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Programa
I. O Conflito
II. Meios de Resolução de Litígios
III. Mediação e Negociação
IV. Arbitragem Voluntária
V. Organização do Sistema Judiciário
Parte I – O Conflito
1. Natureza e Conceito
2. Etapas do Conflito
3. Classificações
4. Ordens Normativas
(Manual de Negociação, António Damasceno Correia. Pág. 4-12)
“O Homem, mais do que qualquer outro animal que viva em enxames ou rebanhos, é
por natureza um animal social” -Aristóteles
Para existir uma sociedade é necessário que exista relação de vários indivíduos entre si, ou
seja, que haja um relacionamento e uma interação entre os vários para que se possa
evoluir. Cada individuo tem os seus respetivos interesses, que por sua vez podem ser
comuns ou individuais. Quando há vários interesses comuns estes podem resultar em
confronto /conflito pois, os recursos nem sempre são suficientes para satisfazer a vontade
de todos, logo há escassez.
1
Devido a esses confrontos para disputa do mesmo interesse, é necessário que existam
regras para resolver conflitos para que não acabem em tragédias e para que dessa forma
os indivíduos consigam, de forma justa, estarem ambos satisfeitos e consigam evoluir.
“ O Homem, mais do que qualquer outro animal que viva em enxames ou rebanhos, é
por natureza um animal social.” - Aristóteles
Lei do Mais
Forte
Regras Acordo
Conflito
Há outras formas de resolver conflitos sem ser através da Lei e com o Direito?
Sim há, por exemplo através de negociação ou de acordo, ou seja, através do senso
comum de ambas as partes.
Exemplo: O individuo A e B estão ambos a morrer à fome, sendo que para satisfaze-
los precisam ,cada um, de uma maçã inteira. No entanto, apenas existe uma única
maçã para os 2 e não há maneira de a dividir, tem que permanecer inteira.
Como resolver sem recorrer às regras de Direito e Lei?
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-Porque muitas das vezes, as partes iriam acabar por desistir devido ao esforço
utilizado, levando novamente a que não estejamos a evoluir na sociedade.
Ao resolver através da Lei do mais forte, acabaria no fundo por não existir conflito.
Uma vez que ao utilizar este parâmetro vai existir sempre alguém mais forte do
que o atual mais forte, logo aqui o individuo e a comunidade também não iriam
evoluir, pois devido à existência infinita de alguém superior, estes não
conseguiriam fazer planos a longo termo para a vida.
A comunidade tem que ter regras para resolver conflitos e consequentemente atingir o
seu objetivo de evoluir.
Uma sociedade deve estar sempre em evolução.
O Conflito
Pode ser:
Etapas do Conflito
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Potencial (conflito oculto): aqui as partes conseguem perceber que para a
satisfação dos seus interesses sentem que vai haver um confronto/conflito. Este
ainda não se deu mas ‘sente-se’ que irá existir.
Percebido: aqui as partes percebem que o conflito irá realmente existir.
Pesaroso: Nesta etapa existe a tensão de conflito, ou seja, saber se o conflito
vai realmente passar a um confronto mais grave ou se não irá passar ‘daquilo’.
Patente: Nesta fase o confronto está declarado, já existe e há discussão por
parte dos interessados. Há conflito.
Litígio
O conflito patente resulta de 3 condições:
1. Colisão de interesses
1- Objetivos (de natureza material, financeiros, territoriais…)
2- Subjetivos (de natureza relacional, éticos, políticos,…)
Classificação de Conflitos
Públicos ou Privados
- Manifestos, declarados, abertos ou ocultos, escondidos
Individuais ou Coletivos
-Opõe um individuo a outro ou opões um conjunto de indivíduos
a uma organização
Premeditados ou Espontâneos
- Planeados, racionais ou impulsivos, emocionais
Litígio Jurídico
to o
A fim de prevenir e resolver os conflitos inerentes à vida em sociedade, as
comunidades humanas organizam-se através de ordens normativas positivas
que regulam as relações entre os membros dessa comunidade.
Nota: quando em causa está um conflito negativo, patente -> a Lei intervém
Ordens Normativas
Religiosa
Moral São complementares
entre si.
Cortesia (trato social)
Jurídica
Complementaridade da Regulamentação
Direito
Ética
Religião
Usos
1. Noção
2. Classificações
3. Tipologias
4. Os atores
5. O reconhecimento jurídico dos MRL
(livro Mariana França Gouveia- Curso de Resolução Alternativa de Litígios, pp 17 a 39)
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Meios de Resolução de Litígios
Noção: é o processo pelo qual se procura pôr termo a um conflito mediante a conformação dos
interesses das partes de acordo com um determinado sentido de “justiça”. (ou seja, uma
situação justa, onde é atribuído a cada um aquilo que lhe é devido).
Classificação de MRL
Público / Privado:
Obrigatório / Voluntário:
6
Pág.18-19:
Os MRL são, por regra, voluntários – ou seja, depende unicamente da vontade das
partes aderir ou não a um mecanismo alternativo. Esta sua característica permitia
diferenciá-los dos meios judiciais de resolução de litígios, sempre obrigatórios.
No entanto, ainda dentro dos MRL podemos encontrar meios obrigatórios. Desde logo,
a arbitragem necessária, imposta por lei e em 2º lugar os julgados de Paz, se
entendermos que a sua jurisdição não está na disponibilidade do autor. Por fim,
discute-se hoje internacionalmente a bondade de soluções de mediação obrigatória.
