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18/09/2023 16:24 Abordagens didáticas na prática docente

Abordagens didáticas na prática docente


Prof.ª Marta Amaral

Descrição

A adaptação da abordagem do professor às exigências e às dinâmicas


dos ambientes em que ele atua. A prática em sala de aula e suas
influências sobre o trabalho como docente.

Propósito

É fundamental, para os futuros docentes, perceberem o papel do


professor, o modo como as instituições de ensino escolhem
determinadas abordagens didáticas e como eles podem se adaptar a
essas realidades.

Objetivos

Módulo 1

Teorias de aprendizagem
Descrever as teorias da aprendizagem.

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Módulo 2

Abordagem didática na prática docente

Identificar o processo da abordagem didática na prática docente.

Módulo 3

Plano de aula sob viés das teorias de


aprendizagem
Definir a elaboração de um plano de aula na perspectiva das teorias
da aprendizagem.

Introdução
Antes de iniciarmos nosso estudo, vamos conversar com Rubem
Alves (1933-2014) sobre a Escola da Ponte. A Escola da Ponte é
um bom exemplo de instituição com uma nova visão de ensino e
metodologia. Sua característica é levar em consideração a
promoção da autonomia e da liberdade dos estudantes, pensando-
os como protagonistas do processo de ensino-aprendizagem.

O vídeo nos ajuda a pensar sobre a prática docente, e como ela


envolve conhecer abordagens teóricas a respeito comportamento
humano e de seus processos de aprendizagem, bem como a
percepção do papel do professor no processo de ensino-
aprendizagem. Dessa forma, pretende-se abordar as principais
teorias de aprendizagem, considerando que a didática docente
envolve o fazer reflexivo, uma vez que essa prática irá se pautar em
um referencial teórico.

A partir desses referenciais, abordaremos a elaboração de um


plano de aula com base das teorias da aprendizagem: cognitivista
sociointeracionista e behaviorista.

Rubens Alves (1933-2014)


Foi um teólogo, educador, poeta e filósofo brasileiro. Ele é autor
de mais de 120 livros de diversas áreas, como Filosofia,
Teologia, Psicologia, Educação e histórias infantis.

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Introdução

1 - Teorias de aprendizagem
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever as teorias de aprendizagem.

Processo ensino-aprendizagem
Como podemos perceber, a visão de ensino como uma linha de
montagem — na qual professor e aluno desempenham apenas um
papel, tendo o mesmo tempo e a mesma forma de aprender — está
sendo repensada; por conta disso, novas abordagens didáticas na área
têm sido estudadas.

Com as mudanças nos paradigmas da educação, o estudo das


abordagens didáticas passa a analisar como a prática docente —

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compreendida pela dinâmica de ensino-aprendizagem — pode ser


executada de maneira mais eficiente.

Para obter essa eficiência, no entanto, não existe uma única linha de
abordagem. A maneira como os educandos aprendem é um assunto
amplamente debatido, influenciando tais abordagens. A fim de
compreendermos essas linhas, seguiremos os passos de um professor
que se depara com o desafio de escolher um caminho para tornar a sua
atuação mais eficiente.

Desse modo, como primeiro passo, serão apresentadas as principais


teorias da aprendizagem: elas são muito utilizadas e conhecidas no
campo da Educação, pois este espaço se mostra necessariamente
complexo, com um conjunto de teorias que sustenta o processo de
ensino e de aprendizagem. Podemos, assim, dizer que o professor
precisa conhecer as teorias que vão subsidiar sua abordagem didática.

Atenção!
Conhecer as principais teorias da aprendizagem deve representar um
constante exercício de estudos, possibilitando que os professores se
aprofundem e escolham aquelas com as quais mais se identifiquem.
Portanto, estamos falando de escolhas.

Essas escolhas têm se tornado cada vez mais difíceis quando levamos
em consideração o mundo contemporâneo com os inúmeros desafios à
vida cotidiana e ao exercício da docência. Afinal, tais mudanças têm
impactado fortemente a prática do professor em sala de aula nos dias
de hoje.

Neste momento, você deve estar se perguntando:

Como construir uma prática pedagógica competente


para atuar na docência? Como ajustar a prática
pedagógica para alinhá-la a essas mudanças?

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Essas e outras questões fazem parte da profissão docente, embora seu


raio de influência dependa da prática desenvolvida por cada professor.
Tais perguntas sempre o acompanharão em sua atividade profissional.

O foco sobre as teorias da aprendizagem se concentra em sua


perspectiva de desenvolvimento, considerada por muitos como uma das
mais emblemáticas do século passado por meio da intensa relação com
a Psicologia da Educação. Vamos ver a seguir alguns de seus conceitos.

Abordagem comportamentalista ou
behaviorismo

Nossos estudos sobre as teorias da aprendizagem começam com o


destaque a uma das correntes teóricas mais importantes da área: o
behaviorismo.

Originada em estudos feitos no campo da Psicologia, essa corrente de


pensamento compreende e define o comportamento humano como o
resultado de influências sociais.

Segundo a teoria behavorista, o sujeito pode ser moldado de acordo


com estímulos e respostas.

Podemos destacar John B. Watson como o principal criador dessa


teoria e, logo em seguida, outros estudiosos também se juntaram ao
behaviorismo, como Ivan Pavlov e B. F. Skinner.

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Assim, podemos entender que o behaviorismo é parte de um sistema


educacional tradicional, pois está amparado em:

John B. Watson
Psicólogo americano criador do behaviorismo, ele tinha como
principal motivação o estudo do comportamento. Seus experimentos
em laboratório contribuíram profundamente para a visão da
Psicologia como algo além do estudo interno da mente.

De acordo com Watson, o ser humano aprende a se expressar a


partir do meio social, ou seja, do seu ambiente. Tal aprendizado,
portanto, é construído de forma positiva ou negativa em suas
relações cotidianas. Ainda segundo o psicólogo, quando nasce, ele é
apenas um sujeito “vazio”, tendo suas características e seus
comportamentos moldados pela sociedade.

Ivan Pavlov
Foi um fisiologista mundialmente conhecido pelas suas pesquisas
sobre o reflexo condicionado em animais. Essa teoria o levou a
perceber que certos comportamentos podem ocorrer de acordo com
estímulos e situações vividas pelos seres.

“De acordo com Pavlov, o requisito fundamental é que qualquer


estímulo externo seja o sinal (estímulo neutro) de um reflexo
condicionado e se sobreponha à ação de um estímulo absoluto” (LA
ROSA, 2003, p. 45).

B. F. Skinner
Psicólogo, inventor e filósofo, o americano B. F. Skinner (1904-1990)
desenvolveu a análise do comportamento por meio de quatro
conceitos básicos: comportamento, resposta, ambiente e estímulo.

Suas teorias são chamadas de behaviorismo radical, já que


enfatizam o comportamento humano como objeto. No entanto, elas
ainda reconhecem outra face: em vez dos condicionantes em
essência, como Watson, Skinner queria entender os
comportamentos encobertos por pensamentos, sentimentos, sonhos
etc.

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Estímulos

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Respostas

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Reforços

Talvez você ainda esteja se perguntando:

Quando uma criança recebe uma nota “baixa” na escola, o


que é reforçado com isso?

Se já recebeu nota baixa alguma vez na vida, isso certamente reforçou


alguma ideia em você. É isso que o behaviorismo analisa.

À medida que somos elogiados, o nosso comportamento muda.

Nessa abordagem, o principal instrumento da modelagem é o reforço.


Este pode ser entendido como qualquer ocorrência que aumente a
intensidade de um determinado comportamento. Pode ser positivo
(recompensa) ou negativo (remoção de algo adverso).

Por outro lado, a educação está fortemente ligada à transmissão


cultural, devendo imprimir no sujeito conhecimentos e padrões de
comportamentos éticos e sociais, além de competências consideradas
fundamentais para o controle do ambiente e da realidade.

O processo de ensino-aprendizagem é uma mudança


comportamental do sujeito resultante das práticas
vividas e reforçadas pelo professor.

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Por isso, algumas práticas precisam ser contempladas. São elas:

O ambiente de aprendizagem

Deve ser previamente planejado pelo professor.

A metodologia de ensino

Precisa aplicar o processo do reforço na relação professor-


aluno.

O docente

Estabelece a proposta de aprendizagem a partir da


estruturação dos elementos.

Os elementos citados

Proporcionam experiências curriculares para a consecução dos


objetivos previamente propostos.

Experimentações científicas foram feitas para testar o funcionamento


de certos paradigmas e suas quebras. Veja o seguinte caso:

Saiba mais

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Você conhece o teste dos macacos?

Em um experimento, foram colocados eletrodos na cabeça de dez


macacos e um cacho de bananas no alto de uma estante. Cada vez que
um deles tentava subir e pegar uma fruta, os outros tomavam um
choque. Após um tempo — primeiramente, em ações individuais; depois,
coletivamente —, os demais passaram a punir aquele que subia. A partir
daí, uma patrulha foi estabelecida: mesmo com fome, os macacos não
subiam mais para pegar a banana.

Em determinado momento, todos os eletrodos foram tirados, mas o


comportamento deles não mudou. Qualquer macaco que tentasse subir
para comer uma banana era evitado e apanhava dos outros. Em seguida,
pouco a pouco, os animais foram sendo substituídos; ainda assim,
mesmo com todos eles trocados, a regra ainda valia.

Abordagem cognitivista
Conceito e propriedades

Nesta abordagem, o conhecimento é considerado uma construção


contínua do sujeito no meio em que transita. O cognitivismo realça
aquilo que é ignorado pela abordagem comportamentalista: o ato de
conhecer.

O interesse da teoria cognitivista é saber como o ser humano conhece o


mundo, investigando a percepção, o processamento de informação e a
compreensão dele.

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Vamos entender como a teoria cognitivista funciona:

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Compreensão e atribuição da realidade

Ela ajuda o sujeito a compreender e atribuir significado para


sua realidade.

Armazenamento e organização dos conhecimentos

Essa teoria tem como foco específico a compreensão de


como o sujeito guarda e organiza os conhecimentos
adquiridos ao longo do percurso escolar.

Percepção do processo de construção do


conhecimento

Sua ênfase está no papel humano diante do processo de


construção do conhecimento, pois ela se concentra no
desenvolvimento da personalidade do sujeito e na sua
capacidade de atuar de forma integrada.

Facilitador da aprendizagem

A figura do professor não é a de um transmissor do


conhecimento, mas o de um facilitador da aprendizagem.

Experiências do aluno na sala de aula

O conteúdo, por sua vez, é proveniente de experiências


próprias realizadas pelo estudante na sala de aula. Elas são
orientadas pelo professor, que atua como um articulador
entre o conhecimento e o aluno. O docente, portanto,
possibilita a criação de condições para que os discentes
aprendam.

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O cognitivismo não concebe modelos prontos de mundo, aluno ou sala


de aula. Tudo está em um contínuo processo de vir a ser, pois seu
objetivo didático é a autorrealização e o uso pleno das potencialidades
do sujeito. Desse modo, de acordo com a abordagem cognitivista, o
mundo e o homem não estão prontos e acabados (como ocorre no
behaviorismo).

A educação centra-se no aluno. Devem emanar dele os motivos para a


aprendizagem, pois a sua finalidade é a criação de condições que
facilitem o aprendizado integral do sujeito. Por isso, a autodescoberta e
a autodeterminação constituem atributos da abordagem cognitivista.

A abordagem cognitivista leva em consideração o


cotidiano, a vivência, a realidade e as experiências do
aluno. No entanto, muitas vezes, é difícil estabelecer a
relação entre a teoria ensinada e a prática.

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Um rio que passou na minha vida
Vamos entender como o cotidiano dos alunos pode ser utilizado como
prática pedagógica no vídeo a seguir.

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O processo de ensino cognitivista ocorre a partir de uma metodologia


criada pelo professor na qual a aprendizagem do aluno se desenvolve
em um contexto que privilegia a liberdade para aprender. Notemos que
várias correntes e diversos representantes dessa teoria podem ser
agrupados da seguinte maneira:

Construtivista expand_more

Investiga como são construídas pelo sujeito as estruturas


cognitivas para a elaboração do conhecimento. Também se
ocupa dos processos do pensamento humano desde a infância.

Sociointeracionista expand_more

Preocupa-se com a importância da experiência e da cultura do


meio para o processo de construção de conhecimento e de
constituição do indivíduo.

Significativa expand_more

Realça a importância do significado na aprendizagem e investiga


o processo cognitivo a partir do entendimento de que a nova
informação se relaciona com várias outras já conhecidas pelo
sujeito e presentes na estrutura cognitiva.

Segundo as teorias cognitivistas, o processo do conhecimento é


construído pela relação entre sujeito e sujeito ou sujeito e objeto, ou
seja, cada sujeito constrói o seu conhecimento a partir do contato com
o meio e da relação que ele faz.

O sujeito constrói o seu conhecimento não a partir de


uma estrutura fixa, mas sempre em uma relação de
troca. Por isso, tais teorias designam a existência de
uma variedade de elementos responsável por
possibilitar o aprendizado.

Vamos conhecê-la mais profundamente a partir de agora:

Teoria cognitivista construtivista


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O construtivismo é uma linha de pensamento que gerou um grande


impacto na Pedagogia, principalmente pelas ideias de Jean Piaget.

Jean Piaget
Conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência
infantil, o suíço Jean Piaget era um renomado psicólogo e filósofo.
Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo
com crianças e estudando seu processo de raciocínio. Seus estudos
tiveram um grande impacto nos campos da Psicologia e da
Pedagogia.

Sua principal indagação diz respeito à forma como o sujeito conhece o


mundo. Uma das principais preocupações de Piaget era compreender
como e quais são os mecanismos utilizados pelo homem para o
conhecer e se adaptar a ele.

Saiba mais

Para Piaget, as interações sociais são muito importantes, pois elas


transmitem as informações características do meio e contribuem, de
uma maneira ativa, para a assimilação do conhecimento pelo sujeito.

Cada informação do meio social é processada na mente do sujeito a


partir dos elementos que lhe são oferecidos. Assim, cada um reestrutura
de maneira única esse conhecimento e o integra ao corpo de um saber
já construído. Dessa maneira, Piaget avalia o contato social como o
principal meio de aprendizado.

Para Jean Piaget, a interação social não está relacionada apenas a uma
transferência verbal, e sim ao uso do pensamento e da cooperação. Veja
a seguir as implicações de cada um dos conceitos:

Interação

Ao interagir com pessoas e objetos, há o progresso do pensamento

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do sujeito e, consequentemente, de sua ação.

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Cooperação

O sujeito entende que sua ação deve contribuir para a cooperação


do grupo, desenvolvendo uma vida afetiva.

Essa afirmação propicia a compreensão de que a abordagem


construtivista estabelece diferenças entre ensino e aprendizagem.
Afinal, o que cada estudante aprende não constitui exatamente aquilo
que o docente explica em sala de aula, tampouco o que era planejado
previamente por ele. A aprendizagem, portanto, depende diretamente de
conhecimentos anteriores àqueles evocados por nossas experiências.

Então, talvez apareça a seguinte questão:

Se cada um deles aprende e percebe o mundo de uma


maneira diferente, como alcançar todos os alunos?

O professor precisa estabelecer situações que desestabilizem os


conhecimentos anteriores de seus alunos. No entanto, é fundamental
haver a compreensão de que isso, concomitantemente, requer a
presença dos seguintes fatores:

Situações-problema
O professor deve propor situações-problema que os instiguem a
investigar, discutir, refletir, levantar questões e formular hipóteses.

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Motivação
É necessário estar motivado para fazer um esforço cognitivo a
fim de alcançar um novo conhecimento. É importante motivar
constantemente os alunos a prosseguirem, não desistindo dele.

Postura ativa
O professor deve instigar o aluno a adotar uma postura ativa em
seu processo de construção do conhecimento.

Planejamento
O planejamento didático tem de ser abrangente para atingir todos
os alunos em suas diversidades, integrando-os.

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Teoria cognitivista sociointeracionista

Lev Vygotsky é seu maior representante. Para esse autor, a mediação é


um fato fundamental para o processo cognitivo do sujeito, sendo
realizada por meio da relação interpessoal e dos sistemas de signos
(linguagem, escrita, símbolos e objetos).

Lev Vygotsky
O psicólogo Lev Semionovich Vygotsky (1896-1934) foi um pioneiro
na apresentação do conceito de que o desenvolvimento intelectual
das crianças ocorre em função de suas interações sociais e
condições de vida. Ele entendia que o sujeito não acessa
diretamente objetos ou conceitos, pois todo conhecimento é fruto da
mediação de outras pessoas ou de sistemas simbólicos dos quais
ele dispõe. Dessas relações dinâmicas e interativas entre
sujeito/sujeito e sujeito/objeto, surgem as funções psicológicas
superiores a serem construídas na interação social.

Sistema de signos
Ferdinand Saussure foi um linguista e filósofo suíço que trouxe a
ideia de que os signos linguísticos são a união de uma imagem
acústica e um conceito, de um significante e um significado. Essa
união, por sua vez, não é determinada nem fixa, porém arbitrária.

A linguagem é um instrumento de mediação da aprendizagem para criar


situações concretas de produção, reflexão, colaboração e construção
de conhecimento. Ela abandona, dessa forma, o esquema linear de
reprodução ou consumo.

Saiba mais
A teoria sociointeracionista impeliu os docentes a uma reflexão sobre a
prática pedagógica devido aos apontamentos feitos por Vygotsky sobre
as relações existentes entre a aprendizagem, o desenvolvimento e a
interação nos processos educativos.

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Podemos reconhecer a interação entre os alunos como uma estratégia


pedagógica. Para que haja um conhecimento, o sujeito deve ser
entendido como um ser social que constrói sua individualidade a partir
das interações mediadas pela cultura. Dessa maneira, a relação que a
pessoa estabelece com o meio social é condição fundamental para ela
se constituir como indivíduo.

Teoria cognitivista significativa

Os estudos sobre esta teoria têm como base o autor David Paul
Ausubel, responsável pela elaboração do conceito de aprendizagem
significativa. Na abordagem cognitiva, ele observa o que ocorre dentro
da mente humana durante a construção do conhecimento.

David Paul Ausubel


O psicólogo norte-americano David Paul Ausubel (1918-2008) foi o
percursor da teoria da aprendizagem significativa. Para ele, aprender
significativamente é ampliar e reconfigurar ideias que já existem na
estrutura mental da pessoa para que ela seja capaz de relacionar e
acessar novos conteúdos. O autor, portanto, defendia que os
esquemas dos links mentais que fazemos nos auxiliam a consolidar
o conhecimento. Desse modo, cabe ao professor propor e fomentar
situações que favoreçam a aprendizagem, permitindo a ancoragem
entre o saber que a criança já possui e o que ela irá aprender.

Aprendizagem significativa
Ela propõe que os conhecimentos prévios dos alunos sejam
valorizados para que o novo conteúdo incorporado às suas
estruturas cognitivas adquira significado. A aprendizagem mecânica,
por outro lado, ocorre quando o novo dado não se relaciona com os
conceitos conhecidos pelo aluno.

Para Ausubel, a estrutura cognitiva refere-se ao conteúdo total das


informações, aos fatos, aos conceitos e aos princípios organizados pela
pessoa. A aprendizagem é vista como o processo em que o novo
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conteúdo se organiza e se integra à estrutura cognitiva já existente.


Dessa maneira, o professor precisa fazer a relação significativa entre o
conteúdo acadêmico e o social para que o aluno perceba o significado
do que aprende.

Saiba mais

As ideias de Ausubel também se caracterizam por uma reflexão


específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino em vez de tentar
somente generalizar e transferir-lhes conceitos ou princípios
explicativos extraídos de outras situações ou contextos de
aprendizagem.

Para haver aprendizagem significativa, são necessárias duas condições:

Primeira condição expand_more

O aluno precisa ter uma disposição para aprender. Se o indivíduo


quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, a
aprendizagem será mecânica.

Segunda condição expand_more

O conteúdo escolar a ser aprendido deve ser potencialmente


significativo, ou seja, ele precisa se mostrar lógica e
psicologicamente significativo.

O significado lógico depende somente da natureza do conteúdo;


o psicológico, por sua vez, significa a experiência de cada
indivíduo. Todo aprendiz faz uma filtragem própria do significado
dos conteúdos.

Com esse duplo marco de referência, as proposições de Ausubel partem


da consideração de que os indivíduos apresentam uma organização
cognitiva interna baseada em conhecimentos de caráter conceitual,
sendo que a sua complexidade depende muito mais das relações que
eles estabelecem entre si do que do número de conceitos presentes.

Essas relações têm um caráter hierárquico; dessa


forma, a estrutura cognitiva é compreendida
fundamentalmente como uma rede de conceitos
organizados hierarquicamente de acordo com o grau
de abstração e de generalização.

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Agora que você já foi apresentado às teorias contempladas na


abordagem cognitivista, demonstraremos como elas influenciam na
atuação do professor e na sua prática em espaços escolares.

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Abordagem cognitivista no ambiente
escolar
Vamos entender como a abordagem cognitivista e as suas teorias
podem ser inseridas no ambiente escolar.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A abordagem cognitivista se baseia nas teorias de Piaget, Vygotsky


e Ausebel, cujos elementos comuns acerca da aprendizagem
podem contribuir efetivamente para uma prática docente mais
eficiente.

Assinale, dentre as alternativas a seguir, a que pode ser identificada


como um elemento comum.

A aprendizagem se dá a partir de experiências


próprias realizadas pelo estudante na sala de aula e
A
orientadas pelo professor, que atua como
articulador entre o conhecimento e o aluno.

Preocupa-se com a aprendizagem do indivíduo


desde a infância: dando especial ênfase a esse
B período, investiga como são construídas as

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estruturas cognitivas do sujeito para a elaboração


do seu conhecimento.

O conhecimento se dá na relação do indivíduo com


a cultura e a sociedade de forma independente: o
C
processo de aprendizagem só é possível na troca
entre os sujeitos e seus pares.

Para que haja aprendizagem significativa, o


professor precisa fazer a relação significativa entre
D
o conteúdo acadêmico e o social de modo que o
aluno perceba o significado do que aprende.

A preocupação com o processo de formação do


raciocínio do indivíduo, por meio da observação das
E
relações sociais desde a mais tenra idade, é fator
fundamental.

Parabéns! A alternativa A está correta.

O destaque à participação ativa do aluno no processo de


aprendizagem apresenta uma visão geral da abordagem
cognitivista, enquanto as demais apresentam características
específicas dos autores que a defendem: Piaget com sua
valorização na infância, incluive com o processo de formação do
raciocínio, Vygotsky com seu destaque à interação entre os sujeitos
e Ausebel com a preocupação com a aprendizagem significativa.

Questão 2

A importância das abordagens didáticas está no fato de elas


oferecerem à prática docente uma possibilidade mais eficiente de
ação no processo de ensino e aprendizagem. Por não haver uma
única linha de abordagem, é fundamental compreender as
características que marcam cada uma a fim de identificar quais se
adequam mais à realidade em que se dá a educação.

Sobre as características dessas abordagens, podemos afirmar:

I – O conhecimento é compreendido como um processo de:


percepção, processamento de informação e compreensão.

II – O docente é gerador de condições para que os alunos


aprendam.

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III – O aluno, como qualquer sujeito, é constituído como resultado


das influências sociais do meio em que vive.

IV – A aprendizagem é o conjunto de comportamentos


padronizados e objetivos anteriormente fixados.

Das características acima,

A somente a I pertence à abordagem cognitivista.

B I e II fazem parte da abordagem cognitivista.

C III e IV pertencem à abordagem comportamental.

somente a III compõe a abordagem


D
comportamental.

E somente a II pertence à abordagem cognitivista.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A abordagem comportamental/behaviorista compreende o


comportamento humano como o resultado de influências sociais,
podendo, portanto, ser modificado se tais influências forem
alteradas. Por isso, as afirmativas III e IV a identificam. Na
abordagem cognitivista, o conhecimento é definido como uma
construção contínua do sujeito no meio em que ele se encontra. Por
isso, ela tem interesse em investigar os processos internos em que
se dá o conhecimento, valorizando a características de cada aluno.

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2 - Abordagem didática na prática docente


Ao final detse módulo, você será capaz de identificar o processo da abordagem didática na
prática docente.

O papel do professor e a didática


Anteriormente, buscamos perceber como os sujeitos aprendem e como
esse aprendizado pode ser visto de formas diferentes. Diante desse
desafio, passamos a refletir sobre o professor e seu papel na
construção dessa abordagem didática.

Quanto à investigação de seus processos na prática docente, talvez


você esteja com os seguintes questionamentos:

Por que eu, apesar de conhecer as teorias, ainda possuo


uma turma tão disciplinada?

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Por que minhas práticas pedagógicas não funcionam se eu


faço exatamente igual aos meus antigos professores?

Eu possuo uma grande bagagem técnica e acadêmica,


suficiente para que eles aprendam, mas o aprendizado não
acontece. O que acontece?

A didática vai além de técnica, é um processo sobre o aprendizado do


aluno, e o seu papel não é reproduzir atitudes, mas sim pensar
estratégias para que o discente amplie seus conhecimentos.

Muitas vezes o comportamento da turma reflete a prática do professor.


A dificuldade ou falta de interesse dos alunos pode estar associada à
falta de didática do professor, que talvez reproduza práticas como se
fossem uma receita de sucesso em todos os contextos.

É fundamental que entendamos que reproduzir as práticas, conceitos e


atitudes não significa que estamos sendo didáticos, e que possuir um
grande saber sobre um determinado assunto não garantirá que as
práticas didáticas sejam estabelecidas.

Dessa maneira, cabe ao professor acompanhar o processo de ensino-


aprendizagem ao fomentar novas descobertas, possibilitar a ampliação
desses conhecimentos e adaptar as suas práticas de acordo com a
turma.

Afinal, o que seria a didática? Por que professores


precisam dela?

A didática serve para indicar os processos de ensino-aprendizagem.


Com eles, você vai poder pensar tecnicamente e acompanhar a
evolução dos alunos.

Não basta, porém, compreender um conteúdo do ponto de vista técnico.


O processo de compreensão é do aluno, e não do professor, pois o
estudante que vai descobrir os seus caminhos e construir as pontes
necessárias para seu desenvolvimento. Ser didático, além de se
preparar, é estar disposto a compreender que seu aluno precisa de
acompanhamento no processo de aprendizado.

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Atenção!

A didática não deve ser entendida como uma prática, mas como um
processo no qual cada aluno desenvolve seus aspectos cognitivos. O
professor, por sua vez, acompanha esse processo e fomenta novas
descobertas, possibilitando a ampliação desses conhecimentos.

Todo aquele que se coloca na condição de educando espera que quem


o conduzirá esteja preparado. Independentemente de nosso tempo de
convivência, nós, enquanto professores, devemos estar dispostos e
sermos capaz de acompanhá-lo para provocar e permitir processos de
aprendizagem, cada um com seu ritmo e dentro de suas necessidades.
Desse modo, atuar didaticamente é:

Preparar-se para estabelecer a ação pedagógica.

Perceber o desenvolvimento do sujeito conforme se desenvolve a


educação.

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Ter o aprendizado como foco do resultado, mesmo que nem


sempre ele ocorra da forma esperada e planejada.

O uso da didática, aliás, possui uma funcionalidade muito mais ampla:


fundamental para todo sujeito no ato de educar, ela impacta diretamente
o processo de ensino-aprendizagem.

Conceituando a didática
A didática deve ser entendida como uma ferramenta pedagógica que
impulsiona o professor a refletir sobre as formas de abordagem do
conhecimento, das metodologias, da necessidade de planejamento e de
tudo que envolve o processo de ensino-aprendizagem. Como não se
limita à técnica, ela se dedica ao estudo do processo de ensino-
aprendizagem, oferecendo uma reflexão constante que orienta as
abordagens didáticas a fim de fortalecer tal processo.

Ensino-aprendizagem
A abordagem didática possibilita dois movimentos: o ensino e a
aprendizagem. Ou seja, o princípio dela permite ao professor
construir uma prática docente baseada em uma teoria da
aprendizagem, como vimos no módulo anterior.

Ela realmente interfere em tal prática, pois exige do professor uma


postura constante de pesquisador da própria prática, assim como o
instiga a buscar cotidianamente uma atuação que torne a

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aprendizagem significativa, estimulando a construção de novos


conhecimentos.

Atenção!

A abordagem didática deve ser entendida como um “fazer reflexivo” que


leva o professor a ampliar sua visão sobre as formas de ensinar e de
aprender, facilitando a escolha das metodologias que dão sentido à sua
prática.

Ela provoca reflexões sobre a forma de atuação dela no processo de


aprendizagem dos alunos e a maneira de melhorar sua prática a partir
do seu cotidiano.

A abordagem didática também ultrapassa a dimensão técnica, pois


exige compromisso do mestre com o aprendiz, fazendo com que o
professor adote uma postura reflexiva, na qual a construção de
conhecimentos ganha nova dimensão, provocando a entrada de
aprendizagens significativas que façam sentido para o público a que se
destina.

