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Deficiência Intelectual

e Física
Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora
– paralisia cerebral

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra. Magda Marly Fernandes

Revisão Textual:
Profa. Ms. Rosemary Toffoli
Unidade Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção
neuromotora – paralisia cerebral

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:

iStock/Getty Images
• Disfunção Neuromotora – Paralisia Cerebral
• Comunicação Alternativa e Ampliada
• Algumas das grandes contribuições, sempre
presentes

O objetivo é oferecer os conhecimentos básicos e elementares de suporte para que


os alunos com deficiência física – Paralisia Cerebral tenham acesso ao conhecimento.
Lembrando que as pessoas com PC não possuem deficiência intelectual, e, sim,
física, o problema para o acesso ao conhecimento está na comunicação.

Para um bom aproveitamento do curso, leia o material teórico atentamente antes de realizar
as atividades. É importante também respeitar os prazos estabelecidos no cronograma.

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Contextualização

A Paralisia Cerebral é uma das deficiências físicas mais comuns. Ela é definida como uma
Disfunção Neuromotora. A disfunção neuromotora é um transtorno motor causado por lesão
cerebral nas fases de gestação, parto ou pós-parto. Por isso a ênfase da prevenção já estudada
em unidades anteriores.
A lesão pode levar à inabilidade, dificuldades ou descontrole dos músculos e movimento
do corpo. Essa disfunção nem sempre vem acompanhada de sequelas neurológicas que
comprometem o aspecto cognitivo. Portanto, uma pessoa com Paralisia Cerebral geralmente
não tem deficiência intelectual e pode chegar ao mais alto nível de escolarização.
A pessoa com Paralisia Cerebral beneficia-se muito com o ensino comum. Seu problema
centra-se mais na comunicação. Esta unidade mostrará como funciona a comunicação
alternativa e ampliada e outras contribuições da tecnologia assistiva na escolarização das
pessoas com paralisia cerebral.
Apesar dos recursos, o professor precisa de suportes inspiradores, para avançar na busca
de possibilidades de ações positivas no cotidiano escolar. Estes suportes inspiradores são os
mestres atemporais, da cultura ocidental e da cultura oriental, das culturas negadas e das culturas
extintas. Alguns serão lembrados na unidade, porque sacralizam a prática do professor.
Não desfazendo de muitos outros mestres estudados na formação básica, sabemos que há
uma emergência ética na ação pedagógica que não se consolida sem quebrar barreiras limitantes
de algumas ideologias superadas. O homem, antes de ser produtivo, é um ser amoroso, benéfico
e de capacidade infinita. Numa escola excludente, simplesmente perdemos o aluno. O mundo
perde uma possibilidade. Os humanos perdem sua humanidade.

Wikimedia Commons

Stephen Hawking ainda não recebeu o prêmio


Nobel da Academia Sueca, contudo, ainda é
considerado o cientista vivo mais famoso do
mundo e acaba de ganhar, aos 70 anos, uma nova
biografia. O físico é considerado o mais popular
cientista desde Einstein.
• http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/aos-70-
anos-stephen-hawking-ganha-nova-biografia

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Disfunção Neuromotora – Paralisia Cerebral

A Paralisia Cerebral é uma das deficiências físicas mais comuns. Ela é definida como uma
Disfunção Neuromotora. A disfunção neuromotora é um transtorno motor causado por
lesão cerebral nas fases de gestação, parto ou pós-parto. A lesão pode levar à inabilidade,
dificuldades ou descontrole dos músculos e movimentos do corpo. A disfunção neuromotora
nem sempre vem acompanhada de sequelas neurológicas. Isso significa que a pessoa com
essa disfunção nem sempre tem o seu aspecto cognitivo comprometido.1

A pessoa com disfunção neuromotora – paralisia cerebral e


a escola1
No trabalho pedagógico com a pessoa com disfunção neuromtora – paralisia cerebral, é
importante que o professor possa realizar algumas atividades, levando em conta a limitação
física do aluno, considerando as suas habilidades e seu interesse para realizar outras atividades.
O professor poderá oferecer ajuda ao aluno nas atividades de vida diária aguardando sua
resposta positiva ou negativa para fazê-lo. É importante também perguntar ao aluno qual é a
forma mais adequada de ajudá-lo. Sempre que o professor se sentir inseguro para atender as
solicitações do aluno com deficiência física, deverá solicitar ajuda a outro servidor da escola ou,
se for o caso, especialista da área da saúde. Todos os envolvidos com a questão da educação
inclusiva devem observar a adequação do ambiente para facilitar o acesso da pessoa com
deficiência física aos edifícios, eventos políticos, sociais ou culturais.
Paulatinamente, as escolas deverão ser adaptadas para tal e as novas construções já devem
prever, em seus projetos, a remoção de barreiras arquitetônicas.
Thinkstock/Getty Images

Remoção de barreiras
arquitetônicas no espaço
público
Os meios de transporte, as cabines
telefônicas, os bebedouros, as ruas e seus
passeios também precisam ser adaptados às
necessidades desses sujeitos.

