Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Educacao Emocional V
Educacao Emocional V
Objetivo da Unidade:
ʪ Material Teórico
ʪ Material Complementar
ʪ Referências
1 /3
ʪ Material Teórico
Introdução
A Gestão de Pessoas nas Organizações avança, transforma-se e evolui tanto com o objetivo de
acompanhar as mudanças sociais e econômicas que impacta o modelo de negócio quanto para
tornar cada vez mais humanas e saudáveis as relações de trabalho.
Por essa razão, e sempre com a intenção de alcançar esse objetivo, Chiavenato (2020) afirma
que o posicionamento de uma Área de Gestão de Pessoas no contexto organizacional envolve os
seguintes aspectos:
Por volta da década de 1990, essa posição se aprofunda e adquire uma perspectiva mais
humanista. A Gestão de Pessoas começa, então, a transição de uma atuação até ali voltada para o
cargo do funcionário e concentra seu foco na pessoa. Isto é, na competência de cada um para
que o desempenho passe a agregar valor à Organização.
Com características cada vez mais complexas e requisitos cada vez menos tangíveis, a área de
Gestão de Pessoas amplia as exigências e assume um papel mais sistêmico no desenvolvimento
dos funcionários.
Definição de Competência
O conceito de competência foi estruturado e apresentado pela primeira vez pelo psicólogo social
David McClelland (1973), em seus estudos sobre comportamento profissional e sobre o
aperfeiçoamento dos processos de escolha de pessoas para as Organizações. Para ele e outros
pesquisadores que contribuíram para sua linha de pesquisas nas décadas seguintes, a
competência está relacionada ao desempenho superior na realização de uma tarefa ou de um
determinado trabalho (DUTRA, 2017).
A partir da década de 1990, o conceito evoluiu e ficou conhecido no mundo organizacional como
CHA – sigla que se refere ao conjunto de Conhecimentos, Habilidades e Atitudes para o alto
desempenho de uma pessoa.
Com base nisso, essa pessoa poderia ser treinada e capacitada para agregar valor e ter uma
entrega adequada a um cargo ou posições existentes num determinado contexto profissional.
Para atender demandas mais complexas das Organizações de um mundo globalizado e em
constante mudança, a competência passou a ser identificada com o ato de colocar em prática
aquilo que sabe.
O foco passou a se concentrar na pessoa, e não no cargo, e para se chegar a isso, foi importante a
influência de estudiosos franceses, como os pesquisadores Le Boterf e Zarifian. Já na década de
1990, eles buscaram relacionar o conceito de competência aos saberes – em que a competência
é vista como o saber agir (DUTRA, 2017).
Glossário
Competência: um saber agir responsável e reconhecido, que implica
mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades,
que agreguem valor econômico à Organização e valor social ao
indivíduo (FLEURY, 2001).
No mundo atual, o trabalho não é mais o conjunto de tarefas, e sim a capacidade de alocar
atributos pessoais para solucionar uma situação profissional, muitas vezes imprevisível e
complexa.
Isso se dá quando a pessoa sabe mobilizar seu repertório individual para atuar em diferentes
contextos.
Assim, competência é colocar em prática, numa relação de trabalho, seus aprendizados de vida,
educacionais e seus atributos pessoais, contextualizados pela cultura organizacional, pelo
tempo e pelos recursos disponíveis numa dada situação – gerando impacto positivo, tanto para
a Organização quanto para o próprio profissional.
Mais recentemente, alguns estudiosos, como, por exemplo, o psicólogo social americano
Edgard Schein em seu trabalho, passaram a relacionar a competência, o estado de felicidade, a
realização pessoal e os pontos fortes às ancoras de carreira profissional.
Saiba Mais
Uma análise da evolução do conceito de carreira e os resultados de
estudos de caso com profissionais da Área de Administração em que foi
aplicado o Inventário de Âncoras de Carreira de Edgar Schein.
ACESSE
Competência na Organização: Essenciais e Individuais
A gestão por competência tem por objetivo a implantação do Sistema de Captação e de
Desenvolvimento de Competências que a Organização precisa para atender sua missão, atingir
suas metas e se tornar competitiva (competências organizacionais). E, também, para mapear
aquelas necessárias às pessoas para atuar em diversas funções dentro da Empresa
(competências individuais).
