria então o preenchimento da atualidade? Sim, a agressão será
atual quando estiver a ser executada e também será atual e quando a agressão for iminente. SQ_
me posso defender a partir do momento em que a ação for iminente.

Como se concretiza este conceito de iminência? Quando é que posso dizer que a agressão está
iminente?

Exemplo: /1(" quer dar um tiro em "0" então compra uma pistola entra no autocarro e vai até a
casa de "C". Sai do autocarro -> entra no prédio e subo as escadas -> /10" abre a porta -> "C"
dispara sobre "0/1. Durante todo este decurso, em que momento /10/1se pode defender? Em que
momento há iminência?

Resposta: A partir do momento em que apontasse a arma já haveria iminência, antes não.

- A professora diz que a agressão é iminente quando já houver um ato de execução -2.22./.2. Só
,
a partir da tentativa há responsabilidade penal pois há um ato de execução. Antes não existe,
-
atas preparatórios só são punidos excecionalmente.

- Tenho de saber quando comecam os aios de exeCllçãa. Se o polícia prender a pessoa antes do
ato de execução, logo não começou a tentativa, o policia teria de o libertar pois não fez nada de
ilícito. Os atos que /1(" praticou antes de apontar a arma (comprar a arma; apanhar o autocarro;
entrar no prédio ...). Se, neste exemplo, "C tivesse porte de arma e o policia o apanhasse dentro
do autocarro não poderia fazer nada pois não estava a fazer nada.

- Atos de execução determinam, então, o momento em que começa a responsabilidade penal.


Começa a ser executado o crime. A professora diz que há agressão ilícita a partir do momento
em que é praticado o primeiro ato de execução. Logo, para a professora, uma agressão iminente
é uma ação em que já há, pelo menos, o primeiro ato de execução - 229/2/c).

- O prof. FD diz o 229/2 só vale para a tentativa. Não se pode transpor para a lógica da legitima
defesa. Logo, não se pode utilizar os atas de execução que são específicos da tentativa para-
q~lificar o que é uma agressão iminente a nível de legítima defesa,

- Prof FD dá um outro critério alternativQ (que não difere muito do 229/2): A agressão será
iminente quando o bem jurídico já está imediatamente colocado em perigo. Quando há uma
relação muito próxima, direta e imediata entre aquilo que é o comportamento do agressor e a
possibilidade de agressão do bem jurídico.

- No momento da defesa será necessária uma atividade física ou verbal que ponha em perigo
um bem jurídico. Conhecimento p˙bliCO de que "(" quer bater em /10" não é sllficiente par~
agressão iminente. Para haver. iminência é preciso que o observador olhe e diga: este bem
jurídico, a partir deste momento, já não tem qualquer barreira de proteção, a seguir este bem
jurídico vai levar um soco, um tiro, um pontapé etc. Q facto de eu ouvir dizer que "C' me quer
bater não chega para a iminência da agressão porque não há insegurança existencial do bem
joJ.OQO

jurídica que 2 o que caracteriza a iminência da agr2s~ão e a tentativ<J. 0.!entativa come.

-
quando nós percebemos que o que v;:Jiacontecer
------.......;:~--_......
a seguir será a violação
-
de um bem jurídico.

- Que é o que acontece no acórdão -> os indivíduos iam atrás do sujeito estavam quase a apanhá-
lo e já lhe tinham atirado pedras, por isso, quando o apanhassem, voltariam a agredir -> há
iminência da agressão.

- E, se eu estiver numa discoteca, e alguém chegar ao pé de mim e pregar-me dois estalos e


depois virar as coisas e ir-se embora eu posso agarrar no ombro dessa pessoa virar-me para mim
e devolver-lhe os dois estalos? Não, porque a execução da agressão já terminou. Depois do
termo da execução da agressão, já não se atuará em legitima defesa.

- E, se agora "E" furtar um livro a ''F'' e zarpar fora e ''F'' segue /lE/I para recuperar o livro e este
consegue escapar-lhe da vista. Entretanto, ao sair da biblioteca encontram-se de novo. Pode /lE"
dizer que o crime já está consumado, que a execução já terminou, e que ''F'' já não se pode
defender? -> o furto é um crime instantâneo.

_ Sendo o furto um gime instantâneo, consuma-se no momento de subtracão com intenção de


a_eropriação (;t sequestro - que é um crime permanente). Questão é saber qual é exatamente o
momento em que se pode dizer que subtraiu? Qual é o momento em que deixa de haver legítima
defesa?

- Qual é a solução?' Há várias posições:

_ A_?olução mais tradicional é a de que, no furto, há legitima


defesa até o agressor ter a pos~e
pacifica/tranquila da coisa agressão ter criado uma situação de tranqu.ilidade relati\lamente à_
posse da coisa. Se 2 dias depois encontrar ~no metro não importa porque aí já tinha uma
posse tranquila do livro. Enquanto /lE/I anda atrás de ''F'' na biblioteca à procura do livro ainda
há legítima defesa porque não há posse tranquila da coisa..:.

_ Dois dias depois no metro há alguma coisa que "F" possa fazer? Sim -> ação direta. De acordo
com o artigo ª19/1 a ilicitude é a contrariedade ao ordenamento jurídico tomado no seu
conjunto. Para efeitos de ilicitude ou exclusão de ilicitude temos sempre de ter em consideração
o ordenamento jurídico no seu conjunto, incluindo as causas de justificação que resultam do cc.
Logo, p!ra o Direito Penal, também são causas de justificação aquelas que resultam do CC, a
ação di reta não está no Código Penal, mas sim no cc. Ou seja, para Direito Penal devemos
atender aos outros ordenamentos jurídicos.

_ A ação direta é diferente da legítima defesa porque possui um pressuposto que a legitima
defesa não tem que é a proporcionalidade,.

_ Agora ao terceiro requisito: /lGI/ tem um teste de comercial e precisa de um código comercial.
E subtrai para utilizar o código de "H". Pode /lH" exercer legítima defesa contra a subtração para
utilização de /lGI/?

_ Esta subtração para utilização cabe no perigo de furto (2039 CP)? Nl0, não cabe porque o 2039
diz especificamente que se trata de subtração com intenção de apropriação. Mas há o furto de
uso que consiste na subtração com intencão de utilização e também é crime (2089) mas só se
aplica a veículos. Não existe o crime de furto para utilização. logo não podemos exercer legítima
defesa. Qual é a razão porque o furto de uso só aplica a veículos? Normalmente, quem furta um
veiculo para uso não é para levar a namorada ao cinema, mas sim para assaltar um banco; tráfico
de estupefacientes etc.

59
- Logo, pode "H" agir em legitima defesa? Tirar o código apenas para utilização não tá crime.,...m.as
continua a ser ilícito. Porque é que, em Direito Penal, podemos dizer que a agressão é ilícita,
mas não ser crime? Porque, a ilicitude em direito penal consiste em haver uma desconformidade
com a ordem jurídica tomad~ no seu conjunto - 319/1.

- ~ma agressão ilícita é uma agressão que contraria o ordenamento jurídico no seu conjun19 (e
não apenas ao Código Penal). ~meadamente> pode contrariar o direito civil que é o que
acontece aqlJi. No direito civil, "H" tem uso exclusivo que é objeto do sei! direito de propriedadf.
e, portanto, e a partir do momento que a privo do seu uso exclusivo estou a praticar um ilícito
civil, sendo suficiente para tornar a agressão ilícita.

- No acórdão, os indivíduos também estão a praticar uma ação ilícita.

- O ˙ltimo requisito, embora causa alguma discussão, tem de ser contra interesses juridicamente
p'rotegidos do próprio ou de 39. Posso agir em legitima defesa de 3i!, posso atuar em legitim2,_
defesa para defender outra pessoa. Se vir alguém a ser agredido na rua posso intervir em
legitima defesa, neutralizando o agressor.

- Se isto estiver preenchido, se todos os pressupostos estiverem preenchidos, estamos no


domínio da legítima defesa. O problema é que para exercer a legitima defesa tenho de cumprir
um requisito que é o requisito da necessidade?

- No acórdão, o policia ao ter disparado cumpriu o requisito da necessidade? Como vemos se o


agente escolheu, ou não, o meio necessário?

- O requisito da necessidade normalmente e designa-se pela necessidade do meio.

- Em geral, quais são os critérios/indícios que tenho para ver se o agente escolheu o meio
necessário? E no caso concreto, se o policia escolheu o meio necessário?

-O que é que acontece quando alguém se defenda por utilizar um meio que não é necessário?
O que acontece quando há excesso? Como é que sei para perceber se o meio é necessário ou o
é excessivo?

- Dentro dos meios necessários que são suscetíveis de repelir a agressão, devo escolher o meio
menos gravoso para o agressor. Se escolher o mais gravoso, tendo disponível um que é menos
gravoso, eu atuo em excesso.

- Como é que consigo perceber se o meio gravoso é mais ou menos gravoso?

- Próxima aula: como é que consigo perceber, prática, se o meio é excessivo ou necessário?

- A profs MFP entende que há limites éticos quando se exerce a legítima defesa. Mas veremos
mais à frente .

•:. RESUMiNDO: OS PRESUPOSTOSDA LEGíTIMA DEFESASÃO:


-) Agressão;
-> &ualidaill: (quando começa -> na iminência e quando termina -> quando a agressão
c~sou);
~ I Licitude.
~
-> Têm de ser contra interesses juridicamente protegidos do próprio ou de 39.
(Ver: Casos e Materiais de Direito Penal, 3.ª ed., Coimbra: Almedina, 2004 (159 e ss.) - artigos
da professora).
_ \u devo fazer sempre o meio necessário (menos gravoso). Se for menos gravoso dar um tiro

-
outros recursos que não impliquem a pior consequênciél é isso que devo fazer. Nunca oosso
-
de alerta é isso que devo fazer. Se tiver tempo para dar ur"õtiro é isso que devo fazer. Se tiver

passar imediatamente para o meio mais gravoso, tendo outros disponíveis.

