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cuidadosamente preparados?
O rapaz tinha todas as qualidades que eu odiava. Ou pelo menos foi isso
que pensei.
Uma noite, ele não foi esse idiota tolo e arrogante que eu achava.
Agora estou aprendendo que talvez ele não seja o que eu pensava no
começo. E talvez eu também não seja. Talvez esteja tudo bem reorganizar
alguns dos meus blocos perfeitamente organizados. Talvez, apenas talvez, eu
pare de me preocupar com o que receio que todos pensarão e consiga algo que
eu realmente quero. É possível que alguns dos meus planos tenham que ser
destruídos e Colton Gamble é exatamente o tipo de desastre que preciso na
minha vida.
Julianna Radcliffe.
Retirado do quadro de citações de Aspen:
— Autor desconhecido
COLTON
Porra, eu adorava casamentos.
— Quem é essa?
— ... não diga que não avisei porque ela pode ser uma
devoradora de homens.
— Comporte-se, jovenzinho.
— Não deixe Noel te pegar. Você sabe que ele está sendo
um idiota ultimamente.
Esta noite, seu vestido era puro pecado. A saia longa de cor
cinza claro, com uma fenda frontal, expondo uma perna
perfeitamente tonificada e a parte de cima que abraçava seus
orgulhosos e amplos peitos. A palidez do seu vestido fez com que
o tom da sua pele parecesse ainda mais escuro do que de
costume, o que fez com que meu estômago se agitasse de tensão
porque eu queria investigar toda essa escura e brilhante pele,
ver como ela parecia sob minhas mãos, como seria na minha
língua, como tremia quando a acariciava.
Asher bufou.
Eu reviro os olhos.
— Ei.
Brandt suspirou.
Bom, merda.
JULIANNA
Eu não deveria estar aqui.
Eu, aparentemente.
— Olá, sexy.
Seja o que for, eu odiava isso. E o que é pior, juro que ele
sabia o quanto isso me afetava. Seu rosto sempre carregava
aquele sorriso arrogante e presunçoso, como se pudesse ler cada
pensamento sujo na minha cabeça. Eu odiava isso também...
quase tanto quanto odiava ele.
— Eu estou bem.
— Está?
Inalando, afastei meu olhar e verifiquei o salão, precisando
me focar em algo mais. Quando vi Brandt levando sua noiva
para o bolo, pisquei rapidamente.
Saber que ele não me queria aqui fez com que me sentisse
traída por todos os seus atos de sedução anteriores. Fez eu me
sentir como se ninguém me quisesse, em nenhum lugar.
Eu fiquei congelada.
Colton sorriu.
JULIANNA
Não posso evitar. Minha cabeça vai lá. Demorou uns bons
três segundos imaginando como poderia ser estar com Colton
Gamble, o que vergonhosamente, não era a primeira vez que me
perguntava isso. E tive que admitir, não tinha como ficar
confusa, com ele nunca seria chato ou sério. O garoto possuía
um jeito de me fazer prender a respiração só de olhar para mim
como se ele soubesse coisas... quentes, pervertidas e excitantes,
coisas deliciosas que não experimentei em um longo tempo, ou
talvez nunca.
O cretino.
— Claro que não. Você não pode beber álcool até que tenha
vinte e um, amigo.
Viu, é por isso. É por essa razão. Era exatamente esse tipo
de comentário imaturo que me desanimava; normalmente;
exceto... maldição... quando ele dizia, despertava um
estremecimento interno em mim.
Não seria?
Colton continuou:
Pisquei.
— Troquei o que?
Apertei os dentes.
Ele sorriu.
— Não importa.
— Quer dançar?
Eu funguei.
A dança da galinha.
Merda.
Nós três giramos com a música até que tivemos que nos
separar. Beau se divertia tanto que seu entusiasmo era
contagioso. Eu quase podia esquecer quão ridícula eu me sentia
quando o vi bater seus polegares contra o resto dos seus dedos
como um bico de galinha e depois soltar suas asas. Rindo de
novo, me vi olhando em direção ao Colton, só para rir ainda
mais sobre o quanto me envolvi com a música.
— Ouça! A Macarena.
JULIANNA
Depois da dança, meu coração pulsava um pouco mais
rápido e sentia minha pele corada. E eu realmente precisava de
uma bebida porque minha boca estava seca.
— Claro.
— Não, isso não pode ser tudo. — Ele balançou sua cabeça
antes olhar diretamente nos meus olhos. — E quanto aos meus
grandes olhos castanhos? Uma garota me falou uma vez que eu
possuía olhos penetrantes, como se pudesse ver diretamente
dentro dela.
Ele sorriu.
Ou sim?
— Seis.
— E do que se tratavam?
— É claro.
Sério, o que diabos sua mãe fez para criar esse tipo de
desconfiança em relação a todas as mães?
Mas na realidade, ele não se expôs para mim, certo? Isso foi
um alerta.
— Sim.
— Bom.
Eu queria que ele mudasse de assunto. Não sabia por quê.
Mas falar a respeito disto me fazia sentir vulnerável. Ou algo
assim. E definitivamente fez eu me sentir mais suave em relação
ao Colton, o que parecia ser errado, mas eu não me sentia dessa
maneira. Ele era agradável, quente e... isso deveria ser um erro,
não é mesmo? Eu não deveria sentir coisas boas por Colton
Gamble, embora nem por minha vida poderia me lembrar por
quê.
Mudar de assunto.
Porque eu gostei.
Colton.
COLTON
Acordei com a manga do meu smoking tentando sair do
meu braço.
— Mmm? — Perguntei.
— OH graças a Deus, você está vivo — Ela respirou, soando
aliviada... por segundo meio. Então franziu a testa e bateu no
meu braço. — Obrigada por me dar um susto de morte, idiota.
— Você caiu?
— O que foi?
1
No Brasil Os Três Patetas.
