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UNIDADE CURRICULAR:
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1. MERCADO MONETÁRIO INTERBANCÁRIO
1.1. Introdução
A maioria dos bancos apresentavam tesourarias deficitárias sendo por isso obrigadas
a financiar-se junto do Banco de Portugal através dos instrumentos de redesconto que
este disponibilizava (os bancos vendiam títulos comerciais que tinha na sua carteira ao
Banco de Portugal e como contrapartida recebiam fundos). Estas operações
constituíam fonte de maiores tensões inflacionistas, na medida em que o Banco de
Portugal era obrigado a criar moeda.
O Mercado Monetário Interbancário veio assim permitir o encontro entre estas duas
posições – comprador e vendedor de fundos. Quando um determinado banco tem
excesso de fundos aplica esse excesso de fundos no MMI e vice-versa.
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1.2. Caracterização
1.2.1. Participantes
Tem acesso ao MMI todas as instituições financeiras que aceitam depósitos (bancos
de uma forma geral), bem como as restantes instituições de crédito (leasing, factoring,
sociedades financeiras de corretagem) autorizadas pelo Banco de Portugal, tendo
estabelecimento no território português e estejam sujeitas ao regime de constituição
de Reservas Mínimas do Sistema Europeu de Bancos Centrais.
Exemplo:
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As Sociedades Mediadoras de Capitais (SMC) tem ligações com todos os bancos e
tem sempre informação atualizada sobre quais são as suas necessidades (tomar /
ceder fundos; taxas de juro, prazos e montantes).
As SMC não têm qualquer interesse direto na execução de qualquer operação, não
influenciando por isso os níveis de preços. As SMC recebem uma comissão pela
realização das operações, que é calculada em função do montante e do prazo dessa
operação.
A S.M.C. 1
...
50
Exemplo:
Uma operação negociada hoje com data-valor do próprio dia e vencimento no dia útil
seguinte designa-se por overnight;
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Uma operação negociada hoje com data-valor do dia útil seguinte e vencimento no dia
útil imediatamente a seguir é designada por tomorrow next ou tom-next;
Quando se fala nas condições das operações realizadas no MMI, na prática estamos a
falar da remuneração que o banco que empresta os fundos exige para emprestar os
fundos e que é dada pela taxa de juro negociada entre as partes para cada operação.
Para as operações realizadas até 1998 (ainda em escudos) a contagem dos dias para
cada operação seguia a base Act/365 dias.
nº dias
J Capital inicial x txj x
365
nº dias
C J Capital x 1 txj x
365
Para as operações do MMI em euro, os juros são calculados de acordo com a base
Act/360 dias.
nº dias
C J Capital inicial x 1 txj x
360
Assim, passar uma taxa na base Act/360 para a base Act/365, teremos que multiplicar
a taxa de juro por 365 e dividir por 360.
act
Exemplificando : taxa na base 3.0% ,
360
Então:
365
a taxa na base 365 será 3.0% x 3.0417%
360
Exemplo:
Hoje o Banco A emprestou 5,000,000 de euros ao Banco B por 1 dia com data de hoje
à taxa de 3% (overnight).
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Hoje o Banco de Portugal retira da conta de depósito à ordem que o Banco A tem
junto dele 5,000,000 Euros, e deposita esse valor na conta do Banco B.
A B
- 5,000,000 + 5,000,000
A B
5,000,000 + J -(5,000,000 + J)
1
C + J 5,000,000 x 1 3% x 5,000,416. 67 Euros
360
O MMI funciona continuamente entre os 7:00 e as 17:00 horas de cada dia útil,
através de meios de comunicação que permitem o contacto entre as diferentes
entidades que nele participam (comunicações telefónicas e por dealing);
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normalmente a figura do correspondente com o objetivo de garantir a troca dos fluxos
financeiros entre as diferentes instituições financeiras.
Exemplo:
Hoje o Banco A empresta 5,000,000 euros ao Banco B por 7 dias à taxa de 3%.
