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1 D 2 * 3 B 4 C 5 D 6 B 7 B 8 D 9 B 10 E 11 A 12 B

13 A 14 E 15 B 16 A 17 B 18 A 19 A 20 B 21 A 22 C 23 A 24 C

25 C 26 A 27 B 28 C 29 D 30 C 31 C 32 B 33 D 34 D 35 D 36 A

38 A 39 D 40 A 41 A 42 C 43 A 44 E 45 C 46 D 47 A 48 B 49 C

50 C 51 E 52 D 53 D 54 B

Legenda:

! Questão Anulada * Questão Dissertativa

1 - 2023 HIAE

Resposta:Você está diante do caso de um paciente do sexo masculino apresentando quadro clínico compatível com
o diagnóstico de prostatite. Perceba que o paciente apresenta disúria, polaciúria, além de “sensação de peso
pélvico e dor perineal”. É descrito ainda que o exame de urina apresenta intensa leucocitúria. Reparem que um
simples quadro de cistite (infecção da bexiga) não seria capaz de justificar tão bem as queixas de sensação de peso
pélvico e, especialmente, a dor perineal. Logo, o tratamento aqui deverá ser voltado para um quadro de prostatite
bacteriana aguda (infecção da próstata), a qual geralmente é causada por bactérias gram-negativas
(principalmente E. coli). Nestes casos, a classe antimicrobiana de escolha costuma ser a das quinolonas, sendo o
ciprofloxacin uma boa escolha, o qual deve ser utilizado por um período de tempo prolongado (grande parte das
referências cita uma duração de 4-6 semanas, sendo o período de 28 dias aceitável - letra D correta e letra C
incorreta), em vista da penetração limitada de antimicrobianos na próstata e ao desenvolvimento de microcolônias
protegidas nas profundezas da glândula inflamada que podem ser difíceis de alcançar com antimicrobianos. Dessa
forma, a duração prolongada da terapia visa garantir a erradicação da infecção, reduzindo o risco do
desenvolvimento de prostatite crônica. Lembrando que o antibiótico é iniciado de forma empírica até os resultados
da cultura. Por fim, a utilização de azitromicina ficaria mais reservada para os casos em que a principal suspeita for
de uretrite (em homens o quadro é classicamente marcado pela presença de "corrimento uretral" associado ou não
à disúria, o que não é descrito no caso em questão, sendo que a uretrite, por si só, também não justificaria tão bem
a descrição de dor perineal e sensação de peso pélvico - letras A e B incorretas).

Resposta: letra D.

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2 - 2023 UNICAMP

Resposta:A seleção do tratamento apropriado no câncer de próstata requer a avaliação do estadiamento e


agressividade potencial do tumor e das condições gerais de saúde, da expectativa de vida e das preferências do
paciente no que concerne à qualidade de vida. Hoje existem inúmeros tratamentos para o câncer de próstata além
da prostatectomia radical. Além do tratamento cirúrgico temos disponível radioterapia, vigilância ativa,
hormonioterapia, crioablação, ablação por radiofrequência, e ultrassonografia focalizada de alta intensidade (HIFU).
Vamos analisar o caso apresentado. A primeira etapa será fazer o estadiamento do risco do paciente. Temos uma
doença Gleason 6 (3 3) em apenas 2/20 fragmentos à biópsia. O que isso significa? Para isso precisamos lembrar o
que é o escore de Gleason. O escore de Gleason classifica a arquitetura tecidual do parênquima prostático da
biópsia em 5 graus distintos, sendo o grau 1 o mais bem diferenciado (o mais parecido com o tecido normal), e o
grau 5 o menos diferenciado. Como a doença tende a ser multifocal, são encontrados pelo menos dois graus
distintos na mesma biópsia; e a pontuação final é dada pelo seu somatório. Por exemplo, quando o padrão
dominante possui grau 3 e o padrão secundário grau 4, o escore é 7 (3 4). Quando apenas um padrão é encontrado,
deve-se duplicar seu grau para chegar ao Gleason. Por exemplo, se o único padrão for 4 teremos um Gleason 8 (4
4). Quando três ou mais padrões distintos estão presentes numa mesma amostra, são usados o padrão dominante e
o padrão mais indiferenciado, mesmo que este não seja o mais frequente. Por exemplo, caso o padrão dominante
seja 3, mas haja também padrão 2 e 5, o Gleason seria 8 (3 5). Dessa forma, o Gleason varia de 2 a 10, sendo que
só se considera câncer quando a soma dos valores for 6 ou mais. Ou seja, no caso apresentado temos uma doença
pouco agressiva. E repare ainda em mais um detalhe: temos apenas 2 fragmentos positivos em 20 amostras. E em
cada lâmina positiva temos apenas 10 e 20% de tumor. Ou seja, temos uma doença de baixo volume na próstata.
No estadiamento clínico temos uma próstata com área endurecida no lobo direito. A área endurecida em um dos
lobos define um estadiamento clínico T2a (tumor palpável e confinado em menos de metade de um dos lados da
próstata). E juntando estes dois dados, Gleason e estadiamento T com o PSA de 5,6, chegamos ao estadiamento de
risco do paciente em baixo risco. Vamos relembrar como é o estadiamento do câncer de próstata segundo o
National Comprehensive Cancer Network (NCCN)? Em resumo ele leva em consideração PSA, estadiamento clínico,
e grau de diferenciação tumoral (escore de Gleason). Os graus são: Muito baixo: até T1c, ISUP 1, PSA < 10 ng/mL,
menos de 3 fragmentos positivos na biópsia com ≤ 50% de positivo em cada fragmento, densidade do PSA < 0,15
ng/mL/gBaixo: T1 a T2a, ISUP 1, PSA < 10 ng/mLIntermediário: sem critérios de risco alto ou muito alto, e pelo
menos um critério intermediário: T2b a T2c, ISUP 2 ou 3, PSA entre 10 e 20 ng/mLIntermediário favorável: um fator
de risco acima, mas ISUP 1 ou 2, com < 50% dos fragmentos positivos na biópsia.Intermediário desfavorável: um ou
mais fatores de risco acima, ISUP 3, ≥ 50% dos fragmentos positivos na biópsia.Alto: nenhum critério de alto risco,
T3a ou ISUP 4 ou ISUP 5 ou PSA > 20 ng/mL.Muito alto: T3b a T4, Gleason primário grau 5, 2 ou 3 critérios de alto
risco, > 4 fragmentos positivos ISUP 4 ou 5. Agora que sabemos o verdadeiro estadiamento do paciente (baixo
risco) vamos entender qual é a melhor conduta. Para isso precisamos avaliar o paciente e sua expectativa de vida.
Nos casos de pacientes com expectativa de vida alta (≥ 10 anos), a terapia padrão é a vigilância ativa. A
radioterapia ou braquiterapia isoladas e a prostatectomia radical também são opções que devem ser discutidas com
o paciente. Caso a expectativa de vida seja baixa (< 10 anos), recomenda-se acompanhamento seriado com PSA -
espera vigilante. A vigilância ativa é indicada a pacientes com câncer bem caracterizado, em estádio inicial, de grau
baixo a intermediário. Ela indica avaliações seriadas de toque retal anual e PSA semestral, com biópsia de
seguimento preferencialmente anuais para garantir a estabilidade do tumor. O conceito aqui é acompanhar de
perto o paciente estando atento para qualquer sinal de progressão da doença. Caso haja sinais de progressão,
interrompe-se o protocolo e inicia-se alguma conduta terapêutica mais agressiva, como radioterapia ou
prostatectomia. A espera vigilante (do termo em inglês watchful waiting) é um conceito diferente, aplicado em
pacientes com baixa expectativa de vida e assintomáticos, nos quais o tumor de próstata dificilmente levará ao
óbito. Aqui mesmo que o tumor seja mais agressivo vamos esperar o paciente ter sintomas para atuar e ter
qualquer conduta mais invasiva. Então veja que apesar da idade de 76 anos, o paciente não tem relato de
comorbidades ou fatores que reduzam sua expectativa de vida. Logo, podemos instituir para ele a conduta de
preferência: vigilância ativa. Resposta oficial pós-recursos: vigilância ativa ou acompanhamento vigiado, ou active
surveilance ou seguimento vigiado ou seguimento semestral com PSA, acompanhamento clínico, acompanhamento
clínico seriado, acompanhamento com vigilância ativa, seguimento clínico, vigilância.

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3 - 2023 SCMSP

Resposta:Questão bem interessante sobre a evolução natural do paciente com hiperplasia prostática benigna (HPB).
Vamos entender? A hiperplasia prostática benigna é de forma bem resumida um aumento do volume prostático que
dificulta o esvaziamento vesical. De início, a hiperplasia prostática aumenta a resistência uretral, resultando em
alterações compensatórias da função vesical. Há um aumento da pressão do músculo detrusor (o músculo da
bexiga) necessário para manter o fluxo de urina na presença de resistência aumentada ao fluxo de saída. Este
ocorre à custa de uma tentativa de manter o armazenamento normal da bexiga. As alterações da função do
detrusor induzidas pela obstrução mecânica, complicadas pelas alterações da função tanto da bexiga quanto do
sistema nervoso relacionadas com a idade, levam ao desenvolvimento dos sintomas. Então, perceba: a bexiga faz
uma verdadeira malhação para vencer essa resistência que se estabelece. Como tempo, isso leva à disfunção
vesical. Além disso, como o paciente passa a não esvaziar totalmente a bexiga, o resíduo de urina que fica após a
micção - o chamada resíduo pós-miccional, aumenta. Ou seja, é como se ficasse sempre um resto de urina na
bexiga. Isso serve de meio de cultura e proporciona infecções urinárias de repetição, além da formação de cálculos
de bexiga. E com o tempo a disfunção vesical progride até que o paciente não consegue mais urinar de forma
espontânea… chegamos à retenção urinária aguda! E foi exatamente o que ocorreu com este paciente. Veja que a
banca deu algumas dicas sobre isso: é um paciente com HPB, anúria, dor abdominal e distensão em hipogástrio.
Isso é a descrição clássica do bexigoma! Aqui temos uma bexiga repleta de urina em um paciente que não
consegue esvaziá-la pelos motivos que vimos acima. E o pior: já está evoluindo com insuficiência renal aguda pós-
renal. A prioridade neste caso será esvaziar essa bexiga com o cateterismo vesical de demora. E entenda: nestes
casos não devemos fazer cateterismo vesical de alívio nem punção suprapúbica. O motivo é que a HPB é uma
doença crônica! O cateterismo de alívio e a punção suprapúbica resolverão momentaneamente o problema. Mas
pode ter certeza: este paciente voltará daqui a algumas horas sem conseguir urinar novamente. A diálise não é uma
opção, uma vez que ela não resolverá o problema - o paciente continuará sem urinar com bexigoma (a diálise não
fará a urina da bexiga desaparecer, concorda?). A alteração de função renal é de origem pós-renal, então não
pensaremos em diálise neste caso. Além do cateterismo vesical de demora podemos também solicitar a
ultrassonografia de vias urinárias. Ela não é obrigatória, mas servirá para documentar que a origem da obstrução
urinária é infravesical (na próstata), que o resto da via urinária está anatomicamente normal, e também para
avaliar o tamanho da próstata, algo que será definidor do tratamento a HPB deste paciente (se ressecção
transuretral de próstata ou prostatectomia). Resposta: letra B.

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4 - 2023 UNICAMP

Resposta:Questão interessante e um tanto quanto específica sobre cistos renais. Temos aqui um paciente
assintomático cuja ultrassonografia de abdome evidenciou um pequeno cisto renal de 3,2 x 2,8 cm sem conteúdo
espesso e sem septações. Trata-se de um cisto simples. Os cistos simples são as massas renais mais comuns, sendo
responsáveis por 65 a 70% dos casos. São comumente observados com o envelhecimento. São benignos,
assintomáticos e raramente demandam tratamento. O cisto é composto por uma cápsula de camada fina de células
epiteliais sem elementos tecido renal, com fluido claro semelhante a um ultrafiltrado plasmático. É um cisto com
conteúdo líquido e bordas regulares, sem septações, calcificações, trabeculas ou componentes sólidos em seu
interior. A USG é o exame inicial para o diagnóstico, e existem três critérios que o permitem ser diferenciado dos
tumores ou abscessos: a massa é arredondada e demarcada com paredes finas, não há traços anecóicos em seu
interior, há forte eco na parede posterior, indicando transmissão das ondas ultrassonográficas. Quando os três
critérios estão presentes, não há necessidade de seguir investigação. Entretanto, se o USG é duvidoso, deve ser
indicada a TC com contraste venoso. Pela TC avaliaremos a complexidade deste cisto e o classificaremos conforme
a classificação de Bosniak. A classificação de Bosniak é utilizada no intuito de diferenciar lesões renais benignas
daquelas com potencial de malignidade, e a conduta diante das categorias. São 5 categorias: Categoria I: cistos
renais simples, únicos ou múltiplos, com parede fina, sem septações, calcificações ou componentes sólidos, sem
captação de contraste. Tem densidade de água, com geralmente < 20 UH. Malignidade: próxima de 0%.Conduta:
alta com orientações. Não há necessidade de acompanhamento. Categoria II: lesões genignas com septações finas,
calcificações finas ou um pequeno segmento de calcificação espessada. Também inclui lesões hiperatenuantes
menores do que 3 cm com margens bem definidas e sem realce do meio de contraste. Malignidade: também
próxima de 0%.Conduta: alta com orientações. Não há necessidade de acompanhamento. Categoria IIF: cistos mais
complexos do que a categoria II, mas sem os sinais sugestivos da categoria III. Pode haver múltiplas septações finas
ou espessamento mínimo de septações, ou presença de calcificações mais grosseiras. Não há realce pelo meio de
contraste. Inclui também lesões totalmente intrarrenais, sem ser hiperatenuantes, sem realce, maiores do que 3
cm. Requer acompanhamento seriado para certificação de não malignidade, uma vez que a porcentagem de
malignidade é de cerca de 5%.Conduta: acompanhamento seriado com exames de imagem comparativos. O F do
nome da categoria é de “Follow-up”, que é a conduta recomendada para estes casos. Categoria III: lesões císticas
com septações grosseiras, irregulares ou com limites mal definidos. Pode haver algum grau de realce de contraste.
Malignidade: 46 a 60%.Conduta: há divergências na literatura a respeito da conduta na categoria III. As opções são:
acompanhamento seriado com imagens, biópsia percutânea, ou nefrectomia parcial, quando possível. Na ausência
de um fator atenuante, como traumatismo ou infecção renal, a exploração cirúrgica está indicada em pacientes
saudáveis. Categoria IV: semelhantes às de categoria III porém com componentes de partes moles (sólida)
periféricos com realce periférico de contraste. Malignidade: 85 a 100%.Conduta: ressecção do tumor, seja com
nefrectomia parcial ou total. Retornando ao caso apresentado, temos um cisto simples, cuja conduta deve ser
apenas orientar o paciente quanto à benignidade do quadro, não havendo necessidade de acompanhamento.
Resposta: letra C.

