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Em po
e Lide ra nç a
[Módulo III]

Módulo III - empoderamento e Liderança 1


2 escola de liderança para meninas
de ra m ento
Em po
e Lide ra nç a
[Módulo III]

Realização: Apoio:

escola
escola
de liderança
de liderança
para para
meninas
meninas
MÓDULO III:
EMPODERAMENTO E LIDERANÇA

OFICINA 2:
OFICINA 1:
“Sou menina, eu posso!”: Alguns passos na história:
construindo empoderamentos feminismo e trajetórias que
inspiram

QUADRO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES


Este módulo tem como objetivo desenvolver as seguintes habilidades/capacidades:

Aprender a ser (Atitudes e valores)


Repensar a desvalorização e subordinação das meninas e
mulheres pela sociedade.

Aprender a conhecer (Conhecimentos)


Reconhecer que existem diferentes tipos de poder e como isso se
Agência e processa numa “cultura de dominação”.
desenvolvimento
do meu ser Aprender a fazer (Práticas e habilidades)
Atuar de forma democrática nos espaços de participação em que
atua.

Aprender a conviver (relacionamento social)


Compartilhar o poder como estratégia para alcançar a igualdade
de gênero.

4 escola de liderança para meninas


Aprender a ser (Atitudes e valores)
Valorizar ser parte de coletivos que ajudam a potencializar seus
projetos de vidas.

Aprender a conhecer (Conhecimentos)


Conhecer e construir estratégias para a resolução de conflitos.

Aprender a fazer (Práticas e habilidades)


Relações com Aprender a reunir-se para alcançar acordos;
Desenvolver habilidades para se organizar em grupo;
a comunidade Desenvolver habilidade para ser líder.

Aprender a conviver (relacionamento social)


Estar disposta a dar e receber críticas construtivas;
Identificar necessidades em seus pares e buscar formas de apoiar;
Identificar um interesse incomum em torno do qual se busque os
direitos

Este quadro foi inspirado no Manual de Metodologias da Escola de Formação em Liderança e


Participação da Guatemala. Foi adaptado devido às questões de idioma e de realidades locais do Brasil.

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OFICINA 1
“Sou menina, eu posso!”: construindo empoderamentos

MENSAGENS CHAVE:
• Conhecer e refletir sobre os tipos de lideranças;
• Embasar conhecimentos já adquiridos com suas próprias
experiências;
• Construir estratégias para colocar em prática algumas
habilidades de liderança.

Materiais necessários:
Cartolina colorida, pincel atômico, flipchart, fita adesiva,
data show, computador, celular com câmera, papel A4,
revistas velhas.

OFICINA PASSO A PASSO:


Dinâmica inicial: Cruzando o rio
Essa atividade foi adaptada do caderno “8 – Liderança”, do material (Duração:
Escola de Formação de Liderança e Participação da Guatemala. 1 hora)
Objetivo: Trabalhar em equipe, perceber diferentes formas de
liderança.
Descrição: O chão do espaço da oficina é dividido com duas
linhas, bem separadas uma da outra, e essas linhas representam

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dois rios. São formadas duas equipes. Para cada equipe, são
entregues 3 folhas de papel, pode ser A4, folhas de revistas velhas,
etc., e explica-se que cada folha dessas representa uma canoa e
que nessa canoa todos da equipe deverão viajar. O objetivo é cada
equipe passe de um lado para outro do rio usando essa canoa, em
2 minutos. Para essa atividade, existem algumas regras que devem
ser explicadas ao grupo:
As folhas não devem ser rasgadas nem dobradas;
Se alguém da equipe cair no rio, todas as integrantes devem
voltar ao ponto de partida e começam a travessia novamente, até
que toda a equipe consiga chegar do outro lado do rio.
Depois que as equipes conseguirem atingir a meta, algumas
reflexões são provocadas: quais dificuldades as equipes tiveram
para atingir o objetivo? O que ajudou a equipe a alcançar o
objetivo? Houve a necessidade de líderes nas equipes? Por
quê? Quem foram essas lideranças e por quê? É possível, então,
fazer um quadro com duas colunas colocando as percepções das
meninas sobre liderança. Pode-se solicitar das meninas que citem
exemplos de positivos e negativos de liderança que conhecem ou
ouviram falar.

