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AFO – MPU

Princípios Orçamentários
Os princípios são as premissas que guiam a elaboração do orçamento.

São válidos para todos os entes, poderes e órgãos.

Princípios expressos na Lei 4.320 (UAU)

Universalidade

- Foco no conteúdo da LOA

- Todas as receitas e todas as despesas de todos os poderes devem estar na Lei


Orçamentária.

- Inclusive as receitas de operações de crédito autorizadas em lei.

- Alguns doutrinadores citam os tributos da Súmula 36 do STF como exceção a esse


princípio. São eles: Tributos criados após a elaboração do orçamento e antes do início do
exercício financeiro. Por isso, não constam na previsão da Lei Orçamentária Anual e são
arrecadados como receita orçamentária normalmente.

Unidade

- Objetiva eliminar a existência de orçamentos paralelos.

- Foco na forma da LOA.

- Aqui, o objetivo é ter um orçamento único, uno.

- É apenas uma lei orçamentária por esfera federativa (União, Estado, DF e Município).

Diferente do princípio da Totalidade

- Ideia de que a LOA tem 3 orçamentos: fiscal, seguridade social e estatais; e esses
orçamentos sofrem consolidação em uma Lei Orçamentária Anual.

- Falou em consolidação, é princípio da totalidade, falou em orçamento uno, é princípio


da unidade.

- Por isso, a LOA é considerada multidocumental (possui 3 orçamentos dentro dela).


Anualidade ou Periodicidade

- O exercício financeiro coincidirá com o ano civil (1º de janeiro a 31 de dezembro).

- O orçamento deve ter uma vigência limitada a um período específico.

- As receitas são arrecadas dentro desse exercício e as despesas são empenhadas durante esse
exercício.

- Tudo do orçamento fica restrito a um exercício financeiro.

- Se aplica somente a LOA. Não se aplica a LDO nem para o PPA.

- Como não se aplica esse princípio ao PPA, ele não é uma exceção a esse princípio (ele
não é nem regra nem exceção)

- Exceção ao princípio da anualidade: Créditos especiais e extraordinários (poderão ser


incorporados ao orçamento do exercício financeiro subsequente). ATENÇÃO! Crédito
SUPLEMENTAR não se aplica a essa exceção.

- Abertura de créditos especiais e extraordinários em Setembro (4 meses antes do fim do


exercício financeiro) e esse crédito não foi integralmente utilizado no exercício financeiro
vigente, o valor sobressalente poderá ser reutilizado no exercício financeiro seguinte.

Diferença entre anualidade orçamentária, anualidade tributária e anterioridade


tributária

- Anualidade orçamentária: Princípio exposto acima.

- Anualidade tributária: Uma regra que não foi incorporada na CF. Dizia que se a lei
orçamentária não autorizasse a arrecadação de um tributo, ele não poderia ser
arrecado. Não se admitia autorizações tributárias após o prazo previsto. Revogado pela
Súmula 66 do STF.

- Anterioridade tributária: Veda a cobrança de tributos no mesmo exercício em que haja


sido publicada a lei que os instituiu ou amentou. O tributo só será arrecado a partir do
exercício posterior.

Outros Princípios

Princípio do Orçamento Bruto

- Veda que as despesas e as receitas sejam incluídas no orçamento em seus montantes líquidos.

- Pode-se dizer que são vedadas as deduções.


Princípio da Especificação, Discriminação ou Especialização

- As receitas e despesas devem ser discriminadas demonstrando a origem e a aplicação dos


recursos.

- Evita a ação guarda-chuva (ação genérica, com um valor sem discriminar qual a despesas
equivalente).

- A Lei de Orçamento não consignará dotações globais.

- Exceções:

* Programas Especiais de Trabalho: Programa que por sua natureza não consegue se
subordinar às normas gerais. Exemplo: Serviço de Proteção a Testemunha (não tem
como especificar todos os pagamentos previstos nesse programa senão a testemunha
será exposta).

> Esse programa é classificado como um investimento. Uma despesa de Capital.

* Reserva de Contingência (Decreto Lei 200): É uma fonte para abrir crédito adicional.

Princípio da Exclusividade (Pureza Orçamentária)

- A Lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho a previsão de receita e a fixação de
despesa.

- Surge para evitar que o orçamento fosse utilizado para aprovação de matéria sem relação com
conteúdo orçamentário.

- Exceção:

- Autorização para abertura de crédito suplementares (não se aplica crédito especial e


extraordinário) e a contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de
receita orçamentária (ARO).

Não afetação ou não vinculação das receitas

- É vedada a vinculação de impostos a órgão, fundo ou despesa.

