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CLÍNICA MÉDICA

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CLÍNICA MÉDICA

Objetivo do exame físico


UNIDADE I
O objetivo principal do exame físico é avaliar as
INTRODUÇÃO condições físicas gerais de um paciente e de
cada sistema orgânico.
Clínica ou clínica médica é uma divisão da me-
dicina, se é que podemos chamar assim, que Para a enfermagem o exame físico assegura:
estuda as diferentes patologias apresentadas
pelo ser humano no decorrer dos anos.  Enriquecer dados sobre o paciente;

Mostra a abrangência de várias patologias que  Expandir o quadro de cuidados de enferma-


se encontram nas especialidades que dividem a gem;
clínica médica, entre elas:
 Conhecer melhor os problemas e dificulda-
• Doenças infecciosas; des dos pacientes;
• Pneumologia;
 Avaliar as condições do serviço de enfer-
• Cardiologia; magem prestado, bem como sua deficiên-
cia;
• Gastroenterologia;
• Hepatologia;  Proporcionar melhor relacionamento enfer-
magem-paciente;
• Nefrologia;
• Hematologia; A importância do exame físico está diretamente
ligada à assistência de rotina da enfermagem,
• Endocrinologia;
que avalia automaticamente o paciente, sendo
• Alergia e Imunologia; amparada por lei no Código de Ética dos profis-
sionais de enfermagem. Como exemplo poder-
• Dermatologia;
mos citar a hora do banho, principalmente se for
• Urologia; de leito. A capacidade de observação da enfer-
magem deve ser contínua e ininterrupta, caben-
• Otorrinolaringologia;
do ao profissional descobrir novos achados para
• Oftalmologia. sua avaliação.

Como complementação da clínica médica, po- Processo da avaliação física


demos acrescentar os exames físicos e labora-
toriais, os quais ajudam a definir a melhor espe- Para que o exame físico seja completo, o profis-
cialidade para tratar o paciente. sional de enfermagem deve saber os quatro
pontos básicos do processo, que são emprega-
dos durante o exame físico, sendo eles:
UNIDADE II
• Inspeção;
• Palpação;
EXAME FÍSICO E AVALIAÇÃO GERAL
• Percussão;
Examinando fisicamente o paciente, o profissio- • Ausculta.
nal de enfermagem pode avaliar as suas condi-
ções diárias.  INSPEÇÃO: é o primeiro processo no exa-
me físico. Ela é fundamental e de extrema
Sabemos que as condições físicas de um paci- importância, é feita no primeiro contato com
ente podem ser alteradas a cada instante, por o paciente, visualmente, já detectando si-
isso a necessidade de a enfermagem saber nais físicos ou de sensibilidade significati-
avaliar detalhadamente e cuidadosamente as vos. Alguns pontos importantes devem ser
diversas variações, partindo de um completo observados durante a inspeção, dentre eles:
exame físico inicial.
• Iluminação adequada do ambiente;
A utilização do exame físico é uma das segu- • Postura;
ranças que o corpo de enfermagem tem para
• Estatura;
dar continuidade aos cuidados de enfermagem
prestada diariamente. • Movimentação dos membros;

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• Peso e hábitos nutricionais; Cada som produzido é avaliado por:


• Padrão da fala; • Altura;
• Temperatura; • Intensidade;
• Exposição por completo da parte a ser • Duração;
examinada; inspecionar aparência, colora-
• Qualidade.
ção, posição, simetria tamanho. Sempre
que possível, comparar um membro com o
Devem ser observados os seguintes pontos
outro.
durante o exame de percussão:
 PALPAÇÃO: é o segundo processo no
• O paciente deve estar bem confortável;
exame físico, também de extrema importân-
cia. É o processo do “tato”. Muitas vezes • Evitar ruídos no local;
partes não visível no corpo são sentidas
• Estar atento ao tipo de som que retornará
com o toque das mãos. Podem ser obser-
quando der “o toque” no local a ser exami-
vados também pela palpação a textura,
nado;
temperatura e os movimentos do corpo.
Pontos a serem observados durante a pal- • Avaliar quantas vezes foram necessárias,
pação: pois um som pode ser confundido com o ou-
tro. Toda concentração é prioritária no mo-
• O paciente deve ser colocado em posição mento do exame.
confortável, preferencialmente deitado, na
posição dorsal.  AUSCULTA: é o quarto processo, e o último
do exame físico. A ausculta é o processo da
• Orienta-lo para que permaneça o mais rela-
“audição” do som gerado nos órgãos que
xado possível, pois a tensão muscular pre-
estão sendo avaliados e/ou examinados.
judica o andamento do exame.
Alguns pontos são importantes observar du-
• Pode-se iniciar a palpação pela cabeça, rante a ausculta:
passando por todos os órgãos em ordem
decrescente ou, se houver alguma queixa • Ambiente calmo, livre de ruídos;
de dor, iniciar o exame por essa área. As
• Boa acuidade auditiva por parte do profissi-
áreas mais sensíveis e delicadas devem ser
onal;
vistas por último.
• Um estetoscópio e, conseqüentemente,
• As mãos devem estar aquecidas, com as
habilidade para manipulá-lo.
unhas aparadas.
• Campânula para sons de baixa intensidade.
• A pressão com as mãos deve ser suave no
início, aprofundando de acordo com a área • Diafragma para sons de alta intensidade.
examinada, como, por exemplo, no abdô-
men pode se aprofundar até um centímetro.
• Não fazer pressão forte e prolongada, pois a
sensibilidade ficará diminuída.
• O exame deve ser feito inicialmente com as
pontas dos dedos, que são mais sensíveis.

