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PLANEJAMENTO.

Planejar é um exercício de determinação do futuro. Planejar é buscar encontrar


os obstáculos e as oportunidades para obtenção do sucesso.
O planejamento tem três níveis: o estratégico, o tático e o operacional. A figura
1 mostra estes níveis.

Figura 1. Níveis de Planejamento.

O quadro 1 mostra os objetivos e respostas que cada nível de planejamento deve


fornecer para a empresa.
Quadro 1. Planejamento.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.
O planejamento estratégico de uma empresa é um processo de natureza analítica
no qual a empresa define quais estratégias irá adotar para alcançar as metas traçadas.
Essas, por sua vez, são elaboradas de acordo com os recursos disponíveis para fazer
isso acontecer.
O planejamento se baseia na análise da empresa e em como se dá sua relação
com o mercado no qual atua. Assim, busca focar as ações na geração de resultados a
longo prazo e no crescimento do negócio.
De forma resumida, podemos dizer que o planejamento estratégico procura
responder a três questões principais:
- Onde estou?
- Para onde quero ir?
- Como chegar lá?
É possível definir planejamento estratégico da seguinte maneira:
“Planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de
desenvolver e manter uma adequação razoável entre os objetivos e
recursos da empresa e as mudanças e oportunidades de mercado.”

Uma maneira de permitir que um planejamento estratégico tenha sucesso é


estruturá-lo em etapas. As etapas de um planejamento estratégico são:
• Análise de cenário.
• Definição de Objetivos.
• Definição de estratégias.
• Elaboração de um programa de ações.

É importante que todas as etapas do desenvolvimento do planejamento


estratégico incluam as principais lideranças da empresa, em vez de o trabalho ficar
centralizado em uma pessoa.
Algumas empresas, com gestão mais horizontalizada, têm procurado incluir o
maior número de colaboradores possível no trabalho.
O fio condutor da estratégia, porém, convém que seja definido pelo líder, que
deve levar em conta fatos concretos e objetivos, é claro, mas também a subjetividade
de seu propósito.
Basicamente, os pilares do planejamento estratégico serão as respostas para
perguntas que parecem simples, como:
• Onde a empresa está?
• Para onde queremos ir?
• Como vamos chegar lá?

A partir daí, há várias metodologias e ferramentas que ajudam a fazer mais


perguntas, detalhar as respostas, analisar os cenários e elaborar as estratégias e ações
necessárias para chegar ao objetivo.

É possível resumir a ordem das etapas do planejamento estratégico da seguinte


maneira:
• Definição do objetivo
• Estudo do mercado
• Autoanálise
• Construção de um plano de ação
• Monitoramento de cada passo.
Vale destacar que não há problema em rever a estratégia caso, no meio do
caminho, se julgue necessário. Porque o processo inteiro será sempre uma grande
aprendizagem. As empresas, em geral fazem essa revisão em períodos que variam entre
6 meses e um ano.
Antes de mais nada é importante que sejam estabelecidos as metas e os
objetivos. Seja qual for a meta principal, ela deve refletir os resultados que a empresa
precisa alcançar para que o sonho se torne real.
As metas devem ser alcançáveis, mensuráveis e temporais. O estabelecimento
de metas inatingíveis leva o planejamento ao descrédito e ao fracasso. As metas devem
ser traçadas de maneira serena e objetiva.
Quando se fale em meta mensurável, é importante que seja observada a
possibilidade de acompanhamento dos resultados durante o período estipulado.
O período para atingir a meta é de extrema importância. Ele deve refletir as
aspirações da empresa e deve permitir que exista tempo para que essas aspirações ejam
alcançadas.
O estudo do mercado mostra quais são as características do mercado objetivo e
como elas podem afetar o desempenho da empresa. Assim, além de saber o tamanho
do mercado e quais os fatores que o influenciam é preciso observar a relação entre esses
aspectos e o comportamento da empresa.
Isso significa que, para que o planejamento realmente ocupe uma posição
estratégica, é importante que seja feito um diagnóstico interno e externo do negócio.
Uma boa ferramenta para isso é a Análise SWOT.