1 BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. Saberes e práticas da inclusão: desenvolvendo competências para
o atendimento às necessidades educacionais de alunos com deficiência física/neuro-motora. [2. ed.] / coordenação geral SEESP/MEC. -
Brasília : MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006. 36 p. (Série : Saberes e práticas da inclusão)

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Adaptações de materiais para o escolar


Diante da sua dificuldade em realizar tarefas que envolvem a parte motora, a escola necessita,
em alguns casos, adaptar materiais para que a criança com deficiência física possa interagir com
eles, favorecendo sua autonomia e seu aprendizado. Exemplos: usar materiais de sucata, de
diversos tamanhos e outros que possam facilitar a manipulação e preensão da criança.

Aranha Mola ou Facilitadora para escrita

futurasaude.com.br

Aqui, o professor pode ser criativo e, caso não haja um engrossador de lápis, o professor
poderá fazê-lo engrossando-o com várias camadas de fita adesiva ou outro material, como uma
espuma, que facilite a utilização.

Engrossador de lápis
aeeufc2013salete.blogspot.com

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Teclado Colmeia
darthandrey.blogspot.com

Para uma digitação sem


erros, existe um suporte,
colocado sobre o teclado,
chamado colméia.

Uso de pulseiras com peso pode controlar a movimentação involuntária e devem ser indicadas
por um terapeuta responsável.

Pulseira de peso

expansao.com

O uso do capacete: nele é acoplado um lápis ou uma ponteira e a criança movimenta a


cabeça para executar a escrita ou digitação.

Capacete
intervox.nce.ufrj.br

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Materiais pedagógicos podem ser adaptados. Existem alguns industrializados como letras do
alfabeto ou números em quadrados de madeira para construção da escrita de sílabas, palavras
ou frases. Contudo, reconhecemos que existem locais no Brasil e situações de escolas em que a
espera é imensa para obter recursos, então, cada professor pode sugerir adaptações de materiais
e criar outros que possam dar melhor acesso aos seus alunos.
As universidades, em seus cursos de docência, podem colaborar com escolas nas oficinas de
produção de material pedagógico durante a formação docente. Vejam alguns exemplos:

Universidade Cruzeiro do Sul


GÊNEROS TEXTUAIS - Acervo – Profa. Magda Marly Fernandes-2014

Universidade Cruzeiro do Sul

Universidade Cruzeiro do Sul


JOGO DE MEMÓRIA DE HERÓIS / QUANTIFICAÇÃO
Acervo – Profa. Magda Marly Fernandes-2014
Universidade Cruzeiro do Sul

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O importante é mesmo acreditar no potencial dos alunos

VIDEO – 6’ 11’’ – Reportagem Rede Record


Garoto com paralisia cerebral supera limites e avança na Olimpíada de Matemática
• https://www.youtube.com/watch?v=bdHI5_76yYo

Comunicação Alternativa e Ampliada


A linguagem e a comunicação afetadas constituem impedimentos fundamentais do
desenvolvimento humano, uma vez que o ser humano precisa interagir com o outro, tanto para
sua sobrevivência individual, quanto coletiva.
Os alunos que apresentam graves distúrbios na comunicação oral, escrita ou gestual acabam
por não conseguir estabelecer processos interativos, deixando de expressar seus achados,
sentimentos, considerações sobre o que aprendeu.
Para melhorar a recepção, compreensão e expressão da linguagem dos alunos, têm sido
utilizados recursos de comunicação alternativa ou suplementar. Para a criança com problema
de comunicação, principalmente aquela que não tem condições de falar e, por esse motivo, não
consegue se fazer entender, é preciso criar condições para que ela possa se comunicar com as
pessoas ao seu redor, expondo seu pensamento, sua vontade, sua opinião, sua necessidade
de participação nas situações que lhe sejam significativas, num processo que se denomina
comunicação suplementar alternativa.
Para proceder à comunicação alternativa são usados diversos recursos e materiais que possam
dar suporte, facilitar ou viabilizar o processo de comunicação das crianças com os indivíduos,
como símbolos significativos e sinais corporais manifestados pela criança.
A “comunicação alternativa” também se faz necessária para compensar e facilitar (temporária
ou permanentemente) os prejuízos ou incapacidades de indivíduos com severos distúrbios da
comunicação expressiva e/ou distúrbios da compreensão. O termo Comunicação Alternativa e
Ampliada é utilizado para definir outras formas de comunicação como o uso de gestos, língua
de sinais, expressões faciais, o uso de pranchas de alfabeto ou símbolos pictográficos, até o uso
de sistemas sofisticados de computador com voz sintetizada.

VIDEO – 9’07’’ – Comunicação Alternativa e Ampliada


Programa Especial exibido na TV Brasil em 02/04. Nadia Browning.
• https://www.youtube.com/watch?v=OaCVkxtaWCg

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Cartões de comunicação

assistiva.com.br
A imagem apresenta vários cartões de comunicação com símbolos gráficos representativos
de mensagens. Os cartões estão organizados por categorias de símbolos e cada categoria
se distingue por apresentar uma cor de moldura diferente: cor de rosa são os cumprimentos
e demais expressões sociais, (visualiza-se o símbolo “tchau”); amarelo são os sujeitos,
(visualiza-se o símbolo “mãe”); verde são os verbos (visualiza-se o símbolo “desenhar”)
; laranja são os substantivos (visualiza-se o símbolo “perna”), azuis são os adjetivos
(visualiza-se o símbolo “gostoso”) e branco são símbolos diversos que não se enquadram
nas categorias anteriormente citadas (visualiza-se o símbolo “fora”).

