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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIENCIAS SOCIAIS E HUMANIDADES

CURSO DE CONTABILIDADE E FINANÇAS

RAINITO JOSÉ ANTÓNIO MADEIRA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCO NAS VENDAS Á CRÉDITO

ESTUDO DE CASO: EMPRESA OK MOBILIÁRIO (2015-2017)

BEIRA

2020
RAINITO JOSÉ ANTÓNIO MADEIRA

IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE RISCO NAS VENDAS Á CRÉDITO

ESTUDO DE CASO: EMPRESA OK MOBILIÁRIO (2015-2017)

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

na Universidade Zambeze,

como requisito parcial para a obtenção

de grau de licenciatura em Contabilidade e Finanças.

Orientador:

–––––––––––––––––––––––––––––––––––––

(Msc, Dick Maguengue)

BEIRA

2020
Índice
DEDICATÓRIA...........................................................................................................................i
AGRADECIMENTOS................................................................................................................ii
EPÍGRAFE.................................................................................................................................iii
DECLARAÇÃO.........................................................................................................................iv
RESUMO.....................................................................................................................................v
ABSTRACT................................................................................................................................vi
LISTA DE TABELAS...............................................................................................................vii
LISTA DE GRÁFICOS............................................................................................................viii
LISTA DE FIGURA...................................................................................................................ix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS..................................................................................x
CAPITULO I: INTRODUÇÃO...................................................................................................1
1.1 Introdução..............................................................................................................................1
1.2 Justificativa............................................................................................................................2
1.3 Definição de problema...........................................................................................................3
1.4 Objectivos..............................................................................................................................3
1.4.1 Objectivo Geral...................................................................................................................4
1.4.2 Objectivos específicos.........................................................................................................4
1.5 Questões de Pesquisa.............................................................................................................4
1.6 Delimitações do tema.............................................................................................................4
1.6.1. Espacial..............................................................................................................................4
1.6.2 Temporal.............................................................................................................................4
CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA..........................................................................5
2.1 Introdução..............................................................................................................................5
2.2 Revisão Teórica......................................................................................................................5
2.2.1 Historial de vendas á créditos e seu conceito......................................................................5
2.2.1.1 História e sua origem.......................................................................................................5
2.2.1.2 Vendas á crédito...............................................................................................................5
2.2.2 Gestão de risco....................................................................................................................6
2.2.3 Tipos de Riscos...................................................................................................................7
2.2.4 Importância da gestão de risco dentro de uma empresa......................................................8
2.2.5 Risco de Crédito..................................................................................................................8
2.2.6 Análise de Risco de Crédito................................................................................................9
2.2.6.1 Crédito............................................................................................................................10
2.2.7 Modelos de risco de créditos.............................................................................................12
2.2.8 Política de Crédito.............................................................................................................12
2.2.8.1 Obectivo de uma politica de Crédito..............................................................................13
2.2.8.2 Razões para a implementação de políticas de crédito....................................................14
2.2.8.3 Tipos de Politica de Crédito...........................................................................................15
2.2.8.4 Impacto das politicas de Crédito....................................................................................15
2.2.9 Politica de cobrança de crédito.........................................................................................16
2.2.10 Rácios financeiros usados para análise de crédito..........................................................17
2.2.10.1 Rácios de Liquidez: liquidez geral...............................................................................17
2.2.10.2 Rácios de prazo de segurança de liquidez....................................................................18
2.2.10.3 Rácios de Rotação: rotação de contas á receber...........................................................18
2.2.10.4 Prazo médio de Recebimento.......................................................................................18
2.2.10.5 Prazo médio de Pagamento..........................................................................................19
2.2.10.6 Rácios de Rendibilidade...............................................................................................19
2.3 Revisão de Literatura Empírica.............................................................................................................19
2.3.1 Importância da Gestão de Risco em Portugal...................................................................19
2.3.2 Importância da Gestão de Risco em Brasil.......................................................................20
2.4 Revisão de Literatura Focalizada.........................................................................................21
2.4.1 Importância da Gestão de Risco em Moçambique............................................................21
CAPITULO III: METODOLOGIA...........................................................................................23
3.1 Método de trabalho..............................................................................................................23
3.1.1 Métodos de Pesquisa.........................................................................................................23
3.1.1.1 Quanto á forma de abordagem.......................................................................................23
3.1.1.2 Quanto aos objectivos...................................................................................................24
3.1.1.2.1 Pesquisas exploratórias..............................................................................................24
3.1.1.2.2 Pesquisa descritiva.....................................................................................................24
3.1.1.3 Quanto á procedimentos técnicos..................................................................................24
3.1.2 Técnicas de recolha de dados............................................................................................25
3.2 População e Amostra...........................................................................................................25
3.2.1 População em estudo.........................................................................................................25
3.2.2 Processo de Amostragem..................................................................................................25
3.2.3 Amostra.............................................................................................................................25
3.3. Métodos de apresentação, análise e interpretação de dados...............................................26

CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS.............................................27


4.1. Introdução...........................................................................................................................27
4.2. Historial sobre a Empresa OK Mobiliário..........................................................................27
4.3. Organigrama de departamento de vendas á crédito da Empresa OK..................................27
4.4. Interpretação de Dados........................................................................................................29
4.4.1. Quanto aos Números dos funcionários Inqueridos..........................................................29
4.4.2. Responsável pela Gestão de Riscos na Empresa.............................................................30
4.4.3. Avaliação aos clientes antes de conceder a Vendas á Credito.........................................31
4.4.4. Aplicação de um sistema adequado para analisar a gestão de Riscos..............................32
4.4.5. Politica para conceder crédito aos clientes......................................................................33
4.4.6. Compromissos no acto de pagamento das dívidas...........................................................34
4.4.7. Avaliação dos riscos antes e depois da implementação da gestão de..............................35
4.4.8. Razões que influenciou a implementação de Gestão de Riscos dentro da.......................35
4.4.9. Na implementação da política de crédito a empresa suportou alguns.............................35
4.4.10. Quais foram os benefícios que trouxe a implementação da politica de.........................36
CAPITULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES.........................................................37
5.1 Introdução............................................................................................................................37
5.2 Conclusão.............................................................................................................................37
5.3 Recomendações....................................................................................................................38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................39
Apêndices...................................................................................................................................41
DEDICATÓRIA

À memória dos meus pais josé António Madeira e Maria


Narcisa Matambo
Á meu tio Carlos Matambo
Á minhas irmãs Minelcha Madeira, Felizarda, e Esperança
Aos meus sobrinhos, primos e amigos

i
AGRADECIMENTOS
Agradeço a senhor meu Deus, pelo dom da vida que tem mi concedido, pelas suas obras e
milagres impostas em mim no seu dia- á- dia, por toda sua bênção depositada em minha vida,
pois sem o senhor nada seria realizado, foi por sua graça que tudo se chegou ao fim.
Agradeço ao meu supervisor Mestre Dick Maguengue pela sua disponibilidade em supervisionar
o meu trabalho, pela sua paciência, pela sua sabedoria, sobre tudo pela transmissão do seu
conhecimento durante a execução e orientação da presente Monografia.
Á todos docentes da UZ-FCSH, do curso de Contabilidade e Finanças pelos seus ensinamentos,
pela partilha de conhecimentos durante a sala de aulas.
Agradeço também a toda minha família que contribuíram para a materialização da minha
formação, em especial agradeço a minha irmã Minelcha Madeira pela ajuda financeira e não se
esquecendo também da minha Avo Lucinda Matambo pelo suporte.
É merecido também a minha gratidão ao meu Tio Carlos Matambo de Pina por acreditar no meu
potencial e pelas ideias dadas no meu caminhar.
E por final endereço os meus agradecimentos a todos os meus amigos e colegas da Universidade
nomeadamente: Lucidio Cleófas, Manuel Geraldes, Assomane Andremane, Rashid Artur Fortes,
Afonso de Mateus, Nelson Marcelino, Crispino Basílio Ouanho, Anibal de Casimiro e Victor
Luís Magalhães pelo companheirismo durante a minha formação Académica.

ii
EPÍGRAFE

“Buscai primeiro o reino de Deus e os restos das coisas vos serão acrescentadas”.
Bíblia Sagrada

iii
DECLARAÇÃO
Rainito José António Madeira, estudante do Curso de Contabilidade e Finanças na Faculdade de
Ciências Sociais e Humanidades, por este meio declaro que o trabalho do fim de curso intitulado
Importância da Gestão de Riscos na venda á Crédito: Estudo de caso na Empresa OK
Mobiliário (2015 á 2017), foi por mim preparado, sob a supervisão de Mestre Dick Maguengue
como requisito no cumprimento de culminação.
Declaro ainda que o trabalho não foi submetido anteriormente a qualquer Instituto/ Universidade
para obtenção de qualquer grau ou diploma.

O Autor

Rainito José António Madeira

___________________________________

Beira, Julho de 2020

O Supervisor

Mestre Dick Maguengue

___________________________________

Beira, Julho de 2020

iv
RESUMO
A gestão de riscos tem vindo a ganhar grandes ênfases nas empresas, ela tornou-se uma
ferramenta bastante importante para minimizar os riscos existentes dentro da empresa.
A presente monografia tem como objectivo analisar a importância da gestão de riscos nas vendas
á crédito na empresa OK Mobiliário num período correspondente 2015 á 2017. O problema desta
pesquisa verificou-se nas dificuldades por parte dos clientes no acto de pagamento que se
consideram incobrável de também o pagamento tardio das dividas onde que gera um risco nas
vendas á crédito. Para a materialização do objectivo geral alcançou-se os seguintes objectivos
específicos: Identificar as razões da implementação do sistema de gestão de riscos e as políticas
de crédito usadas na empresa OK Mobiliário, analisar as causas das perdas dos lucros proveninte
na empresa nos ultimos ano da sua venda á crédito e propor as medidas correctas para a gestão
de risco nas vendas á crédito. Na revisão teórica foram feitas debates acerca de conceitos das
vendas a crédito, gestão de riscos, Riscos de crédito, Tipos de riscos, Importância da gestão de
Riscos, Modelos de riscos de crédito, Politicas de concessão de crédito. A metodologia usada na
presente pesquisa quanto a forma de abordagem é qualitativa, quanto ao objectivo é exploratória
e descritiva, quanto ao procedimento técnicos usou-se a pesquisa Bibliográfica e estudo de caso,
a técnica usada para a interpretação de dados da pesquisa foi por meio de um questionário que
foi submetido à empresa OK Mobiliário. A amostra em estudo é gestores de vendas a crédito,
contabilistas, e vendedores Normais. O estudo foi realizado numa empresa de vendas de
Mobiliário, localizada na província de Tete. Depois do estudo concluiu-se que a Gestão de risco
na empresa OK Mobiliário esta sendo implementada, mas não duma forma adequada devido às
dificuldades encaradas na empresa. Desse jeito recomenda-se que a empresa invista mais nas
capacidades de gestão de riscos de modo a ganhar melhorias nas gerências dos riscos e ter um
controlo aos clientes mais adequado e sistematizado.