Pensando e discutindo: Características de liderança


Essa atividade necessita da folha “Anexo A” no item “Ferramentas”
para Oficina que se encontra ao final do módulo. (Duração:
1 hora)
Serão formadas 4 ou 5 equipes (dependendo do tamanho do grupo)
e cada uma recebe uma folha de cartolina ou papel grande onde
irão anotar diferentes tipos de liderança (conforme quadro anexo) e
pensar sobre a questão:
Que tipo de líder promove direitos?
Cada equipe deve apresentar um tipo de líder, explicitando o que
foi discutido em grupo. A apresentação deve ser feita por meio de
atividade lúdica (teatro, música, cartazes com desenhos etc.). As
apresentações deverão ser feitas na volta do intervalo do almoço.

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Dinâmica quebra-gelo: A escultura
Objetivos: Estimular a expressão corporal e criatividade. (Duração:
20 minutos)
Descrição: os grupos devem fazer a seguinte tarefa:
5 minutos por equipe
As meninas formam duplas. Uma participante trabalha como
escultora enquanto a outra fica como estátua. A escultora deve
usar a sua criatividade de acordo com o objetivo esperado, ou seja,
pode fazer da outra participante uma estátua engraçada, criativa,
assustadora, bonita.
Estipula-se um tempo para que as escultoras façam suas
esculturas. Ao final, as meninas poderão relatar como se sentiram
na atividade, ou seja, se foi mais confortável ser escultura ou
escultora.
A pessoa responsável pela atividade poderá retomar a discussão da
atividade sobre as “Características de Liderança” e solicitar que as
equipes façam suas apresentações lúdicas.

Vamos à prática!
O que há em minha caixa de ferramentas?
Atividade adaptada do material da oficina “A Minha Advocacia
no Pós-2015 & Além”, do projeto Essa é minha vez, da Plan
International Brasil.
Para essa atividade, utiliza-se como modelo o item B da sessão
ferramentas no módulo III que se encontra ao final do módulo.
Essa atividade irá proporcionar para as meninas um momento para
pensar sobre suas habilidades de liderança e os recursos que elas
têm para desenvolvê-las. Também é um momento de preparação
para as oficinas seguintes, quando poderão traçar um plano futuro
de trabalho para suas atividades pessoais e coletivas de incidência
durante o projeto.
Para começar, as meninas formam duplas ou trios. Para essa
atividade, não é indicado grupos maiores de 3 meninas. Cada dupla
(Duração:
ou trio deve receber a folha do anexo B e pensar sobre todas as 1 hora)
habilidades, pessoas, conexões e recursos que elas têm e escrever
sobre isso em suas caixas de ferramentas. Nos grupos, devem ser
discutidas as seguintes questões:

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Quais as coisas mais importantes que vocês precisam para
serem boas líderes? (preencher na parte das habilidades)
Como vocês podem adquirir essas qualidades? (preencher na
parte dos recursos)
Quem pode ajudar nesse desenvolvimento das suas habilidades
de liderança? (preencher na parte de pessoas)
É indicado que as meninas dos grupos coloquem seus nomes
nas folhas, para que, em outras oficinas, esse material seja
retomado e que seja possível identificar as autoras das
respostas.
Em seguida, os grupos apresentarão suas respostas. Não é
necessário que todos os grupos se apresentem. Nesse momento as
meninas podem ficar à vontade para falar.
Ao final da atividade, pode-se formar um mural com as caixas de
ferramentas e as mesmas devem ser recolhidas para serem usadas
em outro módulo.
Para fechar as atividades da oficina, a pessoa responsável pela
atividade pede que cada menina do grupo pense uma resposta para
a seguinte frase:
“Para ser uma menina que inspira outras, eu preciso...”
O ou a responsável pode fazer um vídeo curto de celular com
a resposta de cada menina. Caso não seja possível, oferecer
pequenos pedaços de cartolinha colorida para que as meninas
possam escrever ou desenhar suas respostas e em seguida tirar
uma foto com sua resposta, também é uma possibilidade.
A ideia é sugerir que para as meninas o desafio de colocarem a foto
ou a sua resposta em vídeo na sua rede social de preferência.