— OH Deus. Sinto muito. Estou tão... — Ela olhou para
cima no meio da sua desculpa e as palavras morreram na sua
boca enquanto me observava. — Uau.
Maldita... seja...
Inalei bruscamente.
— Amanhã?
Tudo bem...
— Deve ser por isso que é tão bom. — Soltei um seio do seu
vestido e apertei forte o suficiente para fazê-la gemer e
pressionar-se nos meus dedos por mais. Rolando o mamilo sob
meu polegar, inclinei-me para colocar o outro na minha boca.
Eu ri.
— Santa merda.
Sorri.
— Oh, sim.
Quando ela soltou meu pau, peguei minha calça que não
desceu muito além das minhas pernas e encontrei minha
carteira no bolso de trás. Enquanto isso, ela tirou as calcinhas.
— Sim, veremos.
Colton
Merda.
Dupla merda.
Mas eu... não podia. Não podia dizer que estava agradecido
pelo que ela falou. Não podia ficar nessa sala com ela, onde
ainda podia sentir o cheiro dela em meus dedos e saboreá-la na
minha língua. Eu apenas... não podia sequer vê-la.
— Muito champanhe?
— Está bem.
Ela fez um som com sua garganta e acho que tive muita
sorte que ela não falou o que pensava. Doze anos atrás, em
meus sonhos, Felicity era como uma segunda mãe para mim, ou
talvez uma terceira, já que tecnicamente Aspen era minha
segunda mãe, embora eu pensasse nela mais como minha
primeira mãe. Qualquer que fosse a classificação, eu tinha
certeza de que qualquer coisa que Felicity tivesse para me dizer
neste momento, não cairia bem para mim.
Olhei para ela pelo canto dos olhos só para ter certeza de
que ela guardava os pensamentos para si mesma e vi os brincos
pendurados em suas orelhas. Não eram apanhadores de sonhos,
mas de repente pensei em malditos brincos apanhadores de
sonhos.
— E se for?
Ela era uma das duas únicas pessoas que podiam dizer
"céus", ou, sentimental, mas , era também uma das duas
pessoas que pensariam assim sobre mim. Ela e Aspen
certamente sempre me verão como seu garotinho.
Quase não fiz nada, minha bunda. Ela usou seu tempo para
conversar comigo sobre meus medos, então me deu várias ideias
para combatê-los, e para completar, me deu este chaveiro com
uma história de que ele podia me proteger.
— Eu cuidarei do Noel.
Antes que Noel possa reagir, ela puxou à menina dos seus
ombros e a acomodou em seus braços.
— Longa história.
— Hoje não fui tão ruim, não é? Acha que alguém notou?
— Como sabe?
— Somente sei.
JULIANNA
Meus olhos pareciam preguiçosos e secos quando tentei
abri-los. A luz do sol era desagradável e alegre demais enquanto
corria pelas persianas da minha janela e me tirava do sono.
Eu queria dizer que começar algo com ele era o pior, mas
não... não. Aquelas palavras brutais que saíram da minha boca
levaram o prêmio. Tudo que eu conseguia me lembrar, era
daquela expressão perdida e devastada em seu rosto, quando
tirou seu pênis da minha mão, e se afastou de mim. Então sim,
esse era o pior momento de todos.
Não. Eu não.
Usar o banheiro.
Me limpar.
Me vestir.
Encontrar café.
— Vá a merda.
Eu pediria demissão.
Sim!
Graças a Deus.
Ele me ignorou .
Então deveria ser algo bom que ele não quisesse mais nada
comigo. Exceto que, quando a porta do escritório do Pick se
abriu e suas vozes surgiram, eu não me importava com nada
disso. Eu prendi a respiração, ansiosa para vê-lo entrar no bar
outra vez, precisando que ele me reconhecesse.
Eu também o observava.
Mais uma vez, sua cabeça se moveu para cima e para baixo
com um gesto de cortesia.
JULIANNA
Uma semana e meia depois, na quarta-feira, começou o
primeiro dia do meu último semestre na universidade e não
começou bem. Tanto o namorado da Sasha, quanto o da Tyla
ficaram para passar a noite, o que significava que havia um
banheiro para dividir entre nós cinco esta manhã e quem você
acha que entrou por último? Sim. Esta garota.
Ok, bem, fiz isso comigo mesma, mas fez me sentir melhor
culpá-lo, então sim, maldito Colton. Ele não me ignoraria ou
seria frio e indiferente. Esse era meu papel! Não era permitido
trocar de lugar.
Como mais de cem pessoas estavam tentando sair do
edifício enquanto eu voltava a entrar, levei um tempo para
caminhar contra o fluxo e voltar para a sala de conferências.
Examinei os rostos e fiquei nas pontas dos pés para identificá-lo,
no caso de já termos passado um pelo outro, embora eu
estivesse usando saltos de tamanho decente. Mas ainda não o
via, então isso me deixou três opções: ou ele foi para outra aula
no edifício, ou ainda não saiu da sala de conferências, ou merda...
talvez tenha saído por um lugar diferente.
Ele tinha que ter me visto, mas esperava que ele não
soubesse que eu estava tentando encontra-lo, e... eu nem sequer
sabia o que diria se o tivesse encontrado: que queria voltar a ser
como éramos antes de nos beijarmos, onde ele paquerava e
sorria, e eu agia como se não gostasse.
— Que amiga?
— A respeito de...
— Colton...
Merda.
Retirado do quadro de citações de Aspen:
JULIANNA
Colton, embora esperasse encontra-lo durante o resto das
minhas aulas.
Mesmo assim...
— Exatamente!
Uff. Eu não conseguiria escapar disso a menos que as
irritasse além do ponto da irritabilidade. E não queria fazer isso.
— Tão cadela que não querem que eu saia com vocês esta
noite? — Perguntei ansiosa.
