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Issufo Ibraimo Estónio

Argumentação e comunicação

Licenciatura Em Ensino de Filosofia com Habilidades Em Ética

Universidade Rovuma

Extensão Cabo Delgado

2024
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Issufo Ibraimo Estónio

Argumentação e comunicação

Trabalho de carácter científico a ser entregue no


Departamento de Letras e Ciências Sociais, na
cadeira da Logica, 1° Semestre, 1ºano, recomentado
pelo: MA, Dinis A. Gabriel

Universidade Rovuma

Extensão Cabo Delgado

2024
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Índice

Introdução........................................................................................................................................4

Objectivo Geral................................................................................................................................4

Metodologia.....................................................................................................................................4

1.Argumentação e comunicação......................................................................................................5

1.1.Processo Comunicativo e Argumentação..................................................................................6

1.2.Comunicação, Argumentação e Discurso..................................................................................7

1.3.Persuasão...................................................................................................................................7

1.4.Refutação...................................................................................................................................8

Conclusão........................................................................................................................................9

Referencias Bibliográficas.............................................................................................................10
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Introdução
O presente trabalho aborda sobre Argumentação e comunicação. De argumentar que
argumentação é algo que faz parte do nosso dia-a-dia e nos acompanha até ao final da nossa vida.
É utilizada na comunicação com os outros e mesmo na comunicação com nós próprios. Muitas
vezes nos deparamos a argumentar sobre que decisão tomaremos numa determinada situação da
nossa vida. Mas afinal em que consiste a argumentação? Como é constituída? Quais são os seus
fins? Através desta aventura tentam-se descrever sucintamente as várias componentes que
formam este processo de argumentação.

Assim sendo, o trabalho apresenta os seguintes objectivos

Objectivo Geral
Compreender a argumentação e comunicação;
Objectivos específicos
Definir argumentação e comunicação;
Abordar sobre o processo Comunicativo e Argumentação;
Abordar sobre a persuasão e refutação.

Metodologia
Para a fundamentação deste trabalho usou-se a revisão de literatura, que consiste em consultar
várias bibliografias disponíveis no plano analítico e outros não inclusos mas que aborda o tema, e
por fim usou-se a internet que é o meio mais usado na actualidade
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1. Argumentação e comunicação

Em linhas gerais, diríamos que argumentação na comunicação é tudo aquilo que vemos e que nos
faz pensar de modo diferente. Argumentar é convencer e quando ela se faz a qualquer preço, a
chamamos de retórica. A retórica existe desde a existência da fala, pois o homem passou a
conseguir o que queria com as palavras, ao invés da força física.

Argumentação, segundo o dicionário Abagnano, “é acto ou efeito de argumentar; conjunto de


argumentos; discussão, controvérsia” (Abagnano (2007). Essa é, portanto, a definição técnica de
um termo central na arte de convencer, usando o raciocínio, um determinado público de alguma
ideia

No dicionário de Japiassú & Marcondes (2001):

O uso da arte de argumentar evoluiu e suas técnicas, largamente utilizadas pela


publicidade, persuadem os consumidores cada dia mais, independente do poder
aquisitivo. Aliás, a ideia é bem clara: convencer a consumir sem restrições. A
argumentação não é apenas comercial. Está embutida nos jornais impressos e televisivos,
nas revistas, no bate papo com amigos. Quem convence tem o poder de trazer a si
simpatizantes e, muitas vezes, até admiradores (2001).

Compilando os dois dicionários, seria pertinente finalizarmos que argumentação é um acto que
vem sendo discutido há séculos e que tem por objetivo o estudo da arte do convencimento e seu
uso em diversos meios.

Aristóteles, há mais de dois mil anos, estudou e dedicou um livro à arte da Retórica, que ele
define como “a faculdade de ver teoricamente o que, em cada caso, pode ser capaz de gerar a
persuasão” (Aristóteles, 1999, p. 33).

Nas convecções Aristotélicas, visualizamos que a argumentar é persuadir racionalmente, mas


temos o caso da publicidade, em que isso nem sempre acontece, pois é muito comum o uso de
apelo emotivo como o medo, as frustrações e as emoções para o convencimento.