Adjudicatório / Consensual:
Pág. 19-20:
7
Pág.20
A ótica dos direitos é claramente a tradicional, a dos tribunais estaduais. É a que surge
na arbitragem e, em regra, em conciliação. Baseia-se na discussão dos argumentos
legais de cada parte (incluindo evidentemente a prova).
Pág.21
Poder aqui é considerado como a capacidade de coagir alguém afazer algo que
voluntariamente não faria. São exemplos de exercícios de poder a agressão física
(desde individual até às guerras) e a greve. O Poder é também forma de resolução de
conflitos quando existe uma relação de dependência entre as partes, quer se trate de
relações familiares, laborais, comerciais ou internacionais. Não, é, claro um
instrumento legítimo de resolução de conflitos, porque não parte de uma situação de
igualdade, pressupondo antes desigualdade. Mas, por exemplo, é claro que na
negociação há momentos de poder (de ‘braço de ferro’) que são utilizados e é
importante estar preparado para essa eventualidade.
Tipologias
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Estaduais:
Não Estaduais:
Pág.22-25:
Mediação e conciliação: há quem os veja como opostos, há quem defenda que não se
distinguem. (Por palavras da Drª. Mariana), a conciliação e a mediação distinguem-se
porque a conciliação é conduzida por quem tem o poder adjudicatório, isto é, pelo juiz
ou pelo árbitro; e a mediação por quem não o tem, um terceiro neutro e imparcial
que, frustrada a obtenção do acordo, nenhum contacto mais tem o processo.
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Mediação: A Lei da Mediação ( a Lei dos Julgados de Paz) define mediação, logo
no seu art.2º, como: “a forma de resolução alternativa de litígios, mrealizada por
entidades públicas ou provadas, através do qual duas ou mais partes em litígio
procuram voluntariamente alcançar um acordo com assistência de um mediador de
conflitos”. A mediação é um processo estruturado, querendo com isto dizer-se que a
mediação obedece a certas regras, a uma certa organização de procedimentos. Não é
uma simples reunião das partes com um terceiro, antes um processo preparado,
fundamentado. (pág. 47-48).
Híbridos:
10
Pág. 24-25
Julgados de Paz: no âmbito dos meios de resolução alternativa de litígios pode ser
questionada, essencialmente porque se trata de uma instância de resolução de
conflitos, não propriamente de um meio alternativo e deferente dos outros. Os
Julgados de Paz, na sua versão atual, terão tido inspiração nos tribunais multi-portas.
Não são, portanto meios de resolução de litígios diferentes destes, antes uma forma
de organização numa única instituição destes meios. Assim, um processo num Julgado
de Paz pode ser resolvido por mediação, conciliação ou julgamento.
Os Atores
As Partes:
Os Terceiros
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As Partes
Sujeito em conflito, composto pela (s) pessoa(s), singulare(s) ou coletiva(s), que, por
terem um conjunto unitário de interesses a satisfazer, agem num bloco unitário na
relação com as outras partes no conflito.
Os Terceiros
Alguns meios de resolução preveem a intervenção de terceiros, alheios ao conflito,
no processo de resolução de litígio.
o Necessário ou facultativo
o Imperativo ou consensual
o Decisório ou cooperante
o Ativo ou passivo
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O tribunal é público, nao depende da vontade da parte, ou seja é necessário, é adjudicatório
uma vez que a decisão nao depende da vontade das partes, é baseada nos direitos, e o juiz
detem uma relação de poder.
Julgados de Paz, quando tem x pequeno é nos dois, porque tanto pode ser voluntário como
obrigatório, também baseado nos direitos, mas há uma relação de paridades porque as partes
estão em pe de igualdade e todos podem decidir.
Negociaçao é privada, voluntária, é consensual pois todos decidem e basea-se tanto nos
direitos como nos interesses. Apesar de me teres de dar a minha parte podes ficar com o
relógio.
Concialidação depende, se for no tribunal é pública, caos contrário é privada, voluntária, é
consensual pois as partes decidem (não o mediador), tanto direitos como interesses, o
importante é o consenso.
Arbitragem é privada, adjuficatório pois o terceiro é que decide, tendo em conta o que a lei diz
e o arbitro é que decide (relação de poder).
Enquadramento Jurídico
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(Ver documentos no moodle)
Acordo entre as partes. Eu negocio a compra de alguma coisa, mas não um processo
relativo à contratação.
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É indispensável que existam partes- sujeitos, se não existir duas partes não
pode existir negociação
Haver vontade de resolver o conflito de forma pacifica e em conjunto, pela
conversação. E se não há essa vontade, não pode ser resolvido aquele
interesse, aquele conflito.
Por regra na negociação, uma das partes, quer satisfazer um interesse, tem um
objetivo.
Mas também a outra parte deve estar disponível a satisfazer o interesse,
disponível a satisfazer a necessidade do anterior
Negociação
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- Um processo com vista a celebração do contrato, existem celebrações, mas o
objetivo final é contratar. Existem partes, cada uma com os sujeitos, com uma unidade
de interesses (vender e comprar).
Ex.: uma sociedade de advogados pretende comprar um novo escritório. Mas nas informações
com compra e venda, descobriram que os donos do novo andar do escritório, eram 4 pessoas.
A negociação existiu entre as 4 pessoas mais a sociedade de advogados.