Assim vários são os desafios que podem ser vivenciados pelas crianças cometidas de disfunção
neuromotora para sua inclusão escolar; dessa forma, a utilização de recursos de tecnologia
assistiva tem sido preconizada com intuito de ampliar as habilidades funcionais desses alunos
no contexto escolar.

Outras contribuições da tecnologia assistiva


aee2013aprendiz.blogspot.com

Os vocalizadores e softwers
Comunicação aumentativa (suplementar) e
alternativa são amplamente utilizadas nos recursos
eletrônicos e permitem a comunicação expressiva
e receptiva das pessoas. Além das pranchas de
comunicação com os símbolos PCS ou Bliss, existem
os vocalizadores e softwares dedicados para esse fim.
Alta tecnologia: computadores, fala artificial,
comunicadores com voz gravada etc.

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Signos gestuais
Os signos gestuais referem-se à língua gestual utilizada, por exemplo, pelos surdos, que varia
de acordo com o pais. Existem também símbolos gestuais que utilizam gestos que vão de acordo
com a linguagem oral/falada do país. Existem também os signos Makaton, que usa gestos,
símbolos, figuras e expressões faciais.
Os Sinais usados são conceitos/ideias selecionados, de acordo com o que é mais apropriado
para a criança. Este programa, ao utilizar gestos e símbolos em simultaneidade com a fala,
permite desenvolver a comunicação funcional, a estrutura da linguagem oral, facilitando o
acesso aos significados do e no mundo com os outros, o que proporciona mais disponibilidade
para a relação.

SISTEMA BLISS
Sistema Bliss: composto por símbolos feitos de formas geométricas, que
representam conceitos simples ou complexos, por exemplo: caixa + olhar + ouvir
+ eletricidade = televisão. Apesar da sua vasta possibilidade de combinações, a
sua aprendizagem é mais lenta e exige mais desempenho cognitivo.

lapsicopedagoga.files.wordpress.com

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SISTEMA PIC
Sistema PIC: sinais em branco sobre fundo negro. Estão organizados nas pranchas
de comunicação, obedecendo a uma organização semântica. Os desenhos
aparentam-se a sinais do ambiente comunitário. Indicados para crianças que
apresentem dificuldades de visão, visto que o branco no preto cria um maior
contraste. Apresenta limitações no fato de ainda ter um leque reduzido de símbolos.

SISTEMA PECS
Sistema PECS (Picture Exchange Communication System): utiliza cartões
contendo fotos ou logotipos de coisas relevantes para a criança. Fomentando a
comunicação, a resolução de problemas (pedir ajuda), a descriminação de figuras
e a estruturação de frases. Pode-se iniciar com coisas que a criança gosta de
comer e ensiná-la a utilizar os cartões como objeto de troca pelo que deseja.

VIDEO 2’15’’ – Sistema de Comunicação Alternativa para Tablet


Estes recursos servem também para crianças com autismo.
• https://www.youtube.com/watch?v=Fj3pvi6UuoI

Algumas das grandes contribuições, sempre presentes


Para a educação de crianças com deficiências e mesmo para as crianças que não possuem
deficiências, todas as tecnologias disponíveis e todas as condições de infraestrutura organizadas
podem não surtir efeito se não tivermos a atitude de um Educador compromissado. Temos,
pois, tecnologias, formação, livros disponíveis, colaborações, mas, às vezes, não temos o que
falta em nós mesmos: a convicção de que podemos aguçar o outro para a vida, para a felicidade
e esperança. Isso se faz nas ações cotidianas através de nossa energia.

O processo de conscientização e evolução no acolhimento e nas inúmeras possibilidades de


educação de pessoas com necessidades especiais, como já foi visto, vem num crescente. E com
o intuito de avançarmos ainda mais, vamos procurar perceber essas possibilidades nas ações
cotidianas. Todo curso de formação de professores traz pensadores, filósofos, educadores,
cuja contribuição é muito valiosa para todo profissional que atua diretamente com criança,
jovens e adultos. Às vezes, pelas inúmeras solicitações do cotidiano, não percebemos o quanto
os valorosos mestres citados nos cursos de formação podem contribuir.