Palavras-Chave: Gestão de riscos, Vendas á crédito, Política de Crédito.

v
ABSTRACT
Risk management has been gaining major emphasis in companies; it has become a very
important tool to minimize the existing risks within the company.
This monograph aims to analyze the risk management in credit sales al OK Furniture in period
corresponding to 2015 to 2017. The problem of this research was the difficulties faced by
customers in the act of payment that consider themselves unobtainable and also the late payment
of debts where there is a risk in credit sales. In order to materialize the general objective, the
following specific objectives were achieved: Identify the reasons for the implementation of the
risk management system and the credit policies used by OK Furniture, Evaluate the costs and
benefits of the implementation of the credit policy at OK Furniture company furniture, and
propose the right risk management measures for credit sales. In the theoretical review there were
debates about concepts of credit risks, types of risks, importance of risk management, credit risk
models, and credit granting policy. The methodology used in the present research as the
approach is qualitative, the objective is exploratory and descriptive, the technical procedure was
used Bibliographic research and case study, the technique used for the interpretation of research
date was through a questionnaire that was submitted to the company OK Furniture. The sample
under study is credit sales managers, Accountants, Normal salespeople. The study was conducted
at a Furniture sales company located in Tete province. After the study it was concluded that risk
management in OK Furniture is being implemented but not properly due to the difficulties faced
by the company. Thus, it is recommended that the company invest more in risk management
capabilities in order to gain improvements in risk management and have more appropriate and
systematized customer control.

Keywords: Risk management, Credit Sales, Credit policy

vi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Número de funcionários Inqueridos.............................................................................29

Tabela 2: Avaliação dos riscos antes e depois da implementação da gestão de riscos.................35

vii
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Responsável pela Gestão de Riscos na Empresa.........................................................30

Gráfico 2: Avaliação aos clientes antes de conceder a Vendas á Crédito....................................31

Gráfico 3: Aplicação de um sistema adequado para analisar a gestão de Riscos.........................32

Gráfico 4: Política para conceder crédito aos clientes..................................................................33

Gráfico 5: Compromissos no acto de pagamento das dívidas......................................................34

viii
LISTA DE FIGURA

Figura 1: Organigrama de departamento de vendas á crédito da Empresa OK Mobiliário........27

ix
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AGR- Análise da Gestão de Riscos

Apud- citado por

COSO- Comitê da organização patrocinadora do comitê de rodagem

C/C- Cliente Conta Corrente

DR`s- Demonstrações de Resultados

DEFAULT- Incumprimento

FCSH- Faculdade de Ciências Sociais e Humanidades

IIA- Instituto dos Auditores Internos/ Institute of Internal Auditors

SFP- Situação Financeira Patrimonial

UZ- Universidade Zambeze

x
CAPITULO I: INTRODUÇÃO

1.1 Introdução
A presente pesquisa tem como tema “Importância da Gestão de risco nas vendas á crédito”.
Este constitui um tema muito importante que se vive na actualidade na vida de muitas empresas,
sobre tudo nas empresas de venda de mobiliária, e elas encontram-se a passar grandes
dificuldades ao nível das suas situações financeiras. As empresas no seu dia-á-dia estão a encarar
esse desafio de modo a reverter esta situação para o lado positivo, visto que existem milhares de
problemas que compactuam para essa baixa nas suas situações financeira.

Feita a análise geral no sentido minimizar o problema em causa, chegou-se a constatar que gerir
os riscos nas vendas a crédito é muito importante na vida das empresas e com esta gerência irá
ajudar a minimizar ou evitar os riscos existentes na origem das empresas de venda de mobiliário.

Também é sabido que todas as empresas de vendas á crédito tende de implementar uma política
de crédito que torna objectiva em viabilizar a concessão de crédito, não existe uma política
padrão para as empresas, cada empresa adopta a sua política de modo a conquistar mais clientes
na aderência das suas vendas.

Para tal segundo Baptista (2004, p.43) diz que “políticas de crédito são regras de condutas
comerciais e financeiras que servem de orientação para a concessão de créditos”.

Esta pesquisa é composta por (5) cinco capítulos, no primeiro capítulo estão patentes a
justificativa do tema, definição de problema, objectivos do estudo, hipóteses, e resultados
esperados. É neste capitulo que serão apresentados o porquê da aplicação deste tema e problema
existênte e as respectivas questões de pesquisa para ajudar a minimizar os problemas existentes.

No segundo capítulo abordou se acerca da revisão da literatura, onde foram feito levantamentos
bibliográficos e debates dos autores acerca das informações que dizem respeito ao tema patente
na pesquisa, nos quais constam conceitos de vendas á créditos, relatando a sua origem e fazendo
um breve histórico, diferença de risco da incerteza e indesejabilidade, conceito de risco de
crédito, tipos de riscos, conceito de gestão de risco, sua importância, fases do processo de
decisão de risco e politicas adoptadas na concessão de crédito.

1
O terceiro capítulo desta pesquisa esta descrita a metodologia de como foi realizada a pesquisa, e
neste caso a pesquisa é exploratória quanto ao Objectivo. Segundo Lakatos & Marconi (2015)
diz que assume, em geral, as formas de pesquisas Bibliográficas e Estudo de Caso.

No Quarto foi feita a analise e interpretação de dados colectados no âmbito da recolha da


informação ao quando a ida ao campo, do avante foram apresentados outros capítulos
subsequentes que compõe o trabalho como um todo até ao último capitulo que é a Conclusão e a
Recomendação. Espera-se abordar o tema de forma clara, simples e mais compreensível ao nível
de todos que puderem apreciar o presente trabalho.

1.2 Justificativa
A presente pesquisa constitui um tema bastante importante, visto que trata-se de uma situação
vivida na maioria de empresas de vendas de mobiliária. A escolha deste tema pretende trazer
ideias para contribuir na solução dos problemas inerentes de forma a garantir uma boa gestão dos
riscos e fazer evitar o desperdício nas cobranças praticadas nas vendas á créditos da empresa, a
partir desta análise e gestão de risco poderá contribuir para o crescimento das vendas e da
lucratividade da empresa.

No entanto, as empresas no geral têm um propósito que é de melhorar as suas vendas em cada
exercício económico para tal, as empresas de vendas de mobiliário tende de reparar esta situação
com um alto nível de seriedade porque para além de ser importante neste sentido, também irá
contribuir para um sucesso no departamento de venda e criação de um ambiente favorável ao
nível do crescimento dos lucros.

Sob ponto de vista Social, esta pesquisa considera-se importante para as empresa, assim como
para sociedade em geral porque com uma boa gestão de riscos torna-se benéfico para sociedade,
deste jeito a pesquisa irá ajudar vários utentes a lidar-se com os riscos, de modo a minimizar os
riscos e para que não aconteça com grande frequência, visto que ela dificulta a situação
financeira da própria empresa.

Sob ponto de vista Científica, a pesquisa considera-se importânte porque poderá contribuir para
apoiar os estudantes de outras gerações na leitura de modo a obter mais conhecimento acerca da
importância da gestão de risco nas vendas á crédito, também irá contribuir para o enriquecimento

2
da literatura existentes para o uso nas bibliotecas Académicas, servindo como material de
consultas na realização de trabalhos futuros.

Sob ponto de vista pessoal, a pesquisa foi desenvolvida porque terá uma grande relevância na
vida pessoal do pesquisador, contribuindo cada vez mais para o crescimento do conhecimento
acerca da gestão de riscos, visto que pretende-se tardiamente dedicar-se num plano de negócio
em que a sua actividade será praticada por uma venda á crédito.

1.3 Definição de problema


Actualmente analisar e gerir os riscos nas vendas á créditos tem vindo a ganhar uma grande
ênfase nas empresas. Todavia, o que se tem notado nos últimos tempos, as empresas de vendas
de mobiliário na sua maioria não têm verificado um crescimento adequado do lucro esperado
devido a falta de seriedade no pagamento das dividas praticadas por clientes nas empresas de
vendas á créditos. Deste modo isto contribui para um impacto negativo em relação aõ que diz
respeito no resultado contabilístico da própria empresa visto que, a empresa não arrecada o lucro
segundo o esperado. Como é do conhecimento que as empresas têm um propósito de aumentar as
suas vendas e respectivos lucros através das vendas feitas á crédito, surgem algumas dificuldades
por parte dos clientes no acto de pagamento que se consideram incobrável e também por
pagamento tardio da divida, isto gera um risco nas vendas á créditos.

A análise da gestão de risco na venda á crédito é um exercício bastante importante para as


empresas de vendas no geral, sobre tudo nas empresas cuja actividade de vendas praticada á
crédito.

Sendo de carácter pertinente a análise da gestão de risco nas vendas á crédito para a empresa,
torna-se necessário responder a seguinte questão de partida:

“De que forma a análise da gestão de risco irá contribuir para a minimização dos riscos
financeiros na empresa OK Mobiliário?”

1.4 Objectivos
No que se entende para a materialização da presente pesquisa serão apresentados os objectivos
relacionados á execução da pesquisa:

3
1.4.1 Objectivo Geral
Analisar a importância da gestão de riscos das vendas á créditos na empresa OK Mobiliário.

1.4.2 Objectivos específicos


• Identificar as principais razões da implementação do sistema de gestão de riscos e as políticas
de créditos usadas na empresa OK mobiliário.

• Analisar as causas das perdas dos lucros provenientes na empresa nos últimos anos das suas
vendas á créditos.

• Propor as medidas correctas para a gestão de risco nas vendas a crédito na empresa OK
Mobiliário.

1.5 Questões de Pesquisa


 Quais são as principais razões da implementação do sistema de gestão de riscos e as
políticas de créditos usadas na empresa OK Mobiliário?
 Quais são as causas das perdas dos lucros provenientes na empresa nos últimos anos das
vendas á crédito?
 Quais são as medidas correctas para gerir os riscos nas vendas á crédito na empresa OK
Mobiliário?