- A negociação é uma forma de resolver o litigio, através das conversações, onde cada
parte deve ter um pressuposto, a forma como acham que o conflito se deve resolver,
exigindo da contraparte e cedendo as mesmas até ao final da negociação, prevendo
chegar a uma solução que satisfaça ambas as partes e todos os sujeitos
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- A solução, visto que é totalmente voluntária, as partes podem desde que aceitem,
conseguir uma solução, que se ajusta com o direto, ou então que esquece o direito e
tenha em conta os interesses individuais de cada um esquecendo o direito.
Exemplo
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1 - Existe um menor conflito entre as partes, não é um contra o outro, não no
sentido de o conflito ser entre as partes, mas aqui o litígio é menor, há conflito na
mesma.
2 - Será mais rápida, quanto as partes queiram resolver o conflito. Nos MRL
existe um terceiro. Depende das partes o ritmo e tempo, não tem de esperar pela
decisão de terceiros. Não depende de ninguém. Depende do tempo que a outra parte
vai decidir, não depende de terceiros nem de procedimentos de terceiros.
3 - É a própria parte que faz as exigências, que vai dizendo o que realmente
interessa, o que não lhe interesse, o que se pode comprometer, mas também a pate
que esta pode ceder, e esta vontade depende da parte e nada mais.
Há casos em que na negociação eu posso desistir. Mas em tribunal, nem sempre possa,
há conflitos, em que a parte tem de autorizar, mas há conflitos em que nem é possível
sequer desistir. A tendência para negociar nos tribunais, terá sempre o pressuposto
que pode não afastar o tribunal.
Nos casos civis é possível, ex: pagamento de luz, o processo está a decorrer, as partes
podem negociar o pagamento e terminar ali o processo.
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4 - A solução nos interesses das partes, o que vai facilitar no desenvolvimento.
Se as partes consideram os interesses relevantes e lhes atribuírem determinado valor,
elas podem adaptar aquela solução. Ver além do que diz as normas
- O que se pode esperar e ligar o que pode ocorrer na negociação ligando com a lei
Objeto Negocial
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- A negociação é sobre um determinado assunto, contrato ou conflito, que visa um
acordo.
- Objeto negocial: onde os direitos das partes de colidem. Onde pode deixar de existir
este conflito.
- O acordo obtido pode ter por base normas jurídicas, mas como interesses, daí este
poder incluir matérias além das questões jurídicas, porque engloba assuntos variados.
Há matérias que podem estar incluídas no objeto negocial, mas que vão para além do
que está presente no conflito.
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Parte Negocial
- Sujeitos, partes, onde várias partes podem ter vários sujeitos, com o mesmo
interesse, mas que estão a negociar com a outra parte, cedendo até chegarem a um
acordo.
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- Meio paritário, quem decide são ambas as partes, mas não significa que uma das
partes não tenha mais poder que a outra – leva-nos para o equilíbrio das negociações.
- Quem tem mais força- aquele que pode exigir mais concessões.
Pressão Negocial
- É usado para atingir o objetivo final, mas também quando a outra parte tem mais
argumentos, a outra parte pode pressionar, para equilibrar as coisas
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Postura Negocial
- A imagem que passamos na negociação, a imagem que a outra parte fica com a
postura na negociação
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Proposta Negocial
- Convite de negociação, o ponto inicial, mas também pode ser logo uma proposta
inicial
- Uma declaração dirigida a outra parte onde se propõe uma solução para o conflito
- Difere de uma proposta contratual, onde esta tem em vista a solução do contrato
Expectativa Negocial
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- Qual será o resultado da negociação
- Apela-se ao resultado que à partida uma interpretação das leis trazia, normas que
resolvem o conflito
- A negociação é um processo
Margem Negocial
- Ponto de partida da negociação
- Deve ser sempre ouvido as partes, aliás se a parte começa logo a falar, não consegue
ouvir o que a outra parte tem a dizer, e futuramente pode ser prejudicado.
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Princípios Negociais
Três princípios
- Nestas propostas negociais, quanto mais razoáveis forem mais credíveis é a posição,
a postura leal de negociação porque na continuação da negociação a outra parte vai
perceber a minha postura como razoável e credível, ou seja, uma postura de
verdadeiro, e não como estar a mentir, com boa fé, não escondendo os factos, porque
está a dar informações e argumentos, isto com o objetivo de conseguir acordo ou
contrato, respondendo as suas expectativas.
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Tipos de Negociação
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Negociação
Integrativa
Motivação:
o Visa a repartição equitativa de benefícios
o Procura soluções mutuamente benéficas
Atitudes
o Comportamento colaborativo e participativo.
Desenvolvimento da Relação
o Preocupação no estabelecimento da confiança.
Processo de Concessões
o Preocupação em compreender as prioridades da contraparte.
o Disponibilidade para concessões mutuas e proporcionais.
Distributiva
Motivação
o Visa maximizar os benefícios de uma parte
o Não se preocupa com o equilíbrio ou equidade das contraprestações
Atitudes
o Comportamentos competitivos, agressivos e/ou manipuladores.
Desenvolvimento da Relação
o Preocupação em manter a distância e supremacia.