- Se aplica somente a receita de imposto (e não de tributo).

- Exceções (recorrentes em prova):


* Repartição constitucional de impostos (fundo de participação dos entes e das regiões)

* Destinação de recursos para saúde

* Destinação de recursos para manutenção e desenvolvimento do ensino.

* Atividades de administração tributária (atividades de arrecadação de tributos,


inscrição em dívida ativa, busca de inadimplentes. Diz respeito a arrecadação em si de
tributos)

* Prestação de garantias à ARO;

* Garantia e contragarantia à União e pagamento de débitos para com a União.

- Exceções (menos recorrentes):

* Vinculação de verbas federais, estaduais e municipais a Fundos de Combate a


Erradicação de Pobreza.

* Vinculação de verbas estaduais a programas de apoio à inclusão e promoção social, até


cinco décimos por cento (0,5%) de sua receita tributária líquida.

* Vinculação de verbas estaduais a fundo estadual de fomento à cultura, até cinco


décimos por cento (0,5%) de sua receita tributária líquida, para fins de financeira
programas e projetos culturais.

Proibição do Estorno

- Veda a transferência, remanejamento e transposição de recursos de um órgão para outro (ou


de uma categoria para outra).

- Quando houver insuficiência ou carência de recursos, o Poder Executivo deve recorrer à


abertura de crédito adicional ou solicitar a transposição, remanejamento ou transferência, o
que deve ser feito com autorização do Poder Legislativo.

DÚVIDA: Se ele veda a transposição de recursos de um órgão para outro, significa que a despesa
está vinculada a esse órgão. E, se assim for, não seria contra o princípio da não vinculação do
orçamento?

- Remanejamento: Transferência de um órgão para outro

- Transposição: Realocação de recursos entre programas dentro do mesmo órgão.


- Transferência: Realocação de recursos entre categorias econômicas (exemplo: recurso da
categoria manutenção para categoria de investimento - recursos de obra dentro de um setor de
um órgão passam para recurso de compra de novos computadores).

- Exceção:

Art. 167 p.5º da CF: Se for Transposição, remanejamento ou transferências nas áreas de
ciência, tecnologia ou informação (CTI), essa transferência poderá ser feita por mero ato
do poder executivo. Ou seja, não precisa de autorização legislativa.

Princípio da Quantificação dos créditos

- É vedada a concessão ou utilização de créditos ilimitados.

- Não podemos ter créditos sem valores específicos.

- O empenho da despesa não pode exceder o limite do crédito.

- Não são admitidas dotações ilimitadas.

Princípio da Legalidade

- Todo o processo orçamentário passará pela aprovação legislativa.

- Exceção: Caso de crédito adicional extraordinário porque não precisa de autorização legal para
ser aberto.

Publicidade

- As decisões sobre o orçamento e o próprio orçamento só tem validade após a publicação em


órgão da imprensa oficial (diário oficial).

- É condição de eficácia do ato a divulgação em veículos oficiais de comunicação.

Clareza

- Diz respeito ao texto da lei e dos atos.


- O orçamento deve ser apresentado em linguagem clara e objetiva a todas as pessoas que
precisam manipulá-lo.

Transparência

- Vai além da publicidade formal do orçamento.

- É a divulgação de informações em meios eletrônicos, em audiências públicas.

Princípio do Equilíbrio Orçamentário

- Objetivo: assegurar que as despesas autorizadas não serão superiores à previsão das receitas
na LOA.

- Chamada de “regra de ouro”

- Operação de crédito = Empréstimo ou financiamento

- É vedado realizar operações de créditos para bancar despesas que não sejam de capital
(investimentos).

- Exceção: Quando o Legislativo por maioria absoluta faz a autorização dessa operação de
créditos suplementares ou especiais com uma finalidade específica.

- A regra geral é: Operação de crédito ficará limitada ao montante da despesa de capital.

- Equilíbrio material: Receitas e despesas equilibradas naturalmente

- Equilíbrio formal: Necessário contar com operação de crédito para equilibrar o orçamento.

Programação

- O orçamento deve expressas as realizações e objetivos de forma programada, estruturada.

Uniformidade

- O orçamento deve manter uma mínima padronização ou uniformidade na apresentação de


seus dados.
- Atualmente é considerado um princípio obsoleto, já que tudo está padronizado já no
computador.

Realismo ou Exatidão

- As estimativas de receitas e despesas devem ser tão exatas quanto possíveis.

Princípio da Regionalização

- Objetivo de reduzir as desigualdades regionais.

Orçamento Impositivo

- Há um dever na execução do orçamento.