 PERCUSSÃO: é o terceiro processo no


exame físico, também vital para o andamen-
to do exame. É o processo do “som”, que
determina localização, tamanho e densida-
de da parte examinada. A percussão produz
cinco tipos diferentes de som:
• Timpânico;
• Ressonância;
• Hiper-ressonância;
• Agudo;
• Grave.

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UNIDADE III  Quando o paciente estiver internado, a cole-


ta deve ser feita em seu próprio leito;
EXAMES LABORATORIAIS
 A enfermagem deve utilizar as precauções
universais para cuidados com sangue e
Os resultados dos exames laboratoriais do pa-
seus derivados, valendo ressaltar o uso de
ciente são fontes de dados que não podem ser
luvas.
identificados no exame físico ou anamnese do
paciente.
➢ Coleta de urina
Tipos de exame
 A urina também deve ser coletada em labo-
ratório próprio, ou quando o paciente estiver
Alguns exames são básicos e requerem uma
internado, em seu próprio leito ou quarto.
interpretação rápida e lógica da enfermagem,
dentre os quais se destacam:  A urina deve ser coletada em frascos apro-
priados, distribuídos pelo laboratório. Para
1) Sangue cada tipo de exame solicitado é determina-
do um tipo de frasco.
▪ Hemograma completo;
 É importante lembrar ao paciente todo o
▪ Eletrólito;
procedimento a ser realizado.
▪ Gasometria arterial;
 Deve-se orientar o paciente para que pro-
▪ Glicemia de jejum; ceda a uma higiene íntima rigorosa antes da
coleta, ou na impossibilidade de realizá-la, a
▪ Teste de tolerância á glicose (GTT);
enfermagem deve proceder à técnica de hi-
▪ Hemoglobina glicosilada. giene íntima.
 Para coleta de urina deve-se sempre des-
2) Urina
prezar o primeiro jato de urina e também o
▪ Urina tipo I; último, devendo ser coletado apenas o jato
médio.
▪ Urocultura e antibiograma;
 Em caso de pacientes acamado, em uso de
3) Exames radiológicos fraldas para incontinência, ele deve ser
submetido à técnica de cateterismo de alívio
▪ Raio-X de tórax e outros órgãos ou extre-
pela enfermagem.
midades;
 Em caso de paciente já com cateterismos
▪ Gastrointestinal superior;
de demora, deve-se orienta-lo para fechar a
▪ Gastrointestinal inferior; sonda por um período de no mínimo três ho-
ras, e em seguida coletar a urina da própria
▪ Tomográficas.
sonda.
4) Fezes  Para coleta de urucultura, o procedimento é
o mesmo.
▪ Teste de guáiaco ou pesquisa de sangue
oculto;  Os frascos devem estar identificados com o
nome e o registro do paciente.
▪ Ovos e parasitas = protoparasitológico.
 Se o paciente estiver internado, anotar em
5) Escarro seu prontuário todo o procedimento realiza-
do.
▪ Cultura;
▪ Bacilos acidorresistentes (BAAR) - citolo- ➢ Coleta de fezes
gia.
 As amostras de fezes geralmente são cole-
Cuidados de Enfermagem durante o proces- tadas nas residências do paciente, salvo
so de coleta de exames aqueles que estão internados.

