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RETENÇÃO DE PESSOAS
Créditos: Vectorium/Shutterstock.
É a sigla para o termo em língua inglesa objective and key results, ou seja,
objetivos e resultados chave. Os OKRs são instrumentos de comunicação
interna, que promovem a integração de cada cargo, da área à qual esse cargo
pertence, aos objetivos relacionados à visão e estratégia da organização. É uma
abordagem descomplicada, bastante simples e flexível, porém altamente focada
na eficiência. OKR é uma forma de alinhar internamente os objetivos da empresa,
traduzindo em metas para executivos, departamentos, equipes, gestores e
indivíduos (Appus).
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Quadro 1 – Objetivo e chaves de resultados
OBJETIVO RESULTADOS-CHAVE
A clareza dos OKRs deve ter três níveis: institucional, departamental e individual.
clientes com sua empresa ou marca; é utilizado pelas maiores empresas do mundo como indicador de
satisfação de seus clientes. (https://binds.co/pesquisas/pesquisa-
nps/?utm_term=sistema%20nps&utm_campaign=Net+Promoter+Score&utm_source=adwords&utm_medium
=ppc&hsa_acc=2258986377&hsa_cam=2084896789&hsa_grp=82469822768&hsa_ad=419863689585&hsa
_src=g&hsa_tgt=kwd-
378780440284&hsa_kw=sistema%20nps&hsa_mt=b&hsa_net=adwords&hsa_ver=3&gclid=EAIaIQobChMI6
NCFu_zf7wIVFAyRCh1BTg9GEAAYAiAAEgK0XPD_BwE).
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A partir da clareza dos objetivos estratégicos, é possível compor as metas
e métricas de cada área ou departamento e realizar o mesmo em nível individual.
As organizações que adotam OKRs utilizam ciclos que podem ser mensais,
trimestrais, quadrimestrais ou semestrais, dependendo do modelo de negócio da
empresa. Entretanto, recomenda-se que sejam ciclos curtos, em alinhamento com
os pressupostos da gestão ágil, aceleram feedbacks e facilitam a aprendizagem.
Talvez você esteja se perguntado: mas o que de tão importante diferem os OKRs
das tradicionais metas e objetivos?
OKRs são desvinculados da remuneração justamente porque precisam ser
agressivos e desafiadores – e este é um aspecto muito relevante. Além disso, as
próprias equipes e indivíduos que constroem seus OKRs. Se eles fossem
vinculados à remuneração, as pessoas escreveriam OKRs fáceis para serem
batidos. Por serem agressivos, a marca de 70% já pode ser considerada como
resultado atingido. A expressão moonshots é a visualização perfeita daquilo que
se entende como agressivo e desafiador. Portanto, os KRs precisam mirar na lua
e atingir 70% já é considerado um sucesso.
1.2 KPIs
Crédito: buffaloboy/Shutterstock.
Os KPIs têm por objetivo mensurar o que tem sido feito, os resultados, e,
por meio da criação de números, promover insights a respeito da performance da
organização, área ou do profissional. Os números apontam para resultados reais,
permitindo assim avaliar as estratégias e rapidamente identificar quais ações são
necessárias para alteração da rota, quais estratégias têm tido boa resposta em
relação aos objetivos estabelecidos, seja pela organização, área ou cargo.
Assim como as OKRs, os KPIs são pontuais e concisos, permitindo aos
gestores avaliar o desempenho de processos internos e de pessoas e áreas. Por
esse motivo, considerar OKRs e KPIs ao realizar o acompanhamento de
performance do colaborador é de grande valia para identificar áreas de força e
oportunidades de desenvolvimento.
Vamos imaginar que uma determinada organização, que venha sofrendo
com a dificuldade de dar continuidade aos projetos em virtude da rotatividade de
pessoal, adote o seguinte OKR:
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Ao final do ciclo de três meses de revisão de OKRs, suponhamos que o
vendedor aumentou o número de leads em 60% e conseguiu realizar uma média
de 25 videoconferências para apresentação de produtos. Embora ele tenha
aumentado o número de leads, o desempenho ficou aquém do projetado, o
mesmo ocorreu em relação ao KR2.
Assim, o gestor, ao acompanhar o desempenho desse profissional, pôde,
em companhia deste, identificar oportunidades de redesenhar estratégias,
desenvolver competências e também projetar um plano de desenvolvimento que
proporcione a aquisição de novos comportamentos, conhecimentos e habilidades.
Que darão conta, não apenas do gap em relação a entrega passada, mas, sim,
de fortalecer o profissional a enfrentar desafios futuros.