2
deprimente saber que nunca mais o tocaria. Se eu conseguisse
me sentar atrás dele algum dia na aula, era provável que olhasse
fixamente para seu cabelo o tempo todo.
Suspirei.
— Não. Sim. Eu não sei. Tudo o que sei é que não tenho
pressa de voltar para a cama com ninguém. — Não como estava
com pressa de chegar à mesa com o Colton na recepção do
casamento.
Porra, isso não tinha nada a ver com esta discussão. Isto se
tratava de namorados e compromissos. Isso não era nada mais
do que uma farra de bêbados. Um erro. Um incrível e
impressionante erro, mas ficou claro que foi um erro de
proporções bêbadas.
Ele sorriu.
COLTON
Maldita seja. Eu não podia escapar da Julianna em
nenhuma parte, não é? Sarah apareceu em nossa casa mais
cedo, anunciando que esta noite ajudaria o Noel a cuidar dos
meninos, então eu precisava sair e fazer "coisas de universitário",
como ela chamou.
Bufei.
3
Vine foi um serviço de armazenamento de vídeos em formato curto. Fundado em junho de 2012, foi
adquirido pelo site em microbloging Twitter em outubro de 2012, antes de seu lançamento oficial. O
serviço permite aos usuários gravar e editar seus clipes de vídeo em sequência de seis segundos e
revinar.
— Oh cara bem que eu gostaria, mas, Oren conseguiu um
novo cliente, então vamos para um jantar de comemoração. Mas
você pode vir conosco.
Sim, era Sr. Tenning para eles, o que me fez sorrir. Sr.
Tenning? Que profissional. Ele usava terno e gravata quando se
reunia com eles, como uma espécie de arquiteto experiente ou
algo assim, o que suponho que era, mas mesmo assim... era
estranho.
4
Trocadilho, porque log é registrar-se, mas também se traduz como tronco.
— Por que deveríamos ter uma? — Ela parecia perplexa. —
Não há árvores no nosso pátio.
— Desculpe-me?
Encolhi os ombros.
— O que?
— Amigo. Quem era essa? Era atraente. Não sabia que você
gostava de garotas negras.
COLTON
No momento em que a música terminou, eu encontrei uma
nova bebida e tomei enquanto ficava de lado assistindo Julianna
roçando e se esfregando com suas amigas.
— Creio que te avisei que era sem mais álcool esta noite.
— É um trabalho em progresso.
Bufei.
— É... um cara.
Ela suspirou.
— Ex.
— Ah. — Assenti mais uma vez antes de franzir o cenho e
lhe mostrar um olhar severo. — Espera, de quão recente
estamos falamos aqui? Você não estava saindo com ele quando
você e eu...
Por outro lado, agora estava curioso para saber como era
estar dentro dela, se deixava esse efeito em um homem.
O ex-marido.
— Não é verdade!
— Avise para elas que você tem outra carona para casa.
Minha camionete está nesta direção.
Não falamos todo o caminho até lá. Por alguma razão, sabia
que tudo o que eu dissesse arruinaria a intimidade do momento,
então desfrutei da sensação do calor do seu corpo e sua pele
suave contra mim. Quando apontei para o meu bebê, Julianna
diminuiu a velocidade até parar, enquanto seus olhos se
arregalaram de horror.
Ela apontou.
— Oh, sério?
— Sim.
Encolhi os ombros.
JULIANNA
Minhas entranhas estremeceram loucamente quando
Colton olhou do outro lado da sua caminhonete para mim.
Verbalmente, ele acabou de me dizer que nunca faria sexo
comigo, mas o olhar que ele me dirigiu murmurava: a menos que
queira que eu faça.
Assenti.
— Sim, não.
— Não foi — Ele insistiu. — Eu já vi muitas pessoas
perderem o controle sem machucar uma única pessoa ao seu
redor, acidentalmente ou não.
— Boneca?
— Eu não sei, mas não quero me arriscar. Não sei como ele
reagiria comigo esta noite. — Às vezes ele falava com calma e
tentava ser encantador para voltar a minha boa-fé. Às vezes era
mais agressivo. — Mas sei como ele reagiria com você. E não
seria bom.
— Se você suspeita que ele pode ter nos seguido até sua
casa, estou verificando o lugar para me assegurar de que ele não
entrou de algum jeito.
Fiz uma careta e quase falei que ele não me conhecia tão
bem, mas droga, era verdade. Como diabos ele sabia?
— Este.
— Sim. É.
— Não sugeri que você tivesse feito isso. Por quê? Você fez?
— Idiota.
— Merda.
Colton me olhou com olhos entrecerrados ao escutar Shaun
gritar meu nome e dizer que sabia que eu estava lá.
— É ele?
— Quão maior?
— Algo como o dobro. E posso dizer que ele bebeu. Ele não
é um bêbado amável. Se fizer algo agora, isso só voltará para
mim em dobro depois, então, por favor...
— Bom, você não deveria ter que lidar com isto. Nem
sequer cinco minutos. — Ele ficou tenso quando olhou pelo
corredor. — Não posso acreditar que você não me deixará cuidar
disso.
— Eu ficarei.
Não sei onde estamos e não sei o que significou para você.
Tudo o que sei é que cada vez que penso em você, quero estar
contigo. — Autor desconhecido
JULIANNA
Na manhã seguinte, acordei quinze minutos antes do meu
alarme soar. Sentando-me em linha reta, imediatamente
verifiquei meu lenço de cabeça para me certificar que ele não
saiu durante a noite, depois prestei atenção na porta fechada do
meu quarto.
Eu sabia que ele não poderia mais estar lá. Ele avisou que
iria embora quando minhas colegas voltassem para casa, o que
me fez morder o lábio, imaginando o que Sasha e Tyla e
possivelmente até seus homens, pensaram disso. Eu já sabia
que teria um milhão de perguntas para responder.
Sério? Um homem tão magro como ele não deveria ter esse
peito tão definido, especialmente quando dormia e não podia
flexionar seus músculos.
