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Índice

Barriga de Aluguel do Bilionário Irlandês

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

OUTRA HISTÓRIA QUE VOCÊ PODE GOSTAR

Casada com um Príncipe Rico

Prólogo

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito
Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Epílogo
Barriga de Aluguel do Bilionário Irlandês

Por Ciara Cole

Todos os Direitos Reservados. Copyright 2016-2017 Ciara Cole.

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Capítulo Um

Este seria o maior passo que Logan já havia dado em seus trinta e poucos anos. Por isso, não
foi surpresa que, considerando-se toda a triagem envolvida, tenha escolhido uma abordagem muito

prática. Ele queria ser totalmente meticuloso em relação a de cada aspecto de sua decisão de se
tornar pai.
Centenas de mulheres haviam se candidatado para o posto anunciado e, depois de semanas
de seleção, sua equipe tinha chegado a uma lista com as dez melhores. Cada mulher tinha seus

encantos e pontos fortes individuais. No entanto, para Logan, a maioria se parecia muito com belas
bonecas de plástico em tamanho natural – cabelos loiros ou escuros, pernas longas, algumas com
traços aprimorados cirurgicamente. De algum modo, uma mulher se destacou para Logan de uma
forma que ele não conseguia definir.
Poderia ter a ver com a plenitude que conseguia detectar em sua aura? Ele acariciou seu
lábio superior enquanto via as fotos e vídeos da candidata chamada Cara. Ela era uma das duas
mulheres que tinham chegado ao seu “top 10”.
Ela era a única que parecia ter uma aparência mais natural. Sem maquiagem, sem ar
pomposo ou acessórios da moda. Não parecia ser o tipo que se preocupa com sofisticação.

Tinha a pele bronzeada, olhos castanhos e covinhas. Ela era perfeita.


***

Duas semanas atrás, Cara estava em uma cafeteria olhando para os anúncios no quadro de
avisos. Ela tinha dormido no ônibus na noite anterior e estava preocupada com quanto tempo seu
dinheiro iria aguentar. Precisava trabalhar e de um lugar para ficar — mas não imaginava como
as coisas chegariam tão facilmente até ela.
Foi um anúncio que despertou seu interesse: Procura-se atriz aspirante. Deve ter de 25 a 28
anos, saudável, sem drogas ou álcool. Disposta a fazer suas próprias cenas de dublê. Deve ser capaz
de se comprometer com uma programação de produção de um ano. Discrição é primordial. Envie um

e-mail para receber instruções para o teste.

Cara não sabia nada sobre atuar. Seu principal talento era a pintura, e ela tinha até trazido
alguns pequenos quadros consigo, que esperava vender. Mas sem um lugar para chamar de seu

para trabalhar, ela não esperava produzir mais. Era por isso que precisava muito conferir aquele
anúncio intrigante. Era a sua única esperança.
Naquele mesmo dia, respondeu ao anúncio e foi convidada para ir até uma mansão que
parecia saída de um set de filmagem. Era fabulosa. Cara não conseguia contar o número de

mulheres que via passando pelas portas enquanto esperava numa grande sala de recepção. Havia
câmeras por toda parte, e as pessoas que pareciam encarregadas estavam vestidas em tom
corporativo. Cara olhou em volta para as outras candidatas, mas ninguém parecia interessada em
conversar com ela – talvez porque parecesse uma sem-teto, enquanto as outras parecessem ter
acabado de sair de uma sessão de fotos glamourosa.
Bem, estar na estrada durante o último mês dificilmente daria a Cara a inclinação de se
preocupar com a manutenção de uma aparência na moda. Ela desejava, no entanto, que tivesse
tido o auxílio de pelo menos um brilho labial ou mesmo um pouco de talco em pó.
Cara suspirou e encolheu os ombros. Não tinha expectativas, mas se sentiu animada olhando

para toda aquela atividade. Talvez aquele fosse algum reality show sendo criado? A casa incrível,
as câmeras e os ocupados assistentes trabalhando — e depois, naturalmente, as dezenas de
mulheres bonitas que esperavam para serem chamadas para as áreas internas. Cara havia
assistido TV o suficiente para alimentar sua imaginação e se perguntou se aquele seria um
daqueles programas cafonas em que alguma celebridade alegava estar em busca de uma noiva
ou de romance.
Cara riu da possibilidade. Bem, nesse caso, poderia muito bem ir embora porque não havia
chance de alguém escolhê-la para algo do tipo.
Mas talvez estivesse com sorte.
Tinha sido convidada a preencher um formulário quando chegou, e logo ouviu chamarem o

seu nome. Quando saiu, cinco minutos depois, tinha um grande sorriso no rosto. Tinha sido escolhida!

Bem, tinha sido pelo menos pré-selecionada. Agora, uma assistente sorridente a estava levando
para o que seria seu alojamento.

"A seleção está em andamento, portanto precisamos de você aqui durante os próximos dias
— apenas para realizar alguns testes e algumas atividades", informou a assistente amigável, que
se identificou como Jessie. Ela guiou Cara até o elevador e elas se dirigiram para o terceiro andar.
"Você vai ficar neste andar, com as outras vinte e quatro candidatas pré-selecionadas. Terá

de compartilhar o quarto com duas outras mulheres. Isso seria um problema?"


Cara piscou e seus olhos se arregalaram. "Oh, não há problema algum. Você está dizendo
que eu vou ficar durante os próximos dias?"
"Talvez até uma semana, com todas as despesas pagas, é claro", disse Jessie, radiante.
Cara teve que reprimir um grito. Aquilo tinha que ser um sonho, então ela se beliscou para
ter certeza. Ai. Ok, ela definitivamente não estava sonhando.
Ela só tinha que descobrir o que era aquilo e até onde ela estava disposta a ir. Então, ela
tentativamente perguntou à simpática Jessie do que se tratava todo aquele mistério.
"Não se preocupe, se você passar para a etapa final receberá todos os detalhes. Até lá, a

maior parte das informações será mantida em segredo, para garantir maior discrição, privacidade
e segurança. Espero que você entenda."
Aquilo parecia assustador, mas Cara não estava em posição de ser exigente.
E, no entanto, nunca em seus sonhos mais loucos teria imaginado aquilo em que tinha se
metido. Em duas semanas, ela se encontraria não apenas entre as “top 10”, mas também sendo
escolhida finalmente entre todas aquelas mulheres impossivelmente bonitas e atraentes.
Quais eram as probabilidades? Ela ainda não podia acreditar que tudo não era uma piada
doentia, nem mesmo quando foi levada em uma viagem de vários mil quilômetros, de primeira
classe, para conhecer seu empregador. Uma limusine a pegou do aeroporto e, quando chegou a
uma propriedade impecável, cheia de árvores, gramados e com uma casa no centro, ficou

admirada.

Ah, outra mansão. Que legal. Se ela precisava de uma casa segura onde seu ex-namorado
louco nunca pudesse encontrá-la, não poderia ter escolhido um local melhor, pensou Cara. Mas

quão segura poderia esperar que essa casa fosse, quando ela ainda nem imaginava o que
esperava por ela?
Ela não sabia o que a havia levado a aquele ponto em todo o processo. Tinha visto o tipo
de mulheres que tinham respondido ao mesmo anúncio e realmente não tinha condições de competir

com elas. Então, por que estava ali? Por que ela?
Ela teria a chance de fazer essa pergunta ao homem por trás de tudo, quando finalmente
ficou cara a cara com ele, poucos minutos depois de sua chegada. Foi levada a uma biblioteca
majestosa, cheia de livros. Atrás de uma escrivaninha enorme havia uma figura de terno, que se
levantou quando ela entrou, conduzida por uma secretária silenciosa. Até agora, Cara estava
longe de estar à vontade, e até se sentiu nervosa. Mas então olhou para o homem em frente a ela
e esqueceu de se preocupar com seus nervos. Abriu e fechou os olhos várias vezes, apenas para
ter certeza do que estava vendo. Caramba. Quem diabos era aquele cara?
Ele era incrivelmente lindo. Cerca de 1,82 de altura, ombros largos, com um corpo compacto

que combinava com seu terno perfeitamente sob medida. Olhos verdes, cabelos castanho-claros, e
com um pouco de barba em seu maxilar. Ele parecia uma estrela de cinema, com a medida certa
de aspereza em suas maçãs-do-rosto e seu queixo. Seus lábios, no entanto, só podiam ser
chamados de suculentos. Cara olhou fixamente, sentindo as primeiras agitações de atração física
dos últimos dois anos. Nem mesmo sua história recente com seu ex tinha dado a ela tanto frio na
barriga.
Ele abriu a boca e disse seu nome. E perguntou se ela estava pronta para ouvir sua
proposta.
Cara decidiu que não se importaria em ouvir qualquer coisa sair daquela boca sexy,
naquele lindo sotaque irlandês. Era certamente inesperado ouvir como ele falava, mas aquilo

simplesmente acrescentou mais enigma ao homem. Quem era ele e por que estava ali dentro

daquela mansão isolada? E o que diabos iria querer com alguém como ela?
"Bem, senhor, então vamos ouvir", disse ela, afundando-se na cadeira mais próxima.

"Você pode me chamar de Logan".