Processo de Concessões
o Maximizam-se as exigências e minimizam-se as
concessões
o Investe-se mais na “pressão negocial” que na cooperação
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Integrativa
Distributiva
Estratégias de Negociação
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Definição de uma estratégia deve considerar todos os elementos:
Recomendações:
Técnicas de negociação:
30
Modelos de Negociação:
(pág.43-44)
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Focagem nos interesses em detrimento das posições, os interesses estão
subjacentes às posições. Uma posição (pretensão) tem uma história e uma
motivação, é o resultado de uma reflexão ( +/- consciente) sobre determinado
interesse. Os interesses podem ser satisfeitos através de diversas posições
diferentes, pelo que a negociação deve focar-se na procura e satisfação dos
interesses e não numa específica posição. A tarefa de procurar os interesses
por detrás das posições, pode ser difícil, implica perguntar ‘porquê?’, obriga a
falar deles , levando a cada uma das partes a perceber os interesses de cada
um.
A negociação de princípios foi criticada por ser ingénua face negociadores difíceis ou de má fé ,
mas esta metodologia é útil em situações em que as partes têm uma relação continuada ou em
que o resultado da negociação é para elas muito importante.
A tendência atual é claramente de aplicação de modelos que tentam conciliar ambas as
perspetivas, criando estratégias com características de ambos. Isto significa, em termos muito
genéricos, que num processo negocial há momentos de cooperação e momentos de competição.
Que existe uma dupla de tendência à colaboração e à competição, consoante o aspeto em
discussão no processo negocial.
32
Págs.47 a 100
+ 317 a 336
Lei da Mediação Civil e Comercial- LMCC (ou LM??) NOTA: estudar juntamente
com a LEI (LAV, etc.) + os
Sistema de Mediação Familiar – SMF princípios presentes na
Regime de Mediação Penal – RMP bibliografia da Cátia Marques
(pág. 57 a 64) IMPORTANTE
Lei dos Julgados de Paz – LJP
Código Europeu de Conduta para Mediadores – CECM
1. Noção
2. LMCC
1- Âmbito
2- Princípios
3- Regime
4- Procedimento
5- O Mediador
3. SMF E RMP
4. LJP
Ler
pág.
56 a
62
Noção de Mediação (pág. 47 e ss): A Lei da Mediação define, logo no seu art. 2º como:
“a forma de resolução alternativa de litígios, realizada por entidades públicas ou
privadas, através do qual duas ou mais partes em litígio procuram voluntariamente
alcançar um acordo com assistência de um mediador de conflitos.”
Então MRL:
O Mediador
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Exemplo: O juiz está acima das partes, este é imparcial e independente, a sua
solução não é de proximidade de nenhuma das respetivas partes, mas sim da Lei. O
Mediador é parecido, porém não tem força de decidir. No entanto, é ele que orienta e
mete ordem.
Princípios da Mediação
Princípio da Voluntariedade
Pág. 58- Bibliografia Cátia Marques
Art. 4º LMCC
Necessidade de consentimento esclarecido e informado das
partes.
Possibilidade de revogar o consentimento a todo o tempo.
A recusa ou revogação não significa violação do dever de cooperação.
Art. 12º Convenção de Mediação
Art. 26º Mediador esclarece
Pág. 44 e ss:
Importante para a definição do MRL são ainda outras regras, em especial aquelas onde
se estabelecem princípios essenciais de mediação. Assim, o art. 4º LM relativo ao
princípio da voluntariedade esclarece que só às partes cabe a responsabilidade pelas
decisões tomadas no decurso da mediação e o art. 26º b) LM impõe ao mediador que
se abstenha de impor qualquer acordo aos mediadores.
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Mais diz ainda a Diretiva que a mediação conduzida por um juiz que não seja
responsável por qualquer processo judicial relativo ao litígio em questão se insere
ainda no conceito. E que ficam excluídas as tentativas do tribunal ou do juiz com vista à
solução do litígio por acordo. As definições são diferentes mas não no essencial.
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Pág. 58-- Bibliografia Cátia Marques
Princípio da Confidencialidade
Art. 5º LMCC
Reflete-se nas Relações Internas: o que lhe for dito por uma das partes não pode ser
dito às restantes sem consentimento.
Pág. 97 e ss:
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Segundo Mariana França Gouveia, deve se adotar a regra da confidencialidade como
princípio. A confidencialidade é essencial à plena confiança no processo de mediação.
Se as partes souberem que o mediador pode posteriormente revelar o que ali foi dito,
terão uma postura completamente diferente na mediação, colocando em risco a sua
utilização como meio de resolução de litígios.
Pág.
99-
100 A confidencialidade é, assim, uma questão de enorme importância na mediação.
Perante o atual estado do nosso ordenamento jurídico, agora reforçado pelo art. 9º
LM, parece-me claro que o legislador quis impedir o afastamento da confidencialidade
pelas partes, em qualquer caso revelar o que se passou na mediação. O afastamento
deste sigilo apenas é permitido em situações excecionais, o que se verifica quando
esteja em causa a integridade de qualquer pessoa. Como é evidente, se é veiculada em
mediação alguma informação que faça o mediador temer pela segurança de pessoas
envolvidas na mediação, este deve denunciar essa situação.
A Lei da Mediação descrimina ainda outras situações: a proteção superior do
interesse da criança e quando seja necessário para aplicação ou execução do acordo.