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ATIVIDADE EXPLORATÓRIA:
No decorrer da semana, as meninas devem ser estimuladas
para que pensem, conversem com a família, amigos e amigas, e
registrem numa folha, os sonhos que têm em relação a:
Nosso mundo;
Nosso país;
Nossa educação;
Saúde;
Cidade;
Outras crianças;
Outras meninas e mulheres;
Paz;
Meio ambiente;
Famílias de todo o mundo.

COMO AVALIAR A OFICINA?


A avaliação poderá ser feita a partir do que foi decidido no grupo no
momento da discussão sobre as boas práticas de convivência.
Sugestão:
Uma caixa é colocada no centro da sala e para cada menina
é entregue uma folha de papel onde estas podem escrever ou
desenhar:

“O que mais gostei na oficina de hoje foi ______________________”


“_______________ poderia ter sido melhor”
“Posso me dedicar mais a oficina sendo/fazendo _______________”

Ao final, de cada oficina é interessante que o grupo faça uma foto


(selfie) do momento para registro tanto para relatório como para
registro afetivo das meninas.
Assim, encerra-se a atividade com informações sobre a próxima
oficina e agradecendo a presença de todas.

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OFICINA 2
Alguns Passos na História: Feminismo
e trajetórias que inspiram

MENSAGENS CHAVE:
• Compreender alguns conceitos de gênero;
• Ampliar conhecimentos sobre o feminismo percebendo as
nuances práticas deste na vida de meninas e mulheres.

Materiais necessários:
Cartolina, pincel atômico, cola, tesoura, flipchart,
fita adesiva, data show, computador, celular com
câmera, papel pardo grande, TNT ou tapete de EVA
para forrar o chão.

OFICINA PASSO A PASSO:


Dinâmica inicial: pensando minhas subjetividades (Duração:
30 minutos)
Para essa atividade, se possível, é indicado que o grupo esteja
descalço e sentado no chão. Em círculo, com uma música calma ao
fundo, pode-se propor alguns exercícios de alongamento (pescoço,
mãos, esticar as pernas, os braços).
Sugestão de alongamentos:
https://www.youtube.com/watch?v=YaMvtiKU3LE.

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Após 5 minutos de alongamento, retoma-se a atividade questionando
as meninas sobre como se sentiram após a experiência da primeira
oficina. Após os relatos, ainda sentadas no chão, o vídeo “Pérolas de
sabedoria”, da Plan International, é exibido.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EIzdmu4r5Ew.
Após assistirem ao video, as meninas podem expressar livremente
o que acharam do mesmo. Em seguida, o tema da segunda oficina
é apresentado.

Dinâmica quebra-gelo: Juntas fazemos melhor?


Objetivo: aprimorar o trabalho em equipe e descontrair o grupo (Duração:
20 minutos)
através de algumas técnicas de teatro.
Descrição: as meninas devem formar grupos de 3 ou 4 pessoas
e elas terão 1 minuto para, juntas, formarem alguns objetos
(liquidificador, batedeira etc.) ou animais (elefante, cachorro etc.).
Por exemplo, no caso de formar um liquidificador, uma faz a base,
outra a hélice ou copo e a outra o barulho. A pessoa responsável
pela oficina pode sugerir 3 rodadas da brincadeira dando os
comandos sobre os objetos ou animais.

Pensando e discutindo
A pessoa responsável pela atividade deve apresentar os slides da (Duração:
1 hora)
oficina 2 do Módulo III ao grupo (Anexo - Ferramentas) e discutir os
conceitos com grupo.