- E se a situação for de tal forma exigente em termos emocionais, que esse tal stress, ultrapassa
as forças e as resistências de uma pessoa normal? A situação criou no individuo, aquele que se
ega a defender tal perturbação, que uma pessoa normalmente razoável não teria força ou
resistência para enfrentar e controlar essa situação de perturbação, ang˙stia ou medQ..

_ Nesta situação continuaria a ser responsável? Não, mas continuaria a haver excesso. Porquê?
Porque não utilizou o meio necessário. Neste caso em que utilizou o meio excessivo, ou seja, o
menos gravoso para o agressor, há excesso, mas compreendemos que o agente tenha atuado
de forma excessiva. Porque uma pessoa normal na mesma situação também não teria
capacidade de resistência ou força para controlar essa perturbação, ang˙stia ou meda.

Havendo excesso continua a haver ilicitude, mas exclui-se a culpa - 339/2.

o 339/2 é uma causa de desculpa não de exclusão de ilicitude.

- Artigo 339 está construído da seguinte forma:

339/1 _ Utilizei meio excessivo, que não era o menos gravoso de entre os eficazes a repelir a
agressão. Se utilizei meio excessivo o meu comportamento é ilícito. Não se exclui a ilicitude.
Verificaram-se os pressupostos da legitima defesa, mas o meio excessivo não exclui a ilicitude.

_ Mas o senhor estava numa situação de medo, ou ang˙stia ou perturbação, ou seja, llilliL
situação de tal forma perturbado que nenhuma pessoa conseguiria resistir a tal medo, ang˙stia
ou perturbação.

_ 339/2 _ Utilizou meio excessivo? Então é ilícito, mas como estava suieito a uma situação de
perturbação, ang˙stia ou medo que ultrapassa aquelas que eram as forças, resistência ou
capacidade de uma pessoa normal, então admite-se a desculpa, há uma exclusão de culna.

_ O polícia do acórdão não estava numa situação de 339/2. Mas se imaginarmos um polícia que
se encontra numa situação extrema ameaça à sua vida e utiliza o meio que não era necessário.
Podemos admitir o 33º/2.

_ No}39/2 basta que tenha atuado em excesso e esteja numa situação de medo que ultrapassa
as resistências normais de uma pessoa média?

_ Não, também não pode ser censurável. Para haver desculpa este medo, perturbação ou susto
não pode ser censurável. E para não ser censurável, ou seja, para desculpar, tem por um lado
s>I uma situação ode limite, um tal medo, perturbação ou susto que uma pessoa normalmente
diligente naquela situação concreta não teria forças para conseguir controlar essa emoção/gerir
a situação.

_ Mas, para além disso, há o problema das pessoas especialmente medrosas. ÇQmo decidir nos
c_:::osem que uma pessoa normalmente diligente até teria capacidade de resistência e força
para gerir aquela situação ou discernimento opara utilizar o meio menos gravoso mas esta
pessoa tão medrosa perde o controlo e não consegue usar o discernimento correto utilizando o

61
meio excessivo? E depois vem dizer que, pelas suas características medrosas, não tinha
capacidade para gerir aquela situação e utiliza um meio excessivo. Como decidir estes casos?

- Esta situação é censurável ou não?

- O que normalmente se diz a este propósito é que: se a emoção em causa (o medo susto o.u
perturbação) for superioí à capacidade de resistência daquela Ressoa concreta por urna
característica dessa pessoa que é censurável então aquela emoção é censurável. É o caso típico
dos pieguinhas - emoção ultrapassa as minhas capacidades de reslstencla poniue sou piegas e
-=-
tenho medo de tudo, mas isto é devido a uma característica que se pode censurar, enquanto
membro da sociedade devia saber gerir melhor as suas emoções. Loj9-S.e~
censurável não se desculpa coisa nenhuma.

- Pelo contrário, se alguém, numa situação qualquer, movido por um medo irresistível atuar em
excesso, mas é um medo irresistível para o sujeito em questão, uma pessoa razoavelmente
diligente saberia gerir tal medo. Este medo é superior à capacidade de resistência do sujeito em
-==>
concreto mas é superior por causa de uma característica minha que não é censurável.
...
Exemplo: Alguém vitima de violação que ficou com um trauma muito condicionador da sua vida
social, até organizou a sua vida de forma a que esse trauma não interferisse (não saía à noite,
andava acompanhada). Num dia, por uma circunstância imprevisível, viu-se numa zona mais
complicada foi assaltada por um individuo que até só lhe mostrou uma navalha e ela tinha um
tijolo à mão e atirou-lhe à cabeça. Defende-se perante o juiz dizendo que reviveu a situação de
trauma do ataque sexual de que tinha sido vitima e fiquei num estado de perturbação oque me
impediu de discernir qual era o modo necessário para me defender.

- E~g-G-t1ue ultrapassa as resistências d~~e reslllta de lJ~

~acterística que não lhe é censurável, podendo ser desculpada.

- U_mmedo não censurável é um medo que ultrapassa as resistências de uma pessoa normal.
Caso contrário, será censurável e não haverá exclusão da culpa.

- Quando ultrapassa a resistência daquela pessoa em concreto cabe analisar a razão pela qual
ultrapassa a resistência daquela pessoa concreta. Se for por uma razão censurável não pode ser
'esculpada. Se não for censurável pode haver desculpa.

- Só pode ser medo, não pode ser raiva?

- Há 2 tipos de emoções: as asténicas e esténicas.

- As emoções asténicas são do tipo medo e cabem no 339/2. As esténicas são do tipo raiva e não
.-= -

cabem no 339/2.

- Qual é a grande diferença entre uma e outra? Aj_asténicas cabem no 339/2 porque são as
emoções que fazem a pessoa sentir-se menos protegidas, mais carecidas de defesa. ~s pessoas
excedem-se na defesa porque sentem-se menos protegidas. São emoções que enfraquecem a
pessoa. As esténicas, pelo contrário, a raiva é a emoção que faz a pessoa crescer. A pessoa que
excede em raiva não excede porqllP p~jsa de mais defesa. mas sim de mais vingança. São
emoções, por definição, censuráveis.

- Isto foi uma passagem pela culpa. Há 4 figuras da culpa que são importantes:

---+ O estado de necessidade desculpante (359);


---+ Falta de consciência da ilicitude (179);
.IoJCOU

--> [,(cesso de legítima defesa desculpante (339/2):


---+ inimputabilidade - que a proª vai dar nas aulas mas o prof não falará nas aulas.
_ inimputabilidade em relação à idade (199) e em relação à anomalia psíquica (209).

CASO DO OSCAR PiSTORiUS:

_ Oscar Pistorius pensa que havia um assaltante dentro da casa de banho. Pega na caçadeira e
atiro lá para dentro. E no final, não havia assalto nenhum, era a namorada.

_ É um caso do 169/2 - Oscar Pistorius pensava que estava um assaltante na casa de banho e

afinal era a namorada.

- Mas é um caso de 169/2 em combinação com excesso.

_ Esta questão não pode ser confundida: Aqui era impossível falar em culpa. O erro do 169/2 é
um erro sobre o estado de coisas. Erros apenas sobre factualidade só não existem.

_ Existem erros sobre a factualidade típica que é relevante para o preenchimento do tipo, que
diz respeito aos elementos constitutivos do tipo (169/1)

_ E existe um erro sobre a factualidade que, a existir, exclui a ilicitude ou um erro sobre a
factualidade que, a existir, exclui a culpa que também é do 169/2. O 169/2 tem duas previsões e
-===---- --=::::
não podem ser confundidas.

_ O caso do Oscar Pistorius é um caso em que ele pensa que está a ser agredido e, portanto,
pensa que está verificado 0..E.ressuposto objetivo da legitima defesa - é um erro sobre o estado
do facto (169/2). A consequência
de coisas que a existir exclui a ilicitude
Pode ser punido? Pode por negligência, a negligência
-
fica ressalvada
será a exclusão do dolo.
pelo 169/3.
---
_ A consequência do 16°/2 será sempre a.exclusão dodolo ficando ressalvada a negligência.

_ Enquanto 0,169/1 ~ um erro de desconhecimento_(desconheço que está ali outra pessoa, eu


desconheço que a c.Qi_âaé. alhela,_e.LLde.sco.llheço que a vitima tem 13 anos, eu desconheço o
elemento típico._O !§~L2lt
sempre um erro de suposiçã~ (eu penso que há uma agressão, eu
penso que o doente deu consentimento, eu penso que há um perigo (pressuposto do estado de
necessidade), eu penso que há 2 deveres conflituantes (pressuposto do conflito do deveres) e

não há ou não deu).

_ Também há um excesso de legítima defesa no caso do Oscar Pisotorius.

_ O meio necessário será aquele que me permite repelir a agressão e, ao mesmo tempo, causar
menos prejuízo ao agressor - assim defendo os meus bens jurídicos e causo os menos danos
possíveis aos bens jurídico; do agressor. O Oscar Pistorius podia ter feito 1000 coisas antes de

ter disparado.

_ Regime do Excesso: Facto é ilícito.: mas a pena poderá ser atenuada. O agente é unido
normalmente, não há exclusão de ilicitude, culpa ou tipicidade. q facto é típico, ilícito e culposo;
No regime do excesso não se exclui coisa nenhuma, o agente é plenamente responsável. Ou
seja, é igual sendo que a ˙nica coisa que se admite será a atenuação da pena, mas esta é
facultativa, o juiz poderá não querer atenuar a pena.

_ Neste caso existe as duas coisas: 169/2 e excesso de legítima defesa.

_ Mas estes têm consequências jurídicas completamente diferentes:

63
~ No 169/2 o agente não é plenamente responsável porque não tem a responsabilidade
máxima, que é a responsabilidade por dolo que é a mais grave. Só pode ter
responsabilidade pela forma mais leve de imputação objetiva que é a negligencia. A
negligência tem sempre uma pena inferior ao dolo. Logo, não tem responsabilidade
plena porque só será responsabilidade a título de negligência.
~ No 339/1 há responsabilidade plena.
Qual dos regimes é que se aplica?