O papel da abordagem didática é fazer a diferença em qualquer campo


com demanda educativa (instituições públicas, privadas ou do terceiro
setor), pois ela auxilia na construção de cenários de ambientação para
que a aprendizagem aconteça e se consolide.

Na abordagem didática, o professor deve:

Dar sentido ao que é apresentado

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Podemos dizer que ela é a proposta de reflexão sobre a prática.


O professor utiliza variadas teorias da aprendizagem para
observar o andamento do processo de ensino.

Ter o cuidado de buscar novos caminhos

O professor deve desenvolver e adaptar métodos e técnicas


que possam ser utilizados na construção de determinados
conhecimentos, sabendo contextualizá-los a cada realidade e
respeitando os procedimentos mentais desenvolvidos nessa
construção.

Quem é didático, atua como um mediador que considera e respeita a


cultura e a história do seu aluno, associando, a partir dessas
singularidades, os saberes da vida aos que precisam ser construídos.
Portanto, no universo da abordagem didática, diversas teorias podem
ser utilizadas para a obtenção da melhor proposta com o objetivo de
atender à necessidade dos alunos. Ou seja, você precisa compreender
que todo professor tem uma abordagem didática para pensar, fazer sua
aula e instruir seu aluno.

Abordagem didática para as futuras


gerações
Você sabia que a nossa sociedade passa por grandes transformações e
que cada geração é classificada de uma maneira diferente? Para a
reflexão apropriada de uma abordagem didática atual, o professor deve
ter algum conhecimento sobre as gerações e seus processos históricos.

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Pensar a abordagem didática atualmente é compreendê-la de uma


forma diferente, pois é preciso considerar os avanços tecnológicos, a
popularização da internet e a mistura geracional.

video_library
As diferenças geracionais
Neste vídeo, vamos entender como saber as diferenças entre as
gerações é importante para entendermos quem somos e quem são os
nossos alunos.

Como você pôde observar, cada uma dessas gerações (X, Y, Z e alpha)
apresenta características diferentes. A definição de uma abordagem
didática que não leve em conta tais elementos pode interferir
profundamente no processo de ensino e aprendizagem. As diferenças
geracionais direcionam a construção do seu processo docente, mas
sem haver a criação de uma “camisa de força”. Portanto, sempre deve
existir espaço para a criatividade.

Atenção!

Precisamos, enquanto professores, reconhecer as diferenças


geracionais e nos comportar como um orientador de caminhos. Nosso
objetivo é propor desafios e, principalmente, direcionar os alunos para o
trabalho cooperativo e colaborativo mediante a potencialização do

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diálogo, da troca de conhecimentos e da produção coletiva dos


discentes.

O professor na sala de aula da educação básica trabalha principalmente


com crianças das gerações Z e alpha. Dessa forma, ele terá de repensar
sua prática pedagógica e seus caminhos didáticos, pois lidará com
perfis geracionais diferentes do seu.

Nossos alunos têm um perfil geracional diferente, já que cresceram


utilizando ambientes colaborativos, como Instagram, Facebook e
Twitter. Além disso, eles estão acostumados aos games, que são
jogados em grupos, embora seus jogadores estejam distantes
geograficamente.

Por essa razão, a abordagem didática atual deve enfatizar o social em


detrimento do individual, privilegiando atividades e trabalhos realizados
em mesas agrupadas fisicamente nas quais sejam utilizadas ações de
pesquisa, análise de situações e resolução de problemas.

O melhor procedimento didático é aquele acompanhado de uma


significação para cada geração. A didática está presente de forma
imperativa em todos os espaços de aprendizagem: na construção de
instrumentos de apoio ao ensino, como conteúdos digitais, assim como
em materiais, livros e projetos didáticos. Afinal, ela mesma é um
instrumento qualificador do trabalho educativo.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

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Questão 1

Podemos resumir a abordagem didática como algo responsável por


levar o professor a ampliar sua visão sobre as formas de ensinar e
aprender, facilitando a escolha das metodologias que dão sentido à
sua prática. Mas, ampliado sua compreensão, também podemos
fazer as seguintes afirmações:

I - O papel da abordagem didática é fazer a diferença em qualquer


campo no qual haja demanda educativa, desde que ela esteja
presente apenas nas instituições públicas, cuja área apresenta uma
maior carência.

II - Podemos afirmar que a abordagem didática do professor tem a


incumbência de dar sentido à sua prática, ou seja, ela é a proposta
de reflexão permanente sobre a relação de ensino e aprendizagem.

III - Quando o professor utiliza várias teorias da aprendizagem para


observar o andamento do processo de ensino, ele está se afastando
da abordagem didática, o que exige a opção de metodologias claras
e definitivas.

Sobre essas afirmativas, podemos dizer que

A somente a I é verdadeira.

B somente a II é verdadeira.

C somente a III é falsa.

D somente a I é falsa.

E I e II são falsas.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A opção I está incorreta, pois ela se refere apenas às instituições


públicas de ensino, porém a didática deve estar presente em
qualquer prática de ensino-aprendizagem, seja ela pública, privada
ou filantrópica. A opção III está incorreta, já que, quando um
professor faz uso das teorias de aprendizagem, refletindo e
planejando seu processo, sua postura se entrelaçará com a

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abordagem didática para compreender o processo de evolução de


seus alunos.

Questão 2

“Com a internet, estamos começando a ter que modificar a forma


de ensinar e de aprender tanto nos cursos presenciais como nos de
educação continuada, a distância [...]. Tanto professores como
alunos, temos a clara sensação de que, em muitas aulas
convencionais, perdemos muito tempo...” (MORAN, J. Revista
Interações, v. 5, p. 57-72, 2000).

O trecho acima nos traz um desafio que deve tornar-se permanente


em todo ato de educar: modificar a forma de ensinar e de aprender.
Analise as afirmações abaixo, considerando V para as afirmativas
verdadeiras e F para as falsas:

( ) É necessário que o professor esteja pronto a repensar sua


prática pedagógica e seus caminhos didáticos, uma vez que
precisará lidar com perfis geracionais diferentes do seu.

( ) Neste contexto de transformação em que vivemos, em especial


pela presença das mídias digitais nas mãos de nossos alunos, as
abordagens didáticas de ensino são tão importantes quanto os
conteúdos.

( ) A abordagem didática atual deve deslocar-se do enfoque


individual para o social, ou seja, ela deve privilegiar atividades e
trabalhos que valorizem ações de pesquisa, análise e resolução de
problemas.

( ) Apesar das mudanças sociais pelas quais passamos, nossos


alunos atualmente ainda têm um perfil geracional muito semelhante
ao nosso e possuem dificuldades na utilização de ambientes
colaborativos.

A sequência correta, de cima para baixo, é

A V, V, F, F.

B F, V, F, V.

C F, F, V, V.

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D V, V, V, F.

E F, V, V, F.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Estarmos recebendo alunos, especialmente na educação básica,


das gerações Z e alpha. Isso indica que eles têm um perfil
geracional diferenciado do nosso, crescendo e utilizando — na
maioria das vezes, melhor que nós — ambientes colaborativos. Daí
a importância de o professor estar atento a esse desafio.

3 - Plano de aula sob viés das teorias de aprendizagem


Ao final deste módulo, você será capaz de definir a elaboração de um plano de aula na
perspectiva das teorias da aprendizagem.

Recapitulando
Como vimos anteriormente, a abordagem didática se separa em dois
grandes blocos. Amparada por uma teoria e concepção de mundo, de
sujeito e de sociedade, ela propõe:

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Fazer reflexivo
O professor deve pensar sua prática de forma contextualizada a partir
de uma teoria da aprendizagem. Assim, cabe ao docente refletir sobre
as relações, reações e ações que vão influenciar a aprendizagem e o
desenvolvimento dos alunos.

Ensino-aprendizagem
O professor precisa saber que o processo de aprendizagem não está
desvinculado do ensino: ambos estão juntos. O professor ensina e o
aluno aprende, mas ele também acaba aprendendo nesse processo.
Todos nós, enfim, aprendemos e ensinamos no ato educativo.

video_library
O fazer reflexivo
Vamos entender como ocorre esse fazer reflexivo assistindo a uma
entrevista da professora Nilda Alves.

Nilda Alves
Doutora em Ciências da Educação pela Universidade Paris Descartes
e professora titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). É pesquisadora e referência no campo pedagógico. Suas
principais contribuições abordam as relações entre a escola, o aluno
e o professor, tendo como foco a noção de tessitura de
conhecimentos em rede e a vida cotidiana nas escolas, com base na
articulação entre currículos, redes educativas, imagens, sons e
formação de docentes.

Você, na qualidade de professor, deve refletir sobre qual abordagem irá


auxiliar no seu processo como educador. Seu objetivo é facilitar o
aprendizado do aluno, levando em consideração seu cotidiano, sua
vivência e seu saber. Para isso, é importante, antes de tudo, planejar
suas aulas tendo em vista os blocos da abordagem didática e os
currículos que atuam dentro dos espaços educacionais.

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Plano de aula
Durante a elaboração do plano de aula, o professor deve articular as
competências e habilidades solicitadas pelo seu demandante com as
estratégias que serão utilizadas. Portanto, ele corresponde ao nível de
maior detalhamento e objetividade do processo de planejamento
didático, tendo como finalidade a previsão dos conteúdos e atividades
de cada aula.

Todo plano de aula deve ser composto por conteúdo e tema,


competências, estratégias didático-metodológicas e avaliação (com
possíveis intervenções didáticas). Durante a elaboração do
planejamento e desse plano, é preciso ter em mente as seguintes
perguntas:

O que ensinar? - Objetivos

Indicam os propósitos de nossa ação didática, devendo estar


expressos por verbos no infinitivo que contemplem
comportamentos, habilidades, atitudes e competências
esperados dos alunos. Dividem-se em geral (amplo e de longo
prazo) e específicos (ações observadas mais rapidamente pelo
professor).

Para que ensinar - Finalidade

Representa o propósito de nossa ação didática, abrangendo os


conceitos e temas que serão trabalhados durante a disciplina.
Recomenda-se que a finalidade esteja articulada com os
objetivos para atingi-los de maneira interdisciplinar.

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Como ensinar - Estratégias didático-metodológicas

Correspondem aos processos subjacentes à prática e aos


objetos concretos, como as abordagens psicológicas da
aprendizagem que utilizaremos, as atividades e os exercícios
empregados para a consecução dos dois primeiros itens do
planejamento.

Com o que ensinar - Recursos

Os recursos didáticos podem ser classificados em:

Naturais: elementos da natureza, como água, plantas etc.


Pedagógicos: quadro, slide, maquetes etc.
Tecnológicos: computador, internet, rádio etc.
Culturais: biblioteca pública, museus, exposições, visitas
técnicas etc.

O planejamento didático deve ser uma ferramenta teórico-metodológica


usada pelo professor para intervir na realidade. Celso Vasconcelos
define que o planejamento:

Enquanto construção-transformação de
representações, é uma mediação teórico-
metodológica para a ação, que, em função de tal
mediação, passa a ser consciente e intencional.

(VASCONCELOS, 2000, p. 79)

Nessa discussão, são estabelecidas três dimensões: a realidade (onde


estamos), os fins (aonde queremos chegar ou o que desejamos
alcançar) e a mediação (como alcançar o que planejamos).

Quando planejamos e aplicamos nosso plano em sala de aula, temos


uma intenção subjacente à ação didática. Para que as competências se
concretizem mais facilmente, é necessário que esse plano tenha as
seguintes características:

Continuidade e sequência
Integração entre atividades.

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Objetividade e funcionalidade
Análise das condições da realidade.

Coerência e unidade
Conexão entre tema, conteúdo e meios.

Flexibilidade
Ajuste e adaptação.

Precisão e clareza
Redação de forma clara, sem dupla interpretação.

Agora que você já possui uma ideia sobre o plano de aula, que tal
elaborarmos um utilizando as duas teorias aprendidas (cognitivista
sociointeracionista e behaviorismo)? Para isso, lembre-se de que todo
plano deve conter:

Conteúdo: assunto central sobre o qual será tratado o plano.

Tema de aula: tópicos relacionados ao conteúdo da aula.

Segmento: para o qual ano esse plano foi pensado.

Duração: tempo estimado de aula.

Objetivos: aquilo que se pretende alcançar com ela.

Metodologia: que caminhos são realizados nela e o que é feito.

Recursos: que materiais são necessários para que haja a aula.

Avaliação: como ocorre a mensuração da aprendizagem.

note_alt_black
Atividade discursiva 1
Imagine que você precisa ministrar uma aula para uma turma do
4º ano do ensino fundamental sobre a superfície terrestre
brasileira. Levando em consideração a abordagem behaviorista,
monte um plano de aula com características behavioristas,
indicando:

Conteúdo;

Tema da aula;
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Segmento;

Duração;

Objetivos;

Metodologia;

Recursos;

Avaliação.

Características behavoristas
Lembre-se de que, na abordagem comportamentalista ou
behaviorismo:

O aluno é passivo ao processo de ensino;


O professor somente passa as informações;
O professor reforça pelo método da repetição para que o
aluno compreenda o conteúdo.

Digite sua resposta aqui

Chave de respostaexpand_more

Ex:

Conteúdo: Formas de relevo

Tema da aula: Conhecendo a superfície terrestre brasileira

Segmento: 4º ano do Ensino Fundamental

Duração: 50 minutos

Objetivos: • Conhecer as principais formas de relevo;


• Entender as relações entre as formas de relevo;
• Identificar os relevos das paisagens conhecidas pelos
alunos.

Metodologia: Apresentar as formas de relevo a serem


trabalhadas.
Expor os relevos de:
• Planalto;
• Planície;
• Depressão;
• Montanha;

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• Vale.
Comparar os seguintes relevos:
• Planalto x Planície;
• Depressão x Montanha.
Fazer um questionário para fixação.

Recursos: • Datashow;
• Lousa;
• Giz.

Avaliação: O processo de avaliação será feito por meio de


um teste. Alunos com aproveitamento igual ou superior a
80% serão premiados com reforço positivo no caderno.

Como você pode perceber, o processo educativo no plano


de aula behaviorista tem como característica o estímulo e a
resposta do que é pedido ao aluno: à medida que ele
consegue desenvolver o conhecimento sobre determinado
assunto, obtém um melhor aproveitamento e é
recompensado. Tal recompensa varia desde a valorização
do aluno até outras premiações, enquanto sua avaliação
ocorre por meio de provas e testes somativos.

note_alt_black
Atividade discursiva 2
Imagine-se agora ministrando, para a mesma turma, uma
aula sobre produção e interpretação de texto. Levando em
consideração a abordagem comportamentalista
sociointeracionista, monte um plano de aula que possua
as características do sociointeracionismo, indicando:

Conteúdo;

Tema da aula;

Segmento;

Duração;

Objetivos;

Metodologia;

Recursos;

Avaliação.

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Digite sua resposta aqui

Chave de respostaexpand_more

Ex:

Conteúdo: Gramática

Tema da aula: Produção e interpretação de texto

Segmento: 4º ano do Ensino Fundamental

Duração: 50 minutos

Objetivos: • Conhecer como se estabelece a


organização de um texto;
• Entender as relações entre sujeito, verbo e
predicado;
• Identificar os diferentes tipos de gêneros textuais
antigos e modernos.

Metodologia: Apresentar aos alunos formas e tipos


de gêneros textuais; Fazer uma sondagem para saber
o que cada aluno sabe sobre o tema, o que ele
costumar ler no seu dia a dia;
Entender o que o processo educacional tem
produzido de leitura na vida de cada aluno.

Recursos: • Data Show;


• Livros didáticos e literários;
• Cartas;
• Poesias;
• Outros suportes de leitura.

Avaliação: O processo de avaliação será pela relação


horizontal entre professor e aluno. Cada um deles
compartilhará sua experiência com a leitura e o
desenvolvimento no período da atividade. O
resultado da avaliação é a partir da relação social e
do compartilhamento dos significados de cada
aluno.

No plano de aula sociointeracionista, o professor tem


o papel de promover avanços e diálogos entre os
alunos. Cada aluno tem um tempo de aprendizagem,
sempre se desenvolvendo em conjunto com os
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outros colegas. Por isso, no plano de aula de


gramática, encontramos na metodologia e no
processo avaliativo características que corroboram a
ideia defendida pela teoria em questão, como
escutar e dar voz aos alunos, percebendo que o
processo da avaliação é uma construção social e
coletiva.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Uma questão que não pode ser ignorada em relação


ao planejamento de uma aula é a atenção que deve
ser dada às competências que dão suporte à nossa
ação didática. Analise os itens listados a seguir:

I. Continuidade e sequência.

II. Flexibilidade.

III. Objetividade e funcionalidade.

IV. Coerência e uniformidade.

Os itens que se relacionam às competências são

A I, II e III.

B I, III e IV.

C II, III e IV.

D I e II.

E I e IV.

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Parabéns! A alternativa A está correta.

A intenção de nossa ação didática compreende os


conceitos e temas que serão trabalhados durante a
disciplina. É plenamente recomendável que a
finalidade esteja articulada como os objetivos a fim de
atingi-los de maneira interdisciplinar.

Questão 2

Uma questão que não pode ser ignorada em relação


ao planejamento de uma aula é a atenção que deve
ser dada às competências que dão suporte à nossa
ação didática. Elas são compreendidas por estes
itens, à exceção de

A continuidade e sequência.

B flexibilidade.

C objetividade.

D coerência e uniformidade.

E funcionalidade.

Parabéns! A alternativa D está correta.

As principais competências apresentadas no contexto


desta questão foram: coerência e unidade — conexão
entre tema, conteúdo e meios; continuidade e
sequência — integração entre atividades; flexibilidade
— ajuste e adaptação; objetividade e funcionalidade —
análise das condições da realidade; precisão e clareza
— redação de forma clara, sem dupla interpretação.
Portanto, não se busca uniformidade (fazer tudo da
mesma forma o tempo todo), e sim unidade.

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Considerações finais
Como vimos, ao longo dos anos, o processo educativo foi
se tornando o foco de investigação e criação de diferentes
teorias. Entender como ocorre o aprendizado e a melhor
forma de potencializá-lo possibilitou que os professores
aprofundassem suas escolhas e suas ações dentro dos
diversos espaços educacionais. Nesse âmbito,
aprendemos sobre duas importantes teorias: a abordagem
comportamentalista ou behaviorismo, que busca
compreender e definir o comportamento humano como o
resultado de influências sociais de acordo com estímulos
e respostas; e as abordagens cognitivistas, cujo objetivo é
saber como o ser humano conhece o mundo. O propósito
deste estudo é instrumentalizar o professor para que ele
seja capaz de perceber a importância do direcionamento
de sua abordagem.

A abordagem didática é um processo que busca dar


significado ao trabalho do professor, já que lhe permite
perceber o fim de sua ação, construindo propostas
fundamentadas. Por isso, a didática docente deve ser
atrelada ao fazer reflexivo e ao ensino-aprendizagem,
levando em consideração as multiplicidades de cotidianos
que permeiam a escola. Já seu planejamento, seja ele
behaviorista ou cognitivista, deve conter os seguintes
itens: objetivo, finalidade do conteúdo, estratégias
didático-metodológicas e recursos. Além disso, é
fundamental que a construção do plano de aula possua
coerência, unidade, continuidade, sequência, objetividade,
funcionalidade, precisão e clareza nas informações
detalhadas.

headset
Podcast
Agora, com a palavra, os professores Rodrigo Rainha, Ada
Cabanas e Marta Amaral:

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18/09/2023 16:24 Abordagens didáticas na prática docente

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Confira as indicações que separamos especialmente para você!

Aprofunde-se mais o pensamento de Skinner e Piaget nos vídeos


abaixo, da Plataforma YouTube:

a) Coleção Grandes Educadores Skinner e a Análise do


Comportamento.
b) Pensadores: Jean Piaget a Educação.

Leia o artigo, na plataforma SciELO, Análise do conceito de


aprendizagem significativa à luz da teoria de Ausubel, de Glenda
Agra e colaboradores.

A Plataforma Porta Curta oferece centrenas de curta-metragens e


grande parte deles com sugestões de planos de aula. Vale
conferir!

Assista ao documentário “O pequeno Albert” de Watson para


entender melhor a perspectiva da experiência humana do
behaviorismo.

Referências
CANDAU, V. M. (org). A didática em questão. 36. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2014.

FAZENDA, I. Didática e interdisciplinaridade. Campinas, SP: Papirus,


2015.

FIGUEIREDO, L. C. M. Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis,


RJ: Vozes, 1989.

FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00456/index.html#imprimir 44/46
18/09/2023 16:24 Abordagens didáticas na prática docente

LIBIK, A. M. Aprender didática – ensinar didática. Livro III. Curitiba:


InterSaberes, 2012.

MIZUKAMI, M. G. Ensino, as abordagens do processo. São Paulo: EPU,


1986.

MONTES, M. T. do A. AuCoPre: uma metodologia ativa para o trabalho


didático com fóruns de discussão. Curitiba: Appris, 2017.

MORAN, J. M; MASETTO, M. T; BEHRENS, M. A. Novas tecnologias e


mediação pedagógica. 19. ed. São Paulo: Papirus, 2012.

PELIZZARI, A. et al. Teoria da aprendizagem significativa segundo


Ausubel. Rev. PEC, v. 2, n. 1, p.37-42, 2002.

PIAGET, J. A equilibração das estruturas cognitivas: problema central


do desenvolvimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

PIAGET, J. Epistemologia genética. Tradução de Álvaro Cabral. 3. ed.


São Paulo: Martins Fontes, 2007.

SAVIANI, D. Escola e democracia. 35. ed. rev. Campinas: Autores


associados, 2002.

SAVIANI, D. História das ideias pedagógicas no Brasil: Campinas:


Autores associados, 2007.

SIQUEIRA, V. O signo linguístico – Saussure e a AD. Colunas tortas, 13


ago. 2018.

VASCONCELLOS, C. Planejamento projeto de ensino-aprendizagem e


projeto político-pedagógico. 7 ed. São Paulo: Libertad, 2000.

VIGOTSKI, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes,


1998.

VIGOTSKI, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes,


1993.

VIGOTSKI, L. S. Psicologia pedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2003.

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18/09/2023 16:24 Abordagens didáticas na prática docente

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18/09/2023 16:25 Ação pedagógica e transposição didática

Ação pedagógica e transposição didática


Prof. Allan Rodrigues

Descrição

A relação entre o conhecimento científico e o conhecimento escolar a


partir da compreensão do conceito de transposição didática e da ação
pedagógica como atuação consciente do professor em sua prática
cotidiana.

Propósito

Os conceitos de transposição didática e de ação pedagógica são


fundamentais para compreender como conseguimos trabalhar com
conhecimentos historicamente constituídos no contexto acadêmico. A
compreensão desses conceitos torna-se, portanto, fundamental para
refletir acerca da atuação do docente em sua prática cotidiana.

Objetivos

Módulo 1

Ação pedagógica

Identificar o conceito de ação pedagógica.

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Módulo 2

Transposição didática

Definir o conceito de transposição didática.

Introdução
Quando falamos em aprendizagem, logo pensamos na sala de aula.
A figura do aprender ficou marcada por muito tempo em um
modelo tradicional de ensino, no qual o professor era o centro e o
detentor do conhecimento, tendo como objetivo do processo
apenas o ato de instruir. Posteriormente, por meio de estudos e
reflexões sobre este tema, a ação, as práticas do professor e a
concepção de ensino e de educar tiveram novas perspectivas e
abordagens.

1 - Ação pedagógica
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar o conceito de ação pedagógica.

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Vamos começar?

video_library
Educar e instruir
Assista ao vídeo do professor Francisco Teixeira e entenda como ocorre
a relação entre o educar e instruir.

Conceito da ação pedagógica


Ação pedagógica
Teorias mais antigas pensavam no aluno como um papel em branco,
prestes a ser preenchido; por isso, sua voz e seus saberes eram
invisibilizados, ou seja, descartados pelos desejos e saberes daqueles
que tinham o saber científico.

O processo de ensino-aprendizagem focava na memorização e


uniformidade de currículos e métodos. Assim, os professores se
detinham em trabalhar todos os saberes que vinham dos livros e da
academia utilizando as mesmas práticas para todas as turmas e todos
os alunos.

Com o passar do tempo, as concepções de ensino e do ensinar


passaram por mudanças, e a ação pedagógica começou a ser
repensada, tendo o aluno como centro do processo de ensino-
aprendizagem.

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Foto 1 - Sala de aula tradicional. / Foto 2 - Cartilha.

Para falarmos de ação pedagógica, precisamos antes entender alguns


pontos:

menu_book
Inicio do conceito
O conceito de ação pedagógica entrou em vigor ao longo do século XX.
Antes disso, o entendimento da didática era filosófico. Assim, perdia seu
sentido diante da necessidade de estruturas mais concretas. Como
exemplo, podemos citar a taxa de analfabetismo do Brasil, que
apresentava como média nacional a ordem de 74,6%.

menu_book
Ação professor e aluno
A ação pedagógica não é sinônimo de ação docente, mas a efetiva
articulação entre as ações do professor e do aluno. Então, a didática
atua na reflexão da prática que se dá entre professores e alunos.

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Todos envolvidos
A educação não acontece apenas pelo docente. Todos os envolvidos no
processo de planejamento - sejam eles professores, coordenadores
pedagógicos e gestores - devem ter como guia dessa ação os alunos e
seus conhecimentos e saberes.

A partir desses pontos, passamos a entender que a educação não


acontece somente na escola. Embora essa afirmação possa ser
considerada óbvia, é necessário que percebamos o quanto ela está
relacionada à educação escolar e, consequentemente, com a prática
docente.

Se por um lado a educação é um processo que não abrange apenas a


escola, mas também a sociedade, por outro a escola é um espaço
privilegiado de ensino-aprendizagem legitimamente estabelecido.
Quando a escola se constitui enquanto espaço social de ensino, aquilo
que será ensinado passa a ter mais legitimidade que outros tipos de
saber que não passam por esse mesmo lugar.

E, se precisamos selecionar, também indicamos que tipo de saberes


receberá ou não tal legitimidade. Estamos entrando no espaço da
intencionalidade e da relação de poder, portanto, começamos a falar de
ação pedagógica.

Reflexão
Como distinguir as diferenças entre as intenções que estão sempre
presentes nos diferentes espaços educativos?

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Para responder a essa questão, vamos buscar ajuda na Tragédia Grega,


especificamente na expressão: “Decifra-me ou te devoro!”. Você a
conhece?

video_library
Édipo e a ação pedagógica
Veja o vídeo e entenda como a história de Édipo se relaciona com a
ação pedagógica.

Saber X Poder

O espaço escolar é um local historicamente marcado pela


relação entre saber e poder.

Como vimos no vídeo, a Esfinge devorou todos aqueles que não


conseguiam decifrar seu enigma. Considerando sua própria atitude,
após ter o enigma decifrado por Édipo, chegamos à conclusão de que
toda a sua identidade, a condição de sua existência, estava centrada no
fato de apenas ela possuir o saber, o que lhe garantia determinado
poder. Essa relação também está presente no cotidiano escolar.

Michel Foucault levanta em seu livro Microfísica do poder uma


discussão sobre saber e poder. Segundo Foucault, precisamos notar que
o poder não se encontra nos polos ou nas pontas onde é exercido e para

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onde ele exerce, ou seja, que a única forma de percebermos relações de


poder é pelas relações.

Em outras palavras, as nossas relações sociais são marcadas por


disputas, e essa teia de relações de poder toca e modifica
constantemente o cotidiano.

Como a ação didática no ato educacional nos remete à


intencionalidade, essa relação é afetada pela teia de poderes, mas
também se integra em um conjunto de regras sociais que o
professor se vale para manter do seu lado elementos do poder. A
noção de que ele estabelece uma vigília constante sobre os alunos,
e que seu poder de punição de formas diversas está presente, faz
parte do cotidiano estrutural do ensino.
close

Por outro lado, ocorre o enfrentamento constante dos alunos


questionando a autoridade desses professores e a importância dos
saberes presentes no currículo formal escolar. A desmotivação, o
mau desempenho e o confronto atuam como indicadores dessas
práticas de questionamento sobre a detenção do poder.

O professor se encontra em uma conjuntura complexa


e necessita traçar estratégias, construir práticas que
permitam que o processo de ensino-aprendizagem
seja efetivo, apesar das disputas.

As pressões das relações escolares podem tornar a dinâmica da escola


um espaço de tensão e enfrentamento. Por isso, o professor deve
ultrapassar o modelo tradicional de ensino e propor um processo de
ensino-aprendizagem repleto de intencionalidade.

Diante dos enfrentamentos escolares, o aluno tende a tomar uma


posição de resistência. Ele questiona o significado do aprendizado, o
valor do conhecimento curricular e o motivo dos seus saberes de vida
serem depreciados em relação aos saberes escolares. Por isso, as
ações que ocorrem na escola devem estar alinhadas às dinâmicas

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sociais e de pensamento. O sujeito que atua na educação precisa se


preparar, desenhar estratégias, perceber objetivos, entender as forças
que influem em seu trabalho.

