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Análises de Microrganismos e Vigilância Sanitária

Identificação de cocos Gram-positivos e negativos

Profa. Dra. Priscilla Maciel Quatrin


priscilla.quatrin@ulife.com.br
Cocos

Gram positivos Gram negativos

Streptococcus
Neisseria
Enterococcus
Moraxella
Staphylococcus
Grupos
Identificação Padrões de
Sorológicos
Diferenciação Hemólise
Lancefield
Total ou Parcial ou Sem hemólise ou
Beta-hemólise Alfa-hemólise Gama-hemólise
Streptococcus sp.

 Cocos Gram positivos

 Catalase negativos

 Arranjo em pares ou cadeias

 Anaeróbios facultativos

 Fastidiosos
Streptococcus sp.
Negativa Enterococcus sp.
Catalase
Positiva Staphylococcus sp.
Padrões de Hemólise

 α- Hemólise

- Parcial

- Streptococcus pneumoniae

- Crescimento – circundado por descoloração esverdeada


- Devido a ação sobre a hemoglobina
Padrões de Hemólise

 β- Hemólise

- Hemólise TOTAL

- Streptococcus pyogenes
- Streptococcus agalactiae

- Clareamento
Padrões de Hemólise

 γ- Hemólise

- SEM Hemólise

- Streptococcus viridans
- Enterococcus sp.

- Crescimento sem mudança na coloração


Após a observação do
padrão de hemólise,
seguimos com o processo
de identificação.
TESTE DA OPTOQUINA

- Halo maior ou igual a 14 mm


- Positiva para Streptococcus pneumoniae
TESTE DA BACITRACINA

- Disco de bacitracina 0,04 U


- Positiva para S. pyogenes
POSITIVO
Streptococcus agalactiae

RESISTENTE À RESISTENTE À
OPTOQUINA BACITRACINA
Teste CAMP

Streptococcus sp. NEGATIVO


α hemolítico Streptococcus sp.
β hemolítico
Teste CAMP

Vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=0nVVM3wa0RU
Teste CAMP
Procedimento:
Finalidade: -Semear um inóculo de Staphylococcus aureus ATCC
25923 de um ponto a outro da placa de ágar
Identificação de cepas de S. agalactiae (grupo sangue;
B). Estas cepas produzem o fator CAMP -Semear perpendicularmente (90°) a colônia
(Christie, Atkins e Munch-Petersen) que atua de Streptococcus β-hemolítico a ser testada, sem
sinergicamente com a β-hemolisina que haja o contato com a estria de S. aureus;
produzida pelo Staphylococcus aureus em -Incubar a 35±2ºC em atmosfera de 5% de CO2 por
ágar sangue. 48 h.

Interpretação:
- A formação de uma seta ou meia-lua convergindo para o S. aureus na intersecção do crescimento
das duas bactérias indica que o teste é positivo e indicativo de S. agalactiae;
- Se não houver formação de seta ou meia-lua, o teste é negativo e a cepa não pertence ao grupo B
de Lancefield.
Precisamos verificar se é
Streptococcus sp. ou
Enterococcus sp.

Gama Hemólise
Bile esculina

Positiva Negativa

Streptococcus spp.
NaCl Não Hemolítico
6,5%

Streptococcus do
Enterococcus spp Grupo D
CALDO NACL 6,5% BILE ESCULINA
GRUPOS SOROLÓGICOS DE LANCEFIELD

 Classificação de Streptococcus

- Características antigênicas de um polissacarídeo


- Carboidrato C - parede da célula

Técnicas imunológicas
Rapid Latex
Agglutination Test
https://www.youtube.c
om/watch?v=CNeqmv5
5zX0
IMPORTÂNCIA CLÍNICA
Streptococcus pyogenes

 Grupo A

 Trato Respiratório

- Faringite
- Celulite
- Escarlatina
- Erisipela - ferimento
- Pioderma
Erisipela Impetigo
IMPORTÂNCIA CLÍNICA
Streptococcus agalactiae

