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Terapia

Nutricional
Paciente
Oncológico
Abordagem Nutricional
A perda de peso e a desnutrição são os distúrbios nutricionais
mais frequentes em pacientes com câncer (de 40% a 80% dos
casos), sendo que até 30% dos pacientes adultos apresentam
perda superior a 10% do peso corporal. O déficit do estado
nutricional está estreitamente relacionado com a diminuição da
resposta ao tratamento específico e à qualidade de vida.

• Triagem Nutricional
– ASG-PPP / MAN – risco nutricional – intervenção
– NRS 2002

CONSENSO,2015.
Abordagem Nutricional
• Avaliação Antropométrica
– Peso: 7 dias

• Avaliação Bioquímica
– Hemograma, glicose, ptn totais e frações
Necessidades Nutricionais

CONSENSO,2009.
Câncer de Cabeça e Pescoço
• Principais tipos
• Carcinoma epidermóide: boca, faringe e
laringe
• Carcinoma papilífero: tireóide TIREÓIDE
• Estimativa de novos casos: 15.490 (2016 - INCA);
• Número de mortes: 5.401, sendo 4.223 homens e 1.178
mulheres (2013).

BOCA, FARINGE,
LARINGE

SBCCP,2015. INCA,2016.
Câncer de Cabeça e Pescoço
• Fatores de risco

UpToDate, 2017. INCA,2016.


Câncer de Cabeça e Pescoço
Tratamento
• Depende do local, da extensão do tumor primário e do
status dos linfonodos cervicais - o tratamento pode ser
cirúrgico, radioterápico ou uma combinação de ambos;
• A cirurgia para ressecção dos tumores primários deve
incluir sempre toda lesão tumoral e margem de tecido
livre de tumor;
• As opções de tratamento irão variar de acordo com o
estádio clínico das lesões.
Câncer de Cabeça e Pescoço
Laringectomia
Terapia Nutricional
Como fazemos ?

• Pré-operatório
– Suco com maltodextrina
• Pós-operatório
– Via Oral: depende da localização do tumor
– Via SNE
– 1º dia = 1500kcal (5 etapas de 200ml);
– 2º dia = 1875kcal (5 etapas de 250ml);
– 3º dia = 2250kcal (5 etapas de 300ml);
– 4º dia = 3000kcal (5 etapas de 400ml).
Conduta Nutricional
• SNE SNE
Terapia Nutricional

• Complicações: Fístula

• Orientação de alta ambulatório


Câncer TGI
• Principais tipos
• Esôfago
• Estômago
• Cólon/reto
Câncer de Esôfago
• No Brasil, o câncer de esôfago é o 6º mais frequente entre
os homens e 13º entre as mulheres, excetuando-se o
câncer de pele não melanoma;
• O tipo de câncer de esôfago mais frequente é o carcinoma
epidermóide escamoso, responsável por 96% dos casos.
Outro tipo, o adenocarcinoma, vem aumentando
significativamente;
– Estimativa de novos casos: 10.810, sendo 7.950 homens
e 2.860 mulheres (2016 – INCA)
– Número de mortes: 7.930, sendo 6.203 homens
e 1.727 mulheres (2013 - SIM)

INCA,2016.
Câncer de Esôfago

• Fatores de risco

INCA,2016.
Câncer de Esôfago
Tratamento
• Cirurgia, radioterapia e quimioterapia, de forma isolada
ou combinadas, de acordo com a avaliação médica.
• Na maioria dos casos, a cirurgia está indicada.
Dependendo da extensão da doença, o tratamento pode
ser unicamente paliativo (sem finalidade curativa), através
de quimioterapia ou radioterapia.
• No leque de cuidados paliativos também dispõe-se de
dilatações com endoscopia.

INCA,2016.
Câncer de Esôfago
Esofagectomia
Terapia Nutricional
Como fazemos ?
• Pós-operatório
• SNE/GTM
– Início = 600kcal (5 etapas de 100ml);
– 2º dia TNE = 900kcal (5 etapas de 150ml);
– 3º dia TNE = 1200kcal (5 etapas de 200ml).
Conduta Nutricional

• GTM

GASTROSTOMIA
Conduta Nutricional
• JTM
Terapia Nutricional
Como fazemos ?
• Pós-operatório
• Via Oral
– Após avaliação
– 6º dia / dieta líquida de prova / sem queixas – progredindo
– Suplementação