Considerando todos esses aspectos, a ação pedagógica pode ser


pensada em três passos fundamentais:

Perceber o professor como um agente


educador.

Identificar as necessidades do educando.

Definir o processo de ensino-


aprendizagem.
Perceber o professor como um agente educador
É fundamental que aquele que ensina se reconheça como agente
educador, devendo entender que há a necessidade de uma série de
procedimentos, escolhas, preparo e posturas. Esse elemento
fundamental da ação docente é, muitas vezes, mal compreendido, pois o

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docente é apresentado como detentor absoluto do conhecimento e,


portanto, não permitiria interferência ou contribuição no ato de ensinar.
Vamos entender na prática:

Em meu primeiro emprego como professor, meus alunos, além de não


prestarem atenção na aula, debochavam e até pareciam ter raiva de
mim. Tentando mudar aquele cenário, levei um encarte de jornal de um
mercado do bairro e propus que eles simulassem uma ida às compras.
Ao destacar a importância de se fazer contas corretamente para não
faltar dinheiro, demonstrei a importância da matemática.

Percebi que, para alcançar os meus objetivos com a turma, seria


necessário assumir meu papel de agente educador, planejando a aula
antecipadamente, analisando os interesses dos meus alunos e
aproximando minha realidade da deles.

Identificar as necessidades do educando


Como terceiro passo, é preciso planejar. Talvez esse pareça ser um
elemento menos importante que os anteriores pelo aparente caráter
meramente técnico. Se por um lado o planejamento e a escolha do
processo de ensino-aprendizagem exigem determinados
conhecimentos didáticos, por outro, o professor não pode acreditar que
essa opção técnica seja totalmente independente das percepções
anteriores.

Se o professor não tiver plena consciência das necessidades de seu


educando, poderá estipular que determinado encadeamento de
conteúdo será apreendido pela turma toda, ao mesmo tempo, sem se
preocupar, assim, com as dificuldades (ou habilidades) específicas de

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grupos ou alunos. Por isso, cabe ao docente identificar quais saberes


são fundamentais e farão diferença na vida e no cotidiano deles,
escolhendo estratégias de ensino que tenham significado para as suas
vidas. Vamos entender na prática:

Fui convidado para ministrar um treinamento em uma empresa sobre


um assunto que eu dominava bastante. No primeiro dia, falei por horas e
horas. Tinha a certeza de ter me saído muito bem. Pedi para a turma
fazer uma prova e me assustei com o resultado: ninguém tinha
entendido nada. Ao refletir sobre tal processo, decidi mudar minha
abordagem.

No dia seguinte, perguntei se sabiam por que estavam ali e o que


gostariam de aprender. Eles relataram seus medos e expectativas
quanto à formação.

Em seguida, eu disse como poderia ajudá-los – e todo o processo


mudou. Tentando despertar sua curiosidade, trouxe para a realidade
deles o conhecimento abordado. Ali eu aprendi uma lição: minha ação
como docente não deve estar centrada no que eu preciso passar, mas
na relação entre o meu conhecimento e o que o aluno precisa aprender.

Definir o processo de ensino-aprendizagem


Para que a proposta educacional faça sentido e tenha utilidade,
devemos adequar as escolhas metodológicas à contextualização da
realidade do aluno. Para isso, precisamos introduzir o aluno no processo
educativo e permitir que ele traga elementos conhecidos e corriqueiros
para a sala de aula, alcançando, a partir desses elementos, novos

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saberes e sentidos para conhecimentos anteriormente adquiridos.


Vamos entender na prática:

Oriundo de uma ótima faculdade e com muitas especializações, entrei


na escola desejando revolucionar o ensino; assim, preparei uma aula
que me agradaria se eu fosse aluno. Para minha surpresa, as crianças
mostravam desinteresse e questionavam a necessidade de aprender
aquilo.

Ao observar o trabalho de uma colega extremamente tradicional, vi uma


turma participativa e interessada. Foi uma grande decepção, pois eu
estava preparado, conhecendo as teorias mais modernas.

Quando lhe pedi o seu segredo, ela me questionou se eu conhecia os


interesses e a realidade dos alunos. Entendi que eu deveria levar em
consideração o cotidiano deles, mostrando que me importava com as
suas opiniões e buscando estratégias adequadas à realidade deles – e
não à minha.

Atenção!

As demandas do educando ultrapassam as meramente cognitivas ou


intelectuais. Ele também possui necessidades afetivas, econômicas,
sociais, entre outras. Um docente que é incapaz de perceber a real
situação em que vive seu aluno muito provavelmente não conseguirá
que sua atuação seja efetiva.

Dica

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Com base nas informações que vimos até este momento, reflita sobre
como as relações de saber e poder ocorrem entre professores e alunos
– e como superá-las.

Acredito que você já percebeu que não é tão fácil ser professor. Esse
profissional deve pensar no cotidiano, no dia após dia da função e, ao
mesmo tempo, não perder o ímpeto e o ânimo de criar e recriar. Para
que isso seja possível, é importante que o professor nunca se esqueça
de que é um agente educador, que deve sempre levar a sério a sua
responsabilidade em conduzir e dinamizar o processo de ensino-
aprendizagem, respeitando o conhecimento do aluno como forma de
valorizar e redimensionar essa troca.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Podemos determinar três passos (ou três percepções)


fundamentais da ação pedagógica para sua efetivação. Indique a
única alternativa incorreta a respeito desses passos.

Reconhecer-se como agente educador, percebendo


A a necessidade de uma série de procedimentos,
escolhas, preparo e posturas na ação docente.

Perceber as necessidades do educando, não


B somente aquelas cognitivas, mas também as
afetivas, econômicas, sociais.

Desenvolver uma postura docente eficaz a partir de


C regras didáticas específicas, como saber escrever e
apagar um quadro.

Seguir um processo de ensino-aprendizagem a


D
partir de sólidos planejamentos contextualizados.

Em respeito à identidade de cada aluno, o educador


E deve renunciar a seu papel social, no sentido de não
interferir na aprendizagem do aluno.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Os três passos ou percepções da ação pedagógica, na forma como


apresentados, são: perceber-se como agente educador; identificar
as necessidades do educando; definir o processo de ensino-
aprendizagem (a partir do passo anterior). A postura docente,
também importante e que parte do primeiro passo, não significa

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uma rigidez mecânica, mas a preocupação com a responsabilidade


que se encerra sobre o papel social do docente.

Questão 2

Leia a frase a seguir, e a partir do conteúdo estudado, faça o que se


pede.

Sabemos que a Educação é um processo que não se restringe


apenas à escola, mas também à sociedade. No entanto, a educação
escolar possui especificidades. Podemos explicitar essas
caraterísticas nas afirmativas abaixo, exceto:

Práticas educativas ocorrem dentro e fora da


A
escolas, mas mantêm alguma forma de diálogo.

A escola é um espaço privilegiado e sem


intencionalidade para o processo de ensino-
B aprendizagem. Por isso, os seus diversos tipos de
currículo são a chave norteadora para a construção
desse processo.

A escola constitui-se como espaço social de ensino,


C embora o que seja ensinado no espaço escolar não
se restrinja a esse ambiente.

O diferencial do ensino escolar para o que ocorre


em outras instituições é o fato de que, na escola,
D deve haver intencionalidade naquilo que se ensina e
considerar-se o cotidiano dos sujeitos que transitam
nesses espaços.

Muitos ambientes sociais educam assim como a


escola; por isso, essa visão privilegiada de seu papel
E
essencial na formação do indivíduo dificulta uma
educação cidadã.

Parabéns! A alternativa B está correta.

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O espaço escolar ganha legitimidade social – e legal – para ser o


espaço privilegiado do ensino. Embora outras instituições
historicamente possam ter educado com mais efetividade (força)
que a escola, é ela que assume essa responsabilidade. E,
exatamente por isso, educar passa por uma dimensão de
intencionalidade, levando em consideração não só o currículo
formal disponibilizado pelos órgãos reguladores de educação, mas
também o currículo criado no cotidiano escolar.

2 - Transposição didática
Ao final deste módulo, você será capaz de definir o conceito de transposição didática.

Conceito da transposição didática


Transposição didática
Você já teve um professor memorável? Aquele que sempre tinha novas
abordagens para sua matéria, trazia materiais diferentes para
exemplificar o aprendizado ou até fazia músicas com o conteúdo das
disciplinas? Apesar da passagem dos anos, você ainda se lembra
daquela aula e dos ensinamentos aprendidos naquele dia.

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Quando transformamos os conceitos científicos necessários para o


aprendizado escolar e trabalhamos de forma que eles passem a ter
significado para o aluno, chamamos esse processo de transposição
didática. Por meio dessa transposição, é possível realizarmos uma
identificação dos conteúdos e conceitos científicos que necessitam ser
trabalhados para que façam sentido na escola. Mas, antes de falarmos
da transposição didática, é importante que conheçamos a diferença
entre os tipos de conhecimento que transitam pelo espaço escolar.

video_library
Transposição didática no Brasil
Assista à entrevista com a professora Nilda Alves, referência sobre o
assunto no Brasil.

Agora que você entendeu a diferença entre o saber científico e o saber


escolar, vamos pensar na prática. Imagine a seguinte situação:

É o seu primeiro dia de aula como professor. Você já é um profissional


preparado, com grande bagagem histórica de leitura e de experiências, e
recebe como missão levar uma parte desse conhecimento a pessoas
com vivências e maturidades diferentes. Qual será a melhor abordagem
para iniciar a sua aula?

Abordagem 1 expand_more

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Apesar de o meu conhecimento ser muito importante, os alunos


não terão capacidade de aprender. Por isso, devo reduzir o
conteúdo ao máximo e deixá-lo bem fácil, a fim de que eles
possam entendê-lo e aprendam apenas o básico.

Abordagem 2 expand_more

Eu sei que eles possuem experiência de vida, mas sou eu que


tenho o conhecimento que eles realmente precisam adquirir.
Como meu conhecimento é o mais importante, todos os alunos
devem concentrar o máximo de atenção apenas no conteúdo e
seguir o que eu determinar, pois o que falarei será vital para eles.

Nenhuma das alternativas está correta.

Quando nos referimos aos saberes escolares e científicos, parece que


ambos são isolados, porém, na verdade, são indissociáveis. Não
podemos pensar no saber científico sem levar em consideração o
cotidiano e as experiências que surgem dentro e fora da sala de aula. Ao
mesmo tempo, nossos alunos precisam ter acesso ao conhecimento
acadêmico e ao resultado de suas observações e experimentações, o
que fomenta sempre o interesse e desperta a curiosidade.

Atenção!

Quando apenas a sua voz e o seu conhecimento, enquanto professor,


são os protagonistas no processo de ensino-aprendizagem, a chance de
os alunos perderem o interesse e não entenderem a importância ou
usabilidade desse conhecimento é grande. Além disso, não podemos
julgar que um aluno não está preparado para aprender certo conteúdo.
Pelo contrário, o desafio da complexibilidade do assunto pode aguçar o
desejo de aprender mais, enquanto a falta de profundidade pode gerar
um desestímulo.

Para que haja equilíbrio entre transmissão e aquisição do conhecimento,


o professor deve apresentar o conteúdo não só com qualidade
conceitual e científica, mas também com coerência em relação à
realidade dos alunos, de modo que faça sentido para eles e que
desperte o desejo de aprender.

Para isso, é importante que entendamos que o aluno está no centro do


processo e cabe a você mediar esses conhecimentos de modo que ele
se envolva com o tema e tenha interesse em querer saber cada vez
mais. Para compreender a transposição didática, vamos conhecer
alguns conceitos primeiro:

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Informação
A apresentação do conteúdo deve possuir informações de qualidade,
bem organizadas e estruturadas de modo que o aluno possa ter acesso
ao conhecimento facilmente em qualquer lugar e de forma
compreensiva.

Emoção
O aluno precisa ter suas emoções despertadas para que a informação
possa lhe fazer sentido: ele não deve ficar apático diante daquilo que lhe
é apresentado.

Conhecimento
A combinação da informação do conteúdo com o impacto das emoções
do aluno gera o conhecimento, e a ferramenta que auxilia no equilíbrio
dessa combinação é a transposição didática.

Em outras palavras, a junção da informação com a emoção para formar


o conhecimento é chamada de transposição didática.

Então, agora que você aprendeu esses conceitos, vamos repensar o


caso da sala de aula visto anteriormente?

Dica

Imagine que você é um profissional preparado com grande bagagem de


leitura e experiências. Sua missão é transmitir parte desse
conhecimento a pessoas com vivências e níveis de maturidade
diferentes. Qual será a melhor abordagem para iniciar sua aula? Reflita
como deve ser essa abordagem, levando em consideração o que
aprendeu até aqui.

Com a transposição didática, compreendemos a importância de o


professor identificar que o seu trabalho é produzir um novo caminho
para o desenvolvimento do aluno, proporcionando novas formas de
aprender e levando em consideração o cotidiano escolar sem impedir o
acesso dos alunos a essas informações. Vamos, a seguir, entender mais
profundamente esse conceito.

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Surgimento da transposição didática


O conceito de transposição didática surgiu em 1975 com Michel Verret e
foi aprofundado por Yves Chevallard em 1985. Chevallard desenvolveu a
ideia de transposição em que o saber científico se modifica quando é
passado para o campo escolar, ou seja: não basta apenas transmitir as
informações aos alunos, desconsiderando o contexto necessário para
sua compreensão. Em nossa sociedade, os conhecimentos geralmente
estão pautados em duas grandes áreas: saber científico e saber escolar.

Em outras palavras, a transposição didática trabalha com a adaptação


do conhecimento científico para transmiti-lo ao aluno com base em
estratégias pedagógicas de ensino.

A transposição didática, em sentido restrito, pode


ser compreendida como a passagem do saber
científico ao saber ensinado.

(POLIDORO; STIGAR, 2010)

O processo de contextualizar o conhecimento é importante para a


realização de significados para os sujeitos aprendizes, ou seja, é
fundamental que esse processo seja significante para o aluno.

video_library
Transposição didática em diferentes
contextos
Assista ao vídeo e entenda na prática como a transposição didática
pode se dar em diferentes contextos.

Como você pôde ver no vídeo, o processo de passagem do saber


científico para o saber escolar ocorre de forma mais eficaz quando o
conteúdo apresentado faz sentido e se adapta à realidade do aluno.

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A transposição didática não auxiliará apenas a pensar nos


conhecimentos que os alunos podem trazer a partir das suas
experiências. Mais que isso, ela permite identificar como os
conhecimentos formarão esse sujeito para o futuro.

Talvez você esteja pensando:

Qual o significado do conteúdo para a realidade do aprendiz?

Qual é o objetivo desse conhecimento para o futuro do aluno?

São justamente essas duas questões que vão sustentar e contextualizar


a concepção da transposição didática.

Contextualizando a transposição didática

O processo de contextualização da transposição didática permite que


tornemos o conhecimento científico ou de referências mais próximo à
realidade e às experiências dos alunos. Assim, o conhecimento se torna
mais concreto e menos abstrato.

Esse processo permite a diversificação da metodologia, possibilitando o


aprimoramento da aula com conhecimentos vinculados aos cotidianos
dos alunos. Sob essa perspectiva, elaborar o conhecimento com a
transposição didática faz com que possamos construir um saber com
significado e sentido, refletindo sempre sobre as questões apresentadas
dentro da escola.

O processo de troca de conhecimentos é interligado pela transposição


em três momentos:

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Saber sábio
É utilizado pelos autores, livros didáticos e pela ciência.

Saber ensinar
É usado para atingir os objetivos em sala, ou seja, o planejamento
escolar.

Saber ensinado
É produzido efetivamente em sala de aula com os alunos.

Para que o processo de ensino-aprendizagem seja eficaz, estes três


saberes (sábio, ensinar e ensinado) devem estar conectados e
trabalhando simultaneamente como a engrenagem de uma bicicleta:
para que as rodas se movam, é necessário que haja a corrente de
engrenagem ligando-as. Mas de nada adianta ter uma corrente sem as

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rodas para locomoção. A mesma lógica ocorre com os saberes.


Entenda:

1. O saber sábio vem do meio acadêmico para a escola através


dos livros e do conhecimento do professor.

2. Através do planejamento, o saber sábio se transforma em


saber ensinar, pensando e refletindo sobre as ações que
ocorrerão dentro da sala de aula.

3. No saber ensinado, a ciência e o planejamento são


colocados em prática e o conhecimento é construído
conjuntamente com o aluno, aquele para quem é pensado
todo esse processo.

Um estudioso da física apresenta um conhecimento “duro”, isto é,


com linguagem e código específicos da física (saber sábio).
Quando passamos esse conhecimento para a escola, ele deve
receber uma outra linguagem e uma nova forma de ser ensinado.

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O saber ensinar é o momento em que o professor organiza os


conteúdos e conhecimentos para dialogar com os alunos e
refletir sobre a melhor forma de abordagem e entendimento.

O saber ensinado busca produzir uma nova linguagem para o


educando, ou seja, o docente desenvolve sua aula e a aplica de
uma maneira que o aluno desenvolva o processo de ensino-
aprendizagem.

A intenção não é simplificar ou exemplificar os conteúdos, mas


demonstrar como podemos transformá-los para que o conhecimento
seja mais acessível para quem está aprendendo. É preciso trazer o
conhecimento para uma linguagem cotidiana que afete o aluno, fazendo
com que ele possa estabelecer o conhecimento.

Dica

Considerando que precisamos manter os conceitos acadêmicos na


forma como foram desenvolvidos, mas que, quando estamos dentro das
escolas, em nosso cotidiano de ensino-aprendizagem, é preciso tornar
esse conhecimento mais leve e fácil para o aprendiz, como podemos
transformar conteúdos considerados pelos alunos muito difíceis, como
matemática, física e química, utilizando os três saberes da transposição
didática? Reflita sobre o assunto.

O conceito de transposição didática é fundamental para se pensar sobre


a produção do conhecimento escolar. Sendo assim, quando nos
debruçamos sobre esse conceito, podemos perceber que alguns

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professores estão acostumados a pegar o conhecimento de forma bruta


e transmiti-lo da mesma maneira ao aluno e, por isso, algumas matérias
podem ser consideradas incompreensíveis e até desestimulantes.

Quando pegamos o conhecimento científico, planejamos levando em


consideração a realidade e as experiências empíricas e escolares dos
alunos; respeitando os seus saberes e seu cotidiano, o processo de
ensino-aprendizado se torna prazeroso, relevante e dotado de sentido.

Mas não se engane, adaptar o conhecimento acadêmico para fins


didáticos não é um processo simples. Dois movimentos são centrais
para essa transposição didática:

Vamos entender melhor esses conceitos por meio de um exemplo:

Juliana vai dar a sua primeira aula. Empolgada, ao ver que o


primeiro tema da aula era sobre Botânica, caprichou e levou
os manuais clássicos que tinha, pois imaginou que os
alunos iriam querer saber sobre aquilo.

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18/09/2023 16:25 Ação pedagógica e transposição didática

Além disso, preparou uma apresentação virtual, na qual os


alunos veriam todos os nomes e formas do bioma da Mata
Atlântica. Seria a melhor aula da sua vida.

Chegando à sala de aula, a turma estava uma confusão. A


professora Juliana tentou acalmar a classe, mas, quando
começou a aula, três alunos dormiam, doze brincavam e
quatro, desesperados, tentando prestar atenção, faziam
perguntas que iam irritando a professora iniciante.

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Eles também foram perdendo o interesse, mas a professora


não conseguia entender, afinal, tinha feito tudo tão certinho!

A professora Juliana teve dificuldades com a sua turma por realizar


apenas a transposição externa, ou seja, pensou apenas nos materiais
que permitam que o aluno aprenda. O problema ocorre quando a
transposição externa é confrontada com o cotidiano e, por isso, é
fundamental que estejamos atentos aos movimentos que ocorrem na

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18/09/2023 16:25 Ação pedagógica e transposição didática

transposição interna, ou seja, na instituição escolar, mais


especificamente na sala de aula.

Atenção!

As dimensões de transposição, de transformação, não são neutras. Pelo


contrário, elas são sempre atravessadas pelos interesses e pelas
intenções dos atores sociais (políticos, especialistas, professores etc.).
Além disso, não podemos desconsiderar os contextos em que essas
transposições ocorrem, pois eles também interferem naquilo que é
possível ou não fazer.

Essas questões contextuais postas por Chevallard como esfera


marcada por lutas, disputas e negociações de grupos políticos, sociais e
didáticos na escolha, seleção e transposição dos saberes, são
denominados de noosfera. Ela correspondente à dimensão social que
conduz, permite e indica como a transposição didática ocorre. Por isso,
os professores devem estar atentos aos caminhos tomados na
construção da noosfera, às escolhas curriculares feitas e como entram
nesse jogo. Como Chevallard nos aponta:

Quando consideramos as mudanças didáticas com mais cuidado,


percebemos que muitas vezes elas ocorrem apenas em nível superficial,
alterando pouco as estruturas mais profundas do fazer docente.

Por isso, o ato de refletir nossas práticas, dialogando com a realidade, o


cotidiano do aluno, é fundamental no compartilhamento e na troca do
conhecimento.

Dica

Um professor precisa trabalhar em sala de aula determinado tema


considerado enfadonho pelos alunos. Como eles gostam muito de
música, o docente resolve propor o estudo dessa temática em ritmo
sertanejo. Eles adoram a proposta e, devido à empolgação, criam outras
músicas utilizando os conteúdos de sua matéria. Naquele momento, o
professor pode perceber que seu objetivo não só havia sido alcançado,
como também os alunos sabiam mais do que ele esperava. Reflita sobre
como as transposições externa e interna atuaram eficazmente nessa
situação.

Como podemos ver na situação do professor, quando utilizamos o saber


da transposição externa com a realidade da transposição interna, os
alunos demonstram tanto o aprendizado pontual quanto toda a
bagagem de conhecimento que os formam.

Transposição digital
A transposição didática pode ocorrer não só no ambiente presencial,
mas também a distância. Quando falamos na adequação do
conhecimento em meios digitais, temos a transposição didática digital.

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Esse tipo de abordagem busca dialogar sempre com quem está do


outro lado da tela, por meio de computadores, tablets ou até celulares,
valendo-se de recursos e técnicas que estimulam o aluno a interagir
com diversos objetos de aprendizagem.

Atenção!

Devemos lembrar que, devido ao professor não estar disponível no


mesmo tempo e espaço do aluno, o conteúdo digital deve permitir uma
autonomia em relação ao processo de aprendizagem. Assim, a
transposição digital deve se preocupar com atividades nas quais o aluno
tenha liberdade e acessibilidade para acessar esses conteúdos.

Além disso, na transposição digital, devemos ter atenção em relação à


linguagem utilizada para que ela seja acessível a diferentes públicos.
Esse tipo de linguagem é chamada de hipermidiática.

Linguagem hipermidiática
A linguagem hipermidiática na transposição digital exige a integração
de diferentes linguagens (verbais e não verbais) em busca de um
sentido ou objetivo. No nosso caso, fazer com que o aluno adquira
conhecimento de forma autônoma. Essa integração entre várias
linguagens tem como objetivo promover o interesse pelo assunto e
oportunizar o melhor entendimento do conteúdo.

Assim, a linguagem hipermidiática realiza a combinação de diversos


recursos e objetos de aprendizagem em prol do aprendizado. Vamos
entender isso na prática:

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Pense que você é um professor-tutor de um curso EAD. O que você vai


escrever será lido por um aluno que deseja aprender. Seu conteúdo é
extenso e com termos específicos do conteúdo. Você precisa de uma
ponte para transpor esse conhecimento, que em um primeiro momento
é inacessível a ele. Mas como fazer isso?

Este é o nosso principal desafio como professor:

Transformar o conteúdo considerado puramente acadêmico de modo


que ele se torne acessível e agradável ao entendimento do aluno.

Quando um professor consegue fazer a transposição didática de um


conteúdo é porque ele trouxe aquele assunto complexo para um nível de
fácil compreensão, ou seja, para o inteligível, de modo a democratizar o
conhecimento. É por meio da linguagem hipermidiática que será
possível realizar uma transposição didática digital eficaz, recursos
esses que ilustrarão ou simplificarão os conceitos sem reduzi-los.

video_library
Linguagem hipermidiática
Confira a reflexão que a professora Nilda Alves realiza sobre esse
assunto.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Indique a alternativa que completa adequadamente a frase a seguir:

A transposição didática auxiliará o docente a identificar

os conhecimentos científicos como superiores em


A
relação ao conhecimento da escola.

os conteúdos escolares como desconexos da


B
realidade do aluno.

os conhecimentos científicos que necessitam ser


C trabalhados a fim de que tenham sentido para o
educando.

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D a transposição didática como a única alternativa
para organização do trabalho docente.

a principal característica da transposição didática,


E que é o fato de o cotidiano escolar, inclusa a
realidade dos alunos, moldar-se ao saber científico.

Parabéns! A alternativa C está correta.

A transposição didática é uma ferramenta que auxiliará a identificar


os conteúdos e conceitos científicos que necessitam ser
trabalhados a fim de que tenham sentido na escola. Assim, através
da transposição didática, o saber científico se molda ao cotidiano e
à realidade dos educandos.

Questão 2

A transposição didática pode ser entendida como uma


competência importante, que deve ser mobilizada constantemente
pelo professor na sua prática pedagógica. Sendo assim, podemos
afirmar que:

O professor é a figura central no processo de passar


A
o conteúdo científico.

O currículo parte do saber científico para ensinar o


B
aluno.

O professor constrói o conhecimento a partir de


C
suas experiências cotidianas.

O professor faz uma reflexão sobre os diferentes


D
saberes e conhecimentos presentes em sala.

Na transposição didática, o elemento afetivo deve


E ser maior que o conteúdo a ser informado, já que o
valor está no educando.

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18/09/2023 16:25 Ação pedagógica e transposição didática

Parabéns! A alternativa D está correta.

A transposição didática permite que o professor reflita sobre a


própria prática docente, tendo assim o objetivo de manter o
equilíbrio entre o que é ensinado e o que é aprendido. Para isso, é
necessário que sua interferência harmonize a informação com a
emoção, combinando o conteúdo relevante e estruturado à emoção
do aluno, sempre fomentando a curiosidade e a experimentação.

Considerações finais
A ação pedagógica não deve ser confundida com a prática docente.
Embora ambas estejam intimamente ligadas ao cotidiano do professor,
a prática docente está conectada diretamente a uma preocupação
metodológica (portanto, didática), já a ação pedagógica parte de
pressupostos políticos de que toda ação é atravessada por escolhas
que podem ou não ser explícitas e conscientes. E é nesse âmbito que
entra a transposição didática, como ação de transformar o
conhecimento científico em um conteúdo adequado às necessidades e
à potencialidade dos alunos.

headset
Podcast
A transposição didática pode ocorrer não só no ambiente presencial,
mas também por meio de elementos hipermidiáticos que minimizam a
distância entre quem ensina e quem aprende. Agora, com a palavra os
professores Luiz Rafael Silva e Rodrigo Rainha:

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18/09/2023 16:25 Ação pedagógica e transposição didática

Explore +
Para complementar os seus conhecimentos no assunto estudado:

Leia o artigo Transposição Didática sobre o ensino de produção


textual na BNCC, de Antonio Nascimento e Denise Araújo,
publicado na Revista Espaço do Currículo.

Leia o artigo A Transposição Didática: a passagem do saber


científico para o saber escolar, de Lurdes Polidoro e Robson Stigar,
publicado Revista Ciberteologia.

Assista ao vídeo “Rubem Alves: a escola ideal”, na Plataforma


YouTube, o qual apresenta uma reflexão inspiradora sobre o
conteúdo estudado.

Assista ao vídeo “Transposição Didático Digital e Avaliação da


Aprendizagem nas Modalidades de Ensino Remoto e Híbrido”,
também na Plataforma YouTube, o qual nos ajuda a ir mais longe
no entendimento desse conceito.

Referências
BARTOLOMÉ MARTÍNEZ, B. La Educación en la Hispania antigua y
medieval. Madrid: Morata, 1992.

CHEVALLARD, Y. La Transposition Didactique: Du Savoir Savant au


Savoir Ensigné. Grenoble: La pensée Sauvage, 1991.

CHEVALLARD, Y. Sobre a teoria da Transposição Didática: algumas


considerações introdutórias. Revista de Educação, Ciências e
Matemática, v.3, n.2, mai-ago, 2013.

MOURA, E.; ZUCCHETTI, D. Educação além da escola: acolhida a outros


saberes. Cadernos de Pesquisa, v.40, n.140, p. 629-648, maio/ago, 2010.

POLIDORO, L.; STIGAR, R. A Transposição Didática: a passagem do


saber científico para o saber escolar. Ciberteologia. Ano VI, n. 27, 2010.