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Para começar: Me ajuda a olhar
“Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando. Quando o menino e o pai,
enfim, alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de
seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.E
quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai: - Me ajuda a olhar!”
(Eduardo Galeano - extraído do Livro dos abraços)
Fonte - http://devaneiospsi.blogspot.com.br/2011/09/me-ajuda-olhar.html

Acreditamos que educar seja: “ajudar a olhar”. Independente das condições que nossos
alunos se encontrem, nossa missão, nosso dever, nosso compromisso é ampliar sua visão de
mundo. Quando falamos em inclusão, de quem, exatamente, estamos falando? Do Menino,
Menina, Negro, Oriental, Deficiente, Magro, Gordo? De quem sabe muito? Sabe pouco? Sabe
coisas diferentes? De quem veio de longe? Quem anda de chinelo? Quem fala outra língua?
Do Homem? Da Mulher? Da 3a. idade? Do índio, do homossexual? Do adulto analfabeto? Do
camelô? Do dependente químico?
Ao tratarmos da inclusão dos declarados “portadores de necessidades educacionais
especiais”, vamos fazer questão de lembrar que a educação escolar, e por extensão toda a
sociedade, deve pensar e agir com todos. Será que fazemos justiça, apenas com igualdade? Ou
não será necessário ampliarmos nosso olhar e, ao percebermos as necessidades de cada um,
providenciar os instrumentais, metodologias e demais condições capazes de favorecer, criar
condições de aprendizagem?

Contribuições de Paulo Freire para a Educação Inclusiva


É preciso revisitar Paulo Freire, uma vez que, para ele, EDUCAR requer aceitar os riscos do
desafio do novo, enquanto inovador, enriquecedor, e rejeitar quaisquer formas de discriminação
que separe as pessoas em raça, classes... É ter certeza de que faz parte de um processo inconcluso,
apesar de saber que o ser humano é um ser condicionado, portanto, há sempre possibilidades de
interferir na realidade a fim de modificá-la. Acima de tudo, ensinar exige respeito à autonomia
do ser do educando.
Faz-se necessário, assim, que se proporcionem momentos para experiências, para buscas. O
professor precisa estar disposto a ouvir, a dialogar, a fazer de suas aulas momentos de liberdade
para falar, debater e ser aberto para compreender o querer de seus alunos. Para tanto, é preciso
querer bem, gostar do trabalho e do educando. Não com um gostar ou um querer ingênuo,
que permite atitudes erradas e não impõe limites, ou que sente pena da situação de menos
experiente do aluno ou, ainda, que deixa tudo como está que o tempo resolve, mas um querer
bem pelo ser humano em desenvolvimento que está ao seu lado, a ponto de dedicar-se, de
doar-se e de trocar experiências, e um gostar de aprender e de incentivar a aprendizagem, um
sentir prazer em ver o aluno descobrindo o conhecimento. (Freire, :96).

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Inspirados por Paulo Freire, devemos refletir sobre nossos fazeres pedagógicos, modificando
aquilo que for preciso e, especialmente, aperfeiçoar o trabalho, além de fazer, a cada dia, a
opção pelo melhor, não de forma ingênua, mas com a certeza de que, se há tentativas, há
esperanças e possibilidades de mudanças em prol dos nossos alunos.
Para Freire, o homem e a mulher são os únicos seres capazes de aprender com alegria e esperança,
na convicção de que a mudança é possível. Aprender é uma descoberta criadora, com abertura
ao risco e a aventura do ser, pois ensinando se aprende e aprendendo se ensina. Para Freire, a
educação é ideológica e dialógica, para que se possa estabelecer a autêntica comunicação da
aprendizagem, entre gente, com alma, sentimentos e emoções, desejos e sonhos. A sua pedagogia
é fundada na ética, no respeito à dignidade e à própria autonomia do educando. Freire, ainda,
é vigilante contra todas as práticas de desumanização. É necessário que o saber-fazer da auto
reflexão crítica e o saber-ser da sabedoria exercitada ajudem a evitar a “degradação humana” e o
discurso fatalista da globalização, que dá a falsa impressão de igualdade.

balonado.files.wordpress.com

Paulo Freire, um Professor que, através da sua vida, não só procurou perceber os problemas
educativos da sociedade brasileira e mundial, mas propôs uma prática educativa para resolvê-
los. De forma poética e amorosa, ensina-nos como voar por esse imenso céu, orientando-nos por
uma bússola peculiar, que aponta entre outros as seguintes diretrizes: a rigorosidade metódica e
a pesquisa, a ética e estética, a competência profissional, o respeito pelos saberes do educando e
o reconhecimento da identidade cultural, a rejeição de toda e qualquer forma de discriminação,
a reflexão crítica da prática pedagógica, a corporificação, o saber dialogar e escutar, o querer
bem aos educandos, o ter alegria e esperança, o ter liberdade e autoridade, o ter curiosidade, o
ter a consciência do inacabado. A prática docente reveste-se de uma importância tal, em Freire,
que vale a pena fazer as seguintes considerações revendo seus ensinamentos:
• teoria e prática são indissociáveis e para que nenhuma perca seu sentido ou importância,
deve existir uma reflexão crítica entre ambas.
• o professor deve estar aberto aos questionamentos e dificuldades dos alunos.
• é preciso reforçar a capacidade crítica do educando e sua insubmissão, dentro de uma
rigorosidade metódica, para que ele não se torne um simples “memorizador”.