Art. 6º LMCC
Págs. 50-51
-Pleno domínio das partes e interesses-
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Na mediação a postura é exatamente oposta: parte-se do princípio que as partes são
as pessoas que melhor colocadas estão para resolver o seu litígio. Há uma ideia de
responsabilidade pessoal que se traduz na atribuição às partes do domínio do
problema e do processo. Enquanto em tribunal tudo lhes é afastado, em mediação
tudo lhes é entregue, dependendo delas o inicio, o decurso e o fim da mediação.
Assim o estabelece claramente a Lei da Mediação ao estatuir no art. 4º LM que
cabe às partes a responsabilidade pelas decisões que tomam, assim como lhes
reconhece a possibilidade de saírem quando entenderem sem qualquer consequência
processual.
As pessoas têm assim o domínio do processo, na medida em que podem sair quando
quiserem, nada as obrigando, evidentemente, a chegar a um acordo. Mas têm,
sobretudo, o domínio do conteúdo, não sendo possível qualquer solução do litígio que
nelas não tenha origem. É precisamente da aplicação inexorável do princípio do
domínio das partes que se retira a impossibilidade de o mediador fazer sugestões
sobre o conteúdo do litigio. O mediador não deve de todo intervir quanto ao mérito,
limitando-se a conduzir as partes no caminho do diálogo e da mútua compreensão,
Ler com o fim de que estas reúnam as condições para encontrarem, por si, o acordo.
pág.
56 a
62
Princípio da Independência
Art. 7º LMCC
Art. 8º LMCC
38
Pág. 60-- Bibliografia Cátia Marque
Princípio da Executoriedade
Art. 9º LMCC
1) Diga respeito a litigio que possa ser objeto de mediação e para o qual a lei não
exija homologação judicial;
Âmbito da MCC
Convenção de Mediação
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o Acordo invocado pelo Réu em processo judicial implica a suspensão da
instância e remessa para mediação;
o Acordo mediado tem ser homologado judicialmente.
Pág. Acordo onde as partes aceitam resolver o litígio através da mediação, mesmo antes de
78-82 sequer haver litigio.
(ler
só)
Pág. 78 a 83
Uma questão muito importante e muitíssimo atual é a dos efeitos da celebração pelas
partes de uma convenção de mediação. É certo que as partes, na sua autonomia
privada, podem acordar, no âmbito de um litigio ou previamente à sua existência (no
contrato), o recurso à mediação. Esta convenção tanto pode estar sozinha, como
acompanhar uma convenção de arbitragem.
Neste caso, é conhecida como multi-step clause, querendo com esta expressão
indicar-se que os contraentes acordam na resolução do seu eventual litigio em várias
fases. Assim, numa cláusula deste tipo, de acordo com a vontade das partes, o litigio
deve ser resolvido em 1ºlugar por mediação e, se esta não for bem sucedida, por
arbitragem.
A Lei da Mediação veio resolver, no Direito Português, este problema (da convecção de
mediação ter consequências muito variadas, com muitas naturezas e graus),
estabelecendo como consequência da propositura da ação sem início prévio de um
procedimento de mediação (quando as partes haviam nesse sentido acordado) a
suspensão da instância.
De acordo com o nº4 do art.12º LM, o tribunal, judicial ou arbitral, no qual seja
proposta ação relativa a questão abrangida por uma convenção de mediação deve, se
requerido pelo réu, suspender a instancia e remeter o processo para mediação.
40
1º- Porque em arbitragem o litigio fica definitivamente resolvido pela sentença
arbitral, pelo que não faz sentido manter pendente o judicial. Enquanto que na
mediação é possível que não haja acordo e se tenha de retomar a resolução do
caso por via judicial;
2º- Na mediação, mesmo quando haja acordo, este tem de ser homologado
pelo tribunal, conforme impõe o nº5 do art. 273º CPC (e depois o art.45º LM).
Ou seja, independentemente do resultado do processo de mediação, é sempre
necessária uma intervenção do tribunal onde a ação se iniciou, pelo que a
solução da suspensão da instância é boa.
Quanto á forma, a Lei exige a forma escrita, adotando no nº2 art.12º LM , a noção
ampla de forma escrita prevista para a convenção de arbitragem (art.2º nº2 LAV), pelo
que se remete para as considerações a esse propósito aduzidas.
Por fim, estatui-se a nulidade da convenção de mediação, caso não obedeça à
forma escrita ou o seu objeto não seja legalmente mediável. A lei nada diz sobre
análise destes requisitos pelo juiz quando suspende o processo e o remete para
mediação.
41
Mediação pré-judicial
Homologação Judicial
Princípio da Executoriedade.
As partes podem, em conjunto, requerer homologação. A Homologação é obrigatória,
no caso de existir processo (45º), e facultativa na mediação pré-judicial (art.14º LM).
Se homologada, valor de sentença.
Pág. 87 a 96
42
A homologação de acordo obtido em mediação tem natureza urgente, sendo decidida
sem necessidade de prévia distribuição – art. 14º nº4 LM.
A Lei dos Julgados de Paz nada diz sobre a homologação de ordem pública. Já a Lei da
Mediação inovou nesta matéria, ao estabelecer o art. 14º nº3 LM que a homologação
judicial tem por fim verificar se o acordo respeita o litígio que possa ser objeto de
mediação, a capacidade das partes para a sua celebração, se é conforme aos princípios
gerais de direito e à boa-fé, se não constitui um abuso do direito e o seu conteúdo não
viola a ordem pública.
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1- Sessão de Pré-Mediação
- É Informal;
- É uma sessão de caráter informativo;
- Explicação do mediador;
- Garantia da voluntariedade:
- Consentimento esclarecido e informado.