Dinâmica quebra-gelo: Formas com o corpo


Objetivos: Exercitar a comunicação não verbal e evidenciar a (Duração:
20 minutos)
importância de cada menina no processo grupal.
Descrição: Formam-se equipes de aproximadamente cinco
pessoas. O/a educador/a explica que dirá uma palavra e,
simultaneamente, cada equipe deverá compor com seus corpos,
sem falar, uma imagem que corresponde à palavra dita. Exemplo:
casa, coração, avião, cama, ponte, vela, barco, estrela, etc.

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Vamos à prática:
Para essa atividade, é interessante que as discussões sejam feitas (Duração:
1 hora)
a partir das biografias e do vídeo “Pérolas de Sabedoria”. Divididas
em grupo, é sugerido que as meninas comentem sobre suas
próprias referências de mulheres que consideram importantes e
inspiradoras. O objetivo da atividade é que o grupo construa uma
lista com as referências de cada participante, onde elas podem
expor suas opiniões e o porquê de apresentarem essas referências.
Ao final da oficina, tem-se um quadro ou painel de referências de
mulheres inspiradoras e, ao lado do nome de cada mulher, o feito
ou qualidade que as meninas gostariam de seguir. Ao final, os
grupos apresentam suas referências e fixam o material na parede.

Atividade: O que você aprendeu com as mulheres dessa oficina?


Descrição: Cada participante escreve seu nome em um pedaço de (Duração:
40 minutos)
papel, dobra ao meio e coloca em um recipiente. Em seguida, cada
participante deve tirar um nome.
Todas devem ter uma folha de papel e lápis ou caneta. No topo da
folha elas devem escrever o nome da pessoa sorteada e duas ou
três coisas mais importantes que aprenderam com aquela pessoa
– sobre liderança, mobilização política etc. Elas têm até 10 minutos
para fazer isso.
Ao final, cada uma identifica quem elas sortearam e o que
aprenderam. Este deve ser um processo agradável, portanto deixe o
grupo seguir seu ritmo e compartilhar histórias umas sobre as outras.

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ATIVIDADE EXPLORATÓRIA:
As meninas devem ser estimuladas a conversarem com diferentes
pessoas para buscarem opiniões sobre 3 questões centrais:
Como as pessoas reagem às mulheres em posição de poder?
Quais são as expectativas das mulheres com relação às
mulheres líderes?
Você acha que as mulheres líderes devem apoiar outras
mulheres e fortalecer as suas ações?

COMO AVALIAR NOSSA OFICINA?


Ao final da atividade, cada menina recebe a folha de avaliação
padrão da Plan International para que preencham. É Importante
informar que, nessa avaliação, elas devem pensar nas duas
oficinas e em avaliar o módulo III completo. Esse momento não
impede que as meninas também possam colocar suas sugestões
na caixa de avaliação “Curtiu? Comenta aí!”. Em seguida, a
atividade é encerrada com informações sobre a próxima oficina,
agradecendo a presença de todas e fazendo a selfie da oficina

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Ferramentas

Anexo 1
Oficina 1 – CARACTERÍSTICAS DE LIDERANÇA – TIPOS DE LÍDERES
Vamos conhecer alguns tipos de líderes? mas só cuida dos seus interesses próprios.
Líder autoritário(a): Ordena e exige Líder carismático(a): Tem muita admi-
obediência e sem questionamento de sua ração das pessoas que estão em sua volta.
autoridade. Evita o diálogo e não dá expli- Possuem a capacidade de atrair e estimular
cações de suas ordens. Muitas vezes usa as pessoas. Sabe se comunicar bem e se
a violência para impor seu ponto de vista e relaciona bem com as pessoas.
alcançar seus objetivos. Líder democrático(a): promove a parti-
Líder paternalista: Decide pelas outras cipação de todas e todos, toma decisões que
pessoas. Faz as outras pessoas acreditarem beneficiam o grupo. Leva em conta as opini-
que só ele ou ela sabe o que é melhor. Não ões, considera a diversidade de identidades,
abre espaço para participação do grupo. situações, habilidades e ideias de todas as
Líder manipulador(a): Faz com que as pessoas do grupo. Incentiva o diálogo e bus-
pessoas façam suas vontades sem muita ca soluções criativas. Resolve os conflitos
resistência. Parece pensar no bem comum, de maneira pacífica.

