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10/10/2022

Fundamentos do Treino em
Educação Física

A Resistência

Fundamentos do Treino em Educação Física Luis Rama 1

O que é o treino?
O que pretende?
Questões Qual a importância na escola?
prévias

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Efeito da carga de treino (estímulo)


A adaptação pode ser definida como a “...reação natural do organismo como
resposta à da aplicação regular, metódica e sistematicamente das cargas de
treino”. Por outras palavras pretende-se promover a reorganização de um sistema
biológico, através da alteração dos seus limites de funcionalidade.

A supercompensação constitui, pois, um mecanismo dinâmico, dependente da qualidade e


quantidade (magnitude), do estímulo aplicado, e visa a restauração da homeostasia ( equilíbrio entre
os fatores catabólicos ( ou de destruição) e anabólicos (ou de reconstrução)

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ESTÍMULO de TREINO
SINDROME GERAL DE ADAPTAÇÃO

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Fundamentos do Treino em Educação Física

Adaptação /Supercompensação (conceitos


importantes)

Nível Crítico

Ciclicidade

Reversibilidade

Especificidade
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Exemplos de adaptações
induzidas pelo treino

• Neuromusculares
• Cardio respiratórias
• Bioquímicas

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• Por resistência entende-se a capacidade de


manter o equilíbrio funcional e emocional
adequados, que sustentam a realização de
uma tarefa cuja a intensidade e duração

Noção de seriam suficientes para desencadear uma


perda de rendimento.

resistência
• A resistência é também o que permite uma
recuperação rápida após o esforço físico

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Resistência
• Podemos distinguir dois tipos de resistência:
geral - não depende de um exercício
particular ou disciplina desportiva.
classificação
(1) • Envolve o organismo no seu todo, por
um período de tempo prolongado. Está
relacionada com a capacidade de
suportar cargas de grande volume ou
com grande frequência, com a superação
da fadiga em atividades de longa
duração e com rápidas recuperações
após treino e/ou competição tornando o
sujeito psicologicamente mais forte.

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• A resistência específica corresponde à

Classificação manifestação das exigências de uma


determinada modalidade ou especialidade.

da • Esta resistência está relacionada com a


capacidade de adaptação à estrutura do
resistência esforço em situação competitiva, otimizando
as necessidades de corresponder nas

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dimensões económica técnica e tática e
psicológica.

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Objetivos do treino da resistência

• Manter o máximo tempo possível uma intensidade ótima ao longo da duração pré-
definida da carga
• Reduzir ao mínimo as perdas inevitáveis de intensidade em cargas prolongadas
• Elevar a capacidade de suportar as cargas de treino ou de competição com um volume
muito elevado, durante uma quantidade indefinida de ações
• Recuperação acelerada após a aplicação das cargas
• Estabilização da técnica desportiva e da capacidade de concentração nos desportos
tecnicamente mais complexos

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• O funcionamento do SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC). O


trabalho de longa duração em situação de fadiga aumenta a
resistência do SNC aos agentes de stress. É ainda verdade
que a aplicação de cargas uniformes e de intensidade
moderada assegura o fortalecimento do SNC.

Fatores • A mobilização da CAPACIDADE VOLITIVA, para a utilizar as

determinantes reservas de adaptação, para aproveitar o potencial de


desenvolvimento induzido pela carga e no incremento da

em esforços capacidade para resistir à dor e ao desconforto que


acompanha os estados de fadiga.

de resistência • As ADAPTAÇÕES AERÓBIAS E ANAERÓBIAS, que determinam


a relação entre a magnitude das reservas energéticas
acessíveis para serem utilizadas e a velocidade do seu
consumo durante a realização de tarefas de preparação ou
competição em situação desportiva

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Indicadores fisiológicos determinantes na


realização ao de esforços de resistência
• Adaptação do sistema anaeróbio (Produção de lactato; Capacidade de tamponamento;
Tolerância em trabalhar com pH baixo)
• Reservas de energia disponíveis
• Composição muscular ( tipologia de fibras predominante)
• Comportamento hormonal (em particular o equilibro catabólicos – anabólico)
• O funcionamento dos mecanismos de Termorregulação
• Potência e Capacidade aeróbia, considerando o tempo necessário para atingir o VO2max e a
capacidade para manter o trabalho na intensidade equivalente ao VO2max
• Limiar aeróbio ou láctico e eficiência aeróbia(% do VO 2max)

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Classificação Resistência
Específica RCD RMD
RLD