Ela ergueu as mãos. "Certo, Logan. Qual é o lance? Eu sei que isso não tem nada a ver com
um trabalho de atuação. Eu nem mesmo fui apresentada a algum tipo de papel, e, em vez disso,
eles fizeram exames médicos, e eu fui entrevistada sobre cada aspecto do meu histórico. Para o

quê estou me inscrevendo? Não que eu tenha concordado em assinar algo — ainda."
Ele a deixou seguir em frente com sua conversa e, quando teve certeza de que ela tinha
esgotado o assunto e deixaria que ele falasse, fez uma pausa dramática. Em seguida, expressou
claramente: "Preciso de uma barriga de aluguel para o meu bebê."
***

Aquilo era a última coisa que Cara esperava ouvir.


"Você sabe o que é uma barriga de aluguel, não é?" Logan perguntou quando ela apenas
olhou para ele.

"Claro que sei", respondeu ela, recolhendo sua atenção dispersa. Seus nervos enlouquecidos
estavam de volta, fazendo com que ela se agitasse em seu assento, como se sentisse algo
rastejando por todo o corpo. Não podia acreditar que havia permitido que a arrastassem por
milhares de quilômetros para aquela piada.
"Se é disso que se trata, então parece que desperdiçamos o tempo um do outro", disse Cara,
da forma mais calma que conseguiu, quando tudo o que queria fazer era correr gritando para
fora daquele lugar — fora daquela casa. Ele devia ser louco!
Bem, havia algo rústico nele, como um Jason Statham mais jovem e mais sexy e, sinceramente,
não parecia ser louco.
"Por que você não me deixa explicar melhor para poder decidir?" Logan perguntou, ao

escolher ocupar a poltrona vintage à sua esquerda.

Cara se contorceu, cerrando os punhos e relaxando os joelhos, como se quisesse agir de


forma razoável. Forçando uma gargalhada, ela respondeu: "Estou tentando decidir se estou

realmente curiosa o suficiente para querer ouvir o que você tem a dizer".
"Então me deixe atrair seu interesse: um ano, dois milhões de dólares, três regras."
Cara estava hipnotizada por seu sotaque irlandês e pela forma com que suas palavras
conseguiram realmente despertar seu interesse. "Estou ouvindo", ela soltou, com a garganta

apertada pela tensão.


"Por um ano, você vai viver em minha casa, com todas as despesas pagas, e com uma
mesada adequada até o bebê nascer. Quando isso acontecer, você receberá dois milhões de
dólares. Em adição a isso, você terá como objetivo aderir a três principais estipulações: abster-se
de álcool e drogas, submeter-se a cuidados médicos adequados e cuidar da segurança pessoal
durante todo período em que carregar o bebê. E, em terceiro lugar, você deve manter todo o
acordo de forma altamente confidencial, sem exceções".
Cara olhava para ele o tempo todo. No entanto, ele não parecia perturbado por seu
escrutínio, nem por sua próxima pergunta. "Há algum motivo especial para fazer isso? E por que

você me escolheu?"
"Por que estou fazendo isso?" Uma pequena inclinação curvou seus lábios — seu primeiro
sorriso. "É porque eu gosto de controle."
Cara poderia imaginar. Aquela energia de liderança que emanava dele fazia com que ela
sentisse que ele era um homem que costumava fazer as coisas de seu modo. Mas ela se absteve de
fazer qualquer comentário enquanto ele continuava.
"Simplificando, eu estou em um ponto em minha vida em que quero me planejar para o
futuro, e isso inclui um herdeiro. Eu nunca estive em um relacionamento romântico de longo prazo, e
quanto ao que penso sobre casamento — vamos apenas dizer que não sou um fã dessa instituição.
Acho difícil me relacionar com as mulheres em geral e decidi que uma maternidade de aluguel

seria perfeita para as minhas necessidades."

Ele se levantou com fluidez, suas roupas e tudo nele parecia se mover tão perfeitamente, que
era como se estivesse fundido à sua força elementar. Andou pelo elegante piso de madeira, seus

olhos nunca se afastando da atenta Cara.


"Agora, quanto à sua segunda pergunta — por que escolhi você, Cara Stiles. Por que você
acha que eu fiz isso?"
Ela encolheu os ombros. "Eu não posso adivinhar."

"Eu simplesmente tenho uma boa intuição em relação a você, e sempre sigo meus instintos."
Cara podia acreditar nisso; podia sentir algo primitivo em relação àquele homem que
chegava até ela em um nível subliminar. Cara veio de uma família de classe média, mas nunca se
deu bem com eles. Era muito pouco convencional. Seu gosto artístico e seu temperamento entraram
em conflito com sua energia ilimitada, e assim estava constantemente procurando algo para fazer.
Quando forçada a se sentar de forma imóvel, ela se mexia e remexia sem parar.
Ela estava focada em sua arte sem muita sorte, e tinha acabado de deixar um
relacionamento abusivo. Agora seu ex a estava perseguindo, e ela estava na estrada, procurando
um lugar onde pudesse se esconder por um tempo, até que ele seguisse em frente.

Cara sabia que nem sequer poderia contar para a família onde estava, porque seu ex
sabia exatamente como tirar informações deles. Mas o fato de ela estar se escondendo e
desesperada a tornaria tola o suficiente para topar o que aquele lindo estranho estava lhe
oferecendo?
"Eu sinto que você sabe muito sobre mim, e ainda assim eu realmente não sei nada sobre
você. Quem é você realmente?", ela perguntou, franzindo a sobrancelha.
"Eu sei o suficiente sobre você para acreditar que você vai fazer bem para o que eu
proponho", disse Logan levemente. "Mas se houver alguma coisa que eu tenha perdido, qualquer
coisa, você vai me dizer, não vai? Porque eu não gosto de segredos, Cara.
Seu nome nos lábios dele lhe causava um arrepio prazeroso e estranho na espinha. Cara

escondeu um estremecimento e inalou profundamente. Aquele cara rico possivelmente não tinha

ideia de que ela tinha tido que fugir de um namorado abusivo, e que isso a havia deixado sem
casa e sem grana. Por alguma razão, Cara não estava disposta a revelar tanto sobre si mesma.

Não quando nem sequer tinha certeza de que concordaria com qualquer coisa.
"Eu não fiz nada do que me envergonhe", disse ela honestamente. "Você não precisa se
preocupar."
"Você também não precisa se preocupar comigo", veio sua resposta suave. "Você poderia

descobrir a maioria das coisas sobre mim na internet."


"Você é famoso?"
"Sou rico", disse Logan secamente. "Muito rico. Um dos cinco CEOs de origem irlandesa mais
ricos do país. Minha empresa de software, que comecei quando tinha vinte e cinco anos, agora vale
bilhões. Para um observador, pode parecer que sou excêntrico, por tomar essa decisão para ter
um herdeiro, mas se você me conhecer melhor, verá que escolhi a alternativa mais razoável. Meu
bebê, meus termos. Você simplesmente precisa passar pelos procedimentos necessários, e por nove
meses garantir que você mantenha a si mesma e a gravidez saudável uma vez que conceber. E
então estará livre para seguir seu caminho, enquanto que eu fico com meu herdeiro".

"Parece tudo bem programado", murmurou Cara. Sua mente estava agitada como uma bola
de pingue-pongue enlouquecendo em sua cabeça. "Mas eu ainda preciso pensar em tudo. Nove
meses a um ano presa a uma gravidez não é exatamente uma piada. Meu corpo e minha mente
vão passar por um monte de experiências que eu nunca tive antes. Como você já deve saber, eu
nunca estive grávida antes. Não sei o que é ser mãe".
"Você não precisa se preocupar com a responsabilidade. Tudo isso será tirado de você assim
que o bebê nascer. Deixe tudo comigo".
Cara mordeu o lábio inferior e lentamente encarou aquele intenso olhar verde. Havia algo
de sólido e autêntico nele. Talvez fossem aquelas linhas finas gravadas em sua bela pele
bronzeada, em torno de seus lábios e olhos. Ele era intimidadoramente bonito, fantasticamente rico

e repleto de presença e apelo masculinos. Poderia ter qualquer mulher que quisesse implorando

para ser a mãe de seus filhos. No entanto, ele escolheu aquele modo extremamente incomum,
porém privado, com o qual a também não convencional Cara poderia se identificar.

"Preciso de um tempo para pensar sobre isso", ela repetiu.


"Você tem três dias", ele disse rapidamente, dirigindo-se para a porta que abriu para ela.
"Estarei fora da cidade por esse tempo a negócios. Quando voltar, vou precisar da sua resposta
ou vou simplesmente passar para a próxima candidata. Quando decido fazer algo, não gosto de

ficar perdendo tempo. Você está livre para ficar aqui enquanto pensa sobre minha proposta.
Minha assistente Meg cuidará de tudo que você precisar".
Como num passe de mágica, a silenciosa Meg apareceu na porta de repente, esperando por
ela. Cara se levantou de seu assento com os joelhos trêmulos e conseguiu caminhar até a porta. Mal
olhou para Logan, já que não tinha certeza de que conseguiria lidar com o olhar direto de um
homem tão magnético. Ela não entendia por que ele a fazia se sentir daquele jeito, mas resumia
isso a uma simples reação homem-mulher. Se ele também sentia, ela não conseguia dizer. Só sabia
que seria perigoso continuar seguindo essa linha de pensamento.
Capítulo Dois

Como uma garota de uma cidade pequena da Georgia se meteu em algo assim? Cara se
perguntaria isso uma e outra vez durante os próximos dois ou três dias.

Cara tinha vinte e cinco anos e costumava ser terrivelmente tímida. Ela literalmente corava
sempre que alguém lhe fazia elogios, já que se sentia envergonhada. Quando se mudou de sua
cidade natal para uma cidade que era cinquenta vezes maior, ficou apavorada. Tinha sido fácil
demais ceder às investidas do charmoso Jude, seu ex-namorado, com quem ela havia namorado

por quatro anos antes de terminar com ele, há um mês.