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• os conhecimentos dos alunos têm que ser respeitados, principalmente daqueles vindos de
classes mais baixas, e aplicá-los aos conteúdos ensinados, sem nunca perder de vista a
realidade dentro do aprendizado, não, obviamente para permanecer na mesma realidade,
mas para superá-la.
• a crítica deve estar inserida no ensino, a partir da curiosidade dos alunos. Esta, inicialmente
ingênua, ao ser superada, pode tornar-se epistemológica, com a aplicação da prática
pedagógico-progressista.
• não deve haver discriminação, pois essa prática fere a dignidade do ser humano e não se
aplica à democracia.
• o professor tem que estar ciente de que suas atitudes podem influenciar profundamente a
vida de um aluno, positiva ou negativamente.
• o conhecimento do professor precisa ser vivido por ele, encarnado, para que se transforme
em prática aplicável.
• o ensino e sua prática não podem ser tratados como algo definitivo, são passíveis de
mudança. O ser humano também é inacabado e justamente por isso, o ato de ensinar/
aprender deve estar em permanente transformação.
• é necessária a consciência de que as pessoas podem ser condicionadas de acordo com o
meio. Porém, isso não significa que elas sejam determinadas por ele (os obstáculos não
são eternos).
• o respeito pela autonomia do aluno é exigido pela ética. Cada um possui particularidades
e pensamentos que não podem ser minimizados ou ridicularizados. Se isso acontecer, a
ética é transgredida.
• autoridade não pode ser entendida como autoritarismo. O professor tem que entender,
em certas ocasiões, pontos falhos do aluno. Ao invés de reprimi-lo, tem que ajudá-lo, com
humildade e tolerância.
• sobre a avaliação: seria boa uma forma na qual fosse feita junto com os alunos, pois a
avaliação é para eles, e não para o educador.
• para a realização da docência decente, devem existir condições favoráveis, higiênicas,
espaciais e estéticas. O corpo docente deve lutar pelos seus direitos (como um salário
digno), isto faz parte da prática de lecionar.
• deve haver alegria e esperança. A esperança faz parte do ser humano, e negá-la contradiz a
prática progressista da educação e a ética (sempre contra a frase: “o que fazer? a realidade
é assim mesmo”).
• o professor, assim como o aluno, também é movido pela curiosidade. Ela é a mola propulsora
do aprendizado e do ensino do educador, da construção e produção de conhecimentos.
Proporciona um diálogo entre o professor e o aluno. Porém, este diálogo não deve ser
tratado como apenas um vai-vem de perguntas e respostas: momentos explicativos do
educador são necessários.
• é preciso tomar muito cuidado com a relação autoridade- liberdade, sempre ameaçadas
pela prática do autoritarismo e da licenciosidade, prática esta que pode acabar levando a
disciplina à indisciplina.

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

• não se deve falar de cima para baixo, achar que é o dono da verdade. Um educador não
deve falar PARA o educando, mas sim COM ele, e isso só é possível quando o educador
sabe escutar. Porém, a escuta não deve ser passiva, ela é uma boa forma de se fazer
questionamentos sobre o que está sendo exposto, de defender uma opinião própria. Isto
pode ser refletido numa maneira crítica e justa de avaliação.
• enfatiza a necessidade de respeito ao conhecimento que o aluno traz para a escola, visto
ser ele um sujeito social e histórico, e da compreensão de que “formar é muito mais do que
puramente treinar o educando no desempenho de destrezas”.

Não podemos nos assumir como sujeitos da procura, da decisão, da ruptura, da


opção, como sujeitos históricos, transformadores, a não ser assumindo-nos como
sujeitos éticos. É por essa ética inseparável da prática educativa, não importa se
trabalhamos com crianças, jovens ou com adultos, que devemos lutar !

Contribuições de Celestin Freinet para a Educação Inclusiva


Aos 24 anos, Freinet começou a lecionar em uma Escola Pública praticamente abandonada.
Isso refletia nas crianças. Eram tristes e desconectadas com a vida. Freinet sabia que esses
alunos necessitam sentir que aprender era divertido e prazeroso. - A metodologia de ensino
tradicional e disciplinadora tornava-os desmotivados, pois recebiam tarefas prontas na quais a
criatividade, o pensamento, o indagar quase não existiam.
Freinet propôs uma nova metodologia que focava a vivência dos conteúdos abordados e as
transcrições escritas. Todas as atividades eram cheias de prazer e criatividade:
Aula – Passeio – Freinet propiciou aos alunos o contato com o mundo. Passeavam em
feiras, igrejas etc. Foi na visitação a essas feiras, onde vários objetos eram vendidos, que os
alunos descobriram a cultura do local em que viviam e, assim, Freinet propôs a elaboração de
Projetos, ensinando-os a documentar suas observações de mundo.
Expressão Livre – transcreviam através da arte, da escrita, da oralidade e criavam textos
individuais e coletivos. Esses textos eram publicados e distribuídos à comunidade, após correção
coletiva em sala de aula. Freinet mostrou a seus alunos desde pequenos que escrevemos para o
outro ler e/ou para registrar coisas importantes em nossas vidas. Sua maneira de ensinar, como
firmou Vygotsky, fez surgir dentro dos ambientes escolares a verdadeira função social da Escola.
Livro da vida: (antes livros dos parafusos) Denominaram livro dos parafusos, pois
eram confeccionados em grandes páginas e parafusados na parede da sala. Nesses livros, eram
registrados as informações dos passeios, da rotina diária e tudo que necessita ser registrado.
Freinet foi perseguido e preso, teve, por várias vezes, sua escola destruída, pois formava a
mente humana para liberdade e não para a disciplina e respeito às regras. Hoje vemos rastros