- Em Portugal, o Pistorius era condenado pelo 169/2 ou pelo 339/1?

- Não nos podemos esquecer que a legítima defesa é uma causa de exclusão da ilicitude. Não há
oJ:ltra conseq!lênc4l. A ˙nica coisa que exclui a culpa e está relacionado com a legitima defesa é
o 339/2. De resto nada da legítima defesa se relaciona com a culpa. ,...

- Neste caso, este concurso é meramente aparente, porque é um falso concurso. Na verdade,

-
não há 169/2 nenhum. Porquê?

- 339/1 diz que quando há excesso o acto é ilícitQ. Um dos pressupostos do 169/2: haver um erro
I sobre o estado de coisas I que não existe I mas que existisse excluiria a ilicitude.

- Logo, a partir do momento em que há excesso nunca se excluiria a ilicitude. Logo, a previsão
do 169/2 não está preenchida.

- LOGO, havendo excesso nunca se pode preencher a previsão do 169/2 pQL9ue depende de um
erro de estado de coisas que não existe, mas que existisse excluiria a ilicitude. Ora, havendo
excesso nunca se exçluiria a ílícítude.
- -
-
- Portanto, neste caso aplica-se o 339/1.

- Só há uma situação em que no concurso entre o 169/2 e o excesso se aplica 03J.9/2 que são as
situações em que o próprio excesso é provocado pelo erro. O agente representa falsamente a
realidade por ter representado falsamente a realidade atua em excesso.

Exemplo: Eu, estou ao serviço de uma loja de conveniência. É o meu primeiro dia e penso que
alguém me vem assaltar e não vem (erro sobre a existência da agressão -16;12). A pessoa que
estava ao serviço antes de mim disse que se houver problemas há uma coisa debaixo do balcão
que acabaria com os meus problemas. Ponho a mão debaixo do balcão e vejo que tenho uma
pistola de alarme (que me permitiria dar G"mtiro para afugentar devido ao barulho que causaria)
e uma pistola a seria. E ponho a mão e agarro na pistola a sério e com essa pistola acerto no
braço da pessoa que me iria assaltar.

-
Ou seja, para além do 169/2 também atuo em excesso (agarro na pistola a sério q!lando tenho
a pistola de alarme). O problema é que neste o excesso será causado também por erro porque
represento falsamente a realidade: eu penso que meio que tenho disponível é a arma a serio_
quando na verdade, ao contrário do que representei, também tenho a pistola de alarme. Neste
caso, n~estou em erro quanto à agressão como também estou em erro sobre a necessidade
do meio - neste caso aplica-se o regime do erro (169/2).
.LUOU

AU LA 17/05/2017

o consentimento diferencia-se do acordo. O consentimento será causa de exclusão da ilicitude


e o acordo será causa de exclusão da tipicidade.

Como se distingue o consentimento do acordo?

_ Há determinados crimes em que, o consentimento torna o facto típico não ilícito.

Exemplo: Eu bater numa pessoa é um facto típico. Mas se ela consentir não será ilícito. O
consentimento será causa de exclusão da ilicitude porque o meu facto de bater numa pessoa é
algo que ofende o bem jurídico e nessa medida é típico, corresponde ao facto previsto na lei que
será ofender a integridade física da outra pessoa. É um facto que viola o bem jurídico (por isso
é típico) mas acaba por não ser ilícito porque o titular do bem jurídico, ao exercer a sua auto-
determinação, consentiu nessa lesão. O consentimento será aquele que o facto violador do bem
jurídico, um facto típico, acabe por não ser ilícito.

Exemplo: 2 adultos consentem ambos em ter relações sexuais. Faz sentido dizer que o homem
praticou um ato típico de violação, que depois acaba por não ser ilícito, porque a mulher
consentiu? Aqui, o consentimento da mulher afasta logo a tipicidade, aqui nem faz sentido dizer
que há violação, que depois não é ilícito porque a mulher consentiu - eles aqui fizeram um
acordo que faz excluir logo a tipicidade, nem correspondendo ao que vem na lei. Porque neste
caso, o facto em causa não é algo que numa primeira linha viole o bem jurídico (que neste caso
será a liberdade sexual) e que depois a ilicitude é afastada. Este ato é algo que concorre para a
própria realização do bem jurídico, que será a liberdade sexual. A liberdade sexual não se
exprime apenas na sua vertente negativa que será a violação, ela também possui uma vertente
positiva que será a expressão da minha sexualidade praticando atos sexuais com outras pessoas.
Este facto relativamente ao qual há acordo é um facto que concorre para a realização do bem
jurídico.

Sempre que, por acordo, uma pessoa realiza um facto que concorre para a realização do bem
jurídico afastará a tipicidade. Caso pragmático será os atos sexuais em que há acordo entre os
parceiros.

Outro caso será a violação do domicilio - Eu convido um amigo à minha casa faz algum sentido
eu dizer que o meu amigo está a praticar o facto típico de violação de domicilio, mas como eu
permiti exclui a ilicitude? Claro que não. A integridade do meu domicilio é um bem jurídico que
é realizado quer na vertente negativa de ninguém entrar lá sem eu querer, mas também na
vertente positiva de eu puder convidar quem eu quiser. Ou seja, afasta logo a tipicidade, a
pessoa entrou com o meu acordo.

Depois há outros factos que numa primeira linha afeta o bem jurídico. Se der um murro numa
pessoa ela vai ficar com o olho aleijado. Mas se houver consentimento da pessoa, a ilicitude será
afastada pelo 329.

Exemplo: Pedir que me destruam o telemóvel. É um facto típico de dano porque destruíram
propriedade, mas como eu consenti não há ilicitude.

No caso de menores, o bem jurídico não é a liberdade sexual, logo o consentimento será
totalmente irrelevante porque nem tem idade para consentir (389). O bem jurídico será a auto-
determinação sexual, ou seja, estamos a proteger a correta maturação da personalidade sido
menor, sendo que a personaiidade sexual é uma dimensão da personalidade da pessoa. Ou seja,

65
o adulto estará a afetar a auto-determinação sexual do menor, a correta maturação da sua
personalidade sexual.

- Caso do paraplégico viu uma criança a roubar fruta do seu pomar. Logo. está a ser alvo de uma
agressão ilícita, mas a criança sendo inimputável não tCíá culpa. Mas para a legítima defesa não
é preciso uma agressão culposa, mas sim de uma agressão ilícita. E a ação é ilícita. Logo, es~
preenchido o pressuposto. Também haverá necessidade de meio, que será a caçadeira que está
ao lado, não tem outra forma de se defender. Até já podia ter dado um tiro para o ar e a criança
ignorou por se tratar de um paraplégico e deu um tiro na criança. Não há ninguém que defenda
que admite que a legítima defesa possa ser exercida nestes termos, mesmo estando
preenchidos os reaquistos da legitima defesa. Todos os autores defendem que a,
desproporcionalidade que existe entre a agressão que se quer repelir e o mal causado pela
caçadeira ultrapassa os limites que podem colocar à legitima defesa. O prof FD fala de abuso de
direito (figura geral do direito, que se aplica a todo o ordenamento jurídico apesar de estar
apenas no CC,se eticamente for possível estabelecer algum limite ao exercício do direito eu não
posso exercer o direito para além dos limites éticos.. A'professora também aceita esses limites
~écnicos à possibilidade de exercer a legitima defesa, tal como o professor Taipa de Carvalho.

Na verdade, o requisito da legitima defesa é a necessidade, mas depois estando com o


pressuposto verificado eu posso exercer legitima defesa? A proporcionalidade não é um
r!quisito, se fosse um requisito era altamente duvidoso que uma vitima de um ato sexual não
consentido pudesse matar o agressor. No exemplo de afastar um ato forçado de sexo oral, que
é ato sexual relevante, a vítima para repelir um ato sexual oral não consentido e mata a pessoa
haverá aqui proporcionalidade ou justa medida (que é uma das dimensões da
proporcionalidade). Nós nem precisamos de fazer este juízo porque a proporcionalidade não é
um requisito, mas sim um limite. Há situações de tal formas desproporcionais que não podemos
admitir a legitima defesa. Eu não posso admitir que alguém mate uma pessoa para proteger a
sua carteira de 10 euros mesmo sendo a lJnica forma de defender a sua carteira porque isto é
totalmente desproporcional entre o mal causado e a agressão que se tenta repelir, ultrapass-;
todos os limites éticos.

Se virmos os crimes de obediência (3429). Pode haver se desobedecermos a uma ordem de um


policia. Mas se a ordem não for legitima eu não tenho de lhe obedecer. Mas, mesmo assim, eu
posso, se o policia me for prender, empurrar o policia e meter-me no carro e ir-me embora?
Será legitima defesa ou crime de integridade física (porque bati no policia)? Prof entende que
n.§o há legitima defesa, será a mesma lógica de ser despedido ilicitamente e digo: "agora não
saio". Aqui não será legitima defesa porque não estou a recorrer ao meio menos gravoso porque
o meio menos gravoso seria o de impugnação do despedimento. Sempre que houver um
procedimento judicial especificamente pensado para repelir uma agressão ilícita é a esse
procedimento judicial que tenho de recorrer e não a outra coisa. Pois este processo judicial é
considerado o meio menos gravoso. ~ que deveria fazer seia utilizar 05 meios..processllais ~
reação contra uma detenção ilegal - Habeas Corpus (319 CRP), quando deferido terei direito a
ser ressarcido pelos danos causados por essa detenção ilícita.
jolOOO

PASSAHEMOSÀ CULPA:

- Como era entendida a culpa na escola clássica? Na escola neo-clássica? Na escola finalista?
Hoje, na escola funcionalista? - esta parte faz parte das aulas teóricas -> estudar bitches!