Elas devem atender a três critérios para manter sua vantagem competitiva sobre as demais, que
são:
Além dessa classificação, autores como Mills et al. e Javidan (apud Dutra, 2017), criaram outra
categorização levando em conta os recursos e as competências importantes para a
competitividade, agrupando-os nas seguintes categorias:
A vantagem de atuar com Gestão de Competência é que ela permite direcionar estrategicamente
o trabalho naquilo que é fundamental para a contínua transformação da Organização na busca
de seus objetivos com excelência e eficácia e oferecer valor a todos os stakeholders.
Glossário
Stakeholders: (do inglês stake = interesse e holder = aquele que possui).
São partes interessadas, que têm alguma expectativa de retorno e
influenciam a gestão e os resultados de uma Organização. Termo
criado pelo filósofo Robert Edward, na década de 1980, para identificar
um grupo de pessoas que, de alguma forma, é impactado pelas ações da
Organização. São parceiros internos e externos: acionistas e
investidores, proprietário, administradores, funcionários, clientes e
consumidores, fornecedores, Sindicatos, Comunidade, Sociedade e
Governo.
Le Boterf (apud DUTRA, 2017) traz para essa reflexão o conceito de profissionalismo. Para ele,
“Profissional é aquele que sabe administrar uma situação complexa”. Em contextos cada vez
mais incertos e complexos, é a capacidade de combinar e de mobilizar vários recursos pessoais e
decidir seus percursos profissionais ao mesmo tempo em que atende às exigências
organizacionais. Dessa forma, o profissional amplia seu repertório pessoal e passa a ser
reconhecido por saber lidar com situações inéditas e mudanças constantes.
As pessoas que conseguem lidar com a complexidade são cada vez mais demandadas para os
desafios na Organização – ainda que isso não represente um critério de ascensão ou de
promoção.
O que efetivamente ocorre é uma ampliação do espaço ocupacional desses profissionais dentro
da Organização. Esse “profissionalismo” pode ser uma garantia contra as mudanças
organizacionais e uma vantagem na empregabilidade.
Leitura
A Ética como Competência Profissional na Formação: o Pedagogo em
Foco. O artigo a seguir faz uma revisão de Literatura de renomados
pensadores na esfera das competências profissionais.
ACESSE
Avaliação de Desempenho
Num programa de Gestão por Competência, as pessoas são avaliadas pelo que entregam e não
apenas pelo que fazem.
Eram, assim, orientadas para uma evolução gradativa, desenhada para cada funcionário dentro
do escopo de sua função, visando aos objetivos da Organização.
Glossário
Desempenho: a palavra desempenho significa realização, posta em
marcha, ou seja, tornar real o que antes era idealizado, planejado ou
almejado. É o ato de fazer! Todo trabalho exige desempenho. E todo
desempenho precisa ser previamente planejado, organizado e liderado,
para então ser avaliado de acordo com determinados padrões ou
indicadores (CHIAVENATO, 2020, p. 238).
Com os novos tempos, percebeu-se que a avaliação precisa ser mais ágil, antecipada e, mais do
que isso, preparar para o futuro. A avaliação de desempenho, nesse sentido, deve ser mais
ampla, abrangente e humana.
A interação entre o gestor e o funcionário é mais constante, informal (menos burocrática) e ágil,
visando a focalizá-lo em seus objetivos estratégicos.
O retorno para a Organização dessa nova concepção de avaliação está na maximização das
competências no enfrentamento pelas pessoas, de situações complexas e de desafios
imponderáveis, que surgem no dia a dia da Organização. Na verdade, a avaliação está se tornando
simples, descontraída, isenta de formalismos exagerados e assim, mais eficaz e transformadora
(CHIAVENTO, 2020).
A Figura a seguir é uma síntese dos fatores que devem ser contemplados numa avaliação de
desempenho diferenciando a ação quando o foco está no trabalho, na função exercida e quando
está na pessoa, na competência manifesta.
Figura 3 – Avaliação do desempenho baseada em trabalhos
x avaliação do desempenho baseada em competências
Fonte: Adaptada de CHIAVENATO, 2020, p. 245
Segundo Chiavenato (2020), um Sistema de Gestão do Desempenho mais atual deve enfatizar o
foco no futuro, na inovação e no desenvolvimento das competências – e não na apreciação do
passado.