 Grupo B

 Trato genito-urinário

- Sepse e meningite no RN
- Infecções pós parto
IMPORTÂNCIA CLÍNICA
Streptococcus pneumoniae

 Não classificado conforme Lancefield

 Contém capsula polissacarídea – fator de virulência

 Principal agente da pneumonia comunitária

 Meningite
IMPORTÂNCIA CLÍNICA
Streptococcus pneumoniae

 Infecções Respiratórias - Comunidade

- Otites
- Sinusites
- Pneumonias

- 10% adultos
Integrante da microbiota
- 20% crianças
IMPORTÂNCIA CLÍNICA
Streptococcus viridans

 Microbiota
- Cavidade oral
- Trato gastrointestinal

 Patógenos oportunistas

- Associado a endocardite
- Dano às válvulas cardíacas
Gênero Enterococcus
 Cocos Gram positivos
- Isolados ou em cadeias curtas
- CATALASE NEGATIVA - Pseudocatalase

 Microbiota Normal
- Trato gastrointestinal
- Trato genito-urinário

 Crescem em caldo com 6,5% de NaCl


 Hidrolisam a esculina em meio com 40% de bile

 Comum em ITU e Infecções Hospitalares


Gama hemólise

Enterococcus

- Geralmente sem hemólise


Gênero Enterococcus
 14 espécies

- Enterococcus faecalis: constituem 85 a 90% dos Enterococcus spp. identificados,


sendo essa espécie a menos propensa ao desenvolvimento de resistência.

- Enterococcus faecium: é o menos prevalente, de 5 a 10%, mas apresenta maior


propensão ao desenvolvimento de resistência.

Clinicamente Importantes
Bile esculina

Positiva Negativa

Streptococcus spp.
NaCl Não Hemolítico
6,5%

Streptococcus do
Enterococcus spp Grupo D
Enterococcus
Resistência à Vancomicina

 Foi reconhecido pela 1° vez em 1986


PROBLEMA!
- 30 anos após a introdução da Vancomicina

 Pacientes Críticos
- UTI
- Oncologia
- Renais
- Deficiências Imunológicas
Gênero Staphylococcus
 Cocos Gram positivos
- Arranjos aos pares
- Cachos de uva

 Bactérias mais isoladas após enterobactérias

 Microbiota

 Isolado correlacionado com a amostra e quadro clínico

 Anaeróbios Facultativos

 CATALASE POSITIVA
Cocos Gram
positivos

Família
Streptococcaceae

Streptococcus
Micrococcus Staphylococcus
Enterococcus

CATALASE + CATALASE -
Gênero Staphylococcus

NÃO PINGAR
2 H2O2 2 H2O + O2
NA PLACA
Gênero Staphylococcus

Coloração branco-porcelana ou cinzas

Podem ter pigmento amarelo ou


amarelo-alaranjado - hemólise
Diferenciação entre Staphylococcus e Micrococcus

Disco de Bacitracina
0,04 U

Sensível Resistente
Micrococcus Staphylococcus
Gênero Staphylococcus

Diferentes
abordagens
terapêuticas.
Degradação do manitol com a
produção de ácido muda a cor do
meio de rosado para amarelo.
Detecção de Staphylococcus aureus
Teste da Coagulase

 Coagulase
- Enzima presente em TODOS os S. aureus
Staphylococcus COAGULASE NEGATIVA

 Microbiota Normal
- Pele/ mucosas

 Principal espécie
- Staphylococcus epidermidis

 Mais de 40 espécies clinicamente importantes


 Frequentemente resistente a penicilina e meticilina
 Causa mais frequente de bacteremia
 Infecções associadas a metais/ plásticos
Susceptibilidade à Novobiocina

S. cohnii e S. xylosus
Incomuns!

- S. saprophyticus é resistente a novobiocina com halos de inibição, em geral, inferiores a 12 mm.