Jude tinha sido seu único amante ela não gostava nada de fazer sexo com ele. Ele não fazia
esforço algum para fazê-la apreciar o ato e às vezes até doía, de uma forma ruim. Ela tinha
aturado toda essa situação, além dos abusos físicos, desde que tudo começou, por mais de um ano,
até que decidiu que era hora de parar de aceitar, criar juízo e ir embora.
Agora, ela se movia da cama do espaçoso quarto de hóspedes até o espelho. Viu sua figura
de 1,70 com seios fartos e barriga negativa. Seu quadril tinha um tamanho generoso e encaixava
perfeitamente em sua calça jeans. Ela imaginou como ficaria grávida – e suspirou, virando-se para
o lado para ver seu bumbum redondo e suas panturrilhas definidas. Ela sabia exatamente para

onde iria todo o peso que ganharia com uma gravidez.


Então seu sorriso desapareceu quando ela percebeu o que estava contemplando. Ela
realmente iria fazer isso? Parecia um belo de um acordo — viver sem ter de pagar aluguel por um
ano e naquela mansão maravilhosa — e tudo o que tinha de fazer era carregar na barriga uma
criança irlandesa. Bem, se o homem estava feliz com a ideia, ela também ficaria. Nunca tinha se
imaginado carregando o bebê de algum bilionário misterioso. Passava horas todos os dias, desde
que tinham se encontrado, vasculhando na internet por qualquer coisa sobre Logan Shane.
Ele tinha um passado nada limpo. Ela definitivamente estava certa sobre o ar mais rústico
por trás de todo aquele aspecto urbano. Aqueles olhos verdes e frios guardavam tanta escuridão

e perigo que dava para saber que ele era encrenca.

De acordo com seu perfil, apresentado em algumas revistas masculinas e mesmo em algumas
das maiores publicações de estilo de vida, ele era um exemplo perfeito de alguém que conseguiu

tudo da noite para o dia. Agora ele estava envolvido com os principais softwares, o que
significava que ele era quem devia ser procurado quando o assunto era qualquer coisa de jogos
de última geração até os gadgets mais modernos.
Cara suspirou e lentamente se despiu, e, da mesma forma descontraída, seguiu até aquele

banheiro elegante e impecável. Preparou um banho de espuma quente e afundou nele com um
suave gemido. Porra, ela sentia falta do luxo de um banho ou ducha quente. Fez questão de
aproveitá-los a cada momento que podia desde que chegou. A mansão contava com uma equipe
de três para atender Cara, ou seja, o chef, a empregada e o mordomo. Como a superdiscreta
Meg, eles sabiam como ficar fora de vista e eram bons em aparecer apenas no momento em que
seriam necessários. Se Cara escolhesse ficar e seguir adiante no papel de barriga de aluguel,
faria o seu melhor para mudar a atmosfera do lugar. Ela não gostava de tanto silêncio, isso a
deixava hipersensível.
Não, Cara não gostava de silêncio ou inatividade. Ela se dava bem em um ambiente ativo e

só de imaginar ficar fechada lá dentro, mesmo com todo o conforto fornecido, começou a pensar
com cautela. Mas todo aquele dinheiro era bom demais para deixar passar. Ela teria de vender
toneladas de quadros antes que pudesse sonhar em chegar a uma fração de toda aquela quantia.
Ela já havia feito a pesquisa necessária para entender melhor, sabendo exatamente o que
significaria uma barriga de aluguel legal e subjetivamente. Parecia que celebridades e pessoas
comuns usavam barrigas de aluguel o tempo todo, mas principalmente quando tinha a ver com
problemas de fertilidade. Uma imagem do superviril Logan Shane veio em sua mente e, de algum
modo, Cara seriamente duvidou que ele tivesse problemas nesse sentido. As coisas possivelmente
eram como ele lhe havia dito e ele estava fazendo as coisas daquela forma para evitar a
necessidade de uma namorada ou esposa para lhe proporcionar o herdeiro desejado.

Ela brevemente também se perguntou se ele era gay, mas depois rejeitou essa ideia também.

Não conseguia dizer como poderia ter tanta certeza, mas algo lhe dizia que Shane era bem
hétero. Ele simplesmente tinha aquele olhar que a deixou derretendo. Nem por um segundo

imaginou que ele tivesse qualquer interesse sexual ou físico nela, mas sem dúvida ele estava bem
consciente de seus encantos. Cara era mulher e vaidosa o suficiente para saber que ele não tinha
nenhum problema algum com o que viu.
O bom é que não seria preciso nenhum contato físico. Qualquer fecundação necessária seria

feita em uma clínica especializada, graças a Deus, porque Cara tinha a intenção de ficar
totalmente longe dos homens durante o maior tempo possível. Quatro anos presa a um
relacionamento estagnado lhe haviam ensinado algumas coisas, como o fato de que ter um homem
não era a resposta para todos os seus problemas, nem mesmo para alguns deles.
Talvez o hiato da gravidez fosse exatamente o que precisava, para manter sua mente
completamente longe de tudo o que tivesse a ver com romance ou um novo relacionamento. Ver
uma gravidez como uma distração necessária parecia algo impróprio, mas Cara estava
simplesmente se atendo aos fatos. Aquele plano de barriga de aluguel podia ser exatamente do
que sua vida precisava naquele momento. Então como seria?

***

Cara foi levada para a sala de jantar íntima e extremamente elegante onde Logan estava
esperando.
Desde que ouviu que ele tinha voltado e que jantaria com ele aquela noite, ela passou o dia
inquieta. Ficou surpresa quando a assistente apareceu em seu quarto horas antes, para escolher
uma roupa para ela vestir. Cara podia admitir que quase não tinha nada em seu guarda-roupas
escasso para usar em um jantar gracioso com um bilionário, então se sentiu tocada por como Logan
podia ser atencioso.
Não que por um segundo sequer ela acreditasse que ele era um santo. Cara podia ler a

malícia em sua testa e sabia que não deveria se iludir com aquele tipo de homem. Só porque ele

queria ter um bebê, não queria dizer que ele não era o magnata implacável que todos bem
conheciam.

No entanto, quando entrou e o viu, Cara sentiu seu estômago se sacudir de uma maneira
estranha. Ele olhou para ela, e seus olhos verdes pareciam estreitar e brilhar. Algo se acendeu
entre eles, alterando o tempo e o espaço até que Cara se sentiu abalada... Levada de volta aos
tempos antigos, quando os homens viam suas mulheres como presas, a serem reivindicadas tão

facilmente quanto capturá-las e jogá-las por cima do ombro.


Por uma fração de segundo, Cara imaginou o que significaria ser reivindicada por um homem
como Logan Shane; ser possuída por ele. Isso a fez ofegar de forma inaudível. De todos os
pensamentos tolos que tinha tido sobre ele desde que se conheceram, aquele definitivamente era o
mais perigoso, o mais indecente de todos.
***

Com seu rosto oval e macio, seu corpo magro e curvilíneo e seus cabelos castanhos escuros e
presos... A companheira de jantar de Logan apareceu em um belo vestido evasê bege, acima do

joelho. Deslumbrante.
Logan não esperava gostar tanto assim daquela roupa nela, e se sentiu satisfeito consigo
mesmo por escolhê-la. Embora não pudesse se considerar um especialista em mulheres, sabia
algumas coisas e, para ele, Cara realmente fazia justiça ao vestido. Mais uma vez, ele foi
lembrado de como ela era bonita, mesmo quando não estava realmente se esforçando. Por que ele
havia achado isso a coisa mais atraente dela?
Ei, homem, deixa disso, pensou Logan. Ele se levantou quando Cara chegou até a mesa e a
ajudou galantemente com sua cadeira. "Você está adorável", disse ele, e quase podia jurar que ela
parecia tremer. O vestido era muito leve? Ela estava com frio? Ele tinha escolhido a pequena sala
de jantar, em vez de qualquer outro cômodo da casa, imaginando que ela ficaria mais confortável.

"Está tudo bem?", ele perguntou, encontrando seu olhar enquanto ela olhava por cima do

próprio ombro em direção a ele. De repente, ela sorriu amplamente – e, com o branco
deslumbrante contra sua pele bronzeada, e a forma como iluminou seus deslumbrantes olhos

castanhos, Logan novamente teve que se recuperar de pensar em como ela o atraía. Ele nunca
tinha conhecido alguém como Cara antes.
"Estou apenas nervosa", ela disse, com aquele sorriso inocente tendo o efeito inesperado de
fazer Logan querer sorrir de volta.

"Não fique. A comida de Gina é lendária, e, na verdade, ela é uma personal chef
renomada", disse Logan, que se surpreendeu por fazer uma piada, agindo como se fosse a comida
que a estivesse preocupando. Claro, ele sabia que não era isso, e que o nervosismo tinha mais a
ver com a decisão sobre a maternidade de aluguel. Logan estava interessado em saber a
resposta, mas antes queria tranquilizá-la. "Apenas relaxe", acrescentou. "Nós simplesmente temos
que apreciar a comida, nada mais. Discussões e coisas do tipo podem vir mais tarde."
"Parece uma boa", respondeu Cara, embora se divertisse um pouco com o fato de Logan
imaginar que o que a havia deixado nervosa tivesse sido a ideia da barriga de aluguel. Ele não
podia adivinhar que tinha um efeito intenso sobre as mulheres? E, na verdade, possivelmente as

deixava sem fôlego e suando frio como Cara estava se sentindo naquele momento.
Era a forma como o seu corpo alto e de ombros largos combinava com seu terno, e o quão
impecáveis pareciam sua camisa e gravata. A pele bronzeada de sol e aquela linda barba ainda
por fazer em na mandíbula faziam com que Cara desejasse percorrer os dedos sobre ele, para
sentir sua pele.
Cara sabia que ter qualquer pensamento sexual sobre Logan não seria adequado. Nunca
poderia haver nada do tipo entre eles, especialmente se ela decidisse ser sua barriga de aluguel.
Então ela sabia que devia deixar qualquer ideia física a respeito do homem no fundo de sua
mente. Com sorte, aquilo seria apenas uma fase passageira e se ela concordasse com sua
proposta, logo se adequaria à ideia de carregar seu filho e se concentrar apenas nisso.