Segundo Aristóteles (1999), argumento é um conjunto de afirmações em que se procura sustentar


uma delas (a conclusão) por meio das outras (as premissas). A premissa é uma das duas
primeiras proposições de um silogismo (como uma dedução formal), que serve de base a uma
conclusão, raciocínio.
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Como em: “Todos os homens são mortais. Sócrates é homem. Portanto, Sócrates é mortal”. Os
dois primeiros enunciados são premissas que servem para provar a conclusão, Sócrates é mortal.

Portanto, para tal nota-se que, para se chegar a um silogismo, é necessário que as
premissas levem diretamente à conclusão, previamente proposta por quem persuade.
Assim, quem tem o domínio do assunto e sabe como tratá-lo chegará ao convencimento
rapidamente. Vale lembrar que nem sempre essas premissas são verdadeiras e, muitas
vezes, o orador se utiliza de silogismos com premissas subentendidas (são sabidas,
óbvias), que são os entimemas (ibidem).

Segundo Aristóteles. (1999), o discurso é formado, pelo menos, de quatro partes: o exórdio
(começo do discurso), a narração (enunciação da tese), a prova (na tentativa de convencer o
receptor da tese proposta) e o epílogo (final do discurso).

Faz parte do discurso, portanto, a existência de provas daquilo que se quer convencer. Entre
essas provas, Aristóteles destaca três: umas residem no caráter moral do orador; outras nas
disposições que se criaram no ouvinte; outras no próprio discurso, pelo que ele demonstra ou
parece demonstrar (ibidem).

1.1. Processo Comunicativo e Argumentação

A argumentação tal como a demonstração é um processo comunicativo, onde são expostas


de uma forma encadeada determinadas razões que explicam ou justificam uma dada conclusão.
A argumentação distingue-se, todavia, da demonstração.

Na argumentação a conclusão é mais ou menos plausível, as provas apresentadas são


susceptíveis de múltiplas interpretações, frequentemente marcadas pela subjetividade de
quem argumenta e do contexto em que o faz. Na argumentação procura-se acima de tudo,
convencer alguém que uma dada tese é preferível à sua rival. É por isso que só se
argumenta nas situações em que existem várias respostas possíveis. Toda a argumentação
implica deste modo o envolvimento ou comprometimento de alguém a determinadas
teses (Alberto & Estranqueiro s/a).

No entanto, verificando bem as palavras do autor, terminamos que na demonstração a conclusão


é universal, decorrendo de forma necessária das premissas, e impõe-se desde logo à consciência
como verdadeira, as provas são, sem margem de erro, concretas e não estão contaminadas por
factores subjectivos ou de contexto. A demonstração assume um carácter impessoal. É por isso
que podemos dizer que a mesma foi correcta ou incorrectamente feita, dado só se admitir uma
única conclusão.
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1.2. Comunicação, Argumentação e Discurso

Segundo Alberto & Estranqueiro (s/a), argumentação implica a valorização do receptor nas suas
opiniões ou reações. Em síntese, como processo comunicativo, a argumentação evidência a
importância dos seguintes aspectos da comunicação:

 O Emissor (o que elabora a argumentação).

Exigindo que saiba construir uma mensagem clara e de forma a obter a aceitação do interlocutor.
Ele tem que conhecer as características do seu receptor, calcular as suas reações face
à mensagem pretende veicular e ter a capacidade de articular o seu discurso em consequência
das mesmas, por forma a conseguir convencer o receptor que a sua mensagem é de facto a
correcta visão perante o problema ou a situação.

 O Auditório (o conjunto de indivíduos que o emissor pretende influenciar por meio da


sua argumentação).

O discurso é sempre feito em função de um auditório composto por indivíduos todos diferentes
entre si. O emissor, antes de elaborar a sua argumentação tem que construir do mesmo
uma dada representação ideal tentando prever a sua adesão aos argumentos que irão ser expostos.
Nem todos os argumentos provocarão certamente a mesma adesão. Cada auditório requer, pois,
da parte do emissor, uma estratégia argumentativa própria, de forma a apresentar
nos momentos certos os argumentos mais ajustados.