➢ Coleta de sangue  É importante que a enfermagem, ao receber


esse material no laboratório, utilize os cui-
 O exame deve ser colhido em laboratório dados com precauções universais para ex-
próprio por profissionais da área de enfer- creções e dejetos, sendo obrigatório o uso
magem; de luvas. As máscaras são aconselháveis

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somente na hora de manipulação do mate-


 A enfermagem deve auxiliar o técnico de
rial.
raio-X se for necessário, principalmente
 A enfermagem deve orientar o paciente quando o paciente estiver sob infusão con-
para que a coleta seja segura e eficaz, para tínua de medicamentos.
isso é importante observar o tipo de exame
 Todo procedimento deve ser explicado ao
que está sendo solicitado:
paciente.
a) Para exames como protoparasitológico, é
 Determinados exames radiológicos são
necessário coletar três amostras de fezes,
contrastados, devendo a enfermagem saber
em dias alternados, devendo ser entregues
o contraste a ser utilizado, bem como suas
a cada coleta no laboratório para acondicio-
indicações, contra-indicações e efeitos cola-
namento próprio.
terais. Geralmente os contrastes são à base
b) Já para exames do tipo guáiaco, ou para de iodo ou bário.
pesquisa de sangue oculto, o paciente pre-
cisa de uma dieta especial. Ele não poderá UNIDADE IV
ingerir alimentos que contenham coloração
vermelha. PNEUMOLOGIA

➢ Coleta de escarro Patologias mais comuns do tórax e do trato


respiratório.
 Para coleta de escarro a enfermagem deve
utilizar as precauções universais com ex-
creções.
 O paciente deve ser comunicado sobre o
procedimento.
 Os frascos devem estar com nome e regis-
tro do paciente;
 A primeira amostra deve ser coletada em
jejum, com o paciente em ambiente arejado.
Se ele estiver internado, o procedimento
deve ser realizado no próprio quarto, evi-
tando contato com outras pessoas na hora
da coleta. Se forem solicitadas três amos-
tras, as demais devem ser coletadas da
mesma forma, ou seja, em jejum.
 É importante orientar o paciente para que
escarre e não libere saliva. A enfermagem
deve identificar na hora se a amostra cole-
tada foi escarro ou saliva. O escarro tem
uma consistência mais espessa que a sali- Revisão Anatômica
va.
• Pulmões: são estruturas elásticas, localiza-
➢ Exames radiológicos das no tórax.

 É importante para a enfermagem verificar se • Pleura: membrana que reveste o pulmão:


os pedidos de exames radiológicos terão ou
não preparo. ▪ Pleura parietal: recobre o tórax;
 A enfermagem deve orientar o paciente ▪ Pleura visceral: recobre os pulmões.
quanto ao preparo quando este estiver in-
ternado, comunicando também ao serviço • Líquido pleural: lubrifica as duas superfí-
de nutrição e dietética o preparo que deve cies pleurais.
ser feito, quando estiver relacionado com
dieta, para não correr o risco de perder o • Mediastino: parede que divide o tórax em
exame por falta de conduta adequada. duas partes.
 Deve-se anotar em prontuário próprio o
• Lobos: é a divisão dos pulmões em partes.
exame a ser realizado, bem como anexar a
ele o seu preparo.

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▪ Pulmão esquerdo: lobo superior e lobo ▪ Química: causada por inalantes irritantes da
inferior. mucosa pulmonar.

▪ Pulmão direito: lobo superior, lobo mé- Fisiopatologia: a pneumonia só se instala de-
dio e lobo inferior. pendendo de dois fatores: a invasão das vias
aéreas superiores pelo agente causador e o
• Bronquíolos: por onde passa o ar na respi- mecanismo de defesa do indivíduo. O agente
ração. infeccioso chega até os pulmões após ser inala-
do e aspirado pela orofaringe.
• Brônquios: são formados pelos bronquío-
los, e formam um brônquio principal em ca- Pneumonias Bacterianas: a pneumonia bacte-
da pulmão. riana mais comum é aquela causada pelo agen-
• Cílios: são células que revestem os brôn- te Streptococcus pneumoniae, que ocorre mais
quios e bronquíolos, parecidas com micro no inverno, conhecida como pneumonia pneu-
cabelos. mocócica.

• Alvéolos: sacos aéreos, revestidos por Pneumonias mais comuns, porém não bacte-
células, que secretam material lipídico para rianas.
cada alvéolo. Esse material é denominado
“surfactante alveolar”. • Pneumonia estreptocóccica;
• Pneumonia estafilocóccica;
Mecanismo de Ventilação
• Pneumonia por Klebsiela;
→ Inspiração: o ar do ambiente passa pela
• Pneumonia por pseudomonas;
traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos.
• Pneumonia viral (vírus da gripe, adenovírus,
→ Expiração: o gás alveolar retorna no senti- herpes simples, sarampo, rubéola).
do contrário à inspiração.
Cuidados de Enfermagem
Sintomas respiratórios mais freqüentes:
• O principal cuidado deve ser com a respira-
→ Tosse: é o resultado da irritação da mem- ção. Manter ao máximo as vias aéreas li-
brana no trato respiratório. Pode ser de ori- vres. Se for necessário, instalar oxigênio
gem infecciosa e/ou irritante. através de cateter ou máscara, de acordo
com a prescrição médica ou de enferma-
→ Produção de secreção: é uma reação dos gem.
pulmões.
• Manter o paciente em repouso no leito.
→ Dispnéia: é a “falta de ar” propriamente
dita, tornando a respiração difícil. • Aliviar a dor, medicando-o conforme pres-
crição.
→ Dor torácica: geralmente está associada a
algum comprometimento do pulmão. • Verificar temperatura, pulso e respiração a
cada três horas, até que o nível retorne ao
normal.
➢ Infecções Pulmonares
• Observar expectoração, cor, aspecto, núme-
PNEUMONIAS ro de vezes.