O correspondente de A é o Banco C
O correspondente de B é o Banco D
Então:
1. Regulação de liquidez
Os bancos estão constantemente a realizar operações:
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Por outro lado, os bancos ao captarem depósitos são obrigados a depositar junto do
Banco de Portugal uma determinada percentagem dos recursos obtidos, com o
objetivo de constituir uma reserva (reservas mínimas de caixa). As instituições
financeiras podem utilizar o MMI / MI para constituir essas reservas.
Exemplo:
Existem bancos que têm uma rede de balcões relativamente grande. Normalmente
estes bancos optam por canalizar uma parte dos recursos que captam nas suas
agências (balcões) para o MMI / MI – estas instituições aparecem
sistematicamente como vendedores de fundos no MMI / MI, ou seja, pretendem
aplicar o seu excesso de fundos, pelo menos se tivermos em consideração um
rácio de transformação de depósitos por crédito inferior a 100%;
Outros Bancos optam por criar uma rede de agências (balcões) mais reduzida.
Nesta situação uma parte significativa dos recursos captados por estas instituições
tem origem em operações no MMI / MI – são por natureza bancos tomadores de
fundos no MMI / MI.
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Exemplo:
Vamos admitir que as taxas de juro no MMI estão nos seguintes valores:
Uma determinada instituição considera que nos próximos meses as taxas de juro não
deverão registar alterações significativas.
| | |
0 6 meses 12 meses
financiamento de 5,000,000
12
5.000 .000 x 1 3% x 5.150.000
12
recebe C + J recebe C + J
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6 6
5.000 .000 x 1 3.20% x 5.080.000 5.080.000 x 1 tx ?
12 12
O resultado final da aplicação a realizar daqui a 6 meses por mais 6 meses dependerá
da taxa de juro a que o banco aplicar os 5,080,000 daqui a 6 meses, que no momento
zero não é conhecida.
Contudo, poderemos calcular a taxa de juro mínima a que o Banco deverá efetuar a
segunda aplicação para que a operação em causa não tenha ganho nem perda
(designada por taxa de indiferença). Ou seja, a taxa em que os proveitos das duas
aplicações são iguais ao custo do financiamento contraído no momento zero por 12
meses.
6 6
5.000 .000 x 1 3% 5.000.000 x 1 3.20% x x 1 txj x
12 12
Tx de indiferença = 2.756%
Ou seja,
Se o Banco daqui a 6 meses conseguir aplicar os 5,080,000 euros a uma taxa superior
a 2.756% a operação especulativa gera um lucro, pois os proveitos gerados pelas
aplicações são superiores ao custo do financiamento.
Nestas operações existe incerteza quanto à taxa de juro a que o banco irá aplicar os
fundos daqui a 6 meses pelo prazo de 6 meses, logo está a realizar uma operação de
especulação.
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Por exemplo se a taxa de aplicação de fundos daqui a 6 meses for de 3.0%.
Então,
6
proveitos de aplicação 5.000.000 x 1 3.2% x 5.080.000 euros
12
6
5.080.000 x 1 3.0% x 5.156.200 euros
12
Então,
6
proveitos de aplicação 5.080.000 x 1 2.5% x 5.143.500 euros
12
No MMI / MI como em qualquer outro mercado existem para diferentes prazos duas
cotações:
Estas cotações representam as taxas de juro que cada uma das partes disponibiliza
para realizar determinada transação. No quadro seguinte apresentamos as cotações
do MMI no início de janeiro de 2000, setembro de 2010, 2021 e 2022.
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Janeiro de 2000 Setembro de 2010 Setembro de 2021 Setembro de 2022
Estas cotações são geralmente formadas pelos principais Bancos do sistema, que
desempenham a função de Market-Maker.
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a taxa offer é aquela a que tomam fundos - realizam financiamentos;
a taxa bid é aquela a que aplicam fundos - realizam aplicações.