• Orientação de alta ambulatório


Terapia Nutricional
• Pós-operatório
– Acompanhar sintomas
• Náuseas
• Disfagia
• Saciedade precoce
• Rápido esvaziamento
• Síndrome de dumping
ESTÔMAGO
• O câncer gástrico - histológica de adenocarcinoma (95%);
• Homens – 70 anos (cerca de 65% dos pacientes têm mais de
50 anos);
• No Brasil, esses tumores aparecem em 3º lugar na incidência
entre homens e em 5º entre as mulheres;
– Estimativa de novos casos: 20.520 - 12.920 homens e 7.600
mulheres (2016 - INCA)
– Número de mortes: 14.182 - 9.142 em homens e 5.040 mulheres
(2013- SIM)

INCA,2016.
Câncer Gástrico

• Fatores de risco

UpToDate,2017. INCA,2016.
ESTÔMAGO
Tratamento
• O tratamento cirúrgico, retirando parte ou todo o
estômago, além dos nódulos linfáticos próximos, é a
principal alternativa terapêutica e única chance de
cura.
• Para determinar a melhor abordagem cirúrgica, deve-
se considerar a localização, tamanho, padrão e
extensão da disseminação e tipo histológico do tumor.
• A radioterapia e a quimioterapia são considerados
tratamentos secundários, que podem determinar
melhor resposta da cirurgia.

INCA,2016.
ESTÔMAGO
GASTRECTOMIA:
ESTÔMAGO
GASTRECTOMIA:
ESTÔMAGO
GASTRECTOMIA:
Terapia Nutricional
• Pós-operatório
– Má absorção de nutrientes
– Redução do ácido gástrico
– Ingestão alimentar: deficiência nutricional
• Saciedade precoce, perda de apetite, refluxo, alteração
da motilidade;
• Síndrome de dumping
– Restrição lactose, sacarose
– TCM
Terapia Nutricional
Como fazemos ?
• Pós-operatório
• Gastrectomia Parcial: 3º dia / dieta líquida de
prova / sem queixas – progredindo

• Gastrectomia Total: SNE/JTM


– Início = 600kcal (5 etapas de 100ml);
– 2º dia TNE = 900kcal (5 etapas de 150ml);
– 3º dia TNE = 1200kcal (5 etapas de 200ml);
• Orientação de alta ambulatório
Câncer Colorretal
• O câncer colorretal - segmento do intestino grosso e o
reto.
• É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser
detectado precocemente (mtx);
• Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos,
(lesões benignas) – podem se tornar malignos;
– Estimativa de novos casos: 34.280, sendo 16.660 homens e 17.620
mulheres (2016 – INCA)
– Número de mortes: 15.415; sendo 7.387 homens e 8.024 mulheres
(2013 - SIM)

INCA,2016.
Câncer Colorretal
• Fatores de risco

UpToDate,2017. INCA,2016.
Câncer Colorretal
Tratamento
• A cirurgia é o tratamento inicial, retirando a parte do
intestino afetada e os nódulos linfáticos (pequenas
estruturas que fazem parte do sistema imunológico)
próximos à região.
• A radioterapia, associada ou não à quimioterapia, é
utilizada para diminuir a possibilidade de volta do tumor.

INCA,2016.
Câncer Colorretal
Colectomia direita
Câncer Colorretal

Colectomia esquerda
Câncer Colorretal

Colostomia
Câncer Colorretal

Colostomia
Terapia Nutricional

• Pré-operatório
• Dieta zero
– Preparo 1º dia

2º dia • Dieta zero*


• Pós-operatório
3º dia • Dieta líquida de prova
• Via Oral
– Após avaliação
4º dia • Dieta líquida**
– Fístula
5º dia • Dieta pastosa

Ikemori et.al,2003.
Terapia Nutricional
• Pós-operatório
– Realimentação Recomendações:
Fracionar as refeições
Introdução gradativa
Líquidos – 2L
Observar complicações

• Orientação de alta ambulatório


Ikemori et.al,2003.
PERDAS
ESTOMA REG EXCLUIDA TIPOS DE FEZES COMPLICAÇÕES
NUTRICIONAIS

Semiliquidas, Diarréia, flatulência,


Colostomia de H2O, Na, K, abundantes, vômitos, fadiga,
Cólon transverso
cólon ascendente enz. digestivas eliminação de arritimia cardíaca,
enzimas digestivas dores musculares

Cólon Semiliquidas- Diarréia, odor


Colostomia de
descendente, H2O, vit K formadas fétido, flatulência e
cólon transverso
sigmóide e reto intermitentemente irritação de pele
Obstipação, odor
Colostomia do Cólon sigmóide e Pouca- Formadas com
fétido, flatulência,
cólon descendente reto nenhuma intervalos regulares
irritação da pele
Pouca-
Colostomia do Formadas com Obstipação, odor
Reto nenhuma
cólon sigmóide intervalos regulares fétido, flatulência
interferência