OKrs e KPIs não estão apenas relacionados a metas agressivas e à
produtividade. Eles apresentam estreita relação com a gestão de desempenho,
pois como é possível avaliar e gerir o desempenho critérios claros de resultados
de performance?
Saiba mais
Ficou interessado nos OKRs? Então leia o texto intitulado OKR: o que é, como a
metodologia pode ajudar sua empresa e exemplos para você implementar, disponível:
<https://resultadosdigitais.com.br/blog/o-que-okr/>. Aprofunde seus conhecimentos em
OKRs e KPIs: <https://www.appus.com/blog/gestao-de-pessoas/diferenca-entre-okr-e-
kpi/#:~:text=J%C3%A1%20que%20os%20OKRs%20definem,essas%20metas%20com
%20os%20KPIs> e <https://www.siteware.com.br/blog/metodologias/metodologia-okr/>.
Acesso em: 2 jul. 2021.
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Quadro 4 – Pilares que compõem o processo de gestão
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Vale do Silício têm chacoalhado as práticas de RH, trazendo a necessidade de
repensar os modelos tendo em vista a filosofia do RH centrada em talento e o
perfil das novas gerações, a exemplo dos millenials, e a rapidez com que as
transformações ocorrem.
A “velocidade interativa dessa nova realidade torna processos anuais ou
semestrais obsoletos, pois não mais representam a velocidade com que as coisas
acontecem no trabalho e no mercado, portanto processos que antes eram anuais
passam a ser semestrais, trimestrais ou até mais frequentes” (Mello, 2019, p. 20).
O quadro a seguir apresenta um olhar comparativo entre o modelo tradicional e a
nova gestão de desempenho.
TRADICIONAL OKRS
•Estabelece “o que” deve ser feito •Estabelece o que deve ser feito e como deve
•Eixo top – down – de cima para baixo, os ser feito
níveis hierárquicos superiores criam e os •Eixos múltiplos: de baixo para cima e lateral ,
demais níveis cumprem dado que o nível estratégico cria o objetivo
•Privado e restrito, dado que cada setor ou geral e todos os demais departamentos ou
área responde por objetivos e metas que se áreas (equipes e indivíduos) criam seus
restringem á equipe correlata próprios OKRs no sentido de contribuir para
•Avaliação sujeita a diversos pontos frágeis, o objetivo geral
tais como a falta de memória do gestor e o •Público e transparente, os OKRs de todos os
vício da tendencia central setores e indivíduos são abertos para toda a
•Ciclos anuais de avaliação de desempenho organização
e rodadas de feedback •Avaliação realizada em ciclos mensais ou
•Olhar para entregas do passado trimestrais, ciclos curtos com o objetivo de
acompanhar as entregas e gerar o maior
•Avaliação de desempenho atrelada á
valor possível ao cliente interno, cliente
remuneração, ganha mais quem bate meta
externo e organização
•Apetite moderado ao risco, estabelecimento
•Conversas abertas, fluidas, com vistas a
de metas mais fáceis para serem batidas e
oportunidades de melhorias e estratégias de
as pessoas se motivarem a ganhar mais.
desenvolvimento que permitirão lidar com
desafios futuros
•O acompanhamento de performance é
desvinculado de retorno financeiro
individual, é totalmente voltado ao
desenvolvimento
•A avaliação de desempenho é realizada
tendo por base critérios objetivos, que
oferecem informações para efeito de
progressão de carreira, bônus e demais
incentivos financeiros.
• Os objetivos e metas são agressivos e
desafiadores, dados que são estabelecidos
em conjunto, profissional e gestor, visando a
alta performance e o desenvolvimento.
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entregas, desenvolvimento de competências e habilidades, fortalece a cultura da
qualidade e a cultura do foco em resultados, cultiva a dinâmica de times e alinha
olhares de profissionais e áreas ao objetivo da organização, tendo em vista a mais
elevada satisfação e excelência de entrega ao cliente.
E por que cada vez mais as organizações têm adotado o novo modelo de
gestão de desempenho? Essa resposta nos remete a um cardápio variado, em
que podemos citar a dinâmica do mercado de trabalho e o crescimento de
profissionais da gig economy; as expectativas e características dos millenials e os
métodos de gestão ágil.
