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A Relação Consigo Próprio
A Relação Consigo Próprio
Epistemologia (do grego, episteme, “conhecimento”; logos, “teoria”), é o ramo da filosofia que
trata dos problemas filosóficos relacionados à teoria do conhecimento .
Dogmatismo: Sim, o Homem pode conhecer e conhece algo com certeza. Há verdades indiscutíveis tais
como a consciência de eu ser o que sou, e a consciência de que à minha volta existem outras
coisas que não se podem confundir com o meu ser (eu). O engano dos sentidos é aparente e não exclui
completamente a possibilidade de se chegar ao conhecimento.
O dogmatismo é a doutrina segundo a qual o nosso espírito pode atingir a verdade absoluta. Podemos
distinguir dois tipos de dogmatismos: o espontâneo e crítico. O dogmatismo espontâneo é a atitude do
Homem para quem aquilo que parece é. (Ex. O Homem olha para a árvore e crê na existência da árvore.
Olha para o sol e crê, sem qualquer reserva, na existência (e movimento) do sol.). O dogmatismo crítico
é a disposição para sacrificar o que imediatamente parece, a propósito de atingir o que verdadeiramente é.
(Ex. A dúvida metódica de Descartes, como caminho para a certeza.)
Cepticismo: Não, o conhecimento é impossível, esta é a única verdade. O Homem nada pode conhecer
com certeza as coisas, porque os seus próprios sentidos o enganam. As imagens que os sentidos fornecem
ao Homem nunca são fidedignas, mas falsificações da realidade.
Pirro de Élis (360 – 270 a. C), filósofo grego, foi fundador da tese contra a possibilidade do conhecimento
da realidade objectiva. A sua intenção era mais ética do que gnoseológica, isto é, Pirro procurava o ideal
da felicidade humana ataraxia ou imperturbabilidade e apatia ou ausência de sofrimento. Se o Homem se
abster de formular juízos acerca das coisas, porque as não pode conhecer, alcançará sossego de alma. Eis,
em resumo, o cepticismo pirrónico.
O filósofo inglês, David Hume (1711-1776), foi responsável pela negação do objecto e aumento da
importância do sujeito. Ele lançou as bases teóricas do agnosticismo, considerando, na sua obra Ensaio
Sobre o Entendimento Humano, que “a filosofia natural mais não faz do que recuar um pouco a nossa
ignorância”. A única coisa que legitimamente sabemos é que conhecemos a nossa ignorância como uma
ignorância cada vez mais vasta.
Para David Hume, a base da nossa actuação não é o conhecimento, mas a fé e força do hábito...pois, para
o Homem, a realidade é como uma “torrente de impressões cujas causas são desconhecidas e
incognoscíveis”.
Carneiades (séc. II a. C.) defende um cepticismo moderado, admitindo que se pode discernir graus de
probabilidade. E, se o estado de certeza não é legítimo, é legítimo o de opinião, intermédio da certeza e da
dúvida.
A ORIGEM DO CONHECIMENTO
O Racionalismo é a doutrina que afirma que tudo que existe tem uma causa inteligível, mesmo
que não possa ser demonstrada de fato. Privilegia a razão (conhecimento a priori) em detrimento
da experiência e considera a dedução como o método superior da investigação filosófica. Os
racionalistas afirmam que “a razão é a fonte principal do conhecimento” e suas representações
são as únicas que podem conduzir ao conhecimento logicamente necessário e universalmente
válido. Relativo ao conhecimento a priori, surge o “apriorismo” que reflete a relação
epistemologia básica em que todo a atividade do conhecimento é exclusiva do sujeito; o meio
não participa dela. Aprioristas são, então, todos aqueles que pensam que as condições de
possibilidades do conhecimento são dados hereditários, obtidos de forma inata ou
predeterminados a priori. (BECKER, 1993).
O Empirismo é a doutrina filosófica segundo a qual todo o conhecimento, com exceção do lógico
e do matemático, deriva da experiência. Os empiristas negam a existência de ideias inatas,
admitindo que a mente esteja vazia antes de receber qualquer tipo de informação; consideram
que o conhecimento só é válido dentro dos limites da observação e rejeitam os enunciados
metafísicos devido à impossibilidade de teste ou controle. Os ingleses Francis Bacon (1561 –
1626) e John Locke (1632 – 1704) são os precursores do empirismo moderno que alia teoria e
experiência; o escocês David Hume (1711 –1776) introduz o método experimental nas ciências
morais, já Ludwig Wittgenstein (1889–1951) representa o empirismo contemporâneo quando
afirma que a Filosofia deve limitar-se à análise da linguagem científica que expressa o
conhecimento baseado na experiência.
Kant chega então à conclusão radical de que tanto o Empirismo como o Racionalismo estão equivocados:
o conhecimento humanamente válido resulta da comparticipação entre o intelecto e a experiência.
