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Universidade Federal do Vale do São Francisco

Bases Filosóficas da Psicologia Professor: Alexandre H. Reis


Discente: Claudiana Ramos da Silva Data: 02/08/2019

AVALIAÇÃO 2

4. Toda ação humana tem um fim, cada uma de acordo com sua natureza.
Para Aristóteles, entretanto, esses fins próprios são apenas relativos e,
portanto, um meio para se chegar ao fim último de toda ação humana. Esse fim
deve ser algo que seja buscado por si mesmo e não em função de outra coisa.
Conseguir um emprego, por exemplo, é um fim relativo, já que serve como
meio para conseguir dinheiro. Este, por sua vez, é meio para se conseguir
outros objetos. Se seguimos esta investigação chegaremos na felicidade, único
fim que se basta por si só. Sendo, portanto, o bem supremo a ser atingido por
todo homem, ela se encontra justamente na função que é própria dele: a
atividade racional. Ela se dá em dois sentidos, sendo o primeiro possuir a razão
e o segundo submeter sua parte sensitiva a ela. Assim, a função do homem
seria por um lado exercitar suas virtudes intelectuais e por outro, suas virtudes
éticas no sentido de dominar essa alma sensitiva. Sua felicidade estaria
justamente nessa prática. Logo, como menciona a frase, ela é a realização do
que é próprio do ser humano, da sua função, da sua humanidade.

5. O caráter não é algo que nasce com o indivíduo, ou seja, não é determinado
geneticamente. Tampouco é algo que se possa ensinar de modo formal, como
dá a entender a ideia de que as orientações dos pais à criança devem formar
um bom caráter. Em oposição a isso, Aristóteles considera que ele seja algo
que se adquire pelo hábito, pois é o exercício, ou não, das virtudes éticas. Ao
contrário das intelectuais, elas não podem ser aprendidas por meio da
instrução. Por mais que um educador pudesse ensinar o que é justiça, somente
a prática constante dela levaria alguém a ser justo. Por outro lado, apenas a
prática constante da injustiça torna alguém injusto. O caráter em geral é,
portanto, resultado dos hábitos, que por sua vez se constituem por meio de
ações constantes. Isso é extremamente atual, porque nossos centros de
educação em sua maioria levam em conta apenas as virtudes intelectuais,
apesar de se considerar a importância das virtudes éticas para a formação de
um cidadão. Por outro lado, existe na sociedade a ideia equivocada de que
ambos os tipos de virtudes se aprendem de forma igual. Se queremos
realmente formar os jovens para o convívio em sociedade, ou mesmo reeducar
aqueles que se desviaram do que se considera certo reinserindo-os nela, é
necessário que conheçamos realmente o que isto significa e que se dê ao
assunto a devida importância. Sem isso, seguiremos querendo conseguir algo
que nem sequer sabemos como alcançar.

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