- Hoje em dia, a culpa é entendida corno uma dupla dimensão: dimensão cognitiva (relacionada
com a consciência da ilicitude - para ser pessoalmente censurado (ideia de censurabilidade
pessoal) não basta que eu tenha causado o resultado querendo e sabendo o que estava a fazer
(tipicidade subjetiva e objetiva) não basta haver contrariedade à ordem jurídica (ilicitude) é
preciso que depois o direito possa dizer que agora o senhor merece ser censurado por cometer
o facto típico ilícito.

_ Esta censurabilidade implica o elemento cognitivo (consciência da ilicitude) - só posso ser


censurado por fazer uma coisa má se eu tiver consciência que a coisa é má. Se eu pensar que a
coisa era boa e pensava sem culpa - eu não tenho culpa se não soubesse que a coisa era má
sem culpa (179 - Age com culpa quem não tem consciência da licitude de forma culposa).

1ª ideia da culpa: Só posso ser censurado por fazer uma coisa má se tiver condições para saber
que a coisa é má. Caso contrário, não posso ser censurado.

_ Depois implica um elemento volitivo que se trata da capacidade de me determinar pela


consciência da ilicitude. Eu posso ter consciência da ilicitude, mas não ter capacidade de me
motivar pela norma.

Exemplo: Alguém me diz para falsificar um cheque ou me mata - vou falsificar o cheque. Que
capacidade tenho para me determinar pela norma se o cumprimento da norma implica a minha
própria morte. Porque é que vou cumprir? Ninguém tem incentivo de cumprir esta norma neste
caso.

_ Estamos em 2 níveis: falta de consciência da ilicitude (179) e o estado de necessidade


desculpante (359). Há uma terceira causa de desculpa prevista no 339/2 vem da legitima de
defesa mas não é uma causa de exclusão de ilicitude sendo uma causa de desculpa - excesso de
legitima defesa desculpante. Se há excesso há ilicitude. Mas esse excesso (ilícito) pode ser
desculpado - situações em que o facto de ter escolhido o meio excessivo se compreende por
estar num estado emotivo não censurável (medo perturbação ou susto não censuráveis).

- Estas são as 3 causas de desculpa.

_ Depois, há uma causa de exclusão da culpa: A inimputabilidade é uma incapacidade de culpa.


impede a pessoa de ter culpa. Até agora (estado de necessidade desculpante, excesso de
legitima defesa desculpante, falta de consciência da ilicitude) falámos de pessoas que têm
capacidade de culpa mas que, considerando o caso concreto, podem ser desculpadas.

Na inimputabilidade nem sequer tem capacidade de culpa. Não interessa o que fez ou deixou
de fazer (199 - idade ou anomalia psíquica - 209).

- Agora vamos ao artigo 179:

CASO:"Um pai pensa que permitindo que a sua filha tenha relações sexuais com um adulto que
conhece e que considera ser impecável está a contribuir para a realização sexual da sua filha. E
depois alguém vem bater à porta deste pai dizer que ele é c˙mplice do abuso sexual de menores.
O pai defende-se dizendo que nunca lhe passou pela cabeça que o que estava a fazer era crime.
O juiz acredita que o pai não sabia que era crime.

67
- Atenção: Para irmos para o 179 tem de haver algo no comportamento que seja axiologicamente
relevante. Se for axiologicamente neutro vamos para o 169/1 parte final. Neste caso,
obviamente que ter relações sexuais com uma criança de 13 anos é axiologicamente relevante
e por isso este desconhecimento da proibição remete-nos para o 179 (que é o caso de 99% dos
casos). O agente não conhece a ilicitude desse mesmo comportamento. Mas isto não chega. O
que o juiz vai dizer que o senhor é um tonto e considera que ele realmente não conhecia da
ilicitude mas isso não chega mas para desculpá-lo não basta acreditar que ele não tinha
consciência da ilicitude. O 179/1 em combinação com o 179/2 é preciso que esse
desconhecimento não seja censurável.

o que vamos ver agora se o desconhecimento deste individuo é censurável ou não. Como se vê
isto? Quais são os critérios que temos para determinar esta falta da consciência da ilicitude?

- Relação do 179/1 com o 16?/2:Para haver desculpa é preciso que haja falta de consciência da
ilicitude e que esta não seja culposa. Se for culposa não haverá desculpa.

Exemplo: Há um crime, que em Portugal não é crime, mas é uma infração disciplinar muito grave.
Crime de infidelidade - se eu sou advogado de uma parte num processo, nesse processo nunca
posso passar a ser advogado na outra parte. Na Alemanha, há um advogado de uma parte, e
essa parte (cliente) diz que vamos chegar a um acordo com essa parte. E para chegar a tal acordo
o cliente diz que para facilitar o acordo toda a gente esteja articulado e fazemos o seguinte:
como conhece o meu processo você passará para a outra parte. Eu arranjo outro advogado e
depois celebramos o acordo. O primeiro advogado concordou. O advogado é preso e alega não
ter consciência de isto ser crime. isto é censurável ou não?

- Um caso de um ato sexual com uma pessoa incapaz de consentir (doente mental profundo).
Enfermeira trata do doente e acha que este tem direito à sua realização sexual. Enfermeira não
poderá ter relações sexuais com um doente mental profundo, este não tendo consciência seria
como trata-lo como um objeto. Mas a enfermeira pôs na cabeça que o doente tem direito à sua
realização sexual, vendo isto quase de forma altruísta acaba mesmo por ter relações sexuais
com o doente. No final diz que não percebia que o estava a fazer era um crime pensando que
até estava a fazer uma coisa boa.

- Prof FD exige para a não censurabilidade é preciso que estejam verificadas 3 condições:

1- É preciso que a questão da ilicitude não seja obviamente evidente. Não pode ser algo que
qualquer pessoa perceberia que seria ilícito. Deverá ter margens para d˙vidas. Se for
absolutamente cristalino que aquilo não pode ser lícito o problema está resolvido, havendo
censurabilidade.

2 - O agente, por uma razão qualquer (caso do pai: achava que estava a contribuir para o correto
desenvolvimento da filha I o advogado achava que estava a realizar justiça etc) a lógica, o ponto
de visto do agente ainda tem quer ter algum valor para o direito. O direito não poderá dizer que
o seu ponto de vista seja totalmente est˙pido.

3- O agente teve que atuar por causa desse ponto de vista. Esse ponto de vista não é algo que a
posteriori o agente vem dizer que a sua atitude poderia satisfazer esse interesse. Não é uma
explicação a posteriori - > quando o agente atuou, atuou de forma a satisfazer o seu ponto de
vista que ainda merece alguma valoração do direito.
jo10Gn

Atenção que nio é o ponto de vista do direito que se trata. o ponto de visto do Direito será que
a atuação é ilícita. É um ponto de vista que o direito olha para ele e pensa que pode ter algum
fundamento, que não é totalmente absurdo.

_ É muito difícil convencer o Tribunal a aplicar o 17\1/1, ou seja que há uma falta da consciência
da ilicitude não censurável- normalmente os casos não passam do 1ª requisito: é, por exemplo,
óbvio que a relação sexual com menores é crime.

- Quanto à comparticipação ver o livro da prof. Helena Mourão: Execução (...).

AULA 23/05/2017

19 e 29 casos práticos:

1.

B tem um ataque cardíaco na rua e cai perto do Opel Corsa de C.


A, enfermeiro, que percebeu o que tinha acontecido, sabendo que existe um hospital a cerca de
2Kms, e tendo consciência que B teria apenas escassos minutos de vida, arromba a fechadura
do Opel Corsa de C, para transportar B ao Hospital.
(para além de enfermeiro, A era especialista na abertura de fechaduras e realização de ligações
diretas)
Entretanto C chega ao seu carro, vê A a arrombar a fechadura e dá-lhe um soco.
Analise a responsabilidade de A e C.

2.
Um grupo de espeleologistas vão explorar uma gruta.
No regresso, numa passagem estreita, o espeleologista que ia na frente do grupo, e que era
muito gordo, fica preso na rocha e já não consegue sair, nem para trás, nem para a frente.
O espeleologista gordo não vai conseguir sair dali e morrerá seguramente à fome e sede.
Os outros espeleologistas conseguirão sair se fizerem explodir, com algumas barras de dinamite,
o espeleologista gordo.
E assim o fazem.
Agirão ao abrigo do artigo 34.9 do CP?

69
Caso 1:

o pressuposto da legítima defesa é a agressão. O pressuposto do estado duec@ss-i-ehlde é a


existência de um perigo atual que ameace bens jurídicos.

o que é um perigo? - Existência de uma probabilidade ~o de verificação de um


evento danoso.

Neste caso, alguém estava a ter um ataque cardíaco logo há uma probabilidade de verificação
----::.
do evento danoso morte.

No estado de necessidade para afastar o perigo, o que é o que o agente faz? - Estado de
>
necessidade implica sempre que eu, para afastar o perigo, pratique um ato ilícito.
-=-
No nosso caso, para afastar o r:>erigoalguém furta um automóvel- e como isto integra o estado
de necessidade não será um ato jlícito porque o estado de necessidade afasta a ilicitude.

- Para haver estado de necessidade é preciso mais alguma coisa:

A situação de perigo não pode ter sido voluntariamente criada pelo agente.

Exemplo: Enfermeiro do nosso caso, que queria salvar o homem, porque estava a fazer
chantagem com ele.

Pode, neste exemplo, atuar em estado de necessidade? Este exemplo integra a expressão "criar
voluntariamente o perigo" ou esta expressão deve ser interpretada de uma forma específica?

- Pré-ordenadamentejVoluntariamente: só não posso atuar em estado de necessidade quando


c~ei o perigo de forma a depois praticar o facto típico que o vai afastar. Não basta ter criado o
perigo é preciso ter feito isso porque queria a seguir praticar o facto típico que afasta o perigo.

Exemplo: Curiosidade mórbida para ver o que a minha vizinha tem pendurado nas paredes da
sala então pego fogo à minha cozinha para-partir o vidro da cozinha entrar lá dentro e procurar
o extintor dela para lhe ver o que ela tem pendurado na parede.