Definição: pneumonia é um processo inflamató-


rio que ocorre no parênquima pulmonar, causa- DERRAME PLEURAL
do por algum agente infeccioso.
É o acúmulo de líquido no espaço pleural, quan-
Classificação: é classificada de acordo com o tidade anormal, geralmente secundário a outra
agente causal, podendo ser: doença. A quantidade normal de liquido entre as
pleuras é variável entre 5 a 15 ml, que permite
▪ Bacteriana: causada por agente bacteriano. as superfícies se movimentarem sem atrito.
▪ Viral: causada por algum tipo de vírus. As características do líquido podem ser:
▪ Fúngica: causada por algum tipo de fungo. • Claro = transudado ou exsudado.

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• Sanguinolento. Definição: é uma doença caracterizada pela


destruição dos alvéolos pulmonares, acarretan-
• Purulento.
do perda da elasticidade pulmonar. É um pro-
cesso lento de destruição pulmonar, o diagnós-
ABSCESSO PULMONAR
tico é confirmado pelo raio-X e espirometria.
Definição: É uma lesão localizada, com necro-
ASMA
se tecidual, caracterizada por formação de cavi-
dade.
Definição: é uma doença inflamatória
caracterizada por obstrução crônica ao fluxo de
Fisiopatologia: geralmente ocorre pela inspira-
ar nas vias respiratórias, cuja causa não está
ção de vômito, secreções ou sangue do trato
completamente elucidada.
respiratório superior. Após a aspiração, os mi-
croorganismos causam pneumonite, formando Fisiopatologia: está relacionada ao edema da
uma cavidade no pulmão, acompanhada de mucosa brônquica, a hiperprodução de muco
necrose, desenvolvendo um abscesso no local. nas vias aéreas e a contração da musculatura
lisa das vias aéreas, com conseqüente
EMPIEMA diminuição de seu diâmetro (broncoespasmo).

Definição: é o acúmulo de pus na cavidade


pleural. UNIDADE V

Fisiopatologia: o líquido pleural tem um aspec- CARDIOLOGIA


to fino, que se altera para fibrino purulento, en-
volvendo o pulmão com uma camada exsudati- Revisão Anatômica
va. Está associado a algum tipo de infecção
pulmonar, ou até mesmo após ruptura de um • A maior parte do espaço mediastínico é
abscesso pulmonar. ocupada pelo coração.

BRONQUIECTASIA • Pericárdio: camada fibrosa que envolve o


coração.
Definição: é uma dilatação crônica dos brôn-
quios e bronquíolos, que compõe o pulmão. • Câmaras cardíacas: são denominadas
átrios e ventrículos.
Fisiopatologia: geralmente a dilatação é cau-
sada por uma infecção, que acaba lesando os • Septo: parede interna entre as câmaras.
brônquios, causando perda de sua consistência
e suporte, produzindo uma quantidade espessa • Ventrículo: ejetam sangue para as artérias.
de secreção, podendo obstruir os brônquios e
bronquíolos. • Átrios: recebem o sangue das veias. Eles
funcionam como reservatórios para os ven-
trículos.
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNI-
CA – DPOC • Válvulas atrioventriculares: são as válvu-
las que separam os átrios dos ventrículos.
Definição: é uma classificação ampla, que in-
clui um grupo de patologias interligadas ao fluxo • Válvula mitral: está alojada entre o átrio
aéreo para os pulmões. esquerdo e o ventrículo direito.

As patologias incluídas são: bronquite crônica, • Válvula pulmonar: alojada entre o ventrícu-
enfisema e asma. lo direito e a artéria pulmonar.

BRONQUITE • Válvula aórtica: alojada entre o ventrículo


esquerdo e a aorta.
Definição: é um processo inflamatório, crônico,
caracterizado pela hipertrofia das fibras muscu- • Músculos papilares: são responsáveis
lares, diminuindo o fluxo aéreo, ocorrendo falta pela manutenção do fluxo sangüíneo por
de ar e sibilos pulmonares. meio das válvulas atrioventriculares.