A margem entre o bid e offer é regra geral reduzida, mas depende da situação de
liquidez do mercado e do equilíbrio entre a procura e a oferta de fundos em cada
momento para cada maturidade ou prazo.
Embora não se verifique uma coincidência entre as taxas das diferentes instituições
financeiras, quer de procura quer de oferta, as diferenças são marginais devido ao
facto da informação sobre o MMI / MI circular muito rapidamente entre todos os
participantes no mercado, para o que contribui naturalmente as SMC e os sistemas de
informação que os bancos utilizam.
Exemplo:
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Depois de realizadas estas operações o Banco B pode subir a sua taxa de oferta de
fundos por exemplo para 3.05% ou poderá ainda descer a taxa de oferta de fundos
para 2.98% por forma a emprestar fundos ao Banco D.
As alterações nas taxas de juro são função do nível de oferta e procura de fundos para
os diferentes prazos que se verifica em cada momento e refletem vários fatores, em os
quais destaca-se:
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1.6.1. Avaliação de risco de crédito no MMI / MI
A concessão de crédito no MMI / MI tende cada vez mais a ter tratamento similar ao
que os bancos utilizam na realização de operações com os seus clientes (empresas e
particulares). Analisa-se o risco de crédito associado a cada potencial devedor,
devendo estabelecer-se um limite máximo de crédito a conceder a cada instituição e
um prazo máximo, que deverão ser revistos regularmente.
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É o local privilegiado de intervenção do Banco Central Europeu no âmbito da
gestão da sua política monetária e cambial (através das operações de open
market e da fixação do coeficiente de reservas de caixa);
O número de instituições com acesso ao MMI /MI é crescente, quer de forma
direta quer de forma indireta.
Exemplo:
Uma empresa pretende efetuar uma operação de aplicação de fundos pelo prazo de 1
mês, num título de dívida pública.
O Banco tem na sua carteira um título de dívida pública que se vence dentro de 1 mês,
que comprou com uma taxa de juro de 4.0%, que poderá revender à empresa.
As taxas de juro no MMI / MI estão atualmente nos 3.0% para o prazo de 1 mês.
O Banco pode oferecer ao cliente uma taxa de 3.50%. Tem uma margem de
intermediação de 0.5%. É aceitável para uma operação sem qualquer risco.
A taxa de juro a oferecer ao cliente para aplicar fundos pelo prazo de 1 mês deverá
depender das taxas de juro no MMI no momento em que o cliente faz a aplicação.
Como as taxas no MMI estão nos 3.0%, o Banco ao receber os fundos do cliente irá
ter que realizar uma aplicação por 1 mês no mercado, obtendo uma taxa de 3.0%, tem
uma taxa de reinvestimento claramente abaixo da taxa de juro oferecida ao cliente –
custo de oportunidade negativo.
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Na situação oposta, ou seja, se as taxas de juro fossem mais elevadas, o Banco
poderia oferecer uma remuneração melhor ao cliente, na medida em que poderia
aplicar esses fundos no MMI / MI a uma taxa mais elevada e/ou o seu financiamento
seria realizado também, a taxas mais altas.
Anteriormente referiu-se que uma parte dos recursos captados pelas instituições
financeiras tem de ser depositados junto do Banco de Portugal / Banco Central
Europeu para constituir aquilo que se designa por Reservas Mínimas de Caixa.
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Como se calcula as reservas mínimas de caixa
Para constituir as suas reservas mínimas de caixa cada instituição financeira deverá
ter depositado na sua conta junto do Banco de Portugal / Banco Central Europeu
durante o período de constituição, em média, um valor idêntico ao apurado no período
anterior, ou seja no período de apuramento de reservas.
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Remuneração das reservas
As reservas mínimas efetivamente constituídas são remuneradas durante esse
período à taxa média ponderada utilizada nas operações principais de
refinanciamento. As reservas que excedem o valor mínimo não são remuneradas.
Dia 1 = 400.000
Dia 2 = 350.000
Dia 3 = 350.000
...