C~i o perigo para os meus próprios bens para, com base nesse perigo, ir praticar o facto típico
(invasão de domicilio) e assim praticar o facto típico que afasta o perigo.

- A alínea a) não afasta do estão de necessidade quando é para salvar bens de terceiro. Quando
for para salvar bens de terceiro mesmo QIJP tenha pré-ordeoi3da!!!.ente, criado o perigo eu posso
continuar a atuar em estado de necessidade,

- Aqui no caso, não foi o enfermeiro que criou o perigo.

A alínea b) está verificada no caso do enfermeiro?

o que é a alínea b)? - Princípio do interesse preponderante.

- implica uma ponderação de interesses- É como se houvesse uma balança e temos de por o
interesse a proteger e o interesse a sacrifjcpr.

- O interesse a proteger terá de pesar mais e muito mals. É essa a logica do sensivelmente
superior que quer dizer que à primeira vista/vista d.esarmada percebe-se logo que um pe~
muito mais do que o outro
:

jo-l000

_ Passando ao caso seguinte, há um grupo de espeleologistas que vão a uma grupa e um senhor
muito gordo vai à frente e fica entalado. Este senhor está condenado não vai conseguir sair da
gruta. Os outros só se salvam se fizerem explodir o homem gordo. Eles gostam do homem gordo,
mas sabem que o homem gordo vai salvar não tendo salvação possível e sabem qlle sÓse salvam_
se fizerem explodir o homem gordo/Exempio da corda do prof FD em que estão 3 na corda e_
para se salvarem têm de cortar a corta de forma a que o ˙ltimo caia.

- Pelo 349 eles podem explodir o homem gordo/cortar a corda?

Temos de ter em conta que não há legítima defesa contra estas pessoas, não está a haver uma
agressão ilícita. Um escorregou e outro ficou entalado. A questão é saber se a alínea.Q} está
....
preenchida - ou seja, se posso explodir o homem gordo/cortar a corda em estado de
necessidade para salvar a minha vida pratico o facto típico de homicídio.

Este caso pode ser logo resolvido pela ~Iínea c) que é uma causa de dignidade hlJmana. NjQ_
haverá estado de necessidade justificante q!lando não for razoável exigir ao titular do interessél,
a sacrificar que suporte esse sacrifício.

No nosso caso do enfermeiro em que para salvar a vida de um arrombo a porta do carro do
outro é razoável exigir que este suporte o sacrifício de alguém arrombar-lhe a porta do carro.

(em termos de responsabilidade civil o titular do interesse sacrificado terá direito a ser
sacrificado) .

E no caso do homem gordo/homem no final da corda? A estes já não seria exigível exigir que
estes suportassem o sacrifício porque seria a morte.

Aliás, se admitíssemos estado de necessidade nestes casos, tanto o homem gordo como o
homem no final da corda teriam que ficar caladinhos, ou seja, não podiam agir em legítima
defesa. Porquê? Porque o estado de necessidade afasta a ilicitude e não há legitima defesa
contra atos lícitos apenas contra atas ilícitos - então pela alínea c) não seria possível.

- Então, voltando, e pela alínea b)?

Na alínea b), para além do princípio do interesse preponderante, funciona outro princípio que
será a imponderabilidade da vida humaoa.

_A alínea b) implica uma ponderação entre interesses e_guando o interesse a sacrificar é a vida
humana então não há ponderação nenhuma, nem vale a pena ponderar. Se o bem a sacrificar é
a vida humana então nunca se há de encontrar alguma coisa do lado a proteger que sej~
sensivelmente superior, nem que sejam 1000 vidas humanas porque não valem mais que 1 vida
humana.

_Mas também temos que ter em conta que a alínea b) não fala em ponderação de bens jurídic9.,s,
mas em sim em ponderação de interesses. E quando de um lado está a possibilidade de salvar
vidas que possam ser salvas e do outro está um sacrifício de uma vida que naquela situação
concreta está condenada, Daquela situação a pessoa está morte.

_ Então, nesta situação o prof FD parece admitir que o salvar vidas qlJe possam ser salvas é u~
interesse superior a sacrificar uma vida que se encontra condenada - preenchendo a alínea b). ..
_ Para o professor Matos Viana isto não parece ser possível. Parece que a alínea b) consagra
sem re a im onderabilidade da vida humana ar u a z-o de justificação de exclusão
da ilicitude - a exclusão da ilicitude significa que o direito está a autorizar esse comportamento.

71
N~ parece fazer muito sentido que o direito autorize aiguém a escolher entre vidas que se.
salvam e os que morrem. Não faz sentido que o Direito deixe alguém ter o papel de De!:;l_s
momentaneamente.

Uma coisa será a I a de facto, o direito autoriza, no limite, a que


eu possa matar alguém. Mas aqui, matar alguém será a condição necessária para a rea Irmaçao
do direito, para afastar aquela agressão ilícita. Aqui, não é o que acontece - não há nenhuma ~
agressão ilícita, nenhuma violação do direito; O que aconteceria se nós pudéssemos dizer a estes
espeleologistas/alpinistas que os senhores estão autorizados a matar, estaríamos a autorizar
que eles desempenhassem o papel de Deus podendo escolher quem vive e quem morre. E isto,
para o prof Matos Viana, o Direito não pode fazer. Logo o 349 não se pode aplicar aos casos e.!Il
que para proteger uma ou muitas vidas tenha de sacrificar outra.

(Se realmente decidirem explodir o homem gordo/cortarem a corda eles QCaticarão um facw
ilícito, mas a responsabilidade destes será afastada mais à frente na ClllmL nomeadamente no
estado de necessidade desculpante, ou seja, não se aplica o 349 mas sim o 359).

- Voltando ao nosso caso do enfermeiro, parece que o pressuposto do estado de necessidade


estava verificado - havia um perigo atual e eu pratico um facto típico para afastar esse perigo
atual e todos os requisitos das alíneas a), b) e c) estão preenchidos, então o enfermeiro
encontra-se em estado de necessidade.

- O que acontece? Vem o dono do carro e yê o enfermeiro a forcar-lhe a fechadura e dá-ibe IIW
soco. Então qual é a responsabilidade do dono do car~o? Jb{Z
É um caso do 169/2 - ele age a pensar que lhe estão a furtar o..cat;r;o- desconhece a situação do
enfermeiro, que este está a agir em estado de necessidade. ioga a sua ilicit"de...será excluída
porque está a agir licitamente. Logo, excluir-se-ia o dolo do dono do carro ressalvando a
negligência pelo 169/3.

E quanto ao meio utilizado pelo dono do carro que chegou ao pé do enfermeiro e pumbas?

Qual é o requisito da legítima defesa? Será o meio necessário. Neste caso, não seria o meio
necessário sendo o meio excessivo. havendo uma dupla situação de 16/2 (erro sobre os
p!:_essupostosda causa de iustificacão) e há um excesso do 339/1 q~ não exclui coisa nenhuma
e a pessoa será plenamente responsável.

Aplicamos o 339 porque, como vimos na aula passada, 0_169/2 não se encontra preenchido
Rorgue levaria à exclusão da ilicitude do facto e havendo excesso, em que o regime diz que
nunca se exclui a ilicitude, por definição não se encontra preenchido a 169/2 parte final porque
não é um estado de coisas Qlle excluiria a ilicitude, -

No nosso caso, a atuação do dono do carro foi devida ao erro, mas o excesso não teve nada a
ver com erro.
)

jol000

AULA 24/05/201.7

A, B e C, combinam um motim na prisão, com o objetivo de fugir. O plano era um dos reclusos
dar uma vassourada na cabeça do guarda, outro roubava as chaves. No decorrer do motim, o
guarda que levou com a vassourada na cabeça morre devido a pancada, outro guarda leva uma

-
I;mbada (ahahahah), sofrendo danos na sua integridade física e devido a lJm incêodio num
colchão um outro recluso fica gravemente ferido.

Quem irá responder pelo homicídio do guarda prisional? Pela ofensa a integridade física do
segundo guarda? E pela ofensa a integridade física do recluso?
*
Quem lhe deu a paulada foi o B, os outros dois não deram.
, Da mesma forma, apenas o A pÔâ
fogo ao recluso, sendo que os outros dois reclusos não fizeram n,ada. Quem responde por estes
crimes? Sendo que no plano que estes conceberam nada foi estipulado como matar o guarda
ou pegar fogo a um colchão e consequentemente queimar outro recluso. Respondem todos ou
apenas o que cometeu o ato?

Estamos aqui perante um caso de coautoria, art.26º/2ªparte.

A grande vantagem da coautoria é que permite imputar o crime/c facto global a todos os
coautores, mesmo que individualmente nenhum preencha a totalidade dos elementos
constitutivos do tipo, tendo praticado apenas parte.

o que é necessário para a coautoria;


1. E{<ecuçãoconjunta- todos os autores têm que participar na execução do plano, do crime
(têm que praticar um ato de execução, art.229). Sendo que aquele que apenas participa
apenas no plano, ou seja, na fase preparatória, será c˙mplice. Ex: quem fornece a arma;
fazer o plano; - ELEMENTOOBJECTIVO.

Nem todos os c_,QmparticipaAteSrque participam na exeCllção são ccautores. Podem ser


coautores ou c˙mplices:

Ex. 4 pessoas decidem assaltar um banco. Há um que controla os guardas, .há um que controla
os clientes, há outro que vai buscar o dinheiro e há um quarto que fica ca fora ao fundo da rua
a vigiar a policia.
-
Neste caso todos preenchem o ..§Iemento objetivo da coautoria, PCllstodos participam Da
execução do plan,o, mas serão todos coautores? Não! Podem ser c˙mplices. Os c˙mplices
t~mbém podem participar na execução.

