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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVENI

FERNANDA ELIS RIBEIRO

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

RIOLÂNDIA
2023

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFAVENI
FERNANDA ELIS RIBEIRO

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Relatório final do Estágio


Supervisionado apresentado ao
curso de 2ª Licenciatura em Física

RIOLÂNDIA
2023

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1.INTRODUÇÃO

Comecei o estágio com o intuito de observar as aulas de física dentro do


ambiente escolar e ver como suas práticas estavam relacionadas com a
aprendizagem em todas as áreas desta disciplina. Neste momento inicial eu
acompanhei exclusivamente as salas dos anos finais do fundamental II (8º e 9º ano).
Percebi que a professora adotava uma pedagogia exclusivamente diretiva, seguindo
fielmente o apostilado. Minha perspectiva inicial teve então que ser modificada, pois
quase não havia prática experimental nas outras aulas, restringi-me a investigar
como eram as aulas experimentais realizadas pelos alunos e especificamente como
a prática em Física estava sendo trabalhada em contexto com outras habilidades,
dentro nas aulas de Ciências.

1. Reflexões sobre a realização do estágio de observação e participação

Observando as aulas, percebi que a professora não se sentia motivada a


preparar as aulas, era sempre a teoria e os exercícios que ela propunha restringiam-
se à apostila, os alunos eram disciplinados, mas não gostavam de copiar matéria da
lousa. Ela me relatou que até passava exercícios diferentes antigamente, mas que
atualmente se detinha exclusivamente à apostila, devido à falta de tempo, de
recursos da escola e a cobrança dos pais.
Conversando melhor com a outra professora do 9º ano que é docente há 25
anos, descobri que ela atuou 5 anos na direção da escola. Apesar de extremamente
bem-intencionada, ela me relatou que estava um pouco cansada e que não sabia
como lidar com a indisciplina dos alunos, pois se identificava muito mais com o
cargo de diretora do que com o de professora. Os alunos mais velhos reagiam de
forma até mal-educada às regras que a professora tentava impor.

2. PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES


Após um mês de estágio, passei a observar as aulas do Ensino Médio com a
professora substituta da sala, pois a professora da sala entrou de licença
maternidade, nas primeiras aulas já notei que o envolvimento dos alunos era muito
maior. As abordagens feitas pela professora priorizavam o método não diretivo e
pode-se dizer que era um ensino baseado em problemas reais, uma vez que a
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docente quase não abordava a matéria a partir da exposição do livro didático, mas
envolvendo os alunos com textos mais simples principalmente situações do
cotidiano. Divididos em grupos, a professora entregava para eles um problema e
propunha atividades reflexivas sobre a língua e sobre a sociedade, utilizando
material próprio e fazendo-os refletir sobre a situação física a partir de experimentos
do cotidiano deles.
Na sequência didática que acompanhei, a professora pediu que eles
relacionassem uma experiência cotidiana e produzissem a partir do conceito de
temperatura. Notei um engajamento muito maior das turmas e percebi que havia
interação entre aluno, professor, havia diálogo entre os próprios alunos sobre o
conhecimento novo proposto pela professora, pois além de se ajudarem
mutuamente estavam de certa forma todos construindo o saber juntos e o
comportamento consequentemente melhorou.
Essa experiência recordou-me a perspectiva do autor Dany Robert Dufour no
livro A arte de reduzir cabeças, em que ele afirma que a experiência com a literatura
parece, pois, extremamente poderosa e suscetível de confrontar o sujeito falante
com o mistério de seu ser.
Sobre a relação imagem-texto Dufour ressalta ainda que existe uma não
articulação da imagem, ela pode pôr em questão uma densa rede de sentidos e de
significações que em um texto estaria devidamente organizado. É uma emoção
estética que nos leva a produção de um outro texto que leve em conta a perturbação
sentida e a integre. A imagem situada numa relação de antes e depois do texto que
se apoia neles.
De posse dessa perspectiva, minhas próximas observações se detiveram ao
trabalho que a professora realizava com os conceitos e a prática. Notei que ela
sempre articulava os dois em atividades que se mesclavam teoria e prática, observei
que este tipo de metodologia funcionava muito bem com os alunos.
Minhas próximas observações foram sobre os projetos de reforço na escola. A
rede Objetivo de ensino tem como obrigatoriedade que alunos desenvolvam
atividades de recuperação com a comunidade escolar.

3. FOCO – Tópico ou atividade escolhida

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Foi determinado no começo do ano que a escola trabalharia junto com os
alunos o tema: Ciência e nós. Esta palavra nós remete para este contexto as
seguintes definições: nós: 1ª pessoal do plural; nós: plural do substantivo nó,
querendo expressar um entrelaçamento e ao mesmo tempo um embaraço e nós:
plural de nó, mas representando agora a estrutura do caule que gera galhos,
ramificações. Dentro deste tema os alunos deveriam escolher algum tema pertinente
a estas definições.
Dediquei-me a auxiliar os alunos na elaboração e percebi como eram ricas as
possibilidades de investigações trazidas por eles (situações cotidianas que tinham
como base aquilo que estavam aprendendo). Este era um momento extra aula, mas
um espaço de muito aprendizado em que se fazia presente a narrativa que eles
(sujeitos) estavam construindo e buscando para o mundo.
Pode-se dizer que ao final de um certo tempo de estágio foi possível perceber
a importância de levar contextos para os alunos que dialoguem com a sua realidade.
Essa simples atitude pode fazer com que eles deixem de produzir exercícios vazios
e passem a produzir textos em sintonia com o momento, fazendo referências atuais
ao tempo e ao espaço. Isso pode torná-los sujeitos falantes que recriam a partir de
seu discurso uma nova realidade. Essa transmissão de valores de geração a
geração não se dará a partir da Internet, nem da teoria do apostilado, mas se
concretizará na sala de aula. A multiplicidade de opiniões encontradas fora da sala
de aula pode se mesclar ao contexto escolar, possibilitando um aprendizado mais
eficaz.

4. CONCLUSÃO
As atividades mais dinâmicas geraram maior interesse e participação dos
alunos, em relação às aulas expositivas e regulares. Os alunos também
questionavam a necessidade dos conteúdos a serem passados, e eu senti muita
dificuldade em transmitir tudo o que precisava.
A minha intenção inicial de trabalhar a teoria, a prática e a resolução de
problemas dentro da sala, encontrou muitos obstáculos, foi difícil trabalhar a prática
na sala.
Porém de uma forma geral o estágio me acrescentou muito, o estágio na
escola desempenha um papel enriquecedor que me proporcionou experiências
práticas, vivenciando o ambiente real da sala de aula, pude aplicar meus
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conhecimentos teóricos e ao mesmo tempo desenvolver mais as habilidades
específicas. Esta experiência foi valiosa para consolidar os conceitos teóricos que
desenvolvi ao longo do curso.

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