Dia 30 = 425.000
O Banco terá que constituir reservas no valor de 7.500 milhões euro. Para o efeito terá
que ter depositado em média na sua conta junto do Banco de Portugal /BCE, o valor
de 7.500 milhões de euros, valor este que será remunerado à taxa de referência do
BCE.
Dia 1 - 5.000
Dia 2 - 4.000
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Dia 3 - 4.000 …
Dia n - X
Total - 200.000 + X
200 .000 x
Média 7500
30
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2. MERCADO DE OPERAÇÕES DE INTERVENÇÃO
MMI / MI tem como objetivo permitir regular a oferta e a procura de fundos entre as
várias instituições financeiras através da realização de financiamentos e aplicações
entre as instituições financeiras que nele participam, operações essas que não tem
qualquer garantia associada.
MOI procura também regular a oferta e a procura de fundos entre as várias instituições
financeiras só que através da compra e venda de determinados títulos:
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A) Se a procura exceder claramente a oferta de fundos no mercado monetário, então
as taxas de juro deverão apresentar uma tendência a subida. Se essa tendência
não está nos objetivos definidos para a política monetária do Banco de Portugal e
do Banco Central Europeu, estes poderão ceder fundos às instituições financeiras
em determinadas condições. A cedência de fundos será efetuada através da
intenção de comprar ativos que os bancos tenham no seu balanço;
B) Se, por outro lado, a oferta de fundos exceder claramente procura de fundos no
mercado monetário, então as taxas de juro deverão apresentar uma tendência de
descida. Se essa tendência de descida não se enquadrar nos objetivos definidos
para a política monetária pelo Banco de Portugal e do BCE, estes poderão
anunciar condições para a absorção de fundos, retirando a liquidez em excesso
do mercado. A absorção de fundos é efetuada através da venda de determinados
títulos aos bancos por parte do BP / BCE.
Banco de Portugal;
Banco Central Europeu;
Instituições de Crédito autorizadas pelo Banco de Portugal e pelo Banco
Central Europeu.
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O Banco Central Europeu define as orientações da política monetária e o Banco de
Portugal bem como os restantes Bancos Centrais Nacionais da Zona do Euro atuam
em conformidade com as diretrizes definidas pelo BCE.
VN
PA
N
1 Tx
360
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As operações de mercado aberto, designadas por convencionais, anunciadas pelo
BCE distinguem-se quanto ao prazo, à regularidade e objetivos da sua realização em
5 categorias:
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principalmente executadas sob a forma de operações reversíveis, podendo também
assumir a forma de transações definitivas e constituição de depósitos a prazo fixo. Os
instrumentos e procedimentos aplicados na condução de operações ocasionais de
regularização são adaptados aos tipos de transações e aos objetivos específicos
prosseguidos nas operações. As operações ocasionais de regularização são
normalmente executadas pelos bancos centrais nacionais através de leilões rápidos,
podendo ainda ser utilizados procedimentos bilaterais. O Conselho do BCE decidirá
se, em circunstâncias excecionais, as operações ocasionais de regularização bilaterais
podem ser realizadas pelo próprio BCE.
4. Operações estruturais.
As operações estruturais de absorção ou de cedência de liquidez são realizadas com
o objetivo de alterar a posição estrutural do Sistema Europeu de Bancos Centrais face
ao sistema financeiro, na prática são utilizadas com o objetivo de produzir alterações
significativas nas taxas de juro.
5. Facilidades Permanentes
Existe ainda outra forma de intervenção do BCE, que constitui as chamadas
facilidades permanentes.
As facilidades permanentes têm como objetivo ceder e/ou absorver liquidez pelo prazo
overnight, sinalizar a orientação geral da política monetária e delimitar a variação das
taxas de juro de mercado para o overnight. Estão disponíveis para as instituições
financeiras, por sua iniciativa, duas facilidades permanentes, sujeitas ao cumprimento
de algumas condições operacionais de acesso:
Estas facilidades podem ser alteradas ou suspensas sempre que o BCE entenda ser
necessário. Contudo, tem como grande objetivo limitar a variação das taxas de juro de
curto prazo, constituindo limites às oscilações das taxas overnight.