ENFISEMA PULMONAR • Artérias coronárias: são provenientes da


aorta. A artéria coronária esquerda principal

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irriga o coração pelo lado esquerdo e a arté-  História familiar;


ria coronária direita irriga pelo lado direito.
 Estresse;
• Miocárdio: é a denominação do músculo  Sexo masculino;
cardíaco.
 Idade elevada.
• Endocárdio: á a parte interna do miocárdio.
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
• Epicárdio: é a parte externa do miocárdio.
Definição: é a condição clínica na qual o cora-
ção não atende às necessidades tanto em re-
Doenças da Artéria Coronária
pouso como em esforço.
As doenças da artéria estão dividas em:
Fisiopatologia: o coração não consegue bom-
bear sangue em quantidade suficiente para
• Arteriosclerose e coronariana;
nutrir todos os tecidos, ocorrendo assim um
• Angina pectoris; débito cardíaco elevado. Pode ocorrer de dois
modos:
• Infarto.
1º) Débito Cardíaco baixo, agudo, pressão arte-
ARTERIOSCLEROSE CORONARIANA
rial baixa, é denominado choque cardiogênico.
Definição: caracterizada pelo acúmulo de subs-
2º) Débito Cardíaco baixo, retenção de líquido
tância lipídica e tecido fibroso na parede do
nos pulmões ou tecidos, denominado insuficiên-
vaso, consequentemente reduzindo o fluxo san-
cia cardíaca congestiva.
güíneo para o miocárdio.
EDEMA AGUDO DE PULMÃO
Fisiopatologia: a lesão funcional da arterioscle-
rose é denominada ateroma e tem início com o
Definição: alteração patológica que traz acúmu-
aumento do colesterol. Essas placas de atero-
lo anormal de líquidos na cavidade extra-
ma obstruem a passagem do sangue e, conse-
vascular do pulmão.
quentemente, diminuem a luz do vaso, tornando
um tecido necrótico, dificultando ainda mais a
Fisiopatologia: considerando o último estágio
luz e a passagem do sangue.
da congestão pulmonar, desencadeia uma dis-
pnéia de forte intensidade. A causa mais co-
ANGINA PECTORIS
mum é a doença cardíaca que sobrecarrega o
ventrículo esquerdo, podendo ser a hipertensão.
Definição: síndrome clínica, caracterizada por
dor, sensação de “opressão” no peito.
UNIDADE VI
Fisiopatologia: ocorre devido a uma deficiência
do fluxo sangüíneo, com quantidade insuficiente
de oxigênio para o miocárdio. Está associada à
GASTROENTEROLOGIA
doença aterosclerótica.

INFARTO
GASTRITE AGUDA
Definição: é a destruição do tecido do miocár-
Definição: é caracterizada por uma inflamação
dio devido à diminuição do fluxo sangüíneo,
no estômago, desencadeada por hábitos irregu-
causando necrose do tecido.
lares de alimentação, como ingestão de alimen-
tos carregados, álcool, uso indevido de ácido
Fatores de risco nas doenças cardíacas ate-
acetilsalicílico.
roscleróticas
GASTRITE CRÔNICA
 Pressão arterial elevada e sem controle;
 Tabagismo; Definição: também caracterizada por uma in-
flamação do estômago, que torna a membrana
 Diabetes mellitus;
do estômago mais espessa, diminuindo a se-
 Obesidade. creção gástrica, chegando à água e ao muco. A
anemia crônica é a principal causa de gastrite
 Sedentarismo.
crônica.

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ÚLCERA PÉPTICA mucosa do intestino, pode ser causada por uma


infecção ou lesão na parede do intestino, geral-
Definição: é uma lesão, em forma de escama- mente um “irritante” estimula a diarréia, portanto
ção, formada na parede mucosa do estômago, a resposta é pequena.
piloro, duodeno e esôfago. Dependendo da sua
localização, pode ser chamada de: APENDICITE

• Úlcera gástrica = gastrite. Definição: é uma inflamação aguda que ocorre


no apêndice.
• Úlcera duodenal = duodenite.
HÉRNIA ABDOMINAL
• Úlcera esofagiana = esofagite.
Definição: é a profusão de algum órgão ou
Fisiopatologia: as úlceras pépticas ocorrem na estrutura na parede da cavidade onde está loca-
mucosa gastroduodenal, porque esse tecido lizado.
não resiste à ação do ácido gástrico e da pepsi-
na. A lesão ocorre por dois motivos: Classificação

• Aumento da concentração do ácido-  Hérnia inguinal indireta.