O jantar foi realmente uma delícia. Cara apreciou cada mordida da melhor comida que já

tinha experimentado. Logan a informou que Gina estava disponível para preparar suas refeições
quando ele estivesse em casa, mas se Cara preferisse ficar e ter o bebê, então ele manteria Gina

por lá em tempo integral.


"Eu provavelmente engordaria se comesse assim todos os dias", Cara disse, com uma risada.
"Seria impossível dizer não até mesmo a uma só mordida."
"Algo me diz que quando se trata de seu bem-estar e do bebê, você vai evitar qualquer

tipo de extremos", disse Logan astutamente.


"Você está certo. Posso ser descuidada quando se trata de quase todas as coisas, mas nunca
faria nada para comprometer minha saúde ou a de uma criança".
Eles agora estavam na sala de estar depois de terminar o jantar. Cara estava andando na
frente de Logan e então e virou para encará-lo.
"Eu tomei minha decisão. Eu vou fazer isso."
Ele parou por um momento, e então sacudiu a cabeça. "Fico feliz. Uma vez que resolvermos
os aspectos legais a respeito do prazo, das mesadas e de outros termos, podemos começar com o
lado médico das coisas. Felizmente, não vai demorar muito tempo para conceber, e, na verdade,

vou cuidar para que o maior esforço e as melhores práticas sejam utilizados para que isso
aconteça".
"Só o melhor para o herdeiro Shane, certo?" Ela disse com um pequeno sorriso. "Eu nunca
estive tão incerta sobre algo em minha vida. No entanto, eu disse que sim. Ainda não consigo
acreditar".
"Eu também não", disse ele profundamente. "Eu realmente quero muito isso. Eu pensei muito
sobre a melhor maneira de agir, e agora que encontrei a barriga de aluguel perfeita, eu senti
algumas preocupações. Por exemplo, se você faria isso ou não, se poderia seguir as regras, se o
procedimento seria bem-sucedido... Mas agora percebo que o elemento mais importante em todo
esse processo é como você se sente".

Seu olhar penetrante segurou o dela e Cara não conseguiu desviar o olhar. Ela quase sentiu

como se ele pudesse enxergar seus medos e desejos mais profundos.


"Eu disse a mim mesma que eu poderia fazer todo o meu dever de casa e resolver tudo. Isso

não deve ser algo tão difícil de lidar, certo?", Cara disse com um sorriso irônico. "Mas ainda há
aquela parte de mim que sabe que eu não sou tão sofisticada, e ainda posso ser explorada e me
machucar".
"Também me preocupei", disse Logan, sem tirar os olhos do olhar inseguro de Cara. "Eu não

estou nem falando sobre o tempo e o esforço colocados no processo de seleção inicial que a
trouxe para a Califórnia. É um acordo de barriga de aluguel amigável e essa foi uma das
principais razões pelas quais eu escolhi uma casa nessa localização logo no início do ano. Isso foi
há mais de seis meses, então você vê, eu tenho investido nisso por um tempo. Pensei em usar uma
agência, que oferece uma experiência muito mais regulamentada. Mas no fundo eu sabia que uma
vez que encontrasse a mulher em quem pudesse confiar, poderia ficar tranquilo."
Foi nesse momento que Cara soube que, de fato, Logan estava acreditando nela também...
Que ela não era uma golpista, que estava ali só para fazê-lo perder tempo e nunca ter pensado
seriamente em ter o bebê. Se alguma coisa desse errado, que recurso legal os dois teriam afinal?

Alguns estados nem sequer reconhecem contratos de barriga de aluguel, ou não tratam disso, como
Cara descobriu em sua pesquisa.
"Um passo de cada vez, Cara", disse Logan com um daqueles raros sorrisos provocadores.
"Estou disposto a levar tudo de forma tranquila para o bebê. Vou me certificar de que estamos
seguros a cada centímetro do caminho e, se em qualquer ponto você se sentir desconfiada ou
desconfortável, vamos trilhá-lo juntos."
Ele pegou a mão dela e Cara ficou tão surpresa com o gesto que arregalou os olhos para
ele, para aquelas maçãs-do-rosto e intensos olhos verdes impossíveis de ignorar. "Estou
trabalhando com o melhor médico que lidou com inúmeros casos de barriga de aluguel. Eu sei que
é a sua primeira vez como uma e até mesmo como mãe, mas se você souber que absolutamente

todos os detalhes serão tratados com minuciosa atenção e detalhe, fica um pouco mais tranquila?

Cara fez uma pausa para refletir. Ela tinha tomado tantas decisões ruins em sua vida... Mas
vendo o quão profundamente Logan se preocupava com esse acordo, o quanto ele queria, uma

nova centelha se acendeu dentro dela, fazendo-a acreditar que pelo menos uma vez poderia
fazer a diferença para alguém.
Desde o início, quando Logan lhe falou pela primeira vez sobre o acordo de barriga de
aluguel, ela sabia que sua decisão não se basearia na compensação excessivamente generosa em

forma dos dois milhões de dólares. De repente, Logan tinha dado a ela algo no que acreditar,
além de seu amor pela arte e pela criatividade. No processo de embarcar nessa aventura, Cara
poderia ter uma razão para encontrar seu lugar finalmente, depois de se perguntar por tanto
tempo onde se encaixava no esquema da existência?
Ela não saberia se não tentasse.
Capítulo Três

Logan não estava brincando quando disse que teria uma equipe de especialistas uma vez
que o processo começasse. Cara ficou espantada com o fato de que, no momento em que

finalmente elaboraram os documentos e ela foi liberada para ver a compatibilidade com Logan,
eles seguiram para a fase médica da triagem. Se conseguisse passar por isso, então viria a
inseminação artificial.
Cara teve momentos em que questionou o próprio julgamento mas, acima de tudo, só tinha

uma visão otimista de que não importava o que acontecesse, aquela era uma coisa que ela faria
até o fim.
Cara ficou quase aliviada ao descobrir que demoraria algum tempo antes do procedimento
de inseminação realmente acontecer, já que a hora seria fundamental. Mesmo que ela tenha se
mudado oficialmente para a casa de Logan e assinado o contrato, gostou da ideia de postergar o
procedimento de barriga de aluguel em si. Porque uma vez que aquilo acontecesse e ela ficasse
grávida, sabia que não havia volta.
Bem, todo aquele espaço de tempo significava que Cara e Logan ficariam um pouco
perdidos sobre o que fazer um com o outro. Ele tinha esta enorme mansão no estilo fazenda em

acres de terra com seus próprios estábulos, uma área arborizada e até mesmo um lago. Portanto,
havia muitas atividades ao ar livre, como caminhadas e passeios para manter Cara ocupada.
Mas, primeiro, ela não desperdiçou tempo algum reivindicando um dos quartos da imensa
mansão como seu estúdio. Mal podia esperar para pegar em suas tintas e pincéis novamente. Suas
mãos sentiam que tinham algo a dizer e ela precisava de um escape para os pensamentos
obscuros de sua mente.
E o melhor de tudo, agora que estava longe da influência negativa de seu ex, ela se sentia
livre pela primeira vez em meses. Agora, sinto que posso respirar, pensou Cara com um sorriso.
***

Logan andava a passos largos ao longo de seu escritório enquanto ditava para a sua
assistente. Na semana anterior, escolheu trabalhar em casa. Nenhum problema para ele,
considerando que sua empresa praticamente funcionava por conta própria e ele poderia lidar com

a maioria das coisas de qualquer local em que escolhesse estar.


Ao passar por uma das janelas, subitamente retrocedeu quando um movimento chamou sua
atenção. No segundo seguinte, ficou olhando fixamente, contemplando a vista de Cara a cavalo
circulando o cavalariço-chefe que observava e dava instruções.

Mesmo daquela distância, conseguiu captar sua linda risada, seu atraente sorriso. Logan
suspirou. Tão intrometido. Hoje ela tinha andado a cavalo, e ontem ele havia se deparado com ela
na cozinha, empolgada com a chef Gina, enquanto ela mostrava a Cara alguma nova receita
divertida.
Dessa vez ele apenas balançou a cabeça, sem saber que suas reflexões internas chamaram
a atenção de sua assistente. Ela se aproximou por trás dele e olhou para além de seu ombro, até
Cara no cavalo, dando voltas no diretor do estábulo enquanto gritava e ria.
"Eu ainda não consigo entender por que tinha que ser ela", Meg disse suavemente.