Idiota.
Muito ego?
— Ei.
— Ei!
— Bom dia — Respondi sem ter ideia. Pelo menos uma vez
na minha vida, não chequei a hora a cada dois minutos
enquanto me preparava para a aula. Eu me preocupei muito
para saber se ele ainda estava aqui. — Por que não está vestindo
uma camisa?
Idiota.
— Está vazio.
Ele fez.
Abri a boca para dizer... Nem sei o que. Mas queria dizer
qualquer coisa, algo que transferisse todo esse prazer para mim.
Faria?
Abri a boca.
Ok, isso foi uma mentira. Eu sabia que para estas duas
importaria muito; elas cresceram da mesma maneira que eu, por
isso não mencionei nada. Dessa maneira, se as coisas não
tivessem funcionado entre Brandt e eu ―e foi assim‖ eu nunca
teria que revelar um fato tão minúsculo sobre ele.
Suspirei.
— OH, merda.
— Eu concordo.
Sim. Era.
Mordi o lábio.
Ambas sorriram.
— Do melhor tipo.
Retirado do quadro de citações de Aspen:
COLTON
— Onde diabos esteve ontem à noite?
— O que aconteceu?
Eu bufei.
Dizia:
— Para você.
Mas então, sim, tudo entre nós era errado, então eu devia
parar de me perguntar a respeito. Brandt sempre estaria entre
nós, e ela ainda se arrependia do que tínhamos feito juntos no
casamento, então...
Colton: Ótimo.
Eu não percebi que estava esperando por ela até que, ela se
aproximou, senti seu perfume. A cadeira junto à minha se
arrastou quando ela se sentou ao meu lado.
— Já não é mais.
JULIANNA
Fiquei atordoada enquanto observava Colton sair correndo
da sala de conferências.
— Colton!
— O que?
Merda. Durante todo este tempo, pensei que ele estava com
raiva porque falei aquilo para assustá-lo naquela noite. Mas não.
Essa não parece ser a razão. Eu não fazia ideia de que ele se
sentia mal por causa da minha reação.
— Oh meu Deus, Colton. Não. — Comecei a sacudir a
cabeça, já que não era por isso que eu me escondi. Isso não era
verdade. Mas ele arqueou uma sobrancelha.
— Colton...
— Então eu te machuquei?
Mas...
O idiota sorriu.
— Mas...
Sim.
Ele sorriu.
— Sim. É provável.
Ele assentiu.
Sacudi a cabeça.
JULIANNA
Ele apenas me arrastou alguns passos antes que a
realidade se assentasse.
— O que?
Ohh, um aperitivo.
De fato, era uma ótima ideia.
— Eu adoro aperitivos.
Assenti, não porque achasse que era uma boa ideia, mas
porque qualquer ideia de encontrar um lugar e conseguir despi-
lo parecia brilhante neste momento. Então ele começou a me
arrastar pelo corredor do grêmio estudantil. Quando passamos
por uma porta fechada com um sinal ao lado anunciando que
seu próximo uso não seria até na sexta-feira, apertei sua mão
para chamar sua atenção.
— Você quer...?
Eu corei.
Assenti e exalei.
— Bom.
Pisquei.
— Desculpa?
Mas não podia dizer ao Colton que ele tinha razão, então
suspirei e tentei parecer impaciente.
Respirei fundo.
— Eu...
Assenti.
— Sim.
Por fim ele ergueu o olhar para encontrar o meu, com seus
olhos arregalados.
Acho que isso significava que ele não esteve carinhoso com
qualquer outra mulher depois, era bom saber, mas meeeerda...
uma camisinha soava como o ar neste momento e eu precisava
para continuar respirando.
Mas seja o que for que tenha me atravessado não foi uma
batida rápida, então fiquei tensa e lutei, mordendo meus dedos
até que, suspirei... começou a diminuir. Ondas, como uma
corrente voltando ao oceano, me banharam enquanto o tsunami
recuava.
Engoli.
JULIANNA
Eu juro, pequenas pulsações mantiveram minha boceta
aflita depois que Colton me acompanhou até meu veículo. Se
pudesse ter dirigido até meu apartamento com as pernas
cruzadas, o teria feito. era tudo tão bizarro. Eu me sentia
saciada e pronta para tirar uma sesta por um mês e mesmo
assim, estava nervosa e ansiosa por mais, sabendo que
continuaríamos em poucos minutos.
Minutos!
— Dúvidas?
— É mesmo?
Ele sorriu.
— Ótimo. Obrigado.
— Seu pai?
— Por que acha que seu pai não gostaria de mim? Todo
mundo me ama. — Ele parecia genuinamente confuso.
No entanto, falei:
— E quanto a Brandt?
— O que?
— Touché.
Como soltei seus pulsos para retirar suas roupas, ele foi
capaz de sentar-se debaixo de mim e puxar sua camisa por
completo. E então disse:
— Você também — Puxou minha blusa.
Pisquei confusa.
— Parece bom?
Fiz uma careta. Sim, isso não soou bem. Quando percebi
que era isso que quis dizer, franzi ainda mais o cenho. Por que
diabos havia sequer sugerido tal coisa?
Então puxou seus quadris e bateu contra mim. Foi tão bom
que chorei, soluçando fisicamente enquanto ele me fodia sem
piedade, entrando e saindo repetidamente.
JULIANNA
Depois de me limpar e voltar para a cama, ficamos deitados
de costas, um ao lado do outro e olhando fixamente para o teto
por não sei quanto tempo, mas parecia eras, fiquei boquiaberta
ante um nada e pensei: Puta merda, o que acabou de acontecer?
Estar com ele não deveria ser tão bom. Quer dizer, eu
queria que funcionasse bem. Mas queria algo bom e que
terminasse. Esse era o tipo bom que eu queria que continuasse.
Por que era assim?
— não entendo.
Suspirei.