Diarréia, flatulência,
Ca, Mg, H2O,
fraqueza muscular,
Vit. B12, Fe,
anemia, perda de
Cólon e reto Vit. A, D,E, K, Líquidas, abundantes
Ileostomia apetite,
completo gordura, PTN, e pastosas
esteatorréia,
ác. Fólico, sais
anorexia, perda de
biliares
peso
Terapia Nutricional
Pós Operatório de Colectomia
 Reduzir ou suprimir a fibra insolúvel;
 Restringir inicialmente o total de gordura (frituras);
 Evitar estimulantes do peristaltismo intestinal (café, pimenta);
 Evitar alimentos flatulentos: repolho, pepino, couve-flor,
leguminosas com casca, melancia;
 Fracionar alimentação com cinco a seis pequenas refeições;
 Ingerir volume hídrico de 1,5 a 2,0 litros/dia;
 Utilizar suplementos de fibra vegetal hidrossolúvel (goma
guar) antes das principais refeições;
Waitzberg,2004.
Terapia Nutricional
Pós Operatório de Colectomia
• Evitar no pós-cirúrgico os seguintes alimentos: leite e
derivados, embutidos, patês, carnes muito duras e
fibrosas, cereais integrais, verduras muito fibrosas,
frutas e verduras cruas, bebidas gaseificadas,
maionese, açúcar e doces em geral;
• Após a fase inicial, reintroduzir gradativamene os
alimentos , observando a tolerância do pacientes.

Waitzberg,2004.
Terapia Nutricional

Dieta conforme consistência das


fezes Dieta constipante
evitar constipação (+ laxante) Rica em líquidos, Na e K
Terapia Nutricional

• Fístula

• VIC

COM PERDA DA VÁLVULA SEM PERDA


ILEO-CECAL(VIC) LADO DA VIC -
DIREITO – CONSTIPANTE LAXANTE
Colostomia Direita
Grupos de alimentos Preferir Evitar

Pão branco, biscoito água e sal, Alimentos integrais (pão integral, biscoito integral,
Cereais e
arroz branco, macarrão, batata inglesa, arroz integral, macarrão integral), aveia, farinhas
leguminosas
inhame, mucilon de arroz, inhame integrais, linhaça, pipoca, feijão, batata-doce, milho.

Carnes enlatadas, defumadas e embutidos


Carnes, aves, Carne de boi, aves ou peixes, sem pele, bem
(mortadela, lingüiça, salsicha, hambúrguer, salame,
peixes e ovos cozidos, grelhados ou assados. Ovos cozidos.
presunto).
Formadoras de gases (aspargo, brócolis, couve,
Preferir, inicialmente, os vegetais cozidos, sem cebola, repolho, aipo, pepino, pimentão, espinafre,
Hortaliças cascas e sem sementes. agrião, nabo).
Introduza aos poucos e teste a tolerância do seu
organismo.

Frutas, com exceção do coco, frutas secas e


Frutas Coco, frutas secas e passas
passas.

Leite desnatado ou enriquecido, produtos a


Leite e Produtos a base de leites ricos em gordura (queijo
base de leite com pouca gordura, queijo
derivados prato, mussarela, parmesão, creme de leite)
branco ou ricota, coalhada e iogurte light.

Sucos de frutas, água de coco, vitaminas, chás


Bebidas Refrigerantes, bebidas com gás e bebidas alcoólicas
etc.
Banha, manteiga, molhos gordurosos, alho, goiabada;
Azeite de oliva, mingaus, óleos vegetais (a
Outros maionese, creme de leite, chantilly, chocolate,
base de milho, soja, girassol).
bombons, pimenta.
Colostomia Esquerda
Grupos de alimentos Preferir Evitar

Pão, bolacha água e sal, arroz, farinha de aveia,


Cereais e mucilon de arroz, fécula de mandioca, alimentos
Massas fritas.
leguminosas integrais (pão, biscoito, arroz etc.), pipoca, feijão
(se bem tolerado), batata-doce, milho

Carnes, aves, Carne de boi, aves ou peixes, sem pele, bem Carnes enlatados, defumadas e embutidos
peixes e ovos cozidos, grelhados ou assados. Ovos cozidos. (mortadela, lingüiça, salsicha, hambúrguer etc.)