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18/09/2023 16:25 Ação pedagógica e transposição didática

ZASLAVSKY, A. Ação pedagógica, ação comunicativa e didática.


Conjectura: Filos. Educ., v. 22, n. 1, p. 69-81, Caxias do Sul, jan./abr.
2017.

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Conceito de
didática e
suas origens
Prof. Allan Rodrigues, Prof. Antonio Giacomo

Prof.ª Marta Teixeira do Amaral Montes, Prof. Rodrigo Rainha

Descrição

A construção histórica de didática e sua efetivação como um campo de


conhecimento da educação.

Propósito

Compreender o conceito e a origem da didática é importante para


pensar sobre as teorias de ensino e os métodos no processo de ensino
e aprendizagem.

Objetivos

Módulo 1

Conceitos gerais de didática


Descrever conceitos gerais de didática e suas características.

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Módulo 2

Desafios do ofício pedagógico

Caracterizar os desafios do ofício pedagógico.

Módulo 3

Os fundamentos comenianos e as práticas


atuais
Relacionar os fundamentos comenianos às práticas atuais.

meeting_room
Introdução
Em uma conversa descontraída, Rodrigo Rainha e Antônio
Giacomo sentados em uma praça pública — Ágora —
convidam você a uma viagem pelo mundo da didática:

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

1 - Conceitos gerais de didática


Ao final deste módulo, você será capaz de descrever conceitos gerais de didática e suas
características.

Conceitos de didática

Fundamentação
Antes de nos aprofundarmos em conceitos de didática, vamos fazer
algumas reflexões?

Pense em você quando criança e em uma aula da sua matéria


favorita.

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Agora, pense no professor ou professora que conseguiu cativar a


sua atenção, fazendo com que você tivesse mais simpatia pela
matéria lecionada.

Por último, pense em todos os atributos que esse profissional


tinha que conseguiam prender a sua atenção.

Já passou pela sua cabeça a quantidade de


planejamento, treinamento e reflexão que esse mesmo
professor (ou professora) teve de percorrer para estar
naquela sala de aula?

Saiba mais
A adoção de imagens com crianças pode gerar algumas dúvidas:
didática só serve para crianças?

Claro que não. Mas é necessário lembrar que o foco da construção da


didática remete à pedagogia (do grego, alguém que “cuida” das
crianças). A partir dos tempos modernos, a criança passou a ser vista
como um ser singular e não um “adulto em miniatura”. A didática então,
passou a ser pensada para essa nova concepção. Atualmente,
trabalhamos com a didática para qualquer momento da vida em que o
ensino e a aprendizagem estejam envolvidos.

Para que esse profissional estivesse na sua frente, foi trilhado um


caminho que chamamos de formação de professores. E a didática é
uma parte primordial desse caminho.

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Ela é, de maneira geral, um conjunto de conteúdos, métodos e técnicas


para a instrução do ensino. Esse conjunto é fundamentalmente alinhado
à aplicação do processo de ensino e aprendizagem (falaremos mais
sobre esse processo a seguir).

A didática é um elemento pedagógico imprescindível


para a docência, seja ela em qualquer nível (ensino
básico ou superior) ou modalidade (presencial ou a
distancia).

Saiba mais
Você sabia que a didática também é considerada uma ciência
pedagógica?
Não?!
Por conta dessa definição, todos os cursos de pedagogia e licenciaturas
exigem essa disciplina no currículo, tornando-a parte do núcleo comum
e obrigatório da formação acadêmica nesses cursos.

Didática também pode ser entendida tanto como ciência quanto como
arte do ensino (HAIDT, 2011). Você deve estar se perguntando “como
assim também?”. Afinal, o conceito de didática já foi explicado.

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Mas, veja bem, levando em consideração o fato de ela abranger todos


os procedimentos instrucionais, pode ser definida de várias formas. Este
módulo explica isso de maneira mais objetiva. Então, não se assuste se,
durante este conteúdo, surgirem mais definições de didática. Os
múltiplos significados apresentados não se invalidam, mas se
complementam.

A pedagoga Vera Candau conseguiu sintetizar muito bem a essência da


didática:

Vera Candau
Vera Maria Ferrão Candau possui graduação em pedagogia pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado e pós-
doutorado em educação pela Universidad Complutense de Madrid.

Atualmente é professora emérita do Departamento de Educação da


Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

(Informações coletadas do Lattes em 18/09/2019.)

[...] a didática, em uma perspectiva instrumental, é


concebida como um conjunto de conhecimentos
técnicos sobre o ‘como fazer’ pedagógico,
conhecimentos estes apresentados de forma
universal e, consequentemente, desvinculados dos
problemas relativos ao sentido e aos fins da
educação, dos conteúdos específicos, assim
como do contexto sociocultural concreto em que
foram gerados.

(CANDAU, 2013, p. 14)

Processo de ensino e aprendizagem


Concluímos até aqui que existe um processo de ensino e aprendizagem
em questão, e a didática entra nesse processo como ferramenta para
auxiliar a escolha de estratégias adequadas. Esse processo pode ser
dividido em dois grandes momentos distintos, que estão continuamente
interligados:

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Momento da reflexão teórica


Quais instrumentos e técnicas para ensinar?

Direção da prática
Como realizar um processo de aprendizagem com mais qualidade?

Participar do processo de ensino e aprendizagem não é uma tarefa fácil


e exige um olhar atento aos processos pedagógicos e às discussões
contemporâneas sobre educação. É preciso pensar novas imagens
sobre esse processo e levar experiências interessantes para o
educando.

Estudamos que a didática é a articulação de conteúdos, métodos e


técnicas. Esses elementos têm participação fundamental na construção
de estratégias facilitadoras para que o processo de ensino e
aprendizagem aconteça de forma eficaz.

Podemos então relacionar da seguinte forma:

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

No vídeo assistido no início do módulo, fala-se sobre uma


característica humana essencial no processo de aprendizagem, que
é a capacidade de reflexão constante e aprofundamento nos
estudos.

Considerando situações exemplo dessa característica, assinale a


alternativa que contenha uma prática que não corresponde a ela.

Formação de grupos de debates para abertura de


A
diálogo.

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B Reflexão não só durante como após os estudos.

Leitura dinâmica e memorização dos processos


C
aprendidos.

Participação em debates para que se tenha uma


D
visão mais ampla do objeto em discussão.

Articulação entre leitura realizada sobre fontes


E
confiáveis.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Embora a memorização faça parte de qualquer processo de


aprendizado, ela não pode apresentar-se como elemento principal
nesse processo; muito menos a leitura dinâmica, entendida com
uma "leitura valoz e superficial". As demais alternativas apresentam
elementos que constituem uma preocupação com uma formação
sólida e sob grande responsabildiade e autonomia daquele que
aprende.

Questão 2

Sobre os conceitos e características da didática, é correto afirmar


que

é uma ciência pedagógica, cujo ponto central é o


A
processo de ensino e aprendizagem.

é considerada uma parte secundária do processo de


B
formação de professores.

não pode ser considerada um conjunto de métodos


C
e técnicas.

D é considerada ciência, mas não é considerada arte.

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sua presença se torna opcional no âmbito das


E grades curriculares dos cursos de licenciatura,
embora seja considerada uma ciência pedagógica.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Perceber a complexidade e ao mesmo tempo a importância do


conceito de didática é fundamental; especialmente sua relação com
o processo de ensino e aprendizagem. As demais alternativas
mostram limitações ou equívocos pertinentes exatamente a essa
amplitude do conceito.

2 - Desafios do ofício pedagógico


Ao final deste módulo, você será capaz de caracterizar os desafios do ofício pedagógico.

Ofício pedagógico

Papel do pedagogo
Atualmente, há um discurso, às vezes mal-entendido, de que o
profissional de ensino precisa ser o mediador do conhecimento ou não
será mais necessário no futuro (LIBÂNEO, 2010).

Não apenas mediador: para atuar em sala de aula, o professor precisa,


além de fazer a diferença na vida de seus alunos, utilizar fundamentos

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

didáticos clássicos e alinhar às estratégias uma prática didático-


pedagógica que considere os novos tempos e as tecnologias
disponíveis.

LIBÂNEO
José Carlos Libâneo é educador e escritor paulista. Obteve destaque
ao publicar o livro Democratização da escola pública: a revisão crítico-
social dos conteúdos. Atualmente, é professor titular na Universidade
Católica de Goiás.

As principais discussões no campo da didática


apontam que o professor continuará atuando e
orientando o processo de aprendizagem em qualquer
nível ou modalidade.

O primeiro passo para a sua atuação, como vimos, é definir estratégias


pensando em conteúdos, métodos e técnicas.

O passo seguinte é adaptar essas estratégias à realidade do aluno — e


isso é um desafio que inclui considerar:

Bases filosóficas expand_more

É preciso estudar as novas tendências pedagógicas. Por


exemplo, como o professor pode se posicionar diante das
discussões sobre ensino militarizado e escolas que desejam
abolir a sala de aula.

Bases histórico-sociais expand_more

É necessário que o profissional esteja atento às mudanças da


sociedade. Por exemplo, pensando na evolução tecnológica, é
necessário considerar os atributos específicos das gerações
mais novas: os nativos digitais (pessoas que nasceram em meio
às últimas tecnologias e não tiveram que passar pela mesma
adaptação que gerações anteriores).

Bases políticas expand_more

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É de extrema importância que se esteja atento às mudanças


legislativas que envolvam a política da educação. Por exemplo,
como implementar a Base Nacional Curricular Comum (BNCC)
em ambientes diversos de educação.

Realidade do aluno expand_more

É importante observar o meio em que o aluno vive. Por exemplo,


o mesmo professor pode atuar tanto em escolas de periferia
quanto em escolas particulares localizadas em bairros nobres. É
preciso formular estratégias personalizadas com base nas
variáveis demográficas e geográficas.

video_library
Importância da didática
No vídeo a seguir, diversos tutores refletem sobre a importância da
didática, contextualizando os conceitos passados até aqui com suas
vivências profissionais.

Exemplo

Um bom exemplo da influência da evolução da tecnologia no ofício é


pensar nas possibilidades de atuação dos professores em ambientes
on-line.

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Falando em tecnologia, é importante dizer que, com o avanço dela e


com as variadas mudanças nas normas educacionais no Brasil, a
atualização constante se faz necessária na vida de qualquer
profissional.

É preciso não só desenvolver competências adequadas


e coerentes ao ensino, como prestar atenção nesses
pontos — estudando, pesquisando e adaptando seus
métodos à realidade na qual os educandos vivem.Ou
seja, é essencial saber aprender para ensinar.

Aplicação da didática
Para aplicar as estratégias é preciso que estejam alinhados:
informações pertinentes ao ensino e a inteligência emocional do
docente.

Assim, utilizando saberes didáticos-pedagógicos em sala de aula, o


professor demonstra capacidade de adaptação necessária para lidar
com as situações comuns e incomuns que podem ocorrer em sala de
aula e no contexto escolar.

Para finalizarmos o módulo, ficaremos com uma afirmativa de Beda, o


Venerável:

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Beda, o Venerável
Beda (c. 673—26 de maio de 735) foi um monge, considerado um
dos eruditos da língua inglesa por ter publicado o livro História
eclesiástica do povo inglês. A obra narrava a história do cristianismo
céltico inglês e é considerada fundamental para a cultura anglo-
saxônica.

“Há três caminhos para o fracasso: não ensinar o que


se sabe, não praticar o que se ensina, e não perguntar
o que se ignora. ” Beda, o Venerável

Recomendação

A partir da leitura integral do conteúdo deste módulo, reflita sobre a


questão: é possível ensinar sem aprender?

Sugerimos a criação de um texto que consolide suas ideias. Esse tipo


de registro será importante para que, no futuro, você possa mensurar o
desenvolvimento de seu aprendizado.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Ao conceber uma estratégia de ensino, qual aspecto o professor


precisa considerar de forma primordial?

A As necessidades do docente

B A falta de conhecimento prévio do aluno

C A estrutura física da sala de aula

D O contexto de vida do aluno

E Os recursos tecnológicos disponíveis

Parabéns! A alternativa D está correta.

Todos os elementos apresentados nas alternativas são importantes


no processo de ensino e, às vezes, algum deles pode tornar-se
fundamental, dependendo do contexto. Porém, como primordial,

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

sempre deverá estar o contexto de vida do aluno. Negligenciar isso


é superficializar o ato de educar.

Questão 2

Concluímos que é essencial saber aprender para ensinar. Ao


estarmos atentos aos desafios que envolvem o ofício pedagógico,
como podemos entender que a atualização constante se faz
necessária na vida de qualquer profissional? Assinale a alternativa
correta:

As bases política sobrepõem as necessidades dos


A
alunos.

É necessário estar atento às constantes mudanças


B
sociais e tecnológicas.

As bases histórico-sociais se sobrepõem às bases


C
filosóficas.

Uma vez desenvolvidas as competências coerentes


D
ao ensino, a atualização é desnecessária.

O sucesso com uma metodologia de ensino


E
dispensa atualização deste.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Você sabe que um professor coerente estará sempre atento às


mudanças sociais, sempre pesquisando, adaptando estratégias de
ensino; consciente, pois, jamais será possível considerar o não
aprender. Isso sem deixar de levar em conta fatores como: as
necessidades dos alunos e as bases políticas, histórico-sociais e
filosóficas que caracterizam sua ação docente.

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

3 - Os fundamentos comenianos e as práticas atuais


Ao final deste módulo, você será capaz de relacionar os fundamentos comenianos às práticas
atuais.

Fundamentos comenianos

Origem da didática

video_library
Papel do tutor pelos tempos
Por meio de uma breve explicação sobre o papel do tutor pelos tempos,
Rodrigo Rainha faz uma provocação sobre o legado dos pensadores
antigos no atual processo de ensino.

A seguir, faremos uma breve retrospectiva para que possamos perceber


a evolução do ensino através dos tempos:

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Pré-História

Ensinar e aprender sempre foram processos inerentes às


práticas humanas.Desde os primórdios da humanidade,
podemos constatar através da evolução as famílias e
comunidades primitivas ensinando a seus filhos e membros as
atividades da tribo, os rituais e as práticas sociais. Certamente,
com o passar dos anos, essas práticas foram ganhando uma
estrutura de didática e finalmente se tornaram uma ação
didático-pedagógica. Essa evolução estrutural dos processos
didáticos contribuiu para a formação do conceito de didática.

Grécia Antiga

Existia uma ideia limitada sobre o significado de cidadania, que


só seria ampliada muito mais tarde (JAEGER, 2010).
Embora os ideais gregos de ensino tenham permanecido por
séculos, foi necessário que uma nova obra trouxesse um novo
foco sobre a arte de educar ou sobre o processo de educar.

Idade Moderna

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

No século XVII, a tal "sistematização do processo de ensinar"


foi finalmente consolidada pelo filósofo tcheco Johannes
Amos Comenius.

Em 1657, Comenius escreveu um livro para divulgar essas


ideias chamado Didática magna, cuja importância iremos
salientar no próximo tópico.

2010

As ideias de Comenius certificam o pensamento do professor


atual, baseado nos pilares da educação e descrito no
documento Educação: um tesouro a descobrir, de Jacques
Delors.

Esse documento estabelece, entre outros assuntos, que a


didática precisa ser centrada no desenvolvimento das quatro
aprendizagens fundamentais: aprender a conhecer, aprender a
fazer, aprender a conviver e aprender a ser.

Vejamos um pouco mais sobre cada personalidade citada acima.

Werner Jaeger

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00392/index.html# 19/29
15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Jaeger (1888-1961) foi um escritor e entusiasta dos estudos


clássicos nascido na Prússia, atual território alemão. Possui
cerca de 16 publicações, dentre elas, a Paideia: a formação do
homem grego, livro de extrema importância na fundamentação da
didática, que foca na estrutura grega clássica de construção do
processo da educação.

Johannes Amos Comenius


Comenius (1592-1670) também era pedagogo e teólogo. Por
conta de sua extensa contribuição aos estudos na área de
pedagogia, é considerado “o pai da didática”.

Jacques Delors
Delors é um político francês que já ocupou cargos importantes
como a Comissão Europeia, o Ministério da Economia (França) e
o Parlamento Europeu. Durante a participação que teve na
Unesco, escreveu o relatório Educação: um tesouro a descobrir e
definiu os quatro pilares fundamentais da aprendizagem.

Base teórica

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Lembra-se de dois livros que o Rodrigo Rainha segurava no vídeo que


inicia este módulo? Embora eles não possam resumir toda a história da
didática, são materiais fundamentais na compreensão desse processo.

Comenius é considerado um grande inovador em


relação aos processos de ensino e aprendizagem,
porque já naquela época ele defendia a universalidade
da educação, com o lema:“Ensinar tudo a todos”.

Assim, iniciou um método mais ativo e efetivo que partia dos


conhecimentos mais simples aos mais complexos.

Os principais fundamentos do pensamento pedagógico de Comenius


baseiam-se em quatro pilares que veremos no proximo tópico.

Mais simples aos mais complexos


Ideia também levantada por René Descartes (1596-1650), conhecida
como método cartesiano.

Pilares de Comenius

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Para agregar ao estudo do nosso conteúdo, sugerimos a leitura de uma


parte importante do livro Didática magna.

Didática magna expand_more

“Processo seguro e excelente de instituir, em todas as


comunidades de qualquer reino cristão, cidades e aldeias,
escolas tais que toda a juventude de um e de outro sexo, sem
excetuar ninguém para que possa ser formada nos estudos,
educada nos bons costumes, impregnada de piedade, e, desta
maneira, possa ser, nos anos da puberdade, instruída em tudo o
que diz respeito à vida presente e à futura, com economia de
tempo e de fadiga, com agrado e com solidez.

Onde os fundamentos de todas as coisas que se aconselham


são tirados da própria natureza das coisas; a sua verdade é
demonstrada com exemplos paralelos das artes mecânicas; o
curso dos estudos é distribuído por anos, meses, dias e horas; e,
enfim, é indicado um caminho fácil e seguro de pôr estas coisas
em prática com bom resultado.

A proa e a popa da nossa Didática será investigar e descobrir o


método segundo o qual os professores ensinem menos e os
estudantes aprendam mais; nas escolas, haja menos barulho,
menos enfado, menos trabalho inútil, e, ao contrário, haja mais
recolhimento, mais atrativo e mais sólido progresso; na
Cristandade, haja menos trevas, menos confusão, menos
dissídios, e mais luz, mais ordem, mais paz e mais tranquilidade.

Que Deus tenha piedade de nós e nos abençoe! Faça brilhar


sobre nós a luz da sua face e tenha piedade de nós! Para que
sobre esta terra possamos conhecer o teu caminho, ó Senhor, e a
tua ajuda salutar a todas as gentes (Salmo 66, 1-2).”

(COMENIUS, 2001, p. 4)

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Ou seja, um documento orientado para professores e alunos do século


XXI (Educação: um tesouro a descobrir, de Jacques Delors) tem
semelhanças com as ideias de Comenius, que viveu lá no século XVII.
Com isso, vemos o quão inovador ele foi.

A seguir, sintetizamos as principais ideias publicadas em Didática


magna:

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15/09/2023 16:34 Conceito de didática e suas origens

Realidade do aluno expand_more

Comenius entendia que a educação precisa utilizar a experiência


pessoal do aprendente como parte do processo. Para isso, o
aluno precisava observar sua realidade para depois agir sobre
ela. Ele também instituiu o diálogo como forma de aproximação
e afeição do aluno com o conteúdo estudado.

Universalização da educação expand_more

Outro ponto muito importante é sobre a ideia de universalização


da educação, porque ele determina que a educação deve ser
para todos. É importante salientar que essa visão representava
uma quebra de paradigma, pois até o século XVII poucos grupos
sociais tinham acesso à educação formal.

Ética e valores expand_more

Para Comenius, o processo da educação não é apenas o


conteúdo a ser estudado, mas a aprendizagem de valores e de
atitudes que ajudarão a pessoa a ser melhor no presente e no
futuro. Os propósitos educativos precisam estar baseados no
raciocínio lógico, na investigação científica e na formação do
conceito de ser humano enquanto um sujeito moral, social,
político, racional e afetivo. Um objetivo fundamental da educação
de Comenius era formar um sujeito bom e virtuoso, dotado de fé,
a ponto de praticar boas ações mediante as capacidades
subjetivas do aluno.

Construção do saber expand_more

A construção do saber não é um processo isolado, mas possui


relação com outras ciências, conteúdos e significados. Afinal,
aprender é estabelecer inter-relações entre os conteúdos e
temas estudados.

Esses são os principais pontos que podemos destacar


de Comenius e sua contribuição para a área da
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educação e, especificamente, para o campo da


didática.

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

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Segundo o “pai da didática”, quando a produção do conhecimento


será significativa para o estudante?

Quando o aluno conseguir relacionar os


A
ensinamentos às situações em âmbito social.

Quando for cumprido todo o conteúdo


B
programático.

Quando estabelecer relação entre o conteúdo


C
escolar e a legislação educacional.

Quando não interferir no processo de ensino e


D
aprendizagem.

Quando o aluno se adequar à metodologia de ensino


E
do docente.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Você comprovou ter plena consciência de que o conhecimento só


será significativo para o estudante quando ele conseguir
estabelecer relação entre o conteúdo acadêmico e o social,
percebendo, assim, o sentido nos conceitos estudados. Embora não
se possa negar a relevância de alguns dos itens apresentados nas
demais opções, no contexto da aprendizagem significativa,
inspirada em Comenius, a relação entre o aprendido e o contexto
social se torna fundamental.

Questão 2

Qual afirmativa abaixo expressa uma ideia comeniana evidenciada


no livro Didática magna?

Deve ser mais valorizado o conhecimento do aluno


A
que o conhecimento do professor.

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B A construção de saberes não deve ser um processo
isolado na vida do aluno ou distante nas relações
com outras ciências, conteúdos e significados.

Para ensinar “tudo a todos” não é preciso levar em


C
conta as necessidades do aluno.

Para facilitar a aprendizagem, os conteúdos mais


D complexos devem ser apresentados anteriormente
aos mais simples.

A proposta de "ensinar tudo a todos" é apenas uma


E utopia, pois Comenius sabia que o ensino não
poderia ser universalizado.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Você sabe que um dos pontos importantes da didática comeniana é


a profunda integração: entre o sujeito que ensina e o aluno, entre
assuntos teóricos e práticas sociais, entre técnicas e conteúdos. As
demais alternativas apresentam propostas contrárias às ideias de
Comenius.

Considerações finais
Conceitos atuais como educação interdisciplinar, afetiva, colaborativa e
baseada em pesquisas e projetos foram levantados por Comenius em
seu tempo. Ele entendia que a escola não poderia ser um local de
intranquilidade e desgosto para as crianças, mas um lugar que
despertasse a curiosidade e a capacidade de pensar e imaginar.

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headset
Podcast
Agora, relacionando o conteúdo histórico à prática docente e encerrando
o tópico, senhoras e senhores, com a palavra, Rodrigo Rainha, Antônio
Giacomo e Allan Rodrigues:

Explore +
Confira as indicações que preparamos especialmente para você!

Assista ao vídeo Documentário: Rubem Alves, o Professor de


Espantos [2017], disponível no canal da Câmara dos Deputados no
YouTube, para conhecer um pouco sobre a vida desse escritor,
educador, teólogo e psicanalista, considerado um dos principais
pensadores contemporâneos da educação.

Assista ao vídeo Grandes Educadores - Ep 13 - Comênio, disponível


no canal ProfSalva no YouTube, para saber mais sobre Comenius,
conhecido como pai da didática, conforme vimos neste estudo.

Leia o artigo Memória(s), diálogos e buscas: aprendendo e


ensinando didática, de Vera Candau, que foi apresentado no XIV
Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino.

O livro Didática, de José Carlos Libâneo, que pode ser encontrado


em formato digital, é uma ótima referência para o conteúdo
estudado aqui.

Referências
CANDAU, V. M. (org). Rumo uma nova didática. 23. ed. Petrópolis, RJ:
Vozes, 2013.

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COMENIUS, I. A. Didática magna. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

DELORS, J. Educação: tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília:


MEC/UNESCO, 2001.

HAIDT, R. C. C. Curso de didática geral. São Paulo: Ática, 2011.

JAEGER, W. Paideia: a formação do homem grego. São Paulo: Martins


Fontes, 2001.

LIBÂNEO, J. C. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico-


social dos conteúdos. 21. ed. São Paulo: Loyola, 2006.

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

Didática e uso das tecnologias


Prof. Allan de Carvalho Rodrigues, Prof.ª Marta Teixeira do Amaral Montes, Prof. Roberto Paes
de Carvalho Ramos

Descrição

Neste tema, estudaremos a evolução tecnológica e seus impactos no


ambiente educacional. Em especial, falaremos sobre alguns tipos de
ferramentas e exploraremos o uso das tecnologias digitais na ação
docente.

Propósito

Este tema tem como finalidade apresentar o contexto tecnológico em


que vivemos, suas relações com o cotidiano, além dos principais
recursos que permitem instrumentalizar a tecnologia em sala de aula.

Objetivos

Módulo 1

Impactos das tecnologias digitais na


sociedade
Identificar os impactos das tecnologias digitais na sociedade.

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

Módulo 2

Tendências tecnológicas e o ambiente


escolar
Identificar tendências tecnológicas que influenciam o ambiente
escolar.

Módulo 3

Tecnologias digitais aplicadas em sala de


aula
Definir as tecnologias digitais aplicadas em sala de aula para
alcançar diferentes objetivos educacionais.

Introdução
A tecnologia, cada vez mais, faz parte do nosso cotidiano, e
permeia as diferentes esferas da sociedade. Nos espaços
educacionais, como nos demais, ela se faz presente, sendo que a
evolução tecnológica precisa ser considerada no processo de
ensino-aprendizagem. Dessa forma, abordaremos os impactos
dessa evolução no ambiente educacional, bem como o uso de
ferramentas tecnológicas digitais na ação docente,
compreendendo o perfil dos estudantes, em uma perspectiva
geracional.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00100/index.html# 2/40
18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

1 - Tecnologias digitais e a sociedade


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os impactos das tecnologias digitais na
sociedade.

Impactos das tecnologias digitais na


sociedade
Para começar nossa reflexão, assista ao vídeo a seguir.

video_library
O buraco no muro
Neste vídeo, será mostrado uma experiência de inclusão digital
desenvolvida por Sugata Mitra, conhecida como “O buraco no muro”.

Você percebeu como as crianças foram facilmente atraídas pelas


tecnologias digitais? Viu como elas rapidamente entenderam como usar
o computador e o que poderiam fazer com ele?

A experiência “O buraco no muro” é um exemplo de como as


tecnologias digitais podem impactar uma sociedade e mudar a forma

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

como as pessoas se relacionam com o conhecimento. Hoje, estamos


diante de uma sociedade dominada pela cibercultura, cada vez mais
impregnada pelo ciberespaço.

Ciberespaço
O conceito de ciberespaço foi criado na pós-modernidade por William
Gibson, escritor norte-americano. Segundo o autor, esse é um espaço de
comunicação que ocorre através de redes de computadores. É um espaço
aberto em que qualquer pessoa pode interagir com outras ou com a própria
máquina. O texto Ciberespaço: uma nova configuração do ser no mundo, de
Silva et al, vai ajudá-lo a saber um pouco mais sobre esse assunto.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00100/index.html# 4/40
18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

As pessoas estão imersas no mundo digital, especialmente nas redes


sociais. Trata-se de um ambiente que modificou nossa experiência em
vários aspectos do cotidiano, como assistir a filmes, pedir comida,
transporte, dentre outros. Esse contexto mostra o quanto as tecnologias
digitais estão se tornando importantes para a vida das pessoas.

Vamos pensar um pouco mais sobre esse assunto?

video_library
Impactos da tecnologia na sociedade
Neste vídeo, a partir da animação do ilustrador e cartunista Steve Cutts,
o professor Rodrigo Rainha nos convida a refletir sobre os impactos da
tecnologia na sociedade.

A animação de Steve Cutts nos serve de alerta, especialmente para o


tempo em que vivemos. A inserção e o uso de meios e ferramentas
digitais transformaram e transformarão cada vez mais nosso
comportamento social, nossas relações de trabalho e de ensino.

As gerações nascidas após os anos 1990 – geralmente chamadas de


Geração Z – cresceram imersas no mundo das mídias digitais e são
criadas na virtualização das relações sociais com pessoas e objetos.
Por isso, também são chamados de nativos digitais.

Vamos entender um pouco melhor essa geração?

Leia a reportagem a seguir que descreve o estilo de vida da Geração Z.

A Geração Z e a conexão 24 horas por dia expand_more

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

Os 2 bilhões de jovens nascidos depois de 1995 estão decididos


a construir uma vida distante dos códigos e das aspirações dos
mais velhos.