O processo de avaliação do desempenho com base nas competências está sustentado numa
participação ativa e na proatividade do gestor com o funcionário, e deve considerar:
Autoavaliação, 180º graus e 360 graus: no primeiro tipo, o próprio avaliado faz uma análise de
seus pontos fortes e fracos. No segundo, ele e seu gestor direto participam da avaliação – num
processo mais carregado de subjetividade. O terceiro envolve o contexto geral de cada
funcionário, independente da hierarquia.
A gestão do Desempenho Humano nas Organizações, em seus vários níveis de decisão e atuação,
sejam eles estratégicos, sejam táticos, sejam operacionais, contribui para atingir metas e
objetivos organizacionais.
Do presidente ao mais simples funcionário, cada um com suas competências e performance têm
papel fundamental para o sucesso da Empresa.
Reflita
Afinal, para que serve a avaliação de desempenho? De que tipo de
avaliação de desempenho você já participou? E qual foi seu
aprendizado com o processo?
Cada vez mais as Organizações vão se tornando híbridas nos seus espaços, flexíveis nas suas
relações e mais exigentes com as competências humanas.
Segundo Dutra (2017), os desafios futuros sobre a Gestão por Competências nas Organizações
estão relacionados à:
Como primeiro passo, é necessária uma mudança de mentalidade nas Organizações: pensar
novos modelos, estruturas e formas de trabalho e migrar para uma mentalidade ágil que atenda
às demandas e aos desafios do futuro
Sigilo Transparência
Rotina Desafio
Planejamento Adaptabilidade
Recompensa; Propósito;
Complicado; Simplificado;
Trabalho. Diversão.
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO 2020, p. 34
Outra previsão no relatório de 2021 é a ampliação das atividades executadas por máquinas, que
chegarão a se igualar às realizadas pelas pessoas.
Leitura
The Future of Jobs Report 2020
O Fórum Econômico Mundial é a Organização Internacional que
Publica Relatórios Anuais Sobre Diversos Temas Relacionados ao
Futuro dos Empregos e Trabalho.
ACESSE
A pesquisa identifica as 10 habilidades com maior demanda para o ano de 2025. Elas poderão ser
as norteadoras de programas de orientação de carreiras e desenvolvimento de competências.
Um profissional que, além de suas habilidades técnicas e de formação, tenha sua competência
alinhada a essas habilidades, certamente, agregará valor às Organizações nesse cenário do
futuro.
Glossário
Coaching: é um tipo de relacionamento no qual o coach se compromete
a apoiar e a ajudar o coachee, ou seja, o cliente ou o aprendiz, para que
esse possa atingir determinado resultado ou seguir adiante em
determinado e melhor caminho (CHIAVENATO, 2021, p. 33).
O coaching não é um treinamento. É, antes disso, um diálogo com regras ou, ainda, um processo
personalizado. Ele é conduzido conforme as características de cada cliente (indivíduo) e com as
perspectivas reais de Mercado de Trabalho, um compromisso de que se fale a verdade. Sua
função é organizar um Plano de Melhoria de Performance para que o cliente atinja ou supere
seus objetivos.
O termo coach vem do inglês e seu significado original é carruagem, vagão, carros de
passageiros.
No Século 19, os estudantes ingleses utilizavam a palavra para identificar os tutores e mestres
que tinham interesse especial na sua evolução. A correlação mais recente é com o mundo dos
esportes, no qual o coach surge com o significado de treinador ou do técnico que prepara o atleta
ou o time (CHIAVENATO, 2021).
O termo coach se consolidou na área de orientação individual de carreira e nas Organizações para
se referir ao profissional especializado e certificado nessa Metodologia que se utiliza de
procedimentos estruturados que levam a pessoa ao autoconhecimento e à aplicação de um Plano
de Mudança de performance eficaz.
Assim, o coaching é o processo utilizado nas Organizações, pelas lideranças, para apoiar o
desenvolvimento contínuo das competências de seu time.
O coaching ajuda as pessoas a identificarem e realizarem metas desafiadoras que são definidas
pelo cliente no médio ou longo prazos.