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da Pedagogia Freinet em várias escolas. Porém discuti-se: “porque essa metodologia foi
tão elitizada, visto que sua pedagogia partiu do POVO?” A pedagogia Freinet era a
pedagogia da Liberdade, das atividades diversas, mas com o cuidado de não perder o princípio
social e ter como protagonista o aluno infanto-juvenil.
Muitas das atividades propostas por Freinet são executadas em diversas escolas do país como
os livros da vida – pois é o processo de registro usado por muitos professores como elemento
necessário para acompanhar o desenvolvimento dos alunos e conhecê-los ainda melhor. Serve
também de apoio para os professores das séries seguintes como forma de conhecer o seu novo
aluno e dar continuidade ao seu desenvolvimento. O livro da Vida não é só um registro,
mas um “formador de professores”

As salas de aula são organizadas em CANTINHOS OU SALAS AMBIENTES onde os


alunos podem realizar várias atividades de acordo com o seu interesse, sempre mediado
pela pelo professor. Podem ser cantinhos fixos ou móveis.

Fichas Coletivas – As experiências são registradas pelos alunos em fichas e arquivadas em


caixinhas dentro da sala fazendo parte da BIBLIOTECA. Outros colegas poderão ter o contato
com estes registros e aprendem a importância dos registros teóricos. Biblioteca - Livros diversos
são trazidos para a sala de aula.
Correspondência escolar - Os alunos escrevem cartas para os colegas e, muitas vezes, para
pessoas da comunidade colocando-as no Correio . FIRMANDO MAIS UMA VEZ A FUNÇÃO
SOCIAL DA LEITURA E ESCRITA. Tais trocas faz a evolução do aluno, pois o aluno observa o
que recebeu e aperfeiçoa seu objeto de conhecimento.
Reunião Cooperativa (Hoje Roda da Conversa): Um espaço em que as crianças e
professora se encontram, conversam, programam-se e é na roda da conversa que saem os projetos.
Chamada Viva: O painel é trocado conforme o tema abordado em sala. Muito colorido, a
presença do aluno é demarcada por objetos, animais, flores etc.
Quadro de Rotina – Essencial à criança. Nele estão demarcadas as ações do dia e esse
procedimento traz à criança muita segurança e noção do tempo.
A pedagogia Freinet chegou ao Brasil em 1970 – na ditadura. O sistema de governo
da época dizia que estas novas metodologias eram vinculadas ao socialismo da Rússia ou
Anarquismo da França – portanto proibida no Brasil, porém muitos estudiosos continuavam as
suas pesquisas nos porões da Universidade de São Paulo(USP).

A escola freneitiana é uma escola alegre, colorida, muito diferente das escolas da
época. Toda escola deve ser permeada de intenção. Para Freinet – Ser educador
é ser alguém que liberta.

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Contribuições da pedagogia do elogio para a Educação Inclusiva – a


Educação da Vida (origem oriental)

Educação da Vida
É a parte da filosofia de Masaharu Taniguchi2 que trata da educação, focada na “reeducação
do adulto” e no “sorriso, elogio e palavras de incentivo”. Tem como objetivo, acreditar na essência
boa da criança, (com ou sem deficiência) fazê-la crescer através do amor com sabedoria.
Esta cartilha tem como objetivo propor um conjunto de práticas a serem utilizadas por pais,
professores e alunos com o sentido de criar ambientes de aprendizagem repletos de alegria,
harmonia e amor. As práticas podem ser adaptadas aos diversos ambientes, pois seu objetivo é
que reflitamos sobre nosso comportamento e nossas atitudes, tornando nossa vida iluminada.
Pode parecer estranho, porque trata-se de uma cultura diferente da nossa, mas disciplinar e
alinhar a mente, palavras e ações, é o que fazemos sempre quando desejamos um dia melhor.
Quando estamos em desarmonia, as palavras, pensamentos e ações são de pessimismo,
desgastantes e voltam-se para um dia ruim, carregado, cheio de conflitos aparentemente
impossíveis de serem superados. A filosofia é baseada no elogio.

Os desejos essenciais de todo Ser Humano

Ser livre

Ser Ser
elogiado reconhecido
EU

Ser amado Ser útil

Elaborado pelo autor

2 Por razões de espaço, não foi possível colocar todos os pontos citados na Cartilha da Vida, porém, mais informações poderão ser encontras
no endereço: http://sni.org.br/educadores/

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O desejo de ser reconhecido.
Todos possuem no íntimo o desejo de ser reconhecido, principalmente, pelas pessoas que
amam e respeitam.

O desejo de ser amado é o desejo de não ser rejeitado.


Amar é o desejo de se unir ao outro. O desejo de ser amado, que todos possuímos em nosso
íntimo, é, pois o desejo de se unir ao outro. Podemos, então, afirmar que o desejo de ser amado
é o ‘desejo de não ser rejeitado.