A reportagem mostra como o cotidiano das pessoas foi transformado


pelo uso das mídias digitais. Mesmo aqueles nascidos em décadas
anteriores se viram obrigados a se adaptar, de certa forma, a tais
tecnologias. Independentemente de idade, a quase totalidade das
pessoas utiliza soluções tecnológicas diversas diariamente (como
caixas eletrônicos, por exemplo) e tem seus celulares como principal
interface desse mundo digital.

Como esse cenário afeta a educação?

Atualmente, os alunos da educação infantil e do ensino fundamental


têm contato com vídeos, jogos e aplicativos digitais. Essa dinâmica
muda a relação das crianças com o conhecimento e a forma como
aprendem, além de alterar as relações entre as pessoas nos processos
escolares. É exatamente por isso que a educação contemporânea deve
pensar nas atividades didáticas desenvolvidas em sala de aula a partir
da tecnologia digital. Sobre isso, cabem algumas reflexões:

Qual é a responsabilidade dos educadores diante da utilização


excessiva das mídias digitais pelas crianças?

Como podemos aproveitar a aparente atração pelas mídias digitais a


favor do ensino e da aprendizagem?

Espera-se que o professor tenha uma preocupação permanente com os


processos que facilitam a aprendizagem de seus alunos. Por isso, ele
deve adequar o seu planejamento didático às inovações tecnológicas
utilizadas pelos alunos. Nesse exercício de adaptação, vemos que
muitas ferramentas digitais apresentam o potencial, inclusive, de mudar
a forma como ensinamos e aprendemos.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A relação entre os avanços tecnológicos digitais e atuação do


professor em sala de aula pode ser compreendida como um desafio
da prática docente. Muitos ainda consideram a tecnologia como
uma distração, algo que foge à tradição de ensinar, que pode

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dificultar a aprendizagem do aluno. Sobre isso, apontamos a seguir


algumas situações. Dentre elas, selecione aquela que pode indicar
o contexto social do uso de tecnologia como um facilitador da
aprendizagem.

É esperado que o professor domine os recursos


tecnológicos para planejar e executar uma boa aula,
A
pois cabe ao docente ensinar aos alunos como usar
a tecnologia no cotidiano deles.

Os alunos estão, em grande parte, imersos no


mundo digital, especialmente nas redes sociais. O
B professor deve valer-se disso para inserir a
tecnologia na realidade escolar, aproximando este
ambiente da realidade deles.

O professor deve limitar ao máximo a utilização dos


recursos digitais em sala, pois os alunos já vivem
uma imersão cotidiana e a sala de aula é um
C
ambiente monitorado e supervisionado pelo
professor, o que, muitas vezes, não é possível
quando o aluno usa seu dispositivo pessoal.

Como todos nossos alunos atuais pertencem à


Geração Z, ou a didática apropria-se das tecnologias
D digitais, ou será incapaz de cumprir qualquer
objetivo relacionado ao processo de ensino e
aprendizagem.

Apesar da revolução digital em que vivemos, não se


exige do Docente nem o domínio pleno dessas
E
tecnologias, nem a necessidade de reconhece nelas
uma estratégia pedagógica.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A imersão digital dos alunos, em sua grande maioria, é um


elemento fundamental para que o planejamento da ação
pedagógica esteja contextualizado, oferecendo melhores condições
de aprendizagem. Não é o domínio das ferramentas que se espera

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do docente, mas a percepção de que não pode excluir esta reflexão


de seu planejamento e de sua ação.

Questão 2

Grande parte dos alunos atualmente pertence à Geração Z. Esses


nativos digitais possuem características próprias, que devem ser
levadas em conta quando há uma verdadeira preocupação com o
ensino e a aprendizagem, ou seja, não podemos pensar em educar
esta geração da mesma forma que se educava as anteriores.

Das opções a seguir, assinale a alternativa que apresenta


elementos que fundamentam a atenção que a Didática deve ter
com a Geração Z:

O fato de utilizarem muitos vídeos como forma de


A entretenimento faz com que tenham dificuldade de
aprendizagem de qualquer conteúdo.

Como a grande maioria gostaria de transformar um


B hobby em trabalho, o ensino fica limitado por não
terem, geralmente, sua criatividade desenvolvida.

Eles mesmos se consideram uma “geração


estressada”, o que faz das salas de aula mais um
C
ambiente de terapia de grupo que, efetivamente, de
ensino e aprendizagem.

A relação desta geração com as múltiplas telas é


impressionante. É incrível a capacidade que têm em
D
fragmentar sua atenção entre navegação, áudio e
TV, por exemplo.

A dificuldade de estar atenta ao grande número de


E informação com que é bombardeada, especialmente
quando lhes chegam por mídias diversas.

Parabéns! A alternativa D está correta.

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A sensação de que a Geração Z não pode perder nada faz que ela
seja ativa, criativa e até estressada, apropriando-se de um grande
número de informação, inclusive aquelas que chegam ao mesmo
tempo, por diversos tipos de mídia (em especial, através dos vídeos,
pois consomem e produzem este recurso). Assim, o impacto nas
características desta geração não pode ser negligenciado pelos
docentes.

2 - Tendências tecnológicas e o ambiente escolar


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar tendências tecnológicas que influenciam
o ambiente escolar.

Conectando a sala de aula


A tecnologia faz parte do cotidiano das pessoas e, consequentemente,
da maioria dos nossos alunos. Eles estão imersos nas mídias digitais,
valorizam as interações por meio de redes sociais e não são apenas
consumidores de informações, mas também são produtores. Esse
contexto traz um novo desafio à Educação: pensar em métodos de
ensino e avaliação capazes de auxiliar o aprendizado dos alunos com o
uso das tecnologias digitais.

Atenção!

Já passou a época em que os eletrônicos eram vistos como inimigos do


aprendizado. Com a popularização do digital, é impossível fingir que
esse mundo e suas possibilidades não existem ou acreditar que elas
não devem fazer parte da vida das pessoas. Difícil não ver alguém,

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mesmo crianças pequenas, mexendo habilidosamente em seus


celulares, tablets e outros dispositivos.

A disrupção é um conceito relacionado a essas mudanças, que envolve


as tecnologias digitais. Para compreender melhor esse termo, assista
ao vídeo a seguir:

video_library
Disrupção e a prática educacional
Neste vídeo, o especialista Roberto Paes explicará o significado do
termo disrupção e como ele afeta a vida das pessoas e,
consequentemente, a prática educacional.

Quando falamos em recursos tecnológicos, logo nos vem à mente


cenários e ferramentas incríveis, como se estivéssemos vislumbrando
um futuro ao estilo Minority Report. Ainda não é como naquele filme,
mas as instituições de ensino e os alunos e professores fazem uso de
aplicações, dispositivos e programas de computador para as tarefas
educacionais.

Veja algumas ferramentas usadas atualmente nos processos de ensino


e aprendizagem:

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

Minority Report
Minority Report é um filme de ficção científica lançado em 2002, estrelado
por Tom Cruise e dirigido por Steven Spielberg. A história se passa no ano
de 2054, quando John Anderton (Cruise) chefia a área de pré-crime, parte
do departamento de polícia especializada em antever crimes por meio de 3
videntes.

Armazenamento em nuvem

Espaço para salvar arquivos, compartilhar documentos e


construir trabalhos em grupo.

Ambientes virtuais de aprendizagem

Ambientes, pagos ou gratuitos, que servem para diversas


funções, como disponibilizar material, cadastrar tarefas,
calendários, interagir com a escola etc.

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Plataformas de publicação de conteúdo

Plataformas, nas quais alunos e professores consomem,


produzem e indicam conteúdos.

Serviços de busca

Esses serviços são usados no contexto escolar para


localizar informações, imagens, acessar dicionários,
enciclopédias, bibliotecas virtuais etc.

Ferramentas de comunicação

Ferramentas, como o e-mail (pouco usado por jovens),


diversas plataformas e redes sociais permitem envio de
mensagem, criação de grupo, transmissão ao vivo etc.

O que vem por aí?

A cada ano, novas tecnologias avançam em diferentes esferas e a


Educação segue o mesmo ritmo. Estamos vendo diariamente uma
revolução tecnológica, que potencializa uma revolução na Educação.
Isso quer dizer que a tecnologia deixou de ser algo relacionado ao
laboratório de informática ou à sala de multimídia. Hoje, é pauta de
gestores, professores, alunos, pais e responsáveis.

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Diversas fundações, empresas e instituições produzem relatórios que


indicam as tendências de uso de tecnologia em contexto educacional.

Destacamos duas delas: a Webcourseworks, consultoria que também


fornece tecnologia; e a Educause, organização sem fins lucrativos, que
busca aprimorar a Educação pelo uso de tecnologia.

Webcourseworks
Empresa americana de consultoria (também provedora de serviços) focada
em tecnologias que aprimoram a aprendizagem. Fundada em 1979, ela usa
o modelo de Hype Cycle da Gartner adaptado para a educação.

Educause
Dentre as diversas iniciativas promovidas pela Educause, destacamos os
estudos sobre melhores práticas de TI para instituições de ensino superior.

Separamos algumas tendências de uso de tecnologia no contexto


educacional para que você conheça suas características e
possibilidades de aplicação para a Educação Básica e Ensino Superior.
Veja a seguir:

Armazenamento em nuvem expand_more

O acesso a qualquer hora e em qualquer lugar é o grande apelo


do uso de nuvem. Além de compartilhar arquivos e materiais, as
ferramentas de colaboração presentes nessas plataformas
permitem cocriar, o que facilita o uso para trabalhos em grupo.
Soma-se a isso a quase infinita capacidade de armazenamento
de conteúdo.

Robótica educacional expand_more

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

Muitas escolas começaram a oferecer em seus currículos a


disciplina de Robótica, algo que já existia com mais frequência
no Ensino Superior, em especial nos cursos de Engenharia e de
Tecnologia. Seu estudo estimula a associação entre teoria e
prática, além usar o erro e a criatividade como métodos de
ensino. Outro aspecto fundamental é a possibilidade de inserir o
ensino de linguagem de programação como parte da
metodologia, permitindo explorar a competência de pensamento
computacional.

Realidade virtual, aumentada e mista expand_more

Primeiramente, é importante conhecer as diferenças:

A realidade virtual ocorre quando temos a sensação de


imersão e usamos um óculos específico para isso;
A realidade aumentada usa um dispositivo (como o celular)
para expandir a realidade física observável;
A realidade mista mescla aspectos físicos com virtuais,
como, por exemplo, um voo virtual de asa-delta com o uso
de ventiladores e molas para simular o ambiente físico real.

Uso de dispositivos móveis expand_more

Apesar de ainda ser visto como um inimigo do professor, o


celular pode ser um grande aliado para o emprego de novas
metodologias. Os benefícios são muitos: leitura de textos
didáticos, pesquisa, atividades online síncronas, criação de
conteúdo, uso de aplicativos educacionais etc.

É óbvio que a implementação e o monitoramento do uso de


dispositivos em sala de aula são essenciais para o sucesso.

Uma das preocupações deve ser a democratização do uso,


assegurando que todos os alunos tenham iguais condições para
estudar. Por isso, é comum encontrarmos iniciativas em que a
escola disponibiliza um dispositivo para cada aluno.

Uso de dispositivos móveis expand_more

Trata-se de um vastíssimo campo de aplicação. Porém, se


concentrarmos o foco no contexto educacional, podemos

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destacar algumas aplicações:

Tecnologias de voz: a IA permite aplicar tecnologias como


speech-to-text (“da fala para texto”) para traduzir
simultaneamente conversas em ferramentas de
comunicação por vídeo, bem como usar assistentes
virtuais por comando de voz para fazer anotações.
Uso de chatbots: mecanismos de conversação com robôs,
que simulam linguagem natural, podendo ser aplicado para
sanar dúvidas de conteúdo, por exemplo.
Reconhecimento facial: pode ser usado para marcar
frequência de alunos, capturar emoções, como atenção,
desatenção, apatia etc.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Muitos recursos tecnológicos são usados em contexto educacional.


Dentre eles, um permite publicar conteúdos, administrar turmas,
cadastrar e gerenciar resultados de exercícios e criar fóruns de
discussão, dentre outros recursos. Aponte que recurso é esse:

A Plataformas de publicação de conteúdo.

B Ambientes virtuais de aprendizagem.

C Driver para armazenamento em nuvem.

D Ferramentas de comunicação e interação.

E Diversas formas de mídias sociais.

Parabéns! A alternativa B está correta.

Ambientes virtuais de aprendizagem são um tipo de plataforma


estruturado para permitir a digitalização de todas as rotinas
administrativas e acadêmicas em um mesmo ambiente, como
criação de turma, publicação de conteúdo, uso de bibliotecas
virtuais, fóruns de discussão, exercícios e atividades etc. Se você
ainda não conhece o Moodle, experimente fazer uma busca e
explore essa plataforma open source, ou seja, de código aberto e
gratuita. As demais opções, embora possam apresentar elementos
que contribuam com o acesso à revolução digital, não
correspondem plenamente ao enunciado.

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Questão 2

Professores e instituições de ensino devem pensar em um


planejamento didático que englobe vários instrumentos e
ferramentas adequados à realidade do aluno e ao mundo em que
vivemos, amplamente imerso no mundo digital.

Dentre as ferramentas abaixo, qual delas permite aplicar o método


de trabalho em grupo como atividade a ser realizada fora da sala de
aula, a partir do celular ou do computador do aluno?

Inteligência artificial, pois reúne o conhecimento de


A várias pessoas diferentes em uma mesma
aplicação.

Realidade virtual, já que é possível realizar tarefas


B
online a partir de um aplicativo específico.

Armazenamento em nuvem, por meio do cadastro


C
de usuários e uso de editores de documentos.

Robótica, pois usa a linguagem de programação


D
com o objetivo de desenvolver a criatividade

Realidade aumentada, que embora ainda de rara


E frequência no mundo escolar, é grande promessa
para próximos anos.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Ferramentas em nuvem, como Google Drive, DropBox ou One Drive


permitem a utilização simultânea de diferentes usuários para criar
uma apresentação ou texto, por exemplo, rastreando qual usuário
fez determinada parte do trabalho. Isso evita o famoso problema de
se ter um ou poucos do grupo realizando toda a tarefa. Um aspecto
negativo é a possibilidade de haver alunos sem condição de acesso
à nuvem, seja por não terem um dispositivo de conexão, seja por
não possuírem acesso à Internet.

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3 - Tecnologias digitais aplicadas em sala de aula


Ao final deste módulo, você será capaz de definir as tecnologias digitais aplicadas em sala de
aula para alcançar diferentes objetivos educacionais.

Como aplicar as tecnologias digitais


em sala de aula
Antes de conhecer as diferentes aplicações das tecnologias digitais,
assista ao vídeo a seguir:

video_library
Colégio Internacional Everest e as
tecnologias digitais
Neste vídeo, será mostrado como o Colégio Internacional Everest utiliza
as tecnologias digitais em seu contexto escolar.

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A partir de agora, você conhecerá algumas ferramentas digitais que


poderão ser aplicadas em sala de aula, com o objetivo de tornar o
processo ensino e aprendizagem mais dinâmico, divertido e motivador.
Enquanto você conhece os diferentes tipos de ferramentas, aproveite as
dicas e tutorais para criar os seus próprios recursos educativos. Vamos
lá!

Ambiente Virtual de Aprendizagem


(AVA)
AVA é uma plataforma digital que permite o desenvolvimento de cursos
online. Nesse espaço, é possível disponibilizar conteúdos interativos e
objetos de aprendizagem, desenvolver avaliações de aprendizagem,
gerenciar o desenvolvimento dos alunos e interagir com outras pessoas.
Essas ações fazem desses ambientes virtuais locais ricos para a
construção e compartilhamento de conhecimento.

E quais são os benefícios dos AVA?

Com base em Schelemmer (2005), elencamos os principais benefícios


para o professor e para o aluno.

Schelemmer
Eliane Schlemmer é doutora em Informática na Educação pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Atua em projetos voltados para a área de
Educação e Tecnologias Digitais e é autora de livros sobre a temática,
como: Comunidades de Aprendizagem e de Prática de Metaversos; Learning
in Metaverses: Co-Existing in Real Virtuality (Aprendizagem em metaversos:
coexistem na realidade virtual).

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Professor

Permite que a informação alcance um número elevado de


pessoas, uma vez que não há limites de tempo ou espaço.

Possibilita a disponibilização, atualização e compartilhamento


de informações em tempo real.

Atua como suporte para práticas educacionais


interdisciplinares e transdisciplinares.

Permite a adequação da abordagem de ensino aos diferentes


estilos de aprendizagem e às características da comunidade
para a qual o curso será direcionado.

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Aluno

Possibilita acesso fácil à informação, uma vez que o aluno


pode acessar de qualquer lugar e em qualquer horário.

Permite o compartilhamento de informações e a criação de


conteúdos de forma coletiva.

Permite que a ação educacional seja mais adequada às


necessidades do aluno, uma vez que o tempo e os métodos
podem ser correspondentes ao seu perfil.

Hoje, muitos AVA estão disponíveis gratuitamente, possibilitando que


professores de diferentes áreas de conhecimento criem espaços de
aprendizagem virtual voltados para o seu contexto educacional. Por
isso, a seguir, vamos apresentar alguns AVA que poderão servir como
suporte para a construção desses ambientes.

Vamos praticar?
Agora que já entendeu sobre o AVA, você vai criar o seu próprio
ambiente virtual!

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Sugerimos que inicie uma proposta de curso online na área de


conhecimento que desejar. Escolha uma das ferramentas a seguir.

Moodle Cloud

O Moodle Cloud é uma plataforma de aprendizado online que funciona


na nuvem e não necessita de instalações ou atualizações. Com ela,
podemos criar ambientes de aprendizagem e personalizá-los de acordo
com as necessidades dos alunos. Assista a um tutorial sobre o Moodle
Cloud.

video_library
Tutorial Moodle Cloud
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do Moodle Cloud.

LMS Estúdio

A plataforma LMS Estúdio também permite a criação de cursos de


aprendizagem online. Ela foi estruturada com o objetivo de garantir aos
usuários um acesso fácil às informações e funcionalidades mais
importantes. Assista a um tutorial sobre o LMS Estúdio.

video_library
Tutorial LMS Estúdio
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do LMS Estúdio.

Além das duas opções apresentadas, veja a seguir algumas outras


ferramentas que podem ser utilizadas:

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

Saiba mais
Trouxemos uma relação de Ambientes Virtuais de Aprendizagem para
você explorar um pouco mais. Você os encontrará facilmente, através de
qualquer site de pesquisa na internet: Blackboard; Dokeos; Veduca;
DreamBox; Geekie; e Knewton.

Conteúdos digitais
Outra forma de aplicar as tecnologias digitais no ambiente escolar é
através da criação de conteúdos digitais, que podem ser
disponibilizados em sites ou blogs e criados em sistemas gerenciadores
de conteúdos.

O professor, então, pode mudar a dinâmica das aulas usando essa


ferramenta como apoio para:

share
Transmissão e compartilhamento de conteúdos e informações.

groups
Interações com os alunos além do espaço escolar.

photo_library
Utilização de diferentes mídias, como áudio e vídeo.

search
Desenvolvimento de atividades de pesquisa.

check_box
Disponibilização de testes e avaliações.

Mas como criar conteúdos digitais educativos?

Trouxemos algumas dicas para lhe ajudar nesse processo de criação.

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Planeje como será o seu site ou blog: qual é o público-alvo,


quais serão os assuntos abordados, qual será a estrutura e
como será a identidade visual.

Escolha um layout agradável. A identidade visual precisa ser


harmônica: ícones, imagens e fontes devem seguir um
padrão visual. Alguns gerenciadores de conteúdo
disponibilizam templates prontos. Basta escolher o que mais
se adequa ao seu projeto.

Crie espaços de interação com os alunos onde eles poderão


colocar dúvidas, sugestões e expor as suas opiniões e
ideias. Aproveite para integrar as redes sociais ao seu site.
Elas são excelentes espaços de interação com os alunos.

Utilize diferentes mídias, como vídeos, músicas, podcasts,


aplicativos, revistas digitais, jogos, dentre outras.

Chegou a hora de criar o seu próprio conteúdo digital!

Vamos praticar?
Agora que já entendeu sobre conteúdos digitais, você vai criar o seu
próprio!

Escolha uma das ferramentas a seguir.

WordPress

O WordPress é um gerenciador de conteúdos que permite ao usuário


criar e gerenciar os seus próprios sites ou blogs. Nele, o usuário
encontra diversos recursos, que podem ser personalizados para atender
às especificidades de cada projeto. Assista a um tutorial sobre o
WordPress.

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video_library
Tutorial WordPress
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do WordPress.

Joomla

O Joomla é um gerenciador de conteúdos que permite ao usuário criar e


publicar sites na web. Ele possui diversos recursos personalizáveis e de
fácil utilização. Assista a um tutorial sobre o Joomla.

video_library
Tutorial Joomla
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do Joomla.

Além das duas opções apresentadas, veja a seguir algumas outras


ferramentas que podem ser utilizadas:

Saiba mais

Trouxemos uma relação de Sistemas de Gerenciamento de Conteúdo


para você explorar um pouco mais. Você os encontrará facilmente,
através de qualquer site de pesquisa na internet: Drupal; Wix;
Textpattern; e Radiant.

Objetos de aprendizagem

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Os objetos de aprendizagem (OA) são recursos, digitais ou não, usados


como suporte para o desenvolvimento da aprendizagem, que podem ser
reutilizados, permitindo a aplicação em diferentes contextos.

Para que um recurso seja considerado um OA, utilizado em cursos a


distância, ele deve atender a alguns critérios apresentados a seguir, com
base em Braga (2012):

Braga
Juliana Cristina Braga é doutora em Computação Aplicada pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (2004), mestre em Engenharia Agrícola
pela Universidade Federal de Viçosa (2000) e graduada em Ciência da
Computação pela Universidade Federal de Viçosa (1997). Atua,
principalmente, em temas relacionados à área de Computação. Atualmente,
é pesquisadora e professora da Universidade Federal do ABC e uma das
líderes do grupo de pesquisa INTERA - Inteligência em Tecnologias
Educacionais e Recursos Acessíveis. Além disso, é autora de dois livros
sobre objetos de aprendizagem.

Atender a uma função didática

Deve ter objetivos de aprendizagem claros e alcançáveis.

Disponibilidade

Precisa ser facilmente encontrado pelo usuário.

Acessibilidade

Deve ser acessado por qualquer pessoa (com ou sem


deficiência) e utilizado em diferentes contextos.

Precisão

Deve atender, com precisão, aos requisitos propostos.

Confiabilidade

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A estrutura deve estar em perfeito funcionamento, sem erros


no conteúdo.

Portabilidade

Deve funcionar em diferentes sistemas, AVA e dispositivos.

Interoperabilidade

Deve permitir que os dados sejam exportados para diferentes


sistemas.

Usabilidade

Deve ser de fácil utilização e seguir os padrões de usabilidade.

Como exemplos de objetos de aprendizagem, temos:

Vídeos

Podcasts
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E-books

Infográficos

Jogos

Recursos de realidade aumentada


Que tal criar alguns objetos de aprendizagem?

Vamos praticar?
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Agora que já entendeu sobre objetos de aprendizagem, chegou o


momento de você vai criar o seu!

Escolha uma das ferramentas a seguir.

YouTube

O YouTube é uma plataforma de compartilhamento de vídeos que


permite ao usuário assistir aos vídeos e criar o seu canal para publicar e
compartilhar os seus conteúdos. Assista a um tutorial sobre o YouTube.

video_library
Tutorial Youtube
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do Youtube.

SoundCloud

O SoundCloud é um streaming utilizado para a publicação de arquivos


em áudio. Nele, além de ouvir músicas e podcasts, você também pode
compartilhar as suas próprias mídias.

Quer algumas dicas sobre como elaborar o seu podcast? Aperte o play a
seguir.

headset
Podcast
Neste podscat, será apresentado um tutorial com dicas de como fazer
um podcast.

Agora, assista a um vídeo sobre como usar o SoundCloud e quais


equipamentos você vai precisar para gravar o seu podcast.

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video_library
Tutorial SoundCloud
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do SoundCloud.

Google Expedition

O Google Expedition é um aplicativo educacional que permite ao


professor criar ambientes virtuais imersivos de realidade aumentada
(RA) e de realidade virtual (RV). Assista a um tutorial sobre o Google
Expedition.

video_library
Tutorial Google Expedition
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do Google
Expedition.

Além das três opções apresentadas, veja a seguir algumas outras


ferramentas que podem ser utilizadas para criação de objetos de
aprendizagem, você os encontrará facilmente, através de qualquer site
de pesquisa na internet:

Realidade aumentada expand_more

HP Reveal;
Sketchar.

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Jogos expand_more

Fun Learning;
Tamboro;
Minecraft Education Edition;
Spelling Bee;
Word Finder.

E-books expand_more

EvoBooks;
Árvore de Livros.

Outros expand_more

Essas ferramentas são para fazer: apresentações, visitas virtuais,


projetos visuais, vídeos online e animações.

Sway;
Google Arts & Culture;
Canva;
Renderforest.

Avaliações online
A avaliação da aprendizagem é uma das etapas fundamentais do
processo de ensino e aprendizagem, pois é o momento em que se faz
um diagnóstico dos conhecimentos do aluno, pode-se verificar o seu
progresso e se ele alcançou os objetivos propostos ao final da ação
educacional.

Hoje, existem diversas ferramentas que permitem ao professor elaborar


testes, questionários e trabalhos e disponibilizá-los em plataformas
online, possibilitando que os alunos realizem as avaliações e tenham
acesso ao resultado da sua performance.

Veja algumas dicas para elaborar avaliações online:

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Contemple todos os temas abordados no conteúdo nas


questões da avaliação. Você pode elaborar uma questão
para cada tópico para garantir que todos os temas sejam
contemplados.

Elabore questões baseadas em exemplos da vida real. Isso


aproxima o conteúdo ao contexto dos alunos e os estimula a
refletir sobre questões práticas.

Diversifique os tipos de questões de acordo com as


ferramentas e com o ambiente virtual que você utilizará.

Elabore textos claros e diretos. O aluno precisa compreender


claramente o que é solicitado e quais são os comandos que
deve realizar.

Limite o tempo de realização da avaliação e as tentativas de


resposta. Isso estimula o aluno a buscar o melhor
desempenho nas avaliações.

Elabore feedbacks para todas as questões, explicando as


que estão certas e as que estão erradas. Lembre-se que o
aluno, na maioria das vezes, realiza a avaliação online
sozinho. Por isso, é necessário ser claro nos feedbacks.

Que tal criar algumas avaliações online?

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Vamos praticar?
Mais uma vez, sugerimos que você crie as suas avaliações seguindo o
tema que escolheu para elaborar o ambiente virtual de aprendizagem e,
ao final, publique-as nesse espaço.

Escolha uma das ferramentas a seguir.

Google Forms

O Google Forms é uma ferramenta gratuita que permite ao usuário criar


formulários online e compartilhá-los com outras pessoas. Ele
disponibiliza diversos tipos de questões, além de gerar um resumo
automático das respostas em tempo real. Assista a um tutorial sobre o
Google Forms.

video_library
Tutorial Google Forms
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do Google Forms.

Kahoot

O Kahoot é uma ferramenta para a criação de jogos educativos que


podem ser aplicados em sala de aula para realizar testes e avaliações
de forma mais lúdica. Para acessá-los, basta ter um navegador web ou o
aplicativo Kahoot. Assista a um tutorial sobre essa ferramenta.

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Tutorial Kahoot
Neste vídeos, você verá como utilizar a ferramenta do Kahoot.

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Além das duas opções apresentadas, veja a seguir algumas outras


ferramentas que podem ser utilizadas:

Saiba mais

Trouxemos uma relação de ferramentas para criação de Avaliações


online para você explorar um pouco mais. Você os encontrará
facilmente, através de qualquer site de pesquisa na internet: Plickers;
Socrative; Testmoz; e That Quiz.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Imagine a seguinte situação: Um professor de Geografia precisa


trabalhar o conteúdo “Depressão Geográfica” com seus alunos e
gostaria de tornar o processo de ensino e aprendizagem mais
dinâmico e envolvente. Levar os alunos a um local em que existe
essa forma de relevo seria uma tarefa difícil. Por isso, esse
professor está buscando um recurso digital que permita a
visualização mais real das características e da estrutura das
depressões geográficas.

Pensando nas tecnologias digitais que você conheceu neste


módulo, selecione a opção que apresenta a ferramenta mais
adequada a esse contexto, que poderá ser utilizada pelo professor
para tornar a aula mais dinâmica.

A SoundCloud.

B Joomla.

C Google Expedition.

D LMS Estúdio.

E Plickers.

Parabéns! A alternativa C está correta.

O Google Expedition é a ferramenta que mais se adequa a esse


contexto, pois uma de suas possibilidades é a criação de
expedições virtuais, com base na realidade aumentada e na
realidade virtual. O professor poderá criar uma expedição virtual às

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

depressões geográficas e tornar o processo de aprendizagem mais


dinâmico, trabalhando a partir de uma experiência imersiva.

