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Merleau-Ponty

● O corpo é primordial
○ Como eu me relaciono com o mundo atráves do meu corpo.
○ Premisssa da existência.
● Por meio da percepção que temos um contato direto com o mundo a
partir de uma perspectiva primordial.
● "A abertura original para o mundo pela percepção se faz pelo nosso
corpo, que dá às situações de fato um valor existencial. Nosso corpo é
o lugar onde se entrelaça uma multidão de movimentos que
constituem um sistema de comunicação com o mundo. Esse sistema
não é um "feixe de correlações objetivas", mas, fundamentalmente,
"um conjunto de correspondências vividas" Merleau-Ponty 1992a, p.
236
● Nosso campo perceptível é o campo existencial.
● O sujeito da percepção é o corpo.
● Relação entre orgãos de sentido e como a gente apreende / percebe
eles.
● Percepção do mundo = única
● Como eu aprendo essa vivência? O estar no mundo.
● Banalizamos a relação com o mundo.
● Retorna ao conceito de intencionalidade
○ trabalha os conceitos clássicos da fenomenologia
● Influência de Hurssel, Sartre, Heidegger…

Vida e Obra

● Estudar as relações da consciẽncia com a natureza.


● Crítica a metodologia científica e aos princípios epistemológicos da
psicologia clássica e comportamental de orientação behaviorista
● Perceber não é uma pura sensação e nem tampouco um julgamento
intelectual, mas a experiência de se dirigir, intencionalmente, ao
mundo pelo corpo.
● Em seu último escrito, critica o modelo de ciência fundado no
pensamento objetivo que vê o mundo de fora, como se fosse possível
sobrevoar-lo;
● Toda percepção é a realização de um corpo situado radicalmente no
mundo. Quando se lança o olhar para ver alguma coisa, a visão que
nasce desse olhar é sempre a partir de um lugar em que o corpo está
situado.
○ Visualizamos o mundo a partir da nossa singularidade -
ireprodutível
● Filosofia como obra inacabada - é a expressão de renúncia a toda
cristalização do pensar num sistema acabado e fechado. Derivada da
concepção de que o real é sempre percebido e que não há percepção
sem mundo.
○ Percepção - renova constantemente o pensamento filósofico.
○ Perpétua experiência de reaprender a ver o mundo.

Fenomenologia e existência

● Compreender o corpo como próprio ou vivido.


● O corpo que é percebido, sensível e que sente, o qual é visto e que vê,
que é tocado e que toca ao mesmo tempo.
● Corpo vivido - sujeito da percepção, não é um objeto explicado.
● O corpo já esboça um tipo de reflexividade que aparece na simples
experiência da mão que toca e é tocada ao mesmo tempo.
● Influência de Husserl
○ se a filosofia tem como meta alcançar as essências das coisas, só
resta uma saída: retornar perpetuamente às coisas mesmas por
meio da percepção.
● Voltar às próprias coisas é, sinônimo de retorno à experiência
perceptiva.
● Não consigo perceber algo que não existe no mundo.
● Materialista.
● Corpo é sempre aquele que primeiro interroga as coisas.
● A fenomenologia sempre se realiza no campo da percepção, por meio
do qual não podemos "abolir o privilégio originário da manifestação
do mundo".
● Percebo e aprendo para depois existir.
● Influenciado pela gestalt - "o todo é diferente da soma das partes"
● A experiência sempre se da em um mundo repleto de signficação, não
existindo então matéria sem sentido.
● Não somos um corpo no mundo, somos um corpo em relação ao
mundo.

Corpo

● Não é o corpo considerado de maneira totalmente objetiva.


● O corpo não é uma coisa material, de natureza inanimada ou associada
a uma consciência separada de uma vida sensível.
● Um vida que assumimos como uma estrutura sempre presente em
todas as nossas ações.
● Movimento de mover-se em direção ao mundo;
● Motricidade - é essencialmente uma maneira de ir em direção ao
mundo por meio do corpo vivido.
○ capacidade motriz de nosso corpo.
● Processo de subjetivação - algo que vai somar na nossa existência.
● A experiência do corpo próprio nos ensina a enraizar o espaço na
existência.
● "O espaço não é o ambiente (real ou lógico) em que se dispõem as
coisas, mas o meio pelo qual a posição das coisas se torna possível".
Merleau-Ponty 1992a. p. 281
● Atráves do corpo nos apresentamos para o mundo.
● Nosso corpo já é, para nós mesmo, um modo de existir porque somos
tudo o que sentimos, falamos ou pensamos; somos já uma vida
corporal quando falamos do corpo.