— Só isso?
— O que? Isto?
— Na segunda-feira então.
Respirei fundo.
— Ele...?
Colton.
COLTON
Eu me senti estranho no dia seguinte. Eu queria enviar
uma mensagem para Julianna, ligar para ela, vê-la, passar o
resto do dia dentro dela. Eu sabia que ela disse que hoje
precisava trabalhar, mas isso não seria até à noite. Talvez ela
tivesse toda a manhã e tarde livres. Se tivesse jogado minhas
cartas corretamente, poderia ter passado o tempo todo na sua
cama.
Julianna: 58
Caroline sorriu.
Acertei-o no estômago.
Encolhi.
Ele sorriu.
Rolei os olhos.
Ten sorriu.
Pisquei. — A o que?
Ten bufou.
— O que eu perdi?
— Bom...
Noel: Não.
— Vá se acalmar.
Encolhi os ombros.
JULIANNA
Só recebi aquelas três mensagens do Colton no sábado pela
manhã. Não sei como, mas me mantiveram cheia de esperança,
promessa e entusiasmo durante todo o dia, e ainda assim não
foram suficientes... porque eu queria mais dele.
Julianna: Espertinho.
Nos últimos dois anos, foi mais fácil ver exatamente o que
Chad acabou de dizer: todos nós éramos basicamente o mesmo,
tanto que não via um garoto branco quando estava com Colton.
Eu via apenas ele.
— O que eu perdi?
— O babaca aí está incomodando nossa garota por seu
novo homem — Explicou Chad.
Ele mentiria outra vez e tentar fingir que ele estava apenas
preocupado comigo, enquanto honestamente eu só queria
terminar esta conversa. Então interrompi dizendo:
— Por que você faria isso? Você sabe que é o pão especial
da JuJu.
— Desculpe-me?
— Oh. Pode ser que tenha razão. Na verdade, acho que tem
toda a razão com essa ideia.
— Alguns dos caras vem para tomar uma bebida esta noite.
Avisem-me quando eles chegarem, ok?
— É sério?
— Aqui está.
— Não. Eu chamei, mas Noel disse que era uma noite ruim.
Tanto ele quanto Colton ficaram em casa com Aspen e as
crianças.
Eu queria consolá-lo.
Como é?
— Tomarei um...
Eu sabia que não devia rotular Colton como meu. Mas ele
era. Depois de ouvir como nossa noite juntos o afetou,
definitivamente ele era meu. Só não tinha certeza de quanto
tempo poderia mantê-lo.
Mas uma coisa era certa, não estava disposta a desistir dele
tão cedo.
Retirado do quadro de citações de Aspen:
JULIANNA
Eu me sentia nervosa e tensa quando entrei na aula de
filosofia na manhã seguinte. Ainda não tinha certeza sobre o que
Colton faria.
Que diabos?
Espere, talvez ele não tenha me visto. Tirei meu telefone da
mochila para enviar uma mensagem quando o professor chegou
e imediatamente começou a aula. Mordendo o lábio, deixei o
telefone sobre meu caderno e suspirei. Tarde demais.
Colton: Pare.
Desculpe-me?
— Sinto muito.
O idiota.
Colton: 7 horas.
— Mas já terminamos.
Ele bufou.
Sim, era.
— Impossível.
Uma vez que sua paixão foi saciada, ele caiu em cima de
mim, nos deslizando no meu colchão, embora
surpreendentemente, fosse confortável.
— O que?
Merda.
Diga antes que fique sem tempo. Diga antes que seja tarde
demais. Diga o que está sentindo. Esperar é um erro. — Autor
desconhecido.
JULIANNA
Minhas mãos tremiam enquanto aplicava o condicionador
no meu cabelo e o amarrava, e continuaram tremendo enquanto
lavei o rosto e vestia o pijama mais sensual que eu possuía.
Por que tremiam? Eu não tinha certeza. Quer dizer, não era
a primeira vez que achava que estava apaixonada por alguém.
Eu tinha certeza de que Shaun era o escolhido, mas olha como
terminou. Ele era um imbecil. Sinceramente, não deveria confiar
em minhas emoções.
— Não posso acreditar que você não seja. Já leu o que ele
falou quando ela abriu as pernas?
— Quer parar?
Ele riu.
Pisquei.
— Uma motosserra?
— Será que eu quero saber por que você e sua irmã falam
de motosserras?
5
Em inglês pair (par) e pear (pera) soam muito parecido, daí o duplo significado.
esperava que o garoto paquerador que conheci quase um ano
atrás participasse. Basicamente ele zombava de si mesmo em
cada Vine. Eu adorei, eu adorei aprender sobre este novo lado do
meu homem.
JULIANNA
Acordei na manhã seguinte com Colton beijando até meu
ombro.
Colton: 60 horas.
— Cinquenta e oito.
O idiota riu.
— Jess, eh?
Ignorei o elogio.
— Cale a boca.
— O que?
Ele sorriu.
— Suponho que isto significa que está tudo bem para você
que sejamos exclusivos — Ele falou com voz abafada pelos meus
lábios.
Ele ainda não viu que estávamos ali, estava muito ocupado
lendo algo no seu telefone enquanto se aproximava. Entretanto
era impossível nos escondermos. Assim que olhasse para cima,
ele nos veria por que estava realmente bem perto.
— Obrigado, eu...
— Legal.
Está tudo bem? Está tudo bem? Nunca era verdade quando
alguém dizia isso! Ou isso era apenas para as mulheres? os
caras falavam isso sério, mas neste caso não parecia estar tudo
bem.
JULIANNA
Eu estava aconchegada no meu sofá na quinta-feira à noite,
sozinha em casa porque minhas colegas saíram com seus
namorados, e incapaz de fazer muito além de segurar uma
xícara de chá quente entre minhas mãos e olhar fixamente o
relógio sobre a televisão quando bateram na minha porta.