1.3. Persuasão

A argumentação e a persuasão fazem parte do cotidiano, estando presentes em editoriais,


discursos políticos, jurídicos, publicitários e até em alguns textos que se pretendem neutros, mas
não resistem a uma análise que desmascare as ideias ali defendidas. É como explica Ingedore

Como ser dotado de razão e vontade, o homem, constantemente, avalia, julga, critica, isto
é, forma juízos e valor. Por outro lado, por meio do discurso – ação verbal dotada de
intencionalidade – tenta fluir sobre o comportamento do outro ou fazer com que
compartilhe determinadas de suas opiniões. É por esta razão que se pode afirmar que o
ato de argumentar constitui o ato linguístico fundamental, pois a todo e qualquer
momento subjaz uma ideologia, na aceção mais ampla do termo. A neutralidade é apenas
um mito: o discurso que se pretende “neutro”, ingênuo, contém também uma ideologia –
a da sua própria objetividade (Deleuze, 1998).
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Apesar dos textos argumentativos se exibirem continuamente aos nossos sentidos, quando
analisamos redações escolares que propõem argumentação e persuasão, constatamos a ocorrência
de várias dificuldades. Tentaremos, portanto, superar algumas dificuldades no como dizer, de
forma a conseguir a adesão do interlocutor, na esfera escrita.

1.4. Refutação

No dicionário de Japiassú & Marcondes (2001), refutação significa a possibilidade de refutação


ou de falsificação das hipóteses científicas constitui o critério mesmo pelo qual se pode distinguir
a ciência, cujas teorias seriam em princípio falsificáveis e portanto corrigíveis, da não-ciência,
cujas teorias seriam dogmáticas, sem possibilidade de falsificação e portanto de correção. Esta
seria, p. ex., a diferença fundamental entre a astronomia, como ciência, e a astrologia, urna não-
ciência. Popper propõe esse critério em substituição ao critério de verificação do positivismo
lógico.

Neste caso, argumento que pretende invalidar ou destruir outro a que se opõe, procurando
demonstrar sua falsidade, sua incoerência, ou reduzi-lo ao absurdo.

Repetição de Sócrates é bastante audaciosa, se considerarmos que ele aponta defeitos de


composição no lógos de Lísias, que é reconhecido justamente por ser um famoso e
profissional “fabricador” de discursos92. O dispositivo retórico consiste exatamente na
repetição formal do lógos antagônico, com o objetivo de desqualificar sua execução e
composição (diáthesis). Ao desqualificar a execução do discurso, apontando seus
equívocos formais, em uma aparente crítica estética e retórica (Platão apud Deleuze,
1998).

Platão inicia um processo refutativo que terá como ponto alto, mais adiante, a palinódia que, por
sua vez, consistirá na inversão da sintomatologia de Lísias sobre os efeitos nefastos do amor. O
primeiro discurso de Sócrates pretende refutar o lógos de Lísias do ponto de vista da forma, da
composição e disposição dos argumentos. Criticar a forma de exposição dos argumentos e a
disposição das proposições não é, contudo, limitar-se a uma crítica estética.
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Conclusão

Com a realização deste trabalho, no âmbito da cadeira da logica, pretendeu-se dar a conhecer os
constituintes principais e os processos que envolvem directa ou indirectamente a argumentação.
De uma forma clara e concisa foram apresentadas descrições e definições dos ditos processos e
de todos os trâmites envolventes. Considera-se a abordagem tomada como sendo a mais
apropriada para uma consulta rápida e descontraída do conjunto da matéria aqui exposta.
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Referencias Bibliográficas

Abagnano N, (2007). Dicionário de Filosofia, Martins Fonte, São Paulo.

Alberto, A. & Estranqueiro, (s/d). Filosofia 11º Ano, Editorial Presença

Aristóteles. (1999). Arte Retórica e Arte Poética. 14. ed. Rio de Janeiro: Ediouro.

Deleuze, G. (1998).Lógica do Sentido. São Paulo: Ed. Perspectiva.

Japiassú H. & Marcondes D, (2001), Dicionário de Filosofia, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro.

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