Quadro resumo para discussão

Tipos de líder Exemplo Vantagens Desvantagens

Autoritário(a)

Paternalista

Manipulador(a)

Carismático(a)

Democrático(a)

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Anexo 2
Oficina 1 – CAIXA DE FERRAMENTAS

Habilidades

Recursos

Pessoas

Anexo 3
Oficina 2 – Documentos e marcos importantes para a luta dos direitos das mulheres:

• Promulgada a “Declaração dos Direitos • A Argentina torna-se o primeiro país latino-


da Mulher” – outubro de 1791; -americano a ter uma presidenta – maio de
• Nova Zelândia é o primeiro país a aprovar 1974 - María Estela Martínez de Perón;
o voto feminino – março de 1893; • Promulgada a Lei do Divórcio no Brasil –
• Direito de acesso ao Ensino Superior dezembro de 1977;
para mulheres é conquistado no Brasil – • I Congresso Nacional das Trabalhadoras
abril de 1879; Domésticas do Brasil – maio de 1968;
• O voto feminino é regulamentado no Bra- • Convenção Sobre a Eliminação de Todas
sil – abril de 1932; as Formas de Discriminação Contra A Mu-
• Realizado o I Encontro Nacional Feminis- lher – ONU Mulheres é promulgada em
ta no Brasil – junho de 1949; 1979 e ratificada pelo Brasil em 1984;

• Realizada a I Conferência Nacional das • Coletivo de Mulheres Negras é criado em


Mulheres Trabalhadoras do Brasil – maio São Paulo – junho de 1983;
de 1956; • Primeira Delegacia Especializada de Aten-
• Promulgado o “Estatuto da Mulher Casa- dimento à Mulher é inaugurada em São
da”, Lei 4.212/1962, que garantiu que a Paulo – junho de 1985;
mulher não precisava mais de autoriza- • Fortaleza elege a primeira prefeita dentre
ção do marido para trabalhar, o direito à as capitais brasileiras – junho de 1985;
herança e a possibilidade de requerer a • O Conselho Nacional dos Direitos da Mu-
guarda dos filhos em caso de separação; lher é criado no Ministério da Justiça –
• Realizado o I Congresso Nacional das agosto de 1985;
Trabalhadoras Domésticas do Brasil – • É criado no Brasil o Programa Nacional
maio de 1968; da Mulher Negra (Criado pelo Conselho