Num contexto em que as taxas de juro diretoras do BCE estiveram até recentemente
em níveis historicamente baixos, as aquisições de ativos proporcionam um estímulo
monetário à economia adicional.
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privada e pública para fazer face aos riscos associados a um período prolongado de
níveis baixos de inflação:
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3ª Fase - Compilação das propostas pelo BCE ou BoP;
Nos leilões de taxa fixa o BCE / BoP estabelece e divulga antecipadamente a taxa de
juro da operação simultaneamente com o anúncio da mesma.
Nos leilões de taxa variável podem ser aplicados dois métodos de colocação: o de
taxa única e o de taxa múltipla.
Nos leilões de taxa única (ou sistema holandês) todas as propostas aceites são
satisfeitas à taxa de juro marginal da operação, que corresponde à última taxa de juro
a que é feita a operação de cedência ou de absorção de liquidez.
Nos leilões de taxa múltipla (ou sistema americano), cada proposta é aceite e satisfeita
à taxa de juro constante da proposta.
Nos leilões de cedência de liquidez a taxa variável as propostas são satisfeitas por
ordem decrescente das respetivas taxas de juro. Se o montante agregado das
propostas à taxa de juro mínima aceite pelo BCE (taxa marginal) exceder o montante
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ainda disponível para colocação, este montante será rateado na proporção dos
montantes propostos a esta taxa de juro.
Nos leilões de absorção de liquidez a taxa variável as propostas são satisfeitas por
ordem crescente das respetivas taxas de juro. Se o montante agregado das propostas
à taxa máxima aceite pelo BCE (taxa marginal) exceder o montante ainda disponível
para a absorção, será este montante rateado na proporção dos montantes propostos a
essa taxa.
Nº de referência do leilão
Data do leilão
Tipo de operação (cedência / absorção de fundos) e forma de realização
Prazo da operação
A forma do leilão (taxa fixa ou de taxa variável)
Método de colocação (holandês ou americano)
Montante indicativo da operação
A taxa de juro quando previamente fixada
Taxa de juro mínima / máxima aceites quando aplicável
Data/hora limite de apresentação das propostas
Nº de referência do leilão
Data do Leilão
Tipo de operação (cedência/absorção de liquidez)
Prazo da operação
Montante total proposto pelas instituições participantes
Nº de instituições que apresentaram propostas
Montante total colocado
Taxa de juro marginal aceite – apenas nos leilões de taxa de juro variável
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Data-valor da operação e respetiva data de reembolso
O montante mínimo de cada proposta está fixado nos 1,000,000 Euros para as
Operações Principais de Refinanciamento. As propostas acima do referido montante
mínimo são múltiplas de 1,000,000 Euros.
Nos leilões de taxa fixa as instituições financeiras licitam o montante de liquidez que
pretendem transacionar à taxa de juro estabelecida. Nos leilões de taxa variável as
instituições financeiras licitam o montante de liquidez e a taxa de juro das operações
que pretendem realizar, podendo apresentar até 10 propostas. A taxa de juro de cada
proposta será expressa até à centésima do ponto percentual.
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3. INDEXANTES
3.1. Introdução
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Pretende representar as taxas normais de crédito a 90 e 180 dias praticadas aos seus
clientes pelas principais instituições financeiras que para o efeito comunicam a APB
semanalmente as referidas taxas.
A sua fórmula de cálculo consiste na média aritmética simples das taxas de juro ativas
fornecidas por 8 instituições de crédito, para cada um dos prazos considerados,
excluindo-se a taxa mais alta e a mais baixa. A taxa APB será então uma média
aritmética simples de 6 taxas para cada prazo.
É um indexante com forte tradição nos E.U.A., na medida em que serve de referência
para muitas operações negociadas entre os bancos e as empresas.
O que é a prime?