» Ideia de essencialidade:
-
Como é que se distingue então o coautor do c˙mplice?
-
_tla coalJtoria, a...expcu_çãoconjuota tem esta particularidade. Para se ser autor é
n_gcessáriaa existência do domínio do facto, ou seja, eu para s~r autor preciso de
dominar o se e o como da execução do facto. Ex: eu forneço ao A uma pistola para ele
praticar um assalto, quem domina o facto é o A.
Assim, para eu ser coautor, preciso antes de ser autor, ou seja, preciso de ter o domínio

-
do facto.
Portaoto dentro da coautoria, de entre os vários participantes da execução é necessáriq,
saber quais dominam o facto ou não. Na coautoria existe um domínio negativo, ou seja,

73
eu na coautoria não domino o assalt0./o!;lois não sou eu que faço tucio. MAS existe um
critério de essencialidade à minha conduta, à minha parte na execução- CRiTÉRIODE
ESSENCiALlDADE:se eu não fizer a minha parte, não é possível realizar o plano.

Se a minha parte no plano for meramente acessória eu serei apenas c˙mplice.

No exemplo dado acima do assalto, a doutrina tem vindo a considerar o sujeito que fica
a vigiar como mero c˙mplice, porque embora a sua conduta seja ˙til, não é essencial
para a execução do plano.
Já num caso em que o sujeito fique ca fora no carro a espera para fugirem, este será
considerado coautor, pois entende-se como essencial, tendo em conta que são raLQ.S_QS_
casos em que os assaltantes conseguem fugir a pé.

2. Tem que existir uma decisão conjunta - ELEMENTOSUBJECTIVO

A questão é saber o que está ou não abrangido por essa decisão?

Ex: s_uplaneio o motim. Combino com os outros mandar uma paulada no guarda e pô-lo a
dormir. Mas, entretanto, dou-lhe a paulada e o guarda morre. Esta morte está abrangida pela
decisão, de tal forma que todos responderão pelo facto? Sim!

Eu combino ir com alguém roubar pastéis de nata ao bar. Combino que enquanto a outra pessoa
distrai a senhora da caixa, eu roubo-os. Entretanto a senhora repara e o outro mata-a cam 11m.
tiro. Eu respondo por este tiro? Não'

Aqui existe um problema de DOLO EVENTUAL:

-Ou seja, eu preciso de ver se os coautores quando tomaram aquela decisão representaram
como possívei QLI conformaram-se cam o resultado, ex. matar o guarda ou matar a sra da caixa.
Quando organizo um motim eu aceito a possibilidade de o guarda morrer? Sim, por isso embora
não tenhamos combinado isto a morte do guarda esta incluída, ~ uma eventualidade possível e
bastante plausível. Já no caso da sra da caixa eu não coloco sequer a possibilidade da morte da
sra, muito menos me conformo, por isso essa situacão não está incluída no âmbito da decisão
tomada anteriormente, respondendo apenas a pessoa concreta que produziu o resultado.
- ..........;,

Concluindo:

>- Quando o resultado não cabe na decisão só a pessoa concreta que produziu o resultado
é que vai responder. Quando o resultado cabe na decisão todos os comparticipantes
respondem pelo resultado.

Próxima figura camaankíaatíza:


Eu ligo a um individuo e dou-lhe 1000 euros para ele matar uma pessoa.

Eu sou o quê?

Sou o /lhomem de trás", sendo que existem duas modalidades: a instigação e a cumplicidade
psíquica(?)
jol000

Neste G1SO estamos perante a instigacão, 269jparte final, pois a minha conduta G2rine a conduté'l
du sujeito. Nos casos da cumplicidade psíquica(?) existe apenas um reíorço pura que o sujeito
pratique aquela conduta, urna mera influência psíquica.

lV1asporque é que não se trata de autoria mediata?

_Tem que existir instrumentalização de outra pessoa e não instrucão de outro a prática da crime,
como na instigação.

Exemplos:

1. Eu pago a alguém para matar outra

2. Eu digo a alguém para entregar um prato a alguém, sendo que esse prato tem
veneno, mas a pessoa que o entrega não sabe.

o caso de instigação é o caso em que eu pago a outra pessoa para matar, pois aí quem determina
<;_facto é aquele que executa, pois este é plenamente responsável pela sua conduta, ele tem
pleno conhecimento do que esta a fazer e pode decidir ou não pratica-lo. Critério: plenamente
responsável o homem da frente.

Mas no segundo exemplo, quando eu utilizo uma pessoa que está em erro como é o caso a
pessoa não é plenamente responsável, porque não tem conhecimento do facto que pratica. Eu
sou autor mediato pois eu sei que pratico o facto e apenas lJtilizo a pessoa, iustwmentalizo-a
para praticar esse facto.

OU SEJA, o critério de diferença é: o homem da frente/o executante é ou não plenamente


responsável:

- Se for plenamente responsável, eu sou meramente instigador.

- Se não for plenamente responsável, eu sou autor mediato.

75
AULA 29/05 - AULA EXTRA

INIMPUTABiLlDADE

Situações de exclusão de culpa como a inimputabilidade - em razão da idade e em razão da


anomalia psíquica: elemento biológico que é a própria anomalia psíquica - logo se não houver
anomalia psíquica e houver uma sociopatia (incapacidade de absorver as regras normativas
porque é um sociopata, logo não tem nenhuma patologia neurológica isto já não integra o artigo
209 e depois é preciso um elemento normativo - não é qualquer anomalia psíquica que
preencha o artigo 209 é preciso uma anomalia psíquica que leva à que a pessoa deixa de
compreender o significado ilícito do seu comportamento, não tendo capacidade para entender
o significado dos seus atos).

ESTADODE NECESSIDADE DESCULPANTE- 359:

Mesma estrutura que o justificante, que é praticar um facto para afastar um perigo.

Haverá, depois algumas diferenças, no 34 eu pratico um facto típico para afastar um perigo
(ilicitude está excluída logo o meu facto é apenas típico, mas não é ilícito - partir o vidro na casa
de alguém para entrar lá e fazer chamada - ato típico de dano). No 359 já não é assim, só se
exclui a cuipa logo o meu facto é típico e ilícito, pratico um facto típico e ilícito para afastar o
perigo. Outra grande diferença relaciona-se com o tacto âerrrr~·S--éU-p-oâer, em estado de
._.-:::::.
necessidade justificante, proteger gualquer interess_e jurídico sendo que o ˙nico requisito é a
alIii§jil - p. preponderante dos interesses, mas pode ser qualquer interesse jurídico desde que
superior. NO 35 já há um catalogo de bens que podem ser (vida integridade física
ITberdade e honra) em estado de necessidade justificante.

- Diferença principal: os requisitos no 34 vêm previstos no 935 apenas há um requisito que será
a inexigibilidade: eu pratiquei o facto típico ilícito (matar alguém) mas matei alguém para
sobreviver, se não tivesse morto eu próprio morria - era inexigível comportamento diferente?
O direito não me podia exigir um comportamento diferente, nomeadamente não matar outra
pessoa? Se o direito não poderia exigir eu serei desculpado.

Caso do Padre: Padre, sem carta, põe-se a conduzir porque recebe um telefonema a dizer que
"X/I está a morrer e preciso da extrema unção (Iast rights bitches). Conduzir sem carta é crime.
Padre diz que não teria alternativa e que tinha de dar o sacramento.

- Com este facto típico ilícito ele está a afastar algum perigo do catálogo? Honra ou liberdade
religiosa - neste sentido negativo (não ser castigado por ter uma certa religião) mas no sentido
positivo (poder exercer aqueles atas fundamentais para o meu culto) - n este caso dar a extrema
unção a alguém que a pede é um elemento essencial para o seu culto. A honra aqui não se
relaciona com o bom nome, aqui, traduz aquilo para aquela pessoa constitui os valores mais
essenciais da sua própria personalidade -a tentar contra a honra é atentar, na logica do 359,
contra aqueles valores que para aquela pessoa em concreto são constitutivos daquela sua
personalidade - deixar que estes valores sejam violados seria negar-se enquanto pessoas.

- Agora passando a questão da inexigibilidade. Como se interpreta isto ~


jolOOO

Trata-se dr. exigir d pessoa que suportem JS situações de perigo. É muito difícil na pratica o
direito dizer que matou alguém ilicitamente (não em LO) mas de facto não lhe poderia exigir
outro comportamento. Normalmente, pode-se exigir outro comportamento. Normalmente.
~e as pessoas tenham um sangue frio, algum domínio perante os perigos. mas
também não podem exigir que as pessoas sejam heróis morais. Se o perigo for de uma dimensão
tão grande o direito não pode exigir gue-ª-Qessoa o suporte? Qual é o critério para o direito,
eXÍf;Ir ou nãQ, gue o a~PP4¤hQ,pe.r.igQ? -

Forrobodó.

as sim a alternativa lícita. Haverá inexig~dade seja de uma dimensão tal que
ultrapasse as forças e as capacidades de resistência de um homem normalmente fiel ao direito.
O problema é que esta pessoa não existe, logo é completamente manipulável. O juiz pode criar
um homem normalmente fiel ao direito que seja tão perfeito que tem o dever de suportar tudo.

_ Aplicado ao caso do padre - não se sabe como funcionaria. A pessoa normalmente fiel ao
direito resistira a este perigo para a sua honra e liberdade religioso que seria ter se de conformar
e ir para a cama sem dar a extrema unção? É difícil construi esta pessoa fiel ao direito. O que é
que uma pessoa normalmente fiel ao direito faria num caso destes? O prof não sabe muito bem
porque é difícil concretizar o conceito de homem normalmente fiel ao direito.