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5 - 2023 USP - RP

Resposta:Questão sobre o dia-a-dia do consultório de Urologia. Temos um paciente jovem que se queixa de
disfunção sexual, mais especificamente sobre disfunção erétil (DE). Antes de discutirmos sobre a DE, é fundamental
entendermos a importância desta discussão. Cerca de 20% dos homens adultos sofre de DE. Isso se explica pela
prevalência dos seus fatores de risco na população mundial. Os fatores de risco mais importantes são idade
avançada, comorbidades como DM2, obesidade, HAS, dislipidemia, depressão, doenças da próstata, sedentarismo,
tabagismo, uso de antidepressivo e anti-hipertensivo. Na abordagem das disfunções sexuais, é fundamental que
sejam analisados com detalhes alguns fatores. Com isso avaliaremos a real etiologia por trás da disfunção erétil. O
histórico sexual é o componente central da história clínica e serve para confirmar a queixa de DE do paciente. Os
objetivos da entrevista também são de delinear o problema de acordo com características, como início, duração,
condições, severidade e etiologia. A severidade da DE pode ser definida como leve, moderada ou severa/completa,
de acordo com os crescentes graus de diminuição da rigidez peniana e a interferência associada com a atividade
sexual. Além disso, é fundamental a entrevista com o parceiro, algo que impacta no diagnóstico e tratamento em
até 58% dos casos. A potencial etiologia da DE é comumente explorada e pode ser categorizada como psicogênica,
orgânica ou mista de acordo com a existência ou não de um determinante psicológico ou interpessoal presumido
(psicogênico), uma causa endocrinológica, neurológica ou cardiovascular específica (orgânico) ou coexistência de
fatores psicológicos ou de relacionamento e causas orgânicas (misto). A caracterização de uma base etiológica
predominante pode facilitar os objetivos terapêuticos. A DE psicogênica, por exemplo, se apresenta de início
repentino, com perda imediata completa, de forma situacional, mas mantendo as ereções ao acordar. As DEs
orgânicas, por outro lado, têm início gradual, com progressão incremental e associadas a uma disfunção global, de
forma que as ereções ao acordar são pobres ou ausentes. É importante comentar que a avaliação hormonal nem
sempre deve ser indicada. Várias condições endócrinas podem ser relevantes neste caso, como hipogonadismo,
hipertireoidismo e diabetes. Entretanto, só devemos indicar a investigação caso haja suspeita de etiologia
hormonal. O tratamento da DE envolve uma abordagem terapêutica gradual. Diante de cada etiologia provável,
indicaremos os tratamentos específicos. Sobre o tratamento da DE em si, atualmente temos como opções o
tratamento oral, injeção intracavernosa, supositório intrauretral e próteses penianas. Iniciamos na maior parte dos
casos o tratamento oral. E temos como a grande medicação os inibidores da fosfodiesterase do tipo 5 (PDE5), como
a sildenafila ou tadalafila. Estas medicações aumentam a resposta erétil, mas não a induzem. Ou seja, o paciente
precisa ter um eixo neurológico e vascular funcionante. Para início de tratamento, os pacientes são orientados a
utilizar a dose sob demanda, entre 30 e 60 minutos antes da relação sexual. Um detalhe importante é que a
segurança cardiovascular destes medicamentos foi bem demonstrada, embora deva ser enfatizado que, dados os
riscos cardiovasculares da atividade sexual e a possibilidade de interações medicamentosas adversas durante o
tratamento, devem-se considerar a avaliação e estabilização do risco cardiovascular em todos os pacientes antes
de iniciar a terapia com inibidores da PDE5. O uso concomitante com nitrato é uma contraindicação absoluta.
Vamos analisar com calma a questão agora. Veja que a banca foi bem detalhista e nos deu informações
importantes sobre o caso: a queixa principal é de DE, mas o paciente mantem desejo sexual, o relacionamento está
bom, não há queixas urinárias, e ele mantem a ereção reflexa. Além disso, não usa nenhuma medicação, não é
etilista nem tabagista. Entretanto, tem obesidade importante e dislipidemia. A banca ainda afastou a possibilidade
de hipogonadismo fornecendo um valor de testosterona normal. O que isso tudo significa? Que apesar do paciente
ter alguns fatores de risco para disfunção erétil, não há evidências claras de etiologia orgânica. Nestes casos,
vamos tratar os fatores de risco recomendando controle de peso, atividade física regular, orientações sobre os
hábitos sexuais e tratamento oral para DE. Como vimos, devemos iniciar com inibidores da PDE5 como a sildenafila
sob demanda. Resposta: letra D.

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6 - 2023 UNESP

Resposta:A conduta na hiperplasia prostática benigna (HPB) é embasada na sintomatologia do paciente. Então
analisamos a história clínica com o IPSS (escore internacional de sintomas prostáticos) e exame físico (que inclui
claramente o toque retal e o exame neurológico) para, com base neles, definir a conduta. Pacientes com IPSS de 0 a
7 pontos são definidos como levemente sintomáticos, 8 a 19 pontos como moderadamente sintomáticos, e 20 a 35
pontos como severamente sintomáticos. O tratamento medicamentoso deve ser iniciado aos pacientes
sintomáticos. Existem classicamente dois tipos de medicamentos: alfabloqueadores e inibidores da 5 alfa-redutase.
Os alfabloqueradores atuam bloqueando os receptores alfa no colo vesical e na próstata, facilitando o esvaziamento
da bexiga. Podem ser não-seletivos, com menos efeitos adversos cardiovasculares, como a doxazosina, ou
seletivos, como a tansulosina. São considerados a primeira linha de tratamento dos LUTS em homens com HPB. Os
inibidores da 5 alfa-redutase (finasterida e dutasterida) reduzem o tamanho da próstata ou inibem a progressão do
crescimento, limitando o aparecimento e agravamento dos sintomas. Eles bloqueiam a conversão de testosterona
em dihidrotestosterona (DHT), que atuaria aumentando o volume prostático. Logo, acabam atenuando seu
crescimento ou até reduzindo seu tamanho. Devem ser usados por pelo menos 6 meses para atingir os efeitos
máximos, com redução esperada em 20-30% do tamanho prostático. Algumas referências como o Smith 19ª edição
indicam seu uso apenas para próstatas maiores, uma vez que seu efeito sintomático é encontrado apenas em
pacientes com próstatas > 40g. As duas medicações podem ser associados no tratamento (terapia combinada)
tanto em pacientes refratários ao uso de uma medicação só, quanto nos pacientes com próstatas grandes e PSAs
mais elevados (sugere alto risco de progressão), ou que apresentem contraindicação ao procedimento cirúrgico.
Entretanto, sabemos que em algum momento os pacientes podem precisar de cirurgia. As indicações cirúrgicas
clássicas são: retenção urinária aguda refratária, ITU recorrente, hematúria recorrente, cálculo vesical, grandes
divertículos vesicais, hidronefrose ou insuficiência renal aguda. Além disso, casos refratários a terapia
medicamentosa também têm indicação cirúrgica. As próstatas pequenas e médias tem como indicação a ressecção
transuretral da próstata (RTU), e as próstatas grandes (≥ 80-100g) devem ser submetidas a cirurgia a céu aberto
(prostatectomia transvesical ou PTV). Analisando o caso apresentado, temos um paciente com LUTS de
esvaziamento severos nos últimos meses. Mas calma! O que são os LUTS mesmo? LUTS é uma sigla do inglês Low
Urinary Tract Symptoms, ou seja, sintomas do trato urinário baixo. São divididos em LUTS de esvaziamento ou de
enchimento. Os LUTS de esvaziamento (sintomas obstrutivos) são hesitação urinária, jato fraco, intermitência,
gotejamento, e micção incompleta ou dupla. Os LUTS de enchimento (sintomas irritativos) são urgência urinária,
aumento de frequência, noctúria e incontinência. Então temos um paciente com LUTS de esvaziamento severos há
alguns meses: veja que ele tem redução do jato miccional, hesitação e necessidade de apertar o abdome para
ajudar a urinar. E a evolução natural da doença aconteceu com ele… ele começou a apresentar retenção urinária. A
hiperplasia prostática benigna é de forma bem resumida um aumento do volume prostático, que dificulta o
esvaziamento vesical. De início, a hiperplasia prostática aumenta a resistência uretral, resultando em alterações
compensatórias da função vesical. Há um aumento da pressão do músculo detrusor (o músculo da bexiga)
necessário para manter o fluxo de urina na presença de resistência aumentada ao fluxo de saída. Este ocorre à
custa de uma tentativa de manter o armazenamento normal da bexiga. As alterações da função do detrusor
induzidas pela obstrução mecânica, complicadas pelas alterações da função tanto da bexiga quanto do sistema
nervoso relacionadas com a idade, levam ao desenvolvimento dos sintomas. Então, perceba: a bexiga faz uma
verdadeira malhação para vencer essa resistência que se estabelece. Como tempo, isso leva à disfunção vesical.
Além disso, como o paciente passa a não esvaziar totalmente a bexiga, o resíduo de urina que fica após a micção -
o chamada resíduo pós-miccional, aumenta. Ou seja, é como se ficasse sempre um resto de urina na bexiga. Isso
serve de meio de cultura e proporciona infecções urinárias de repetição, além da formação de cálculos de bexiga. E
com o tempo a disfunção vesical progride até que o paciente não consegue mais urinar de forma espontânea…
chegamos à retenção urinária aguda! E veja que nestes casos de retenções refratárias, independente do tratamento
em uso no momento, a chance de resolução com medicamento é muito baixa. Mesmo aumentando a dose de
alfabloqueador ou iniciando terapia combinada a chance deste paciente ter uma melhora sintomática significativa é
muito baixa. Então, como vimos acima, está indicado o tratamento cirúrgico. Como ele tem uma próstata de 50
gramas, a melhor conduta será a RTU de próstata. Por este motivo, a resposta será a letra B. OBS: a banca ainda
citou um anátomo-patológico de biópsia de próstata evidenciando hiperplasia prostática benigna. Mas
convenhamos que sequer era necessária, né? O paciente tem uma próstata de 50 gramas fibroelástica, sem
nódulos e com PSA normal, não havendo qualquer indicação de biópsia. Resposta: letra B.

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7 - 2023 UNIFESP

Resposta:Essa foi uma questão extremamente polêmica e que poderia não ter sido anulada se a banca tivesse
mencionada apenas mais uma informação no enunciado: TABAGISMO. Esse é um conceito muito importante e que
repetimos diversas vezes em aula: Todo paciente acima de 40 anos, tabagista e com hematúria deve ser
investigado para a presença de câncer urotelial. Isso porque a hematúria é a manifestação mais comum e ocorre
em 70-95% dos pacientes com câncer de bexiga, especialmente naqueles que possuem uma elevada carga
tabágica. Para se ter ideia, a relação entre tabagismo e essa condição chega a 65%! A investigação se faz
basicamente com citologia e cistoscopia. Por esse motivo, o gabarito inicialmente liberado era a letra B, mas a
questão acabou sendo corretamente anulada.

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8 - 2023 UERJ

Resposta:Temos uma paciente jovem apresentando há dois dias quadro de dor lombar à direita, de forte
intensidade, irradiando para vagina, associado à náuseas e vômitos. Além disso, apresentou um pico febril de
38,8°C. A TC de abdome evidenciou um cálculo em ureter distal direito, de cerca de 9 mm, com hidronefrose
ipsilateral e borramento de gordura perirrenal. Sendo assim, é questionado qual seria o “melhor esquema
antibiótico” e a conduta “definitiva” mais adequada para este caso. Percebam que o que a paciente está
apresentando nada mais é do que um quadro de ureterolitíase distal obstrutiva (à direita) “complicada”, isto é, o
quadro de obstrução ureteral está associado à uma provável infecção urinária, visto que a paciente apresentou
febre (possivelmente uma pielonefrite). Lembrem-se que a presença de obstrução litiásica ureteral associada à
infecção do trato urinário é uma indicação de intervenção urológica precoce. Em tais casos, a primeira preocupação
não deve ser retirar o cálculo, mas sim desobstruir a via urinária, a fim de evitar a evolução para perda irreversível
do parênquima. Além disso, uma pielonefrite obstruída leva facilmente à sepse urinária fulminante, bacterêmica,
uma condição de enorme letalidade. Dessa forma, o tipo de intervenção urológica “imediata” deve ser apenas a
desobstrução da via urinária (nefrostomia percutânea ou implante de cateter duplo J - stent ureteral). A retirada do
cálculo só deve ser realizada num segundo momento, após resolução do processo infeccioso e estabilização clínica
da paciente. Já em relação à antibioticoterapia, como os resultados da urocultura e antibiograma demoram alguns
dias, o tratamento da pielonefrite é geralmente empírico. Para casos de pielonefrite sem “maiores complicações”
(obs: maiores complicações aqui refere-se a presença de sepse e/ou obstrução do trato urinário já cursando com
piora da função renal e/ou oligúria, o que não ficou caracterizado no quadro em questão), o tratamento poderia ser
feito com drogas parenterais como, por exemplo, quinolonas (ex: ciprofloxacino; levofloxacino) ou uma
cefalosporina de espectro mais estendido (ex: ceftriaxona). Com bases nestes conceitos, vamos agora analisar cada
uma das alternativas:

Letra A: incorreta. Conforme vimos, para o caso em questão, as melhores opções de antibiótico seriam uma
quinolona ou uma cefalosporina de espectro mais estendido. Além disso, não haveria indicação para litotripsia
extracorpórea, a qual seria uma alternativa para cálculos renais e ureterais proximais (< 2 cm ou 20 mm).