Formadoras de gases (aspargo, brócolis, couve,


cebola, repolho, aipo, pepino, pimentão,
Hortaliças Todas, exceto as que formam gases. espinafre, agrião, nabo).
Introduza aos poucos e teste a tolerância do seu
organismo.
Frutas Todas, de acordo com a tolerância individual. Observar as frutas que não tolera
Leite de soja, leite semi-desnatado ou Produtos a base de leites ricos em gordura
Leite e
desnatado, queijos frescos com pouca gordura, (queijo prato, mussarela, parmesão, creme de
derivados
coalhada e iogurte leite)
Sucos de frutas, água de coco, vitaminas, chás Refrigerantes, bebidas com gás e bebidas
Bebidas
etc. alcoólicas

Banha, manteiga, molhos gordurosos, alho,


Azeite de oliva, mingaus, óleos vegetais (a base
Outros goiabada; maionese, creme de leite, chantilly,
de milho, soja, girassol).
chocolate, bombons, pimenta.
Conduta Nutricional

Os pacientes devem ser monitorados


diariamente com visitas à beira do leito, com
investigação da ingestão oral e da tolerância
da terapia enteral, avaliação de sinais e
sintomas e exames físico, funcional, clínico e
laboratorial.
Tratamento de
Quimioterapia e Radioterapia
Quimioterapia

• Mecanismos de ação das drogas antineoplásicas


– afetam tanto as células normais como as neoplásicas,
porém eles acarretam maior dano às células malignas,
devido às diferenças quantitativas entre os processos
metabólicos dessas duas populações celulares.
• Classificação:
– Curativa: controle completo do tumor
– Adjuvante: qd segue à cirurgia curativa
– Neoadjuvante: obter redução parcial do tumor
– Paliativa: não tem finalidade curativa INCA, 2016.
Quimioterapia

• Toxicidade dos quimioterápicos


– As estruturas normais que se renovam
constantemente, como a medula óssea, os pelos e
a mucosa do tubo digestivo, são também atingidas
pela ação dos quimioterápicos;
– No entanto, como as células normais apresentam
um tempo de recuperação previsível, ao contrário
das células anaplásicas, a quimioterapia é aplicada
em ciclos periódicos.

INCA, 2016.
Quimioterapia

• Toxicidade dos quimioterápicos


– Os efeitos terapêuticos e tóxicos dos
quimioterápicos dependem do tempo de
exposição e da concentração plasmática da droga.

INCA, 2016.
Quimioterapia

Estado Risco
Desnutrição
nutricional Nutricional

Qualidade
Ingestão de ASG-PPP
alimentar Vida

Terapia Efeitos
Nutricional Colaterais

CONSENSO, 2015.
Efeitos colaterais
Como fazemos ?
•fibras •sem gordura
•beber líquidos •beber líquidos
•horários •constipantes

Prisão de
Diarréia
ventre

Coquetel!
INCA, 2016.
Efeitos colaterais

•s/ irritantes •sem gordura


•gelados •frios
•líq. / pastoso •Peq. quantid

Mucosite Enjoo

INCA, 2016.
Quimioterapia

INCA, 2016.
Radioterapia

• Método capaz de destruir células tumorais,


empregando feixe de radiações ionizantes.

INCA, 2016.
Efeitos Colaterais
• Anorexia CCP

• Xerostomia
• Odinofagia
• Mucosite
• Disfagia
• Disfonia
• Alterações gustativas e olfativas
INCA, 2016.
Efeitos Colaterais
• Náuseas PELVE

• Vômitos
• Anorexia
• Má-absorção
• Enterite actínica

INCA, 2016.
Efeitos Colaterais

• Náuseas SNC

• Anorexia
• Vômitos

INCA, 2016.
Radioterapia

INCA, 2016.
Equipe Multidisciplinar - Cecan
GRUPO PRÉ-OPERATÓRIO GRUPO DE ACOLHIMENTO DA
DA MASTOLOGIA QUIMIOTERAPIA
Equipe Multidisciplinar - Cecan
GRUPO DE ACOLHIMENTO DA TNA
RADIOTERAPIA

Grupo Acolhimento – pré cirúrgico


Mesa redonda – cirurgia geral HLA
Mesa redonda – cabeça e pescoço
Nutrição em Paciente
Crítico
com Câncer
Unidade de Terapia Intensiva - UTI
• Local do hospital com estrutura e pessoal especializado para o
cuidado de pacientes com lesões ou doenças graves, com
possibilidade de recuperação.