- O orçamento é impositivo e não discricionário.

- Existem situações em que o dever de execução não existe, por isso há polêmica na aplicação
desse princípio.

- É necessário, na hora da prova, analisar o caso apresentado pela questão.

- A doutrina majoritariamente diz que não temos um orçamento impositivo, porque há


situações em quem se pode deixar de executar aquela despesa sem autorização do legislativo.

- Estamos no momento de transição para um orçamento impositivo, com um orçamento


híbrido.

Eficiência ou Economicidade orçamentária

- Utilização racional dos recursos públicos, de forma a evitar desperdícios e buscar o máximo de
eficiência.

Sinceridade Orçamentária

- Mesma ideia do realismo ou exatidão.

- O orçamento precisa ser realista e de acordo com a realidade atual.


Sustentabilidade Orçamentária

- Deve-se perseguir resultados eficientes que permitam a continuidade desse equilíbrio no


tempo, de modo estável e sustentável.

- Com isso, deve considerar o longo prazo e não apenas o momento presente.

Equidade Intergeracional

- Ideal de não impor às futuras gerações o ônus financeiro de uma dívida pública contraída no
passado.

- Deve-se pensar no futuro na hora de adquirir dívidas públicas.

Aula 02 - Créditos Adicionais

- Crédito inicial (ou ordinários) orçamentário – é aquele que inicialmente foi aprovado pela LOA

- Cada crédito é portador de uma dotação, que é o limite específico de valor desse
crédito.

- Eles podem sofrer alterações qualitativas ou quantitativas por meio de créditos


adicionais.

- Por que existe crédito adicional?

- Porque nossas leis orçamentárias podem ter situações que demandam correções
(exemplo: foi previsto um gasto menor para material de consumo, e não o valor que foi
autorizado ali).

- Servem para cobrir despesas que foram insuficientemente dotadas na LOA ou que não
foram computadas na LOA.

- Crédito adicional é diferente de emenda parlamentar – Emenda Parlamentar também altera o


orçamento, mas é uma alteração que temos no PLOA (Projeto de LOA), no momento da sua
elaboração, da discussão.
- O crédito adicional altera a LOA quando ela já começou a ser executada. A emenda
parlamentar alterar a LOA antes dela ser executada, durante o projeto.

- O ato que abrir o crédito adicional indicará a importância, a espécie e a classificação da


despesa até onde for possível.

- Classificam-se em: suplementares, especiais e extraordinários.

 Suplementares: Reforço de dotação orçamentária que já estão na LOA


 Especial: Destinado a despesas em que não haja dotação específica na LOA.
 Extraordinários: Destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de
guerra, comoção interna (comoção intestina) ou calamidade pública.
 CF/88 – Art. 167, 3 - A abertura de crédito extraordinário somente será
admitida para tender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as
decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública,
observado o disposto no art. 62.

- Os projetos de Lei relativos aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do
Congresso Nacional, na forma do regimento interno (assim como a aprovação do PPA e da LOA).

Crédito Suplementar

- Crédito aberto para reforçar uma dotação que já existe na LOA.

- Para complementar a dotação insuficiente.

- Obrigatoriamente precisam ser autorizados por Lei.

- Que pode ser tanto a LOA quanto uma lei específica.

- A LOA já poderá conter a autorização de crédito adicional suplementar até


determinada importância. (Art 165, 8, CF/88)

- Após autorizados em Lei são abertos por um Decreto do Poder Executivo

- Dependem da existência de recursos disponíveis e dependem da prévia


exposição/justificativa da necessidade

- No ato que vai pedir o crédito é obrigatório demonstrar qual recurso vai cobrir e por
qual razão precisa do crédito suplementar.

- Vigência limitada ao exercício em que foram autorizados.

- Jamais passam de um ano para o outro.


- É uma exceção ao princípio da exclusividade.

- O crédito suplementar incorpora-se ao orçamento (a dotação que ele visa suplementar).

- Isso promove uma alteração quantitativa na LOA.

- Para reforço de dotação:

 Podem ser utilizados nas condições e nos limites estabelecidos na LOA (quando o
limite necessário é menor que o limite máximo estabelecido na LOA)
 Podem necessitar de Lei Específica autorizando-os (quando o valor está acima
dos limites autorizados na LOA)

Créditos Especiais

- São utilizados para despesas em que a LOA não tenha dotação orçamentária específica.

- É uma despesa que não foi prevista.

- Também são autorizados por Lei.

- Mas não há a possibilidade de ter a autorização na LOA.

- A autorização sempre se dará por lei específica

- Após autorização legal são abertos por meio de Decreto do Executivo.