Caí no sofá onde chorei por mais dez minutos. Meu chá
quente nem sequer me ajudou quando uma batida veio da porta
enquanto eu continuava chorando. Como não queria falar com
ninguém, não me movi, ignorando a batida. Mas quem quer que
fosse continuou batendo até que uma voz abafada gritou:
— O que?
Balancei a cabeça.
— Não — Concordei.
— Colton!
— O que? Sério?
Eu sorrio.
— Sim — Murmurou. — .
— Tudo bem?
— Bom.
— Sinto muito.
Espera...
— Merda.
— Oh meu Deus.
Retirado do quadro de citações de Aspen:
Autor desconhecido.
COLTON
— Vamos sair — Sugeri na noite seguinte enquanto dava
tapinhas na coxa de Julianna em apoio.
— E o que faremos?
Dei de ombros.
— Desafio aceito.
— Da minha mãe?
— Bob Esponja.
— Não pode ser! — Abri meus olhos. — Eu também
assistia.
Ótimo.
— Elas começaram.
— Sim.
— E?
— Elas acham que não pertenço a este lugar e nem com
você.
— Desculpe-me?
— Você é quase desumana por causa da sua aparência
magnífica — Expliquei-lhe. — Isso faz que todas as mulheres
mortais e medianas tenham ciúmes e sejam muito mais críticas.
Elas olharão para você mais perto, procurarão por qualquer
coisinha insignificante para mostrar que você não é tão perfeita
afinal de contas, só para se sentir melhor.
— Não te entendo.
— Diga.
Então soltei:
— Presunçosa.
Ela suspirou.
— Estranhamente, não.
— Não sei.
— Eu perguntei primeiro.
6
Mudshark é um insulto racial para uma mulher branca que dorme com homens negros.
— Ei vamos lá, cara — Falou um dos seus amigos,
pegando-o pelo braço e tentando fazê-lo recuar. Para nós,
avisou: — Ele está bêbado.
O bêbado me olhou.
Em mim!
Merda.
Oh, bom. Isso não importava. Agitei uma das mãos e voltei
de novo para o policial.
Assenti.
— Sim.
Eu a beijei na testa.
JULIANNA
— Acho que acabei com esta coisa afeminada — Disse
Colton, afastando a bolsa de gelo do seu olho. Os paramédicos
deram para nós quando chegaram e o examinaram. Começava a
pingar quando a afastei dele.
— Eles disseram que tudo isto foi por uma questão racial.
— Desculpe-me?
Mas resisti.
— Não. Seu carro está bem aqui. Não precisa entrar comigo
e sair outra vez.
— Mas...
— Eu sei que isto não te fará sentir melhor, mas não acho
que todo mundo seja como esse bêbado imbecil ou aquelas
cadelas fofoqueiras no restaurante. A maioria das pessoas não
se incomodou porque estávamos juntos.
Não sei por que, mas me derrubou ver seu sangue sobre
mim. Sentei-me na pilha de meias três-quartos, enterrei o rosto
em minhas mãos e comecei a chorar.
Neguei.
— Bom, tive que fazer você pensar isso. Você e Chad são o
casal perfeito. Chega a ser nojento. E eu queria ser assim.
— Sim, está tudo bem por aqui. Já não estou mais tão
cansado, especialmente depois de me preocupar com você. Você
falou conversa de garotas? — Ele perguntou, parecendo de
repente interessado. — Oh Jesus. Vocês três estão na cama só
de roupas íntimas, fazendo lutas de travesseiros, não é?
Pisquei, confusa.
— O que há de errado?
— Carinho — Tyla falou lentamente — Você percebeu que
acabou de dizer ao cara que o amava?
— Isso é tudo?
JULIANNA
O dia seguinte era sábado, não havia aula na universidade,
então eu não precisava me preocupar em como agiria ao redor
do Colton em filosofia. Eu nunca havia dito a um cara que o
amava por telefone. Na verdade, a única outra pessoa para quem
eu disse foi Shaun e ele me propôs casamento imediatamente
depois disso e passamos o resto do dia juntos na cama.
Julianna: 58 horas.
Brandt bufou.
Balancei a cabeça.
— Está melhor?
— Sim, obrigada.
Suspirei.
— Bom. Eu vou.
— Boa noite.
Agora olhando para trás, percebi que isso era tudo o que
foi: uma imagem, não um vínculo corpóreo da vida real. Não
havia substância, nada verdadeiro em que me agarrar e em que
eu pudesse cravar meus dedos para nos manter juntos. Talvez
seja minha culpa que não tenhamos durado, porque julguei mal
nossa relação. Mas foi o melhor porque o cara era um idiota e
passar o resto da minha vida com ele teria me feito infeliz.
Colton.
— Eu... — Abri a boca para lhe contar tudo, mas então fiz
uma pausa. Não queria preocupá-lo com Shaun, então falei: —
Só queria ficar com você. O que também era verdade.
Sorri e agitei seu cabelo. Ele não cheirava tão mal. Cheirava
a meu Colton. Arrastei-o para dentro do meu quarto.
— Graças a Deus que foi uma noite boa para ela. Acha que
durará?
— Uh... não. Acho que foi você. Foi você quem confessou
uma e outra vez no telefone o quanto me amava.
Arqueei uma sobrancelha, pronta para argumentar que
essa pequena declaração descuidada não estava sequer perto de
ser uma confissão. Mas então me ocorreu uma ideia diferente
que o pegaria despreparado. Bati no meu queixo de forma
pensativa.
Então respondi.
— Eu amo quando você goza. Não sei por que, mas toda vez
parece uma vitória para mim.
— Claro.
— E o que seria?
— Perfeito — Anunciou.
Assenti.
— Olhe.
— Merda — Ele murmurou, se inclinando lentamente para
poder examinar melhor tudo. Então levantou o olhar e anunciou:
— Somos um conjunto.