Paciente Crítico
• É aquele que se encontra em risco iminente de perder a vida ou
função de órgão/sistema do corpo humano, bem como aquele
em frágil condição clínica decorrente de trauma ou outras
condições relacionadas a processos que requeiram cuidado
imediato clínico, cirúrgico, gineco-obstétrico ou em saúde
mental.

AMIB; M.S.,2014.
Terapia Nutricional
Quando começar?
Paciente grave – inflamação sistêmica, que
promove alterações metabólicas – interferem em
todo o suporte nutricional.

Desnutrição – ambiente hospitalar –


aguardar estabilidade hemodinâmica e metabólica
– suporte nutricional – seguro e eficiente.
Necessidades nutricionais!!
 Consenso
Projeto Diretrizes, 2011.
Paciente Crítico
Via de acesso?
Via oral – condição clínica e aceitação do
paciente

Via enteral

Via Parenteral
Paciente Crítico
Nutrição Enteral
Nas primeiras 24 a 48 horas no pós-operatório de grandes
cirurgias ou clínico.
 finalidade: manter trofismo intestinal –  complicações
infecciosas

Critérios para iniciar terapia:


 estabilidade hemodinâmica
 TGI funcionante
 presença da sonda – SNE (RX) / JTM / GTM

 Prescrição da dieta
 característica composição / volume infusão - progressão
Manual ICESP, 2011.
Paciente Crítico
Nutrição Enteral
Acompanhamento da progressão da dieta
 Resíduo gástrico

 Meta – 6 dias

 Intercorrências
 mecânica / gastrintestinais / pulmonares

 Registrar – prontuário

 Reintroduzir a alimentação oral


Manual ICESP, 2011.
Paciente Crítico
Nutrição Parenteral TGI não
funcionante
 Indicação:
 Incapacidade ou impossibilidade de ingerir as necessidades
nutricionais por via oral (> 60%), quando a TNE não for indicada;
 ttt – QT – mucosite TGI
 Intolerância ou dificuldade de progressão por mais de 72h da
TNE.

 Acompanhamento:
 controle de enfermagem
 exames laboratoriais

 Complicações:
 Esteatose hepática
 Flebite
 Hiperglicemia (K, Mg, Na) – Hipo
Manual ICESP, 2011.
FILHO E AKAMINE, 2005.
Pediatria
Câncer Infantil

• Prevalência - Leucemia
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos
(leucócitos), geralmente, de origem desconhecida. Tem
como principal característica o acúmulo de células jovens
anormais na medula óssea, que substituem as células
sanguíneas normais.

SOBOPE,2016.
Câncer Infantil
• Leucemia Linfóide Aguda
Resulta em um dano genético adquirido (não herdado) no DNA
de um grupo de células na medula óssea. Os efeitos são o
crescimento incontrolável e o acúmulo das células chamadas de
“linfoblastos” que perdem a capacidade de funcionar como células
sangüíneas normais havendo um bloqueio da produção normal de
células na medula óssea, levando a uma diminuição na produção
de glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos na medula
óssea.
SOBOPE,2016.
Câncer Infantil
Remissão Indução Consolidação Manutenção
O primeiro objetivo
do tratamento é
alcançar o controle
da doença Remissão – 2 anos
Quando esse quimioterapia Remissão –
objetivo primário é intensiva ciclo curto de
alcançado, o
(1 mês) quimioterapia
paciente não
apresenta mais
(não é
sinais ou sintomas descartado o
atribuídos à risco de
doença e não recidiva)
existe evidência de
blastos leucêmicos
no sangue ou na
medula óssea. A
hematopoese é
restaurada e com
isso a contagem
das células
sanguíneas retorna
a níveis normais

SOBOPE,2016.
Câncer Infantil

•Tratamento
• Quimioterapia – reações adversas
• Cirurgia
• Radioterapia (Garófolo, 2012)

SOBOPE,2016.
Câncer Infantil
Mucosite grau 3

Slide de Simone Norat


Câncer Infantil

Fonte: Consenso,2009.
Câncer Infantil
• AnthroPlus
Câncer Infantil

Terapia Nutricional

• Promover o crescimento e o
desenvolvimento normal da criança;
• Melhorar a resposta imunológica;
• Aumentar a tolerância do paciente
ao tratamento;
• Melhorar a sua qualidade de vida.