1.6 Delimitações do tema

1.6.1. Espacial
Para a realização desta pesquisa limitou-se em fazer uma análise da gestão de riscos nas vendas á
créditos, o estudo foi feito numa empresa de venda de mobiliário, designadamente a OK
mobiliário, com domicílio na cidade de Tete, bairro Francisco Manyanga, na Avenida da
Independência.

1.6.2 Temporal
A presente investigação foi feita concretamente num período correspondente a 3 anos, no
intervalo de 2015 á 2017. Em relação a este tempo de actuação foi devido a verificação da maior
constância do problema existente na empresa.

4
CAPITULO II: REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Introdução

Neste presente capítulo serão abordados aspectos relevantes da revisão da literatura teórica,
empirica e focalizada, acerca da gestão de riscos nas vendas á créditos, tais como definições,
conceitos da gestão de riscos e da sua importância para as empresas, tipos de riscos, também
alguns conceitos fornecidos pelos diversos autores de risco de créditos e alguns modelos, noções
básicas acerca de política de cobrança, política de concessão de créditos e por último serão
indicadas algumas importâncias da gestão de riscos descritas dentro e fora do País.

2.2 Revisão Teórica

2.2.1 Historial de vendas á créditos e seu conceito

2.2.1.1 História e sua origem


A história de crédito ao cliente começa na época em que a base da actividade económica era a
troca directa de um bem por outro. A origem da palavra crédito deriva do latim “Creditum”, que
significa acreditar, ter confiança. Na era a troca directa não implicava concessão de crédito, e
mais tarde com a evolução dos tempos e dos povos com objectivos de aumentar as vendas, os
fornecedores começaram a permitir pagamentos posteriores ao momento da venda oque começou
atrasos nos pagamentos, não pagamentos das dívidas e falências (Baptista, 2007).

2.2.1.2 Vendas á crédito


De acordo com Martinez, Garcia & Martinez (2013, p.791) afirma que “há vendas á créditos
quando o vendedor não exige o pagamento imediato pela entrega dos produtos”.

Segundo Ferrando & Mulier (2012) define que venda á crédito é quando existe um atraso entre a
entrega dos bens e serviços e o pagamento do mesmo. Na mesma linha do pensamento do Ross,
Westerfield & Jordan (2013, p.660) afirma que “quando uma empresa vende bens e/ou serviços,
ela pode exigir o pagamento no momento, antes da data da entrega dos mesmos ou permitir
alguns atrasos no pagamento concedendo assim, um crédito”.

Em sob ponto de análise feito de acordo com os conceitos dados acima pode-se chegar a concluir
que Venda á crédito é a entrega de um bem e/ou serviço ao cliente no momento para um
pagamento á um prazo de tempo.

5
2.2.2 Gestão de risco
Gerir o risco tornou-se uma prática muito importante para as empresas, porque o risco tem a sua
existência a partir do momento da abertura da empresa, isto é, podem ocorrer vários riscos desde
o momento da sua instalação. Portanto antes de conhecermos o conceito da gestão de risco temos
que conhecer a noção do risco.

Segundo Cruz (2011, p.30) diz que “Risco é a probabilidade de determinada perda ocorrer”.
Enquanto para o IIA (2004) o Risco é a possibilidade da ocorrência de um evento que tenha um
impacto sobre o alcance de objectivos. De acordo com as ideias acima citadas podemos concluir
que risco é a possibilidade de ocorrer um resultado não desejado segundo os objectivos esperado.

Como já vimos que o risco é uma situação presente desde abertura da empresa, para tal a gestão
desde risco desempenha e assume um papel indispensável e alta responsabilidade na vida das
empresas.

Segundo o Beja (2004) diz que Gestão de Risco é um conjunto de meios utilizados na
identificação, avaliação, e relato de risco empresarial.

Para o COSO (2004, p.4) a “Gestão de risco consiste num processo desenvolvido pela
administração, gestão e outras pessoas, aplicado na definição estratégia ao longo da organização,
desenhado para identificar potenciais eventos que podem afectar a entidade, e gerir os riscos para
níveis aceitáveis, fornecendo uma garantia razoável de que os objectivos da organização serão
alcançados”.

Para além das ideias acima surge uma definição muito pertinente para as organizações na tomada
de decisão e no seu desempenho.

De acordo Cicco (2010) Gestão de risco é desenvolvida como um processo interactivo, que
permite a melhoria contínua da tomada de decisão e do desempenho da organização.

Em todas definições dadas a mais aceitável e inovadora é a linha do pensamento que considera a
Gestão de Risco como o processo que pretende ajudar as organizações a compreender, avaliar e
actuar sobre todos os seus riscos, para aumentar a probabilidade de sucesso e reduzir a de
fracasso (Willsher, 2007).

6
2.2.3 Tipos de Riscos
Segundo a Escola de Risco (2017) existem vários riscos que a empresa pode estar sujeita, neste
caso são:

 Risco de mercado: É o potencial da empresa sofrer prejuízos devido a problemas


no mercado em que ela está inserida, como mudanças de preços, taxas de juros,
câmbio, mudanças na economia, inflação, custos, entre outros.
 Risco de crédito: É a possibilidade de não receber valores que a empresa tem
direito, como pagamento de empréstimos, contas a receber, contrapartes de
contratos, entre outros. A inadimplência de terceiros não pode ser evitada – porém é
possível de ser controlada pela análise de crédito.
 Risco de liquidez: É a possibilidade da empresa não ter recursos para continuar
mantendo suas operações ou dar fluidez a suas dívidas. É um risco ligado a saúde
financeira da empresa e ao seu fluxo de caixa – já que ela pode parar se não tiver
capital para saldar seus compromissos e se manter.
 Risco Operacional: É o potencial de perdas ocasionado dentro da própria operação
da empresa – como processos inadequados, fraudes, negligência, controles
defeituosos ou mesmo falha humana.
 Risco Jurídico: É o risco de ser prejudicado pela burocracia, ser impactado pela
legislação ou órgãos reguladores ou ter que arcar com impasses na justiça.

Segundo Paiva (1997) apud Ramos (2008), o risco de crédito pode ser também dividido em
três subgrupos:

 O risco político, quando são aplicadas restrições ao fluxo livre de capitais entre os
agentes que compõe o sistema financeiro tanto nacional como internacional;
 O risco do país em relação ao outro, está associado ao risco que uma instituição
financeira que trabalha com clientes estrangeiros poderá incorrer, caso os governos
desses países (estrangeiros) coloquem restrições à saída de fundos para fora;
 O risco da falta de pagamento que é basicamente a possibilidade de o cliente faltar
com as suas obrigações.

7
2.2.4 Importância da gestão de risco dentro de uma empresa
Um risco mal administrado é uma ameaça sempre constante: com grandes probabilidades de
gerar custos financeiros, diminuir as margens de operação e tirar a eficiência de toda a empresa
(Escola de Risco, 2017).

O resultado é apenas um: prejuízos directos, indirectos e custos altíssimos.

Uma das maneiras mais eficazes de evitar isso é exactamente por meio da gestão de risco. O seu
papel cumpre exactamente o papel de maximizar as oportunidades e principalmente minimizar as
ameaças que podem atingir a empresa. É uma forma de administrar com inteligência esse
problema.

Segundo Escola de Risco (2017) as vantagens de uma boa gestão de riscos são:

 Minimização da ocorrência de prejuízos e problemas;

 Alavancagem de vantagens competitivas efectivas;

 Redução de perdas nas empresas, potencializando os resultados;

 Aumento substancial da chance de sucesso da empresa; e

 Minimização na ocorrência de crises e nos custos envolvidos.

É importante ressaltar que risco não é a mesma coisa que problema – já que este é um evento
existente, que ocorre no momento e já ameaça directamente a geração de valor envolvida.

Um problema deve ser corrigido ou evitado. Já um risco deve ser administrado. Uma boa gestão
de riscos planeja uma resposta certa para eventos incertos, blindando a empresa de maiores
danos e a deixando pronta para agir ao invés de ser pega de surpresa.

2.2.5 Risco de Crédito


Conceito de risco de créditos pode ser analisado em várias formas em sob ponto de vista de uma
instituição financeira. Na qual o crédito refere-se principalmente a actividade de colocar um
valor a disposição de tomador de recurso a sob forma de um empréstimo ou financiamento,
mediante o compromisso de pagamento em uma data futura (Assaf Neto, 2002).

Neste caso este pagamento em uma data futura pode vir causar um risco para a empresa na
expectativa de não cumprimento do cliente.

8
Cauoette at al. (1999, p.1) afirma que “o risco de crédito é a chance de que essa expectativa não
se cumpra. De uma forma detalhada, o risco de crédito pode ser entendido -como a possibilidade
de o credor incorrer em perdas, em razão de as obrigações assumidas pelo tomador não serem
liquidadas nas condições pactuais”. Enquanto Bessis (1998, p.81), define o risco de créditos
sendo “perdas geradas por um evento de default do tomador ou pela deterioração da sua
qualidade de crédito”. Existêm várias situações que podem caracterizar um evento de default de
um tomador. O autor cita como no exemplo o atraso no pagamento de uma obrigação.

Segundo Jorion (1997), o risco de crédito pode ser definido como a perda inesperada decorrente
de erro no processo de avaliação da probabilidade de incumprimento, podendo ser classificado
em dois tipos: (i) risco de crédito específico, associado à ocorrência de não pagamento de um
determinado agente; (ii) risco de crédito sistemático, associado às alterações ocorridas nos níveis
gerais de incumprimento na económia.

2.2.6 Análise de Risco de Crédito


O Conceito de crédito no mercado financeiro esta presente no dia-á-dia das pessoas e empresas,
mais do que possam imaginar. Pois estas pessoas e empresas estão constantemente com o dilema
de uma equação simples: a combinação dos recursos finitos com o conjunto das imaginações e
necessidades infinitas (Silva, 1997)

Nas organizações que operam com crédito, a análise das informações necessárias para o
deferimento dos limites de seus clientes têm sido uma preocupação constante, por ser a área de
crédito uma parte importante no relacionamento comercial, e também por proporcionar i
incremento dos negócios e o próprio desenvolvimento do País (Silva, 1997)

É muito importante que as empresas tenham políticas de vendas bem definidas de preços, para as
vendas á prazo. Além disso, é fundamental que a política de crédito trilhe no mesmo caminho.
Ou seja, a definição das politicas de crédito tem que se baseia em critérios técnicos e objectivos,
pois a partir do processo de estabilização económica terão, entre outros aspectos,
necessariamente que:

a) Administrar custo e preços


b) Definir e administrar de forma eficaz sua política de crédito.