O desejo de ser útil ao próximo


Uma criança pequena deseja ser útil a um limitado número de pessoas: seus pais e irmãos.
Para melhorarmos o nosso relacionamento humano, é muito importante reconhecermos
reciprocamente a utilidade do nosso trabalho.
O desejo de ser elogiado
O professor explica que a atividade de hoje visa descobrir o talento único de cada aluno.
Assim, reúnem-se em grupos e todos participam, respondendo: “O João é bom em quê?”
Fazem assim uma lista de talentos e qualidades de cada um. O objetivo é que todos se sintam
importantes, dando especial atenção àqueles que não atingem os padrões sociais da idade,
mais tímidos ou menos agressivos. A avaliação é um momento importante, tanto para avaliar
a eficácia da comunicação, quanto para reforçar a autoestima do aluno. Ache uma forma
de realizar medições contínuas e elogie com sinceridade sempre que os alunos conseguirem
demonstrar sua inteligência. Interessante é realizar diversos tipos de atividades, onde cada um
possa expressar sua habilidade.

O desejo de ser livre


Estar livre do que magoa, reprime, mas, principalmente, dos pensamentos que reprimem
o outro, que não vê no outro o si mesmo. Não sentir compaixão é estar aprisionado num
mundo vazio, materialista, excludente, odioso. Devemos criar espaços para os atos concretos de
solidariedade, cooperação de forma a ensinar é a saída da vida em todas as situações concretas
de dificuldades.

A organização da ação pedagógica depende da organização da


mente – das palavras e das ações
Em primeiro lugar, deve-se empregar o poder da mente. Vendo a criança com os olhos da
mente, com o pensamento e com os sentimentos, consegue-se fazer com que ela manifeste
o bem que existe em seu interior. A contemplação constante torna-se uma espécie de oração
poderosa. Nada melhor do que conseguir contemplar a criança sempre como ‘o bem absoluto’
isento de defeitos, imperfeições.

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Em segundo lugar, a Educação da Vida emprega o poder da palavra. As palavras de amor e


elogio constituem uma poderosa força que fazem manifestar o bem.
Em terceiro lugar, leva em conta a fisionomia, as atitudes e a atmosfera ambiental como
elementos constitutivos do ambiente educativo. Não podem ser expressos como a palavra
falada, mas constituem o que está na intenção do educador, que vai influenciar a relação tanto
do educador consigo mesmo e com o mundo, pessoas, quanto do educando com o educador
– o seu exemplo.

Organização de si para o trabalho pedagógico.


Atribuir sentido à adversidade:
• Valorização das relações interpessoais (senso de pertencimento)
• Contextualização dos estressores como parte do ciclo de vida da família
• Sentido de coerência das crises: como desafios administráveis
• Percepção da situação de crise: crenças facilitadoras ou Constrangedoras

Olhar positivo
• Iniciativa (ação) e perseverança
• Coragem e encorajamento (foco no potencial)
• Esperança e otimismo: confiança na superação das adversidades
• Confrontar o que é possível: aceitar o que não pode ser mudado

Transcendência e espiritualidade
• Valores, propostas e objetivos de vida.
• Espiritualidade, fé, esperança.
• Inspiração: criatividade e visualização de novas possibilidades.
• Transformação: aprender e crescer através das adversidades.

Flexibilidade
• Capacidade para mudanças: reformulação, reorganização e adaptação.
• Estabilidade: sentido de continuidade e rotinas.

Coesão
• Apoio mútuo, colaboração e compromisso.
• Respeito às diferenças, necessidades e limites individuais.

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• Forte liderança: prover, proteger e guiar crianças e membros vulneráveis.
• Busca de reconciliação e reunião em casos de relacionamentos problemáticos.

Recursos sociais e econômicos


• Mobilização da família extensa e da rede de apoio social.
• Construção de uma rede de trabalho comunitário na família trabalhando junto.
• Construção de segurança financeira com equilíbrio entre trabalho e família.

Processos de comunicação do educador


Clareza
• Mensagens claras e consistentes (palavras e ações)
• Esclarecimentos de informações ambíguas

Expressões emocionais “abertas”


• Sentimentos variados são compartilhados (felicidade e dor; esperança e medo)
• Empatia nas relações: tolerância das diferenças
• Responsabilidade pelos próprios sentimentos e comportamentos, sem “culpado”
• Interações prazerosas e bem-humoradas

Colaboração na solução de problemas


• Identificação de problemas, estressores, opções.
• “Explosão de ideias” com criatividade.
• Tomada de decisões compartilhada: negociação, reciprocidade e justiça.
• Foco nos objetivos: dar passos concretos; aprender através dos erros.
• Postura proativa: prevenção de problemas, resolução de crises, preparação para futuros
desafios.

Processo de educação para obter colaboração dos pais


O papel do professor é importantíssimo, quando os pais não compreendem o processo
de educação e evolução de seus filhos. Faz parte do trabalho do educador propor ideias de

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

como lidar com seus filhos (com e sem deficiência) reorganizando as reuniões na escola numa
atitude de aproximação através de palestras, depoimentos, vídeos. Pontos importantes a
serem trabalhados:

Estudar é uma brincadeira agradável e prazerosa.