Logan bufou e se virou da janela, voltando para se sentar atrás de sua mesa. "E por que
não ela?"
Meg resistiu ao impulso de revirar os olhos. Logan gostava tanto de jogar a pergunta de
volta para a outra pessoa. "Estou pensando que vocês dois são tão... Diferentes. Ela é tão... tão..."
As mãos de Meg giraram no ar e então, naquele momento, um grito particularmente alto ecoou
pelo jardim e pela janela, o riso de Cara era inconfundível.
"Isso, assim", disse Meg, empurrando o polegar em direção à janela. "Barulhenta,
desenfreada e simplesmente tudo o que você considera instável ou fora de controle."
"Ela me desafia", Logan disse, com a voz tão baixa que Meg quase não entendeu.
"O quê? " Meg soltou um som incrédulo. "Você a considera um desafio?"

"Toda a experiência é um desafio. Sim, Cara Stiles parece indisciplinada. Ela não consegue

ficar quieta. Bem quando eu pensei que ela estaria ocupada gastando seus dias fazendo compras,
almoçando ou indo para spas e geralmente ficando fora do caminho, ela é, em vez disso, um

turbilhão em torno da casa. De repente eu me lembro que Cara não é como a maioria das
mulheres e essa é uma das razões pelas quais eu a escolhi."
"Logan, eu não estou tentando sabotar sua escolha", Meg disse o mais delicadamente que
podia. Ela conhecia seu chefe há quase tanto tempo quanto ele tinha começado sua empresa —

fazia oito anos que ela trabalhava para ele, e era uma das poucas pessoas que ele realmente
deixava se aproximar. Ela o conhecia por completo e, ainda assim, pela primeira vez, poderia
dizer honestamente que simplesmente não conseguia entender o que estava acontecendo em sua
cabeça.
Ele tinha decidido sobre a barriga de aluguel e ela implorou para que ele fizesse isso por
uma agência, ou pelo menos seguisse algum tipo de estrutura. Mas, em vez disso, ele tinha escolhido
publicar os anúncios e fazer com que mulheres aleatórias se candidatassem para algo que só
saberiam com detalhe no último minuto.
"Então o que é isso? Por que ficar perguntando quando você sabe o quanto eu planejei e

desejei isso?" Logan perguntou.


Meg suspirou profundamente. "Eu só preciso saber que ela não é apenas um caso de se ter
pena. Havia mulheres tão qualificadas quanto ela, além de mais adequadas, mas o seu complexo
de salvador o fez escolher aquela de quem você se sentia mais inclinado a melhorar a situação.”
"E se tiver mais a ver com o fato de eu saber que ela está no momento certo de sua vida
para conseguir algum foco? Que tal isso? Eu não sei exatamente por que ela estava na estrada,
sem trabalhar, e possivelmente até mesmo sem dinheiro a julgar pelo pouco que trouxe consigo,
mas sim, talvez eu tenha sentido que, se tivesse de escolher alguém, seria alguém que pudesse
conseguir alguma experiência também — e não apenas por causa do dinheiro."
"Por que você se importaria, de qualquer forma? É apenas um acordo comercial. Ou não é?"

Logan não queria pensar muito nesse assunto, antes mesmo que respondesse: "É claro que é.

Cara é uma mulher muito bonita e eu não vou fingir ser cego, mas planejo manter isso estritamente
comercial. Não a vejo como uma mulher, mas como uma barriga de aluguel".

"Claro, você está certo", disse Meg com uma risada alegre antes de ficar séria e olhar
fixamente para o chefe. "O que eu estava pensando?"
"Seja lá o que for, tire isso de sua imaginação imediatamente. Cara tem um papel muito
importante a desempenhar e eu lhe darei todo o apoio que posso como pai da criança. Eu só

quero ter uma família, e mesmo que seja só eu, sinto que é algo que estou pronto para fazer."
Meg se deteve a tempo de dizer a Logan que não era só ele. Ele também a tinha — se
reconhecesse que ela poderia significar mais do que apenas sua amiga e assistente pessoal. Por
muito tempo, ela manteve seu coração cheio de desejos sob controle. Logan tinha tido suas amantes
e casos, mas ninguém jamais havia conquistado seu coração. Meg continuava esperando por sua
chance, embora soubesse que era quase impossível esperar que Logan pudesse se apaixonar por
alguém, ainda mais por ela. Mas algo em relação a todo o acordo com Cara tinha feito Meg
suspeitar. Ela observaria aqueles dois como um falcão para se certificar de que nada pudesse
começar entre eles.

De repente, olhou pela janela e viu Cara, que no processo de sair do cavalo tinha
conseguido cair de bunda na grama. Sua palhaçada desagradável a fez rir de si mesma e fez o
cara do estábulo sorrir. E Meg também, enquanto se perguntava por que consideraria Cara uma
ameaça. Cara não tinha nada a ver com o tipo de mulher por quem Logan se interessaria
romanticamente, ou mesmo sexualmente.
"Então, acalmei sua mente?", perguntou Logan, com um sorrisinho quando viu a expressão
animada de Meg enquanto retornava para a sua cadeira, em frente à sua mesa, para pegar o
bloco de anotações e a caneta.
"Estou de acordo com tudo, contanto que você esteja", disse Meg, voltando ao seu lado
eficiente de secretária. "Uma coisa que acrescentarei, porém, é que ainda estamos a uma semana

ou duas da data do procedimento de inseminação — e nesse meio tempo, se você pensar em

mudar de ideia, vou apoiá-lo nisso também."


"Eu não vou mudar de ideia, mas obrigado pelo lembrete, Meg. Agora podemos terminar

esse relatório?"
Dois dias depois, Logan estaria se perguntando se ele realmente não estava mudando de
ideia sobre aquelas palavras confiantes...
***

Cara acordou com um delicioso cheiro de bacon, ovos e café fresquinhos. Seu estômago
imediatamente roncou em resposta, e ela percebeu que Gina devia estar preparando o café da
manhã. Cara se levantou da cama para seguir o delicioso aroma. Mas, primeiro, lavou o rosto no
banheiro, pensando no quanto amava a culinária de Gina, depois de duas semanas de delícias. A
mulher poderia fazer até mesmo um simples tomate frito ser algo deliciosamente hedonista.
Uma olhada para o relógio do quarto mostrou que já passava das onze horas e Cara sentiu
uma pontada de culpa por dormir demais e ainda esperar por uma boa refeição de café da
manhã. Mas tinha ficado ocupada com seu novo quadro até tarde e não havia nem mesmo feito um

lanche desde o jantar da noite anterior.


Chegou à cozinha já babando com a ideia de engolir toda aquela comida perfumada e
celestial, quando outro tipo de oferta saborosa apareceu na sua frente, dando origem a um tipo
completamente diferente de interesse em Cara, que ficou chocada.
Logan estava sem camisa, de costas para ela, com uma calça de moletom que repousava
bem baixa em seu quadril pecaminosamente tonificado. Os olhos de Cara se fixaram naqueles
ombros largos e musculosos e no desenho dos músculos que se moviam em suas costas, logo abaixo
da tatuagem que adornava a pele bronzeada. O desenho inteiro era um esquema de nós
contínuos, exibindo determinados temas, como uma cruz, uma flor, uma estrela e até mesmo o rosto
de um tigre. O padrão recorrente dos nós seguia linhas que pareciam desprovidas de qualquer

final, e instantaneamente intrigaram a artista em Cara, embora, para ser sincera, ela não estava

olhando para o toque artístico no corpo de Logan.


Cara tinha concluído há um tempo que ele não se parecia nada com o que se esperava de

bilionários brancos. A maioria dos bilionários que ela conhecia, poucos com menos de trinta anos,
geralmente tinham uma bela pança, entradas no cabelo e uma aparência flácida. Em vez disso,
Logan era jovem, mais em forma do que qualquer homem que ela já tinha conhecido, sexy, bonito e
simplesmente irreal.

Ela nunca imaginaria que Logan tivesse tantas tatuagens sob aqueles ternos feitos sob
medida que ela estava acostumada a vê-lo usar. Parecia que todas aquelas histórias de seu
passado eram verdadeiras — de Logan como um gângster clássico, que cresceu nas ruas de
Dublin. Isso até um programador de computador do centro comunitário o apadrinhar. Agora Logan
Shane estava farto dos crimes mesquinhos que cometeu na sua juventude, e era dono de sua
própria empresa de software altamente lucrativa, que o colocou nas listas de bilionários.
Cara achava sua ascensão à riqueza impressionante, mas droga, não tanto quanto seu
bumbum sexy. Como ele estava solteiro e como diabos ela conseguia lidar com aquela atração
sexual louca que tinha por aquele homem?

Envergonhada, ela tentou sair da cozinha na ponta dos pés, mas de repente percebeu o
movimento, Logan olhou para trás. "Ah, é você. Estava me perguntando quando você acordaria.
Com fome?"
O apetite de Cara naquele momento não tinha nada a ver com comida, pela forma suspeita
que a parte interna de suas coxas se umedeciam sem motivo admissível.
"Bom dia, Logan. Na verdade, eu estava querendo fazer uma boquinha." Agora ela se
sentia estúpida. Como poderia ter deixado seu quarto vestindo apenas aquela camiseta velha e
larga, sem calcinha?
"Bem, eu fiz bastante coisa. Às vezes eu fico faminto depois de um treino", disse ele, e
colocou um prato sobre a ilha.

Sem pensar, Cara caminhou para a frente e olhou para a refeição fumegante. "Uau. Eu não

pensaria que esse era o tipo certo de comida para comer depois de um treino, mas parece
incrível."

Um café da manhã irlandês é o tipo certo de comida para comer em qualquer lugar, a
qualquer hora", disse Logan, agora preparando uma xícara aromática de café com leite. "Fique à
vontade."
"Mas..." Cara mordeu o lábio, incerta.