Retirado do quadro de citações de Aspen:
Amo meus olhos quando você está refletido neles. Amo meu
nome quando você o diz. Amo meu coração quando você toca nele.
Amo minha vida quando você é parte dela. — Autor desconhecido.
COLTON
O toque de um celular na mesa de cabeceira a poucos
centímetros da minha cabeça me acordou de um sonho
agradável. Precisando desliga-lo o mais rápido possível, apalpei
às cegas e agarrei o dispositivo barulhento. De algum jeito
consegui arrastar o dedo polegar na frente e responder sem abrir
um só olho.
— Alô — Grasnei.
— Colton?
Brandt.
— O que?
— Foi o Brandt.
— Olá?
Cruzei os braços sobre o peito e a observei enquanto se
afastava alguns passos e escutou um momento antes de
responder:
Dei de ombros.
Julianna assentiu.
— Na realidade, não acho que seja tão ruim assim. Ele quer
que fiquemos juntos e não me matar. E ele tampouco ficou
muito enérgico sobre voltar a se conectar comigo, porque ele só
vem quando fica sem mulheres. Sério, acho que sua atenção
desaparecerá por completo com o tempo.
Balancei a cabeça.
Eu odiava isso.
Sorri.
Ela bufou, sem engolir esse ato também, mas pelo menos
ela desceu da cama. Meu pênis notou o quão bem ela ficava nua
e se irritou muito comigo por não escolher a opção um, mas lhe
prometi que faria isso mais tarde e ele se acalmou um pouco.
COLTON
Brandt deixou cair sua mão de onde estava antes de bater.
Seu olhar se fixou em mim antes que dissesse:
Dei de ombros.
Ele olhou para mim sem entender por um momento até que
explodiu.
— Desde quando?
— Uh... — Olhei para Juli, não estando certo de como
calcular isso. Eu a quis desde o momento em que a conheci, há
quase um ano. Ou talvez devêssemos ir a partir da noite do seu
casamento onde quase fomos para a cama. Não deveria contar a
noite em que dormi no seu sofá, não estávamos sendo os
melhores amigos naquele momento. Talvez eu devesse contar
desde a primeira vez que fizemos sexo, mas esse não parecia um
bom momento para começar.
Ela gemeu.
Eu virei meu olhar para o meu irmão. Ele olhou para mim
um quarto de segundo antes de se render.
, Brandt murmurou:
Neguei.
— Como?
— Está tudo bem, eu sei que você quer ir atrás dele. Anda,
vai. E diga a ele que sinto muito também. Eu não deveria ter
esfregado seu passado traumático em seu rosto daquele jeito.
— Não sei o que ela fez para te fazer acreditar nisso, mas...
Ele bufou.
— Bom. Continuem.
— Não entendo por que você está tão chateado com isso.
— Ah — Falei a contragosto.
— Se você diz.
— Nada.
JULIANNA
Eu caminhava de uma lado para o outro na minha sala de
estar esperando por Colton, voltar e contar como foram as coisas
com seu irmão ―Que não era minha pessoa favorita nesse
momento‖ quando Tyla entrou no apartamento, chorando
histericamente.
— Você não rompeu com ele pelo que ele falou sobre mim,
não é? — Enquanto isso aqueceria meu coração, eu poderia lidar
com suas grosserias se ela estivesse realmente feliz com ele.
— Eu acertei.
Gritei.
Ri entredentes.
— Com certeza.
— Pensei que era algo que fazia apenas com Brandt quando
costumavam trabalhar juntos.
— Está bem.
— Sinto muito.
— Eu só quero experimentar.
— Mmm, essa merda está boa. — Seu próximo gole foi mais
que uma prova.
— Eu quero provar.
JULIANNA
Colton se endireitou com surpresa.
— Ok.
— Eu te ajudo — Anunciou Sasha enquanto ficava de pé e
me seguia até a cozinha, só para me dar um murro no braço
assim que ficamos sozinhas. — Oh meu Deus, eu poderia beijar
o Colton neste momento. Você viu o jeito que ele a animou? —
Ela suspirou e apertou a mão contra seu coração. — Garota, se
você não terminar casada com esse, eu me caso.
— Eu vou.
— Surpresa!
Abri a boca para dizer algo como não ter recebido nenhum
aviso, mas ele parou , olhando para o sofá onde Tyla, Colton e
Chad estavam sentados em linha, cada um deles dirigindo
freneticamente os controles do Nintendo em suas mãos com os
olhos fixos na televisão. Um segundo depois, Colton gritou em
triunfo enquanto se levantava com um salto, ao mesmo tempo
em que Chad e Tyla gritavam com consternação e jogavam seus
controles, desanimados.
— Não sei o que Shaun te disse, ou o que ele acha que sabe
sobre mim, mas sim, este é meu namorado Colton. Eu não
estava escondendo ou fazendo qualquer coisa pelas suas costas.
— Oh, não?
— Essa é a única razão pela qual você veio aqui? Por que
ouviu que eu estava namorando um cara branco?
7
Formulário preenchido pelo empregador no qual são relatadas informações sobre salários e impostos
dos funcionários.
Meu pai e eu nos viramos para olhá-lo como se ele estivesse
louco. Então ele apenas deu de ombros.
— Uau — Ele soltou com uma voz rouca. Juro que sua voz
tremia de nervosismo. Isso me assustou.
Isso me assustou porque significava que estava tão
desconcertado com tudo isto quanto eu.
COLTON
Fiquei com a Julianna até de manhã e juro que nos
abraçamos um pouco mais forte durante toda a noite como se
nós dois estivéssemos com medo de que alguém entrasse no seu
quarto e nos separasse fisicamente, especificamente seu pai.
— Isso é uma merda. Você sabe tão bem quanto eu que não
foi um acidente. Ele ainda continua te vigiando e agarrou seu
braço, boneca. Seus instintos não estão errados. Ele é violento.