3.2 Millenials
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mais de novidades e estímulos externos para se manterem motivados” (Mello,
2019, p. 10). Uma pesquisa realizada pela Global Human Capital Trends (2015),
da Bersin by Deloitte constatou que:
a) objetividade da entrega;
b) correção da rota no momento que o desvio acontece; e
c) no aprendizado imediato, que ocorre por meio de desenvolvimento
incremental, ou seja, de melhoria contínua; cooperação entre equipe e
cliente (ciclo de feedback constante); entregas rápidas e de alta qualidade;
flexibilidade de escopo do projeto; criação de valor progressiva e de acordo
com as necessidades do cliente; adaptabilidade às mudanças e alto nível
de inovação (Neil Patel).
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Saiba mais
•Não adota prática •Adota ferramenta •Adota o processo •Adota a prática das
de avaliação de interna de feedback de cadência de OKRs, metas ágeis
desempenho. Os e elogios check-ins entre redefinidas
colaboradores instantâneos, em gestor e trimestralmente e
apenas passam por que qualquer colaborador, com que não afetam
rodada de funcionário pode foco em diretamente
feedbacks do tipo dar e pedir performance, remuneração do
começar, parar, feedbacks para cultura e valores colaborador
continuar duas qualquer outro
vezes ao ano
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com a reflexão. Será que o mesmo instrumento é eficaz para esses dois objetivos?
Não estaríamos utilizando a mesma rede para pescar peixes de tamanhos bem
distintos? E por quê? Processos que levam à tomada de decisão sobre carreira,
bônus e promoções e processos que alicerçam desenhos de programas e
estratégias de crescimento e desenvolvimento têm clientes finais diferentes,
explica Mello (2019, p. 13). A nova gestão de desempenho trata, portanto, de
forma clara e precisa tais resultados a luz de processos diferentes, como ilustra o
quadro a seguir.
TOMADA DE CRESCIMENTO E
DECISÃO DESENVOLVIMENTO
CLIENTE FINAL CLIENTE FINAL
EMPRESA COLABORADOR
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Assim, é essencial que a abordagem adotada pela organização para avaliar
desempenho e promover desenvolvimento leve em consideração os eixos da
entrega e dos comportamentos, mas que contemple também aspectos como
potencial e o quanto chave o profissional é para a empresa. O quadro a seguir
apresenta os sinalizadores mais marcantes de cada processo.
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A autoavaliação clarifica, reforça e fortalece a ideia dos critérios de desempenho na mente do profissional.
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5.1 Acompanhamento de performance
5.2 Feedback
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os fatos e rata a comunicação de forma clara e compassiva e encontra
sustentação em três pilares: situação, comportamento e impacto.
5.3 Feedfoward
Agora é hora de olhar para frente, para as possibilidades. É então que entra
em cena o feedfoward, termo cunhado por Marshall Goldsmith, coach norte-
americano e um dos mais influentes especialistas em gestão, segundo a American
Management Association. O feedfoawrd tem por objetivo gerar acompanhamento
sistêmico e, principalmente, de alavancar o processo de desenvolvimento.
Acompanha e expande o potencial do processo de feedback, pois segmenta e
clarifica o que fazer para alcançar o objetivo desejado. O feedforward é livre de
julgamentos e busca contribuir de forma ativa para o desenvolvimento de todos
no ambiente de trabalho, oportunizando:
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• Descrever esse comportamento para os colegas.
• Pedir duas sugestões para essa mudança de comportamento.
• Ouvir as sugestões e tomar notas sem fazer comentários.
• Agradecer pelas sugestões.
• Perguntar aos outros os que eles gostariam de ver acontecer e de mudar.
O PDI é um documento, que pode seguir a lógica dos 5 Ws e 2 Hs, que têm
por objetivo registrar as ações a serem empreendidas para fortalecer determinada
competência. E note que o PDI não se debruça somente aos pontos de melhoria,
mas também ao fortalecimento dos pontos fortes do profissional. Os pontos fortes
são núcleos doadores de força e por isso é fundamental que sejam nutridos.
O PDI pode incluir estratégias de mentoring, de coaching, leituras, filmes,
cursos para desenvolvimento de competências técnicas entre outros. Vale
enfatizar que é fundamental que PDI seja acompanhado pelo gestor, como
apoiador para o desenvolvimento do profissional.
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REFERÊNCIAS
BOCK L. O que o google faz de diferente. Um novo jeito de trabalhar para ser
uma das empresas mais bem sucedidas do mundo. Sextante, 2015
THOUGHTCO. Dig Economy: Definition and Pros and Cons. Disponível em:
<https://www.thoughtco.com/gig-economy-
4588490#:~:text=%20Key%20Takeaways%3A%20Gig%20Economies%20%2
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01%20In,they%20suffer%20from%20relatively%20low%20pay%2C...%20Mor
e%20>. Acesso em: 2 jul. 2021.
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