Págs. 72 a 73
44
facilitadora e portanto, o mediador não tem qualquer interferência no mérito da
questão. Assumindo uma postura mais ao nível do comportamento do que do litígio,
não há necessidade de conhecer e preparar o caso. Pelo contrário, é muito importante
que o primeiro contacto do mediador com o problema ocorra diretamente através das
partes.
2- Protocolo de Mediação
Protocolo:
É um acordo escrito.
É um acordo formal. (documento particular assinado)
45
Substantivo. (conteúdo específico)
O protocolo são as regras pelo qual se vai resolver o litígio através da Mediação. É a formalização, onde as partes
assinam e acordam para aceitar a mediação. Aqui já há mediação.
Pág. 73
A extensão dos elementos que a lei exige que constem deste protocolo de mediação
não deve prejudicar a necessária flexibilidade do processo de mediação. As regras
serão mais complexas quanto mais complexo for o caso, ou seja, mais simples quanto
mais simples for o caso. A disponibilidade é total, pelo que não deve formalizar-se por
causa deste instrumento que agora a lei exige.
Nos modelos em que não há preparação prévia de mediação, alguns destes
momentos estão inscritos já na sessão de mediação. Assim Vezzula identifica 6 fases na
mediação: apresentação do mediador; resumo e ordenação inicial do problema;
descoberta dos interesses ainda ocultos; criação de ideias; acordo.
É importante não começar pelo acordo: primeiro têm sempre de ser
encontrados os interesses e só nessa base começar a refletir sobre hipóteses de
solução. Ao longo destas fases, há técnicas específicas que os mediadores devem
utilizar.
46
b) Identificação e domicílio profissional do mediador e, se for o caso, da entidade
gestora do sistema de mediação – art. 17º LMCC
c) Declaração de consentimento das partes – art. 4º LMCC
d) Declaração das partes e do mediador de respeito pelo princípio da
confidencialidade – art.5º LMCC
e) Descrição sumária do litígio ou objeto – art.11º LMCC
f) Regras do procedimento da mediação acordadas entre as partes e o medidor
g) Calendarização do procedimento de mediação e definição do prazo máximo de
duração da mediação – art. 21º e 22º LMCC
h) Definição dos honorários do mediador, exceto nas mediações realizadas nos
sistemas públicos de mediação – art. 29º LMCC
i) Data.
3- Sessão de Mediação
Pessoalmente ou representadas;
Acompanhadas por advogados ou solicitador;
Acompanhadas por técnico se não houver oposição
Pág. 73-74
Ao longo das fases de mediação, há técnicas específicas que os mediadores devem
utilizar. Por exemplo, quando se trata de identificar interesses, é importante desde
logo estar bem ciente da sua importância para o sucesso da medição. Depois, o
mediador deve saber ouvir e tomar atenção às declarações, às generalizações e às
sínteses para perceber quais as necessidades das partes. Moore refere 2 métodos para
descobrir interesses: o teste e o modelo hipotético.
47
O teste consiste em repetir o que ao mediador parece ser interesse,
procurando aproximar-se dele através dos reparos da parte.
O modelo hipotético consiste em propor uma série de opções de acordo, não com a
intenção de as ver aprovadas pelas partes, mas de perceber as suas verdadeiras
necessidades e interesses.
Em situações em que a desconfiança entre as partes não permite a clarificação
dos interesses, pode ser importante fazer reuniões separadas – aquilo em que a
mediação denomina por caucus.
A Lei de Mediação admite no art. 26º c) as sessões separadas sem exigir, como antes
fazia o revogado nº3 do art.53º LJP, a autorização das partes. Há, pois, aqui maior
discricionariedade do mediador que pode decidir, sem que as partes nisso expressa ou
tacitamente concordem, reunir separadamente com cada uma delas. O limite desta
possibilidade encontra-se no princípio geral da mediação – art. 6º - o princípio
inderrogável do tratamento equitativo das partes. Desde que as sessões privadas não
ponham em causa esta igualdade, pode o mediador promover a sua realização se lhe
parecer uma boa metodologia de trabalho no caso concreto.
48
4. Com impossibilidade de obtenção de acordo
5. Atingindo o prazo máximo de duração
Convenção de Mediação: Acordo onde as partes aceitam resolver o litígio através da mediação,
mesmo antes de sequer haver litigio.
Protocolo de Mediação: O protocolo são as regras pelo qual se vai resolver o litígio através da
Mediação. É a formalização, onde as partes assinam e acordam para aceitar a mediação. Aqui já há
mediação.
O Mediador de Conflitos:
Estatuto do Mediador:
Pág. 56-62
49
A existência de um mediador, terceiro imparcial, traz uma nova dinâmica à discussão
entre as partes. Neste sentido, o mediador constitui um agente de mudança. Esta
energia suplementar permite aquilo que as partes até aí não alcançaram – a obtenção
do acordo.
Pág. 58-
62
(ler só) O mediador deve antes de mas, privilegiar o restabelecimento da comunicação entre
as partes. Deve desempenhar um papel facilitador do diálogo, mantendo sempre nas
partes a responsabilidade da resolução do conflito. O mediador controla o processo,
condu-lo, deixando às partes a responsabilidade pelo objeto do litígio.
