Você está na página 1de 3

CENTRO UNIVERSITÁRIO FUNDAÇÃO SANTO ANDRÉ

Nathalia Miller Magnani RA: 737349

RESENHA DO LIVRO O PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO E AS


TÉCNICAS PROJETIVAS
Capítulo 7 “A hora do jogo diagnóstica”

São Paulo
2023

Capítulo 7 - “A hora de jogo psicodiagnóstica”


O capítulo aborda os aspectos do jogo diagnóstico na psicologia infantil, no qual
através deste aspecto pode se avaliar diversas áreas como a personificação que
envolve a capacidade da criança de assumir papéis dramáticos e favorece a
socialização, a motricidade, relacionada ao desenvolvimento físico, a criatividade,
que envolve a capacidade de criar novas coisas a partir de elementos dispersos, a
tolerância à frustração e a capacidade simbólica que reflete os desejos e fantasias
da criança no brincar.
Esta abordagem pode oferecer à criança a possibilidade de brincar em um contexto
particular, com um enquadramento dado que inclui espaço tempo e explicitação de
papéis e finalidade, criando um local estruturado e expressivo.
A cada hora do jogo é uma experiência nova, auxiliando no estabelecimento de
vínculo transferencial, cujo objetivo é o conhecimento e a compreensão da criança.
No brincar, são incluídos elementos do processo primário através de princípios como
condensação, atemporalidade e deslocamento autuados no próprio brincar.
A sala de jogos, deve ter um espaço amplo para que a criança possa ter liberdade
de movimentos e de criação, tendo uma caixa com brinquedos de diversas
modalidades que correspondem ao marco teórico da criança. Podendo selecionar
brinquedos que provocam respostas específicas como sensório-motor, integração
cognitiva, funcionamento egóico e entre outros. Além de matérias estruturadas e não
estruturadas.
O papel do psicólogo é de observador e tendo uma atenção flutuante, permitindo a
compreensão e a formulação de hipóteses sobre o que se passa com a criança.
Toda a participação do psicólogo tem como objetivo criar condições para que a
criança possa brincar com maior espontaneidade, podendo observar, compreender e
cooperar com a criança.
A transferência na hora do jogo pode ter brevidade de vínculo e comunicação, além
da contratransferência que deve discriminar suas próprias motivações e impulsos,
para que não interfiram na análise.
Para se analisar, deve seguir alguns indicadores, como a escolha do brinquedo,
modalidades, personificação, motricidade, criatividade, capacidade simbólica,
tolerância à frustração e adequação à realidade, além de observar características
individuais, a modalidade de abordagem dos brinquedos. Outro elemento importante
é o uso que a criança faz da linguagem, sua ligação com a brincadeira que
desenvolve e sua idade.
As modalidades da brincadeira são a forma que o ego manifesta a função simbólica,
cada criança estrutura o seu brincar de acordo com uma modalidade que lhe é
própria e que implica um traço característico. Além de manifestar a plasticidade de
diferentes maneiras, expressando a mesma fantasia ou defesas de mediadores
diferentes ou uma grande riqueza interna por meio de poucos elementos que
cumprem diversas funções.
Outra modalidade é a rigidez ao brincar, aderindo certos mediadores, de forma
exclusiva e predominante, para expressar a mesma fantasia, tendo como objetivo
controlar a identificação projetiva, conservar os limites e manter a dissociação, dado
a qualquer situação nova.
Como modalidade mais patológica de funcionamento egóico, pode se caracterizar
brincadeiras estereotipadas e perseverantes, criando uma desconexão com o
mundo externo com finalidade de descarga.
A personificação possibilita a elaboração de traumas, aprendizagem de papéis
sociais, a compreensão do papel do outro e o ajuste de sua conduta que favorece o
processo de socialização e de individualismo. A criança tem a capacidade de
assumir e atribuir papéis de forma dramática, podendo ser uma fada, monstros e
mágicos. Mostrando alternância sucessiva desses papéis, como expressão da
labilidade das identificações.
Durante a hora do jogo, o psicólogo pode observar a motricidade da criança através
da brincadeira, sendo elas deslocamento gráfico, o encaixe, lateralidade,
movimentos voluntários e involuntários e entre outros.
A criatividade exige um ego plástico de abertura para novas experiências, tendo um
processo de organização, produto de um equilíbrio adequado entre o princípio do
prazer e o da realidade.
A tolerância à frustração pode ser detectada pela aceitação de instruções com as
limitações que elas impõem e pelo desenvolvimento da atividade lúdica, sendo
fundamental diferenciar onde a criança apresenta a tal, se deriva do mundo interno
ou se localiza de preferência no mundo externo, assim encontrar elementos
substantivos ou desorganizar-se.
É importante observar a adequação a realidade como um dos primeiros aspectos a
serem considerados, além da idade cronológica. Explorar as diferenças entre o
brincar de uma criança normal e de uma criança psicótica ou neurótica, oferecendo
diretrizes para o uso eficaz do jogo.

Você também pode gostar