"Tudo bem, eu posso preparar mais para mim. Ainda tem muito ingrediente." Ele então serviu
o ketchup, e enquanto Cara olhava para seu peitoral e abdômen absurdamente esculpidos, ela se
imaginou esguichando o ketchup sobre aquelas placas musculosas de seu torso e fazendo dele seu
café da manhã.
Mesmo, garota? Dê um jeito nesses hormônios descontrolados. Você não aprendeu nada com
seu relacionamento amoroso anterior?
Cara estava ali apenas para fazer um trabalho, e precisava se lembrar disso. Agradeceu a
Logan e baixou a cabeça. Talvez a deliciosa comida diante dela pudesse oferecer alguma
distração. Certamente era deliciosa, pensou Cara em apreciação enquanto deu a primeira

mordida, e depois outra.


Tudo estava cozido e temperado perfeitamente. Os ovos estavam bem do jeito que ela
gostava, e ela gostou especialmente das fatias da linguiça de porco, que combinavam
perfeitamente com ovos, bacon, salsicha e cogumelos Paris. Contando ainda com a manteiga na
torrada, tomate frito e feijões cozidos, aquilo era um banquete completo. Finalmente, a fome tomou
conta e Cara perdeu sua vergonha e começou a comer.
Logo Logan se juntou a ela com seu próprio prato quente de comida. Eles tinham comido
juntos várias vezes, mas ainda assim, algo no fato de compartilharem uma refeição preparada por
ele deixava o clima diferente.
O homem sabia cozinhar, cuidava bem de seu corpo e aparência, era atencioso e nada

arrogante. Cara se sentia cada vez melhor sobre a decisão de ser sua barriga de aluguel. Logan

Shane daria um ótimo pai e era uma pena que não quisesse uma família tradicional, pois faria
alguma mulher sortuda muito feliz. Quem não queria um jovem bonito, sexy e rico que se virasse na

cozinha?
Cara olhou para Logan e pensou no quanto ela gostava de sua barba quase ruiva. Gostava
da maioria das coisas sobre seu rosto e corpo, embora nunca deixasse seus pensamentos irem além
disso. Ela não se deixava imaginar demais como seria a sensação daquele corpo tonificado sobre

o dela, ou por baixo dela, ou apenas colado ao dela. Como poderia estar pensando em sexo em
uma situação como aquela?
Cara quase resmungou quando, pouco antes de começar a comer, ele pediu licença para
pegar sua camiseta. Ela queria dizer a ele para não se preocupar, que se ele pudesse ignorar
aquele fato, então ela poderia. Não expressou esses pensamentos, é claro. Em vez disso, usou
aqueles poucos minutos de trégua para fazer com que suas partes íntimas latejantes se
comportassem.
"Eu esperava ter uma conversa com você hoje, então esta é uma ótima oportunidade", disse
Logan. "Gina teve que sair para visitar a família por hoje, enquanto Meg está em uma viagem de

negócios em nome da minha empresa. Então eu vou ter que repassar com você as últimas
novidades."
"Que novidades? ", perguntou Cara, cheia de curiosidade.
"As leis de gravidez por substituição são incrivelmente complicadas. Então fez sentido
quando meu advogado sugeriu que nos apresentássemos como um casal."
Cara quase engasgou com o café. "Casados? Hã?"
Ele ergueu as mãos em um gesto calmante. "É simplesmente para a clínica de fertilidade. Eu
vou conseguir um certificado de casamento falso usando minhas conexões antigas. Você não
precisa se preocupar porque não é comprometedor, sendo apenas um casamento fingido."
"Ah." Cara soltou um suspiro inaudível de alívio. Tinha entrado em pânico por um momento.

Tinha tido dificuldades com a perspectiva de se tornar mãe, e realmente não queria pensar em

também se casar. Cara sabia que abriria mão da tutela do bebê uma vez que ele nascesse. O
bebê seria concebido usando seu óvulo, o que significava que ela seria geneticamente relacionada

ao bebê. No entanto, Cara sabia que seria uma mãe terrível e realmente nunca tinha pensado em
filhos antes. Então, não era realmente um problema para ela o momento de entregar a criança.
"Eu acho que foi isso que você quis dizer, com o anúncio da atriz. Posaremos de casados o
tempo todo?", ela deduziu, com um sorriso irônico.

"É necessário, para garantir que a clínica não encontre falhas. Precisamos da clínica de
fertilidade quase a cada passo do processo, então não podemos nos dar ao luxo de cometer um
erro e causar suspeita", explicou Logan. "Eu não deveria ter falado isso assim para você, mas sinto
que isso não será uma dificuldade, considerando que será apenas atuação."
"Compreendo. Tenho certeza de que posso conseguir algo tão simples quanto fingir ser
casada com um bilionário", brincou Cara.
Um pequeno sorriso inclinou os lábios de Logan. Por uma fração de segundo, Cara deixou
que seus olhos permanecessem naquela boca tentadora. Imaginou que não eram ambos estranhos
um para o outro, mas na verdade um casal apaixonado. Como seria beijá-lo? Sentir o toque

daquelas mãos firmes, que pareciam perfeitamente dimensionadas para agarrar sua bunda
redondinha e apertá-la com força enquanto ela o montava freneticamente até gritar e gozar?
"Cara? No que você está pensando?"
Seu sotaque irlandês parecia ainda mais pronunciado, trazendo à mente os atos sexuais mais
descarados e ilícitos que já surgiram na imaginação de Cara. Ele realmente não queria saber
exatamente o que ela estava pensando, não é? Ou poderia de alguma forma adivinhar, e estava
sutilmente lhe dando um aviso? Cara quase podia jurar ter ouvido o tom cauteloso de suas
palavras, e suspirou interiormente. Maldita inexperiência! Um homem como Logan possivelmente já
deve ter tido mulheres de todas as nacionalidades e cores se atirando em cima dele. Cara não
podia deixá-lo suspeitar de seu crescente desejo por ele ou isso poderia fazer com que ele

cancelasse o acordo. Agora que ela estava gostando da ideia, seria horrível se Logan de repente

decidisse que o acordo não seria uma boa depois de tudo aquilo e decidisse por outra pessoa.
Alguém que pudesse pelo menos agir profissionalmente e não ficasse parecendo querer se

atirar no homem na primeira oportunidade que tivesse!


"Eu estava só... Preciso lavar tudo aqui e voltar para o estúdio." Ela se levantou e
apressadamente começou a limpar a mesa.
"Você não é minha faxineira, Cara. Apenas deixe tudo aqui."

"Você também não é meu cozinheiro, mas preparou uma refeição muito deliciosa. Essa é a
minha forma de agradecer. Não se preocupe, eu ajudo a Gina com a limpeza o tempo todo."
Ela sorriu para ele por cima do ombro e não esperou para ouvir a resposta. Estava ficando
preocupada com sua reação a ele como um homem, e como conseguiria lidar com o fato de ficar
perto dele por nove meses. Isso é, se a inseminação saísse mesmo como planejado e ela ficasse
grávida durante a quantidade estipulada de ciclos.
Até agora, Cara não se deixou pensar no que estava fazendo certo ou errado. Pelo que
sabia, não era certo, do ponto de vista legal, lucrar com um acordo de gravidez por substituição, e
as despesas seriam apenas destinadas a cobrir o custo da gravidez para a mulher. Dois milhões de

dólares incluíam despesas demais!


Mas para Cara, a motivação para se tornar uma barriga de aluguel para Logan não era o
dinheiro. Uma parte dela estava começando a se preocupar se haveria algum motivo mais
profundo que ainda não conseguia entender. Desde o primeiro momento em que se encontraram,
ela se sentiu atraída por ele. Acreditou que era algo puramente físico. Seu corpo desejava algo
proibido. Sexo com um estranho, com apenas um contrato entre eles, e um contrato nada
convencional. Teria sido a situação, e o fato de ser tão diferente, que havia deixado suas emoções
daquele jeito absurdo?
Cara tinha acabado passar por uma experiência desagradável em sua vida amorosa. Assim,
não tinha intenção alguma de se apaixonar por nenhum homem tão cedo. Ainda tinha pesadelos

com sua relação que havia terminado apenas alguns meses atrás, e por tudo o que sabia, Logan

tinha seu próprio lado obscuro e poderia causar ainda problemas do que seu ex.
Cara avisou a si mesma que aquilo não era um jogo. E, se fosse, então ela não era páreo

para Logan e só acabaria se machucando. Mas, por quanto tempo poderia controlar sua reação
intrigante em relação a ele?
Capítulo Quatro

Logan soltou um palavrão e se virou de costas. Ele odiava tempestades. Olhou para o teto e
tentou ignorar o som de trovões e da chuva caindo. Nunca conseguia dormir quando o tempo

estava tão furioso. Desde que tinha nove anos e a pior noite da sua vida aconteceu durante uma
tempestade, nunca mais havia sido o mesmo. Os pesadelos até que pararam depois da
adolescência, mas ele nunca deixou de se sentir mal durante fortes temporais.
Era também o momento em que ele se sentia mais sozinho.

Naquela noite, porém, percebeu que não estava sozinho, literalmente falando. Havia uma
outra pessoa na casa — Cara. Ele se perguntou como ela reagia a tempestades. Pelo que tinha
visto até agora, ela provavelmente dormia bem nesses momentos, pois parecia gostar das coisas
naquele ritmo.
Ele teve que sorrir, pensando naquela manhã e em seu café da manhã juntos. Lentamente, o
sorriso se apagou com a lembrança espontânea de uma coxa macia e bronzeada exposta
inconscientemente por Cara ao se sentar no banquinho, enquanto eles comiam e conversavam. Ele
descobriu que gostava de vê-la comer e vê-la reagir a cada gosto único que provava. Ele
simplesmente não esperava perceber como sua pele parecia macia e suave, espreitando sob a

bainha de sua camiseta.