9
Uma das finalidades de crédito em empresas é estar constantemente se adequando as
necessidades dos seus clientes. Por isso, é preciso conhecê-lo detalhadamente quanto á situação
financeira e patrimonial, para oferecer-lhe uma linha de crédito compatível com suas
necessidades de financiamento e capacidade de Amortização.

No Comercio: o crédito facilita a venda de mercadorias pelos comerciantes, permitindo que os


clientes cumprem no acto e paguem em parcelas. Algumas empresas conseguem obter melhor
resultados financeiros (ganha com parcelamentos das vendas) do que o resultado operacional
(ganhos com a venda de mercadorias).

Na Indústria: como no comercio, o crédito facilita a compra de produtos industrializados,


fazendo que o número de compradores potencial aumente.

Nos Bancos: É uma das “pontas” do negócio básico do banco, que é a intermediação financeira.
O banco capta dinheiro com clientes que tem recursos disponíveis e os repassa aos tomadores de
recursos. Seu lucro é obtido com diferença entre oque ele recebe do tomador e quanto ele paga
do aplicador/Investidor.

2.2.6.1 Crédito
Na actualidade as empresas para venderem seus produtos precisam do “crédito” para efectuar as
suas vendas e acaba tendo que enfrentar dificuldades para conceder crédito, por falta de
comprometimentos de alguns não honrando com os seus compromissos o que gera por parte das
empresas retracção nos negócios para poder ter menos prejuízos oque vem reforçar Santos
(2000) “Crédito em finanças, é definido como a modalidade de financiamento destinada a
possibilitar a realização de transacção comerciais entre empresas e seus clientes”. Ainda
complementa Beckman (1949) um dos pioneiros a pesquisar a importância de crédito na
actividade económica “a oferta de crédito por parte das empresas e instituições financeiras deve
ser vista como um importânte recurso estractégico para alcançar a meta principal da
administração financeira, ou seja, a de atender as necessidades de todos os supridores de capital e
agregar valor ao património dos accionistas comuns”.

10
Enquanto Schrickel (1997) conceitua:

“Crédito é todo acto de vontade ou disposição de alguém destacar ou ceder,


temporariamente, parte do seu património a um terceiro, com expectativa de que
esta parcela volte a sua posse integralmente, depois de decorrido o tempo
estipulado. Esta parte do património pode estar materializada por dinheiro
(empréstimo monetário) ou bens (empréstimo para uso, ou venda com
pagamento parcelado, ou á prazo) ”.

A análise de crédito é um processo que deve agrupar informações em relação ao tomador do


crédito, com o objectivo de avaliar a sua capacidade de assegurar o cumprimento quanto às
obrigações por este incorridas, fornecendo assim um suporte à decisão de conceder ou não o
crédito.

Esta análise é baseada, nas principais características do proponente de crédito, que poderão
afectar o seu integral pagamento. Sendo essas características enunciadas por Weston e Brigham,
(Weston, et al., 1996), comummente indicadas como “Os 5 C´s do Crédito”. Compostas por 5
dimensões distintas:

a) Carácter: Avalia o histórico do cliente relativamente ao cumprimento das suas obrigações


financeiras. Reúne dados relativos a idoneidade e reputação do cliente. (ex : dados de
pagamentos, processos judiciais)

b) Capacidade: Avalia o potencial do cliente para pagar o crédito solicitado. Analisa a taxa de
esforço do cliente, evidenciando se o rácio despesas/receitas permite gerar margem financeira
para o pagamento do crédito.

c) Capital: Avalia o património do cliente. Procura analisar todas as fontes de rendimento do


cliente, bem como património que este tenha e possa ser utilizado como eventual garantia.

d) Colateral: Avalia os activos que o cliente coloca à disposição com o objectivo de garantir o
crédito. Nomeadamente a capacidade para oferecer garantias ao empréstimo.

e) Condições: Avalia as condições de adaptabilidade do cliente do ponto de vista financeiro às


alterações a situações conjunturais na economia e na sociedade (subida das taxas de juro,
desemprego, redução salarial), possuir agilidade e flexibilidade para se adaptar e criar
mecanismos de defesa.

11
2.2.7 Modelos de risco de créditos
Os modelos de riscos de crédito é uma ferramenta que visa mensurarem o risco de tomador e
transacções individuais ou de uma carteira de crédito como um todo. De acordo com Andrade
(2005, p.1) “os modelos de riscos de créditos podem ser classificados em três grupos: modelos
de classificação de risco, modelo estocásticos de risco de crédito, e modelos de risco de
portfolio”.

Os modelos de classificação de risco buscam avaliar o risco de um tomador ou operação,


atribuindo uma medida que representa a expectativa de risco de default, geralmente expressa na
forma de uma classificação de risco (rating) ou pontuação (escore). Os modelos de classificação
de risco são utilizados pelas instituições financeiras em seus processos de concessão de crédito.
Os modelos estocásticos de risco de crédito são aqueles que têm por objectivo avaliar o
comportamento estocástico do risco de crédito ou das variáveis que o determinam. Esses
modelos são utilizados pelas instituições financeiras principalmente para precificar títulos e
derivativos de crédito. Os modelos de risco de portfolio visam a estimar a distribuição estatística
das perdas ou do valor de uma carteira de crédito, a partir da qual são extraídas medidas que
quantificam o risco do portfolio. Esses modelos constituem uma importante ferramenta no
processo de gestão de riscos das instituições, pois permitem que o risco de crédito seja avaliado
de forma agregada, considerando os efeitos da diversificação produzidos pelas correlações entre
os activos da carteira. Os modelos de risco de portfolio, também são utilizados para cálculo de
capital económico a ser alocado pela instituição.

2.2.8 Política de Crédito


Segundo Baptista (2004, p.43) diz a “política de crédito são regras de condutas comerciais e
financeira que serve de orientação para a concessão de crédito”.

Ainda na linha do pensamento de Carvalho (2009) diz a “política de crédito expressa um


conjunto de normas de índole comercial, financeira e internacional, segundo o qual se deve reger
a gestão de crédito de uma dada organização”.

12
Enquanto que Souza (1988) complementa que:

“Políticas, em administração de empresas, são instrumentos que determinam


padrões de decisão para resolução de situações de problemas semelhantes.
Determinado problema que surgir ocasionalmente pode exigir uma tomada de
decisão singular, segundo suas peculiaridades, não sendo possível se estabelecer
políticas. Quando, entretanto, tratar-se de fatos repetitivos, recomenda-se a
adopção de uma política de resolução”.

Segundo Jucius e Schlender (1979), “... As políticas proporcionam orientação uniforme e


consistente nos casos de problemas, questões ou situações que se repetem frequentemente”. A
política de crédito é também chamada por alguns autores de “padrão de crédito”, sendo seu
objectivo básico a orientação das decisões de crédito, em face dos objectivos desejados e
estabelecidos. Pode-se dizer que a política de crédito é:
A) Um guia para a decisão de crédito, porém não é a decisão;
B) Rege a concessão de crédito, porém não concede o crédito;
C) Orienta a concessão de crédito para o objectivo desejado, mas não é o objectivo em si.

O estabelecimento de qualquer política de crédito passa, necessariamente, pelo estudo dos quatro
elementos mais importantes que a integram, a saber:
A) A análise dos padrões de crédito: Compreende os requisitos de segurança mínimos que
devem ser atendidos pelos clientes para que se conceda o crédito, além de determinar qual o
montante a ser concedido.
B) Definição de prazos e condições de pagamento: O prazo de concessão de crédito refere-se
ao tempo que os clientes da empresa terão para reembolsa-la pelo fornecimento de bens e
serviços.
C) Descontos financeiros por pagamentos antecipados: O desconto financeiro também se
constitui num dos elementos da política de crédito de uma empresa podendo afectar todas as
variáveis nela envolvidas (vendas, investimento médio de duplicatas a receber, devedores
duvidosos, período médio de recebimento e margens de lucro).

2.2.8.1 Objectivo de uma política de Crédito


O objectivo de uma política de crédito é certificar que os devedores paguem mediante um acordo
prévio, portanto deve-se levar em consideração todos os factores que interferem no processo

13
decisório de crédito, principalmente no que concerne ao risco. O risco é um factor que está
sempre presente em matéria de crédito, seja em maior ou menor grau. Portanto o resultado da
análise de risco deve ser enquadrado na política de crédito da empresa antes de se tomar a
decisão final.

A decisão de uma política de crédito visa limitar e diversificar o risco de crédito. Esta limitação é
conseguida através da restrição dos montantes de crédito por cliente e da selecção das propostas
de crédito, de acordo com os critérios pré-estabelecidos.

As políticas de crédito podem ser consideradas linhas de orientação que norteiam o processo
decisório de crédito, formuladas com perspectiva de longo prazo. Elas variam de empresa para
empresa e são alteradas em função dos mais diversos factores, como condição do mercado,
eficiência administrativa, liquidez de caixa e entre outros elementos.

2.2.8.2 Razões para a implementação de políticas de crédito


De acordo a Martínez et al. (2013: 794), Existem diversas razões (financeiras, operacionais e
comerciais) que podem estar na origem da adopção de uma política de crédito, as quais passamos
a apresentar:

 Uma delas tem a ver claramente com a possibilidade de aumentarem as vendas. Aliás,
ainda segundo o mesmo autor diz que, «as empresas podem ter incentivos para vender a
crédito, principalmente porque isso pode ajudar a aumentar as suas vendas e,
consequentemente, um resultado com mais rentabilidade» ou o de «estimular as vendas
nos períodos de falta de procura estendendo os prazos de crédito».
 Desta razão resultam outras, ou seja, «as vendas a crédito reduzem a assimetria entre
compradores e vendedores, permitindo o alívio do risco moral entre a empresa e o seu
cliente porque permite ao cliente verificar a qualidade dos produtos antes de os pagar.
“Isto é especialmente relevante para os produtos em se que demora mais tempo para se
avaliar a sua qualidade». Neste sentido, «as vendas a crédito são utilizados pelos clientes
como um mecanismo de gerir e controlar a qualidade dos produtos comprados”. Daí que,
«as vendas a crédito podem ajudar as empresas a fortalecer as relações a longo-prazo com
os seus clientes».