ANÁLISE SWOT.
Para a sobrevivência de uma empresa, é da maior importância o conhecimento
da realidade ambiental para a formulação de um plano estratégico eficaz. A realização
de uma análise ambiental é o único caminho para que tal conhecimento seja alcançado.
A análise ambiental é um processo sistemático que procura mapear, classificar e
examinar as variáveis ambientais que povoam o ambiente da organização, quer seja
interno ou externo.
A análise SWOT é uma maneira de avaliar os fatores dos ambientes interno e
externo que que têm impacto positivo ou negativo na empresa.
A análise SWOT é uma das principais ferramentas para o planejamento
estratégico de uma empresa. O nome é uma sigla para as palavras Forças (Strength) ,
Oportunidades (Opportunities), Fraquezas (Weakness) e Ameaças (Threats), em inglês.
Em português, portanto, a sigla fica “análise FOFA”, mas é mais comum que se refiram
a ela como análise SWOT.
Em geral essa análise é feita e apresentada em um quadro como o apresentado
na figura a seguir.

Figura 2. Análise SWOT.

Os atributos definidos que compõem o quadro da figura 2 são os mostrados no


quadro 2:
Quadro 2. Fatores da Análise SWOT.
Fatores positivos Fatores negativos
Fatores internos S (forças) W (fraquezas)
Fatores externos O (oportunidades) T (ameaças)
Na matriz, as linhas representam os aspectos internos e externos à organização;
as colunas representam o que é bom e o que é ruim para a organização. A linha superior
está relacionada a aspectos internos e a linha inferior a aspectos externos à organização.
A coluna da esquerda representa o que é bom para a empresa e a da direita o que é
ruim.
A elaboração do diagnóstico efetuado por meio da matriz SWOT é que permite
à organização traçar seus objetivos estratégicos. Os princípios que devem ser usados
para esta formulação são: a coerência horizontal, a coerência vertical e a comunicação.
A análise horizontal permite determinar as forças e as fraquezas de uma
organização. Nessa análise, a força descreve quais as competências mais fortes da
empresa. As fraquezas são as competências que estão sobre a influência da empresa,
mas atrapalham e/ou não geram vantagem competitiva.
As forças e as fraquezas são aspectos que podem ser trabalhados pela empresa.
Como pontos fortes é possível citar a contratação e manutenção de pessoal qualificado,
detenção de produtos inovadores que atendam às necessidades de mercado com a
qualidade esperada, no prazo esperado e com o preço esperado, a localização da
empresa, etc. Os pontos fracos podem ser a falta de pessoal qualificado, falta de
conhecimento de marketing, baixa qualidade dos produtos, etc.
As oportunidades são os aspectos externos à empresa que influenciam
positivamente a organização, mas que não temos controle sobre elas. As ameaças são
as forças externas que não sofrem influência da organização e que pesam negativamente
para a empresa.
As oportunidades muitas vezes podem vir através de algum aspecto econômico
novo, como o crescimento da classe média, o aumento do número de filhos dos
consumidores, a melhoria da renda e do crédito, entre outros.
As ameaças, também, podem vir de algum aspecto econômico, por exemplo, uma
forte desvalorização da moeda pode causar um aumento muito forte no custo de
aquisição, em um cenário onde não é possível repassar este valor ao mercado,
deteriorando assim as margens da empresa.
Há de se entender que as ameaças para um certo tipo de empresa pode ser uma
oportunidade para outra. O importante é estudar as ameaças e oportunidades de tal
forma que as oportunidades sejam aproveitadas e as ameaças sejam minimizadas ou
transformadas em oportunidades de negócioÉ uma maneira de avaliar os fatores dos
ambientes interno e externo que impactam positiva ou negativamente na empresa.
Assim, para aplicar a ferramenta, devem ser escritos os seguintes atributos:
• Forças (Strenghts)
São os pontos fortes da empresa, aquilo que ela tem e faz de melhor. É
um fator interno que ajuda a companhia a alcançar seu objetivo.
• Fraquezas (Weakness)
São os pontos fracos, as desvantagens que a empresa tem perante seus
competidores. É um fator interno que atrapalha no alcance do objetivo.
• Oportunidades (Opportunities)
São aspectos do cenário atual do mercado e do público consumidor que
beneficiam a empresa. É um fator externo útil.
• Ameaças (Threats)
Por fim, devem ser listados os aspectos do mercado e do público
consumidor que podem ser obstáculos para a empresa alcançar seu
objetivo.
A análise SWOT permite que seja possível descobrir quais as medidas que devem
ser tomadas para minimizar os pontos negativos e maximizar os positivos.