Consenso de Nutrição Oncológica, INCA, 2009


Câncer Infantil
Cuidados
Detectar o comprometimento nutricional e o
risco antes e durante o tratamento

Adequar a alimentação às necessidades

Orientação e terapia – efeitos colaterais e


sinais e sintomas

Indicar, implantar e acompanhar a terapia

(Garófolo, 2012)
Câncer Infantil

TNE
• Desnutrição, hiporexia e trato
gastrointestinal intacto;
• Efeitos da QT e passagem da SNE;
• Aspecto psicológico do paciente e
família - SNE;
• NPT indicada com pacientes com boa
expectativa de vida, complicações
gastrointestinais, caquexia.
Consenso de Nutrição Oncológica, INCA, 2009
Câncer Infantil

Cardápio

•Reações adversas
Câncer Infantil
• Orientação Nutricional (alta hospitalar)*
• Que alimento escolher
• Armazenamento correto
• Higienização dos alimentos
• Rótulos
• Oficina Culinária
Câncer Infantil
Câncer Infantil
Câncer Infantil
Cuidado
Paliativo
Cuidado Paliativo

Hospice

Hospedaria

Cicely Saunders
Cuidado Paliativo

“abordagem que promove qualidade de vida


de pacientes e seus familiares diante de
doenças que ameaçam a continuidade da
vida, através de prevenção e alívio do
sofrimento. Requer a identificação precoce,
avaliação e tratamento impecável da dor e
outros problemas de natureza física,
psicossocial e espiritual” (OMS,2002).

Manual ANCP, 2009.


Paciente Maria de Lourdes, 57 anos, casada, mãe de dois filhos,
mora no interior de SP, começou a sentir dores, como se fosse
cólicas menstruais. Tomava dipirona e passava a dor. Após 6 meses iniciou
um sangramento vaginal. Ela achou estranho porque já tinha entrado na
menopausa. Para não preocupar a família ela não comentou com ninguém
de casa. O sangramento não parou. Após 30 dias ela procurou a posto de
saúde e após alguns exames o médico explicou que ela precisaria ir para
Capital para tratar.
Maria de Lourdes recebeu um diagnóstico de tumor maligno de colo uterino
e metástase em ovário .
A médica não indicou cirurgia devido amplitude da lesão e a encaminhou
para a Equipe de Cuidados Paliativos.
Sua filha se afastou ao tomar conhecimento da situação.
Internada no Hospital em SP, sob os cuidados da Equipe de Cuidados
Paliativos com o acompanhamento do marido e do filho.
Sintomas foram controlados – DOR, NAÚSEAS, CONSTIPAÇÃO.
Realizada reunião (equipe multidisciplinar) com a família e a sua filha
começou a aceitar a situação. A filha se sentiu amparada!! (ttt)
Foi conversado com paciente e família os cuidados no fim de vida.

Dona Lourdes se sentiu todo tempo acolhida pela equipe!


Recebeu alta para casa com as devidas orientações!
Sentiu-se confiante!! E foi dado conforto até o final de sua vida!
Após 30 dias a doença progrediu e a paciente faleceu em seu domicílio ao
lado de seus entes querido!
Princípios CP
• Promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis;
• Afirmar a vida e considerar a morte um processo normal da vida;
• Não acelerar nem adiar a morte;
• Integrar os aspectos psicológicos e espirituais;
• Oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver
tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte;
• Oferecer sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a
doença do paciente e o luto;
• Oferecer abordagem multiprofissional para focar as
necessidades dos pacientes e seus familiares;
• Melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente o curso
da doença.

Manual ANCP, 2009.


Comunicação
• Pilar = dos Cuidados Paliativos
 Reconhecer as nuances da comunicação
verbal e não verbal
 Má comunicação:
• Falta de acolhimento
• Falta de clareza no diagnóstico e ttt
• Comunicação inadequada
Manual ANCP, 2009.
Qual o nosso papel?

 Realizar avaliação nutricional, conhecer hábito


alimentar, preferências, aversões alimentares e
aspectos psicossociais relacionados com a
alimentação;
 Oferecer conforto emocional, prazer, auxiliar na
diminuição da ansiedade, no aumento da autoestima e
da independência;
 Fase inicial: manter ou recuperar o estado nutricional e
evitar a progressão da doença;
 Fase terminal: promover sensação de bem-estar e
conforto, qualidade de vida e alivio dos sintomas.

Manual ANCP, 2009.


Manejo dos Sintomas!
Dor
(dor total)
Náuseas e
Dispnéia
vômitos

Diarréia Constipação

Manual ANCP, 2009.