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Nacional dos Direitos da Mulher) – junho • Criada a Marcha Mundial de Mulheres
de 1988; (MMM) e Marcha das Margaridas – agosto
• Realizado o I Encontro Nacional de Mulhe- de 2000;
res Negras no Brasil – dezembro de 1988; • 1ª Marcha das Vadias do país acontece
• Dia 28 de setembro é escolhido como Dia em São Paulo – junho de 2011;
pela Descriminalização do Aborto na Amé- • Secretaria de Estados dos Direitos da Mu-
rica Latina e Caribe – junho de 1990; lher é criada – junho de 2002;
• Realizado o I Seminário Nacional da Mu- • Realizada a I Conferência Nacional de Mu-
lher Indígena – junho de 1992; lheres Brasileiras – junho de 2002;
• Realizado o Encontro das Mulheres Afro- • Realizado o I Encontro das Mulheres In-
-Latino-Americana e Caribenha em Santo dígenas da Amazônia Brasileira – junho
Domingo, na República Dominicana – ju- de 2002;
nho de 1995; • É instituído o Dia da Visibilidade Transexu-
• A Articulação de Mulheres Brasileiras é al – junho de 2004;
criada – junho de 1995; • I Conferência Nacional de Política para as
• Realizada a IV Conferência Mundial das Mulheres – junho de 2004
Nações Unidas sobre a Mulher - Beijing/ • A Lei Maria da Penha é sancionada – ju-
China – setembro de 1995; nho de 2006
• Criada a Lei de Cotas para Mulheres nas • Convocada a I Conferência Estadual de
candidaturas para as eleições no Brasil – Políticas Públicas para Gays, Lésbicas,
setembro de 1995; Bissexuais, Travestis e Transexuais -
• Realizado o I Seminário Nacional de Lés- GLBT – abril de 2008;
bicas e Bissexuais – SENALE – junho de • Eleita a Primeira mulher presidenta do
1999; Brasil, que convocou nove mulheres para
• Realizada a III Conferência Mundial Contra os ministérios, recorde de representação
o Racismo, a Discriminação Racial, a Xeno- nesse tipo de cargo - janeiro de 2010;
fobia e Formas Correlatas de Intolerância • Decreto Lei sobre Feminicídio – março de
em Durban, África do Sul – junho de 2000; 2015.

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Anexo 4
Oficina 2 – Mulheres que fizeram e fazem história:

Aristóteles, William Shakespeare, Leonardo da Vinci, Charles Darwin, Albert Einstein, Nelson
Mandela: quando pensamos na história da humanidade, temos a impressão de que os
grandes feitos foram realizados apenas por homens. Porém, o que acontece é que, por causa
do machismo que oprime as mulheres, muitas personalidades femininas notáveis foram
“apagadas” da história ou não tiveram o devido reconhecimento. Por isso, listamos abaixo
algumas mulheres que fizeram diferença na sociedade e que todos precisam conhecer:

Cleópatra (69 a.C. – 30 a.C.) - É uma das mulheres mais conhecidas


da história da humanidade. Foi uma grande negociante, estrategista
militar, falava seis idiomas e conhecia filosofia, literatura e arte.

Joana d’Arc (1412 – 1431) – foi uma chefa militar da Guerra dos
100 anos. A combatente francesa (1412-1431) assumiu o comando
do exército real em várias batalhas durante o reinado de Carlos VII.
Morreu queimada na fogueira por heresia.

Aqualtune – Liderou 10 mil homens numa Batalha entre o Reino


do Congo e Portugal. Foi capturada com a derrota congolesa e
trazida para o Porto de Recife, no Brasil. Ao conhecer a história
do Quilombo de Palmares, organizou uma fuga junto com outros
escravizados recebendo, então, o governo de um dos territórios
quilombolas, onde as tradições africanas eram mantidas.

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Maria Curie (1867 – 1934) - Cientista pioneira no estudo da
radioatividade. Foi a primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel e
a primeira pessoa, e única mulher, a ganhar o prêmio duas vezes.
Marie Curie foi, também, a primeira mulher a ser admitida como
professora na Universidade de Paris.

Simone de Beauvoir (1908 – 1986)– Escritora, filósofa


existencialista e feminista francesa, uma de suas obras, O Segundo
Sexo, traçou um perfil analítico sobre o papel das mulheres na
sociedade moderna. Foi a companheira do também filósofo Jean
Paul Sartre.

Alzira Soriano de Souza (1897 – 1963) – Primeira Prefeita eleita


no Brasil e na América do Sul, em 1928. Aos 32 anos, disputou as
eleições para a prefeitura no Município de Lages, Rio Grande do Norte,
vencendo o referido pleito com 60% dos votos. Em 1947, voltou a
exercer mandato de Vereadora, cargo para o qual foi eleita três vezes.

Dandara ( - 1694) - Esposa do Zumbi dos Palmares, foi uma


guerreira feroz e brava defensora do quilombo. Suicidou-se para
não voltar à condição de escrava.