Questão 2

A avaliação é uma das etapas fundamentais do processo de ensino


e aprendizagem. As tecnologias digitais vêm auxiliando a realização
desse processo, com o uso de ferramentas que permitem ao
professor desenvolver testes e exercícios online para os seus
alunos. Com base nisso, analise a situação a seguir:

Um professor de matemática precisa desenvolver um teste para os


seus alunos. No entanto, um dos seus objetivos é que essa
avaliação seja dinâmica e motive os alunos a participar do
processo de ensino e aprendizagem, pois considera que essa
motivação é um fator crucial para o bom desempenho dos alunos.

Dentre as ferramentas que você conheceu nesse módulo, qual delas


o professor poderia utilizar para tornar o momento da avaliação
mais lúdico?

A Kahoot.

B MoodleCloud.

C Google Expedition.

D WordPress.

E SoundCloud.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Como vimos, o Kahoot é uma plataforma em que o professor pode


realizar testes em forma de jogos digitais e envolver toda a turma
nesse processo. Dentre as opções, essa é a que mais se adequa ao
objetivo do professor, pois permite que o processo de avaliação
seja mais lúdico, envolvendo e motivando os alunos.

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Considerações finais
Como vimos, o uso das tecnologias digitais em sala de aula permite
aproximar os métodos de ensino à realidade do aluno. Essas
tecnologias também são ferramentas capazes de potencializar o
aprendizado. Uma vez que as tecnologias evoluem continuamente, é
importante que o professor esteja atento a essas mudanças, pois elas
trazem novas possibilidades ao processo de ensino e aprendizagem,
bem como novas competências a serem alcançadas pelo professor e
pelos alunos.

headset
Podcast
Neste podcast, os especialistas Roberto Paes, Marta Montes e Luís
Cláudio Dallier encerram o tópico conversando sobre como as
tecnologias digitais podem impactar a Educação.

Explore +
O artigo Ciberespaço: uma nova configuração do ser no mundo, de
Taziane Silva, Talita Teixeira e Sylvia Freitas, publicado em Psicologia em
Revista é um ótimo material para aprofundamento.

A reportagem A Geração Z e a conexão 24 horas por dia, da revista


Exame, publicada em 28 nov. 2017, nos ajuda a compreender um pouco
melhor essa complexa geração.

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

Referências
BRAGA, J. ; DOTTA, S. C.; Pimentel, Edson ; STRANSKY, B. Desafios para
o Desenvolvimento de Objetos de Aprendizagem Reutilizáveis e de
Qualidade. In: DesafIE - Workshop de Desafios da Computação
aplicados à Educação, 2012, Curitiba. Anais do DesafIE - Workshop de
Desafios da Computação aplicados à Educação, 2012.

LÈVY, P. Cibercultura. São Paulo: 34, 1999.

LUND, M. Os três tipos de inovação de Clayton Christensen. Consultado


na internet em: 18 mar. 2022.

RAMOS, B. Eletrônicos estão substituindo livre brincar, aponta


pesquisa. Consultado na internet em: 18 mar. 2022.

REVISTA EXAME. A Geração Z e a conexão 24 horas por dia. Consultado


na internet em: 18 mar. 2022.

SCHELEMMER, Eliane; Ambiente virtual de aprendizagem (AVA): uma


proposta para a sociedade em rede na cultura da aprendizagem. In:
VALENTINI, Carla Beatris; SOARES, Eliana Maria do Sacramento.
Aprendizagem em Ambientes Virtuais: compartilhando ideias e
construindo cenários. Caxias do Sul: EDUCs, 2005.

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18/09/2023 16:26 Didática e uso das tecnologias

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade


Prof.ª Marta Teixeira do Amaral Montes

Descrição

Os processos da produção do conhecimento educacional no mundo


contemporâneo, considerando as metodologias ativas como proposta
de ação pedagógica.

Propósito

Compreender a necessidade de a formação docente vincular as


competências e habilidades desenvolvidas no interior da sala de aula ao
contexto em que a escola está inserida no mundo contemporâneo.

Objetivos

Módulo 1

Os desafios da educação no século XXI

Distinguir os desafios da educação para o século XXI.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 1/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Módulo 2

Metodologias ativas

Identificar as teorias que embasam o uso das metodologias ativas.

Introdução
A prática docente na contemporaneidade demanda compreender o
contexto, não apenas educacional, mas também o social,
econômico, político e cultural, uma vez que a educação do século
XXI perpassa todos esses aspectos. Ao longo deste
conteúdo,iremos abordar os principais desafios atuais no que tange
à educação e apresentar estratégias pedagógicas que possibilitem
o processo de ensino-aprendizagem em sua complexidade,
considerando o protagonismo dos alunos.

1 - Os desafios da educação no século XXI


Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir os desafios da educação para o século
XXI.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 2/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Desafios da educação para o século


XXI
A Idade Contemporânea se refere ao tempo presente, ou seja, aquele em
que vivemos. É esse o contexto que nos interessa e com base no qual
vamos estudar os processos didáticos que podem ser aplicados na
educação como forma de responder às suas demandas.

Uma vez que o nosso foco é a educação, podemos citar alguns


aspectos do mundo contemporâneo que influenciam diretamente o
contexto escolar e que se apresentam como desafios na
contemporaneidade. São eles:

Aspectos econômicos

Problemas de evasão escolar

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 3/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Conflitos relacionados à convivência escolar

Pertinência da legislação educacional


Sobre isso, vejamos o que Jacques Delors afirma:

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 4/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Jacques Delors
Delors nasceu em Paris, em 1925. Começou sua carreira no Banque de
France em 1945, foi membro do gabinete do primeiro-ministro Jacques
Chaban-Delmas (1969-1972) e diretor do Centro de Pesquisa Trabalho e
Sociedade. Foi eleito deputado ao Parlamento Europeu em 1979 e de maio
de 1981 a julho de 1984 foi ministro da Economia. Jacques Delors foi
presidente da Comissão Europeia de 1985 a 1995. De 1992 a 1996, ele
presidiu a Comissão Internacional de Educação da Unesco para o século
XXI.

Fonte: institutdelors.eu.

Ante os múltiplos desafios do futuro, a educação


surge como um trunfo indispensável à
humanidade na sua construção dos ideais da paz,
da liberdade e da justiça social.

(DELORS, 2001, p. 11)

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

A citação acima faz parte do prefácio do relatório organizado por Delors,


elaborado entre 1993 e 1996 por inúmeros especialistas do mundo todo,
cujo objetivo era trazer de volta à educação sua principal característica:
ser ferramenta indispensável à convivência humana.

Esse documento faz, então, uma retrospectiva do século XX,


apresentando os cenários de uma educação voltada ao século XXI. Para
isso, o relatório organizado por Delors (2001) busca identificar o que
denomina de tensões a ultrapassar, que constituem a base do que se
apresentaria no século XXI. Podemos resumir essas tensões
provenientes do século XX da seguinte forma:

Relatório
O relatório organizado por Delors chama-se Educação: um tesouro a
descobrir e foi editado no Brasil como livro. Esse relatório caracteriza a
proposta para Unesco e os projetos educacionais que deveriam servir de
base para uma educação para o século XXI. O livro, portanto, mantém-se
plenamente atual e merece uma leitura atenta.

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Século XX
O final do século XX pode ser resumido como um tempo de desencanto
que, apesar das inúmeras inovações nos campos da tecnologia, economia
e saúde, trouxe a sensação de exclusão para muitas pessoas.

Mais que mera sensação, a exclusão foi real para muitos, principalmente no campo

material, em que o desenvolvimento e progresso de algumas áreas conviveram, lado a

lado, com o desemprego gigantesco e a distribuição de renda plenamente irregular.

Havia também a perspectiva de um futuro melhor, pois o fim da polaridade da Guerra

Fria não garantiu a paz esperada. As telecomunicações tornaram o mundo

globalizado. No entanto, a convivência entre povos, inclusive entre pessoas de um

mesmo país, passou a ser cada vez mais caótica, pois a contradição entre as

possibilidades de crescimento (econômico e social) e a realidade em que as pessoas


vivem gera um desencanto. Também o sistema educacional não conseguiu oferecer

condições de superação desse processo de desencantamento com o mundo e com o

futuro.

Global X Local

Todos nós somos chamados a nos tornar cidadãos do


mundo, especialmente a partir da difusão de informações
das mídias digitais, mas sem perder a identidade e o
interesse pela realidade local, regional.

Universal X Singular

Refere-se à inevitável mundialização da cultura: cada vez


mais, somos chamados a consumir uma cultura globalizada.
Disso resulta a importância de buscar formas de preservar
as raízes culturais do próprio povo, da própria etnia.

Tradição X Modernidade
E i l t t d d t l i d
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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade
Especialmente por conta dos avanços das tecnologias da
informação (TIs), corre-se o risco de abandonar tudo que
não se enquadre nos moldes da sociedade midiática.

Soluções de curto prazo X Soluções de longo prazo

Essa mesma sociedade midiática tem levado as pessoas a


um imediatismo em vários âmbitos da convivência social.
Torna-se necessário pensar em planejamentos mais sólidos
(ainda que com prazos maiores que o esperado) diante dos
problemas encontrados, mas sem negar as urgências
também presentes.

Livre competitividade X Igualdade de oportunidades

Talvez, esta seja uma das tensões mais antigas, identificada


desde o início do século. Na maioria das vezes, a
competitividade, que poderia levar à criatividade, à inovação
e ao desenvolvimento, concretiza-se na forma de exclusão
social.

Conhecimento X Saber

A preocupação é estabelecida, aqui, pela tendência de se


formar o aluno para atender às exigências do mercado. Não
se pode renunciar a uma formação que dê atenção à saúde
física e psicológica dos indivíduos, o que engloba, também,
uma relação mais saudável com o meio ambiente.

Espiritual X Material

É preciso encontrar caminhos de valorização da


subjetividade humana, uma formação de valores que, longe
de provocar conflitos, deve servir de instrumento de
tolerância e respeito às diferenças e aos pluralismos em
diversos âmbitos da sociedade.

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Para enfrentar esses desafios, são apresentados quatro grandes pilares


que servem de suporte a um projeto educacional chamado educação
para o século XXI: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver e aprender a ser.

1. Conhecer

O aprendizado não se reduz apenas ao acúmulo de


conhecimentos recebidos, mas também à capacidade de
aproveitar e adaptar tais conhecimentos ao contexto social e
cultural.

2. Fazer

A habilidade adiquirida com o aprendizado não pode deixar de


oferecer condições concretas para a realização de um trabalho
específico, atual ou futuro.

3. Conviver

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O aprendizado deixa de ter um caráter meramente individual e


adquire uma responsabilidade social, que visa à convivência
plural e harmônica.

4. Ser

A educação deve dar oportunidade para a formação do cidadão


de maneira coletiva, mas também é sua responsabilidade
valorizar as potencialidades de cada indivíduo.

Perceba que a simples articulação entre as palavras conhecer-fazer-


conviver-ser já aponta para as características essenciais da educação:
contribuir para que o aluno construa conhecimentos, de modo que ele
possa agir sobre a sua realidade social e transformá-la.

video_library
Os pilares da educação
No vídeo a seguir, a professora Dalta Motta fala sobre os pilares da
educação propostos no relatório organizado por Delors, abordando a
convergência desses pilares na prática educacional.

Reflexões pedagógicas para o século


XXI

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Alinhados à percepção do relatório organizado por Delors sobre a


educação contemporânea, três autores merecem destaque por suas
reflexões pedagógicas. São eles: Edgar Morin, Philippe Perrenoud e Ken
Robinson. Vamos conhecê-los!

Edgar Morin
Edgar Nahoum (codinome Edgar Morin) nasceu em 8 de julho de 1921 em
Paris, França. Formou-se em direito, geografia e história, além de ter
desenvolvido estudos nas áreas de filosofia, sociologia e epistemologia. É
considerado um dos principais pensadores da contemporaneidade, tendo
desenvolvido a teoria da complexidade e obras importantes, como: Os sete
saberes necessários à educação do futuro; As duas globalizações:
complexidade e comunicação, uma pedagogia do presente; Para navegar no
século XXI/21: tecnologias do imaginário e cibercultura, entre outras.

Fonte: ihuonline.unisinos.br

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Philippe Perrenoud
Psicólogo suíço, Perrenoud nasceu em 1944. É doutor em sociologia e
antropologia e atua nas áreas de currículo e práticas pedagógicas. Em suas
análises, esse autor questiona o objetivo de o aluno ir à escola, abordando o
conceito de aprendizagem por meio de competências.

Fonte: unige.ch

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Ken Robinson
Nascido em Liverpool, na Inglaterra, em 4 de março de 1950, Ken Robinson
estudou inglês e dramatização na Universidade de Leeds, tendo concluído o
doutorado na área de drama e teatro na educação, em 1981, pela
Universidade de Londres. É conhecido mundialmente, atuando como
consultor educacional, com ênfase em criatividade e inovação.

Fonte: Paradigma da Matrix, 2011.

Edgar Morin
Vejamos um pequeno trecho do pensamento de Edgar Morin sobre o
que deve ser feito para a educação do futuro:

Há sete saberes fundamentais que a educação do


futuro deveria tratar em toda a sociedade e em
toda a cultura, sem exclusividade nem rejeição [...].

(MORIN, 2001, p. 13)

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Esta citação faz parte do famoso livro de Edgar Morin, Os sete saberes
necessários à educação do futuro. A proposta de Morin é apresentar
esses saberes como condição reflexiva para se pensar a educação na
forma como vinha se apresentando ao longo do século XX. A ideia é, a
partir disso, projetar os avanços necessários para assumir seu papel de
protagonista na formação do cidadão do século XXI. Morin, então,
aborda sete problemas específicos da educação, que chama de
“buracos negros”.

Vejamos:

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O que é o conhecimento?

O ensino dá o conhecimento, porém não ensina o que é.

Qual a pertinência do conhecimento?

O ensino tende a valorizar as disciplinas, deixando de lado o


contexto no qual o conhecimento será implementado.

Qual o papel da identidade humana?

O ensino, em geral, ignora a identidade humana e a sua


relação com as ciências.

O que significa compreender?

O ensino não aborda o significado da palavra “compreender”


e a necessidade de se compreender uns aos outros.

O que fazer com as incertezas?

O ensino não aborda a capacidade de lidar com aquilo que


não é previsível.

Qual o papel da globalização no conhecimento?

O ensino, em geral, não aborda o fato de que tudo está


conectado e de que a comunidade tem sido direcionada para
um destino comum.

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Qual a responsabilidade individual e social?

O ensino não aborda essa relação de responsabilidades nos


âmbitos social e individual.

Perceba que os sete problemas apontados por Morin como buracos


negros são a base para construção de sete saberes a serem explorados,
uma vez que conduzem a uma reflexão complexa acerca dos reais
impactos que tais saberes trazem à realidade escolar. No entanto, é
importante ressaltar que a proposta desse autor não é modificar os
programas educacionais, anulando a estrutura de disciplinas. Antes,
Morin propõe uma integração dos sete saberes com as disciplinas já
estabelecidas. Então, reveja os problemas elencador e observe que, para
o desenvolvimento de cada saber escolar de maneira encadeada,
devemos levar em consideração esses saberes.

Philippe Perrenoud
De acordo com Philippe Perrenoud:

Ninguém pode observar e conceituar todas as


facetas do ofício de professor, conhecer com a
mesma precisão e a mesma pertinência todas as
competências correspondentes [a este ofício].

(PERRENOUD, 2000, p. 171)

Esta citação faz parte da obra de Perrenoud (2000), Dez novas


competências para ensinar, e mostra uma preocupação específica desse
autor acerca da formação docente e, consequentemente, da
aprendizagem. Perrenoud, nessa obra, elenca as 10 competências
necessárias para o professor:

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

1.

Organizar e dirigir situações de


aprendizagem.

2.

Administrar a progressão das


atividades.

3.

Conceber e fazer evoluir os


dispositivos de diferenciação.

4.

Envolver os alunos em suas


aprendizagens e seu trabalho.

5.

Trabalhar em equipe.

6.

Participar da administração da
escola.

7.

Informar e envolver os pais.

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

8.

Utilizar novas tecnologias.

9.

Enfrentar os deveres e os
dilemas éticos da profissão.

10.

Administrar sua própria


formação contínua.

Apesar da complexidade de definir o papel do professor e, portanto, sua


formação, nesse livro, Perrenoud (2000) procurou apresentar algumas
competências possíveis e explorá-las de forma a oferecer um suporte
ao docente que desejasse assumir um papel mais comprometido com a
educação do século XXI.

A principal contribuição de Perrenoud para a educação contemporânea


foi a valorização do conceito de competências. Esse conceito parece
não só ter sobrevivido às duas décadas do século XXI, como tem
fundamentado grande parte da legislação educacional, especialmente
no Brasil.

Ken Robinson
Veremos agora a perspectiva de Ken Robinson:

A educação é o sistema que supostamente


deveria desenvolver nossas aptidões naturais e
nos permitir trilhar nosso caminho no mundo. Em
vez disso, ela está sufocando talentos e
habilidades de um número excessivo de
estudantes e acabando com a motivação deles
para aprender.

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade
(ROBINSON, 2010, p. 28)

Esta citação expressa um dos questionamentos de Robinson feito em


2006 enquanto ele se apresentava em uma importante conferência nos
Estados Unidos:

As escolas matam a criatividade?

Nessa mesma conferência, Robinson buscou responder a esse


questionamento criticando o que ele chama de “modelo técnico-
industrial da educação”, disfarçado de “modelo acadêmico”. Esse
modelo, presente no mundo todo, valoriza apenas um aspecto da
formação humana — geralmente a lógico-matemática — e não permite
que outras perspectivas tenham relevância na formação do indivíduo. A
partir disso, pode-se responder à pergunta de Robinson: sim, as escolas
estão matando a criatividade!

Como resposta a esse contexto, Robinson propõe um processo


educacional que valorize as aptidões individuais, permitindo que cada
estudante trace caminhos para seu aprendizado e, consequentemente,
realize-se pessoal e profissionalmente. Dessa forma, o estudante poderá
contribuir efetivamente para a sociedade em que vive. Embora com teor
bastante utópico, as ideias de Robinson continuam presentes em muitas
conferências e projetos educacionais além de seus livros.

Utópico
A palavra utopia, de origem grega, significa, etimologicamente, “lugar que
não existe”. Em geral, entendemos esse conceito como algo que é
inalcançável. No entanto, essa palavra também pode representar o
comprometimento com um ideal, trazendo a necessidade de agir para que
ele se concretize.

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Para responder aos desafios da educação para o século XXI,


percebidos no relatório da Unesco como tensões, são apresentados
pilares que seriam base para todos os projetos educacionais
daquele período em diante.

Sobre isso, marque a alternativa que apresenta corretamente um


dos pilares propostos no relatório:
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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Aprender a fazer: o aprendizado não se reduz ao


acúmulo de conhecimentos, mas à capacidade de
A
aproveitar e adaptar tais conhecimentos ao seu
contexto social e cultural.

Aprender a conviver: a habilidade adquirida pelo


aprendizado não pode desistir de oferecer
B
condições concretas para a realização de um
trabalho específico, atual ou futuro.

Aprender a conhecer: o aprendizado deixa de ter um


caráter meramente individual e adquire uma
C
responsabilidade social, que visa à convivência
plural e harmônica.

Aprender a ser: a educação deve dar oportunidade


D para a formação do cidadão coletivo, mas também
valorizar as potencialidades de cada indivíduo.

Aprender a questionar: a educação do futuro exige


que o educando seja cada vez mais consciente de
E
seu papel na sociedade, questionando o mundo em
que vive.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Enquanto aprender a conhecer propõe um aprendizado que busca a


autonomia do aprendiz, permitindo que ele desenvolva novas
formas de aprendizado, aprender a fazer indica um ensino que
ofereça condições efetivas de assumir determinada prática social
como cidadão. Aprender a conviver sugere que sua atuação
extrapola interesses pessoais, apresentando responsabilidades
sociais de convivência, o que efetiva o processo de aprender a ser.
Embora se espere do aluno/cidadão do século XXI uma consciência
crítica, "aprender a questionar", por si só não caracteriza um dos
pilares propostos.

Questão 2

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Perrenoud, autor do livro 10 novas competências para ensinar, faz


uma abordagem sobre as competências para o século XXI
necessárias à atuação do professor.

Sobre isso, analise as afirmativas a seguir:

I. O professor deve elaborar atividades avaliativas a serem


aplicadas antes, durante e após a ação educacional, de modo que o
aluno possa manifestar o progresso de sua aprendizagem.
II. O professor deve valorizar o trabalho individual durante o
planejamento e a elaboração de suas aulas.
III. O professor deve envolver os pais dos alunos nas ações
educacionais, de modo a torná-los participativos na construção de
novos saberes.
IV. O professor deve estar atento às inovações tecnológicas e deve
buscar os conhecimentos necessários, de modo que possa explorar
em sala de aula as potencialidades didáticas das tecnologias.

Considerando ações docentes coerentes com as competências


propostas por Perrenoud (2000), está correto o que se afirma em

A I, II e III.

B I, III e IV.

C II, III e IV.

D I e IV.

E II e IV.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A afirmativa II está incorreta pois, ao contrário, Perrenoud (2000)


cita como competência para ensinar a capacidade do professor de
trabalhar em equipe, desenvolvendo projetos e trabalhos em grupo,
com o objetivo de gerar representações comuns.

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2 - Metodologias ativas
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as teorias que embasam o uso das
metodologias ativas.

Metodologias ativas
Como vimos, os pilares da educação para o século XXI, conhecer-fazer-
conviver-ser, influenciam significativamente na aprendizagem dos
alunos. Um fator importante nesse processo é a motivação para a
aprendizagem. Por isso, no contexto contemporâneo, torna-se
necessário identificar os aspectos que motivam e encantam os mais
jovens. Sobre isso, vejamos o que Martha Gabriel afirma:

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Martha Gabriel
Escritora, consultora e palestrante, atua nas áreas de marketing digital,
inovação e educação. É autora de seis livros, dentre eles o best seller
Marketing na Era Digital.

Fonte: martha.com.br

A evolução das tecnologias digitais de informação


e comunicação tem transformado profundamente
a sociedade em todas as suas dimensões,
inclusive a educação.

(Martha Gabriel)

Essa autora identifica as tecnologias digitais como um fator que tem


transformado a sociedade. Posto que vem ocupando um lugar central
na vida das pessoas, a tecnologia tem sido identificada como um fator
de motivação dos alunos. Por isso, torna-se necessário integrar essas

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tecnologias às metodologias de ensino, de modo que sejam


importantes aliadas da aprendizagem.

Uma estratégia pedagógica bastante centrada no aluno e que é


potencializada pelo uso das tecnologias digitais é a metodologia ativa.
Vejamos como José Moran define essa metodologia:

José Moran
Filósofo espanhol naturalizado brasileiro. Doutor em ciências da
comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Atuou como professor,
pesquisador, conferencista e orientador de projetos de transformação da
educação com metodologias ativas e modelos híbridos.
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Fonte: Currículo Lattes.

As metodologias ativas são pontos de partida em


direção a processos mais avançados de reflexão,
de integração cognitiva, de generalização, de
reelaboração de novas práticas. Nas metodologias
ativas, o aprendizado se dá a partir da
antecipação, durante o curso, de problemas e
situações reais (os mesmos que os alunos
vivenciarão depois na vida profissional).

(MORAN, 2015, p. 18-19)

Portanto, as metodologias ativas buscam colocar o aluno no centro do


processo de ensino e aprendizagem, permitindo que crie soluções e
busque os conhecimentos de que necessita. Nesse contexto, o
professor atua muito mais como um orientador do processo de
construção da aprendizagem, estimulando, também, a interação entre
os alunos.

Perceba que o professor deixa de ser o detentor do conhecimento, pois,


atualmente, o aluno tem acesso a uma quantidade enorme de
informações proporcionadas pelas tecnologias digitais. Ao professor,
cabe, então, orientar os alunos nessa busca pelo conhecimento.

Podemos citar alguns dos métodos utilizados nas metodologias ativas:

local_library
Estudo de caso

science
Aula em laboratório

science
Trabalhos em grupo

theater_comedy
Simulações

warning
Aprendizagem baseada em problemas ou
projetos (PBL)
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help
Aprendizagem baseada em perguntas
O sucesso de qualquer uma dessas metodologias depende da mudança
decisiva na atuação do professor em sala de aula. Com o uso de
metodologias ativas, o professor precisa enxergar o aluno sob a
perspectiva da ação e da parceria, ou seja, o trabalho pedagógico deve
estar fundamentado no diálogo.

O que caracteriza um meio que se propõe ativo é o posicionamento da


inteligência em contraposição à passividade característica dos métodos
tradicionais de ensino. Além de pensar, o aluno precisa sentir o que está
fazendo para não ficar entediado com o conteúdo.

Para incluir os sentimentos na construção de conhecimento, é


necessário dar significado ao que se aprende, a partir do bom humor, da
disposição e da alegria no processo de aprendizado. Portanto, as
tecnologias digitais são muito importantes para oferecer ferramentas
para a realização dessa proposta.

Convidamos a professora Martha Amaral para falar um pouco mais


sobre esse assunto. Veja a seguir!

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Martha Amaral
Possui pós-doutorado e doutorado em educação pela Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ), mestrado em educação pela Universidade Estácio
de Sá (UNESA), pós-graduação em educação a distância (EAD) pelo Centro
Universitário Estácio de Ribeirão Preto (UNISEB) e em administração de
recursos humanos pela Universidade Cândido Mendes (UCAM), e
graduação em pedagogia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Atualmente, é coordenadora nacional do curso de pedagogia EAD da
UNESA e coordenadora do curso de pedagogia do Centro Universitário
Univeritas.

Fonte: Currículo Lattes.

video_library
Metodologias ativas
Neste vídeo, a professora Martha Amaral falará sobre as metodologias
ativas.

Percebeu que, nas metodologias ativas, como o foco do ensino está no


aluno, ele pode traçar o seu próprio caminho para chegar ao
conhecimento?

Isso acontece porque, nessas metodologias, os meios para se buscar o


conhecimento não são determinados. O aluno pode, de acordo com
suas características, utilizar diferentes ferramentas e métodos para
buscar uma informação e construir o conhecimento, de acordo com seu
perfil de aprendizagem.

O autor Howard Gardner desenvolveu uma teoria que nos ajuda a


identificar diferentes perfis de aprendizagem — a teoria das
inteligências múltiplas —, segundo a qual existem nove perfis de
inteligência que determinam a forma de aprender. São eles:

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Howard Gardner
Cientista norte-americano formado em psicologia e neurologia.
Desenvolveu a teoria das inteligências múltiplas, divulgada na década de
1980, que influenciou significativamente o campo educacional.

Fonte: Nova Escola.org.br

Inteligência verbal

Habilidade em utilizar as palavras de forma efetiva.

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Inteligência lógico-matemática

Habilidade em utilizar os números de forma efetiva.

Inteligência cinestésica-corporal

Habilidade em expressar ideias e sentimentos usando o corpo.

Inteligência espacial

Habilidade em perceber o espaço físico.

Inteligência musical

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Habilidade em expressar formas musicais.

Inteligência interpessoal

Habilidade em perceber os sentimentos, as emoções e as


motivações das pessoas.

Inteligência intrapessoal

Habilidade em se autoconhecer e agir com base nisso.

Inteligência natural

Habilidade em lidar com a natureza.

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Inteligência existencial

Habilidade em compreender o mundo transcendental.

O conhecimento dos diferentes tipos de inteligência permite ao


professor selecionar os métodos que mais se adéquam aos perfis de
aprendizagem dos seus alunos. Esse autoconhecimento possibilita ao
aluno escolher as ferramentas e os métodos que facilitarão não só a
busca, como também a manifestação do conhecimento.

Teorias que embasam o uso de


metodologias ativas
A concepção teórica que embasa as metodologias ativas é o
interacionismo. Essa concepção entende o sujeito como um ser ativo,
que constrói e se apropria de seus conhecimentos particulares a partir
dos elementos e estímulos fornecidos por outras pessoas e pelo meio
em que vive.

De acordo com essa teoria, cabe ao professor estimular e oferecer


várias opções de aprendizado e caminhos, a fim de que o aluno
construa seus conhecimentos por meio de um planejamento didático e
pedagógico que facilite a aprendizagem.

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Os principais teóricos que embasam a perspectiva interacionista são


Jean Piaget, Lev Vygotsky e John Dewey. Em suas concepções, esses
teóricos concebem o aprendizado sempre relacionado ao contexto
social no qual o aluno está inserido.

Jean Piaget
Nasceu em Neuchâtel, na Suíça, no dia 9 de agosto de 1896. Estudou
biologia na Universidade de Neuchâtel e, em 1918, tornou-se doutor em
biologia. Desenvolveu estudos na área da psicologia, na qual revolucionou
os conceitos de inteligência e de desenvolvimento cognitivo. Piaget
também criou uma metodologia educacional que valorizava os âmbitos
pessoal e social do indivíduo no processo de construção do conhecimento.