- Também dependem da existência de recursos disponíveis e da prévia justificativa.

- Eles podem ultrapassar o exercício em que foi autorizado (exceção ao princípio da anualidade).

- Se eles forem aprovados nos últimos 4 meses do exercício financeiro (a partir de


Setembro) e não forem integralmente utilizados até o fim do exercício financeiro, eles
podem ser abertos no exercício seguinte.

- Isso ocorre justamente porque eles não são incorporados da LOA.

- A alteração realizada por esse crédito é qualitativa. É uma mudança no conteúdo da LOA e não
na quantidade da dotação orçamentária.

- Reforço de crédito especial: Caso o crédito especial seja aprovado e, no meio do seu uso,
perceba-se que ele não será suficiente, o reforço do crédito (aumento da quantia) deve:

- Ou seguir a regra de reforço de crédito presente na lei específica que autorizou o


crédito
- Ou abrir um outro crédito especial para complementar o crédito que não foi suficiente
(no caso de inexistência de regra sofre o reforço de crédito especial).

- Nunca se deve usar um crédito suplementar para reforçar um crédito especial.

Como funciona a transferência dos créditos suplementares e especiais?

Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos


suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do
Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em
duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, 9.

- Esses valores são sempre repassados até dia 20 de cada mês.

Créditos Extraordinários

Destinados a despesas urgentes e imprevisíveis (guerra, comoção interna ou calamidade


pública)

Não dependem da existência de recursos disponíveis

- Não é necessário indicar recurso para cobrir a despesa

- É facultativo, pode ou não indicar o recurso para cobrir a despesa

Abertos por Decreto do Poder Executivo, dando imediato conhecimento ao Poder Legislativo
(não precisa de autorização legislativa).

- Na União, o crédito extraordinário é aberto por Medida Provisória, e não por Decreto.
(Art. 62 da CF: Em caso de relevância e urgencia, o Presidente da República poderá
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao
Congresso Nacional)

Possibilidade de vigência ultrapassar o exercício em que foi autorizado (igual o crédito especial –
abertura os últimos 4 meses do exercício e não ser integralmente utilizado no ano).

Não depende de LEI, porque é aberto direto por um ato do Poder Executivo

Conserva a sua especificidade, promovendo uma alteração qualitativa

- Não é incorporado na LOA

O reforço de um crédito extraordinário pode se dar por duas formas:


1. Segue a regra do ato que abriu o crédito. OU
2. Por meio de abertura de um outro crédito extraordinário, e não por meio de um crédito
suplementar.

“A Qualy é especial e extraordinária”: A alteração qualitativa acontece no crédito especial e


no crédito extraordinário.

- A Lei de Conversão da Medida Provisória, não convalida os vícios da medida provisória (se
a medida provisória tiver vícios, a Lei de Conversão não irá convalidar – autorizar – esses
vícios).

- Para abertura de crédito extraordinário é necessária que a situação seja URGENTE E


IMPREVISTA. Não pode ser só urgente, ou só imprevista, precisa constar as duas
características na situação.

FONTES DE ABERTURA DE CRÉDITO ADICIONAL

Fonte de abertura de crédito adicional é diferente de fonte de abertura de emenda parlamentar.

- Emenda Parlamentar: uma forma pela qual o parlamentar altera o orçamento do PROJETO,
durante a aprovação do projeto. Válida somente para o Projeto de LOA.

- A única fonte de recursos para emenda parlamentar é a anulação de despesas


presentes no projeto.

- A única forma do parlamentar conseguir recurso para emenda parlamentar do PLOA é


anulando uma despesa prevista no PLOA para “pegar” o orçamento daquela despesa.

- Crédito adicional: Forma pela qual alteramos o orçamento durante a sua execução.

Existem 6 fontes de abertura para Crédito Adicional.

1. Superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior.


a. Diferente de superávit patrimonial, e diferente de balanço financeiro.
b. Sempre referente ao exercício anterior, não ao mês anterior.
i. Superávit financeiro: Diferença positiva entre o ativo financeiro e o
passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais
transferidos e as operações de crédito a eles vinculadas.
ii. SF = AF – PF – Cat + Ocv (Cat: Créditos adicionais transferidos – são os
créditos especiais e extraordinários que foram reabertos naquele
exercício / Ocv: Operações de Crédito Vinculadas – “bancam”, financiam a
operação de crédito adicional transferido)