Letra B: incorreta. Mais uma vez, para o caso em questão, as melhores opções de antibiótico seriam uma
fluoroquinolona ou uma cefalosporina de espectro mais estendido e não o uso de sulfametoxazol trimetoprim. Além
disso, o tratamento definitivo não seria com a prescrição de tansulosina (um bloqueador alfa-1 adrenérgico) e sim
através da realização de ureterorrenolitotripsia como veremos na explicação da alternativa D. O uso de tansulosina
neste caso é uma referência à terapia médica expulsiva (TME). A abordagem aguda do paciente com urolitíase é
com o tripé analgesia - hidratação venosa - intervenção urológica. E mais especificamente nos pacientes com
cálculos ureterais pequenos (< 10 mm), pode ser cogitada a TME. Ela é a combinação de AINE alfabloqueador
(tansulosina ou doxazosina) por um período de 4-6 semanas, desde que o paciente tenha controle dos sintomas e
não apresente indicação de abordagem urológica imediata. O alfabloqueador relava a musculatura lisa ureteral,
diminuindo o espasmo do trato urinário, facilitando a movimentação do cálculo de modo a aumentar a chance de
eliminação espontânea. Ao final das 4-6 semanas o paciente deve ser reavaliado e, se não houver expulsão do
cálculo, a abordagem intervencionista deve ser indicada. Os cálculos menores e mais distais têm maior
probabilidade de expulsão com a TME. Mas antes de indicar a TME precisamos ter certeza que o paciente não
apresenta indicação de abordagem urológica intervencionista de urgência. As indicações clássicas são: dor
incontrolável, iminente deterioração renal (rim único, oligo ou anúria), infecção do trato urinário superior associada
(pielonefrite - sepse urinária), náuseas e vômitos. No caso apresentado há indicação de abordagem de urgência.
Letra C: incorreta. A levofloxacina até poderia ser uma opção para o quadro em questão, entretanto, não haveria
indicação para a realização de nefrolitotomia percutânea, a qual pode ser indicada especialmente para cálculos
renais > 2 cm.
Letra D: correta. De fato, conforme vimos, o uso de ceftriaxona seria uma opção para o quadro em questão (ainda
que possam haver algumas divergências na literatura). Já em relação ao tratamento “definitivo” para o quadro, o
procedimento de escolha seria a litotripsia por ureterorrenoscopia (ou ureterorrenolitotripsia) que consiste na
introdução de um ureteroscópio rígido, semirrígido ou flexível (fibra óptica), possibilitando visão cistoscópica direta
no óstio ureteral, a qual pode ser levada até o interior da pelve renal. Tal instrumento permite a aplicação de
diversas modalidades de litotripsia intracorpórea, objetivando a fragmentação dos cálculos. A passagem de baskets
(cestas coletoras) ou tubos de aspiração permite a retirada dos fragmentos produzidos. A ureterorrenolitotripsia é o
método de escolha para a retirada dos cálculos impactados em URETER DISTAL, com uma taxa de sucesso de
virtualmente 100%. Por fim, somente um “adendo”, pois talvez alguns alunos possam ter tido esta dúvida -
conforme descrito acima, a intervenção urológica “imediata” para o quadro seria a desobstrução da via urinária (por
nefrostomia percutânea ou implante de cateter duplo J - stent ureteral), enquanto que a conduta “definitiva” seria a
ureterorrenolitotripsia. Reparem que o enunciado questionou qual seria a conduta “definitiva” e não a conduta
9 - 2023 ENARE
“imediata”, logo, o procedimento de escolha seria a ureterorrenolitotripsia mesmo.
Resposta:A questão deseja saber quais os efeitos esperados da Tansulosina e da Finasterida no tratamento da
Hiperplasia Prostática
Resposta: letra D. Benigna (HPB).

Video comentário: 324375


Grosso modo, o tratamento da HPB com medicações tem dois objetivos principais!

Facilitar o esvaziamento da bexiga "relaxando o colo vesical" através de uma atuação nos receptores alfa →
alfabloqueadores - exemplo: TANSULOSINA.

Reduzir o tamanho da próstata ou impedir a progressão do seu crescimento, limitando o aparecimento e


agravamento dos sintomas → inibidores da 5 alfa-redutase - exemplo: FINASTERIDA.

Resposta: letra B.

Video comentário: 322139

10 - 2023 ENARE

Resposta:Estamos diante de um paciente com diagnóstico de ureterolítiase direita COMPLICADA com pielonefrite,
hidronefrose e disfunção renal. Mas porque complicada? Denominamos "litíase complicada" quando um cálculo
obstrutivo se associa à infecção renal (pielonefrite) ou quando sobrevém insuficiência renal aguda pós-renal, por
obstrução ureteral total bilateral ou em rim único.

Lembre-se: infecção em trato urinário obstruído = emergência médica! Conduta: DESOBSTRUIR O MAIS RÁPIDO
POSSÍVEL, para que o "pus sob pressão" seja drenado do trato urinário, permitindo o controle da sepse... A maneira
mais prática de se desobstruir o trato urinário na atualidade (principalmente quando há um cálculo impactado nas
porções média ou distal do ureter) consiste na passagem endourológica (por cistoscopia) de um cateter "duplo J",
isto é, um cateter que "bypassa" o cálculo e interconecta a bexiga com a coluna de urina a montante do ponto de
obstrução, dando vazão a esta urina pela via urinária baixa. Obviamente, antes, durante e depois do procedimento
é preciso instituir e manter medidas de suporte clínico, com destaque para a antibioticoterapia empírica e a
ressuscitação volêmica. Vale lembrar que NÃO SE DEVE REMOVER O CÁLCULO NUM PRIMEIRO MOMENTO, pois a
manipulação necessária para tal acarreta enorme risco de piorar a bacteremia e causar choque séptico fulminante
com rápida falência de múltiplos órgãos.

Resposta: letra E.

Video comentário: 322141


11 - 2023 SES - DF

Resposta:Em resumo, trata-se de um paciente idoso, proveniente dos Estados Unidos, tabagista, com hematúria
macroscópica, anemia e lesão na tomografia sugestiva de tumor de bexiga. Devemos pensar nesse caso, pelos
dados epidemiológicos e clínicos, em um câncer de bexiga. O carcinoma urotelial (de células transicionais) é o tipo
histológico predominante nos Estados Unidos e na Europa, onde representa 90% de todos os cânceres de
bexiga.Resposta: certo.

Video comentário: 337523

12 - 2023 SES - DF

Resposta:Em resumo, trata-se de um paciente idoso, proveniente dos Estados Unidos, tabagista, com hematúria
macroscópica, anemia e lesão na tomografia sugestiva de tumor de bexiga. Devemos pensar nesse caso, pelos
dados epidemiológicos e clínicos, em um câncer de bexiga. O carcinoma urotelial (de células transicionais) é o tipo
histológico predominante nos Estados Unidos e na Europa, onde representa 90% de todos os cânceres de bexiga.A
anemia do paciente (Hb de 7,6 g/dL) está relacionada provavelmente à hematúria, ou seja, é do tipo ferropriva.
Nesse sentido, ela pode se apresentar inicialmente como normocítica-normocrômica e nos estágios mais avançados
como microcítica-hipocrômica. Tudo isso deve ser confirmado com exames adicionais, como contagem de
reticulócitos (que estaria reduzida - é uma anemia hipoproliferativa), indíces hematimétricos (como VCM e HCM) e
cinética de ferro. A solicitação de endoscopia digestiva alta é desnecessária, já que a fonte da perda de ferro é clara
(o trato genitourinário) e não há nenhuma evidência de sangramento gastrointestinal, como melena ou
hematoquezia.Resposta: errado.

Video comentário: 337524

13 - 2023 SES - DF

Resposta:Em resumo, trata-se de um paciente idoso, proveniente dos Estados Unidos, tabagista, com hematúria
macroscópica, anemia e lesão na tomografia sugestiva de tumor de bexiga. Devemos pensar nesse caso, pelos
dados epidemiológicos e clínicos, em um câncer de bexiga. O carcinoma urotelial (de células transicionais) é o tipo
histológico predominante nos Estados Unidos e na Europa, onde representa 90% de todos os cânceres de bexiga.
Hematúria é a manifestação mais comum e ocorre em 70-95% dos pacientes. A bexiga é o sítio mais comum de
hematúria macroscópica (embora a principal causa seja a cistite e não o câncer). Hematúria microscópica fala mais
a favor de câncer de próstata. Todo paciente acima de 40 anos com hematúria deve ser investigado para a
presença de câncer urotelial. Essa investigação se faz basicamente com citologia e cistoscopia, além de uro-TC.
Exames de imagem como a TC e a RM podem auxiliar no estadiamento tumoral. Os sintomas irritativos vesicais
(disúria, polaciúria e urgência urinária) ocorrem em apenas 20%. Massa pélvica e perda de peso ocorrem em fases
mais avançadas e tardias da neoplasia.Resposta: certo.

Video comentário: 337525


14 - 2023 ENARE

Resposta:A questão descreve paciente com quadro clínico de prostatite bacteriana aguda causada por
Pseudomonas aeruginosa. Vamos analisar as assertivas:A) Incorreta. A bactéria causadora da prostatite, na maioria
das vezes, entra na próstata através da uretra e/ou bexiga contaminada pelo trato urinário. Nesse sentido, a
microbiologia é semelhante às infecções do urinárias, sendo a mais comum a Escherichia coli (60 a 80% dos casos)
- outras etiologias incluem Proteus sp. (3 a 6%), outras enterobactérias e Pseudomonas (3 a 7%).B) Incorreta. A
apresentação clínica da prostatite aguda geralmente é muito sintomática e inclui febre, calafrios, mal-estar, mialgia,
disúria, sintomas urinários irritativos (frequência, urgência, urge-incontinência), dor pélvica ou perineal e urina
turva. C) Incorreta. A prostatite aguda pode ocorrer no contexto de cistite, uretrite ou outras infecções do trato
urogenital. Assim, condições subjacentes, como anomalias funcionais ou anatômicas (por exemplo, estenoses
uretrais), que predispõem a infecções urogenitais, podem aumentar o risco de prostatite. Não há relação específica
com o risco de neoplasia prostática.D) Incorreta. A nitrofurantoína (macrodantina) é uma das drogas de primeira
escolha no tratamento das ITUs baixas não complicadas, em razão do seu espectro antimicrobiano “ajustado” e
baixo risco de indução de resistência. No entanto, devido à sua baixa penetração tecidual, não é recomendada em
pacientes com pielonefrite ou prostatite.E) Correta. O ertapenem difere do imipenem e meropenem porque é um
tipo de antibiótico carbapenêmico que não atua bem contra Pseudomonas aeruginosa. Portanto, está
contraindicado nesse caso. Resposta: letra E.

Video comentário: 322160

15 - 2023 SES - DF

Resposta:Em resumo, trata-se de um paciente idoso, proveniente dos Estados Unidos, tabagista, com hematúria
macroscópica, anemia e lesão na tomografia sugestiva de tumor de bexiga. Devemos pensar nesse caso, pelos
dados epidemiológicos e clínicos, em um câncer de bexiga. O carcinoma urotelial (de células transicionais) é o tipo
histológico predominante nos Estados Unidos e na Europa, onde representa 90% de todos os cânceres de bexiga.A
cistectomia radical com derivação urinária é o tratamento de escolha para pacientes com doença que apresenta
invasão da camada muscular.

A quimioterapia neoadjuvante baseada em cisplatina seguida de cistectomia radical melhora a sobrevida global e é
o padrão de tratamento.

Pacientes com doença músculo invasiva (T2 a T4a) e metástase de linfonodos regionais (N1 a N3), mas sem
envolvimento de linfonodos mais distantes além dos linfonodos ilíacos comuns (bifurcação aórtica; M1a) ou
metástase visceral (M1b) podem ser tratados com QT neoadjuvante baseada em cisplatina seguida de
cistectomia.Resposta: errado.

Video comentário: 337526

16 - 2023 SES - DF

Resposta:Em resumo, trata-se de um paciente idoso, proveniente dos Estados Unidos, tabagista, com hematúria
macroscópica, anemia e lesão na tomografia sugestiva de tumor de bexiga. Devemos pensar nesse caso, pelos
dados epidemiológicos e clínicos, em um câncer de bexiga. O carcinoma urotelial (de células transicionais) é o tipo
histológico predominante nos Estados Unidos e na Europa, onde representa 90% de todos os cânceres de
bexiga.Em relação ao tratamento do câncer de bexiga, agentes direcionados (“target therapy”) estão disponíveis
como terapia de última linha para aqueles que receberam QT à base de cisplatina anteriormente e/ou imunoterapia.
Os agentes disponíveis incluem enfortumabe, vedotina, sacituzumabe, govitecano e erdafitinibe para pacientes com
alteração genética susceptível FGFR3 ou FGFR2. Em resumo, o enfortumabe é indicado para tratamento de câncer
urotelial localmente avançado ou metastático em adultos com falhas às terapias de primeira linha. Resposta: certo.