É a taxa de oferta de fundos para o prazo de 3 meses que cada banco utiliza para os
seus clientes de risco mais baixo.
As operações para clientes de maior risco poderão ser indexadas a esta taxa de
referência aplicando-se um spread que reflita esse risco.
É, assim, uma taxa individualizada por cada banco que serve para indexar operações
entre esse banco e os seus clientes.
A sua eficácia dependeria essencialmente da divulgação desta taxa por todo o sistema
financeiro, de forma a permitir reduzir sistematicamente a diferença de primes-rates
entre as várias instituições financeiras e que torne a sua atualização mais dinâmica
face às alterações das taxas de juro no mercado monetário.
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Na prática em Portugal os melhores clientes tem acesso a fundos a taxas mais baixas
que as prime rates dos respetivos bancos, o que a tornou pouco eficiente.
A LISBOR resultava da média das taxas de oferta de fundos (às 11 horas de cada dia)
das instituições de crédito que ficaram obrigadas a fornecer ao mercado cotações
firmes para os prazos de 1, 3, 6 e 12 meses. Posteriormente alargou-se o conceito da
LISBOR aos prazos T/N, 7 dias, 2 meses e 9 meses.
O valor da LISBOR para cada prazo era apurado por média aritmética simples dessas
mesmas cotações, depois de retiradas as 2 cotações mais altas e mais baixas, pelo
que o valor da LISBOR é apurado como uma média aritmética de 4 cotações.
3.2.4. LISFRA
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3.2.5. Outros indexantes nacionais
Entre o início do ano de 1999 e 2007 o Tesouro não se financiou através dos BT’s,
pelo que a fórmula de cálculo da TBA foi alterada, passando a ser expressa em função
das LISBOR 3 e 12 meses. Após abril de 2002 a LISBOR foi substituída pela Euribor.
TBA = (Média últimos 20 dias LISBOR 3 M x 0.52 + Média últimos 20 dias LISBOR
1 ano x 0.47) – 0.12.
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3.2.6. Indexantes internacionais
3.2.6.1. LIBOR
O indexante mais divulgado a nível internacional é a LIBOR - “Lonbon Interbank
Offered Rate”
Tem a particularidade de ser divulgado para as principais moedas entre as quais para
o USD, CHF, JPY, EURO, GBP e também foi divulgado para moedas que atualmente
estão integradas no Euro como aconteceu com o escudo (PTE).
- BES Londres
- BTA Londres
- NATWEST Londres
- BBV Londres
- Barclays Bank
- BTA Londres
- BNU Londres
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3.2.6.2. EURIBOR
A taxa EURIBOR para determinado prazo apenas é calculada quando mais do que
50% das instituições contribuidoras o fazem.
O valor da Euribor para cada prazo é obtido como sendo a média das taxas das
instituições que contribuírem depois de excluídas as 15% cotações mais altas e 15%
cotações mais baixas.
Mantida artificialmente
elevada
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4. INSTRUMENTOS DE MONETARIZAÇÃO DA TESOURARIA DAS
EMPRESAS
De forma direta as empresas que não fazem parte do sector financeiro não têm a
possibilidade de realizar operações no mercado monetário interbancário ou mercado
interbancário. Contudo, poderão faze-lo de forma indireta através de produtos criados
para o efeito.
4.1. Hot–Money
As operações mais frequentes são para os prazos entre 1 dia (overnight) e o prazo de
30 dias, embora se possa realizar operações para prazos até 1 ano.
Taxa de juro negociada, que corresponde à taxa do MMI para o mesmo prazo mais
spread.
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Custos fiscais:
Imposto de selo sobre a abertura de conta, que é pago na data de início da mesma.
Exemplo:
As taxas de juro no MMI estão nos seguintes valores para o prazo de 1 mês.
BID OFFER
3.20% 3.25%
Uma empresa pretende negociar uma operação de Hot-Money para o prazo de 1 mês,
para a qual tem negociado um spread de 0.25%.
