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CIRURGIA PEDIÁTRICA

Peculiaridades da Cirurgia Pediátrica


• Patologias congênitas;

• Necessidade de exame físico


detalhado na sala de parto;

• Risco de hipoglicemia;

• Risco de hipotermia;

• Evitar uso de fios inabsorvíveis e


telas;
Atresia de esôfago/Fístula Traqueoesofágica
• Comunicação anormal
entre epitélio dos dois
órgãos;

• Congênita;

• Vários tipos diferentes;


Atresia de esôfago/Fístula Traqueoesofágica
• Avaliar presença de bulha
gástrica;

• Avaliar passagem de
sonda nasogástrica;

• Risco de pneumonia de
repetição;
Defeitos congênitos da parede abdominal
• Gastrosquise e onfalocele;

• Associadas com outras má


formações congênitas;

• Realizar cariótipo e ecocardiografia;

• Alto índice de prematuridade e


RCU;
Onfalocele
• Defeito de fechamento no sítio do
anel umbilical;
• Recoberto por membrana avascular;
• Permite protusão do conteúdo
abdominal;
• 10% pode ter ruptura;
• Constituintes: Peritôneo, geleia de
Wharton, âmnio, fígado, intestino,
estômago;
• Cirurgia eletiva;
Gastrosquise
• Defeito adjacente e lateral a um
cordão umbilical de inserção anormal;

• Não é recoberto por saco


membranoso;

• Prolapso de alças intestinais;

• Edema, exsudação, reação


inflamatória, encurtamento;
Tratamento gastrosquise
• Manter bebê aquecido e hidratado;
• Proteção do intestino com
compressas estéreis úmidas;
• Antibiótico de amplo espectro;
• Sondagem gástrica, vesical;
• Acesso venoso para nutrição
parenteral;
• Acompanhar glicemia;
• Encaminhar para cirurgia;
Tratamento Gastrosquise
• Fechamento primário;

• Fechamento por Silo de silicone;


• Redução progressiva das alças;
• Fechamento em até 10 dias;
Complicações
• Infecção de sítio cirúrgico;
• Sangramento;
• Deiscência de sutura;
• Eventração ou evisceração;
• Síndrome compartimental abdominal;
Enterocolite necrotizante
• Doença de neonatos, prematuros,
baixo peso;
• Cardiopatia congênitas, anomalias
intestinais, restrição de crescimento
fetal, policitemia, sepse, asfixia
perinatal e mais recentemente
observada em filhos de mãe usuária
de cocaína ou narcóticos opióides
Estenose Hipertrófica do Piloro
• Hipertrofia da musculatura pilórica;

• Obstrução progressiva do esvaziamento


gástrico;

• Vômitos recorrentes com ausência de bile;

• Palpação da oliva pilórica;


Ondas peristálticas de Kussmaul
Piloroplastia
Atresia duodenal
• Vômitos biliosos;

• Desidratação grave;

• Sinal da dupla bolha;

• Duodeno-duodenoanastomose Diamond-shape;
Pâncreas anular
• Defeito de má rotação
pancreática;

• Vômitos biliosos;

• Sinal de dupla bolha;


Intussuscepção intestinal
• Dor abdominal súbita, em cólica;

• Dor abdominal, vômitos e


sangramento retal;

• Fezes em “geléia de groselha”;

• Massa abdominal palpável;


Cirurgia aberta
Redução por enema com bário ou ar
Atresia de vias biliares
• Icterícia colestática neonatal; Bom estado geral;

• Hiperbilirrubinemia direta, hepatomegalia;

• Biópsia hepática;

• Colangite;

• Cirurgia de Kasai;

• Candidatos a Tx hepático;
Cisto de colédoco
• Dilatação congênia de vias biliares;

• Tríade – dor abdominal, icterícia e


massa palpável;

• Classificação Todani

• Tipo 1 – 80% dos casos


Derivação biliodigestiva Y de Roux
Divertículo de Meckel
• Frequência de 2% na população;

• Mucosa ectópica gástrica ou pancreática;

• Diagnóstico na complicação;

• Hemorragia, perfuração;

• Cintilografia com Tc;

• Ressecção;
Hérnia inguinal
• Mais comum a indireta;

• Persistência do conduto peritoneovaginal;

• Abaulamento inguinal quando criança


chora;

• Hérnia diagnosticada = hérnia operada;

• Ligadura alta do conduto + exploração


bilateral se menor de 2 anos;
Hidrocele
• Passagem de líquido num
conduto peritoneovaginal
pérvio;

• Volume fixo ou variável;

• Teste transluminação;
Conduto Peritônio
vaginal fechado

Hidrocele não-
comunicante
Distopia testicular
• Mais comum: retido inguinal;

• Retrátil – expectante;

• Fowler-Stephens

• Risco de malignização
Varicocele
• Aumento de veias do cordão
espermático;

• Sensação de filamentos no
saco escrotal;

• Elevação de temperatura e
risco de infertilidade;
Varicocele à esquerda – Sd. Nutcracker
Varicocele à esquerda – Sd. Nutcracker
Torção testicular
• Extravaginal – lactente;
• Intravaginal – adolescente;

• Dor em baixo ventre, náuseas, vômitos;