2. Os provenientes de excesso de arrecadação


a. Quando a arrecadação é maior do que a prevista.
i. Entende-se por excesso de arrecadação o saldo positivo das diferenças
acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada,
considerando-se, ainda, a tendência do exercício.
ii. Para o fim de apurar os recursos utilizáveis, provenientes de excesso de
arrecadação, deduzir-se-á a importância dos créditos extraordinários
abertos no exercício.
iii. EA = Ra – Rp – Cea +/- (T) > Ra: Receita arrecada Rp: Receita prevista
Cea: Créditos extraordinários abertos no exercício T: Tendência de
arrecadação do exercício.
iv. Se a tendência de arrecadação for positiva, ela será somada ao cálculo, se
for negativa, será reduzida.
v. Os créditos extraordinários REABERTOS não contabilizam para excesso de
arrecadação, somente para superávit.
vi. O excesso de arrecadação será apurado mês a mês, se já tiver um excesso
de arrecadação antes do fim do exercício financeiro (por exemplo,
excesso de arrecadação no mês de Junho), já é possível utiliza-lo para
abrir crédito adicional no mês seguinte (Julho, por exemplo).
vii. Pode-se dizer que o excesso de arrecadação é apurado líquido da
importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.

3. Os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos


adicionais, autorizados em lei.
a. A anulação não precisa ser total, pode ser meramente parcial. Recaí tanto sobre
dotações orçamentárias, quando sobre créditos adicionais.
b. Posso anular um crédito adicional para abrir outro crédito adicional.

4. O produto de operações de crédito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite


ao poder executivo realizá-las.
a. Empréstimos, financiamentos e etc.

- Essas 4 fontes estão na lei 4.320/64.

Outras fontes para abrir créditos adicionais:

5. CF/88 – Recursos sem despesas correspondentes


a. Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei
orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes, poderão ser
utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com
prévia e específica autorização legislativa.
i. Não é fonte para crédito extraordinário, porque nesse caso precisa de
autorização legislativa. No extraordinário nem tem necessidade de
autorização legal.
6. DL 200/67 – Reserva de Contingência
a. Sob a denominação de RESERVA DE CONTINGÊNCIA, o orçamento anual poderá
conter dotação global não especificamente destinada a determinado órgão,
unidade orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão
utilizados para abertura de créditos adicionais.
b. É aquela “poupança” que o poder público tem na Lei Orçamentária. É
determinado no PLOA e depois de aprovada, consta no LOA.
c. Pode anular parte da reserva de contingência para transformar no crédito
adicional necessário.

As seis fontes de abertura de crédito adicional formam a ROSERA

R – Recurso sem despesa Correspondente (somente créditos suplementares e especiais)

O – Operações de Créditos

S – Superávit Financeiro do Balanço Patrimonial Anterior

E – Excesso de Arrecadação

R – Reserva de Contingência

A – Anulação Total ou Parcial da Dotações ou créditos adicionais

- Não são todas as fontes que estão na Lei 4.320.

- Todas as fontes de recurso são fontes autônomas, não dependem uma da outra, não
influenciam uma nas outras (ou seja, não faz sentido adicioná-las às fórmulas).

- Existe uma fonte específica para um tipo de crédito:

- A Reserva do Regime Próprio de Previdência do Servidor poderá ser utilizada durante o


exercício, caso necessário, par abertura de créditos adicionais, com o objetivo de
atender a compromissos desse regime.

Observações:

1. Se tem aumento do valor global do orçamento nos seguintes casos (valor total do
orçamento):
a. Excesso de arrecadação
b. Superávit Financeiro apurado em Balanço Patrimonial do Exercício Anterior
c. Na operação de crédito

2. Quando utilizo reserva de contingência, recurso sem despesa correspondente ou


anulação parcial de dotações, não aumenta o valor global do orçamento.

3. Operações de crédito por antecipação de receita orçamentária (ARO): Não é fonte de


recurso para abertura de crédito adicional.

4. Cancelamento de restos a pagar não é fonte. Somente pdoerá ser utilizado como fonte
no exercício seguinte ao do cancelamento quando de tal anulação resultar superávit
financeiro.

5. Despesas contingenciadas não são fontes de recursos

a. Limitação de empenho não é cancelamento de despesa. É reter as despesas por


um tempo até que a arrecadação volte ao normal.

6. Economia de despesa não é fonte de recursos


a. A diferença entre a despesa fixada no orçamento e empenhada no exercício.
b. Tinha que gastar 1 milhão, mas gastei só 800.000, economizei 200.000, essa
economia não será fonte de abertura.
c. A economia de despesa pode resultar em anulação de cotação ( por exemplo,
não utilizei os 200.000 de dotação, posso anular essa dotação para abrir crédito
adicional por meio de fonte de anulação de dotação orçamentária).

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