Fonte: eBiografia.com

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Lev Vygotsky
Nasceu em Orsha, cidade próximo a Minsk, capital da Bielo-Rússia, no dia
17 de novembro de 1896. Formou-se em direito pela Universidade de
Moscou, onde também estudou literatura e história da arte. Desenvolveu
pesquisas na área de psicologia, enfatizando os processos de
aprendizagem. A teoria de Vygosky foi de grande relevância para a
educação.

Fonte: eBiografia.com

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 34/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

John Dewey
Dewey nasceu em Burlington, cidade do estado norte-americano de
Vermont, no ano de 1859. Formou-se na Universidade Johns Hopkins, onde
estudou artes e filosofia. Escreveu sobre arte, religião, moral, teoria do
conhecimento, psicologia, política, filosofia e educação.

Fonte: Pedagogia.com.br

Jean Piaget
Segundo Jean Piaget:

Somente a educação pode salvar nossas


sociedades de uma possível dissolução, violenta
ou gradual.

(PIAGET apud MUNARI, 2010, p. 17)

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Para Piaget (apud MUNARI, 2010), as interações sociais possuem


grande importância, pois é por meio delas que novas informações e
características do meio são transmitidas, contribuindo para a
assimilação do conhecimento de maneira ativa, de acordo com o
estágio de desenvolvimento cognitivo do sujeito. Vejamos como ocorre
esse processo:

Imagine um grupo social em que


informações e conhecimentos
são compartilhados.

Se relacionando com o grupo, o


indivíduo processa as
informações oferecidas e as
reestrutura de maneira única.

Essas informações processadas


e reestruturadas se integram aos
conhecimentos já construídos.

Nessa reestruturação, o
indivíduo produz novos
conhecimentos.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 36/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Esses novos conhecimentos são


compartilhados com o grupo em
um processo de cooperação.

Perceba que, para Piaget (apud MUNARI, 2010), as interações sociais


são o principal meio de aprendizado, pois, à medida que interage com
pessoas e objetos, o indivíduo está progredindo em suas formas de
pensamento e em suas ações. Nesse processo interacional, o sujeito
compreende que sua ação deve contribuir para a cooperação do grupo,
desenvolvendo, assim, uma vida afetiva.

Lev Vygotsky
Vejamos, agora, brevemente a perspectiva de Lev Vygotsky:

É por meio de outros, por intermédio do adulto,


que a criança se envolve em suas atividades.
Absolutamente tudo no comportamento da
criança está fundido, enraizado no social.

(VYGOTSKY apud IVIC, 2010, p. 16)

Para Vygotsky (apud IVIC, 2010), os processos sociais são importantes


para a construção do conhecimento. Dessa forma, o desenvolvimento
do indivíduo acontece a partir das interações que estabelece desde sua
infância com o meio social no qual está inserido. Vamos ver a seguir
como ocorre esse processo.

Imagine uma criança crescendo no seu meio familiar e recebendo todo


tipo de informações.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 37/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

A partir das interações estabelecidas, essa mesma criança desenvolve


os processos mentais superiores, que são:

visibility
Percepção

warning
Atenção

record_voice_over
Linguagem

auto_awesome
Sensação

psychology
Pensamento

favorite
Emoção
Para Vygotsky (apud IVIC, 2010), é por meio do contato com outras
pessoas que o sujeito se apropria dos instrumentos e signos e os
internaliza, desenvolvendo-se intelectualmente. De acordo com essa
perspectiva, é importante partir do que o aluno sabe para acessar o
conhecimento ainda não aprendido por ele. Por isso, o professor deve
levar em conta o conhecimento real da criança e gerar situações que
provoquem novas aprendizagens.

John Dewey
Enfim, vejamos os pensa John Dewey:

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

No que se refere à criança, há de se saber que sua


experiência já contém em si os elementos – fatos
e verdades – do mesmo tipo dos constitutivos dos
estudos elaborados pelos adultos e o mais
importante: sob que forma contém as atitudes, os
incentivos e os interesses que contribuíram para
desenvolver e organizar os programas
logicamente ordenados.

(DEWEY apud WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 16-17)

Dewey (apud WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 16-17) defende que a


aprendizagem ocorre pela experiência. Para ele, quando os alunos
frequentam um espaço de aprendizado, estão vivendo a vida e
aprendendo a partir dela.

Por isso, o autor considera errada o pensamento cujo princípio afirma


que a escola forma o aluno para a vida. De acordo com a perspectiva
desse teórico, a vivência na escola faz parte da vida. Essa instituição
precisa proporcionar momentos de aprendizagem com significado para
o estudante, propiciando experiências motivadoras.

Para Dewey (apud WESTBROOK; TEIXEIRA, 2010, p. 16-17), ao chegar na


escola, a criança já traz conhecimentos e experiências que devem ser
considerados no processo de ensino e aprendizagem. Vamos entender
um pouco mais a visão do autor:

Quando a criança inicia sua escolaridade, leva consigo quatro impulsos


inatos:

campaign
Comunicar

miscellaneous_services
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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Construir

live_help
Indagar

extension
Expressar-se de forma precisa
Esses impulsos são os recursos naturais, que devem ser utilizados
como pontos de partida para se investir no desenvolvimento ativo da
criança.

Nesse processo, cabe ao professor buscar os interesses e o contexto


social da criança e utilizá-los como insumo para elaborar atividades que
motivem o seu desenvolvimento, atuando como um orientador no
processo de construção do conhecimento.

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Leia a afirmação de Morin (2001) sobre metodologias ativas: “Nas


metodologias ativas de aprendizagem, o aprendizado se dá a partir
de problemas e situações reais; os mesmos que os alunos
vivenciarão depois na vida profissional, de forma antecipada,
durante o curso”.

Com base nessa citação, analise as afirmativas a seguir.

I. As metodologias ativas buscam deslocar para o centro do


processo de ensino e aprendizagem as tecnologias digitais, pois
potencializam o conhecimento.
II. Nas metodologias ativas, o professor atua muito mais como um
orientador do processo de construção da aprendizagem,
estimulando, também, a interação entre os alunos.
III. Nas metodologias ativas, o professor deixa de ser o detentor
único do conhecimento, pois considera que seu aluno tem acesso a
uma quantidade enorme de informações proporcionadas pelas
tecnologias digitais.
IV. Nas metodologias ativas, cabe ao professor estimular os alunos
na busca pela criação de soluções, construindo os conhecimentos
de que necessita.

Considerando as características das metodologias ativas, está


correto o que se afirma em

A I, II e III.

B I, III e IV.

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

C II, III e IV.

D II e IV.

E I e II.

Parabéns! A alternativa C está correta.

As tecnologias digitais potencializam as metodologias ativas. No


entanto, o centro do processo de ensino e aprendizagem deve ser o
aluno. Essa é a grande mudança que as metodologias trazem para
a estratégia pedagógica, conforme o que se afirma em II, III e IV.

Questão 2

Sabemos que a concepção teórica que fundamenta as


metodologias ativas é o interacionismo. Seus principais teóricos
são Piaget, Vygotsky e Dewey. Cada teórico trouxe importantes
contribuições para o campo da educação. Sobre isso, analise as
afirmativas a seguir, considerando V para as afirmativas verdadeiras
e F para as falsas:

( ) Segundo Piaget, as interações sociais possuem grande


importância no processo de aprendizagem, pois é por meio delas
que novas informações e características do meio são transmitidas.
( ) Segundo Vygotsky, à medida que se relaciona com determinado
grupo social, o indivíduo processa as informações oferecidas e as
reestrutura de maneira única, de acordo com seu desenvolvimento
cognitivo.
( ) Segundo Dewey, a aprendizagem ocorre pela experiência, ou seja,
quando os alunos frequentam um espaço de aprendizado, estão
vivendo a vida e aprendendo a partir dela.
( ) Segundo Vygotsky, os processos sociais são importantes para a
construção do conhecimento pelos sujeitos, pois é essa interação
que promove o desenvolvimento intelectual do indivíduo.

A sequência correta, de cima para baixo, é

A V, V, V e F.

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade
B V, F, V e V.

C F, V, V e F.

D F, F, V e V.

E V, F, V e F.

Parabéns! A alternativa B está correta.

A segunda afirmação é falsa pois é defendida por Piaget. Em


Vygotsky, a ênfase é dada ao processo de interação, embora não
despreze os elementos cognitivos próprios de cada etapa do
desenvolvimento do sujeito. Isso acontece pois, para o autor, é essa
interação que promove o desenvolvimento intelectual do indivíduo.

Considerações finais
Neste material, você identificou alguns dos principais desafios para a
educação do século XXI e percebeu as metodologias ativas como a
principal estratégia pedagógica a ser utilizada como resposta a esse
contexto cada vez mais permeado pelas tecnologias digitais. Sabendo
da complexidade do processo de ensino e aprendizagem, torna-se
essencial reconhecer as individualidades dos alunos, envolvendo-os nas
tomadas de decisão, a fim de torná-los ativos e participativos na
construção do conhecimento.

headset
Podcast
Neste podcast, os professores Rodrigo Rainha, Martha Amaral e Ada
Cabanas conversam sobre os desafios da educação na
contemporaneidade.

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18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

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Confira as indicações que separamos especialmente para você!

Assista aos seguintes vídeos, disponíveis no YouTube:

O saber e o sabor - documentário sobre a filosofia do aprendizado


e o saber

Jean Piaget - fases do desenvolvimento

Ken Robinson diz que as escolas acabam com a criatividade -


legendado

Vale a pena ler os seguintes artigos:

A noção de experiência em John Dewey, a educação progressiva e


o currículo de ciências, de Maria Cristina Ferreira dos Santos,
apresentado no VIII Encontro Nacional de Pesquisa, disponível nas
atas deste mesmo evento.

As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate


contemporâneo na educação, de José Carlos Libâneo, que pode
ser encontado na internet.

Os sete saberes necessários à educação do futuro, de Edgar


Morin, disponibilizado no portal do MEC.

Inteligências múltiplas e representações, de Josset Campagna de


Gáspari e Gisele Maria Schwarts, disponível no portal SciELO.

Leia também a obra A construção do pensamento e da linguagem, de L.


S. Vigotski, traduzido por Paulo Bezerra, publicado por Martins Fontes,
São Paulo, 2000.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 44/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

Se quiser aprender um pouco mais sobre as inteligências múltiplas e a


possibilidade de construção de testes de detecção, vale pena conhecer
a dissertação Modelo para auxiliar a detecção de inteligências
múltiplas, de Fabiana Melo, defendida em 2003 na UFSC.

Referências
BIOGRAFIA: Ken Robinson. Paradigma da Matrix, 2011. Consultado na
internet em: 23 jan. 2020.

DELORS, J. Educação: tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez; Brasília:


UNESCO, 2001.

FERRARI, M. Howard Gardner, o cientista das inteligências múltiplas.


Nova Escola, São Paulo, 1º out. 2008. Consultado na internet em: 23 jan.
2020.

FRAZÃO, D. Jean Piaget – psicólogo e pesquisador em Pedagogia.


eBiografia, 2015. Consultado na internet em: 23 jan. 2020.

FRAZÃO, D. Lev Vygotsky – psicólogo bielo-russo. eBiografia, 2017.


Consultado na internet em: 23 jan. 2020.

GABRIEL, M. Biografia. Martha Gabriel, s. d. Consultado na internet em:


23 jan. 2020.

GABRIEL, M. Educar: a (r)evolução digital na educação. São Paulo:


Saraiva, 2013.

GABRIEL, M. Livros: Educar: a (r)evolução digital na educação. Martha


Gabriel, s. d. Consultado na internet em: 23 mar. 2022.

IVIC, I. Lev Semionovich Vygotsky. Recife: Massangana, 2010. (Coleção


Educadores).

JOHN Dewey. Só pedagogia, s. d. Consultado na internet em: 23 jan.


2020.

MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. In: SOUZA,


C. A. de; MORALES, O. E. T. Convergências Midiáticas, Educação e
Cidadania: aproximações jovens. Ponta Grossa: UEPG/PROEX, 2015, p.
15-33.

MORIN, E. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São


Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 2001.

MUNARI, A. Jean Piaget. Recife: Massangana, 2010. (Coleção


Educadores).

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00036/index.html# 45/46
18/09/2023 16:25 Os processos didáticos e os desafios na contemporaneidade

ORGANIZAÇÃO do trabalho pedagógico – pensadores da educação –


Jacques Delors. Secretaria da Educação do Paraná, s. d. Consultado na
internet em: 23 jan. 2020.

PAULA, R. N. F. de. Philippe Perrenoud. InfoEscola, s. d. Consultado na


internet em: 23 jan. 2020.

PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre:


Artmed, 2000.

VASCONCELOS, A. Edgar Morin. Escola Educação, 23 jul. 2019.


Consultado na internet em: 23 jan. 2020.

WESTBROOK, R. John Dewey. Recife: Massangana, 2010. (Coleção


Educadores).

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18/09/2023 16:22 Tendências pedagógicas

Tendências pedagógicas
Prof. Allan de Carvalho Rodrigues

Prof. Antonio Sergio de Giacomo Macedo, Prof. Rodrigo dos Santos Rainha

Descrição

Discutiremos as tendências pedagógicas Liberal e Progressista e a


maneira como elas influenciam a Educação.

Propósito

Este conteúdo tem como finalidade a compreensão e a análise da


Educação a partir dos referenciais teóricos que a influenciam.

Objetivos

Módulo 1

Tendências pedagógicas: Liberal e


Progressista
Identificar as duas grandes tendências pedagógicas: Liberal e
Progressista.

Módulo 2

Tendências pedagógicas liberais


Caracterizar as tendências pedagógicas liberais.

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18/09/2023 16:22 Tendências pedagógicas

Módulo 3

Tendências pedagógicas progressistas

Distinguir as tendências pedagógicas progressistas.

meeting_room
Introdução
As tendências correspondem aos princípios que orientam as
ações de cada indivíduo. No campo educacional, não é diferente:
o professor, a escola, o aluno e o ensino estão marcados por
pensamentos que exercem forte influência sobre as práticas
educativas.

Dessa forma, é importante compreender as características de


cada tendência pedagógica, pois esse conhecimento ajudará na
decisão sobre os caminhos que se deseja seguir no processo de
ensino-aprendizagem.

Os princípios que escolhemos orientam a nossa prática e a forma


como organizamos a Educação. Eles podem ser sintetizados em
tendências, as quais veremos a partir de agora.

1 - Tendências pedagógicas: Liberal e Progressista


Ao final deste módulo, você será capaz de identificar as duas grandes tendências
pedagógicas: Liberal e Progressista.

video_library
Tendências pedagógicas

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18/09/2023 16:22 Tendências pedagógicas

Para iniciar a nossa reflexão, assista a seguir as diferentes abordagens


pedagógicas.

Pedagogia Liberal versus Pedagogia


Progressista
O contexto escolar é permeado por diferentes concepções de homem e
de sociedade, ou seja, há diferentes formas de enxergar o papel do
homem no âmbito social e essas visões influenciam a prática escolar. É
nesse ponto que as tendências liberal e progressista se diferenciam:
ambas possuem visões particulares sobre a relação Homem ×
Sociedade. Essa distinção acontece porque as tendências pedagógicas
estão situadas historicamente e se desenvolveram como resposta ao
contexto social no qual surgiram.

Vejamos, com base em Libâneo (1989), como essas tendências


descrevem a relação Homem × Sociedade e qual foi o contexto histórico
em que elas se desenvolveram.

Libâneo
José Carlos Libâneo nasceu em 1945, em Angatuba – SP. Graduou-se em
Filosofia pela Pontífica Universidade Católica de São Paulo em 1966. É
doutor em educação e autor do livro “Democratização da Escola Pública –
A Revisão Crítico-Social dos Conteúdos”, em que defende uma escola que
valorize a consciência crítica e que permita ao indivíduo das classes
dominadas superar a sua condição de oprimido.

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Séculos XVIII / XIX

Tendência Liberal

Na concepção liberal, os papéis que os indivíduos devem


desempenhar são voltados para a sociedade. Nesse sentido,
cabe à escola preparar o indivíduo, de acordo com as suas
aptidões, para atender às demandas sociais.

Marco do período
Industrialização / Iluminismo / Revolução científica

As ideias liberais são influenciadas por John Locke e Adam


Smith. No período entre os séculos XVIII e XIX, a sociedade
vive uma série de transformações: crescimento urbano,
processo de industrialização e aumento das relações de
troca (pessoas, tecnologias e econômicas). Foi nesse
período, também, que notamos o desenvolvimento de uma
Revolução Científica.

Século XX

Tendência Progressista

Na concepção progressista, o homem é pensado como um


protagonista. A escola, nesse sentido, deve fornecer os
instrumentos necessários para que o indivíduo possa
discutir a sua atuação em sociedade.

Marco do período
Guerra Fria / Desenvolvimento tecnológico

Após a Segunda Guerra Mundial o mundo se dividiu em um


conflito conhecido como Guerra Fria. As tensões provocadas
pela disputa entre Estados Unidos e União Soviética geraram
críticas e movimentos, que contestavam a ordem social
estabelecida. A disseminação do rádio e da televisão
associada à velocidade da tecnologia e dos transportes
transformaram as relações sociais.

Liberal
O pensamento liberal defende a liberdade política e econômica. Alguns dos
princípios do liberalismo são:

Defesa da propriedade privada.


Livre mercado.
Mínima participação do Estado na economia.
Igualdade perante à lei.

John Locke e Adam Smith


John Locke (1632-1704)

Nasceu na aldeia de Somerset, em Wrington, na Inglaterra. Foi um dos


principais representantes do empirismo, doutrina que afirmava que o

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18/09/2023 16:22 Tendências pedagógicas
conhecimento era determinado pela experiência sensorial.

Adam Smith (1723-1790)

Foi um economista e filósofo escocês. Ele é considerado um dos maiores


defensores do liberalismo econômico e também é reconhecido como o pai
da economia moderna.

Como vimos, as tendências Liberal e Progressista surgiram em


diferentes momentos históricos. No entanto, não podemos entendê-las
como se uma fosse sucessora da outra. Cada tendência trouxe
contribuições significativas para a Educação, que são aplicadas no
contexto escolar até os dias de hoje. Vejamos alguns exemplos:

psychology
Tendência Liberal
Uma das técnicas de aprendizagem utilizadas por essa tendência é a
memorização, bastante comum no ensino de tarefas operacionais ou de
Matemática nas séries iniciais, para decorar tabuada, por exemplo.

groups
Tendência Progressista
Uma das técnicas utilizadas nessa tendência é a discussão em grupo,
muito empregada em diferentes áreas de conhecimento. Podemos citar,
como exemplo, uma atividade em sala de aula em que um grupo de
alunos de Publicidade se reúne para elaborar uma estratégia de
marketing.

Perceba que a implementação dessas tendências no processo de


ensino-aprendizagem está condicionado ao tipo de conhecimento que
será aprendido e ao contexto no qual essa aprendizagem será
construída. Nos próximos módulos, vamos conhecer as principais
características das tendências liberal e progressista e entenderemos
como elas se subdividem.

Atenção!

A Didática auxilia a interpretação dessas tendências pedagógicas para


explorar os modos de fazer e de pensar na Educação.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Das afirmações a seguir, marque a que mais se adequa à


Pedagogia Liberal.

O aluno é um sujeito ativo na construção do


A conhecimento e o professor atua como um
facilitador para que a aprendizagem ocorra.

A escola deve preparar os indivíduos para exercer os


B papéis sociais, permitindo que eles estejam prontos
às exigências do mercado e da sociedade em geral.

Os conteúdos que devem ser aprendidos são


C definidos exclusivamente a partir do contexto social
do aluno.

O aluno possui a autogestão da sua experiência de


D aprendizagem, inclusive na escolha do conteúdo
que estudará.

Aprendizagem centrada no conteúdo e na ação do


E docente, independentemente se o aluno aproveitará
ou não o que lhe é apresentado.

Parabéns! A alternativa B está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%
paragraph'%3EA%20Tend%C3%AAncia%20Pedag%C3%B3gica%20Liberal%20d%C3%A1%20%C3%AAnfase%20ao%20en
aprendizagem%2C%20enquanto%20o%20aluno%20deve%20aproveitar%20ao%20m%C3%A1ximo%20o%20conhecimen

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Questão 2

A Educação, historicamente, prepara o indivíduo para assumir o seu


papel na sociedade. Com as transformações no contexto social,
modifica-se a percepção sobre a atuação de professores e alunos.

Com base nisso, analise as afirmações a seguir e marque aquela


que apresenta a proposta da Pedagogia Progressista.

O professor deve incorporar a realidade do aluno


como ponto de partida para a ação educativa,
A
favorecendo a conscientização das realidades
sociais e culturais.

O objetivo da Educação é definir os caminhos que


B todos os alunos devem seguir, considerando, em
alguma medida, suas características individuais.

No processo de ensino-aprendizagem, o professor é


C o responsável por transmitir os conhecimentos que
devem ser aprendidos pelo aluno.

Os alunos devem ser preparados para que exerçam,


D de maneira eficiente, o seu papel social, que é
historicamente estabelecido.

Aprendizagem centrada no conteúdo e na ação do


E docente, na expectativa que o aluno aproveite ao
máximo o que lhe é oferecido.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
paragraph'%3EA%20Pedagogia%20Progressista%20faz%20uma%20an%C3%A1lise%20cr%C3%ADtica%20da%20realida

2 - Tendências pedagógicas liberais


Ao final deste módulo, você será capaz de caracterizar as tendências pedagógicas liberais.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00356/index.html# 7/33
18/09/2023 16:22 Tendências pedagógicas

Pedagogia Liberal
Muitos conhecem o liberalismo somente como uma tendência
econômica, mas esse movimento deve ser compreendido, também, em
seu caráter filosófico. Algumas demandas sociais e acontecimentos
históricos marcaram o momento de ascensão do liberalismo. Vamos
conferi-los!

Direito individual

Direito à propriedade privada

Urbanização da sociedade

Pensamento iluminista

Reorganização social

Diversas revoluções foram influenciadas pelo pensamento liberal, como


as Revoluções Inglesa e Francesa e a Primavera dos Povos. O
liberalismo também ganhou força especial com a nova dinâmica social
experimentada no século XIX, que trouxe o modelo econômico baseado
na liberdade de produção e na propriedade privada, chamado de
capitalismo.

Revoluções Inglesa e Francesa e a Primavera dos Povos


Essas revoluções marcam as mudanças dos sistemas políticos e a
implementação de um modelo econômico influenciado por uma política
liberal. Baseado nas ideias de Adam Smith, os ingleses fizeram a sua
revolução em uma disputa entre a casa das duas rosas (conflito entre a
casa de Lancaster e a Casa de York, que disputavam o trono inglês). Em
seguida, na Revolução Francesa, a burguesia lutou para superar o antigo
regime. Por fim, no restante da Europa, ocorre uma série de movimentos
contra a monarquia estabelecida na época.

Capitalismo
O livro História do Capitalismo, de Osvaldo Coggiola, faz uma retrospectiva
sobre como o capitalismo se desenvolveu. Sugerimos a leitura dele para
que você conheça um pouco mais sobre esse tema. Você poderá conferir
sua indicação no Explore +.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00356/index.html# 8/33
18/09/2023 16:22 Tendências pedagógicas

A pintura A liberdade guiando o povo, de Eugène Delacroix, retrata bem o


espírito da população nesse período e a motivação para a mudança.

A obra foi feita por Eugène Delacroix, artista francês do Romantismo.


Interessado também nos temas políticos, Delacroix pintou esse quadro
para retratar os acontecimentos do seu país.

A mulher, denominada Marianne, foi representada usando um gorro,


com uma arma na mão esquerda e a bandeira da França na mão direita.
Essa pintura virou símbolo da Revolução Francesa, pois o gorro era um
adereço utilizado pelos escravizados libertos na Grécia e na Roma.
Marianne, então, representava o grito de resistência frente ao sistema
da época.

E como esse pensamento liberal se refletiu no


Brasil?
Em 1889, o Brasil tornou-se uma República, tendo como principal
influência intelectual o positivismo. Essa filosofia era defendida por
Benjamin Constant (1833 – 1891), militar e político brasileiro. Tinha um
sonho revolucionário para aquele período: alfabetizar 20% dos
brasileiros até 1920, índice que foi considerado impossível de ser
alcançado. O desafio dele nos mostra a situação em que a educação
brasileira se encontrava à época. Criou o slogan da bandeira brasileira:
Ordem e Progresso.

Positivismo
O positivismo, corrente filosófica que defende o conhecimento científico
como o único verdadeiro, tem como principal representante Auguste Comte
(1798 – 1857), filósofo francês que defendia a criação de uma filosofia
positivista.

A influência do liberalismo na República também pode ser observada na


composição da nossa bandeira, obra geométrica formada por
quadriláteros e medianizes, que leva os dizeres “Ordem e Progresso” e
que marca a tentativa de se organizar a educação brasileira.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/00356/index.html# 9/33
18/09/2023 16:22 Tendências pedagógicas

Perceba que, em meio às transformações, a Educação não fica imune,


ela assume a função de preparar o indivíduo para esse novo mundo,
criando possibilidades para que ele desenvolva o seu potencial. A
escola, nesse sentido, aperfeiçoa o homem, fornecendo instrumentos
para que ele cumpra o seu papel no progresso social.

Nesse contexto de mudanças, a Pedagogia Liberal ramifica-se em três


linhas de pensamento:

Tendência Tradicional

Tendência Renovadora

Tendência Tecnicista

Tendência Tradicional
O que se percebe durante o século XVIII, com o avanço do liberalismo, é
a multiplicação desse pensamento com a motivação para a mudança
social. Novas funções passaram a existir. A sociedade precisava crescer
e a preparação do indivíduo tornou-se fundamental para a construção de
uma sociedade melhor.

Como já entendemos, a preparação do indivíduo para exercer o seu


papel social é função da Educação. Vejamos as principais
características da Tendência Tradicional que mostram como ela
organiza o sistema educacional para atender à demanda que lhe é
atribuída.

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Escola

Prepara o aluno intelectualmente e desenha o caminho que


todos devem percorrer para chegar ao conhecimento.

Relação professor-aluno

O professor é a autoridade em sala de aula, pois é ele quem


domina o conhecimento científico. Ele deve valorizar a
disciplina e estabelecer uma relação de respeito perante os
alunos.

Conteúdos

São os conhecimentos enciclopédicos, aqueles acumulados


pela sociedade, que possuem valor intelectual.

Métodos

São expositivos, focam na comunicação oral do conteúdo e


na demonstração feita pelo professor. Os exercícios de
repetição são valorizados, pois permitem que o aluno
memorize os conceitos e as fórmulas.

Aprendizagem

É receptiva e mecânica, o aluno deve seguir todos os passos


estabelecidos pelo professor para assimilar o conteúdo. Por
isso, são usados exercícios de repetição para garantir que o
aluno aprendeu a matéria.

Avaliação

É feita por meio de provas orais e escritas, testes e


exercícios para casa, com o objetivo de metrificar o
conhecimento.

Observe que, nessa tendência, o professor possui uma atuação


primordial, pois ele é quem define qual conteúdo será estudado e
elabora o planejamento do processo de ensino-aprendizagem. Por ter
um papel central, cabe ao professor não só repassar os conhecimentos,
mas também observar os alunos, aconselhar e corrigir possíveis erros.

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Como a Tendência Tradicional se reflete nos âmbitos individual e social?

Consequências no âmbito individual

Atividades individuais.
Foco no conhecimento científico.
Valorização de uma única cultura ensinada pela escola,
podendo gerar inadaptação cultural.
Aceitação passiva das divisões sociais.

Consequências no âmbito social

Conservação dos padrões sociais.


Defesa da organização social.
Preferência pela especulação teórica e pela prática como
repetição.

Ao longo do tempo, a Tendência Tradicional sofreu várias críticas.


Dentre elas, podemos destacar a falta de relação dos conteúdos
estudados com a vida dos alunos. No entanto, essa tendência trouxe
significativas contribuições para a Educação, pois os seus métodos de
ensino são utilizados até hoje em diferentes áreas de conhecimento.

Exemplo

A professora Angela Maria Paiva Gama nos mostra, a seguir, como


podemos utilizar as técnicas da Tendência Tradicional.

Diferentes metodologias permitem que os objetivos de aprendizagem


sejam alcançados. A aula expositiva, por exemplo, deve fazer parte da
apresentação de conteúdos sequenciais. Podemos, então, no ensino de
múltiplos e divisores nas operações com frações, primeiro apresentar os
conteúdos em uma aula expositiva e, posteriormente, trazer exercícios
práticos para que o aluno possa memorizar o conteúdo.

Angela Maria Paiva Gama


Atualmente, é Mestre em Educação e especialização em Administração
Escolar.