Sua mente tinha se voltado para a possibilidade de que ela não estava vestindo nada por
baixo daquela camiseta. A forma como tinha mantido a mente em na conversa e na comida ainda
o deixava abismado. Cara, com sua beleza única, sua personalidade alegre e seu exotismo
sensual, sempre surpreendia Logan. Ela tinha um espírito aventureiro e cheio de energia, tornando-
se algo intrigante para ele, que era mais reprimido e cabeça fria. Logan pensava nela nos
momentos mais inesperados, como naquela hora, e as ideias mais estranhas brotavam em sua
mente.
Como a forma como seu sorriso parecia afetuoso e direto, como se ela nunca sorrisse desse

jeito para ninguém além dele — o que era ridículo, certo? Mas Cara Stiles simplesmente tinha esse

jeito com as pessoas. Ela o fazia se sentir especial.


Agora, aquelas eram as ideias estranhas que o preocupavam. Ele não queria pensar nelas,

porque não as entendia. Ela foi contratada para ser sua barriga de aluguel e, como ele tinha dito
a Meg, via Cara como apenas isso, e nada mais. Conversar e se aproximar mais dela estavam
ajudando a conhecê-la melhor e a formar uma conexão. Isso era importante para ambos, como pai
e barriga de aluguel, e isso ele sabia.

Mas aquela era a razão pela qual ele a tinha em mente durante a tempestade? Ela estava
ali em um lugar estranho, longe de qualquer pessoa que conhecesse — ele bem podia imaginar
como ela deveria se sentir. Não era errado se preocupar um pouco se ela...
Então, de repente, ele ouviu.
Talvez fosse porque estivesse pensando tão intensamente nela, ou talvez simplesmente tenha
acontecido, mas naquele momento sua audição captou o som fraco de um grito. Tão fraco, que ele
quase pensou que fosse sua imaginação.
No momento seguinte, estava fora da cama e agarrava seu robe.
Apenas ignore isso.

O lado sensato de Logan lhe disse uma e outra vez enquanto se encontrava diante da porta
de Cara. Ele sabia que tinha ouvido mesmo um grito vindo do quarto dela. A tempestade
trovejava, mas agora, a última pessoa em quem estava pensando era nele mesmo e como era
afetado pela chuva forte, o vento rigoroso e os trovões ensurdecedores.
Não, sua mente estava na mulher do outro lado da porta, choramingando.
O velho Logan teria ficado mais aborrecido com qualquer tipo de complicação, ou mesmo se
queixando das interrupções em sua vida tão controlada. Estaria entrando com tudo em seu quarto
e latindo para ela, apenas para que deixasse de ser uma distração.
De alguma forma, ele superou aquele impulso. Estava prestes a ser pai, isto é, se tudo
corresse bem com a inseminação da próxima semana. Tinha de ser mais tolerante e, se não

pudesse demonstrar isso com sua barriga de aluguel, com quem poderia começar?

Com um suspiro, bateu levemente, e então abriu a porta antes de entrar no quarto.
Logan chamou seu nome algumas vezes, mas ela não se moveu de onde estava, deitada

encurvada na cama, de costas para a porta. Por fim, ele avançou e apoiou uma mão em seu
ombro — e ela saltou quase para o outro lado da cama.
"Relaxe, sou só eu", disse ele, erguendo as mãos. "Você está bem?"
Seu rosto estava cheio de lágrimas. Ela estremeceu em sua camisola e mal parecia registrar

o que ele estava dizendo.


"Logan?", ela olhou para ele em choque, enquanto lentamente voltava a si. "O que você está
fazendo aqui?"
Ela afastou os cabelos do rosto e seus seios, sob a camisola, se levantaram, com as aréolas
grandes e castanhas evidentes através do tecido. Merda! Logan engoliu seco e dessa vez foi ele
que teve dificuldade em focar.
"Você gritou. E você está chorando. Há algo de errado?"
O rosto dela desmoronou, e ela balançou a cabeça em silêncio. Parecia ter dezesseis anos
de idade. Logan realmente não deveria ter os pensamentos indecentes que estava tendo, com a

visão que teve do corpo dela naquela camisola fina e com as cobertas chutadas para os pés da
cama, expondo as pernas fabulosas e o lindo esmalte de unha azul em seus pés sexy.
Um estrondo de trovão particularmente forte ecoou pelo quarto, e ambos pularam.
Aquilo foi tão absurdo que Logan sentiu um sorriso curvar seus lábios, e até mesmo os cantos
da boca de Cara pareciam se repuxar de diversão. "As tempestades me deixam louco", admitiu. "É
apenas a sensação de não estar no controle que eu acho que odeio. Você sabe, o poder da
natureza, descobrir que você realmente não pode lutar contra isso, tem apenas que deixar passar."
Ele a viu lentamente começar a relaxar com suas palavras, conforme ouvia. "Eu estava tendo
um pesadelo. Eles pioram durante uma tempestade. Você está certo, parece que é muito maior e
poderoso do que minha força pode dar conta e é... Ugh... Tão frustrante."

Seu sorriso se alargou timidamente e ela afastou os cabelos das têmporas. "No entanto, é

quase impossível acreditar que você se incomodaria com alguma coisa."


"Claro, eu me incomodo. Odeio quando minha vida metódica fica de alguma forma

desordenada, por exemplo". Sua expressão ficou amarga. "Mas eu particularmente odeio
tempestades porque me lembram muito da noite em que meus pais morreram."
O rosto de Cara caiu em desanimo. "Eu sinto muito."
Ele encolheu os ombros, e depois apontou para o canto da cama. "Posso?"

Ela pareceu hesitar por um segundo, e depois assentiu.


"Espere um minuto", disse ele, levantando um dedo. Ele viu seu olhar surpreso. Mas então ela
observou com interesse enquanto ele se retirava do quarto, apenas para voltar com velas. Ele as
acendeu e as colocou nos cantos e nas mesas, antes de desligar o resto das luzes.
O quarto ficou com um brilho acolhedor e luminoso, que pareceu instantaneamente calmante.
Cara já não tremia e olhava com entusiasmo enquanto Logan colocava a última vela sobre a mesa
de cabeceira, antes de se sentar cautelosamente na beira da cama.
Cara não sabia o que pensar. "Eu me sinto tão idiota por acordá-lo e mantê-lo acordado
assim. Não houve qualquer aviso de tempestade e foi ficando cada vez pior."

"Você não me acordou. Era impossível adormecer com esse barulho. As velas fazem tudo
ficar um pouco melhor, certo?"
Cara teve de assentir. "Elas suavizam tudo, até mesmo os sons furiosos da tempestade. O
quarto não se parece tão frio e hostil. Obrigada, Logan."
Ele usava um robe preto de seda, que tinha ficado ligeiramente solto, de modo que ela tinha
um vislumbre de um pouco do peitoral e do abdômen definidos. Ela mordeu o lábio e desviou os
olhos, mas ainda notou quando ele puxou o roupão em torno de si mesmo. Quase riu quando ele
percebeu que estava apenas de robe e a parte de baixo do pijama.
Ele sempre parecia tão perfeito e intimidador, mas ela gostava quando ele mostrava uma
fenda em sua armadura. Isso a fez querer que ele se abrisse mais para ela. Mas poderia pedir

isso, sendo que ela mesma não conseguia?

Ela sabia que era impossível contar a ele tudo sobre Jude, seu ex. E como ela se perdeu
tentando manter o tipo errado de amor, pois não enxergava um modo de encontrar algo melhor.

Ela sabia das traições de Jude, mas preferia fingir que não. Queria estar com alguém —
pertencer — a qualquer custo. Simplesmente tinha tanto medo de que ele a deixasse, que aturou
muitas coisas que não deveria ter aturado.
"Eu exibo essa imagem de ser animada e despreocupada", ela formulou quase que para si

mesma. "Mas eu ainda estou tão longe de ancorar, ou de me sentir completa."


Lançou a Logan um olhar constrangido, sem saber se ele estava prestando atenção. Sentiu
sua garganta se contrair quando encontrou o olhar verde fixado em seu rosto.
"Todos nós temos nossas falhas. Ninguém espera que você esteja acima de erros. Eu não me
preocupo com outras pessoas que me julgam. Simplesmente me pergunto se posso encarar a minha
imagem no espelho todos os dias. Se puder fazer isso, então ainda sou resgatável", disse Logan.
Ele colocou aquilo com tanta simplicidade que Cara olhou para ele com admiração, vendo
como ele era sublime. Ela achava que ele era apenas um sujeito rico, estrangeiro e metido, muito
egoísta para se importar com muita coisa além de si mesmo. No entanto, falava como alguém que

poderia ser introspectivo, e ser muito mais do que os bilhões que possuía.
"Como seus pais morreram?", ela perguntou suavemente.
Sua pergunta repentina o surpreendeu, mas ele não pareceu relutante em aceitar a
conversa. "Em um acidente de carro. O carro foi atropelado por um caminhão com excesso de
velocidade em um cruzamento. Um bêbado o dirigia e fugiu do local." Ele pausou e passou sua
mão pelos cabelos, puxando-os para trás. "Eu me lembro de que estava em casa, na cama, e a
tempestade estava forte naquela noite. Minha avó me acordou, e meus primos e eu estávamos lá
para receber as notícias da polícia, de que meus pais haviam morrido".
A voz dele tinha engrossado, o sotaque irlandês ficou tão pronunciado que era difícil não
senti-lo rastejando sob a pele, o mesmo efeito causado pelo homem sentado à sua frente. Ele

descansou as costas contra a cabeceira da cama, não mais parecendo que iria correr no segundo

seguinte. Cara também se sentiu muito mais relaxada, surpresa consigo mesma por não estar
surtada com aquela situação. Logan, em sua cama — só não como ela teria imaginado.