I II III

da Duração do
esforço em
competição
30” – 2’ 2’ – 10’ 11’ – 30’ 30’ – 60’ 60’ – 90’

Resistência Factores
determinantes
para o sucesso
Potência láctica
Tolerância láctica
Potência aeróbia
Nível de velocidade ou
Tolerância
láctica
Potência
aeróbia
Potência
aeróbia
Limiar
anaeróbio
Limiar
anaeróbio
Potencia
aeróbia
Limiar anaeróbio
Potencia aeróbia
Oxidação de lípidos
Reservas de glicogénio

Específica força máxima


Técnica
Nível de activação (
libertação das
Reservas de
glicogénio
Nível de
velocidade ou
Tolerância
Láctica (
lactatemia
moderada)
Reservas de
glicogénio (
muscular)
Oxidação de
e neoglicogénese
Regulação térmica
Equilíbrio hídrico e
electrolítico
catecolaminas) força específicos Reservas de lípidos
glicogénio ( Regulação
muscular) térmica

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Treino – treinabilidade - rendimento

Treinabilidade
Condições apropriadas
para a adaptação

Treino Organismo Rendimento

Sistemas de
regulação

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Interacção idade-treino
Rendimento

Idade

Maturação Treino

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Maturação
• As crianças e adolescentes experimentam numerosas alterações físicas como resultado do crescimento e
maturação durante o desenvolvimento para a idade adulta, com o tempo a que ocorre e o tempo em
decorrem estes processos a serem individualizados.

• Por exemplo, o sistema respiratório, esquelético e central do nervoso amadurece, as concentrações


hormonais são alteradas, e a unidade muscular-tendão experimenta alterações morfológicas, metabólicas
e mecânicas.

• Vários modelos propuseram que o desenvolvimento não linear de vários subsistemas e os consequentes
aumentos acelerados de força, velocidade e resistência resultam em períodos sensíveis (também
referidos como "janelas de oportunidade", "períodos de adaptação acelerada", "períodos de ênfase de
treino", ou "períodos ótimos") durante os quais o treino físico focalizado é particularmente eficaz para
melhorar as características de físicas em crianças e adolescentes.

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Bas Van Hooren, & Mark De Ste Croix. (2020). Sensitive Periods to Train General
Motor Abilities in Children and Adolescents: Do They Exist? A Critical Appraisal.
Strength and Conditioning Journal, 0(0).
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Bas Van Hooren, & Mark De Ste Croix. (2020). Sensitive


Periods to Train General Motor Abilities in Children and
Adolescents: Do They Exist? A Critical Appraisal. Strength
and Conditioning Journal, 0(0).

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Evidência de um estado maturacional


Critério para adequado.
a integração
... O envolvimento da criança no
da criança desporto só se deve iniciar quando ela
numa se encontra num estado de preparação
óptimo para a execução das
actividade habilidades específicas de uma
determinada modalidade...
desportiva: ( Alves, 1999)

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O nível de desenvolvimento obtido na idade


adulta:

• Depende das possibilidades biológicas, talento e motivação


Cerani, 1993

• Pelos anos de formação


• Pelos Professores/ treinadores que presidiram a essa formação

Alves, 1999

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Prediction of Age of Peak Height Velocity

1 M irwald, R.L., Baxter-Jones, A.D.G., Bailey, D.A.,


Beunen G.P. An assessm ent of m aturity from
anthropom etric m easurem ents. M edicine and Science
in Sports and Exercise 2002: 34(4); 689-694.

https://www.usask.ca/kin-growthutility/phv_ui.php
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Maturação e Treinabilidade
Prediction of Age of Peak Height Velocity

1Mirwald, R.L., Baxter-Jones, A.D.G.,


Bailey, D.A., Beunen G.P. An assessment of
maturity from anthropometric
measurements. Medicine and Science in
Sports and Exercise 2002: 34(4); 689-694.

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O desempenho aeróbio nos jovens


Max 18 ♀ Aumento gradual do VO2máx até aos 12/ 13 anos
Pico 12-15 anos)

Max ♂ Aumento gradual do VO2máx até ao final da


14/ 16 adolescência
Pico 14-16 anos

Até aos cerca dos 12 anos os rapazes apresentam um VO2max


superior embora n.s.