Video comentário: 337527


17 - 2023 SES - DF

Resposta:Em resumo, trata-se de um paciente idoso, proveniente dos Estados Unidos, tabagista, com hematúria
macroscópica, anemia e lesão na tomografia sugestiva de tumor de bexiga. Devemos pensar nesse caso, pelos
dados epidemiológicos e clínicos, em um câncer de bexiga. O carcinoma urotelial (de células transicionais) é o tipo
histológico predominante nos Estados Unidos e na Europa, onde representa 90% de todos os cânceres de bexiga.
Em estudos realizados para verificar prevalência de metástases em pacientes com câncer de bexiga, os locais
metastáticos mais comuns do câncer de bexiga são (podendo ter mais de um local de metástase no mesmo
paciente): linfonodos (69%), osso (47%), pulmão (37%), fígado (26%) e peritônio (16%). Resposta: errado.

Video comentário: 337528

18 - 2023 AMP

Resposta:Estamos diante de um paciente jovem com intensa dor lombar e flanco direito, vômitos, diaforese e
taquicardia. Diante deste quadro clínico a principal hipótese diagnóstica será um cálculo ureteral impactado -
ureterolitíase. Com base nisso, vamos analisar as assertivas. Assertiva I: incorreta. A abordagem aguda do paciente
com urolitíase é com o tripé analgesia - hidratação venosa - intervenção urológica. E mais especificamente nos
pacientes com cálculos ureterais pequenos (< 10 mm), pode ser cogitada a Terapia Médica Expulsiva (TME). Ela é a
combinação de AINE alfabloqueador (tansulosina ou doxazosina) por um período de 4-6 semanas, desde que o
paciente tenha controle dos sintomas e não apresente indicação de abordagem urológica imediata. O
alfabloqueador relava a musculatura lisa ureteral, diminuindo o espasmo do trato urinário, facilitando a
movimentação do cálculo de modo a aumentar a chance de eliminação espontânea. Os AINEs, como o diclofenaco,
são indicados no tratamento medicamentoso do cálculo ureteral devido a sua ação antiespasmódica, que reduz a
contração ureteral, e também por sua ação antiinflamatória e analgésica. É interessante comentar que os opioides
não devem ser utilizados de rotina na terapia médica expulsiva exatamente por não promoverem ação
antiespasmódica no ureter. Ao final das 4-6 semanas o paciente deve ser reavaliado e, se não houver expulsão do
cálculo, a abordagem intervencionista deve ser indicada. Os cálculos menores e mais distais têm maior
probabilidade de expulsão com a TME. Mas antes de indicar a TME precisamos ter certeza que o paciente não
apresenta indicação de abordagem urológica intervencionista de urgência. As indicações clássicas são: dor
incontrolável, iminente deterioração renal (rim único, oligo ou anúria), infecção do trato urinário superior associada
(pielonefrite - sepse urinária), náuseas e vômitos. Assertiva II: correta. A investigação pode ser feita de diversas
maneiras, mas na prática ficamos entre a USG e a TC. A USG é excelente para identificar os sinais de obstrução
(através de dilatação da via urinária) e também na identificação de cálculos renais ou em ureter proximal. Ainda
consegue visualizar cálculos distais e em junção uretero-vesical (JUV), mas com menor sensibilidade e dependendo
mais ainda do examinador. Entretanto, é importante destacar que o exame padrão-ouro é a TC, chegando a
sensibilidade e especificidade próximas a 100%. Além de diagnosticar o cálculo, a TC define sua densidade, sua
exata localização, as dimensões exatas, avalia complicações e alterações anatômicas, distância da pele, e ainda
auxilia no diagnóstico diferencial de outras causas de dor lombar. Então a TC acaba sendo muito importante para a
definição da conduta e melhor escolha do procedimento urológico a ser indicado. Assertiva III: incorreta. O
tratamento com antibioticoterapia não deve ser indicado para todos os pacientes. Ele só deverá ser indicado na
presença de infecção associada à ureterolitíase. Assertiva IV: incorreta. A apendicite aguda não causa dor em flanco
direito, mas sim com a dor iniciada em mesogástrio que migra para a fossa ilíaca direita. Resposta: letra A.

Video comentário: 322042


19 - 2023 HCPA

Resposta:Questão que acabou sendo anulada.A hipospádia é uma anomalia congênita da uretra masculina,
prepúcio e pênis que resulta no posicionamento ventral anormal da abertura da uretra. A localização do meato
uretral deslocado pode variar em qualquer lugar ventral da glande, eixo do pênis, escroto ou períneo. A hipospadia
é tipicamente um defeito isolado.A hipospadia afeta 1 a cada 250 recém-nascidos do sexo masculino.Temos
algumas formas de hipospadias:1- Forma incompleta ou parcial: cerca de 10 % dos casos. São anormalidades no
meato uretral insignificantes, prepúcio ocasionalmente assimétrico e ausência de curvatura peniana. Esses
pacientes não apresentam comprometimento da micção ou da função sexual, e a reconstrução cirúrgica raramente
é necessária.2- Típica: forma mais comum (65% dos casos). Podemos ter alterações do meato, do prepúcio e
glande. A curvatura varia ausente a leve ou moderada. A forma típica ainda é subdividida de acordo com a posição
da abertura do meato, sendo mais grave quanto mais próxima ao escroto. Abertura uretral em Distal (65-70% dos
casos), Medial (10-15%) e Proximal (20%).A hipospádia padrão é ainda subdividida pela localização do meato
uretral ectópico. A gravidade das hipospádias aumenta à medida que a posição do meato urinário deslocado
aumenta da posição normal na ponta da glande e com o aumento da curvatura peniana.3- Grave: representa cerca
de 20% dos casos. É caracterizada por um meato uretral ectópico localizado no escroto ou períneo e/ou uma glande
anormalmente pequena (<14 mm no diâmetro máximo) e curvatura peniana grave.Resposta: Letra A.No entanto, a
banca acabou anulando a questão.

Video comentário: 324041

20 - 2023 HCPA

Resposta:O uso de medicamentos pode ser indicado em pacientes com cálculos de ácido úrico ou em pacientes com
hipocitratúria. No caso de cálculos de cálcio, fica reservada para pacientes que continuam com hipercalciúria no
exame de urina de 24h, apesar de uma boa aderência à dieta. Nesses casos, iniciamos diuréticos tiazídicos. Repare,
portanto, que uso de medicamentos não é rotina.Formadores crônicos de cálculos devem receber tratamento
preventivo a fim de evitar novos episódios. A conduta específica se baseia no tipo de cálculo encontrado e,
fundamentalmente, no distúrbio metabólico predisponente. Uma medida indicada para todos os tipos de cálculo é o
aumento na ingesta hídrica, devendo-se beber, no mínimo, de 2-3 L de água por dia! Com isso, conseguimos diluir
os íons urinários, reduzindo a chance de formação de cristais, além de eliminar cristais pré-formados, devido ao
aumento no fluxo urinário.Sobre a dieta: é importante reconhecer que a restrição de cálcio na dieta não reduz a
calciúria, pois na hipercalciúria idiopática a quantidade de cálcio absorvida no intestino é relativamente constante,
independentemente da ingestão. Além disso, a redução do teor de cálcio no lúmen intestinal aumenta a
biodisponibilidade do oxalato e, por conseguinte, o paciente acaba absorvendo mais oxalato, a ponto de
desenvolver hiperoxalúria. Já a restrição dietética de sal pode reduzir a calciúria! Lembre-se de que a reabsorção de
sódio está atrelada à reabsorção de cálcio no túbulo proximal: a restrição salina, ao reduzir levemente a volemia,
aumenta a reabsorção renal de sódio e, consequentemente, de cálcio - ou seja, menos cálcio é perdido na urina.A
ingestão de frutas e verduras (alimentos ricos em potássio) deve ser estimulada, podendo trazer benfício. O
mecanismo parece ser o aumento da excreção de citrato.Resposta: o consumo de fluídos deve ser suficiente para
manter o débito urinário em 2 litros/dia.

Video comentário: 324054


21 - 2023 PUC - SP

Resposta:Temos uma paciente apresentando quadro clínico compatível com o diagnóstico de hipercalciúria
idiopática, isto é, apresenta calculose de repetição, havendo cálcio urinário aumentado (> 250 mg/dia), com cálcio
sanguíneo e paratormônio normais. Sendo assim, qual dos medicamentos apresentados, se usado de forma
contínua, poderia reduzir a formação de novos cálculos urinários? Vamos analisar cada uma das alternativas:

Letra A: correta. Lembrem-se de que os diuréticos tiazídicos inibem a reabsorção de NaCl no túbulo contorcido
distal. Neste segmento do néfron, reabsorve-se NaCl ou cálcio. Se há menos NaCl sendo reabsorvido, o túbulo
compensa aumentando a reabsorção de cálcio, o que reduz a calciúria e, consequentemente, a formação dos
cálculos urinários de cálcio.

Letra B: incorreta. O alopurinol é um agente hipouricemiante, isto é, diminui a síntese de ácido úrico, ao inibir a
xantina oxidase. Poderia ser considerado em pacientes com hiperuricosúria, para a prevenção de cálculos de ácido
úrico, mas não aqui em que, na verdade, temos uma hipercalciúria.

Letra C: incorreta. A tansulosina é um bloqueador alfa-1 adrenérgico seletivo para o receptor alfa-1a (específico do
tecido prostático) e, devido a isso, relaxa o músculo liso do trígono vesical e estroma prostático, o que pode ser útil
especialmente em pacientes com hiperplasia prostática benigna, pois promove melhora no escore de sintomas e
aumenta o fluxo miccional, independentemente do tamanho da próstata. Também pode ser utilizada no tratamento
AGUDO da ureterolitíase, como terapia médica expulsiva - TME (AINE alfabloqueador). Lembrando que os
bloqueadores alfa-1 adrenérgicos também relaxam diretamente a musculatura lisa ureteral, o que diminui o
espasmo do trato urinário inferior e facilita a movimentação do cálculo de modo a aumentar a chance de eliminação
espontânea.

Letra D: incorreta. Os diuréticos de alça fazem justamente o contrário dos tiazídicos: ao aumentarem a "carga" de
sódio que chega ao néfron distal, eles fazem com que mais NaCl seja reabsorvido no TCD. Assim, menos cálcio pode
ser reabsorvido, o que por sua vez aumenta a calciúria! Logo, não devem ser utilizados aqui.

Resposta: letra A.

Video comentário: 326622

22 - 2023 CLARETIANO

Resposta:Temos um homem de 24 anos de idade e quadro de dor aguda (há 3 hrs apenas) em flanco direito,
irradiando para a virilha. Note que á náuseas, sudorese e disúria, mas não há febre. Ao exame há “sensibilidade
costovertebral direita”, mas perceba que não é falado em descompressão dolorosa… Fora que a dor da apendicite é
clássica em prova: periumbilical com irradiação para o flanco e fossa ilíaca à direita. Esse perfil de dor do paciente
fala mais a favor de um cálculo obstrutivo de ureter (ureterolitíase) já no terço distal do órgão. Daí a dor mais baixa.
Para corroborar essa hipótese, ele ainda apresenta hematúria microscópica. O que fazer? O padrão-ouro para
avaliar casos de litíase urinária: TC de abdome e pelve sem contraste. Resposta: letra C.

Video comentário: 332214


23 - 2023 HPEV

Resposta:Temos um paciente de 31 anos que chega à emergência com dor intensa em flanco esquerdo. A dor é
aguda e associada a náuseas e vômitos… Há 5 dias teve os mesmos sintomas, sendo liberado com sintomáticos. No
entanto, segue com dor refratária a analgesia. O exame mostra a dor relatada pelo paciente e os exames
complementares nos apontam em uma direção! Repare que a Cr está elevada e a urina tipo 1 mostra hematúria
com nitrito negativo. A USG é normal… Em resumo: no que pensar diante de um homem jovem com dor aguda em
flanco e hematúria? Em litíase urinária! Diante dessa principal hipótese diagnóstica devemos realizar o exame
padrão-ouro para essa investigação: uma tomografia de abdome total sem contraste. Letra A: correta. Letra B:
incorreta. Essa conduta foi tomada com base na hipótese de pielonefrite, o que não é, nem de longe, nossa principal
hipótese diagnóstica. Letra C: incorreta. Até poderíamos pedir uma radiografia, pensando na sua alta
especificidade. Ainda mais em uma caso como esse! Mas a TC é um exame sabidamente melhor, até pensando
numa futura abordagem cirúrgica. Letra D: incorreta. Nem temos um diagnóstico fechado ainda… Péssima conduta
essa. Resposta: letra A.

Video comentário: 339383

24 - 2023 FAMEMA

Resposta:Boa questão sobre tipos de câncer e seus respectivos marcadores tumorais. Letra A: incorreta. Os exames
de urina buscam substâncias específicas liberadas pelas células cancerígenas. Esses exames podem ser realizados
junto com a citologia urinária para determinar se uma pessoa tem câncer de bexiga. O que inclui o NMP22 e BTA
Stat (BTAstat (“bladder tumor antigen” ou antígeno tumoral da bexiga), o Immunocyt e o UroVysion.O CA 125 seria
um marcador das neoplasias de ovário e endométrio.Letra B: incorreta. Os marcadores mais utilizados para o
acompanhamento clínico de tumores de mama são: antígeno tumoral semelhante à mucina (MCA; mucin like
antigen), antígeno do tumor 15.3 (CA15. 3), antígeno de câncer 27.29 (CA 27.29), oncogene C-erbB-2, catepsina e
antígeno carcinoembrionário (CEA).O CA 19.9 seria um marcador principalmente do câncer de pâncreas, podendo
ainda se encontrar elevado em outras neoplasias (ex: vias biliares; hepatocarcinoma; tumor gástrico; entre
outras).Letra C: correta. Letra D: incorreta. As dosagens de calcitonina basal e após estímulo com cálcio ou
pentagastrina são utilizadas como marcador tumoral tanto para o diagnóstico quanto para o seguimento do
carcinoma medular da tiroide.Já os marcadores tumorais do trato digestivo podem variar conforme a origem do
tumor (ex: tumor colorretal - antígeno carcinoembrionário - CEA; carcinoma esofágico - antígeno do carcinoma de
células escamosas - SCCA.).Resposta: letra C.