Conceitos de Merleau

- Motricidade e comportamento
● intencionalidade - interação imediata com o mundo.
● A motricidade explicita os movimentos de perceber, realizados
pelo corpo que percebe pondo-se a perceber o mundo.
○ já que perceber é, antes de tudo, pôr-se em relação.
● Percepção - movimentar-se em direção a alguma coisa.
● O corpo é o sujeito desse movimento que reconhece as formas
perceptiva, o que deve ser considerado é o processo de
instauração da experiência de perceber,
● Intencionalidade - ao ouvir música clássica, a percepção do
estilo musical demonstra a intencionalidade, porém determinar
se o som é bom ou ruim, demonstra a subjetividade.
○ Relação "nós estarmos para o mundo em relaçõ ao
tempo"
● Para descrever a experiência perceptiva, o que deve ser
considerado é o processo de instauração da experiência de
perceber.
● Motricidade, percepção, sensibilidade, etc, são todos um
conjunto só
● "movimento da existência" - o sujeito do movimento existe
apenas enquanto sujeito no próprio movimento - tudo o que
fazemos se volta a nós;
● "Meu movimento não é uma decisão da mente, um fazer
absoluto, que decretaria, do fundo do retiro subjetivo, uma
mudança de lugar milagrosamente extensão" Merleau-Ponty
1992b, p. 18
● A forma é percebida pelo corpo e não uma coisa objetiva
disposta no mundo objetivo.

- Expressividade e alteridade
● Existência de uma espécie de expressividade generalizada em
tudo que aparece;
○ O formato de sorrir, chorar, etc é um só para todos, as
expressões são as mesmas para todos.
● Mas o dirigir-se a um percebido, que é a unidade de uma
maneira de aparecer no mundo e que expressa, com efeito, um
modo único de existir.
○ Percebido é mais que um objeto isolado; é uma entidade
que se manifesta de maneira particular no mundo, e
expressa um modo único de existir.
● Antes da influência de outras pessoas, um objeto realiza o
"milagre da expressão".
● Alteridade = o que nos faz diferente; unicidade.
● Subjetividade = o que nos faz ser únicos.
● Processo dinâmico da instauração do aparecer - como apareço
no mundo? atráves da expressão;

- Linguagem e pensamento
● Há um mundo percebido que pressupõe toda denominação dada
pela linguagem, seja no campo da fala ou da escrita.
● Aquilo que se mostra a nós pode ser medido pelo que podemos
dizer ou escrever sobre ele.
● A linguagem é derivada de um modo de ser no mundo, vivido
originalmente pelo corpo por meios dos atos perceptivos.
● A percepção é uma experiência que encontra seu sentido apenas
pela maneira segundo a qual nós percebemos e dizemos ao
mundo.
● “Uma comunicação com o mundo mais velha do que o
pensamento” MERLEAU-PONTY, 1991b, p.29
● O pensamento (cogito) é somente por abstração o primeiro
pensamento. Ele é sempre pensamento apontando para algo,
vindo de algo” MERLEAU-PONTY, 1948, p.240
● Espontaneidade = uma relação com o mundo que precede todo
pensamento sobre o mundo.

- Silêncio e mundo sensível


● “Eu posso fechar os olhos, tampar os ouvidos, mas eu não posso
cessar de ver, pelo menos o preto dos meus olhos, de ouvir, pelo
menos o silêncio. MERLEAU-PONTY, 1992a, p. 453
● Experiência - é nossa abertura fenomenal ao mundo, que se
produz ele mesmo no movimento de sua fenomenalização.

- Logos e estética
● “A filosofia não é o reflexo de uma verdade prévia, mas, como a
arte, a realização de uma verdade” MERLEAU-PONTY, 1992a, p.
XV
● Aquele que percebe não é uma consciência que ordena uma
matéria sensível da qual ela possuiria a “lei ideal” das formas
percebidas.
● A experiência perceptiva comporta, por princípio, a contradição
de imanência e da transcendência.
● O mundo é mais velho do que a consciência;

- Sentir e subjetividade
● Aqui e agora - “aquele que percebe está diretamente enraizado
no mundo perceptivo”
● Percepção é marcada por falha, descontinuidade e
indeterminação
○ Exemplo: falsas memórias;
● O que o corpo sente é originalmente um conjunto de
significações vitais ligadas à motricidade.
● Conceito = “O sujeito da sensação não é nem um pensador que
nota uma qualidade, nem um meio inerte que seria afetado ou
modificado por ela; é uma potência que co-nasce em um certo
meio de existência ou sincroniza com ele. MERLEAU-PONTY,
1992a, p. 245

- Carne e ontologia
● Conceito = o corpo se liga ao mundo e o mundo se liga ao corpo
de forma ininterrupta e antidualista.
● Ontologia indireta
● Nós podemos apreender o ser apenas a partir de nossa relação
de dependência para com o mundo em que estamos presentes,
antes de toda concepção a respeito dele ou sobre nós mesmos.
● Todo corpo é animado.

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