14
 As vendas a crédito podem ser vistas como um investimento estratégico com o objectivo
de reter os clientes. Neste sentido, as vendas a crédito actua como um sinal para o cliente
que os fornecedores tenham como objectivo o benéfico mútuo da relação comercial de
longo prazo.
 Do ponto de vista de investimento, «as vendas a crédito podem gerar proveitos
provenientes de juros implícitos que resultam de pagamentos tardios se o vendedor
praticar um preço superior por vender a crédito”. As empresas devem investir quando
vendem a crédito se NPV (Net Present Value) ou Valor Actual Líquido dos retornos
provenientes dos recebimentos for maior que o NPV sem isso».
 As vendas á crédito como «mecanismo de discriminação de preços entre pagamentos a
pronto e pagamentos á crédito».

2.2.8.3 Tipos de Política de Crédito


Para Carvalho (2009) defende que é possível estabelecer uma agregação dos tipos de políticas
adoptados, em que uma das classificações vulgarmente empregues os distribui, por ordem
decrescente da tolerância do risco em:

 Políticas liberais - enquadram-se aqui as políticas que visam estimular o crescimento do


volume de negócios, utilizando como ferramenta a flexibilização das condições do
crédito, quer em termos da sua aprovação, quer em termos dos prazos conseguidos;
 Política moderada - neste caso não existe flexibilização total das condições de crédito,
pois o risco total da carteira de crédito é acompanhado;

Política restritiva - no extremo inferior de tolerância ao risco estão as políticas restritivas, que
têm como finalidade primordial minimizar o valor dos incobráveis, através de um processo de
controlo apertado ao longo de todo o ciclo de crédito, desde a concessão até à cobrança.

2.2.8.4 Impacto das políticas de Crédito


De acordo com Ross et. El. (2013, p.665), existem cinco (5) impactos básicos a ter em
consideração quando se estuda adoptar uma política de crédito:

15
1) Impactos sobre as Receitas

Quando uma empresa vende á crédito haverá um atraso na obtenção das receitas dessas vendas,
uma vez que alguns dos clientes tiram a vantagem do facto de ter que pagar mais tarde. Todavia,
a empresa pode estipular um preço superior quando vende á crédito e pode também aumentar a
quantidade vendida. Pode aumentar as receitas totais por essa via dependendo da elasticidade de
procura/preço.

2) Impacto sobre custos

Para além de a empresa viver com os atrasos na obtenção das receitas quando vende á crédito,
ela incorre nos custos das vendas que são imediatos, ou seja, se a empresa vende a pronto
pagamento ou á crédito, ela terá ainda que adquirir ou produzir as mercadorias e paga-los.

3) Impactos sobre o custo da divida

Quando uma empresa vende, ela esta obrigada a encontrar formas de financiar a conta dos
recebimentos. Como resultados, o custo do empréstimo de curto prazo é um factor a ter em conta
decisão de vender á crédito.

4) Probabilidade de não pagamento

Se a empresa vende á crédito, uma percentagem do crédito não será paga e, obviamente, que isso
não acontece quando a empresa vende á pronto pagamento.

5) Desconto pronto pagamento

Quando a empresa oferece desconto por pagar á pronto como um dos termos do contrato, alguns
clientes escolherão pagar mais cedo para obter os descontos.

2.2.9 Política de cobrança de crédito


Segundo Gitman (2002) conceitua:

“Procedimentos adoptados para receber os créditos concedidos aos clientes, na


data do vencimento, são denominados de política de cobrança. Esses
procedimentos, cuja avaliação é realizada pela observação dos inadimplentes ou
incobráveis, normalmente resultam das políticas de créditos adoptadas pela
empresa”.

16
A política de cobrança abrange os procedimentos utilizados para cobrar as duplicatas á receber
quando do vencimento. Essa política existe para vendas já efectuadas transformem-se em
recebimentos. A eficiência da empresa nesse quesito pode ser avaliada parcialmente observando-
se o nível dos inadimplentes ou incobrável. Esse nível depende não só da política adoptada, mas
também naquela em que se baseio a concessão de crédito. Caso se suponha que o nível de
devedores incobráveis que sugerem em consequências da política da empresa é relativamente
constante, pode-se esperar que um aumento dos dispêndios com as cobranças reduzidas a perda
com incobráveis.

2.2.10 Rácios financeiros usados para análise de Crédito

Na análise de Crédito existem várias técnicas servidas para viabilização de rácios financeiros,
uma das técnicas consiste em analisar os rácios que, “são indicadores de desempenho resultantes
de quocientes encontrados entre diversos valores retirados das diferentes rúbricas do balanço, da
demonstração de resultados e de outras informações financeiras, e que permitem avaliar, por
comparação, a eficiência da gestão ao longo do tempo” (Baptista, 2004: 129). O autor acrescenta
que um só rácio, seja de valor superior ou inferior ao padrão, não permitirá concluir sobre o
desempenho empresarial e que uma das formas para medir o risco de forma homogénea é a
associação de determinados conjuntos de rácios que melhor caracterizam uma situação precisa.

2.2.10.1 Rácios de liquidez: liquidez geral


O rácio de liquidez geral é muito utilizado pelos analistas de crédito e, é dado, segundo Neves
(2000: 83) por:

Activo Circulante
Liquidez Geral=
Passivo Circulante

O activo circulante é tudo aquilo que a empresa transforma em dinheiro no prazo de um ano e o
passivo circulante aquilo que a empresa tem a pagar nesse período.

Significa que “quanto maior for este rácio maior é a protecção para os credores de curto prazo”
(Baptista, 2004: 130). Este autor acrescenta que o activo circulante e o passivo circulante sobem,
normalmente, com o aumento de actividade e decrescem quando o negócio abranda. Nestas
situações, é recomendável verificar as flutuações do negócio de acordo com as sazonalidades.

17
2.2.10.2 Rácios de prazo de segurança de liquidez

Um dos Rácio de liquidez importânte para os analistas do crédito é o prazo de segurança de


liquidez. De acordo com Neves (2000: 84), admitindo já a continuidade de empresa e a
capacidade de renovação das dívidas, é razoável, do ponto de vista de um fornecedor medir
quanto tempo (em dias) a empresa pode estar a pagar as despesas operacionais na hipótese de
não encaixar quaisquer fluxos operacionais de novos proveitos:

Activo Circulante−Existências
Prazo de segurança de Liquidez=
Despesas Operacionais( Diárias)

2.2.10.3 Rácios de rotação: rotação de contas á receber

Os rácios de rotação “que expressam o grau de rotação ou a velocidade de rotação têm no


numerador o valor das vendas e medem o número de vezes, por período, que um activo ou um
recurso é usado” (Baptista 2004: 134).

O mesmo autor refere que, por sua vez, a rotação de contas a receber mede a eficiência com que
os recursos de uma empresa são utilizados nas cobranças e é obtido pelo quociente das vendas
líquidas e as contas a receber (dívidas de terceiros: curto prazo):

Vendas Liquidas
Rotação de contas á receber =
Contas á receber

2.2.10.4 Prazos médios de Recebimentos

Um dos rácios mais importantes não só como informação de um potencial cliente a crédito, como
também para a própria empresa que concede crédito é o prazo médio de recebimentos. É também
conhecido como prazo médio de cobrança e “é o número de dias que, em média, os clientes
demoram a pagar as suas dívidas” (Baptista, 2004: 138):

Dívidas de terceiros de curto prazo


Prazo médio de rec ebimentos=
Vendas médias diárias

18
2.2.10.5 Pazo médio de pagamentos

Outro dos rácios sobre os prazos médios não tão menos importante que o anterior é o prazo
médio de pagamentos, que não é mais nem menos que “o número de dias que, em média, uma
empresa demora a pagar as suas dívidas aos seus fornecedores” (Baptista, 2004: 139) e é obtido
da seguinte maneira:

Dívida de terceiro de curto prazo


Prazo médio de pagamentos=
Vendas médias diárias

2.2.10.6 Rácios de rendibilidade

Rácios de rendibilidade são rácios que expressam a “relação entre o resultado (lucro ou prejuízo)
e as vendas ou uma grandeza de capital” (Neves, 2000: 84).

Por sua vez, a rendibilidade líquida das vendas mede “o retorno do volume de vendas” (Batista,
2004: 136) e é dada pelo seguinte:

Resultado L í quido
Rendibilidade Liquidas das vendas=
Vendas Líquidas

Este autor afirma ainda que, se o rácio for menor do que o do mercado, o analista de crédito deve
examinar a demonstração de resultados da empresa e procurar a razão de um retorno inferior ao
esperado e que, após essa análise, talvez se verifique um nível de salários alto em relação aos
parceiros do sector, ou os custos das vendas muito elevados, ou ainda, quaisquer outras razões
que expliquem o desequilíbrio.

2.3 Revisão Empírica

2.3.1 Importância de Gestão de Risco em Portugal

Com bases nos estudos feitos por outros pesquisadores fora do país, nesta revisão de literatura
que tem como tema análise da gestão de riscos nas vendas á crédito ressalta informações bastante
pertinentes principalmente em Países que a sua língua oficial é Português.

19
Em Portugal, Vieira (2014) desenvolveu a sua dissertação para obtenção de grau de Mestrado em
2014, no Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, com o tema “Analise e
Gestão de Riscos”. Tinha como objectivo avaliar os impactos da implementação de uma política
de crédito nas empresas. Quanto a metodologia o Autor usou a pesquisa Qualitativa porque
achou ser mais viável para alcance do seu estudo.

Vieira (2014) ressalta que a Gestão de riscos nas vendas á crédito tem um papel muito
importante, porque o risco está presente em toda e qualquer operação de crédito, pois sempre
existe a possibilidade de que factores inesperados e adversos possam ocorrer e inviabilizar o
cumprimento da obrigação estabelecida em um contrato.

Vieira afirma que Risco de Crédito: está relacionado a possíveis perdas quando um dos
contratantes não honra seus compromissos. Perdas, neste contexto, correspondem aos recursos
que não mais serão recebidos. Pode ser subdivido em:

a) Risco do país: quando o país suspende o pagamento dos recursos devidos às instituições
estrangeiras, como no caso da moratória dos países latino americanos;

b) Risco político: quando existem restrições ao fluxo livre de capitais entre países, estados,
municípios. Pode ser originário de golpes militares, novas políticas económicas, resultados de
novas eleições;

c) Risco da falta de pagamento: quando uma das partes num contrato deixa de honrar os
compromissos assumidos.