Video comentário: 333876


25 - 2023 DASA

Resposta:Questão bem difícil sobre a melhor terapia de ablação com androgênios para casos de câncer de próstata
metastático. Letra A: incorreta. Bifosfonatos (ou difosfonados) atuam reduzindo a atividade osteoclástica. Ou seja,
não atua reduzindo a ação da testosterona. Letra B: incorreta. A atuação do 5-Fluoracil é diferente… A principal via
na qual o 5-FU exerce seus efeitos antineoplásicos é pela inibição da timidilato sintase (TS), enzima essencial na
síntese da maioria dos nucleotídeos de timidina, precursor necessário na síntese de DNA. Dado que tanto o DNA
como o RNA são essenciais para a divisão e crescimento celular, o efeito do 5-FU provoca a morte celular e ,
portanto, a inibição do crescimento celular.Letra C: correta. Agora sim! Pela sua comodidade posológica (dose
mensal subcutânea, oral ou mesmo instramuscular) e eficácia comprovada, as drogas de escolha dentro deste
grupo são os agonistas do GnRH (ex.: goserelina, leuprolida). Tais fármacos possuem meia-vida extremamente
longa (dias), ao contrário do GnRH natural (minutos). Desse modo, ao promoverem uma estimulação sustentada do
receptor de GnRH nas células da adeno-hipófise, induzem o downregulation desse receptor (isto é, as células que
respondem ao GnRH deixam de expressar o receptor desse hormônio em suas membranas, o que as torna
insensíveis ao GnRH). Como estas são justamente as células que secretam FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH
(hormônio luteinizante) — que, no homem, induzem a produção de testosterona pelos testículos — o resultado final
é uma diminuição na síntese testicular de testosterona. Apenas para sabermos a Goserelina tem via de
administração subcutânea, na dose de 3,6 mg a cada mês. Letra D: incorreta. A carbamazepina é um
anticonvulsivante sem atuação como redutor da ação da testosterona. Resposta: letra C.

Video comentário: 335825

26 - 2023 SCMMA

Resposta:Os cálculos coraliformes são cálculos renais grandes que ocupam a maioria ou todo o sistema coletor
renal. O nome surgiu do fato de que esses cálculos, na imagem, parecem-se com galhadas de um cervo ou veado,
embora, na etimologia da palavra, coraliforme seja "aquele que tem a forma de coral". De todo modo, estes
cálculos frequentemente envolvem a pelve renal e se ramificam para o interior dos infundíbulos e cálices. Não
existe uma definição padronizada para cálculos coraliformes completos ou parciais, embora a maioria considere os
cálculos coraliformes completos aqueles que ocupam todo o sistema coletor renal, e cálculos coraliformes parciais
aqueles que ocupam menos. A estruvita (fosfato amoníaco magnesiano) compõe a maioria dos cálculos
coraliformes, embora essa configuração do envolvimento do sistema coletor possa incluir qualquer tipo de cálculo.
Eles estão associados comumente a infecções por bactérias produtoras de urease (em ordem decrescente: Proteus
mirabilis, Klebsiella sp., Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis) e, raramente (13% dos casos), estão
associados a infecções por E. coli. Antes da era da endourologia, os cálculos coraliformes nem sempre eram
tratados, pois a morbidade cirúrgica era elevada e atingir o status livre de cálculo era desafiador. Dados mais
recentes melhoraram nossa compreensão da história natural dos cálculos coraliformes, e o consenso atual é que os
cálculos coraliformes devem ser tratados. Sem tratamento, os cálculos coraliformes são associados às ITUs
recorrentes, urossepse, deterioração da função renal, pielonefrite xantogranulomatosa e probabilidade elevada de
morte. A perda completa da função renal em 50% dos rins afetados pode ocorrer após dois anos sem tratamento! A
Nefrolitotomia Percutânea (NLP) é o método de escolha para o tratamento de cálculos renais coraliformes parciais
ou completos, com a ressalva de que rins com deficit de função ou não funcionantes e aqueles associados à
pielonefrite xantogranulomatosa podem ser melhor manejados com nefrectomia. Resposta: letra A.

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27 - 2023 SCMMA

Resposta:Os cálculos associados ao uso de indinavir são constituídos, principalmente, por cristais de sulfato de
indinavir, e a nefrolitíase não parece associar-se ao uso de outros inibidores da protease. Cerca de 10% dos
pacientes com litíase por indinavir têm necessidade de interromper terapia.A colimação do feixe da TC helicoidal a
3 mm é boa ao predizer o tamanho do cálculo e sua densidade: cálculos de ácido úrico apresentaram atenuação
aproximada de 415 UH; de cistina, 668 UH; de estruvita, 919 UH; de oxalato de cálcio, 1.249 UH; de brucita, 1.383
UH; e de hidroxiapatita, 1.525 UH. Com o aumento da colimação, a capacidade de diferenciação dos cálculos é
perdida. Os cálculos radiotransparentes têm densidade de mais de 80 UH, sendo detectados pela TC. No entanto,
cálculos de indinavir, os quais são relativamente radiolucentes, não têm sido detectados.Os cálculos de sulfato de
indinavir são de difícil diagnóstico com quaisquer dos métodos de imagem. A tomo- grafia computadorizada (TC),
inclusive, não é capaz de identificar cálculos formados apenas por indinavir. A ultrassonografia (US) é o método que
melhor diagnostica a litíase por indinavir, principalmente pela presença ocasional de hidronefrose, clínica sugestiva
e ausência de sinais radiológicos que denunciem o cálculo.Resposta: letra B.

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28 - 2023 SCMMA

Resposta:A classificação de Bosniak serve para predizer o risco de malignidade dos cistos renais. Vamos recapitular
esta classificação?I - Cisto simples.II - Septos finos se realce.IIF - Septações com realces mínimos e calcificações
nodulares ou espessas.III - Paredes irregulares e septos grosseiros realçados. Conduta:IV - Realce de todos os
componentes.Os tipos I e II sugerem benignidade e a conduta neste caso é alta. Já no tipo IIF que é mais duvidoso,
devemos repetir a imagem em 6 meses. Os tipos III e IV sugerem malignidade, portanto, a conduta deve ser
ressecção cirúrgica.Resposta: letra C.

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29 - 2023 DASA

Resposta:Hipospádia refere-se a uma abertura uretral proximal em relação à localização normal na glande. A
correção é cirúrgica (indicada pós 3-6 meses de vida segundo o Campbell) e não inclui apenas uretroplastia
(recolocar o meato uretral na posição correta através de plástica), mas também a retificação da curvatura peniana
ventral, a circuncisão ou prepucioplastia e escrotoplastia com o objetivo de restaurar a função e aparência normais
o máximo possível.Existem diferentes classificações para as hipospádias, geralmente com base na localização do
meato uretral. A mais utilizada é a proposta por Duckett que divide as hipospádias em distais ou anteriores (glandar
e subcoronal), mediopeniana ou mediais (peniana distal, mediopeniana e peniana proximal) e proximais ou
posteriores (penoescrotal, escrotal e perineal). Letra A: incorreta. A classificação correta nesse caso é de hipospádia
medial do tipo médiopeniana. Letra B: incorreta. Letra C: incorreta. Aproximadamente 90% dos casos de hipospádia
apresentam-se como um defeito peniano isolado sem qualquer outro achado. Letra D: correta. Exatamente isso!
Inclusive, distúrbios do desenvolvimento sexual (DDS) são possíveis em meninos fenotípicos com ambos:
hipospádia e testículos não descidos, que é considerada uma indicação para cariotipagem. O diagnóstico mais
comum é a disgenesia gonadal mista, seguido por DDS ovotesticular.Resposta: letra D.

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30 - 2023 HAOC

Resposta:Temos um homem de 49 anos e que chega ao PS com disúria, polaciúria e, atenção agora, DOR EM
REGIÃO PERINEAL há 15 dias. Está com febre e dor ao toque retal. O EAS mostra leucocitúria. Bem, diante de um
quadro desse, a hipótese mais provável é mesmo de prostatite bacteriana aguda, que corresponde ao diagnóstico
urológico mais comum em homens com menos de 50 anos. Os pacientes com prostatite bacteriana aguda
geralmente se apresentam com um início abrupto de sintomas sistêmicos (febre, calafrios, mal-estar geral,
artralgia, mialgia, dor lombar inferior/retal/perineal) e urinários (polaciú- ria, urgência, disúria). Eles também podem
apresentar retenção urinária devido ao edema da próstata. O toque retal revela glândula aumentada dolorosa à
palpação, que é irregular e quente. O sumário de urina geralmente demonstra leucócitos e, ocasionalmente,
hematúria. O exame de sangue normalmente demonstra leucocitose e os níveis do antígeno prostático específico
frequentemente estão elevados.Letra A: incorreta. Para as provas, pielonefrite = dor lombar febre. Letra B:
incorreta. Embora o HPB possa levar a sintomas irritativos como disúria e polaciúria, não leva a dor em região
perineal ou ao toque retal da próstata. Letra C: correta. Letra D: incorreta. A cistite não leva a dor em região
perineal e nem ao toque. Letra E: incorreta. Nefrolitíase complicada sem dor lombar? Fora que os sintomas de trato
urinário inferior mostrados não tem nada a ver com litíase urinária. Resposta: letra C.

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31 - 2023 HSCSP

Resposta:Temos um homem de 62 anos e que deseja realizar o rastreamento para CA de próstata. Primeira
pergunta: indicamos ou não tal rastreio? Bem, segundo o INCA e o Ministério da Saúde, não há indicação de rastreio
do câncer a nível populacional. No entanto, homens que demandem espontaneamente a realização do exame de
rastreamento devem ser informados por seus médicos sobre os riscos e benefícios associados a essa prática e
posteriormente definirem em conjunto com a equipe de saúde pela realização ou não do rastreamento. Mas o
enunciado vai além, e nos informa que o paciente já trouxe exames de PSA que mostra uma uma alteração
considerável em 3 anos. O PSA atual é de 18,9! O que fazer? Bem, já que o exame já foi pedido, não podemos ser
negligentes com um resultado alterado. O certo aqui é encaminhar o paciente ao especialista focal (urologista) na
Atenção Secundária para que este possa avaliar a indicação do exame PO da neoplasia: a USG transretal com
biópsia da próstata. Letra A: incorreta. Diante de um exame de rastreio (toque ou PSA) alterado, já há indicação de
biópsia de próstata. Letra B: incorreta. A USG não é o exame ideal para avaliar nódulos de próstata. Letra C:
correta. Letra D: incorreta. Ele já fez o rastreio! Resposta: letra C.

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32 - 2023 FAMERP

Resposta:Temos aqui uma paciente de 21 anos com queixa de dor em flanco esquerdo, irradiando para a vulva.
Está febril e tem sinal de Giordano positivo a esquerda.Só com esses dados (Giordano e febre) temos a obrigação
de pensar em pielonefrite! Mas qual seria a causa dessa pielonefrite? Ah… com essa clínica?! Muito possivelmente
um cálculo obstrutivo em ureter. Inclusive, esse perfil de dor (em flanco com irradiação para a vulva) é clássico de
cálculo impactado na junção ureter-vesical. A USG só confirma o que já esperávamos! Uma pelve renal esquerda
extremamente dilatada com aparente borramento de gordura ao redor.Sobre a conduta atual, em qualquer hospital
do mundo, essa paciente seria encaminhada para a TC com foco na confirmação diagnóstica. No entanto, estamos
em prova… a clínica é soberana e nós devemos nos pautar pela prevenção quaternária. Sendo assim, evitar pedir
exames desnecessários. Caímos, portanto, na letra B. O melhor aqui é a intervenção cirúrgica com desobstrução de
via urinária através da passagem de stent ureteral (duplo J). Resposta: letra B.

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33 - 2023 FJG

Resposta:Vamos analisar as afirmativas.Letra A: incorreta. Pelo contrário - quanto menor o volume urinário, maior a
concentração dos fatores litogênicos, pois a urina fica menos diluída. Por esse motivo, independentemente do tipo
de cálculo, o paciente deve ser orientado a beber, no mínimo, 2,5 L (algumas referências indicam 2 L) de água por
dia, a fim de aumentar a diluição urinária e reduzir a formação de cristais e, consequentemente, de cálculos. A
questão em si não é nem a ingestão, mas sim o débito urinário, que é mais difícil de ser mensurado. No entanto, o
ideal é um débito urinário de 2,5 L/dia.Letra B: incorreta. Se o cálculo é de oxalato de cálcio, o aumento da
concentração urinária de oxalato e de cálcio favorecerá a formação de cálculos. Letra C: incorreta. O citrato se liga
ao cálcio, reduzindo sua ligação ao oxalato. Se há pouco citrato na urina, temos mais cálcio livre para se ligar ao
oxalato.Letra D: correta. O pH urinário é importante, já que o pH < 5 favorece a formação de cálculos de ácido úrico
e de cistina, enquanto pH > 6 favorece a formação de cálculos de estruvita e de hidroxiapatita.Resposta: letra D.

34 - 2023 AFAMCI

Resposta:Temos uma paciente de 34 anos, com história de litíase renal de repetição, e com uma clínica MUITO
compatível com uma nova cólica nefrética causada por litíase. Nesse caso, à direita… Mas cuidado, a nossa
paciente não tem uma ureterolitíase à direita “bobinha”! Ela está em vigência de infecção e pode evoluir para sepse
a qualquer momento. Como salvá-la? Desobstruindo essa via urinária através da passagem de um stent ureteral
(duplo J) pelo urologista. Em caso de dificuldade na ascensão da prótese (tem casos que isso acontece), o certo será
“drenarmos por cima” através de uma nefrostomia percutânea. Letra A: incorreta. Não há indicação de vancomicina
neste caso.
Letra B: incorreta. Tal conduta poderá ser considerada em um segundo momento, após resolução do processo
infeccioso e estabilização clínica da paciente. De forma eletiva e após boa avaliação do quadro com exames de
imagem. Letra C: incorreta. A paciente apresentou uma boa resposta à ressuscitação volêmica, estando com uma
PAM ≥ 65 mmHg, logo, não há indicação de droga vasopressora neste momento.
Letra D: correta. Conforme o que foi descrito acima.
Resposta: letra D.