Módulo III - empoderamento e Liderança 19


Evita Peron (1912 – 1952) – Atriz e líder política argentina, tornou-
se primeira-dama da Argentina quando o general Juan Domingo
Péron foi eleito presidente. Marcada por uma infância no campo e
filha não reconhecida, Eva lutou pelos direitos dos trabalhadores e
das mulheres.

Benazir Bhutto (1953 – 2007) – Política Líder do Partido Popular


do Paquistão, foi a primeira mulher que ocupou o cargo de premiê
de um país muçulmano. Dirigiu o Paquistão em duas ocasiões. Foi
assassinada em plena campanha política.

Ana Néri (1814 – 1880) – Pioneira da enfermagem no Brasil.


Acompanhou seus filhos, soldados, na Guerra do Paraguai,
prestando serviços médicos. Foi condecorada com as medalhas de
prata humanitária e da campanha e recebeu do imperador Pedro II
uma pensão vitalícia.

Rachel de Queiroz (1910 – 2003) – Jornalista, tradutora e


romancista, foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira
de Letras. Ganhou em 1993 o considerado Nobel da literatura
portuguesa, o Prêmio Camões, e é considerada a maior escritora
brasileira.

20 escola de liderança para meninas


Rosa Parks (1913 – 2005) - foi uma costureira negra
norteamericana, símbolo do movimento dos direitos civis dos
negros nos Estados Unidos. Ficou famosa, em 1º de dezembro
de 1955, por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar
no ônibus a um branco, tornando-se o estopim do movimento
que foi denominado Boicote aos Ônibus de Montgomery e que,
posteriormente, viria a marcar o início da luta antissegregacionista.

Leila Diniz (1945—1972) - foi atriz brasileira e defensora do amor


livre. É sempre lembrada como símbolo da revolução feminina, por
ter rompido conceitos e tabus por meio de suas ideias e atitudes em
uma época em que a repressão dominava o Brasil. “Escandalizou”
a sociedade ao exibir a sua gravidez de biquíni.

Bertha Lutz (1894 – 19760) – Pioneira do feminismo no Brasil, foi


fundadora da Federação Brasileira para o Progresso Feminino e
deputada federal no governo Getúlio Vargas.

Esther de Figueiredo Ferraz (1915- 2008) - Advogada e


professora, foi a primeira ministra da história do Brasil em junho de
1982. Atuou também em vários cargos de estado em São Paulo.

Módulo III - empoderamento e Liderança 21


Margaret Thatcher (1925 – 2013) - Primeira mulher a ocupar o
cargo de chefe do Governo no Reino Unido. Entre 1970 e 1974, foi
ministra da Educação e dos Assuntos Científicos.

Valentina Tereshkova (1937 - ). A astronauta foi a primeira mulher


a viajar para o espaço, em 16 de junho de 1963. Nasceu em uma
família de trabalhadores operários e rurais na Rússia.

Ângela Davis (1944 - ) - Professora. Ativista contra a


discriminação social e racial durante a década de 1970, nos
Estados Unidos. Começou a sua militância política em 1969,
quando era estudante universitária. Em 1970, Davis passou
a fazer parte dos Panteras Negras, grupo político e social
de combate ao racismo. Atualmente, ela é professora do
Departamento de História da Universidade da Califórnia.

Frida Kahlo (1907 – 1954) - Pintora mexicana, patriota declarada,


comunista e revolucionária, Frida, teve uma vida de superações
e sofrimentos que, refletidos em sua obra, a tornaram uma das
maiores pintoras do século.