2.3.2 Importância de Gestão de Risco em Brasil

Em Brasil, Do Vale (2012) apresentou a sua dissertação para conclusão de curso de Mestrado, no
Instituto Politécnico de Viseu com tema “Gestão de Crédito”, e tinha como objectivo de ajudar e
fundamentar a decisão do gestor e diminuir o risco de crédito, quanto a metodologia usada nesta
pesquisa foi Quantitativa.

Do Vale (2012) inicia o seu estudo abordando que as empresas têm necessidade de uma gestão
de crédito próprio, uma vez que o crédito ajuda a aumentar as vendas e a competividade.
Actualmente existem várias ferramentas e serviços que permitem fazer o controlo de crédito.

20
Para entendermos melhor a utilização destas ferramentas, fez-se uma pesquisa para perceber
como as empresas avaliavam os seus clientes em relação a créditos. De seguida mencionam-se
algumas ferramentas e serviços que poderão ajudar ao gestor de crédito a tomar decisões em
relação à concessão de crédito.

Ainda o mesmo autor mostra a importância da Gestão de risco de crédito, o crédito surge devido
ao cliente necessitar de ter uma relação comercial com a empresa, mas não possuir poder de
compra para tal. Desta forma só consegue efectuar a compra de bens e serviços através de
pagamentos parcelados ou pagamentos feitos posteriormente. As empresas na sua maioria
preferem vender à vista do que a prazo, mas as pressões competitivas forçam-nas a oferecerem
crédito. É dai que torna importante os gestores aplicarem a gestão de riscos de modo a evitar que
haja risco por parte dos clientes no pagamento posterior da divida.

O estudo de Vieira (2014) e Do Vale (2012) tem uma relação e complementaridade, onde que
ficou concluido que o risco está presente em toda e qualquer operação de crédito, e para evitá-lo
devemos criar uma boa gestão de risco para as empresas de modo a não haver diminuições nas
receitas, porque quanto mais haver riscos pode influenciar nas DR’s da Empresa.

2.4 Revisão da Literatura Focalizada

2.4.1 Importância da Gestão de risco em Moçambique

Em Moçambique, Muiambo (2011), na Universidade Eduardo Mondlane (UEM), desenvolveu a


sua monografia com o tema Gestão de Risco de Créditos – Caso do Banco Comercial e de
Investimento SA, no curso de Gestão Empresarial, a sua pesquisa foi remetido á UEM –
Faculdade de Economia. A pesquisa tinha como objectivo identificar os modelos de gestão de
riscos de créditos concebidos pelo BCI, SA (Banco Comercial e de Investimento) e quanto a
metodologia da sua pesquisa foi Bibliográfica no facto do em trabalho em apreço, ser elaborado
a partir de material já publicado, constituído principalmente de livros, artigos periódicos, e
materiais disponibilizados pela internet.

Muiambo (2011), abordou na sua pesquisa dando entender a importância da Gestão de Risco,
que crédito associar-se a actividades de risco, as operações de crédito podem gerar inúmeras
facilidades na dinâmica do processo económico em geral na medida em que (i) podem aumentar

21
os níveis de actividades das empresas, (ii) estimulam o consumo dos indivíduos (pessoas físicas)
e (iii) elevam a demanda agregada de uma nação, isto acontece quando a empresa cria uma boa
gestão de riscos financeiros.

Feitos os estudos acima concluiu-se que, tanto na literatura empíricas e nas focalizadas, são
muito úteis para o estudo porque reforçam em descrever acerca da importância da Gestão de
Riscos nas vendas á crédito, existem muitas semelhanças e particularidade em todo mundo.

22
CAPITULO III: METODOLOGIA
Relactivamente a este capítulo que retrata da metodologia usada para a concretização final do
estudo, mostrando os procedimentos usados de modo a obter os resultados definidos, ou seja,
tem a finalidade de descrever os métodos usados para a pesquisa. No entanto iniciou-se com a
descrição do processo de colecta de informação, para a elaboração deste trabalho.

3.1 Método de trabalho


Método é o conjunto de actividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e
económica, permite alcançar objectivo- conhecimentos validos e verdadeiros, traçando o
caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (Lakatos &
Marconi, 2015). No entanto para a materialização do trabalho realizou-se a revisão de
documentos oficiais, onde durante a realização da pesquisa recorreu-se algumas técnicas e
métodos que facilitaram a recolha de dados na empresa OK mobiliário, os dados foram obtidos
através de um questionário, e colectas documental.

3.1.1 Métodos de Pesquisa

3.1.1.1 Quanto á forma de abordagem


Quanto á forma de abordagem, a pesquisa é qualitativa. De acordo a Freitas & Prodanov (2013) a
pesquisa qualitativa tem o objectivo principal a descrição de procedimentos adoptados na
pesquisa, envolve a interpretação, análise de dados e atribuição de significado, sem uso das
técnicas estatísticas.

Ainda para Gerharadt & Silveira (2009) “pesquisa qualitativa preocupa-se com o
aprofundamento demais conhecimento e compreensão de um grupo social de uma organização.”

A pesquisa é qualitativa porque o pesquisador procurou aprofundar mais conhecimento acerca da


gestão de riscos nas vendas á créditos na empresa OK Mobiliário, e para a interpretação e análise
de dados foram usadas apenas as descrições e interpretação, e atribuiu-se significado sem uso das
técnicas estatísticas.

23
3.1.1.2 Quanto aos objectivos
Quanto aos objectivos a pesquisa é exploratória e descritiva.

3.1.1.2.1 Pesquisas exploratórias


Esta pesquisa tem como objectivo proporcionar mais informações sobre o tema da pesquisa, com
vista a tornar mais explícito, é bastante flexível, e envolve o levantamento bibliográfico,
entrevistas com pessoas que tem experiência sobre o problema. Assume em geral as formas de
pesquisas Bibliográficas e de estudo de caso. (Gil, 2002).
De modo a clarificar as ideias e fazer com que haja familiarização de alguns aspectos
relacionados ao problema, recorreu-se na empresa as pessoas experientes sobre o tema para ter
acesso a informações para auxiliar o pesquisador na colecta de dados.

3.1.1.2.2 Pesquisa descritiva


Esta pesquisa apenas regista e descreve os factos observados sem interferir neles, regista, analisa
e ordena os dados, com o objectivo de descrever as características de uma determinada
população ou fenómenos. Em geral assume a forma de levantamento. (Freitas; Prodanov, 2013).

3.1.1.3 Quanto á procedimentos técnicos


No que diz respeito a método, quanto ao procedimento técnico, a pesquisa é bibliográfica e
Estudo de caso. A pesquisa bibliográfica é aquela que é desenvolvida com o material já
elaborado e publicado, sobretudo na base dos livros, artigos científicos, revistas, jornais. (Gil,
2002).

Este tipo de pesquisa é fundamental para desenvolver uma pesquisa, pois ela baseia-se em
material já elaborado sobre o tema e para ter acesso à informação recorreu-se a várias bibliotecas
sediadas na cidade da Beira para consultas das obras e todo material já elaborado sobre o tema da
pesquisa proposto de modo a sustentar o referencial teórico.
No que concerne ao estudo de caso, Gil (2002), aponta que esta procura o aprofundamento de
uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação directa das
actividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e
interpretações do ocorrem naquela realidade.

24
3.1.2 Técnicas de recolha de dados
Questionário é uma série ordenada de perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo
informante (Lakatos & Marconi, 2015).

Para a obtenção de dados a pesquisa foi feita por meio de um Questionário, onde foi submetido á
funcionários responsáveis da empresa OK Mobiliário, nomeadamente, os contabilistas, gestores
de vendas a créditos e Vendedores Normais.

3.2 População e Amostra

3.2.1 População em estudo


Quando o universo da investigação é numeroso, convém e é recomendável o pesquisador
selecionar as amostras no sentido de tornar fácil o levantamento de dados ou informação. (Gil,
2002).

Desta feita constitui o universo a empresa denominada OK Mobiliário, e as amostras


selecionadas são as do departamento de vendas á Crédito e da contabilidade.

3.2.2 Processo de Amostragem


Neste processo da Amostragem a pesquisa foi não- probabilística, porque a presente pesquisa
tem como características de não fazer o uso de formas aleatórias de selecção e não houve
aplicação de fórmulas estatísticas para cálculo de Amostra.

Para tal Segundo Lakatos & Marconi (2015), a técnica de amostragem probabilística tem como
característica primordial poder submeter-se a tratamento estatístico, que permite compensar erros
amostrais e outro aspecto relevante para a representatividade e significância da amostra.

Em quanto que segundo o mesmo autor acima diz “o processo de Amostragem não-
probabilística a sua principal característica é a de não fazendo uso de formas aleatórias de
selecção, torna-se impossível a aplicação de fórmulas estatísticas para o cálculo de amostragem.”

3.2.3 Amostra
Lakatos & Marconi (2003, p. 222) amostra é “um subconjunto do universo, a amostra é ser uma
porção ou parcela, convenientemente seleccionada do universo (população).”

25
Para a realização da presente pesquisa, por sua vez foram seleccionadas pessoas conhecedoras da
matéria dentro da empresa de vendas de mobiliária. Neste caso foram 12 pessoas nomeadamente
4 Gestores de vendas á créditos, 3 Contabilistas da empresa e 5 vendedores.

3.3. Métodos de apresentação, analise e interpretação de dados


Os dados qualitativos a serem obtidos por via dos questionários foram posteriormente sujeitas a
análise de conteúdo que resultou na confrontação dos dados colhidos durante nas respostas dos
questionários como forma de os distanciar em relação as interpretações espontâneas por parte do
investigador e dos questionados.

O método de tratamento de dados foi realizado em diversas etapas i) elaboração dos


questionários; ii) leitura do material elaborado pelo investigador; iii) submissão dos
questionários a empresa OK mobiliário, e por final iv) interpretação dos resultados que foram
obtidos através dos questionários, com os dados qualitativos resultantes na pesquisa documental
e com a literatura relativa ao tema.

Para apresentação de dados foi utilizado dois pacotes informáticos nomeadamente; Excel e
world por meio de tabelas e gráficos de forma percentual que foram construídos com finalidade
de responder as questões de partida e os objectivos específicos e Geral do trabalho, permitindo
assim chegar-se a conclusões sobre a questão em estudo.

26
CAPITULO IV: ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS

4.1. Introdução
Este Capitulo faz uma breve referência acerca do historial da Empresa de acordo com os dados
recolhidos na empresa Ok Mobiliário.