(Informações coletadas do Lattes em 21/01/2022)

Perceba que, nesse contexto, a exposição do conteúdo pelo professor é


essencial para que o aluno entenda as regras das operações com
frações para, em seguida, colocar em prática, fazendo uso de exercícios.
A exposição e a repetição, por meio de exercícios práticos, nesse caso,
permitem que ocorra a naturalização do conteúdo e, consequentemente,
a aprendizagem.

Saiba mais

Leia a entrevista de Inger Enkvist, professora catedrática emérita de


espanhol da Universidade de Lund, defensora da Tendência Tradicional,
na qual afirma que “a nova Pedagogia é um erro”. Você encontrará essa
indicação no Explore +.

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Tendência Renovadora
O período entre os anos de 1910 e 1940 foram marcantes para a história
da humanidade. As grandes potências econômicas europeias
(Alemanha, Itália, Inglaterra e França) lutavam para dominar o mundo,
seja pelo monopólio de mercados, de matéria-prima, de território ou pelo
poder militar. Nesse mesmo período, os Estados Unidos se consolidam
como uma potência econômica, acentuando essa luta por supremacia.
Foi esse cenário de tensão que motivou as duas Grandes Guerras
Mundiais, que transformaram a humanidade nos campos: político,
econômico e social.

Nesse contexto, a Educação também começa a mudar e a tendência


renovadora traz a reflexão de que a Educação deveria ser ampliada para
todos os indivíduos, com o objetivo de construir uma sociedade mais
justa e equilibrada.

A ideia era dar melhores condições de formação educacional aos


homens para que eles pudessem atuar de forma mais efetiva na
sociedade.

No Brasil, a Tendência Renovadora começou a surgir entre as décadas


de 1920 e 1930, quando o pensamento liberal chega com mais força e
encontra as discussões em torno da ideia da Escola Nova. Há uma
disputa pelo reconhecimento dos diferentes saberes, mas ainda fazendo
distinção entre o que é conhecimento geral e experiência cotidiana.

Vejamos as principais características da Tendência Renovadora!

Escola Nova
Manifesto da Escola Nova foi um documento elaborado por 26 educadores,
em 1932, com o objetivo de oferecer diretrizes para a política educacional.
Veja um trecho desse manifesto:

“Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum sobreleva em importância


e gravidade o da educação. Nem mesmo os de caráter econômico lhe
podem disputar a primazia nos planos de reconstrução nacional. Pois, se a
evolução orgânica do sistema cultural de um país depende de suas
condições econômicas, é impossível desenvolver as forças econômicas ou
de produção, sem o preparo intensivo das forças culturais e o
desenvolvimento das aptidões à invenção e à iniciativa que são os fatores
fundamentais do acréscimo de riqueza de uma sociedade”.

Escola

Procura adequar os alunos, considerando suas


individualidades, às necessidades da sociedade. Essa
d t ã i t did d í l i ê i d
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adaptação integra, na medida do possível, as exigências do
meio social aos interesses e às experiências dos alunos.

Relação professor-aluno

O professor deve estabelecer uma relação harmônica com


os alunos, pois isso contribuirá para que lidere as
experiências de aprendizagem.

Conteúdos

São definidos a partir das experiências que os alunos


vivenciam na construção da aprendizagem. Valoriza-se mais
o processo de apreensão do conhecimento do que o saber
acumulado.

Métodos

Estimulam o aprender-fazendo, com atividades de pesquisa


e experimentação. As atividades também são elaboradas
considerando a etapa de desenvolvimento do aluno.

Aprendizagem

É uma atividade de descoberta. O aluno é estimulado a


experimentar o conhecimento.

Avaliação

É contínua e busca identificar os êxitos dos alunos durante o


processo ensino-aprendizagem.

Observe o que Silva (2014) fala sobre a tendência renovadora:

Silva
Délcio Barros da Silva é ex-professor do departamento de Letras da
Universidade Federal de Santa Maria e atuou no curso de Pedagogia da
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul.

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Como pressupostos de aprendizagem, aprender se


torna uma atividade de descoberta, é uma
autoaprendizagem, sendo o ambiente apenas um
meio estimulador. Só é retido aquilo que se
incorpora à atividade do aluno, através da
descoberta pessoal; o que é incorporado passa a
compor a estrutura cognitiva para ser empregado
em novas situações. É a tomada de consciência,
segundo Piaget.

(SILVA, 2018, p. 3)

Piaget
Jean Piaget (1896-1980) foi um renomado psicólogo e filósofo suíço,
conhecido por seu trabalho pioneiro no campo da inteligência infantil.
Piaget passou grande parte de sua carreira profissional interagindo com
crianças e estudando seu processo de raciocínio. Seus estudos tiveram um
grande impacto sobre os campos da Psicologia e Pedagogia.

Perceba que essa tendência começa a valorizar os interesses do aluno,


permitindo que ele manifeste a sua curiosidade e criatividade, cabendo
ao professor estimular e facilitar o processo de construção do
conhecimento. No entanto, assim como a Tendência Tradicional, a
Renovadora também sofreu algumas críticas, principalmente na
condução da experiência de aprendizagem, pois, por ser uma tendência
que valoriza a ação do aluno, os educadores poderiam pensar que não
haveria a necessidade de planejar as situações-problema que o aluno
deveria vivenciar, gerando um não direcionamento das atividades.

Agora, que tal vermos um exemplo de relato de experiência do professor


Rodrigo Rainha? Durante uma de suas aulas de história, ele usou as
ideias da tendência renovadora para facilitar a aprendizagem dos
alunos.

Exemplo

“Enquanto falava sobre a Segunda Guerra Mundial em uma de minhas


aulas, percebi que os alunos começaram a dormir, e um deles me falou:
‘— Professor, não consigo entender por que devo estudar a Segunda
Guerra, isso não vai me servir pra nada’. Então, notei que eu não estava
relacionando o assunto da aula à vida dos alunos. Diante disso, pedi a
eles que refletissem sobre como as guerras afetam a vida das pessoas.
Em seguida, um aluno descendente de imigrantes relatou como sua
família fugiu da guerra. Com isso, os alunos compreenderam como as
guerras podem movimentar e mudar a vida de uma sociedade.”

Como você pôde perceber, nas situações de aprendizagem, é essencial


que o aluno consiga perceber a relação do conhecimento a ser
aprendido com a sua vida prática. Esse é um desafio, não é mesmo? No
entanto, assim como o professor Rainha fez, o primeiro passo para
realizar essa contextualização é ouvir o que os alunos têm a dizer.

Se olharmos para a história, seremos levados a entender que a


educação liberal começou com a Tendência Tradicional e depois evoluiu
para a Pedagogia Renovadora. Porém, esse não foi um processo de
substituição de uma pela outra, pois ambas possuem a mesma
concepção: formam o sujeito para a sociedade.

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Tendência Tecnicista
O tecnicismo é fruto da melhoria dos processos industriais e de uma
sociedade urbana. Nesse sentido, a sistematização passa a ser central
para melhorar os produtos e aumentar a produtividade. Essas
concepções, ao chegarem à Educação, trouxeram inegáveis avanços,
como a implementação do planejamento para organizar o trabalho
docente. Foram concebidas, pela primeira vez, visões de que a
Educação deveria ser observada como um sistema dinâmico, uma
fábrica e, para que fosse eficiente, todos os processos envolvidos
precisavam ser controlados.

Para entender essa ideia de controle na Educação, observe a relação


que a gestão escolar exerce no ensino:

work
Gestão escolar
Controla a burocracia da instituição de ensino.

search
Supervisão/Orientação
Controla o corpo docente.

school
Corpo docente
Controla os alunos.

Vamos conhecer as principais características da Tendência Tecnicista:

Escola

Organiza o ensino, articulando-o ao sistema produtivo.


Dessa forma, a escola pode formar os alunos, tornando-os
competentes para o mercado de trabalho.

Relação professor-aluno

O professor é um técnico responsável por executar o


programa educacional e ao aluno cabe reproduzir aquilo que
foi instruído a fazer.

Conteúdos

Sã b d l i i tífi i d d i
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São baseados em leis científicas e organizados de maneira
lógica e sequencial. Tudo o que é ensinado precisa ser
mensurado.

Métodos

Utilizam técnicas de repetição, cópia, treino e correção para


que o aluno possa executar as experiências de
aprendizagem de maneira eficiente.

Aprendizagem

O aprendizado se dá quando o aluno é capaz de executar


eficientemente aquilo que foi direcionado a fazer. Nesse
sentido, a aprendizagem ocorre quando o aluno apresenta
comportamentos diferentes daqueles que manifestava
quando iniciou o processo de ensino-aprendizagem.

Avaliação

Usa recursos para medir a aprendizagem dos alunos, como


provas e testes.

Para a Tendência Tecnicista, o aluno é o recebedor e é parte da esteira


de execução do processo de ensino-aprendizagem.

É claro que essa ênfase na execução do processo de aprendizagem


pode gerar um conhecimento fragmentado, pois o aluno foca
excessivamente na técnica e deixa de compreender os motivos pelos
quais ele executa aquela ação.

video_library
A Tendência Tecnicista e o processo
de ensino-aprendizagem
Confira agora um paralelo entre o filme “Tempos modernos”, de Charles
Chaplin, e a Tendência Tecnicista, indicando como ela influenciou o
processo de ensino-aprendizagem.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Observe atentamente a ilustração a seguir, identificando a ação da


professora sobre o pensamento de seus alunos.

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Marque a alternativa que indica a qual tendência essa ação está
alinhada, descrevendo corretamente suas características.

Tendência Tradicional: a escola tem como papel


A formar o sujeito intelectualmente; o aluno recebe os
conhecimentos emitidos pelo professor.

Tendência Renovadora: a escola propicia


B experiências para o aluno; o professor é um
facilitador da experiência de aprendizagem.

Tendência Tradicional Renovadora: o aluno é o


sujeito do processo de ensino e aprendizagem; o
C
professor é o detentor dos conhecimentos que
devem ser transmitidos para o aluno.

Tendência Tecnicista: o aluno deve ser formado


para atender à demanda do mercado de trabalho; o
D
professor é um técnico que monitora a execução do
aluno.

Tendência Liberal: O aluno é livre para escolher o


E conteúdo a ser estudado, a fim de ter uma formação
o mais autônoma possível.

Parabéns! A alternativa A está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
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Questão 2

O curta animado da Alike faz uma crítica à Tendência Pedagógica


Tecnicista.

Com base no que você aprendeu sobre a Tendência Liberal


Tecnicista, marque a alternativa que apresenta as características
dessa tendência.

O aluno deve receber os conhecimentos


determinados pelo professor; a metodologia é
A baseada em aulas expositivas e exercícios de
repetição; o professor é quem detém o
conhecimento.

O aluno é formado para o mercado de trabalho


desde a alfabetização; a metodologia é baseada na
B
repetição e na memorização; o professor é pensado
como um técnico instrutor e executor.

O aluno experimenta o conhecimento; na


metodologia, o aluno é incentivado a desenvolver o
C

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pensamento criativo; o professor baseia suas aulas
na demanda dos alunos.

O aluno é visto como o sujeito do processo de


ensino-aprendizagem; a metodologia abrange
D
discussões em grupo e pesquisas; o professor é um
mediador.

O conhecimento deve ser apresentado através das


mais recentes técnicas metodológicas, para que o
E
aluno tenha autonomia de escolher seu melhor
percurso de aprendizagem.

Parabéns! A alternativa B está correta.


%0A%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%20%3Cp%20class%3D'c-
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3 - Tendências pedagógicas progressistas


Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir as tendências pedagógicas progressistas.

Pedagogia Progressista
Estamos diante de um novo contexto mundial:

A Guerra Fria está no auge de suas críticas e efeitos.

Na França, estudantes levantam-se por uma nova educação.

Nos Estados Unidos, os movimentos civis exigem mudanças e


lutam por direitos.

No Brasil, após a empolgação com o governo de Juscelino,


passamos para um quadro de crise que leva à ascensão da
ditadura civil-militar.

Nesse cenário, grupos que não eram ouvidos até então começaram a se
manifestar e lutar por seus direitos, como o direito à Educação. Assim,
mulheres, negros e emergentes passaram a anunciar que se sentiam
inadequados diante das práticas que eles reconheceram como Velha
Pedagogia. A escola, mais uma vez, precisou repensar o fazer docente e
reavaliar suas práticas para criar uma nova dinâmica educacional. A

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Pedagogia Progressista, então, passou a fazer uma análise crítica sobre
a Educação, buscando identificar os fatores que interferem diretamente
no campo educacional e explicam o sucesso e o fracasso do aluno.

Vista por muitos estudiosos como uma concepção resultante da


tendência renovadora, a Pedagogia Progressista defende uma Educação
mais integradora, que contemple a realidade social do aluno no
processo de ensino-aprendizagem. O seu principal representante é Carl
Rogers (1902-1987), que desenvolveu técnicas aplicadas à Educação
que estimulavam o desenvolvimento da autonomia do indivíduo.

Como é estabelecida a relação entre o professor e o aluno?

Carl Rogers
Psicólogo, aplicou na Educação técnicas e procedimentos próprios da
terapia, como a empatia e a confiança, segundo os quais “o indivíduo é
capaz de resolver por si só seus problemas bastando que tenha
autocompreensão ou percepção do eu”.

Aluno

É estimulado a ser autônomo em sua aprendizagem, buscando


experimentar os conhecimentos.
close

Professor

Cria as condições para que a aprendizagem ocorra, valorizando o


trabalho em grupo, para estabelecer um ambiente democrático.

Mantendo sempre o objetivo de valorizar a experiência do aluno e


desenvolver a sua autonomia, a Pedagogia Progressista ramifica-se em
outras três linhas de pensamento:

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Tendência Libertadora

Tendência Libertária

Tendência Crítico-Social

Tendência Libertadora
Esta é uma das linhas mais famosas no Brasil por sua busca de romper
com o autoritarismo. De acordo com essa tendência, o homem deve ser
libertado de tudo aquilo que lhe impossibilita de exercer todo o seu
potencial. Assim, as mulheres não precisam aceitar o machismo; os
trabalhadores do campo não devem se submeter à vontade dos grandes
proprietários; e os negros não devem aceitar o racismo como algo
natural. Para que isso ocorra, é necessário que o homem tome
consciência do seu estado atual e das suas possibilidades de mudar a
sua realidade.

É nesse processo de conscientização que a Educação começa a exercer


o seu papel, trazendo para o contexto escolar temas sociais e políticos e
incluindo no processo ensino-aprendizagem a realidade concreta dos
alunos. Assim, autores como Paulo Freire (principal representante dessa
tendência) e Dermeval Saviani se empenham em questionar o sistema
tradicional de ensino e a função da escola como propagadora das
desigualdades sociais.

A principal questão da Tendência Libertadora é:

Paulo Freire
Paulo Reglus Neves Freire (1921-1997) nasceu em Recife – Pernambuco.
Foi educador, escritor e filósofo. Graduou-se em Direito pela Universidade
de Recife, mas abandonou a advocacia e dedicou-se ao ensino de língua
portuguesa no Colégio Oswaldo Cruz e de Filosofia da Educação na Escola
de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.

Freire desenvolveu um método de alfabetização de jovens e adultos no qual


o vocabulário a ser ensinado se baseava no contexto imediato dos alunos.
Esse método foi aplicado pela primeira vez em 1962 em Angicos, sertão do
Rio Grande do Norte.

Dermeval Saviani
Nasceu em Santo Antonio de Posse, comarca de Mogi Mirim, no interior do
Estado de São Paulo. Formou-se em Filosofia e, atualmente, é professor da
PUC-SP onde desenvolve diversos projetos e pesquisas na área da
Educação.

Como construir um projeto de transformação social a


partir de uma nova Pedagogia?

Um dos caminhos utilizados pela Tendência Libertadora para se


alcançar esse objetivo é a problematização da realidade social, na qual
o aluno, por meio de discussões, começa a analisar o seu contexto e a

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identificar necessidades de melhoria da sua realidade.

Vejamos as principais características da Tendência Libertadora:

Escola

Tem o papel de estimular a conscientização da realidade


social para transformá-la.

Relação professor-aluno

É construída com base no diálogo, no qual professor e aluno


são livres para expressarem as suas contribuições ao
processo de ensino-aprendizagem.

Conteúdos

São estabelecidos a partir de temas geradores, que partem


da vida prática dos alunos.

Métodos

Possuem como base o diálogo, com o objetivo de garantir a


participação do aluno. Para isso, são organizados grupos de
discussão.

Aprendizagem

É uma atividade de problematização de uma situação, com o


objetivo de tornar o aluno mais crítico.

Avaliação

É feita uma avaliação mútua, entre professor e aluno, além


de se permitir a autoavaliação.

video_library
Vamos assistir a um relato de
experiência?

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Confira agora uma experiência em sala de aula da professora que


trabalhou a arte como forma de expressão da realidade social.

A partir desse relato, podemos perceber como é possível estabelecer


um diálogo entre a realidade do aluno e a educação, permitindo que ele
seja ativo em seu processo de construção do conhecimento e de
transformação do seu contexto social.

Tendência Libertária
Após a Segunda Guerra e a Queda do Muro de Berlim, o discurso que se
ouvia era de que o mundo estava à beira de um colapso. No entanto, nos
anos 1980, finalmente, parecia que o fantasma da morte por bombas
nucleares tinha chegado ao fim, dando lugar a um ambiente de liberdade
representado pelos movimentos hippies e pelo movimento punk-rock.
Conheça a seguir esses movimentos tão importantes:

Movimento hippie
Os movimentos de contracultura surgem em meados dos anos
1970 nos Estados Unidos e disseminam pelo mundo a ideia de
um rompimento com a sociedade estabelecida. Esse movimento
criticava o sistema social construído e trazia a ideia de que a
estrutura da sociedade aprisionava os indivíduos. Para romper
com essa dinâmica, o movimento buscava a libertação da alma,
com o retorno do homem à natureza. Nessa perspectiva, a
musicalidade foi fundamental para o estabelecimento de novas
experimentações de sons, como os de guitarras. No Brasil, o
ícone desse movimento é Raul Seixas, conhecido como “maluco
beleza”.

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Movimento punk-rock
O rock and roll surge em meados dos anos 1940 como uma
derivação mais agressiva do blues. O rock and roll personifica a
ideia de um novo jovem, que luta por liberdade e está presente
nos principais movimentos críticos à sociedade dos anos
seguintes. No fim da década 1970, na Inglaterra e nos Estados
Unidos, surge uma variação desse movimento que se intitula
“punk rock”, que trazia a ideia de uma terrível revolta contra o
sistema e o que ele representava. O punk era a música dos
guetos operários, dos jovens sem perspectiva, que faziam, com
seus vocais distorcidos e sua melodia agressiva, uma intensa
crítica social.

No Brasil, essa tendência se manifesta nos anos de 1980 nos


movimentos pós-regime civil-militar, com o retorno dos exilados e a
conquista gradual da liberdade de expressão. Os meios de comunicação
em massa e os ambientes acadêmicos, políticos e culturais
contribuíram de forma significativa para a expansão desse discurso de
liberdade.

Nesse clima, a Tendência Libertária traz a ideia de que, para construir


uma sociedade mais livre, a Educação precisa rejeitar todo tipo de
repressão. Assim, no processo educacional, somente têm relevância os
conteúdos que permitem o seu uso prático. Essa tendência enfatiza,
também, a aprendizagem informal, via grupo. Um dos seus principais
autores é Maurício Tragtenberg (1929-1998), que defendia que devemos
superar os limites da burocracia e criar processos mais livres de
construção do conhecimento e de uma sociedade mais horizontal.

Vejamos as principais características da Tendência Libertária:

Maurício Tragtenberg
Nasceu no Rio Grande do Sul em uma família judaica e camponesa. Sua
formação começou como autodidata, obtendo o doutorado pela USP
posteriormente. É considerado um dos maiores sociólogos brasileiros.

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Escola

Busca construir indivíduos livres e autogestores.

Relação professor-aluno

O professor está a serviço do aluno, atuando com um


conselheiro.

Conteúdos

Resultam das necessidades do aluno e não são impostos.

Métodos

Contemplam a liberdade de expressão e valorizam a vivência


em grupo.

Aprendizagem

Enfatiza a aprendizagem informal e coletiva.

Avaliação

Não é punitiva e o aluno é estimulado a se autoavaliar.

video_library
Tendência Libertária representada na
prática
Confira como podemos utilizar a Tendência Libertária para trabalhar a
representação de uma obra de arte.

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Esse exemplo nos mostra uma forma de se trabalhar em sala de aula a


liberdade de expressão e a ideia de que não existe certo ou errado,
permitindo que alunos se tornem autogestores de sua aprendizagem.

Tendência Crítico-Social
A relação conteúdo versus realidade social é a base da Tendência
Crítico-social dos Conteúdos, pois ela prioriza os conteúdos no seu
confronto com as realidades sociais. Nesse sentido, a Educação deve
assegurar que todos tenham acesso aos conhecimentos científicos para
que possam desenvolver a sua consciência crítica frente à sociedade.

E como é a atuação da escola?

A escola deve dar ao aluno todos os instrumentos necessários para que


ele seja capaz de transformar a sua realidade a partir da reflexão de sua
prática social.

Para que o processo de construção da aprendizagem seja eficaz, a


Tendência Crítico-Social dos Conteúdos faz uso do princípio da
aprendizagem significativa, que considera o que o aluno já sabe como
ponto de partida para a aquisição do conhecimento. Nesse sentido, a
aprendizagem só ocorre quando o aluno é capaz de sintetizar o novo
conhecimento, relacionando-o com o que ele já sabe. Esse processo
permite que o aluno tenha uma visão mais ampla daquilo que está
sendo aprendido.

A seguir, veremos as principais características da Tendência Crítico-


Social dos Conteúdos:

Aprendizagem significativa
Esse conceito foi desenvolvido por David Ausubel, psicólogo da educação
estadunidense. De acordo com Ausubel, na aprendizagem significativa há
interação entre uma nova informação com uma estrutura de conhecimento
específica. O cérebro humano, no momento do aprendizado, organiza-se
formando uma hierarquia conceitual em que os elementos específicos são
ligados a conhecimentos mais gerais.

Escola

É valorizada como local de aquisição dos saberes.

Relação professor-aluno

Professor e aluno são colaboradores e trocam


conhecimentos.

Conteúdos

Sã h i t i i l d l
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São os conhecimentos universais, acumulados pela
sociedade, que são constantemente reavaliados frente às
realidades sociais.

Métodos

Devem favorecer a relação dos conteúdos com os interesses


dos alunos.

Aprendizagem

Compreende a capacidade do aluno de processar as


informações, ligando os conceitos específicos aos mais
gerais.

Avaliação

Não é um julgamento, mas busca evidenciar o progresso do


aluno e a sua aquisição de conhecimentos mais
sistematizados.

Agora, vejamos um relato de experiência do professor em sala de aula,


no momento que desenvolve as bases da Tendência Crítico-Social dos
Conteúdos.

Exemplo

“Sou professor de Sociologia e, na escola, preciso trabalhar com os


alunos temas como o racismo. Para isso, uso o cinema negro, pois
considero que é uma excelente forma de permitir que os alunos tenham
contato com novas estéticas, produzidas e pensadas por negros. Essa
estratégia também permite que os alunos negros se reconheçam nas
imagens apresentadas. Com essa abordagem, a partir do conteúdo
visto, convido os alunos a refletirem sobre o racismo e suas implicações
na sociedade em que vivem.”

A experiência do professor nos mostra uma estratégia de relação dos


conteúdos com a realidade social. Nessa estratégia, os alunos são
estimulados a interpretar a sua realidade com base nos conteúdos
aprendidos e a criar possibilidades de intervir em seu meio para
transformá-lo. Essa é a ideia central da Tendência Crítico-Social dos
Conteúdos: desenvolver sujeitos que se tornem cada vez mais ativos na
sociedade a partir da aquisição de conhecimentos e da reflexão sobre
os contextos sociais.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

No famoso livro Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire (2017, p. 96)


diz que:

“Ninguém educa ninguém, como também ninguém se educa a si


mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo
mundo”.

Neste fragmento, podemos perceber a opinião do autor, que


apresenta a Educação como algo intrinsicamente social, que se dá
na relação entre as pessoas. Desse modo, qual é a tendência
pedagógica que abarca o trabalho de Freire?

Tendência Libertadora, que considera o professor


A como detentor do conhecimento que será
transmitido ao aluno.

Tendência Libertadora, em que a ênfase se dá nas


B
relações interpessoais.

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Tendência Libertária, na qual o professor administra
o ensino-aprendizagem e o aluno responde a tal
planejamento.

Tendência Crítico-Social dos Conteúdos, em que o


D professor não deve dirigir o aluno no que tange às
atividades.

Tendência Liberal ou Libertária, em que aluno possui


E autonomia para estabelecer seu processo de
aprendizagem.

Parabéns! A alternativa B está correta.


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Questão 2

Relacione as Tendências Progressistas com as práticas educativas.

1. Tendência Libertadora
2. Tendência Libertária
3. Tendência Critico-Social dos Conteúdos

( ) Propõe como método a dialogicidade: trabalho em grupo de


discussão e conscientização.
( ) Propõe o método participativo e fundamentado no saber
universal: vínculo entre teoria e prática.
( ) Há interação diretiva: troca entre professores e alunos. O
professor é mediador.
( ) O conteúdo emerge dos interesses dos alunos e não é pré-
determinado.
( ) Tem caráter político, incorporando a realidade vivencial do aluno
ao ensino.

A 3–2–1–1–2

B 2–3–2–1–1

C 1–1–3–3–2

D 1–3–3–2–1

E 1–2–3–1–2

Parabéns! A alternativa D está correta.


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Considerações finais
Como vimos, no campo educacional, encontramos diferentes
discussões sobre tendências pedagógicas que, em comum, têm dirigido
suas atenções em busca do melhor papel da escola e da sociedade no
processo de ensino-aprendizagem.

headset
Podcast
Rodrigo Rainha, Flávia Miguel e Wilna Melo encerram o tópico
conversando sobre como é possível aplicar as tendências pedagógicas
em diferentes contextos. Aproveite!

Explore +
Confira as indicações que separamos especialmente para você!

Leia:

O livro História do Capitalismo: das origens até a Primeira Guerra


Mundial, de Osvaldo Coggiola.

O livro Positivismo na República: notas sobre a História do Positivismo


no Brasil, de Cruz Costa.

O artigo Pedagogia: o espaço da educação na universidade, disponível


na plataforma Scielo, de Dermerval Saviani.

Veja:

O vídeo Dermerval Saviani - A Pedagogia histórico-crítica, na


plataforma YouTube.

A entrevista de Inger Enkvist: A nova pedagogia é um erro. Parece que


não se vai à escola para estudar, disponível no jornal El Pais, que traz a
interessante contribuição dessa pedagoga sueca.

O filme Escritores da Liberdade, que conta a história da professora


Gruwell, mulher jovem e idealista que vai dar aulas em uma escola de
um bairro pobre e trabalha os conflitos advindos das diferenças
culturais.

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O filme Ray Charles, que conta a vida desse cantor e pianista que,
apesar da cegueira que o acometeu aos 7 anos, desenvolveu uma
habilidade incrível ao tocar piano, e precisou lidar com as questões
raciais ao longo de sua trajetória de vida.

O filme O Sorriso de Mona Lisa, que conta a história de uma professora


jovem que vai ministrar aulas em uma escola feminina e tradicional, na
qual as alunas apenas reproduzem os conteúdos, mas sem refletir sobre
eles.

Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo:
Moderna, 1998.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. São Paulo:


Moderna, 2006.

COSTA, Marisa Vorraber et al. O currículo nos limiares do


contemporâneo. Rio de Janeiro: DP&A, 1999.

GADOTTI, Moacir. Pensamento pedagógico brasileiro. São Paulo: Ática,


1988.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia


crítico-social dos conteúdos. 21 ed. São Paulo: Loyola, 2006.

LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da escola pública. São Paulo:


Loyola, 1989.

MATUI, Jiron. Construtivismo. São Paulo: Moderna, 1998.

QUEIROZ, Cecília T. A. Pontes de; MOITA, Filomena Maria G. da S. C.


Fundamentos sociofilosóficos da educação. Campina Grande, Natal:
UEPB/UFRN, 2007.

SANTOS, Santa Marli Pires dos (org). O lúdico na formação do


educador. Petrópolis (RJ): Vozes, 1997.

SAVIANI, Demerval. Escola e democracia. 36. ed. Campinas, SP: Autores


Associados, 2003.

SAVIANI, Dermeval. Pedagogia: o espaço da educação na universidade.


Cadernos de Pesquisa, v. 37, n. 130, jan./abr. 2007.

SILVA, Delcio Barros da. As principais tendências pedagógicas na


prática escolar brasileira e seus pressupostos de aprendizagem.
Linguagens & Cidadania, [s. i.], v. 2, n. 1, 2018.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação. São Paulo: Cortez,


1998.

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