O mediador não negoceia com as partes, antes conduz a negociação que elas fazem
entre si. O mediador não aconselha nenhuma das partes, nem sequer as duas em
conjunto, antes promove uma exploração construtiva dos problemas.
Conforme a Lei da Mediação estatui no seu art. 2º, o mediador é desprovido de
poderes de imposição, limitando-se auxiliar os mediados na tentativa de construção de
um acordo final sobre o objeto do litígio.
o 50
Art. 16º nº3 LJP
o Art. 11º LMCC
o Lei 78/2001, de 13 de julho
-Mecanismo de julgamento
Adjudicatório não judicial.
Noção de Julgados de Paz (pág. 318): Os Julgados de Paz são verdadeiros tribunais
inseridos na oferta da Justiça pública. São órgãos de soberania de exercício do poder
judicial, previstos na CRP – art. 209º nº2.
A sua distinção dos tribunais comuns decorre de diversos aspetos, devendo realçar-se
a sua teleologia, o que tem depois repercussão na forma de atuação e regime. Isto é,
os JP praticam uma justiça alternativa, muito marcada pela proximidade e pela
tentativa de, através das fases de mediação e de conciliação, alcançar uma solução por
acordo.
Os Julgados de Paz são, então, tribunais não judicais ou mistos, tendo em conta
a sua natureza obrigatória (e não voluntária como os outros meios de resolução de
alternativa de litígios) e os métodos que utilizam na resolução do conflito (procurando
sempre o acordo e afastando a conceção adversarial de litígio).
Fases do Procedimento
51
Sistema de Mediação Familiar (SMF) Despacho 18778/2007, de 13 de julho.
52
Mediação Penal – SMP
Requisitos:
1. Exista um processo-crime;
2. Apenas crimes que dependam de acusação particular ou de queixa;
3. Apenas crimes puníveis com pena de prisão até 5 anos ou pena de
multa;
4. Não seja crime contra a liberdade ou contra autodeterminação
sexual;
5. O ofendido tenha 16 ou mais anos;
6. O processo não siga uma forma de processo especial.
53
A arbitragem é , assim, um meio de resolução alternativa de litígios
adjudicatórios, na medida em que o litígio é decidido por um ou vários terceiros. E
essa decisão é vinculativa para as partes. A arbitragem aproxima-se do padrão
jurisdicional nos seus efeitos: não só a convecção arbitral e a consequente falta de
jurisidição dos tribunais comuns, como também a decisão arbitral faz caso julgado e
tem força executiva.
Então a arbitragem é:
Vantagens Desvantagens
Flexibilidade
o As partes decidem o processo a Custos
o Normalmente é mais cara já
seguir
que tem que se pagar aos
Especialização árbitros
o Áreas especificas e árbitros
Arbitrabilidade
especialistas
o Nem todas as disputas podem
Confidencialidade ser submetidas à arbitragem
Problemas específicos
Velocidade
o Quando uma parte não indique
o É mais rápida do que o tribunal
um árbitro, quando não haja
judicial
consenso,etc.
Adequação para transações internacionais
o Desconfiança face aos tribunais
estrangeiros
54
Pág. 119 e ss:
A doutrina atual tem adotado esta última tese, na medida em que falamos de algo que
tem, sem qualquer dúvida, um fundamento contratual (a convenção de arbitragem),
mas constitui uma atividade jurisdicional e conduz a uma decisão com eficácia
jurisdicional.
Prova deste caráter misto, é a eficácia executiva da decisão arbitral (elemento
público), por um lado, e a limitação da competência do tribunal arbitral, por outro, à
convenção de arbitragem (elemento privado). Marca, ainda desta qualidade
jurisdicional são as garantias que a Lei da Arbitragem Voluntária estabelece para o
processo arbitral – um processo arbitral só será reconhecido com todos os seus efeitos
se cumprir as regras mínimas do processo justo.
55
Espécies de Arbitragem
Pá g
. O tribunal é constituído específica e unicamente para um determinado litígio. Antes
12
da execução da convenção de arbitragem o tribunal não existe e após o proferimento
5
da decisão arbitral extingue-se.
O caráter efémero do tribunal arbitral ad hoc pode trazer dificuldades,
designadamente no tratamento da matéria das consequências da anulação da decisão
arbitral e também em certos aspetos do princípio da competência.
Esta arbitragem ad hoc é controlada apenas pelos tribunais posteriormente à
demora da sentença, isto é, o controlo feito casuisticamente.
Pá g.
123 O 2º modelo, utilizado nos centros de arbitragem de consumo nacionais, há só um
-
árbitro, que julga todos os processos entrados no centro. O centro de arbitragem
124
funciona assim como um verdadeiro tribunal instituído, com a sua secretaria e o seu
juiz. É um sistema menos flexível, mas adequado a conflitos de baixo valor e de pouca
complexidade.
56
Noção e Âmbito – Art. 1º LAV
Atual
Futuro/Eventual
EXCLUSÃO
Convenção de Arbitragem
Noção e natureza jurídica (pág. 125-126): Acordo pelo qual as partes decidem submeter
determinado litígio à decisão de árbitros.
Tem natureza contratual, na medida em que é um negócio jurídico bilateral.
57
na convenção, não pode ser decidido pelo tribunal arbitral. Se houver decisão sobre
matéria não incluída na convenção, essa decisão é anulável por ser proferida por
tribunal incompetente (art. 46º nº3 a) iii) LAV).