E de qualquer maneira, por que diabos não contou ao seu pai
sobre a infidelidade dele? Certamente isso o teria feito nunca
mais falar de novo com seu precioso Shaun.
Pisquei.
— Não tenho.
Fiz uma pausa. Ela estava com toda a razão. Então por que
eu estava preocupado?
— Diabos, sim.
A menos que isso fosse algo que seu pai estava tentando
me acusar, mas eu não conseguia pensar em uma só razão que
ele tivesse para soltar à polícia sobre mim.
Assenti.
Balancei a cabeça.
Ninguém o fez.
Balancei a cabeça.
Assenti.
— Sim.
— Merda — Sussurrei.
Dei de ombros.
— O que aconteceu?
Teria.
— Lá está o Shaun.
— O... o que?
JULIANNA
Sentada no chão úmido com as costas em uma parede em
ruínas, tirei uma das luvas com os dentes, depois abri uma das
crostas da ponta do meu dedo. Passei todo o dia de ontem
tentando sair daqui arranhando este mausoléu de concreto que
parece ser um tipo de abrigo subterrâneo. A única coisa que
consegui foi ter as duas mãos cheias de unhas quebradas, sob
um monte de sangue.
Eu venceria.
Eu só não sabia ainda como. Me sentia tão perdida,
sozinha e sem esperança, que derramei outra lágrima.
não foi tão ruim que não tenha feito porque logo descobri
que era meu sequestrador que chegou e não meu salvador.
Tetas de chocolate?
— Você não pode ver daí de baixo, mas toda esta terra ao
meu redor é propriedade da minha família. Nós possuímos a
maior horta em todo o estado. Meus pais, meu irmão e eu. É...
— Sua voz saiu em um suspiro de assombro enquanto observava
ao seu redor. — É assombroso.
Havia tanto que queria lhe dizer. Duas más decisões não
faziam uma correta. Não fui eu quem matou a sua mãe, por isso
vingança não seria feita ao me machucar. Não haveria justiça
nisso.
BRANDT
Limpei o balcão do bar e olhei a hora. Faltavam vinte
minutos para a abertura. Não entendia por que me sentia tão
obcecado verificando a hora nestes últimos dias, mas o fazia
constantemente.
Obsessivamente.
Era tão estranho para mim pensar neles juntos. Mas nas
últimas cinquenta e sete horas, minha colega de trabalho se
moveu rapidamente de um "e se", para a única e escolhida para
o Colton, o que era bizarro de sua própria maneira. Mas que
seja.
— O bêbado racista?
O ruído rouco veio outra vez, mas desta vez juro que disse
meu nome. Não parecia com ela, mas ainda precisava perguntar.
— Julianna?
— Colton...
Ninguém respondeu.
— Eu a encontrei.
— Santo céu.
Assenti. Sim. Isso resume tudo.
— Colton?
Ele correu os últimos metros e caiu de joelhos, onde ela se
jogou em seus braços e se agarrou a ele como se fosse à única
coisa que restava no planeta para se agarrar.
Retirado do quadro de citações de Aspen:
COLTON
Algumas vezes era melhor não pensar. Enquanto uma
Julianna congelada e coberta de sangue tremia e choramingava
em meus braços, cheirando a urina, mofo e todo tipo de
substância repugnante, observei à polícia cobrir o corpo do
morto a um metro e meio de distância com uma lona e tentei
processar o que estava vendo, mas tinha certeza de que meu
cérebro não deixaria que meus pensamentos viajassem para
longe ou teria paralisado no ato.
— Ok.
Desde que pudesse me tocar, ela deixou que eles
cuidassem de suas coisas, colocar luzes brilhantes em seus
olhos, tirar sua pressão arterial, temperatura e essas coisas. Ela
até mesmo respondeu a suas perguntas, embora nesse momento
tenha agarrado a minha camiseta com uma das mãos.
— Tudo bem.
Assenti imediatamente.
— É claro.
— Sim, eu imagino.
Uma vez que percebeu que ele estava morto, ela teve que
procurar o celular dele nos bolsos para pedir ajuda. Quando lhe
perguntaram por que não ligou para o 911 primeiro, ela
balançou a cabeça.
Assenti.
— É claro.
— Não.
Elas assentiram.
— O que?
Pisquei, confuso.
JULIANNA
As palavras de Chad fluíram por minha cabeça ao acordar.
Somos todos iguais. Nós sorrimos quando estamos felizes,
choramos quando estamos tristes, comemos quando temos fome
e dormimos quando estamos cansados.
— Foi isso que o seu pai falou, mas ainda não consigo
deixar de desejar que ele tivesse levado outra pessoa.
— Eu também.
— Mas... — Comecei.
Oh, sim. E hoje era meu aniversário, faria vinte e dois anos.
Outra razão pela qual me sentia decidida a começar de novo.
— Obrigada — Agradeci, sorrindo enquanto me sentava e
empurrava para o lado todos os lençóis emaranhados ao nosso
redor. — Estou pronta para o meu primeiro presente.
Eu sorrio.
Colton riu.
Colton sorriu.
— O que?
— Eu concordo
Retirado do quadro de citações de
Aspen:
COLTON
DOIS ANOS E MEIO DEPOIS...
O dia do meu casamento começou às sete em uma quente
manhã de junho, cerca de duas semanas depois que fiz vinte
anos. Era férias de verão antes do meu último ano de faculdade.
Minha futura esposa havia se formado dois anos antes e
trabalhava para o escritório de arquitetura do Ten, no
departamento de contabilidade. E estávamos vivendo em nossa
própria casa ―sem outros companheiros de quarto‖ fazia uns
dezoito meses.
— Precisa de ajuda?
— Por aqui.
De repente, eu entendi.
Isto era grande. Isto era para sempre. Este foi... Foi o
momento mais poderoso da minha vida.
Eu me sentia honrado.
Abençoado.
Feliz.
FIM