Critério da

começa por perguntar ao agente qual é a sua situação. A posição da profê tem Ipgo 2 requisitos
@Ta inexigibilidade: Tem se verificar que o agente concreto está numa situação de conflito
interior (para estarmos no 35 isso está preenchido - estou em cJWfljtp pO'il+'JA RSml I a ser aw
de um perigo e para afastá-lo tenho de ratic e é um facto típico iI~ - suporto
o perigo ou pratico o acto típico ilícito?) Depois a prof MFP diz alie aigndeQdo_,a estrutura
valorativa e ética e afetiva (aquilo que para aquele agente é valioso) tendo em contra esta
estrutura se este e um conflito existencial, ou seja, se é um conflito que põe em causa as
condicões essências da própria pxistêncja daº, ,g,la [;mssoa.Será que eu não praticar o facto típico
ilícito para afastar este perigo eu estou a negar aquelas condições que são essências para a
minha própria existência. isto não é feito de acordo com o tipo normalmente fiel ao direito, mas
sim de acordo com a pessoa em concreto. Neste caso do padre, não há d˙vida que ele
responderia que sim que não podia ir dormir sem dar a estrema a unção eu estaria a negar o
que para mim é essencial. E depois é preciso que a pessoa tenha resolvido o conflito de uma
forma que pode ser compreendida por uma pessoa eticamente bem formada (ou seja o prof FD
começa por aqui, a prof MFP acaba aqui). Então vamos ver se a forma como se resolve o conflito
corresponde a alguma que uma pessoa eticamente bem formada compreenderia. É um filtro
final que impede que um terrorista venha dizer que o meu projeto de vida é matar cristãos -
mas isto não corresponde à resolução do conflito compreendida por uma pessoa eticamente
bem formada.

_No caso do padre, há um conflito interno aquilo é essencialíssimo. Mas isso seria compreendido
por aquela pessoa eticamente bem formada? Depende das circunstâncias em que ele pega no
carro. Se eie não soubesse mesmo andar de carro, nenhuma pessoa eticamente bem formada

77
compreenderia isto. Se por outro lado, soubesse andar de carro embora não tivesse carta, urna
pessoa eticamente bem formada entende que perante o conflito existencial desta pessoa se
justificaria desculpá-lo.

COMPARTICiPAç.ÃO:

Pontos importantes da comparticipação? Há 2 questões prévias importantes e depois há uma


questão, talvez a mais significativa, entre a distinção das figuras comparticipativas.

2 questões prévias?

- Distinção entre autores e participantes - Autores serão aqueles


o como da execução criminar.
qUê dominam o facto - o se e

Ex: Tenho uma pistola na mão e tenho a vitima à minha frente - sou autor imediato serei eu a
- ----
decidir se e como disparo. Pelo contrário, a pessoa que me pagou (instigador) para matar ou
que me entregou a arma (c˙mplice material) não domina. Quem decide IIS~l=I+la O" não sou__
eu. Os participantes são aqueles que não dominado no facto participam no facto..

Nos autores temos o autor imediato, o mediato e o cc-autor.

- Na participação temos: o instigador e ~ c˙mplice.

29 nota prévia: para que o participante (instigador ou c˙mplice) seja punido é preciso que o
autor pratique um facto típico e ilícito não precisa de ser ClJlpo5_Q
(se eu pago alguém para matar
uma pessoa e essa acaba por matar em estado de necessidade deSCItlpante O q!le se afasta é ~
c~pa mas pratica um facto ilícito típico logo isso basta - artigo 299 a culpa é pessoalíssima só
me aproveita a mim não a outros - r;.. da acessoriedade mínima.

Se eu pago alguém para matar "B/I e "B" decide matar primeiro então /lA" matará /lB/I em
legitima defesa - eu que paguei não sou punido porque o autor pratica um facto típic_Q,mas nãQ_
é ilícito porque agiu em legitima defesEl.~
jol00ü

"Quem tudo quer ... /I

Adalberto, dono de uma joalharia famosa. a "Ouribern", situada na baica pombalina, tem vindo a
nota uma certa diminuição da sua clientela. Após alguma investigação, descobre que os clientes têm
sido atraídos pelas "Frost lt", uma joalharia recente, de filosofia mais moderna, aberta por Bernardo
mesmo atrás da loja de Adalberto. Furioso, Adalberto decide aniquilar a concorrência e ela um plano
infalível.

Decide, em primeiro lugar, contactar Carla, funcionária da empresa de limpezas que, por
coincidência, trabalha com ambas as ourivesarias, pedindo-lhe o código de acesso da "Frost lt". Visto
que Carla se mostrava reticente, Adalberto deu-ihe a entender que, se não lhe entregasse o referido
código, faria com que a mesma fosse despedida.

Na posse do código de acesso à "Frost lt", Adalberto encontra-se com Eva, de 18 aos, conhecida
toxicodependente da zona. Adalberto convence Eva a realizar um assalto à "Frost lt", falando-lhe dos
bens valiosos que aí poderia encontrar e explicando-lhe que, com o código de acesso, a operação
seria bastante simples.

Na véspera do assalto, Eva receia não da conta do assunto e pede ajuda a Daniel, de 15 anos, também
toxicodependente. No dia seguinte, penas 6 da manhã, Eva e Daniel dirigem-se à "Frost It" e
constatam que a porta da loja não se encontra fechada. Não sendo necessário marcar o código, Eva
e Daniel entram no recinto e iniciam a sua busca pelas joias valiosas que Adalberto descrevera. Com
enorme espanto, Eva e Daniela constatam que a loja se encontra praticamente vazia. Perante este
cenário, estes decidem não realizar o assalto e dirigem-se para a saída. No entanto, assim que
chegam à porta, são confrontados peia polícia e por Bernardo, dono da "Fr ost It". É que, sem que
Eva e Daniel soubesse, a ourivesaria "Frost it" havia sido assaltada nessa noite pelo "EI Dourado",
cidadão espanhol famoso pela sua carreira de assaltante e prediieção por outro, o qual, à saída, havia
acionado o alarme, aiertando Bernardo e as autoridades.

Em pânico, Daniel foge, sendo ioga perseguido por Bernardo. Este ˙ltimo, convencido que as joias
estão na posse da Daniel e temendo perder-lhe o rasto, dispara a sua arma de fogo, atingindo Daniel
nas costas. Quando se aperceber que o saco trazido por Daniel está vazio e que esta se encontra
gravemente ferido. Bernardo livra-se da arma e volta a correr para junto da "Frost lt", explicando à
polícia que o ladrão havia conseguido fugir. Passados alguns minutos, Gonçalo circula na rua onde
Daniel foi deixado inconsciente, conduzindo um veículo automóvel em estado de embriaguez.
Quando Gonçalo repara em Daniei, já não consegue evitar o embate, provocando-lhe a morte. Mais
tarde, vem a provar-se que a visibilidade na rua em questão era tão fraca, que mesmo um condutor
atento teria enormes dificuldade em evitar o embate e que Daniel viria a morrer, em qualquer caso,
dos ferimentos provocados pelo tiro.

Entretanto, Adaiberto é atraído pela confusão em torno da "Frost it" e, vendo Eva prestes a ser
apanhada pela polícia, aparece a correr e decide gritar: "Cuidado, ela está armada e vai disparar!".
Em consequência, Filipe, agente da PSP. em funções há menos de 1 mês, dispara a sua arma de
modo descontroiado na direção de Eva. No entanto, porque lhe falta a pontaria, acaba por acertar
em Eva, de raspão, numa perna, atingindo Adalberto na cabeça e deixando-o em coma.

Aproveitando a falta de atenção de Adalberto, que deixara a porta da "Ouribern" aberta, o


aventurado /lEI Dourado" decide fazer a sua segunda "limpeza" do dia, deixando a ourivesaria
compietamente vazia.

Determina a responsabiiidade jurídico-penal dos intervenientes de acordo com a lei penal


portuguesa: Adalberto (5 valores) I Carla (2) I Eva e Daniel (3,5) I Bernardo (3) I Gonçaio (1,5) I
Filipe (3) I Redação e sistematização (2).

79
RESOLUÇÃO:

- Preciso demonstrar que sei a teoria do crime e os vários pressupostos entre eles.
Técnica:
- identificar o problema - aqui é 169/2 erro sobre a ilicitude. Dizendo em brevíssimas palavras o
que está antes.
Por exemplo: 179 - há dolo e negligência logo há imputação subjetiva e objetiva e pumbas vamos
ver se há culpa pelo 179.
- EVITARCHOURiÇADAS.

Bora lá resolver o caso prático:

ADALBERTO:

TEM 2 CRIMES. "Vou analisar a responsabilidade de "Ali primeiro começo pelo crime de furto
qualificado - contrato toxicodependente para realizar um furto a uma loja - temos uma situação
de instigação - d!.tlermj~oIJtrem à prática de um facto - significa criar no, espirita do
executante, a decisão criminosa - relação de nexo de imputação obje_!!ya - resultado será a
materialização do risco- decisão criminosa do instigador tem de ser a concretização do resultado
de executante. Na autoria mediata também uso alguém aí será uma situação de
i!:!2trumenta lizaç.ãP

- Determinação vs instrumentalização - critério da plena responsabilidade do executante. Se eu


uso alguém plenamente responsável, a pessoa que vai fazer o assalto como é lenam~
responsavel tam 'o ão. Ele não está em erro, ele conhece
perfeitamente a situação, ele está em_plena liberdade também não está coagido. Se não tenho
domínio do facto sou mero instigador - sou c˙mpl~e, sou mero participante (PROF FD defende
que o instigador é autor). Se não houyer plena responsabilidade (ex: causa de exclusão do dolo
como o erro ou uma causa de exclusão da culpa ex erro sobre a ilicitude) se houver alguma causa
que diminua a responsabilização do homem da frente há uma instrumentalização. Se o homem
da frente não tem pelo controlo não terá plena responsabilidadf.

A toxicodependência não é nenhuma causa de exclusão de NADA. Tá aqui para confundir.

- Logo relativamente ao furto qualificado, /lA" é instigador. Para o instigador ser punido é preciss:_
a verificação de 2 coisas: exista inicio da tentativa e aqui existe. A 2ª condição é a necessidade

-
de o alJtor praticar o facto típico ilícito. (dimensão qualitativa que é a exigência do inicia da
lentativa por parte do autor -p. da acessoriedade limitada e dimensão quantitativa (participante
só é punido se o executante começar a praticar o crime). Só será punido se isto acontecer.
Iniciou-se a tentativa - 22/a) subtração da coisa. A mera subtracão não implica a consumação
SÓ se consome com Gl posse padfi~a.