No papel de coach, o compromisso com o processo é fundamental, uma vez que seu campo de
atuação é no planejamento e na implementação de ação que leve à realização pessoal e ao alcance
das metas, contemplando, também, a mudança de atitudes.
Para as Organizações, é uma vantagem ter seus líderes e funcionários orientados por um coach,
pois, como resultado do trabalho, eles passam a ser multiplicadores do processo de melhoria de
performance individual – o que acelera o processo de excelência organizacional. O coaching é um
relacionamento que produz novas competências e novos resultados (CHIAVENATO, 2021).
Objetivos de carreira;
O papel do coach, às vezes, é confundido com o de mentor. A diferença é que o coach é focado no
desempenho e no atingimento de metas, enquanto o mentor tem o foco na pessoa e no futuro de
sua carreira profissional, criando novos horizontes.
O Coaching é uma das competências da liderança contemporânea. Exige uma atitude positiva e
forte motivação das pessoas em relação ao seu próprio crescimento pessoal. A cultura
organizacional também está exigindo uma nova mentalidade, focada na aprendizagem, na
autonomia e na atitude empreendedora das pessoas. Isso requer um novo tipo de
relacionamento no trabalho que o coaching pode proporcionar (CHIAVENATO, 2021).
Você Sabia?
A origem etimológica da palavra trabalho é o latim, e significa
tripalium, instrumento de tortura. Nessa perspectiva, o trabalho é visto
como negativo, significa um fardo, punição. Uma concepção positiva
pode ser relacionada à origem da palavra inglesa Work que relaciona a
“fazer algo”, atividade produtiva. A visão do trabalho como
autorrealização, podendo ser fonte de prazer e saúde, é mais
contemporânea.
Quando uma pessoa está satisfeita com o trabalho, tende a ser mais comprometida e engajada. A
insatisfação por motivos tanto da estrutura da atividade quanto da percepção sobre o trabalho
pode gerar estresse e reações negativas de diferentes ordens.
Quando a demanda de trabalho tem força para desencadear o distress, provoca reações
negativas para a saúde e o bem-estar em diversos níveis.
Fisiológicas:
Psicológicas:
Depressão, ansiedade e irritabilidade;
Burnout.
Comportamentais:
O conceito de QVT tem relação estreita com o bem-estar, que é concebido pelos pesquisadores
brasileiros Paschoal e Tamayo (apud FARSEN, 2021, p. 34) como a “Prevalência de emoções
positivas no trabalho, aliada à percepção de que o ser humano expressa e desenvolve potenciais
e competências, avançando, desse modo, no alcance de seus propósitos de vida”.
Segundo Farsen (2021), a felicidade pode ser entendida como um estado positivo gerado “[...]
por experiências recorrentes e duradouras de prazer imediato (presente), aliadas à construção
de propósito (sentido genuíno e gratificante), ao longo do tempo”.
Sendo assim, a felicidade também tem uma forte conexão com o conceito de bem-estar. Quando
se trata de ambiente e relações de trabalho, mesmo distintos, os três conceitos são
complementares.
Figura 7
Ainda que existam poucas pesquisas sobre felicidade no trabalho, a Psicologia Positiva tem sido
fonte de estudo e de inspiração para implementação de programas nas Organizações que
promovam bem-estar subjetivo e felicidade.
ʪ Material Complementar
Livros
Leitura
Why Jobs of the Future won't Feel Like Work
ACESSE
ACESSE
3/3
ʪ Referências
BARBIERI. Gestão de Pessoas nas Organizações: sua relação com governança, cultura e
liderança. São Paulo: Grupo GEN, 2015.
CHIAVENATO, I. Coaching e Mentoring: Construção de Talentos. São Paulo: Grupo GEN, 2021.
_________. Gestão de Pessoas: O Novo Papel da Gestão do Talento Humano. São Paulo:
Grupo GEN, 2020.
DUTRA, J. Gestão de Pessoas: Modelo, Processos, Tendências e Perspectivas. 2ª ed. Grupo GEN,
2016.
FLEURY, M. T. L.; FLEURY A. Construindo o conceito de competência. Rev. adm. contemp. Local,
v. 5, n. esp., 2001. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S1415-65552001000500010>.