pepsina.
 Hérnia inguinal direta.
• Diminuição da resistência da mucosa.
 Hérnia umbilical.
ÚLCERA DE ESTRESSE
 Hérnia incisional.
Definição: é definida como um grupo de úlceras
duodenais ou gástricas, que ocorrem conse-  Hérnia redutível.
quentemente a condições e/ou ações prejudici-
 Hérnia irredutível.
ais fisiologicamente ao indivíduo.
 Hérnia estrangulada.
Fisiopatologia: as condições de ações prejudi-
ciais estressantes, tais como: choque, queima- ENTERITE (Doença de Crohn)
duras, traumatismos, desencadeiam esse tipo
de úlcera, causando lesões gástricas. Definição: é uma doença inflamatória crônica
que pode afetar qualquer parte do intestino.
CONSTIPAÇÃO

Definição: caracterizada pela freqüência anor- COLITE ULCERATIVA


mal de evacuações, ocorrendo ressecamento
das fezes, impedindo sua eliminação natural. Definição: é uma doença inflamatória e ulcera-
Obstipação: é a ausência de evacuações, po- tiva do cólon e do reto.
dendo causar obstrução intestinal.
Fisiopatologia: caracterizada por várias ulcera-
Fisiopatologia: as principais causas são os ções e inflamações, com descamação do cólon.
hábitos alimentares pobres em fibras e adiar a Sua causa é desconhecida, podendo estar liga-
evacuação por um tempo prolongado. Com da à doença psicossomática e auto-imune.
esses hábitos a musculatura e a membrana do
reto perdem parte da sensibilidade para a pre- DIVERTICULOSE E DIVERTICULITE
sença do bolo fecal, com isso o estímulo para
que ocorra a evacuação tem que ser cada vez Definição
maior.
▪ Divertículo: dilatação que ocorre no intesti-
DIARRÉIA no.
Definição: caracterizada pela freqüência inco- ▪ Diverticulose: quando o indivíduo tem a
mum de evacuações, alterando ainda consis- presença dos divertículos.
tência e aspecto.
▪ Diverculite: é a inflamação que ocorre em
Fisiopatologia: as diarréias ocorrem devido ao um divertículo após sua obstrução.
aumento da secreção de água e eletrólitos pela

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CLÍNICA MÉDICA

UNIDADE VII ICTERÍCIA

HEPATOLOGIA Definição: é uma manifestação clínica da dis-


função hepática. Ocorre quando a concentração
A hepatologia estuda o fígado, um órgão impor- de bilirrubina no sangue está elevada. Isso ca-
tante do corpo humano, que exerce controle racteriza uma coloração amarelada na pele e na
interno do organismo. esclerótica.

As doenças hepáticas afetam órgãos como rim Tipos de icterícia:


e encéfalo, tecido muscular e tecido adiposo, e
sistemas como vascular e endócrino. • Hemolítica: ocorre quando há uma destrui-
ção elevada de células vermelhas no san-
gue, com velocidade acima do que o fígado
pode excretar.

• Hepatocelular: ocorre quando as células


hepáticas lesadas não excretam bilirrubina.
A lesão pode ser causada por agente infec-
cioso ou viral. A cirrose é um exemplo, de-
vido ao excesso de álcool ingerido.

• Obstrutiva: causada pela obstrução do


canal biliar, por cálculo, processo inflamató-
rio, ou tumor.

HEPATITE VIRAL

Revisão Anatômica
Hepatite pro vírus tipo A (HVA)
• O fígado está localizado na parte superior
Definição: hepatite por vírus tipo A ou hepatite
direita do abdômen, atrás das costelas.
infecciosa é causada por um vírus da família do
enterovírus.
• Divide-se em quatro lobos, envolvendo-se
por tecido conjuntivo, dividindo-se em lóbu-
Hepatite por vírus tipo B (HVB)
los.
Definição: é a hepatite causada por um com-
• É considerado o maior órgão do corpo hu-
ponente antigênico do sangue.
mano, que tem a função de excretar subs-
tâncias do metabolismo.
CIRROSE HEPÁTICA
• O fígado recebe sangue do trato gastroin-
Definição: é uma doença crônica do fígado,
testinal, que é rico em nutrientes, armaze-
decorrente de destruição e degeneração das
nando em outro lugar do organismo.
células hepáticas.
• O fígado é responsável pela regulação da
COLECISTITE E COLELITÍASE
glicose e proteínas, fabrica e secreta bile,
responsável pela digestão e absorção de
Definição
gorduras.
• Colecistite: infecção aguda que ocorre na
• Parte do suprimento sangüíneo vem da via
vesícula, acompanhada de dor e sensibilidade
porta, e é rica em nutrientes, outra parte
do lado direito superior do abdômen, náuseas,
vem da artéria hepática, que é rica em oxi-
vômitos.
gênio.
• Colelitíase: são cálculos que se formam na
• As patologias que produzem disfunção he-
vesícula.
pática podem ser causadas por agente in-
feccioso, como vírus ou bactérias, por ano-
UNIDADE VIII
xia (falta de oxigênio) toxinas, deficiência
nutricional ou por medicamento.
ENDOCRINOLOGIA

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CLÍNICA MÉDICA

As doenças endócrinas se manifestam de duas • Resposta imunológica celular.


maneiras, por excesso ou por deficiência de
certo hormônio. Às vezes podem comprometer RENITE ALÉRGICA
mais de uma glândula, alterando sua função.
Definição: é uma doença inflamatória das mu-
As glândulas endócrinas secretam seus produ- cosas nasais, sendo a mais comum das alergias
tos na corrente sangüínea. respiratórias.