• Retração, perda do reflexo
cremastérico;
• Exame com paciente em pé;

• USG doppler;

• Fixação bilateral;
“badalo de sino”
Torção de apêndice testicular
• Dor escrotal;

• Início súbito;

• Dor no polo superior do testículo;

• Sinal da mancha azul – “blue dot sign”;

• Tratamento conversador: AINE, analgésico;


Orquites
• Inflamação testicular;

• Piora ao elevar testículo - Sinal de


Prehn;

• Pode ser infecciosa ou reacional;

• Dor local, edema, febre, prostração;

• Crianças – principalmente reacional e


viral
Orquiepididimite
• Crianças – ITU de repetição
Germes gram negativos

• Jovens – tratar IST’s


Clamídia e gonorréia

• Idosos – HPB
Germes gram negativos;
Escroto agudo - Resumo
Torção testicular Torção de anexo Orquite/epididimite
Dor Súbita Súbita Progressiva
Exame físico Retração Blue dot sign Dor ao elevar testículo
Doppler Sem fluxo Fluxo normal testicular Fluxo aumentado
Tratamento Cirurgia Corservador Antibioticoterapia/AINE
Fimose
• Impossibilidade de retração do
prepúcio;
• Comum ao nascimento - orifício
prepucial complacente (distensível) e
sem cicatrizes;
• Após 2-5 anos sem resolução –
corticóide tópico 4-8 semanas;
• Postectomia;

• Má higiene, risco de CEC,


balanopostites;
• Dor durante intercurso sexual;
Parafimose
• Impossibilidade de reposicionar
o prepúcio;

• Edema, dor, isquemia;

• Emergência;
Hipospádia e Epispádia
• Alteração topografia
abertura uretra;

• Incontinência, disúria, ITU de


repetição;

• Defeitos pélvicos associados;


Hérnia
umbilical
• Falha na proliferação de tecido
conjuntivo no fechamento no
anel umbilical;

• Pode haver regressão espontânea


quando pequenas;

• Operar: maiores que 2cm após o


primeiro ano;
Hérnia diafragmática
• Defeito congênito do diafragma;

• Indicação de cirurgia;

• Risco de insuficiência respiratória


grave;
80-90% dos casos;
85% à esquerda;
Ânus imperfurado
• Má formação anogenital;

• Etiologia desconhecida;

• Outras alterações associadas como


fístulas retovesicais e retovaginais;

• Distensão abdominal;

• Deve ser investigado logo após o


parto;
Íleo meconial
• Mecônio impactado no íleo distal e ceco;

• Obstrução intestinal;

• Primeira manifestação da fibrose cística em


15% dos casos;

• Ampola retal vazia;

• Enemas com contraste diluído guiado por


fluoroscopia ou cirurgia (se falha);
Doença de Hirschsprung
• Aganglionose distal;

• Defeito na migração neural;

• Fezes explosivas após toque retal;

• Enema opaco – zona de transição;

• Biópsia padrão-ouro – abaixamento colon;


Aspectos importantes do trauma pediátrico
• Criança menor massa corpórea -
maior densidade de impacto por
área corporal

• Cabeça proporcionalmente maior

• Esqueleto em calcificação - lesões


internas sem fraturas evidentes

• Obtenção de história é limitada


Principais tipos de trauma
• Trauma fechado/contuso
• TCE
• Ingestão de substâncias
• Queimaduras
• Afogamentos
• Choque elétrico

• Principal tratamento: prevenção!


Fita de Broselow
Via aérea no trauma pediátrico
• Causa mais comum de PRC - falha de
obter via aérea ou mantê-la
• Prioridade inicial
• Colocação de coxim dorsal -
alinhamento
• Laringe anteriorizada e em forma
cônica
• Cricotereidostomia cirúrgica
contraindicada <12 anos - pode por
punção e TQT
Acesso Vascular no trauma pediátrico
• 1ª Opção – veia periférica
• 2ª Opção – intraósseo
Impacto hemodinâmico
• Criança tem grande reserva
funcional
• Risco de deterioração rápida
• Sinais de choque podem estar
mascarados
• Acesso periferico na emergência
- intraósseo tem prioridade
sobre o central
Trauma abdominal
• USG FAST: Líquido livre – fígado,
baço, bexiga, pâncreas...

• Trauma fechado predominante


• Risco de choque hemorrágico
• Tratamento não operatório em
casos selecionados

• Tratamento conservador:
estabilidade hemodinâmica,
ausência de peritonite, ausência
de politransfusão.
Trauma de pâncreas/duodeno
• Órgãos retroperitoneais –
peritonite pode estar ausente;

• Hematoma duodenal

• Ruptura duodenal

• Trauma de pâncreas com


hematoma ou lesão ductal
Fratura de Chance
TCE
• Prognóstico é melhor nas
crianças
• Neuroproteção - prevenção do
choque e hipóxia
• Avaliar frontanelas -
abaulamento HIC
• Sangramento couro cabeludo
pode levar a hemorragia
importante
Fórmula de Parkland

• 3 X ASQ X Peso;
• Metade 8h e Metade 16h;
• Meta: diurese de 1ml/Kg/h

• Queimadura elétrica: 4 X ASQ X Peso

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