22 escola de liderança para meninas


Zilda Arns Neumann (1934 – 2010) - Médica pediatra e
sanitarista brasileira, foi uma das fundadoras e coordenadora
internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa
Idosa. Seu trabalho de maior referência foi visando salvar crianças
pobres da mortalidade infantil, desnutrição e da violência em seus
contextos familiares e comunitários

Maria da Penha Maia Fernandes (1945 - ) - Farmacêutica


brasileira que, com 60 anos e 3 filhas, é líder de movimentos
de defesa dos direitos da mulher. Foi vítima emblemática de
violência doméstica: em 1983, seu então marido, o professor
colombiano Marco Antonio Heredia Viveros, tentou matá-la duas
vezes. Na primeira vez, atirou simulando um assalto; na segunda
tentou eletrocutá-la. Por conta das agressões sofridas, Penha
ficou paraplégica. Em 7 de agosto de 2006, foi sancionada pelo
presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Lei Maria da Penha, que
aumenta o rigor das punições às agressões contra a mulher.

Malala Yousafzai (1997 - ) Ativista paquistanesa, foi a pessoa


mais nova do mundo a ganhar um prêmio Nobel. Conhecida
principalmente pela defesa dos direitos humanos e das mulheres
e pelo acesso à educação na sua região natal, no nordeste do
Paquistão, onde os talibãs locais impedem as jovens de frequentar
a escola. Em 9 de outubro de 2012, Malala sofreu um atentado,
dentro do transporte escolar na sua província. Um homem armado
chamou-a pelo nome, apontou-lhe uma pistola e disparou três tiros.
A tentativa de assassinato desencadeou um movimento de apoio
nacional e internacional.

Módulo III - empoderamento e Liderança 23


Leitura complementaria

Precisamos cuidar umas das outras: sororidade e feminismo

É bastante comum ouvirmos dizer que as Assim, é como se sororidade fosse a versão
mulheres são rivais entre si. Que os homens feminina de fraternidade. O significado des-
são mais “corporativistas” e que as mulheres sa - ainda nova - expressão no português
seriam desunidas e estariam sempre dispu- dos brasileiros carrega mais que o enten-
tando o espaço uma da outra. dimento sobre ser solícita e estar atenta
Obviamente, essa concepção, permea- ao bem estar de toda e qualquer menina e
da por uma ideia equivocada - e que, mui- mulher. São questões que passam pelo que
tas vezes é reverberada pelas próprias mu- as pensadoras feministas definem como di-
lheres -, tem sua essência no centramento mensão ética, política e prática do feminis-
patriarcal da sociedade. Entretando, termos mo contemporâneo.
como “sororidade”, que surgem no bojo das A partir das atividades da Escola de Li-
transformações sociais urgentes, vêm sen- derança para Meninas, é possível perceber
do frequentemente evocados por meninas e a evolução do engajamento das meninas na
mulheres em um esforço pelo surgimento e luta pelos seus direitos das meninas e das
reforço do sentimento de cuidado de umas mulheres. Não se trata da busca por inte-
pelas outras. resses particulares, mas, sim a busca de
A palavra “sororidade” ainda não existe um único interesse em comum: a busca pela
no dicionário. Na prática, ela significa “frater- igualdade social, jurídica, política e econômi-
nidade”, que é a solidariedade entre irmãos. ca entre os gêneros.

24 escola de liderança para meninas


Cine Debate

CARO, Niki. Terra Fria. 2006.


O filme conta a história de Aimes, uma mulher que abandona o marido que a espancava
para procurar um emprego e sustentar sozinha seus dois filhos. Para tanto, ela resolve
trabalhar em uma mineradora de ferro no interior do estado de Minnesota, nos EUA. Por
ser uma das poucas mulheres que trabalhavam no local, a personagem sofre com os
abusos masculinos que vão desde xingamentos até investidas sexuais. Sem respostas
para suas reclamações, Aimes decide entrar com uma ação judicial contra a empresa,
sendo propositora da primeira ação coletiva por assédio sexual dos Estados Unidos,
dando início a um marco de lutas feministas no país e no mundo.

VILLANOVA, Marcolo. Virou o jogo – A história de Pintadas. 2012.


Sertão baiano, na cidade de Pintadas, o machismo era a regra. Diante de um contexto
dominado pelos homens e fortemente opressor, as mulheres se organizaram para
transformar a realidade local e afirmarem suas identidades e direitos.

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