O aumento está determinado por alterações cardiovasculares,


Costill & Wilmore, 1994
pulmonares e periféricas ex: peso dos pulmões (58%), capacidade
vital (48%), volume ventricular esquerdo (52%)

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O desempenho aeróbio nos jovens

♀ Redução contínua do VO 2máx

♂ VO 2máx estável

Costill & W ilmore, 1994

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Alterações induzidas pelo


Treino aeróbio treino aeróbio em crianças

• VO2max
• Observa-se uma menor alteração do VO 2max • Débito cardíaco
após um período de treino aeróbio em relação • FC em repouso
aos adultos ( aumento ± 5 - 13%) e submáxima
• Bar-Or ( <10%) • Tamanho e nº de
• Aumentos mais significativos depois do PHV mitocôndrias
(± 12 anos) • Enzimas
• Melhoria particularmente importante na aeróbias
intensidade de Limiar anaeróbio ( láctico e • Capacidade de
ventilatório) metabolizar
lípidos

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• Melhoria da eficiência motora


Vantagens
• Ênfase deve ser colocada no
do treino trabalho técnico e menos nos
aspetos fisiológicos
aeróbio em
crianças • Intensidades de trabalho a
privilegiar deverão situar-se entre
pré-púberes os Limiares aeróbio e anaeróbio

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Treino aeróbio

Alta treinável

Boa treinabilidade
Mas
Alguma treinabilidade Fem

Pequena treinabilidade

5/8 9/10 11/12 13/14 15/16 17/18 19/20 >20

Adpt. Valdivieso, Gaia & Castañon, 2003


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Desenvolvimento da capacidade
aeróbia

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• Orientação metodológica

• Adaptações cardiovasculares significativas só ocorrem após 4 a 6


semanas de treino, com uma frequência de 2 a 3 sessões por semana.

Treino da
• Modificações funcionais globais só ocorrem após 12 a 16 semanas de
treino (mais 15% do que no adulto)

Resistência • Intensidade alvo deve rondar 60-70% VO 2max (60-70% da frequência


cardíaca de reserva). O atleta pré-púbere é pouco sensível a pequenas

Aeróbia
variações de intensidade.

• Introdução gradual do trabalho cíclico aeróbio pode ser feito desde


muito cedo, embora levando em conta o seu carácter contraditório em
relação à motricidade infantil espontânea.

• Treino de orientação específica para durações de meio-fundo e


fundo não deverá ser realizado antes dos 12 anos (Fem., 1 ano antes).

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Desempenho Anaeróbio
•Até à puberdade ambos os
géneros evidenciam semelhantes
valores de acumulação de lactato

•Depois da puberdade os rapazes


tendem a demonstrar maiores
valores de acumulação de lactato.

Costill & Wilmore, 1994


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Desempenho anaeróbio
e maturação

• Menor atividade simpática que conduz a


menor vasoconstrição do fígado
aumentando as possibilidades de eliminação
de lactato.
• Menor atividade simpática conduz a menor
concentração de insulina, por sua vez
associada a maiores concentrações de
lactato
• Nas crianças existe maior diluição do lactato
quando se difunde associado ao maior
conteúdo de H 2O nos tecidos comparado
com os adultos

Engel, F. A., Sperlich, B., Stockinger, C., Härtel, S., Bös, K., & Holmberg, H.-C. (2015).

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• Menores reservas glicogénio devido a menor


massa muscular que o adulto
Limitação do • Reduzida quantidade de enzimas glicolíticas
desempenho (PFK)
• Baixo QR (VeCO2/ VeO2) o que parece
Anaeróbio na refletir uma reduzida produção de lactato

Pré- • Potência e capacidade anaeróbias são


menores no jovem atleta do que no adulto
Puberdade (Margaria teste)
• Menor eficiência ( Haywood, 1988)

Cosnll & Wilmore, 1994

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• Aumento das enzimas glicolíQcas


Alterações • Aumento na produção de lactato
• Melhora na capacidade de
induzidas tamponamento e eliminação do ácido
lácQco
pelo treino
anaeróbio • Para produzir a mesma quanQdade de
lactato uma criança produz 10 x mais
em crianças catecolaminas que um adulto (Manso et
al, 1996)

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Treino anaeróbio

Alta treinabilidade

Boa treinabilidade
M as
Fem
Alguma treinabilidade

Pequena treinabilidade

5/8 9/10 11/12 13/14 15/16 17/18 19/20 >20

Adpt. Valdivieso, Gaia & Castañon, 2003


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Recomendações
• O American College of Sports
Medicine (ACSM, 2011) recomenda
como mínimos 60’ diários de exercício
à intensidade correspondente a 40-
59% (HRR), denominada de Moderada
a Vigorosa (MVPA),

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