- Infecções do trato urinário
MRSA
Staphylococcus aureus meticilina-resistente

Glicopeptídeos
Infecção Poucas Opções
Oxazolidinonas
MRSA Terapêuticas
Glicilciclinas

Infecção Nosocomial
Cocos

Gram positivos Gram negativos

Streptococcus
Neisseria
Enterococcus
Moraxella
Staphylococcus
Gênero Neisseria
 Diplococos Gram negativos

- Geralmente aos pares


- Laterais achatadas – grão de feijão

 Microbiota – vias respiratórias

 OXIDASE POSITIVA* – enzima citocromo C oxidase


- reagente p-aminodimetilanilina

 Catalase Positiva*

 Aeróbios/ Fastidioso

 Ágar chocolate e Ágar Thayer Martin


Ágar Thayer Martin/ Chocolate
Colônias pequenas com pigmento
creme. Podem ser mucoides.
CO2 e umidade favorecem
Extremamente aderidas ao meio de
o crescimento
cultura (pilus)
72h / 35-37°C
Vídeo Oxidase:
https://www.youtube.com/watch?v=ebzuCGoyMLA
- Suscetibilidade à colistina – Resistente!
Maltose

Neisseria
gonorrhoeae
Diplococos
Gram Negativos
Oxidase +
Neisseria
meningitidis
Gênero Neisseria

 Neisseria gonorrhoeae (gonococo)

- Sempre considerado patógeno

- Possui Pilus

- Transmissão: Quase sempre contato sexual

- Gonorreia
Gênero Neisseria

 Neisseria meningitidis (meningococo)

- Coloniza orofaringe de indivíduos saudáveis

- Possui cápsula

- Divididos em 13 grupos sorológicos - antigenicidade dos polissacarídeos capsulares

- A,B,C,D,H,I,K,L,X,Y,Z,W135 e 29E

- Meningite – complicação mais comum


- Pneumonia/ Uretrite
Gênero Moraxella
 Moraxella catarrhalis

- Diplococo – semelhante ao gênero Neisseria

- Microbiota normal do trato respiratório superior

- Pode causar infecções TRI/ áreas adjacentes


- otite, sinusite, bronquite e pneumonia

- Importância clínica em imunocomprometidos


- Pneumonia
Gênero Moraxella
 Moraxella catarrhalis

- Oxidase Positiva
- Catalase Positiva
- Suscetibilidade à colistina – maioria sensível

Meios indicados:
Ágar Sangue e Chocolate
Colônias cinza róseo-acinzetado

Geralmente sai inteira quando removida


com a alça bacteriológica
Caso Clínico 1

Paciente com 78 anos é admitido em um Serviço de Emergência com história de tosse e febre há 3
dias. Tinha hemograma compatível com infecção bacteriana. Corroborando com o exame físico, a CT
de tórax evidenciou compatível com quadro de pneumonia. Foi introduzido ceftriaxone. Devido a não
evolução favorável, paciente foi submetido a broncoscopia com coleta de lavado broncoalveolar.

Com base nas provas


de identificação,
qual o provável
diagnóstico?

Coloração de Gram Catalase Coagulose


Caso Clínico 2

Uma paciente de 56 anos após ser submetida a cirurgia ginecológica, no pós-operatório apresentou
disúria e um quadro febril. Foi solicitada a urocultura.

Catalase

Com base nas provas de


identificação, qual o
provável diagnóstico?

Crescimento
Coloração de Gram positivo em
Bile esculina NaCl 6,5%
Caso Clínico 3

Paciente deu entrada ao pronto-socorro, com queixa de cefaleia intensa, febre de 38,8ºC, náuseas e
vômitos. Apresentou- se letárgica e fotofóbica. O início dos sintomas foi há 42 horas. Foi solicitada
cultura do líquido cefalorraquidiano em ágar chocolate. Além dos parâmetros analisados abaixo,
verificou-se a utilização de maltose pela via oxidativa.

Com base nas provas de


identificação, qual o
provável diagnóstico?

Oxidase
Coloração de Gram

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