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35 - 2023 HCP

Resposta:Questão decoreba e que, por provável erro de digitação, deveria ser anulada! A questão deseja saber o
que NÃO faz parte do funículo espermático. Os elementos do funículo (ou cordão) espermático são: músculo
cremáster, artéria cremastérica, ducto e vasos DEFERENTES, artéria testicular, plexo venoso pampiniforme, fibras
autonômicas, ramo genital do genitofemoral e vasos linfáticos. Repare que, dentre as alternativas, a única estrutura
que não faz parte do funículo espermático é o epidídimo. Agora, também não existe ducto AFERENTE passando no
funículo espermático. Por isso, a questão deveria ser anulada. Resposta da banca: letra D. Resposta MEDGRUPO:
anulada.

36 - 2023 SMS - PR

Resposta:Paciente apresentando choque séptico refratário devido à infecção do trato urinário (pielonefrite)
complicada pela presença de cálculo renal coraliforme, com USG evidenciando hidronefrose, o que configura
obstrução do sistema coletor. Estes casos precisam ser tratados com drenagem do sistema urinário, uma vez que
se trata de um foco mantido e, caso não seja revertido, não haverá melhora clínica. Após controle da infecção, deve
então ser realizada a desobstrução. Por se tratar de foco conhecido e fechado de infecção, coletar novas culturas
não irá mudar o desfecho nem modificar a indicação do tratamento cirúrgico. Analisando as outras alternativas, não
há clínica compatível com TEP ou miocardite, sendo excluídas estas possibilidades.Resposta: letra A.
38 - 2023 UEM

Resposta:Essa dúvida é muito comum quando estamos diante de um cálculo renal (nefrolitíase). Vamos, então,
fazer um breve resumo sobre a conduta em casos de nefro ou ureterolitíase. CÁLCULOS EM RIM OU URETER
PROXIMAL: Se < 2 cm e densidade < 1.000 UH: 1ª opção → LECO e 2ª opção → ureterorrenolitotripsia. SE > 2 cm e
densidade > 1.000 UH: 1ª opção → nefrolitotripsia percutânea e 2ª opção → ureterorrenolitotripsia. CÁLCULOS EM
URETER MÉDIO / DISTAL: 1ª opção → ureterorrenolitotripsia. Ou seja, quando pensamos em “cálculos renais”
devemos semppre levar em conta o tamanho do cálculo (ou volume da massa calculosa) e a densidade dos
cálculos. Sendo que o tamanho é sempre o dado mais importante quando se trata de litíase urinária. Resposta: letra
A.

39 - 2023 UEM

Resposta:Galera, perceba que a questão não entrou no mérito de indicar ou não exames de rastreio de câncer de
próstata! O toque retal já foi realizado e há uma suspeita de câncer devido à palpação de um nódulo prostático
endurecido. O que fazer? Bem, como bem sabemos, diante de um PSA alterado e/ou toque retal suspeito, o certo é
realizar o exame padrão-ouro para o diagnóstico de CA de próstata: USG transretal da próstata com biópsia para a
avaliação histológica. Resposta: letra D.

40 - 2023 UEM

Resposta:As indicações da nefrectomia parcial (técnica cirúrgica de presrrvação de néfrons) são hoje bem mais
abrangentes do que eram em 1950, data em que Vermooten as descreveu pela primeira vez. A evolução da técnica
e a crescente preocupação em preservar ao máximo o tecido renal normal derrubaram as barreiras que limitavam a
aplicação da NP a pacientes com CCR em rim solitário ou tumores bilaterais.Assim, de uma forma geral, as
indicações de nefrectomia parcial (NP) podem ser classificadas em eletivas, absolutas e relativas. INDICAÇÕES
ELETIVAS (independente da condição do rim contra-lateral e, idealmente, com mais de um pré-requisito atendido):
tumores periféricos (exofítico);tumores únicos;tumores renais com menos de 4 cm;tumores com distância maior
que 7 mm dos sistemas coletores; tumores que não cruzam as linhas polares;INDICAÇÕES ABSOLUTAS: rim único;
tumor renal bilateral; insuficiência renal crônica. INDICAÇÕES RELATIVAS (condições que podem influenciar,
futuramente, a função do rim contralateral):nefrolitíase; refluxo vesicoureteral;obstrução do trato urinário. Quando
voltamos a questão, vemos que a letra A (idade) não pesa na decisão se iremos realizar uma nefrectomia radical ou
parcial. Resposta: letra A.

41 - 2023 PUC - RS

Resposta:Estamos diante de um paciente masculino com diagnóstico de ureterolitíase de 4 mm. A questão deseja
saber qual a melhor conduta inicial para o caso. A maioria dos cálculos uretrais com < 5 mm é eliminada
espontaneamente, ainda que o paciente não receba qualquer tipo de tratamento. Contudo, a Terapia
Medicamentosa Expulsiva (TME) acelera a passagem do cálculo, devendo sempre ser oferecida. Acima de 5 mm a
probabilidade de eliminação espontânea diminui de forma progressiva, sendo extremamente baixa com cálculos
maiores do que 10 mm... Desse modo, no tocante às dimensões do cálculo, o "ponto de corte" atualmente aceito
pela literatura para indicar uma abordagem intervencionista precoce é > 10 mm. A combinação AINE
alfabloqueador compõe a TME. Pacientes com cálculos uretrais pequenos (≤ 10 mm), cujos sintomas conseguem
ser bem controlados e que não apresentam indicações formais para uma abordagem urológica imediata (ex.: sepse,
IRA), podem tentar a TME por um período de até 4-6 semanas. A droga de escolha na atualidade é a tamsulosina
(Secotex®) na dose de 0,4 mg/dia. Agora, casos refratários a TME requerem intervenção com LECO ou
ureterolitotripsia.Resposta: letra A.

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42 - 2023 UEM

Resposta:Um dos padrões de crescimento do câncer urotelial de bexiga é o chamado carcinoma plano in situ (CIS).
Este é um tumor maligno plano, de alto grau e confinado ao urotélio. Apesar de raramente ser invasivo, apresenta
um comportamento mais agressivo que os tumores papilares comparáveis e sua evolução é absolutamente
imprevisível, embora tenha uma forte tendência a recidivar.Letra A: incorreta. O comportamento é bastante
agressivo. Letra B: incorreta. É um tumor de alto grau e com tendência a recorrência.Letra C: correta. Letra D:
incorreta. Letra E: incorreta. De fato, há uma natureza multifocal, no entanto, já vimos acima que é um tumor
agressivo. Resposta: letra C.

43 - 2023 SES - GO

Resposta:Questão bem direta que deseja saber a anormalidade mais comumente identificada em pacientes
formadores de cálculos de cálcio. A hipercalciúria idiopática é o principal distúrbio metabólico relacionado à
formação de cálculos urinários. Ela é definida como uma excreção urinária de cálcio maior do que 300 mg/dia em
homens, ou maior do que 250 mg/dia em mulheres, ou maior do que 4 mg/kg/dia em ambos os sexos, na vigência
de normocalcemia. A causa exata é desconhecida, mas vários mecanismos parecem contribuir, em diferentes
indivíduos, para o aumento na excreção urinária de cálcio. Por exemplo: aumento na absorção intestinal de cálcio,
redução na reabsorção tubular renal de cálcio, aumento da reabsorção óssea, aumento primário na síntese da
vitamina D, fosfatúria idiopática, dentre outros. Dos formadores crônicos de cálculos de cálcio, cerca de 50–55%
possuem esse distúrbio. A hipercalciúria idiopática é uma condição herdada, autossômica dominante: parentes de
primeiro grau do paciente têm incidência aumentada do problema. Antes de firmarmos o diagnóstico, é preciso
excluir outras condições que cursam com hipercalciúria, como hipertireoidismo, síndrome de Cushing, sarcoidose,
tumores malignos, imobilidade, intoxicação pela vitamina D, doença de Paget, etc. Se sabemos que esta é a
anormalidade mais comum, como previnir? A prevenção se baseia na restrição dietética de sal e proteínas de
origem animal, mas NÃO de cálcio! A restrição de cálcio na dieta não reduz a calciúria, pois na hipercalciúria
idiopática a quantidade de cálcio absorvida no intestino é relativamente constante, independente da ingestão. Além
disso, a redução do teor de cálcio no lúmen intestinal aumenta a biodisponibilidade do oxalato e, por conseguinte, o
paciente acaba absorvendo mais oxalato, a ponto de desenvolver hiperoxalúria. Já a restrição dietética de sal e
proteínas de origem animal pode reduzir a calciúria. Lembre-se de que a reabsorção de sódio está atrelada à
reabsorção de cálcio no túbulo proximal: a restrição salina, ao reduzir levemente a volemia, aumenta a reabsorção
renal de sódio e, consequentemente, de cálcio (ou seja, menos cálcio é perdido na urina). O metabolismo proteico
resulta na produção de ácidos, sendo o principal o ácido sulfúrico. A produção de ácido sulfúrico tende a ser maior
nas dietas ricas em proteína animal, pois as proteínas oriundas desta fonte, ao contrário das proteínas vegetais,
possuem mais aminoácidos ricos em enxofre. O H liberado no processo é tamponado em parte pelos ossos, em
troca da retirada de cálcio desse tecido. Uma das consequências é um leve aumento na calciúria. A restrição
proteica moderada ameniza a produção ácida e, por conseguinte, ajuda a reduzir a calciúria. Resposta: letra A.

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44 - 2023 HAC - PR

Resposta:Questão que começa relembrando alguns dados epidemiológicos acerca dos cálculos renais. Após, faz 4
afirmações. Item I: incorreto. De jeito nenhum… Os sintomas ocorrem quando os cálculos crescem junto a junção
uretero-pélvica. Item II: incorreto. Que absurdo! Os cálculos de estruvita (fosfato amoníaco magnesiano) geralmente
são gigantes (≥ 2-3 cm) impactando com frequência a JUP. Inclusive, esses são os cálculos que invadem os cálcices
renais, e, por isso, são chamados de coraliformes. Item III: incorreto. Algumas infecções do trato urinário constituem
consequências INDIRETAS de doenças calculosas.Item IV: correto. Em muitos casos são indicadas radiografias
sequencias exatamente com a finalidade exposta aqui. Resposta: letra E.

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45 - 2023 UEM

Resposta:Vamos aproveitar essa questão para fazermos um vínculo cerebral juntos: em prova de residência,
paciente com história de infecção urinária frequente e cálculo de grandes dimensões, inclusive invadindo cálices
renais (cálculo coraliforme) = cálculo de infecção! Mas o que é isso? Cálculo de infecção? São cálculos de um tipo
específico, formados em um ambiente básico rico em bactérias produtoras de urease (exemplos: Proteus mirabilis,
Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Serratia sp, Pseudomonas aeruginosa e
Staphylococcus epidermidis). Lembre-se que a urease realiza a catálise da reaão de hidróliese da ureia, resultando
em amônia e dióxido de carbono. A amônia se junta à água e forma amônio e íons hidroxila (daí o meio ser básico).
O amônio se junta ao fosfato e ao magnésio (livres na urina) e forma o fosfato amoníaco magnesiano, que é
chamado de ESTRUVITA! Esse elemento que compõe os cálculos nestes pacientes. Resposta: letra C.

46 - 2023 CESUPA

Resposta:Estamos diante de uma paciente com dor lombar direita, tipo cólica, de forte intensidade e de início
SÚBITO. Refere náuseas e vômitos associadas com irradiação para grandes lábios e parede vaginal. Este quadro
álgico sugere fortemente cólica nefrética caudada por um cálculo ureteral, sobretudo pela presença do Giordano
positivo (sinal que também surge na pielonefrite, mas neste caso a evolução é mais insidiosa).
O sintoma mais comum da ureterolitíase é a dor lombar, conhecida como cólica nefrética. Ela é causada pela
obstrução do fluxo urinário pelo cálculo. Tem início abrupto e pode se irradiar para cima gerando punho-percussão
positiva (Giordano) ou para baixo, em flanco ou fossa ilíaca em cálculos de terço médio do ureter, ou para região
inguinal, testículos ou grandes lábios em cálculos na JUV. Além disso, pode ter hematúria, febre, e estar associada a
infecção.
Antes de pensarmos em tratamento específico precisamos acolher o paciente, oferecer analgesia, coletar
laboratório e para fechar o diagnóstico solicitar um exame de imagem, sendo a TC o melhor método. Vamos
analisar as alternativas. Letra A: incorreta. Até podemos ter um episódio de pielonefrite associada a um cálculo
urinário. Entretanto, a dor que irradia para os grandes lábios é muito sugestiva de um cálculo ureteral impactado.
Letra B: incorreta. Veja que as características da dor não são compatíveis com um quadro de comprometimento
radicular. Letra C: incorreta. A paciente sequer tem queixa de disúria, o grande sintoma da ITU baixa. Letra D:
correta. Como vimos, é a grande hipótese para o caso e a melhor conduta.

Resposta: letra D.