Custo Global:
Spread 0.25%
3.50%
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4.2. Papel Comercial
Papel Comercial é um título de dívida de curto prazo emitido por uma empresa à
subscrição pública ou privada. Na prática, o Papel Comercial é a transposição para o
universo das empresas dos títulos de dívida pública de curto prazo (como são exemplo
os BT’s).
Condições que as empresas teriam que respeitar para emitir papel comercial:
No entanto, esta hipótese não deveria assumir grande expressão, na medida em que o
recurso à garantia bancária configura o mecanismo de intermediação financeira
provocando a subida das taxas de juro da emissão do papel comercial via comissão
de garantia cobradas pelas instituições financeiras.
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Principais características do papel comercial:
Duração / Prazo
Teoricamente pode ser emitido papel comercial com maturidades até 2 anos. No
entanto, dificilmente ultrapassará o prazo de 1 ano, uma vez que a partir deste prazo
as emissões de papel comercial encontram-se sujeitas às normas previstas no Código
do Mercado de Valores Mobiliários, ou seja ao registo comercial, semelhante a uma
emissão de obrigações, o que acarreta custos mais elevados para as empresas que
pretendam financiar-se via papel comercial.
Nos EUA, mercado onde foi criado há mais de 100 anos, a vida média do papel
comercial não ultrapassa o prazo de 1 mês. Na Europa a vida média deste produto é
ligeiramente maior.
A duração do papel comercial poderá não coincidir com o prazo da emissão dos
títulos, dado que a entidade que os emite pode resgata-los antecipadamente, desde
que tal tenha sido previsto no contrato ou nas condições de emissão do mesmo.
Valor nominal
Taxa de juro
Em ambas as situações (taxa de juro variável ou taxa de juro fixa) os juros podem ser
liquidados na data de vencimento dos títulos ou então em intervalos regulares, mas
nunca inferior a 1 mês com a última contagem de juros a coincidir com o vencimento
ou resgate dos títulos.
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No entanto, nas emissões efetuadas em Portugal tem prevalecido uma forma de
colocação semelhante à dos BT’s, ou seja, o reembolso faz-se pelo valor nominal, o
que quer dizer que o investidor paga um valor inferior quando compra os títulos (VA).
VN
VA
Prazo
1 Txj x
365
Transmissibilidade (liquidez)
O papel comercial é um título que poderá ser transmitido por endosso. No entanto, os
títulos têm que ser domiciliados junto de uma instituição sujeita à constituição de
disponibilidades mínimas de caixa com supervisão do Banco de Portugal, o que
proporciona a criação de um mercado secundário do papel comercial.
Risco
Dadas as condições exigidas para a emissão do papel comercial poderemos dizer que
apenas as empresas de baixo risco podem emitir o papel comercial.
Colocação
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Custo dos serviços prestados pelo sector financeiro para as operações de papel
comercial.
Existem vários custos associados aos serviços prestados pelas instituições financeiras
relativos ao papel comercial, entre os quais se destaca:
Comissão de garantia;
Comissão de organização;
Comissão de colocação;
O papel comercial poderá ser utilizado como fonte de financiamento de longo prazo
através de operações revolving, ou seja, uma empresa compromete-se, por exemplo,
com um programa de papel comercial a 2 anos, tendo que realizar leilões de 3 em 3
meses ou de 6 em 6 meses.
Ao contrário dos empréstimos bancários o papel comercial rege-se pelas regras dos
empréstimos obrigacionistas. Assim, a empresa emitente está isenta de pagamento do
imposto de selo sobre juros, o que constitui uma das vantagens deste produto face a
outras alternativas de financiamento.
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Montagem das operações do papel comercial
No entanto, o papel comercial tem uma vantagem muito significativa que resulta do
facto do emitente não ter que pagar imposto de selo sobre juros.
Vamos supor que custos de montagem de uma emissão de papel comercial totalizam
0.375% sobre a operação.
Vamos admitir que as taxas de juro no MMI situam-se nos seguintes valores para o
prazo de 6 meses:
Bid Offer
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