4.2. Historial sobre a Empresa OK Mobiliário


A pesquisa a ser estudada neste trabalho de conclusão de curso trata-se de uma empresa que
actua no ramo comercial, cujo nome é OK Mobiliário, é uma sociedade por quota de
responsabilidade limitada, a empresa em estudo é uma sucursal localizada na província de Tete,
cidade de Tete, Avenida da Independência, R/C, Bairro Francisco Manyanga. Esta sucursal
encontra-se há mais de 5 anos no mercado, iniciou a actividade na cidade acima referida desde
2013, com um capital inicial proveniente da sua sede esta localizada na cidade de Maputo. Ela
neste momento encontra-se composta por 36 trabalhadores, divididos em departamento de
Finanças, Recursos Humanos, Vendas á crédito, Contabilidade e de Cobranças.

4.3. Organigrama de departamento de vendas á crédito da Empresa OK


Mobiliário

Gestor de Crédito

Departamento de Departamento de
Crédito cobranças

Secção de Secção de Secção de


Secção de Secção de Secção de
informação de cobrança registo e
análise crédito concessão Cobrança
crédito especial controle

Fonte: Própria, com base a empresa.

27
Gestor de crédito
O departamento de crédito é dirigido pelo gestor de crédito, que será responsável pelo
planeamento, organização, gestão e controlo de todas as actividades que envolvam o processo de
concessão de crédito e cobrança.

Departamento de crédito
O departamento de crédito é supervisionado por um responsável que tem a seu cargo o
planeamento, organização, gestão e controlo de todos os assuntos que abranjam o processo de
informações, análise e decisão de crédito.

Secção de informação de crédito

Secção de informações de crédito com responsabilidades sobre a implementação e manutenção


das informações cadastrais nos registos de processamento de dados, identificação das principais
fontes de informação de crédito, actualização periódica do cadastro de informações, através de
obtenção de informações externas, verificação periódica do cadastro com a eliminação de
informações excedentes ou consideradas obsoletas.

Secção de análise de crédito


Secção de análise de crédito cujas responsabilidades recaem sobre a organização e verificação
das informações recebidas, análise dos saldos dos clientes através da aplicação de índices e
indicadores de caracter económico e financeiro, definição de parâmetros para a determinação de
limites matemáticos de créditos de clientes, entre outras responsabilidades.

Secção concessão de crédito


Secção concessão de crédito e diz que, em boa verdade, esta área só existe em grandes empresas,
funcionando como um órgão de consultoria interna.

Departamento de cobrança
No que diz respeito ao departamento de cobrança, este é supervisionado por um responsável que
tem a seu cargo o planeamento, organização, gestão e controlo de todas as actividades que
englobam o processo de registo, controlo e cobrança de valores decorrentes das vendas a crédito.

28
Secção das cobranças

Secção das cobranças tem a seu cargo a preparação dos extractos de conta, rotinas de cobrança,
envio de cartas de cobranças, contactos telefónicos, outras acções especiais de cobrança, para
além de controlar as facturas, recibos, notas de crédito e de débito, garantias e outros
documentos.

Secção de cobrança especial

A secção de cobrança especial ou jurídica terá como principais funções: realização de serviços de
cobrança em casos especiais, realização de cobrança de carácter jurídico nos casos de falência,
preparação de contratos de pagamentos parciais de dívidas e representação da empresa em
processos jurídicos de cobrança.

Secção de registo e controlo

A secção de registo e controlo terá a responsabilidade sobre a manutenção diária dos registos
individuais de contas a receber, emissão das listagens das antiguidades de saldos, reconciliação
de contas com os clientes e estabelecendo a integração dos pagamentos com as rotinas de
emissão de recibos e dos depósitos bancários de valores.

4.4. Interpretação de Dados


Neste Capitulo foi apresentado à análise e interpretação de Dados obtidos através de um
questionário aos funcionários conhecedores da matéria na OK Mobiliário.

4.4.1. Quanto aos Números dos funcionários Inqueridos


Tabela 1:

Descrição Frequência Percentagens (%)


Gestores de vendas a créditos 4 33
Contabilistas 3 25
Vendedores Normais 5 42
Total 12 100
Fonte: Própria, com base o questionário.

29
Quanto aos números dos funcionários inqueridos na empresa OK Mobiliário, de acordo com a
tabela 1, mostra que foram inqueridos 4 Gestores de vendas á crédito do departamento de vendas
á crédito, 3 Contabilistas do departamento de Contabilidade, e 5 funcionário de vendas Normais.

4.4.2. Responsável pela Gestão de Riscos na Empresa


Gráfico 1:

Responsável pela Gestão de Riscos

Gestores Financeiros
20%

Gestores de
Creditos
80%

Fonte: Própria, com base o questionário.

Segundo a ilustração Gráfica mostra que a maioria dos funcionários do departamento da


contabilidade que corresponde a 80% afirma que o responsável pela Gestão de Riscos na
empresa são os Gestores de Crédito, e 20% dos vendedores normais inqueridos afirmam que são
os Gestores Financeiros, segundo a análise pode-se concluir que na verdade são os gestores de
vendas a crédito responsável pela gestão de riscos, mas por vezes trabalham em colaboração com
os gestores financeiros de modo a trocarem experiências para execução de boa gestão na
empresa.

30
4.4.3. Avaliação aos clientes antes de conceder a Vendas á Crédito
Gráfico 2:

Avaliação aos clientes antes de conceder a vendas á


créditos

25%
Sim
Não

75%

Fonte: Própria, com base o questionário.

Observando o gráfico acima, os dados apurados indicam que 75% dos inqueridos no
departamento de vendas á crédito afirmam que antes de conceder a vendas á crédito aos clientes,
a empresa sim primeiro faz uma avaliação aos clientes de modo a eliminar o nível de riscos no
pagamento das suas vendas, enquanto 25% dos vendedores normais afirmam que a empresa não
faz uma avaliação antes de conceder a vendas á crédito, isso indica que não são em todas
concessão de crédito que a empresa faz uma avaliação aos clientes.

31
4.4.4. Aplicação de um sistema adequado para analisar a gestão de Riscos
Gráfico 3:

Aplicação de um sistema adequado para analisar a


gestão de risco

10%

Sim
Não

90%

Fonte: Própria, com base o questionário.

Quanto a Aplicação de um sistema adequado para analisar a gestão de riscos, 90% dos
inqueridos no departamento de vendas á crédito responderam que sim a empresa aplica um
sistema adequado para analisar a gestão de riscos, o que significa que, a empresa OK Mobiliário
esta a caminhar muito bem em termos da Análise da Gestão de Riscos (AGR) visto que a
percentagem esta acima das perspectivas, 10% dos vendedores normais inqueridos responde que
a empresa não aplica um sistema adequado para Analise da Gestão de Riscos (AGR). Para os
inqueridos que responderam que sim a empresa aplica o sistema adequado para gerir o risco
indicam que um dos sistemas aplicados adoptar uma política na concessão de crédito aos
clientes.

32
4.4.5. Política para conceder crédito aos clientes
Gráfico 4:

Política para conceder crédito aos clientes

20%

Sim
Não

80%

Fonte: Própria, com base o questionário.

Uma questão muito pertinente no que se refere no uso da política para concessão de crédito aos
clientes. Quando questionados se a empresa usa alguma política para conceder crédito aos
clientes, 80% dos inqueridos no departamento de vendas á crédio tiveram ousadia de responder
que sim a empresa usa alguma política e 20% vendedores afirmaram que não. Tendo em conta a
análise percentual dos inqueridos podemos afirmar que a empresa encontra-se num bom
caminho, mas alguns inqueridos acreditam que a empresa deve melhorar um pouco mais das suas
políticas ao conceder crédito aos clientes. Segundo os inqueridos que responderam que sim
dizem que uma das políticas adoptadas pela empresa é de conhecer detalhadamente a situação
financeira e patrimonial (SFP) dos clientes. Neste caso a empresa encontra-se a usar umas das
melhores políticas na concessão de crédito, visto que só conhecendo a situação financeira e
Patrimonial (SFP) dos clientes, a empresa terá uma linha de concessão de crédito comparável
segundo as necessidades de financiamento e capacidade de Amortização dos clientes.

33
4.4.6. Compromissos no acto de pagamento das dívidas
Gráfico 5:

Compromissos no acto de pagamento das dívidas

11%

Alguns tem honrado e


alguns não tem honrado
Amaioria não tem honrado
22% Todos não tem honrado
Sim tem honrado

67%

Fonte: Própria, com base o questionário.

Analisando o gráfico acima da questão respondida no departamento da contabilidade, podemos


interpretar que 11% dos trabalhadores inqueridos afirmam que alguns têm honrado e alguns não
tem honrado com os compromissos, 22% dos inqueridos afirmaram que a maioria não tem
honrado com os seus compromissos, 0% afirmaram que todos não têm honrado, enquanto 67%
dos trabalhadores inqueridos responderam que sim tem honrado. No que tange a questão o
normal seria 100% na totalidade dos inqueridos respondessem que sim tem honrado com os seus
compromissos no acto de pagamentos das dívidas, ai a empresa estaria num bom caminho,
porque com a falha no pagamento das dívidas pode influenciar as Demonstrações de Resultados
(DR`s) da própria empresa.

34
4.4.7. Avaliação dos riscos antes e depois da implementação da gestão de
riscos

Tabela 2:

Descriçã Frequência Percentagen Percentagens Acum.


o s
Melhorou 7 58 58
Não Sei 2 17 75
Manteu 3 25 100
Total 12 100 ––––––––––
Fonte: Própria, com base no questionário.

De acordo a tabela 2 acima mostra que com a implementação da gestão de riscos na empresa OK
Mobiliário contribui bastante na minimização dos riscos inerentes, visto que 58% dos inqueridos
responderam que com a implementação da gestão de riscos houve grandes melhorias para a
empresa.

4.4.8. Razões que influenciou a implementação de Gestão de Riscos dentro da


empresa.

Em relação a esta questão, os questionados responderam de forma diferente nas escritas, mas
com coincidências nos seus ideais, em tudo indicou que as razões foram no crescimento
consecutivos dos riscos nas vendas á crédito que gerava anualmente, dai a empresa tomou a
iniciativa de implementar uma gestão de riscos de modo a reverter o cenário.

4.4.9. Na implementação da política de crédito a empresa suportou alguns


custos?

Esta questão foi respondida por Gestor responsável de crédito, afirmou que sim suportou um
custo. O mesmo respondeu que os custos suportados foram custos financeiros.

35
4.4.10. Quais foram os benefícios que trouxeram a implementação da política
de crédito?