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47 - 2023 SCMBH

Resposta:Temos um paciente idoso apresentando sintomas do trato urinário inferior obstrutivos (jato urinário fraco,
intermitente, esforço miccional e gotejamento terminal prolongado), os quais são compatíveis com o diagnóstico de
hiperplasia prostática benigna (HPB). Tal diagnóstico é corroborado pela presença de um órgão simétrico, de
consistência normal, sem nódulos, dimensões normais, bordas regulares e bem definidas, além de um PSA ≤ 4
mg/dl, o que afasta a possibilidade de um adenocarcinoma de próstata. Percebam ainda que a US pélvica masculina
apresenta uma próstata de dimensões “normais”, homogênea e com peso “normal” (entre 20-30g). Entretanto,
devemos lembrar que o processo de obstrução uretral pode ser decorrente de um efeito mecânico secundário ao
crescimento prostático exagerado e/ou um efeito funcional ("dinâmico"), relacionado à contração das fibras
musculares do estroma prostático. Estas fibras, ricas em receptores alfa-1 adrenérgicos, tendem a se contrair por
influência do sistema nervoso simpático, aumentando o grau de obstrução uretral. Este último mecanismo explica
os quadros de prostatismo em pacientes com próstatas pouco volumosas, bem como a rápida variação dos
sintomas observada em alguns pacientes. Logo, o volume prostático não tem, necessariamente, relação com a
intensidade da obstrução urinária e com o grau de desconforto dos sintomas. Glândulas pequenas podem causar
obstruções, enquanto próstatas volumosas podem ser oligossintomáticas. Por fim, destaca-se que um nível de PSA
≤ 4 mg/d fala contra a possibilidade de neoplasia de próstata, entretanto, níveis acima de 1,6 ng/ml estão
relacionados à maior risco de progressão da HPB. Com base nestes conceitos, qual seria a conduta mais adequada
para o paciente em questão? Vamos analisar cada uma das alternativas:
Letra A: correta. Como já referido, os sintomas resultam da obstrução uretral mecânica imposta pelo crescimento
glandular e/ou da oclusão funcional da uretra, relacionada à contração da musculatura lisa no colo vesical e
estroma prostático. Assim, os pacientes com obstrução mecânica (próstatas volumosas) podem ser tratados com
drogas antiandrogênicas (ex: finasterida) que promovem atrofia do epitélio, e os casos de oclusão funcional
(próstatas de qualquer volume) podem ser tratados com bloqueadores alfa-adrenérgicos (ex: tansulosina), que
diminuem o tônus prostático e a resistência do colo vesical. Logo, percebam que o nosso paciente apresenta uma
“oclusão funcional”, estando indicado o uso de um bloqueador alfa-adrenérgico (ex: tansulosina) e não uma droga
antiandrogênica (ex: finasterida).

Letra B: incorreta. Conforme vimos na alternativa A, a princípio, a finasterida não estaria indicada aqui. Além disso,
quando se compara a tansulosina com a doxazosina, a tansulosina seria a droga de escolha, visto que é um
moderno bloqueador alfa-adrenérgico de meia-vida longa e SELETIVO para o receptor alfa-1a (específico do tecido
prostático). A doxazosina, por sua vez, é um bloqueador alfa-adrenérgico não seletivo, bloqueando também os
receptores alfa-1b (específicos dos vasos sanguíneos) e, devido a isso, apresenta maior incidência de efeitos
adversos cardiovasculares (ex: hipotensão postural).

Letra C: incorreta. O paciente não apresenta nenhuma indicação absoluta de abordagem intervencionista da HPB,
que são as seguintes: retenção urinária aguda (refratária à tentativa de retirada do cateter vesical ou recidivante);
ITU de repetição; hematúria macroscópica persistente; litíase vesical; insuficiência renal; divertículos vesicais
grandes. Os indivíduos que não obtém melhora com a terapia farmacológica também devem ser avaliados para a
intervenção cirúrgica.

Letra D: incorreta. A biópsia prostática somente estaria indicada caso houvesse suspeita de neoplasia de próstata (o
que não é o caso aqui).

Resposta: letra A.

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48 - 2023 HEJSN

Resposta:Os sintomas da Hiperplasia Prostática (HPB) são causados tanto pelo componente obstrutivo da próstata
(mecânico e dinâmico), como pela resposta da bexiga à obstrução (instabilidade e contratilidade do detrusor). Mas
que sintomas são estes? São os famosos sintomas de trato urinário inferior (ou LUTS – "Low Urinary Tract
Symptoms") obstrutivos (ou de esvaziamento) e irritativos (ou de enchimento ou de armazenamento).

- Sintomas obstrutivos: hesitação (demora para iniciar a micção), jato fraco, intermitência, gotejamento, micção
dupla (incompleto);

- Sintomas irritativos: urgência, aumento da frequência, noctúria e urgeincontinência.

Os sintomas obstrutivos podem ser de esvaziamento ou pós-miccionais; encontram-se presentes em 70–80% dos
casos e resultam do efeito mecânico ou muscular (dinâmico) da glândula sobre a luz uretral e de complicações mais
tardias da contratilidade vesical. Já os sintomas irritativos surgem por uma reação inicial do detrusor à obstrução
uretral, levando à "instabilidade vesical". Tais alterações, presentes em 50–70% dos indivíduos, nem sempre
desaparecem após intervenção cirúrgica.

Ratificando o que dissemos acima! Note que as opções A, C e D são típicas de um paciente com HPB. Agora a
disúria (dor e dificuldade para urinar) não!

Resposta: letra B.

49 - 2023 HUSE

Resposta:Questão interessante pare revisarmos algumas temas de Urologia que volta e meia aparecem nas provas.
Vamos analisar as alternativas em busca da INCORRETA. Letra A: correta. A gangrena de Fournier é classificada
como um tipo de infecção necrosante dos tecidos moles (INTM). A INTM se caracteriza clinicamente pela destruição
maciça dos tecidos associada a sinais de toxicidade sistêmica e elevada mortalidade. Pode envolver epiderme,
derme, tecido subcutâneo, fáscia e músculo. É dividida em dois tipos: Tipo I: polibacteriana - é onde se encaixa a
gangrena de Fournier, causada por um anaeróbio em combinação com uma enterobacteria e um ou mais
estreptococos. Tipo II: monobacteriana - geralmente causada pelo Streptococcus do grupo A, mas também pode
estar relacionada ao S. aureus. Deve ser investigada em pacientes com sinais clínicos de infecção de tecidos moles
(eritema, edema, calor) e sinais de doença sistêmica (febre, instabilidade hemodinâmica), em associação à
crepitação dos tecidos, rápida progressão das manifestações clínicas e/ou dor intensa e desproporcional aos
achados cutâneos. O grande exame de imagem é a tomografia computadorizada. Ela ajuda a determinar se a
infecção necrotizante está presente e qual a profundidade da lesão. No entanto, a realização de exames de imagem
não é necessária e não deve atrasar a intervenção cirúrgica. O achado mais clássico na tomografia é a presença de
gás nos tecidos moles. O tratamento da infecção necrotizante consiste na exploração cirúrgica precoce para
desbridamento do tecido necrótico, juntamente com antibioticoterapia empírica de amplo espectro e suporte
hemodinâmico. O desbridamento deve ser agressivo, retirando todo o tecido necrótico até que o tecido saudável e
viável seja alcançado. A inspeção e novos desbridamentos devem ser considerados a cada um a dois dias, até que o
tecido necrótico não esteja mais presente. Nas INTM de extremidades, a depender da gravidade da lesão, a
amputação deve ser considerada para controlarmos a infecção. A gangrena de Fournier, por sua vez, é quando a
INTM envolve a região da genitália masculina e do períneo. Seus fatores de risco são: doença vascular periférica,
diabetes mellitus, desnutrição, alcoolismo, estados de imunossupressão, obesidade e abscesso na região perianal e
perirretal. A infecção bacteriana resulta em microtrombose dos pequenos vasos subcutâneos, levando ao
desenvolvimento de gangrena da pele subjacente. O quadro começa como uma área de celulite no foco inicial de
infecção no períneo ou região perianal. Os sinais locais podem incluir dor intensa e inchaço. A crepitação dos
tecidos inflamados é uma característica comum devido à presença de organismos formadores de gás. À medida que
a inflamação sistêmica piora, manchas necróticas aparecem sobre a pele subjacente e progridem para necrose mais
extensa. A disseminação da infecção ocorre ao longo dos planos faciais e, geralmente, é muito mais extensa que o
inicialmente previsto com base na aparência externa. A fasceíte necrosante pode se estender para envolver o
escroto e o pênis, e pode se espalhar através da parede abdominal anterior até as clavículas. As infecções
urogenitais tendem a se estender, posteriormente, ao longo da fáscia de Bucks e Dartos até a fáscia de Colles, mas
são limitadas a partir da margem anal devido a fixação da fáscia de Colles ao corpo perineal. Em contraste, as
fontes de infecção anorretal, geralmente, envolvem a pele perianal. O tratamento, como vimos, requer
desbridamento cirúrgico, antibioticoterapia de amplo espectro e suporte hemodinâmico. No desbridamento pode
ser necessária inclusive derivação urinária ou fecal, dependendo da localização e do grau de perda de tecido. O uso
de curativos de sistema de fechamento assistido a vácuo (VAC) melhorou significativamente o cuidado com as
feridas nesses pacientes e acelerou a cicatrização. Enxertos de pele de espessura dividida parecem ser o
tratamento de escolha para cobrir defeitos de pele perineal e escrotal, retalhos também podem ser necessários
para permitir a reconstrução ao longo da linha. Letra B: correta. A hiperplasia prostática benigna é de forma bem
resumida um aumento do volume prostático, que dificulta o esvaziamento vesical. De início, a hiperplasia prostática
aumenta a resistência uretral, resultando em alterações compensatórias da função vesical. Há um aumento da
pressão do músculo detrusor (o músculo da bexiga) necessário para manter o fluxo de urina na presença de
resistência aumentada ao fluxo de saída. Este ocorre à custa de uma tentativa de manter o armazenamento normal
da bexiga. As alterações da função do detrusor induzidas pela obstrução mecânica, complicadas pelas alterações da
função tanto da bexiga quanto do sistema nervoso relacionadas com a idade, levam ao desenvolvimento dos
sintomas. Então, perceba: a bexiga faz uma verdadeira malhação para vencer essa resistência que se estabelece.
Como tempo, isso leva à disfunção vesical. Além disso, como o paciente passa a não esvaziar totalmente a bexiga,
o resíduo de urina que fica após a micção - o chamada resíduo pós-miccional, aumenta. Ou seja, é como se ficasse
sempre um resto de urina na bexiga. Isso serve de meio de cultura e proporciona infecções urinárias de repetição,
além da formação de cálculos de bexiga. Letra C: incorreta. Os cálculos obstrutivos de ureter podem exigir
intervenção de urgência, mas não em todos os casos. A abordagem aguda do paciente com urolitíase é com o tripé
analgesia - hidratação venosa - intervenção urológica. E mais especificamente nos pacientes com cálculos ureterais
pequenos (< 10 mm), pode ser cogitada a Terapia Médica Expulsiva (TME). Ela é a combinação de AINE
alfabloqueador (tansulosina ou doxazosina) por um período de 4-6 semanas, desde que o paciente tenha controle
dos sintomas e não apresente indicação de abordagem urológica imediata. O alfabloqueador relava a musculatura
lisa ureteral, diminuindo o espasmo do trato urinário, facilitando a movimentação do cálculo de modo a aumentar a
chance de eliminação espontânea. Ao final das 4-6 semanas o paciente deve ser reavaliado e, se não houver
expulsão do cálculo, a abordagem intervencionista deve ser indicada. Os cálculos menores e mais distais têm maior
50 - 2023 SES - GO
probabilidade de expulsão com a TME. Mas antes de indicar a TME precisamos ter certeza que o paciente não
Resposta:Sobre a varicocele
apresenta indicação em crianças
de abordagem e adolescentes,
urológica vamos
intervencionista de analisar
urgência.asAs
alternativas
indicaçõeseclássicas
aproveitar para
são: dorrelembrar
sobre o tema. iminente
incontrolável, Letra A: incorreta. A varicocele
deterioração renal (rimé único,
uma patologia extremamente
oligo ou anúria), comum,
infecção do tratopresente
urinário em cercaassociada
superior de 15%
da população- masculina.
(pielonefrite É definida
sepse urinária), como
náuseas veias dilatadas
e vômitos. e incompetentes
Caso haja dentro do plexo
indicação de abordagem pampiniforme
cirúrgica doécordão
de urgência,
espermático. Ela tem sido descrita
realizada a ureterolitotripsia comoo aimplante
ou apenas causa cirurgicamente corrigível
de cateter duplo mais
jota para comum de
desobstruir subfertilidade
o rim acometido. A
masculina.
cistoscopia,Letra B:pelo
citada incorreta. É umaé doença
enunciado, o exameque
de se desenvolve
escolha durante ada
para avaliação puberdade, quando
bexiga, e não dos tanto a função
ureteres. Letra D:
endócrina
correta. O como a exócrina
priapismo é uma do testículo
ereção aumentam
completa drasticamente,
ou parcial que dura 4 junto
horascom o fluxo
ou mais, sanguíneo
não testicular.
relacionada A
com estímulo
varicocele é incomum
sexual e orgasmo, eméum
e que menino pré-púbere,
decorrente da disfunçãosendo detectada raramente
dos mecanismos em ameninos
que regulam com menos
tumescência, rigidezde
e 10 anos
flacidez
de idade.Existem
peniana. A incidência aumenta
três tipos: para 15%
isquêmico aos 15 anosou
(veno-oclusivo dede
idade. Letra
baixo C: correta.
fluxo), Comoeanão
intermitente, veiaisquêmico
espermática interna
(arterial ou
esquerda drena
de alto fluxo). O para a veia renal
diagnóstico esquerda,
é clínico. aproximadamente
A gasometria 8 a 10
cavernosa pode cm
ser superiormente
realizada à entrada
no intuito da veiaentre o
de diferenciar
espermática interna
priapismo não direita,
isquêmico que drena
(arterial, direto
de alto para
fluxo) ouaisquêmico
veia cava,(veno-oclusivo,
a coluna hidrostática dofluxo).
de baixo sangueOno lado esquerdo
priapismo de alto
predispõe este >
fluxo tem pO2 lado
90 à incompetência
mmHg, pCO2 < 40nas suas válvulas
mmHg venosas
e pH 7,40. mais fluxo
O de baixo do que à direita.
tem pO2 < 30 Como resultado,
mmHg, pCO2 > as60
veias
mmHg
varicosas do plexo
e pH < 7,25. pampiniforme
O priapismo são mais
não isquêmico comuns
(arterial ouàde
esquerda do é
alto fluxo) que à direita.
uma ereção Varicoceles
persistente bilaterais são incomuns
causada pelo influxo
em homens
arterial sadiosirregular.
cavernoso (< 10%), Geralmente
mas são palpadas
o corpoem até 20% fica
cavernoso dos tumescente,
homens subférteis.
mas não Letra D: incorreta.
totalmente Oe
rígido, diagnóstico
o pênis
é clínico.
não Um exame
está dolorido. físico
Pode acurado
estar permanece
associado sendo
a trauma o método
peniano diagnóstico
ou perineal, de varicocele.
com lesão Pelo
iatrogênica exame
com físico,
agulha, ou ela
usoser
de
classificada
medicamentos empara
três graus. Grau
disfunção I: não
erétil. visível, eque
Qualquer palpável
seja o apenas sob manobra
mecanismo de éValsalvaGrau
o resultado uma rupturaII:
a não visível,
anatomia mas
arterial
palpável
cavernosaem ortostaseGrau
criando III: arteriolar-sinudoidal.
uma fístula visível à inspeção, formando uma cavernoso
O ambiente dilatação vascular
não fica conhecida
isquêmico como “saco de
no priapismo de
minhocas”
baixo fluxo.AOconduta diante
tratamento de uma
inicial devevaricocele deve serlocais
ser com medidas observação na grande perineal
com compressão maioria dos casos.
e gelo AsOindicações
local. tratamento
cirúrgicas são: hipotrofia
definitivo pode ser eletivotesticular esquerda ≥ 20%
e com a embolização ou bilateral,
das artérias. dor, e alteração
O priapismo no espermograma.
isquêmico A dor
(veno-oclusivo ou é uma
de baixo
rara
fluxo)indicação,
promove euma
é aliviada
ereçãoapós a cirurgia
marcada em 68 a
pela rigidez do88% dos
corpo casos. Existem
cavernoso diferentes
e por influxo abordagens
arterial baixo oucirúrgicas
ausente. Opara a
correção da varicocele:
paciente comumente inguinal
relata ou subinguinal,
dor peniana após 6 alaparoscópica ou retroperitoneal,
8 horas de ereção ou Avenográfica
rígida contínua. (escleroterapia
doença é análoga ou
à síndrome
embolização).
compartimentalA muscular,
cirurgia aberta (inguinalinicial
com oclusão ou subinguinal) com uso
do efluxo venoso de microscópio
e paralização demonstrou
subsequente melhores
de influxo resultados
arterial.
do que à olho
Inúmeras nu. eResposta:
causas fatores deletra C.são descritos, dentre eles as discrasias hematológicas são as mais importantes,
risco
como doença falciforme e talassemia, além do uso de agentes eréteis vasoativos (papaverina, fentolamina,
Video comentário: 321594
prostaglandina, inibidores de fosfodiesterase 5). O tratamento inicial recomendado para o priapismo isquêmico é a
descompressão dos corpos cavernosos por aspiração. Se a aspiração não for bem sucedida, pode ser feita a
irrigação de salina fria ou de substância alfa-adrenérgica como a fenilefrina. Caso nenhuma destas condutas tenha
sucesso, deve ser indicada intervenção cirúrgica. A intervenção cirúrgica mais comumente realizada é o shunt:
comunicação entre o corpo cavernoso e o esponjoso, glande ou veias dorsais ou safenas. O ideia do shunt é
reestabelecer o afluxo dos corpos cavernosos, aliviando a obstrução do fluxo venoso e promovendo a reoxigenação
do músculo liso cavernoso. Letra E: correta. Em todo caso de escroto agudo, a primeira conduta sempre será afastar
a torção testicular. A torção testicular quando não diagnosticada leva a isquemia e necrose, com perda do testículo
51 - 2023 HEDA
acometido. Logo, sempre deve ser excluída em casos de dor testicular. Ao exame físico teremos um testículo de
aumentando de tamanho
Resposta:Temos uma paciente
e retraído,
jovemmais
de 26
alto
anos
quee ocom
contralateral,
história decom
dor lombar
orientação
a direita
transversa
há mais
(sinal
de 2de
anos.
Angel)
Teme com
ITU
epidídimo
de repetição
anteriorizado.
e, desde queEm
iniciou
adolescentes,
as dores, ojáquadro
foi internada
está frequentemente
4 vezes para fazer
associado
ciclos de
a trauma
ATB IV.ou
Nos
atividades
exames defísicas.
Dois sinais
imagem hásemiológicos
múltiplos cálculos
relacionados
no rim direito
à torção
já com
testicular
afilamento
rotineiramente
de parênquima.
caem nas
O que
provas.
fazer?
O Bem,
sinal de
emPrehn
primeiro
é o lugar
mais
comum,
é bom pontuarmos
e é positivoque
quando
se nada
há alívio
for feito
da ela
dor vaia
na elevação
acabar perdendo
do testículo
esse
acometido.
rim. Ou, até
Entretanto,
pior, em nova
na torção
pielonefrite
testicular
pode
esperamos
evoluir paraum
uma
sinal
sepse
de Prehn
e até evoluir
negativo,
a óbito!
ou atéEm
com
outras
piorapalavras,
da dor à NÃO
elevação.
PODEMOS
O outro
SERé NEGLIGENTES
o reflexo cremastérico,
aqui e temos
que
podeter
que estar
umaausente
condutaoumais
diminuído
radical(sinal
e resolutiva.
de Rabinowitz).
Como osAcálculos
torção deve
do rim
serdireito
considerada
são grandes
como(≥
urgência
2 cm), e
oomelhor a se
diagnóstico
fazer é uma deve
nefrolitotripsia
ser clínico.percutânea.
ReservamosLetra
os exames
A: incorreta.
de imagem
Conduta
para
absolutamente
os casos duvidosos.
paliativa.
E oLetra
mais B:
importante:
incorreta. o
Ela
tratamento
vai seguir com
nãoos
deve
mesmos
ser atrasado
sintomas.
pela
Letra
espera
C: incorreta.
de um exame
Não se
defaz
imagem.
LECO em
Emcasos
mais de nefrolitíase
6 horas de torção
com cálculos
teremos ≥2
aumento
cm. Letra do
D: risco
incorreta.
de umNão
quadro
há necessidade,
irreversível, ainda,
com perda
de tirar
do esse
testículo
rim. acometido.
Letra E: correta.
Atualmente,
Resposta:
o método
letra E. diagnóstico
complementar mais utilizado é a USG com Doppler, com altas sensibilidade e especificidade. O tratamento é a
Video comentário: 338098
cirurgia para correção da torção e fixação do testículo acometido e do testículo contralateral (orquipexia). Se
durante a abordagem for encontrado um testículo inviável, deve ser realizada orquiectomia. Algumas referências
indicam que pode ser tentada a manobra de distorção antes do procedimento cirúrgico. Esta manobra é realizada
52
com- 2023 HEDA de tração de medial para lateral dos testículos - numa espécie de movimento de “abertura de
o movimento
livro”. Entretanto,um
Resposta:Temos mesmo
homemque hajade
idoso destorção
61 anos,pela
quemanobra,
chegou aoainda se mantem
PS com a indicação
“dificuldade cirúrgica.
miccional” NãoSerá
há 12 hrs. precisa
uma ser
de urgência,
retenção mas aguda?
urinária ainda deve ser indicada
Calma… a cirurgia
vamos seguir para aEle
a leitura! orquipexia.
está, há 3Resposta: letra C.
meses, apresentando sintomas obstrutivos
e apresenta uma dor à palpação do hipogástrio certamente causada por um bexigoma.
VideoA comentário:
próstata é aumentada
325564ao
toque e o PSA e Cr estão elevados. Veja que na USG já são vistas repercussões anatômicas dessa obstrução
crônica! Em resumo, estamos diante de um paciente que vinha com retenção urinária crônica, até que evoluiu com
retenção aguda no momento! Se nada for feito a evolução é certa: IRA pós-renal. O certo aqui é realizarmos o
cateterismo vesical de demora com sonda de Foley por tempo indeterminado. Letra A: incorreta. Não fazer nada?
Que negligência! Letra B: incorreta. Não há uma cálculo ureteral obstrutivo para pensarmos nessa opção. Letra C:
incorreta. Novamente… não há obstrução ureteral. Letra D: correta. Letra E: incorreta. O paciente está totalmente
descompensado. Não há indicação alguma de inibidor de 5 alfa redutase neste momento. Resposta: letra D.