Os hormônios são as substâncias químicas Fisiopatologia: a mucosa do nariz e a conjunti-


secretadas pelas glândulas. São responsáveis va são revestidas pelos anticorpos IgE que são
pela regularização da função orgânica com o específicos para determinadas alergias.
sistema nervoso.
Quando ocorre a combinação de dados, aloja-
DIABETES MELLITUS se a renite alérgica, cessando apenas quando o
alérgeno consegue ser eliminado.
Definição: é um distúrbio caracterizado por
intolerância à glicose e também por hiperglice- DERMATITE DE CONTATO
mia ou hipoglicemia.
Definição: é uma reação inflamatória, eczema-
Classificação tosa, proveniente de uma reação cutânea cau-
sada por um agente irritante e ou alergênico.
• Tipo I = diabetes mellitus insulinodependen-
te. Fisiopatologia: ocorre após exposição ao
agente, e está ligada diretamente à sensibilida-
• Tipo II = diabetes mellitus não insulinode-
de do tecido cutâneo.
pendente.
• Deterioração de tolerância à glicose. DERMATITE ATÓPICA
• Diabetes mellitus gestacional.
Definição: é um estado de dermatite crônica,
• Diabetes mellitus associado a outras sín- que envolve o pescoço e a face, acometendo o
dromes. tecido cutâneo dessas regiões. Pode apresen-
tar-se em outra área do corpo.
Fisiopatologia: a diabetes é uma doença resul-
tante da quebra na produção de insulina, pelas Fisiopatologia: possui um período de exposi-
Ilhotas de Langherans, no pâncreas. ção mais longo que o da dermatite de contato,
vem associada à doença respiratória alérgicas e
Em condições normais, a secreção de insulina
ocorre posteriormente, o ressecamento da pele.
facilita o armazenamento de glicose, aminoáci-
dos e gorduras, promovendo o armazenamento
DERMATITE MEDICAMENTOSA
de glicogênio no fígado; a insulina liberada pelo
pâncreas é proporcional à quantidade de glicose
Definição: são erupções no tecido cutâneo que
no sangue, já no diabético, a insulina não é
ocorrem após a ingestão de determinadas dro-
secretada na mesma velocidade.
gas.

Fisiopatologia: aparecem subitamente após a


UNIDADE IX
ingestão de alguns medicamentos, ainda des-
conhecidos pelo usuário.
IMUNOLOGIA

É uma especialidade dentro da clínica médica,


UNIDADE X
responsável pelo estudo da imunidade, da res-
posta de proteção esperada pelo organismo,
DERMATOLOGIA
quando ele é afetado de alguma forma.
➢ Infecções Bacterianas - Piodermites
A Resposta Imunológica é a resposta do orga-
nismo quando atacado por algum agente, como
A dermatologia é a parte que estuda as diferen-
vírus ou bactéria. Ela aparece sob três formas:
tes doenças da pele. O tecido cutâneo age co-
mo uma interface no meio ambiente, responsá-
• Resposta imunitória da fagocitose;
vel pela proteção dos agentes naturais do ambi-
• Resposta imunitória hormonal; ente e pela termorregulação.

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CLÍNICA MÉDICA

IMPETIGO TINEA PEDIS: PÉ-DE-ATLETA

Definição: é uma infecção cutânea superficial,


causada por estreptococos, estafilococos, ou Definição: infecção fún-
outro tipo de bactéria. gica, que ocorre na planta
dos pés e interdígitos,
Fisiopatologia: a infecção se inicia com pe- geralmente superficial. É
quena mácula avermelhada, progredindo para a mais comum das infec-
vesículas, rompendo-se em seguida e formando ções fúngicas.
uma crosta; o processo é rápido e contínuo,
assim que as crostas se desprendem abaixo já Fisiopatologia: a infec-
se inicia o processo novamente. ção é causada por uma superinfestação bacte-
riana, provocando uma manifestação vesicular
FOLICULITES inflamatória aguda, ocorrendo descamação.