Segundo a resposta da pergunta acima, um do questionado do departamento de vendas á crédito


respondeu que o benefício que trouxe a implementação da política de crédito foi a minimização
de concessão de créditos para clientes sem capacidade financeiras na amortização das dívidas.
De acordo com esta resposta mostra que a empresa OK Mobiliário antes da implementação da
política de crédito sofria muitos prejuízos financeiros que originava da concessão crédito para
clientes sem capacidade financeiras, e com esta implementação a empresa passou a ganhar
beneficio que eliminou muitos prejuízos financeiros suportados pela empresa.

36
CAPITULO V: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

5.1 Introdução
Neste capítulo foram deixadas de uma forma clara e resumida, acerca de algumas conclusões e
recomendações que irá servir de bússola para os futuros pesquisadores, e também irá servir de
grande importância para a empresa em estudo.

5.2 Conclusão
Mediante a pesquisa em causa, o pesquisador considera ter atingido os seus objectivos gerais,
assim como específicos, bem respondidas as perguntas de pesquisa. Nesta presente pesquisa, o
pesquisador como tendência principal procurou analisar a gestão de risco nas vendas a crédito na
empresa OK Mobiliário que esta possui um papel bastante pertinente dentro da empresa sobre
tudo no departamento de vendas a crédito, porque esta empresa precisa de gerir os riscos de uma
forma minuciosa de modo a não cair nas tentativas dos riscos financeiros causados pelos clientes.

Em relação ao primeiro objectivo específico verificou-se diversas razões da implementação do


sistema de gestão de riscos e das políticas de créditos usadas pela empresa. De acordo com a
interpretação de resultados concluiu-se que a implementação da gestão de riscos dentro da
empresa foi por razão do crescimento consecutivo dos riscos nas vendas a crédito que gerava
anualmente dentro da empresa. E quanto à política de crédito a sua implementação foi pela razão
principal, dos clientes não ter honrado com os seus pagamentos das dívidas a tempo acordado.

Quanto ao segundo objectivo específico, concluiu-se que as causas das perdas dos lucros
proveniente na empresa nos últimos anos da venda a crédito foi devido a vários casos notados na
empresa, onde a mais constante foi por parte de alguns clientes terem levado mercadorias a
crédito e não efectuarem o pagamento do mesmo a tempo por falta de dinheiro e até outros por
não cumprirem definitivamente com o pagamento.

Em relação ao terceiro e último objectivo específico, quanto à proposta das medidas correctas
para gestão de risco nas vendas á crédito, propõe-se que a empresa deve contratar mais
profissionais ligados a área de gestão de riscos com objectivo de aplicarem uma política
adequada na cedência de uma venda a crédito, seja umas das política é ceder a venda aos clientes
que no mínimo tenha um compromisso com as empresas seguradoras.

37
5.3 Recomendações
Pela pesquisa desenvolvida chegou-se a constatar que analisar a gestão de risco na venda a
crédito é bastante importante dentro de uma empresa de vendas, para tal deixa-se seguintes
recomendações:

 Que a empresa deve contratar mais profissionais ligados na área de gestão de risco para
dar o suporte aos profissionais já existente na empresa, porque pode contribuir na
melhoria da gerência de vendas a crédito.
 Que a empresa crie um departamento de análise e avaliação do desempenho aos Gestores
de vendas á crédito.
 Que a empresa invista mais nas capacidades de gestão de riscos de modo a ganhar
melhorias nas gerências dos riscos e ter um controlo aos clientes mais adequado e
sistematizado.
 Ao departamento de vendas á crédito deve procurar possuir um sistema electrónico mais
adequado para o controle dos clientes, que vai dar a conhecer directamente o local do
trabalho e o nível salarial dos clientes.
 Aos futuros pesquisadores recomenda-se que explorassem a pesquisa de uma forma mais
delicada e suave, porque esta constitui um tema bastante importante. Ainda recomenda-se
aos futuros pesquisadores si possível, fazer tornar o tema mais amplo de modo a
enriquecer mais gerações pesquisadoras.

38
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Assaf Neto, A.,& Silva, C.A.T. (1997) Administração do Capital de Giro. 2ª Ed. São Paulo:
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Assaf Neto, A. (2002). Estrutura e Analise de Balanço. 7ͣ Ed. São Paulo: Atlas.

Baptista, A. S. (2007). A Gestão de créditos como vantagem competitiva. 3ª Ed. Porto: Vida
Económica.

Caouette, J. B. et al. (1999). Gestão do Risco de crédito: próximo grande desafio financeiro. Rio
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Caouette, J. B., Altman, E. I.,&Narayanan, P. (2000) Gestão do Risco de crédito: o próximo


desafio financeiro. Rio de Janeiro: Qualitymark.

Carvalho, P. V. (2009). Fundamentos da Gestão de Crédito. Lisboa: Edições Silabos.

Cicco, F. (2010). Dos Riscos “Negativos” aos Riscos “Positivos”. Obtidos em 22 de Março de
2013, de http://www.ISO31000qsp.org/.

COSO- Commitee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (2004).


Enterpricerisk management-Integratedframework.

Escola de Risco. Importância da gestão de riscos nas empresas. Obtidos em 21 de dezembro de


2017.

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Fitch, T. P.(2000). Dictionary of banking terms.4ª Ed. S.L: New York.

Ferrando, A.,& Mulier, K. Do firms use the trade credit channel to Manage Growth?Working
(2012)

Freitas, H. C., & Predanov, C. C., (2013) Metodologia de trabalho cientifico: Métodos e
Tecnicas da Pesquisa e do Trabalho Cientifico, 2 ª ed., Novo Hamburgo: Freevale.

Gerhardt, T. E., & Silveira, D. T.,(2009) Métodos de Pesquisas. 1ª Ed. Ufgs Editora.

39
Gitman, L.J. (2002). Princípios de Administração Financeira. 7ª Ed. São Paulo: Harbra Ltda

Gil, C. A. (2002). Como Elaborar Projecto de Pesquisa.4ª Ed. São Paulo: Atlas

IIA-Institute of Internal Auditors. (2004). Standards for the profission practice of internal
auditing.

Jorion, P., 1997. Value-at-risk: The New Benchmark for Controlling Market Risk. Chicago: Irwin
Professional Publishing.

Jucius, M. J., & Schlender, W. E., (1979). Introdução á Administração. São Paulo: Atlas

Lakatos, E. M.,& Marconi, M. A. (2015). Metodologia do trabalho científico. 7ª Ed. São Paulo:
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Lakatos, E. M.,& Marconi, M. A. (1995). Fundamentos de Metodologia científica. 3ª Ed. São


Paulo: Atlas.

Lakatos, E. M.,& Marconi, M. A. (2003). Fundamentos de Metodologia científico. 5ª Ed. São


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Matias, A.B. (1978). Contribuição as técnicas de análise financeiras: um modelo de concessão


de crédito.São Paulo: Atlas.

Neves, João Carvalho das (2000). Análise Financeira: Técnicas Fundamentais. 12ª ed. Lisboa:
Texto Editora. ISBN 972-47-1666-X

Ross, S. A., Westerfield, R.W.,& Jordan, B. D. (2013). Fundamentals of corporate Finance.10ª


Ed. New York: McGraw-Hill/Iewin.

Silva, J. P. (1997). Gestão e análise de risco de crédito. São Paulo: Atlas.

Silva, J. P. (1997). Análise de crédito. 3ª Ed. São Paulo: Atlas.

Silva, J. P. (2003). Gestão e análise de risco de crédito. 4ª Ed. São Paulo: Atlas.

Sousa, Dalva Inês et. Al. (2013). Manual de orientações para projectos de pesquisa, Novo
Hamburgo.

40
Apêndices

41
Questionário de pesquisa para a Empresa OK Mobiliário

O presente questionário tem como objectivo a recolha de dados, afim de responder a


elaboração do trabalho de final de curso, cujo tema é “Importância da Gestão de
Riscos nas Vendas á Crédito”, é um dos requisitos para obtenção do grau de
licenciatura em Contabilidade e Finanças, na Universidade Zambeze, situada na
província de Sofala, cidade da Beira, pelo que pede-se a vossa colaboração no acto de
responder as questões marcando com X dentro dos parênteses ( ), de modo a atingir
um resultado satisfatório. Agradecemos pela compreensão e garantimos um sigilo nas
informações obtidas.

Secção I

Dados de identificação da empresa

Assinale com X dentro de parênteses as respostas que forem pertinentes e responda de uma
forma clara.

1. Dimensão da Empresa
Micro ( ) Pequena( ) Média ( ) Grande ( )

1.1 Sector de actividade


Comercial ( ) Industrial ( ) Prestação de serviços ( )

1.2 Número de funcionários


1 – 10 ( ) 10 – 30 ( ) 30 – 50 ( ) 50 – 70 ( ) 70 – 100 ( ) mais de 100 ( )

1.3 Anos de serviço no mercado

De 1 à 5 anos ( ) De 5 à 10 anos ( ) De 10 à 20 anos ( ) mais de 20 anos ( )

1.4 A empresa possui uma contabilidade organizada


Sim ( ) Não ( ) Talvez ( )

42
Secção II

Dados de pesquisa

2. Responsável da pela gestão de riscos na empresa


a) Contabilista ( ) b) Gestor de crédito ( ) c) Gestor Financeiro ( )
d) Vendedor Normal ( )

3. A empresa faz uma avaliação aos clientes antes de conceder a venda á crédito?
Sim ( ) Não ( ) De vezes ( )

4. A empresa aplica um sistema adequado para analisar a gestão de riscos?


Sim ( ) Não ( )

5. Caso a resposta acima for sim, qual é o sistema que a empresa usa para analisar e
gerir riscos?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

6. A empresa usa alguma política para conceder crédito aos clientes?


Sim ( ) Não ( )

43
7. Caso a resposta acima for sim, quais são as politicas adoptadas pela empresa?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

8. Os clientes têm honrado com os seus compromissos no acto de pagamento das


dívidas?
Tem honrado ( ) Não tem honrado ( ) Alguns tem e alguns não ( )

A maioria não tem honrado ( )

9. Quais foram as razões da empresas implementar uma gestão de riscos dentro da


Empresa?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

10. Na implementação da politica de crédito a empresa suportou alguns custos e/ou


benefícios?
Sim ( ) Não ( )

44
11. Se a resposta acima for sim, quais foram esses custos e/ou benefícios?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

Fim!!!

Obrigado pela atenção dispensada!

45

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