29 crime: ofensa à integridade física de Eva.

- Ele enganou o policia de forma a que o policia disparasse a atingisse Eva e a ele próprio - é um_
somportameDto atípl~o - não é penalmente punido. Mas quanto o tiro a Eva ele já pode ser
responsabilizado. Ek.9ueria instrumentalizar o policia de forma a disparar sobre Eya e conseg.u..e..
havendo ofensa a integridade física de Eva- situação de autoria MEDIATA- Adalberto queria!
aproveita-se de um erro do executante que dimin!li a responsElbilid<Jd@desse mesmo..
executante - erro do 16!U2 - convence o executante que a Eva está numa situação de agressão
iminente convencendo o policia que pode disparar, sendo o seu disparo lícito. Como Adalberto
CARLA:

_Carla é c˙mplice na medida em que fornece uma ajuda material à realização do facto criminoso _
_ c˙mplice do furto qualificado. AGE COM DOLO -a cumplicidade tem de ser dolosa (179).
Teríamos de discutir Q dolo d
jJara o assalto. PEgunta-se se ela representou a possibilidade do assalto e conformou-se com
cig? _ dolo eventual - ftz a ponderação risco beneficio (se eu não der sou despedida) .J.o.gQ_
r~esentou a possibilidade e conformou-se.

_Não há desculpa - ninguém pode praticar crimes porque foi ameaçada de ser despedida - DEVE
iMPUGNAAAAAAR CHABRA!!!!!!! Ele quis afastar o perigo de despedimento, mas não está
verificada a ultima clausula da inexigibilidade - o cfu:eito podia exigir outro comportamento
como a impugnação do seu despedimento injusto.

Quando os autores chegaram à loja não precisam dos códigos porque a porta estava aberta.~
cumplicidade também é preciso uma relação de causalidade entre o apoio material dado e a
e~cução do crime. - farticipam no ato do autor.

O c˙mplice apenas tentou participar mas não participou coisa nenhuma - aqui Carla acaba por
não participar no facto do alltor oa medida de em que não há relação ode casualidade entre o
seu contributo e a execução.

EDUARDO+ EVA:

- Co-autoria.

- Eduardo é inimputável em razão de idade -199.

_~a vai responder pelo co-autoria. O co-autor responde por tudo e não apenas por aquilo que

-fez.
_ C!imes complexos: um bate na vitima e o outro subtrai a carteira da vitima - se cada um
respondesse pelo eu fazia um respondia pela agressão e outro pela subtração - NÃO É ASSiM,
r~spondem os dois por tJ,ldo. Desde que esse tudo CAIBA NO PI ANO Se um do nada decid~
começar a matar tudo o outro não responderá. O que cabe no plano e o que não cabe? Basta
que caiba._ncLpJ.a.no
a título de dolo eventual- depende se todos representar a possibilidade de
aquele que controlaLo policia poder a certa altura ter que disparar sobre o policia - se sim cabe
no plano, caso contrário não.

_ Problema da desistência da tentativa: Não sai para o nosso. A loja estava vazia e foram-se
embora porque não queriam isso.

_ Desistência voluntária ou não? O voluntário não quer dizer que não sofri influencia de nada
(em todas as nossas decisões somos influenciados e as decisões continuam a ser nossas - a
decisão será imputada a mim). Se pelo contrário, ouvir as sirenes da policia e desse do boost já
não seria voluntária, a decisão foi imposta pelas circunstancias. Questão da voluntariedade é

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saber se ainda sou eu que domino a decisão, o processo decisivo ou esta decisão foi-me imposta
por circunstâncias externas.

Aqui parece que não há voluntariedade. Eles desistiram porque o plano era subtrair uma certa
ordem de grandeza e chagaram lá e isso não existia. Eles não dominavam a situação as
circunstancias externas se impuseram e eles perceberam que não havia produtos suficientes
para tornar o furto proveitoso (se não houvesse nada para furtar haveria seria tentativa
impossível). Estava "praticamente vazia".

BERNARDO:

- Dispara sobre um individuo (Daniel) pensando que ele ainda tem o produto do roubo.

Seria legitima defesa se o ressu osto ob·etivo estivesse verificado mas nã á - não W
agressao I icíta. Bernardo pena que o Daniel tem o produto do roubo e este não leva - ele está
em erro sobre um estado de coisas (existência ainda atual de uma agressão atual e ilícita (não
haveria ainda posse pacífica!!!!!!!!!!!!) que não existe, mas a existir excluiria a ilicitude do facto.

Consequência jurídica - Não é a exclusão da ilicitude, mas sim o dolo. (discussão sobre o dolo
~ culp_a)

Para além do 169/2 há uma situação de excesso verifica-se o artigo 339/1. Quanto temos uma
situação de concurso entre erro do 169/2 e do excesso em principio, salvo uma exceção, aplica-
se o regime do excesso (339 - que não se exclui coisa nenhuma e há responsabilidade piena a
˙nica coisa que se pode fazer é atenuar a pena, mas essa será decisão do juiz que não se
encontra obrigado a atenuar). Se o excesso fosse desculpável (339/2) o que não acontece.

o 33° porque havendo concurso entre 16°/2 e 33° o....coocursoé aparente -


A_e_!ica-se Q 199/2
não está preenchido. De acordo com o 339/1 o facto é sempre ilícito e um dos pressupostos do
16° /2 é o segllinte.:. se a situação que o a gente imagina seria verdade a ilicitude seria excluída_
aqui havendo excesso e por isso ilicitude naõ se verifica o 169/2, este não está preenchido. A
˙nica exceção será se este for causa do por erro - agente criou o meio mais gravoso por erro ex:
não saber que existe outro meio menos gravoso.

Logo, será responsabilizado por ofensa à integridade física._

D~iel morre ao ser atropei ado, mas o tiro também O mataria - (alisa virtual isto é
absolutamente irrelevante. q tiro mataria, mas não mato_u.E a ˙nica causa virtual que interessa
é o comportamel=ltQ lícito alternativo e nesta questão não se verifica

- Poder-se-á verificar aqui: O que se podia argumentar era que de facto não foi o tiro qlle matou
por isso não podemos imputar resultado morte ao comportamento do Bernardo que foi disparaL
o tiro.

Mas podemos imputar o resultado morte que foi ter deixado Daniel pois Gonçalo tinha fraca
visibilidade - lJ.ão será o tiro que levará o resultado, mas sim a emissão de deixa( Daniel ali na
-
estrada - dever de garante por ingerência.
~
Para o Bernardo responder por homicídio consumado seria por omissã2 (o resultado morte seria
imputada à omissão do dey~r de garante ao deixá-lo na estrada). Não há imputação objetiva
relativamente ao tiro porque este não leva ao tiro.
101000

Primeiro patamar da teoria do risco pl·eenche-~e - há criação do risco permitido.

comportamento
--
2º patamar: Resultado é a materialização daquele risco? Pode não ser porque se verifica um.
lícito alternamo.
-
Os dados da hipótese evidenciam que qualquer pessoa a
passar naquele local atropelaria Daniel, embriagado ou não, ou seja, atuando licitamente ou
não.

_A...!2.0rma
violada neste caso seria iOI'Jti,1
(não se pode conduzir embriagado) porque se violasse
atropelava e se cumprisse também atropelava.
. -
2 Teses:

Roxin e FD (MV tbm) - ~ra haver comportamento licito alternativa qllP afasta a imp!ltaçãn.
objetiva é preciso um grau de certeza ou uma probabilidade perto da certeza de que se viesse a.
fazer o comportamento licito o resultado dar-se-ia na mesma.
-~sta a duvida raz~ de que se viesse a praticar o facto lícito/permitido o resultado
aconteceria na mesma - basta um grau de 75% de que se viesse a praticar o comportamento
lli=ito o facto aconte.cetia Da mespla. Se é assim então não é possível dizer que a norma seria
in˙til pois há uma probabilidade de apenas 759 então há 25% de probabilidade de que se
cumprisse a norma isso não aconteceria logo a norma seria eficaz.

-
_Situação de 169/2 - relativamente ao tiro contra Eva porque foi convencido por Adalberto que
Eva ia disparar. PQ[icia pensava que estava em curso uma agressão ilícita e atual. ~
verificasse o seu comportamento não seria ilícito. Mas não é caso, excluindo o dolo ficando
ressalvada a negligência (devia ter cumprido deveres de cuidado).

Relativamente contra o tiro a Adalberto - Erro na execução. EJ.e._atinge


IJm objeto não visado.
Quanto ao l~iro -169/2 e 169/3. Quanto ao 29 nós temos que ver se o agente quando disparou
c~tra o objeto visado representou a possibilidade e conformou-se com esta, de atingir um:
s:_bjetovisado por erro - aqui, se houver essa representação e conformacão responderá pe!5:
crime doloso. S~le não representar nem se conformar, ele responderá por tentativa quanto a
o objeto visado (aqui nem é tentativa é consumado mesmo). E quanto ao outro respondo pelo
crime negligente (se tiver representado e me tivesse conformado) ou doloso (se tiver
representado e conformado).

NOTA FINAL: verificada a imputação objetiva preciso de ir à subjetiva. - Quando se afasta a


i[11putação objetiva, quando não se pode imputar o resultado ao comportamento, eu tenho qu~
continuar a hipóte~ porque afasto a imputação objetiva, mas fica ressalvada a tentativa. Temos
sempre mesmo de avançar? ~o( porque há tentativas qlJe não são punidas como crimes não
superior a penas a 3 anos e cuja punibilidade não é ressalvada (pJ:_evisãoexpressa da punição).
Posição da Profª Teresa Quintela de Brito - Nas omissões impuras pode haver tentativa, desde
que estejam verificados os requisitos da tentativa.

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