MISSÃO, VISÃO E VALORES


Missão é o propósito, a essência da empresa.
A visão é o sonho, ou seja, o grande objetivo que a empresa quer alcançar.
Os valores são os comportamentos praticados ou desejados para que a missão
seja cumprida e a visão realizada.
É importante destacar que tudo isso precisa ser verdadeiro. Isso não deve ser
apenas para fins de publicidade.
Pode ser tentador escrever uma missão, visão e valores que estejam de acordo
com o que o público-alvo pensa. Mas o pré-requisito é que estejam de acordo com o
que a própria empresa pense e pratique.
A missão, a visão e os valores precisam refletir, portanto, o que a empresa é.

ESTABELECIMENTO DE METAS
Assim como na análise SWOT, as metas SMART têm seu nome originado de uma
sigla composta por palavras em inglês.
As metas SMART foram criadas por Edwin Locke e Garry Latham quando eles
perceberam que metas com determinadas características provocam um grau muito mais
alto de motivação. Essas características são justamente as palavras que compõem a sigla
SMART:
• Specific (específica)
Uma meta não pode ser vaga e subjetiva. Caso contrário, ninguém saberá
exatamente quando está próximo de alcançá-la, e o fator motivacional
será muito baixo. Por exemplo, em vez de definir que a meta é aumentar
as vendas ou as receitas, estabeleça o percentual de evolução desejado.

• Mensurable (mensurável)
É preciso garantir que os resultados que compõem a meta possam ser
medidos de maneira confiável. Então, além de definir o percentual de
evolução nas vendas, estabeleça uma janela de tempo, para poder
comparar com um período anterior da mesma duração e, assim, ter uma
ideia correta da variação nos números.

• Achievable (alcançável)
Algumas pessoas acham que quanto maior é a meta, melhor. Porque isso
força os limites de quem tenta alcançá-la. Isso não é bem assim. Se uma
equipe se depara com uma meta impossível de alcançar, por que se
dedicar tanto a ela? Ou seja, as metas devem ser realistas.

• Relevant (relevante)
É necessário que a meta tenha relevância dentro do planejamento
estratégico da organização. Quando os colaboradores compreendem essa
relevância (papel da comunicação interna), a tendência é que se motivem
mais para alcançar as metas.

• Time based (temporal)


Um grande erro é não estabelecer um prazo final para que a meta seja
alcançada.Ficar com a meta indefinidamente não faz sentido e não
ajudará na motivação da equipe.

PLANO TÁTICO
O plano tático é um desdobramento do planejamento estratégico a nível
departamental. Ele trata da criação de metas e contribuições de cada área da empresa
para a realização dos objetivos traçados no planejamento estratégico.
Nessa fase, os planos começam a ser mais detalhados e concretos, portanto. Eles
são traçados para a execução a médio prazo.
Veja que a ordem das coisas é partir, primeiro, de uma análise da empresa como
um todo, definindo objetivos, metas, missão, visão, valores e exercitando o
autoconhecimento. Só depois disso tudo é que se deve passar para os planos táticos dos
departamentos, pois todos os departamentos devem ter objetivos que permitam que as
metas sejam alcançadas. Imagine se o setor de marketing traça um objetivo, o de
vendas outro completamente diferente e o de produção um terceiro?
De qualquer forma, é no plano tático que tudo começa a ser aplicado. Então, é
fundamental que todas as áreas compreendam bem a importância do pensamento
estratégico em seu trabalho e nos resultados da empresa.

PLANOS DE AÇÃO
Os planos de ação são ainda mais práticos que os planos táticos. Eles
representam a materialização das ideias previamente definidas pelas lideranças da
empresa. Neles, são listadas as atividades que devem ser realizadas para que os
objetivos de que tanto falamos aqui sejam alcançados.
Nos planos de ação, exige-se que os gestores exercitem a capacidade de executar
e também de delegar.
O plano pode ser feito em formato de tabela, estabelecendo o objetivo e listando
as atividades necessárias para atingi-lo.
A figura 3 é um exemplo de tabela usada para elaboração de um plano de ação
que usa a técnica 5W2h.

Figura 3. Tabela de um plano de ação


Além da descrição da tarefa, convém escrever quais os recursos necessários, o
responsável por ela, a data de início, prazo final, status e observações. Ou seja, a tabela
precisa ser acompanhada e atualizada constantemente.
Sem planos táticos e planos de ação, o perigo é que toda a estratégia pensada
pelos líderes da organização seja em vão, que tudo fique apenas na teoria.

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