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53 - 2023 UEL

Resposta:Os três principais determinantes da formação de cálculos de ácido úrico são baixo pH urinário, baixo
volume urinário e hiperuricosúria. O fator patogênico mais importante é o baixo pH urinário, uma vez que a maioria
dos pacientes com cálculos de ácido úrico apresenta excreção normal de ácido úrico, mas invariavelmente
demonstra baixo pH urinário persistente. Com um baixo pH urinário (< 6), a forma não dissociada do ácido úrico
predomina (como podemos ver pela tabela em anexo), e como consequência a urina pode atingir a supersaturação,
provocando a formação de cálculos de ácido úrico e/ou cálcio. Além disso, o ácido úrico dissociado atua também
como ninho para formação de cálculos de oxalato de cálcio, então um baixo pH urinário também é fator de risco
para cálculos de oxalato de cálcio, e cálculos mistos de cálcio e ácido úrico. A hiperuricosúria é definida como uma
excreção urinária de ácido úrico > 800 mg/dia em homens e > 750 mg/dia em mulheres. Além disso, cálculos de
ácido úrico podem se desenvolver como resultado de causas congênitas, adquiridas ou idiopáticas. Os distúrbios
congênitos envolvem o transporte tubular renal de urato ou o metabolismo do ácido úrico, provocando
hiperuricosúria. As causas adquiridas de cálculos de ácido úrico, como diarreia crônica, depleção de volume
(desidratação), distúrbios mieloproliferativos, alta ingestão de proteína animal, obesidade, resistência insulínica e
medicamentos uricosúricos, podem afetar qualquer um dos três fatores que determinam a formação de cálculos de
ácido úrico. O tratamento será com restrição de alimentos ricos em purinas e com medicações que façam
alcalinização da urina, como o bicarbonato de potássio ou citrato de potássio, na tentativa de manter o pH urinário
acima de 6,5. A acetazolamida, um diurético inibidor da anidrase carbônica, na dose de 250 mg à noite, também
induz uma diurese alcalina, aumentando a solubilidade do ácido úrico, e pode ser utilizada. Em pacientes nos quais
as medidas acima falham, ou naqueles que mantêm hiperuricosúria superior a 1.000 mg/dia, o alopurinol é
recomendado. O alopurinol é um inibidor da xantina oxidase (enzima do metabolismo das purinas) e é administrado
na dose de 100 mg/dia. Como o alopurinol só é efetivo quando a hiperuricosúria é a única anormalidade de base,
seu uso deve ser reservado para casos em que a uricosúria ultrapassar 1.000 mg/24h ou quando acompanhada de
hiperuricemia. De toda forma, a anormalidade mais comumente associada aos cálculos de ácido úrico, como vimos
acima, é a urina ácida. Relembrando: alguns cálculos, como os cálculos de ácido úrico e cistina, são formados em
urinas ácidas. Os cálculos de estruvita e fosfato de cálcio, por sua vez, em urinas básicas. Resposta: letra D.

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54 - 2023 UEL

Resposta:Os três principais determinantes da formação de cálculos de ácido úrico são baixo pH urinário, baixo
volume urinário e hiperuricosúria. O fator patogênico mais importante é o baixo pH urinário, uma vez que a maioria
dos pacientes com cálculos de ácido úrico apresenta excreção normal de ácido úrico, mas invariavelmente
demonstra baixo pH urinário persistente. Com um baixo pH urinário (< 6), a forma não dissociada do ácido úrico
predomina, e como consequência a urina pode atingir a supersaturação, provocando a formação de cálculos de
ácido úrico e/ou cálcio. Além disso, o ácido úrico dissociado atua também como ninho para formação de cálculos de
oxalato de cálcio, então um baixo pH urinário também é fator de risco para cálculos de oxalato de cálcio, e cálculos
mistos de cálcio e ácido úrico. A hiperuricosúria é definida como uma excreção urinária de ácido úrico > 800 mg/dia
em homens e > 750 mg/dia em mulheres. Além disso, cálculos de ácido úrico podem se desenvolver como
resultado de causas congênitas, adquiridas ou idiopáticas. Os distúrbios congênitos envolvem o transporte tubular
renal de urato ou o metabolismo do ácido úrico, provocando hiperuricosúria. As causas adquiridas de cálculos de
ácido úrico, como diarreia crônica, depleção de volume (desidratação), distúrbios mieloproliferativos, alta ingestão
de proteína animal, obesidade, resistência insulínica e medicamentos uricosúricos, podem afetar qualquer um dos
três fatores que determinam a formação de cálculos de ácido úrico. O tratamento será com restrição de alimentos
ricos em purinas e com medicações que façam alcalinização da urina, como o bicarbonato de potássio ou citrato de
potássio, na tentativa de manter o pH urinário acima de 6,5. A acetazolamida, um diurético inibidor da anidrase
carbônica, na dose de 250 mg à noite, também induz uma diurese alcalina, aumentando a solubilidade do ácido
úrico, e pode ser utilizada. Em pacientes nos quais as medidas acima falham, ou naqueles que mantêm
hiperuricosúria superior a 1.000 mg/dia, o alopurinol é recomendado. O alopurinol é um inibidor da xantina oxidase
(enzima do metabolismo das purinas) e é administrado na dose de 100 mg/dia. Como o alopurinol só é efetivo
quando a hiperuricosúria é a única anormalidade de base, seu uso deve ser reservado para casos em que a
uricosúria ultrapassar 1.000 mg/24h ou quando acompanhada de hiperuricemia. Repare que a banca pediu o
tratamento clínico da LITÍASE URINÁRIA, e não da diátese gotosa. O tratamento clínico mais apropriado é a
alcalinização da urina com citrato de potássio. O alopurinol pode ser utilizado no tratamento da diátese gotosa ou
da gota em si, mas como a banca pediu especificamente em relação à litíase urinária, sabemos que não deve ser
utilizado em todos os casos. Ele só deve ser indicado em casos de hiperuricosúria superior a 1.000 mg/dia.
Resposta: letra B.

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