“dar mais vida aos dias do
que acrescentar dias à vida”

Cícely Saunders

Manual ANCP, 2009.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
•GAROFOLO, Adriana. Nutrição clínica, funcional e preventiva aplicada à
oncologia: teoria e prática profissional. Rio de Janeiro. Ed.Rubio, 2012.
•CAMARGO e KURASHIMA, Cuidados Paliativos em Oncologia Pediátrica: o
cuidar além do curar. São Paulo. Ed.Lemas, 2007.
•INCA, 2016. www.inca.gov.br
•Consenso de Nutrição Oncológica. Instituto Nacional de Cancer Jose Alencar
Gomes da Silva. 2ed. rev. ampl. atual. Rio de Janeiro: INCA, 2015.
• Manual ANCP , 2009.
• Manual Cremesp, 2008.
Nutricionista: Yasmin Guerreiro Nagashima
Email: nutricao.hla@liga.org.br
Especializada em Nutrição Funcional - VP
Caso Clínico

Identificação do paciente
• M.R.M., sexo masculino, 54 anos, autônomo
(ex-vendedor de pipoca: afastado desde que
foi diagnosticado a doença), sedentário,
morador da cidade de Natal/RN.
 Diagnóstico: câncer retal.
 Uso de colostomia.

 Data da visita: 11/05 a 14/05/2015.


Caso Clínico

Dados Socioeconômicos
• Escolaridade: não alfabetizado.
• Renda: até 1 salário mínimo.
• Número de habitantes no domicílio: 3
pessoas
• Etilista/Tagista: Não
• Saneada
Caso Clínico

História Familiar
• O paciente relatou que a mãe faleceu
devido a um câncer de cólon.

• Desconhece hipertensão arterial, diabetes,


AVC e outras patologias.
Caso Clínico

Hábitos Alimentares
• Intolerância/alergias: Não possui;
• Preferências: arroz de leite, fígado, carnes
vermelhas;
• Aversão: arroz parboilizado, frutas, legumes e
verduras.
Caso Clínico

Avaliação Antropométrica *Altura estimada: 72,803 +


(1,83 x Altura do joelho). 
• Peso atual: 51,25 kg; Fonte: CHUMLEA, 1985.
Altura estimada: 72,803 +

• Estatura: 166 cm (estimada)*;


(1,83 x 51)
Altura estimada: 166cm.

• Peso usual: 55kg. IMC = 18,6 kg/m² (eutrofia).

Fonte: WHO, 2007.


Avaliação Antropométrica
•Outros dados antropométricos:
•% Perda de peso:
% Perda de peso = peso usual – peso atual x 100 Adequação da circunferência do braço (CB):

peso usual % adequação da CB = CB obtida (cm) x 100


CB percentil 50*
% adequação da CB = 23,5 x 100
•% Perda de peso = 55 – 51,25 x 100 32,3
% adequação da CB = 72%.  Desnutrição moderada.
55

•% Perda de peso = 7%.  Interpretação: perda


significativa de peso.

•% Adequação de peso: Adequação da prega cutânea tricipital (PCT):

% adequação de peso = peso atual x 100 % adequação da PCT = PCT obtida (mm) x 100
 = 51,25 x 100 PCT percentil 50*
peso ideal(60,5)  84,7% % adequação da PCT = 5/ 11,5 x 100
% adequação da PCT = 43%.  Desnutrição grave.
*Frisancho,1990
% adequação de peso = 85%.  Depleção leve.

*Frisancho,1990
Avaliação Antropométrica
Avaliação Subjetiva Global (ASG):
Circunferência muscular do braço (CMB):
Escore numérico total das caixas A, B, C e D = 21, sendo
CMB(cm) = CB(cm) – [PCT(mm) x 0,314] 21>9, indicando necessidade crítica de melhora no
CMB = 23,5 – [5 x 0,314] manuseio dos sintomas e/ou opções de intervenção.
CMB = 21,93 cm.
% adequação da CMB = CMB obtida x 100 Avaliação global:
CMB percentil 50
% adequação da CMB = 78%.  Desnutrição leve.

Área muscular do braço (AMB):

AMB = (CMB)² - 10  = (21,93)² - 10


12,56 12,56
AMB = 28,2 cm².  Depleção.
Caso Clínico

Avaliação Clínica
Exames Físicos:
• Cabelo: perda do brilho natural, seco.
• Pele: xerose (pele seca), palidez, desidratação.
• Perda de massa muscular.