Definição: é uma infecção estafilocócica, que


ocorre dentro dos folículos pilosos. UNIDADE XI

Fisiopatologia: após a instalação da infecção, NEFROLOGIA


as lesões podem ser superficiais ou profundas,
aparecendo pústulas de pápula junto ao folículo. A nefrologia consiste no estudo clínico dos pro-
As áreas mais predisponentes são as regiões blemas renais e urinários.
das pernas nas mulheres e nas coxas nos ho-
mens.

A pseudofoliculite é uma reação inflamatória,


causada por pêlos encravados que perfuram a
pele e causam reação.

FURÚNCULOS

Definição: inflamações agudas, profundas, em


um ou mais folículos, estendendo-se até a der-
me.

Fisiopatologia: a inflamação se instala no folí-


culo piloso, ocorrendo em seguida reação local,
acompanhada de irritação.

➢ Infecções Virais

HERPES - ZÓSTER

Definição: processo inflamatório, causado pelo


vírus Herpes-zóster, que produz erupção vesi-
cular dolorosa ao longo de uma terminação INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA – IRA
nervosa.
Definição: a insuficiência renal aguda, também
Fisiopatologia: o vírus representa uma reativa- conhecida como IRA, defini-se como a perda
ção do vírus da varicela, causando uma baixa súbita, às vezes total, da função do rim, por
imunidade. Ele permanece no organismo falência da circulação renal ou alterações de
“adormecido” nas células nervosas próximas ao glomérulos ou túbulos.
cérebro e medula. Quando reativado, percorre
os nervos periféricos até a pele, multiplica-se e Fisiopatologia: a IRA ocorre quando os rins se
causa erupções vermelhas com vesículas que tornam incapazes de retirar os dejetos metabóli-
contêm líquido. cos e orgânicos, impedindo de realizar sua fun-
ção homeostática, ou seja, manter o meio inter-
➢ Infecções Micóticas – Fúngicas no estável.

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CLÍNICA MÉDICA

Consequentemente a essa ausência de função, • Prostatite = infecção na próstata;


as substâncias que são normalmente elimina-
das na urina permanecem acumuladas, prejudi- • Pielonefrite = infecção no rim, trato urinário
cando todos os demais sistemas. superior.

INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA – UREMIA


UNIDADE XII
Definição: é uma deterioração progressiva da
função renal, levando o organismo à falência, HEMATOLOGIA
resultando em uremia.
É a parte responsável pelo estudo do sistema
Fisiopatologia: à medida que a função renal hematológico, o sangue, e onde ele é formado.
fica debilitada, os produtos que formam a urina
se acumulam no sangue, ocasionando distúr-
bios nos outros sistemas, como cardiovascular,
hematológico e demais, ocorrendo também
alterações na pele e sistema reprodutor.

GLOMERULONEFRITE AGUDA – GNA

Definição: é uma reação inflamatória que ocor-


re nos glomérulos.

Fisiopatologia: inicia-se com uma perda da


capacidade filtrante glomerular. Com isso ocorre
aumento no volume do rim, ocorrendo edema e
congestão do rim.
ANEMIA
Todos os tecidos renais, glomérulos, túbulos,
vasos sangüíneos e estoma são afetados, em Definição: é uma doença causada pela redução
graus variáveis, resultando lesão renal. do número de glóbulos vermelhos no sangue.

SÍNDROME NEFRÓTICA Fisiopatologia: a anemia pode ocorrer tanto


por falta de medula óssea em produzir o sufici-
Definição: é um distúrbio clínico, resultante de ente, como pela perda excessiva de glóbulos
um grupo de doenças glomerulares. vermelhos.

Fisiopatologia: ocorre perda acentuada de LEUCOPENIA


proteínas nas células e albumina na urina. O
distúrbio clínico vem caracterizado por proteinú- Definição: situação em que o número de glóbu-
ria acentuada, hipoalbuminemia, edema e hi- los brancos é inferior ao esperado.
percolesterolemia.
LEUCEMIA
Esse distúrbio faz com que o glomérulo se torne
lesado, impedindo, assim, a sua função. Definição: situação em que ocorre acúmulo de
leucócitos na medula óssea, impedindo a pro-
INFEÇÕES DO TRATO URINÁRIO – ITU dução de glóbulos vermelhos.

Definição: infecções do trato urinário (ITU) é LINFOMAS


um grupo de infecções causadas por agentes
patogênicos no trato urinário. Definição: são neoplasias nas células do sis-
tema linfóide
Classificação: as ITU se classificam de acordo
com a parte do órgão lesado MIELOMA MÚLTIPLO

• Cistites = infecção na bexiga, trato urinário Definição: doença maligna das células plasmá-
inferior; ticas, com poder de penetrar no osso e nos
tecidos.
• Uretrites = infecção na uretra, trato urinário
inferior;

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