Mude seu conceito sobre os estudos. Compreendendo que os estudos fazem exteriorizar o
talento latente na pessoa, conclui-se que não existe atividade mais prazerosa do que estudar;
então ela se torna uma brincadeira sadia e agradável.

A criança não estuda quando os pais cobram muito.


Originariamente, a criança gosta de estudar quando o professor a envolve no trabalho e os
pais se interessam que ela progrida. São os pais que tolhem sua liberdade e lhe tiram o gosto
pelos estudos, quando suas expectativas desviam-se da escolarização e atribuem mais valor às
coisas materiais superficiais.

Elogiar.
Elogiando, estimula-se o filho a elevar notas. Para as crianças com deficiências, trazer vídeos
e depoimentos de pessoas com sucesso escolar apesar da deficiência.

Agradecer aos professores.


Muitas vezes,R os pais não reconhecem os professores de seus filhos. A escola poderá ajudar
organizando reuniões mais como aproximação fraterna do que sobre produção. A escola não é
uma empresa, é um ambiente de acolhimento. A produção é uma consequência.

Absorver o que detém a atenção da criança e mudar.


Perceber o que acontece em casa. Muita imagem, televisão, computadores, celulares jogos
significam ocupar o espaço da mente com inutilidades que são atrativos para as crianças. Existe
um enorme comércio de consumo para as crianças através dos computadores e celulares.
Busque trazer pessoas que falem sobre estes dispositivos como palestras nas escolas.

A criança cresce em direção ao elogio que recebe.


A criança começa a imitar as atitudes físicas e mentais dos pais já no ventre materno e
continua após o nascimento. Por isso é espelho e professor dos pais. Vendo o filho, os pais podem
saber o que devem corrigir na própria conduta. Levar depoimentos e vídeos de pessoas com
deficiências ou de pessoas que aparentemente poderiam ter baixa perspectiva na sociedade,
podem mudar pensamentos frente aos filhos.

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Erradicar o complexo de inferioridade e/ou a vaidade dos pais.
Surpreendentemente, muito do que os pais desejam para os filhos é motivado pelo complexo
de inferioridade ou vaidade, e não por pensarem realmente nos filhos. Filmes e vídeos que
recoloquem a verdadeira expressão do amor, é muito positivo na escola durante as reuniões.

Esperar florescer
A natureza verdadeira da Vida é o bem, é o belo. O bem é diferente do bom. O que é bom é
para mim. O bem é para todos. A Vida existe exclusivamente para exteriorizar o bem, e o bem
é o belo. Mas não devemos apressá-la. Germinar, florescer e dar fruto é a ação natural da Vida.

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Material Complementar

1 - Caminhos para a inclusão: um guia para o aprimoramento da equipe escolar.


PACHECO, J. et al. - Porto Alegre: Artmed, 2007. A obra foi produzida entre 1998 e 2001 por
uma equipe colaborativa da Áustria, da Islândia, de Portugal e da Espanha, como parte do
Projeto Leonardo da Vinci, denominado “Melhoramento da Habilidade dos Professores quanto
à Inclusão (em inglês, ETAI). Tal projeto baseia-se em vários estudos de casos de esforços bem-
sucedidos direcionados à educação inclusiva em escolas obrigatórias nos quatro países.

2. VÍDEO: MILLER, George. O Óleo de Lorenzo. Drama de longa metragem, baseado


em fatos reais. Estados Unidos. 1992.
VIDEO COMPLETO - O OLEO DE LORENZO
• http://vimeo.com/35827828

3. VÍDEO: MANDOKY, Luis. Gaby: A True Story (Original). Drama de uma história real – de
Gaby Brimmer. EUA, 1987. – VIDEO COMPLETO – GABI – UMA HISTÓRIA VERDADEIRA.
• https://www.youtube.com/watch?v=JSwOk92C9cs

4. Paralisia cerebral e aprendizagem: um estudo de caso inserido no ensino regular


Paralisia Cerebral, sua origem, bem como seus graus, suas sequelas, e uma experiência de
inclusão no ensino regular de uma criança paralisada cerebralmente que, ao final do ano letivo
de 2000, após realizar vários trabalhos diversificados, envolvendo o grupo no qual encontrava-
se inserida, obteve resultados significativos na sua aprendizagem.
• http://www.posuniasselvi.com.br/artigos/rev02-12.pdf

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Referências

ALMEIDA, M.L.G. Possibilidades e Desafios de Gestão Democrática em Escola


Pública - Contexto Paulistano 89-92 - Dissertação de Mestrado - PUCSP/1993

FREINET, Célestin, As Técnicas Freinet da Escola Moderna. Lisboa Editorial Estampa


Ltda., 1975.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa, Rio de


Janeiro: Paz e Terra, 2000.

____________. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio


de Janeiro, 1992. 8ª edição. Editora Paz e Terra.

KANUMA. Keiyo Educação do Renascimento. São Paulo: Editora Seicho-No-Ie do Brasil,


2000. ISBN: 8571561559

TANIGUCHI, M. Pedagogia da Seicho-No-Ie. vol. 1 e 2. São Paulo: Editora Seicho-No-Ie do


Brasil,1991.

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Unidade: Intervenção pedagógica em pessoas com disfunção neuromotora – paralisia cerebral

Anotações

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