Funções eliminatórias:
• Constipação: + 07dias
• Diurese espontânea
Interação medicamentosa
•Utilização de medicamentos no hospital:
• Zofran: A biodisponibilidade de é levemente aumentada na presença de alimentos, mas
não é afetada por antiácidos.
• Dipirona: Não há dados em literatura que demonstrem interações de dipirona com
alimentos.
• Luftal (dimeticona): é indicado para pacientes com excesso de gases no aparelho
digestivo. O acúmulo de gases no estômago e no intestino chama-se flatulência, que
causa desconforto abdominal, aumento do volume abdominal, dor ou cólicas no
abdômen. A eliminação dos gases alivia estes sintomas. Evitar ingestão de refrigerante ou
alimentos que possam causar um aumento de gases no aparelho digestivo.
• Captopril (droga cardiovascular): interação com alimentos em geral diminui a absorção
do fármaco, levando uma diminuição do seu efeito terapêutico. Administrar uma hora
antes ou duas horas após as refeições (ver estudo). Captopril pode aumentar os níveis
séricos de potássio, o que não oferece qualquer problema a não ser que se faça uso de
alimentos ricos em potássio. Recomenda-se não utilizar tais alimentos: bacalhau, melão,
ervilha, feijão preto, banana.
Interação medicamentosa
•Utilização de medicamentos no hospital:
•Buscopan (antiespasmódicos): Promoção de alívio rápido e prolongado de cólicas, dores
e desconforto abdominal. Para cólicas, úlcera do estomago e ulcera do duodeno. Como
age? - Reduz a motilidade gastrointestinal, por ação direta local sobre a musculatura lisa.
Inibe a secreção gástrica. Princípio ativo: escopolamina). Não há dados em literatura que
demonstrem interações do buscopan com alimentos.
•Óleo mineral: depleta a absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Além disso, o
óleo mineral intervém na absorção beta caroteno, cálcio e fosfatos, devido à barreira
física e/ou diminuição do tempo de trânsito intestinal. O uso excessivo de óleo mineral
pode provocar raquitismo em crianças e osteomalacia em adultos, por deficiência de
cálcio.
Recomendações Nutricionais
• C

Consenso Nutrição Oncológica, 2009


Caso Clínico

Necessidades Nutricionais
• VET = 51,25kg x 35kcal/kg/dia
• VET = 17934,75kcal/dia.
- Carboidratos - Proteínas
- Lipídeos 100% - (20% + 17,14) 51,25kg x 1,5g/kg/dia = 76,87g/dia.
1925 ----- 100% 100% - 37,14 = 62,86%. 76,87 x 4 = 307,48kcal.
Y ----- 20% 1925 ----- 100% 1793,75 ------ 100%
Y = 385kcal / 9 Z ----- 62,86 307 ------ X  X = 17,11%
Y = 42,77g/dia. Z = 1210kcal. / 4
Z = 302,5g/dia.

Fonte: Adaptado de Martins C; Cardoso


SP (2000).
Caso Clínico

Pós Operatório
 Realizou....
Caso Clínico

Conduta Dietética no Pós Operatório


 1º Dia: água, chá e gelatina s/ corantes;
 2º Dia: dieta liquida sem resíduos;
 3º Dia: dieta liquida pastosa ou pastosa;
 4º Dia: dieta branda.
Lembrar: Sem lactose, açúcar, fracionar refeições, introduzir
gradativamente os alimentos, otimizar hidratação e observar
complicações como: diarreia, obstipação e presença de flatos.

(IKEMORI et al.2003)
Caso Clínico
 Dieta Hiperprotéica e Hipolipídica
Suplemento Nutricional Função
Glutamina Fonte calórica para os enterócitos;
Aminoácido essencial no
hipercatabolismo;
Fibra solúvel Substrato para formação de ácido
graxos de cadeia curta;
Efeito protetor sobre a mucosa
intestinal.
Suplemento Hiperprotéico
TCM Fonte calórica para os colonócitos;
Aumento da resistência das
(IKEMORI et al.2003)
anastomoses intestinais;
Dicas Nutricionais
RECEITAS PARA EVITAR ODORES DESAGRADÁVEIS:
Chá de salsinha ou hortelã:
Ingredientes:
- 1 colher de sobremesa de salsinha picada ou hortelã
- 1 xícara (chá) de água
Modo de preparo: Coloque a água em uma panela e leve ao fogo. Quando
começar a ferver, coloque a salsinha picada ou o hortelã. Desligue o fogo e
tampe a panela. Deixe o chá em infusão, tampado, por 5 minutos. Coe.
Rende 1 porção (200 mL)
Suco de maçã, limão e hortelã:
Ingredientes:
- 2 maçãs sem casca
- Suco de 1 limão
- 2 copos de água filtrada
- Hortelã, gelo
Modo de preparo: Bata as maçãs no liquidificados, junto com a água. Coe,
adicione os demais ingredientes, bata no liquidificador e coe novamente.
Rende 3 porções (200 mL cada)

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