Este aspeto será por diversas vezes referido, até porque levanta alguns
problemas de difícil resolução. Mas é importante que fique, desde já, bem esclarecido.
Porque é contratual a fonte dos poderes do tribunal arbitral, este só tem competência
se onde houver contrato. Assim, para que o tribunal arbitral seja competente, é
necessário que o litígio em causa esteja contemplado na convenção arbitral.
Espécies
Compromisso Arbitral: quando tem por objeto um litígio atual, ainda que afeto
a um tribunal do Estado.
Elementos essenciais
Convenção de Arbitragem
- 5 tópicos práticos para conteúdo -
Convenção de Arbitragem
58
Forma: Consequência:
2º nº1: escrita
3º: nulidade da convenção
da arbitragem
2º nº2 a 5: equivalente a escrita
o Formalidade ad probationem
2º nº6:
o O compromisso arbitral deve
determinar o objeto do litígio
-Forma escrita
- Até à prolação da sentença arbitral, desde que com o
acordo de todos os árbitros.
Caducidade:
- Forma escrita.
Efeitos Positivos:
59
Efeitos Negativos:
Exceções:
Art. 5º
-Tribunal Judicial-
O Processo de Arbitragem
Ler págs. 233 a 258
60
o Natureza privada e contratual da arbitragem
o Escolha das regras pelas partes
→ Lugar da arbitragem
→ Língua do processo
→ Serviços administrativos
→ Custas
→ Confidencialidade
→ Meios de comunicação entre partes e entre partes e tribunal
→ Número limite de peças processuais
→ Questões a decidir
→ Regras sobre a prova
→ Regras sobre as audiências
→ Decisão do tribunal
Fases do Processo
2. Fase intermédia
Organização
Calendarização
3. Fase final
Audiência
Decisão
61
1. Instalação do Tribunal
2. Alegações das partes
3. Fase intermédia
4. Produção de Prova
5. Julgamento e decisão
Constituição do Tribunal
o Art. 8º LAV
o 1 Árbitro ou mais, sempre em número ímpar
o Regra base: 3 árbitros
o A designação por terceiros apenas ocorre a pedido das partes, por falta
de acordo ou no caso de falta de designação de árbitro por uma das
partes;
Os Árbitros
o Art. 9º LAV
o Independentes e imparciais
62
o Art. 17º LAV – remunerações
Ata de Instalação
3-Fase Intermédia
Reunião / Audiência
o Organização do processo
o Preparação da prova
4-Produção da Prova
Prova
63
o Métodos de produção de prova
5-Julgamento e Decisão
Audiência Final
o Necessária
o Questões a verificar:
Local adequado
Audiência em dias seguidos ou não
Se haverá limites de tempo para inquirir testemunhas e para
alegações finais
Tempo de produção de prova ao dispor de cada parte
Decisão
Sentença
Execução
Tribunais
Função Jurisdicional
65
o Art.202º CRP
o Os Tribunais são os órgãos de soberania com competência para
administrar a justiça em nome do povo
Independência
Tipos:
Tribunal Constitucional
Tribunal de Contas
Tribunais Judiciais
Tribunais Administrativos e Fiscais
Julgados de Paz
Tribunais Arbitrais
Tribunal Constitucional
Tribunal de Contas
Julgados de Paz
66
o Tribunais com competência para decidir ações declarativas cíveis de
valor até 150.000€, exceto em matérias de direito da família, sucessões
e trabalho.
Tribunais Arbitrais
67
TAF – Juízos Administrativos – 44º A
Juízo Administrativo Comum: matéria administrativa que não cabe a outro juízo.
68
Juízo de Urbanismo, Ambiente e Ordenamento do Território: litígios em matéria de
urbanismo, ambiente e ordenamento do território sujeitos à competência dos
tribunais administrativos.
69
~
Tribunais da Relação
70
Tribunais de 1ª Instância
Tribunais de Comarca
71
16) Tribunal Judicial da Comarca de Portalegre
17) Tribunal Judicial da Comarca de Porto
18) Tribunal Judicial da Comarca de Porto Este
19) Tribunal Judicial da Comarca de Santarém
20) Tribunal Judicial da Comarca de Setúbal
21) Tribunal Judicial da Comarca de Viana do castelo
22) Tribunal Judicial da Comarca de Vila real
23) Tribunal Judicial da Comarca de Viseu
Tribunais de Comarca
72
Local Cível
Central criminal
Local criminal
Local de pequena criminalidade
Instrução criminal – art. 119º LOSJ
Família e menores – art. 122º LOSJ
Trabalho – art. 126º LOSJ
Comércio – art. 128º LOSJ
Execução – art. 122º LOSJ
→ Juízos de Competência Genérica – art. 130º nº1 e 2 LOSJ
Tribunais de Comarca
CÍVEIS CRIMINAIS
Juízo Local Cível Juízo Local de Pequena
→ Ações de valor até Criminalidade – art. 130º, nº4
50.000€ LOSJ
→ Processos especiais:
Juízo Central Cível – art. 117º sumário, abreviado e
LOSJ sumaríssimo
→ Ações de valor superior a → Recursos de
50.000€ contraordenação: com
coima até 15.000€
→ Tribunal Singular
→ Tribunal Coletivo ou de
Júri
73
Competência Tribunais 1ª Instância
- Elementos de Conexão –
Conexão Territorial: onde ocorreu o litígio
Elementos de ligação
74
75