O Conhecimento é resultado duma síntese dos dados da experiência sensorial feita pela Inteligência. Pois,
nem a experiência, nem a Razão, isoladamente, seriam capazes de justificar o conhecimento. A
experiência fornece a matéria do conhecimento (conteúdo, dados da experiência:
A NATUREZA DO CONHECIMENTO
Quando falamos da relação da pessoa consigo própria, estamos a pensar na questão moral do ser
humano, na forma como indivíduo olha para si e se vê enquanto pessoa, e nesses objectivos, a
forma como julga as suas acções e finalidade da vida. Em suma, ao olhar para dentro e analisar-
se, o ser humano descobre-se Pessoa, pois este só existe enquanto ser social que estabelece
relações com os outros e com o mundo natural e humano que o cerca.
Na sua relação consigo próprio, a consciência é a base do indivíduo moral. Como já vimos, é a
consciência que tem a função de orientar, ordenar, avaliar e criticar todos os actos humanos, ou
melhor, fazer com que as acções de cada ser humano sejam acções morais e que as suas decisões
tenham sempre uma base ética. A consciência moral, sempre ligada a razão, é a capacidade que
permite ao ser humano conhecer-se a si próprio. Agir de acordo a razão e consciência representa,
em resumo, agir eticamente, ou seja, em liberdade e optar por princípios que sejam universais,
isto é, princípios que sejam bons para todos os seres humanos e que regulem a vida social
colocando o bem comum como objectivos. Esses princípios podem ser optar pelo bem-estar de
todos, em vez do bem-estar individual, praticar o altruísmo em vez do egoísmo, a paz em vez da
guerra, ser compreensivo ajudar os outros em vez de ser hostil, solidário em vez de ser
competitivo, entre outros.
Pela sua capacidade racional e ética, a Pessoa na sua relação consigo mesmo é chamada a
cultivar bons e nobres sentimentos (amor, amizade, solidariedade justiça, altruísmo); a respeitar-
se como homem ou mulher, reconhecendo a sua dignidade; a desenvolver bons hábitos em
conformidade com as normas morais vigentes na sua sociedade, evitando a ganância, a inveja, o
rancor e o ciúme.
O trabalho pode ser definido como: “toda a actividade, seja ela material ou espiritual, com visto a
um resultado util”. Trata-se de uma actividade que visa a transformação de algo, mediante o uso
do corpo e de instrumentos e de internas (temperamento, carácter, intelecto, comportamento),
inerentes ao próprio sujeito; e por outro lado, encontramos, as condições físicas, técnicas,
económicas e sociais, que são natureza externa em relação ao sujeito que trabalha. Para que uma
actividade possa ser considerada trabalho, e necessário que seja (como se pode ler em Battista
Mondim, Antropologia filosófica. “O Homem que ele é”):
Assim, na sua relação com o trabalho, o homem é chamado não apenas a transformar o
mundo em mundo para si, mas, fundamentalmente, a humaniza-lo. Por outras palavras, o
Homem, na sua qualidade de pessoa, é chamado a tornar o mundo cada vez mais habitável,
hospitaleiro e confortável, aqui encontramos o valor cósmico do trabalho, o Homem rejeita
viver num mundo organizado pelo natural e transforma – o submetendo seu controlo.
Idealismo: A realidade das coisas conhecidas residem plenamente nelas. Nós conhecemos as
coisas pelas suas determinações, através das representações abstractas (ideias/conceitos) que
fazemos das coisas. Portanto, se existe certa realidade que conhecemos, essa não pode ser
outra senão a ideia que temos de algo. O que conhecemos são as ideias e não os objectos da
nossa experiência.
Quando falamos da relação da pessoa consigo própria, estamos a pensar na questão moral do
ser humano, na forma como indivíduo olha para si e se vê enquanto pessoa, e nesses
objectivos, a forma como julga as suas ações e finalidade da vida. Em suma, ao olhar para
dentro e analisar-se, o ser humano descobre-se Pessoa, pois este só existe enquanto ser social
que estabelece relações com os outros e com o mundo natural e humano que o cerca.
REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia de A.; MARTINS, Maria Helena P. Filosofando, 3.ed. São Paulo: Moderna,
2003. BECKER, Fernando, A Epistemologia do Professor - O cotidiano da Escola, 6.ed. PetrópolisRJ:
Vozes, 1993. FONTES, Carlos. Teoria Filosófica sobre o Conhecimento. Disponível em: . Consultado
em 24/02/2008. CHIBENI, Silvio Seno .A inferência abdutiva e o realismo científico. Disponível em:
104 Revista Científica da Faculdade Lourenço Filho - v.6, n.1, 2009 . Consultado em 24/02/2008.
KANT, Immanuel, Crítica da Razão Pura, 2.ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989. KUHN,
Thomas S., A estrutura das Revoluções Científicas, 5.ed. São Paulo: Perspectiva, 1970. LAKATOS, Eva
M.; MARCONI, Marina de A. Metodologia Científica, 2. ed. São Paulo: Atlas,1990. POPPER, Karl
Raimund, A Lógica da Pesquisa Científica, São Paulo: Cultrix, 1972. _________. Conjecturas e
Refutações, 3.ed. Brasília: Editora da UnB, 1981. SERRÃO, Joel ; GRÁCIO, Rui. Lógica e Teoria do
Conhecimento, 2 ed. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1962. WIKIPEDIA - Epistemologia.
Disponível em: . Consultado em 24/02/2008.