"Deve ter sido devastador."


Ele suspirou com suas palavras suaves. "Eu revivi esse momento por várias e várias vezes
durante muito, muito tempo. Mas encontrei muitas saídas para a minha dor — do pior tipo. Meus
primos, mais velhos que eu, entraram na vida de gangues e essa parecia ser, para mim, a única

maneira de ter qualquer tipo de sistema de apoio. Eu não me orgulho de algumas das coisas que
fiz, mas todas parecem tão insignificantes e ridículas pensando agora."
"Pelo menos você se deu bem. Não muitos poderiam ter tanta sorte", disse Cara. Ela pairava
em torno do desejo de contar a ele sobre seu relacionamento abusivo, e como seu mundo tinha sido
obscuro. Mas poderia arriscar ele começar a pensar que ela não servia para ser sua barriga de
aluguel? Ele tinha cometido erros, assim como ela — mas e se ele a acabasse julgando, como disse
que nunca faria?
Por enquanto, Cara não podia fazer isso. Mas, algum dia, se tivesse a oportunidade, faria.
Ela queria que ele a conhecesse de verdade primeiro, não a Cara carente e fraca do passado.

Eles iriam criar uma bela nova alma juntos, e Cara não gostaria de ter nenhuma sombra
escondida onde não deveria estar. Ela teria coragem para se abrir completamente a Logan um dia
e esperava que eles encontrassem algo comum, até que se tornassem amigos. Isso não era pedir
demais, era?
***

Logan não esperava acordar na cama de Cara, com o corpo dela sobre o dele. Tinha
saboreado a sensação dela tão perto em seus braços, e achou mais do que agradável. Ele
também sentia mais do que uma agitação dentro de si, o que teria se transformado em uma ereção
completa se não tivesse saído da cama e de perto de seu contato.

Por sorte, Cara não acordou. Horas depois, quando se encontraram durante o café da

manhã, foi uma Cara tímida que agradeceu e admitiu que não gostava de dormir sozinha. "Eu não
dormia tão bem há muito tempo", ela acrescentou.

Nem ele, mas não podia dizer isso a ela. As coisas estavam ficando confortáveis demais
entre eles e seus sinais de alerta estavam acesos. Ele queria um bebê, não uma namorada. Mas e
um caso? Isso seria aconselhável quando ela foi contratada para estar por perto durante pelo
menos um ano? Como eles poderiam se tornar amantes em meio a tudo o que tinham planejado?

Talvez não tenha sido uma ideia tão genial ter a sua barriga de aluguel sob o próprio teto.
Mas, controlador como era, Logan se sentia desconfortável com a ideia de confiar em alguém o
suficiente para deixá-la cuidar de si mesma. Ele tinha lido histórias de horror sobre barrigas de
aluguel o suficiente. Ele queria que Cara ficasse onde ele pudesse vê-la e se certificar de que ela
seguisse suas regras. Só que ele não tinha planejado gostar de vê-la tanto assim. Seu primeiro
vislumbre dela a cada dia lhe causava um contentamento estranho. Capturar seu riso a metros de
distância ou mesmo através das paredes da mansão era reconfortante.
Era uma pena ele fazer tanto para esconder esse fato, e até mesmo lutar contra isso – como
ele estava fazendo agora.

Ele tinha adquirido o hábito de escutá-la quando ela estivesse em casa. Neste momento,
podia ouvi-la em seu estúdio improvisado, entre xingamentos e palavrões, enquanto se movia de
um canto do quarto para o outro. Coisas se espatifavam no chão, talvez até um cavalete
derrubado.
Logan realmente tinha outras coisas com o que se preocupar para ligar para cada pequeno
detalhe em relação à senhorita Cara Stiles. Mas, quando disse isso a si mesmo, sua mente voltou
para aquela sensação matinal de seu corpo quente e macio perto dele, com seus lábios úmidos e
convidativos, e seus seios forçando contra seu braço, fazendo-o perceber que ele a via mesmo
como uma mulher. Teve uma fração de segundo para desejar deitá-la de costas, tomar sua boca, e
descobrir se era tão boa quanto aparentava.

Ela era interessante — em mais de um sentido. Ele não podia mais negar que achava seu

corpo curvilíneo tentador, simplesmente não conseguia lidar com o fato de ela precisar ser tão
barulhenta e inquieta… Mesmo quando estava realizando uma tarefa simples como pintar.

Ele sabia o quanto ela amava isso, mas se perguntou se deveria começar a ter mais
interesse. Com a finalidade de mantê-los ambos sãos, é claro.
Ainda bem que um atraso inesperado tinha deixado Meg fora da cidade por mais alguns
dias. Ela definitivamente não aprovaria a atitude atual de Logan e o impediria de qualquer

comportamento mais incomum. Mas esse pensamento preocupante seria suficiente para
desencorajá-lo?
***

Cara havia passado toda a manhã tentando trabalhar em seu novo quadro. No final da
tarde, estava abatida pelos resultados, já que tinha usado a maior parte do tempo andando pelo
estúdio, sentindo-se melancólica e sem direção.
Ela estava tendo esses estados de espírito ultimamente, com todos aqueles pesadelos
retornando. A tempestade da noite anterior tinha piorado as coisas. Surpreendentemente, ter Logan

lá, com todo o efeito da luz de velas, tinha ajudado. Ela ainda podia se lembrar de acordar em
algum ponto da manhã e encontrar o rosto dele perto do dela.
Sua mão tinha se erguido impensadamente para tocar a barba dele, e a sensação era tão
agradável contra a palma de sua mão... Não muito macia, nem áspera, bem na medida. Sua mão
caiu novamente quando ela dormiu, com um suspiro contente. Quando acordou de novo, ele já tinha
saído, e aquele lado da cama estava frio e vazio.
Ela tinha ficou tão tímida quando se deparou com ele novamente. Uma parte de Cara se
perguntava se esse não era um dos fatores que afetavam sua concentração. Seu interesse por
aquele novo homem e as más lembranças de seu antigo eram uma mistura tão ruim. Isso tudo
somado ao fato de que havia um acordo de gravidez por substituição... Era de se admirar que ela

estivesse se mantendo sob controle.

Quando Logan entrou naquele momento, foi para encontrar Cara apunhalando com raiva
sua tela com o pincel. De repente, uma mão grande agarrou a dela e acalmou seus movimentos,

fazendo com que um alto suspiro escapasse de seus lábios. Ela pulou e olhou para trás,
enxergando Logan.
"O que você pensa que está fazendo?", foi sua indagação suave, para a qual ela bufou em
resposta.

"Não pintando, se levarmos em conta a bagunça diante de mim", ela respondeu. "Eu estava
gostando tanto início dessa semana, mas agora o branco em minha mente não está me ajudando a
criar o que eu imaginava quando comecei o quadro."
Enquanto falava, ela se virou bruscamente e conseguiu derrubar um pote de tinta do banco
que estava ao seu lado. Ele caiu no chão, derramando todo o seu conteúdo de tom azul prussiano.
"OK, agora adicione ser desajeitada na minha lista de como ter um dia ruim", ela reclamou,
prestes a se inclinar em direção ao chão, quando a voz de Logan a deteve.
"Não se mexa".
Ela se enrijeceu, com os olhos respondendo à autoridade que ouviu naquele tom. Parou como

uma estátua, lentamente tomando consciência do quão perto ele estava, e como sua presença
parecia envolvê-la por trás.
"Respire, Cara. Profundamente — para dentro e para fora".
"Logan..."
"Você não tem permissão para falar", disse ele.
O quê? Cara ficou chocada e excitada ao mesmo tempo. Mas, sério, com quem ele pensava
que estava falando?
"Bom", ele disse, quando Cara ficou muda, mesmo com a rebeldia enchendo seu coração.
"Respirações profundas, Cara".
Ela estava respirando. Inalações profundas e visíveis que faziam com que seu peito se

movesse com cada esforço. De qualquer forma, o que era aquilo? Cara se perguntou.

"Agora vire-se. Lentamente", instruiu Logan.


Cara relutantemente girou em seus calcanhares para encará-lo. Ela olhou para ele com uma

expressão irritada. A visão de seu olhar verde profundo fez seu batimento cardíaco acelerar. Ele
não desviou o olhar, mantendo-o fixo nela. Cara teve o desejo de se mexer, mas algo naqueles
olhos a mantinha encantada.
"Você já tentou ficar parada? Mesmo que por um minuto? ", ele provocou.

Cara abriu a boca para responder, mas ele ergueu um dedo silenciador, e ela fez um
biquinho.
"Vamos tentar isso por um momento. Eu desafio você... A ficar quieta, sem se mover ou falar,
por cinco minutos." Ele arqueou uma sobrancelha e então mexeu em seu elegante smartwatch.
"Começando agora."
Oh, céus, não... Ele realmente não pensou que ela iria gostar disso, não é? Cara se irritou. Ela
não era sua marionete e definitivamente não gostava de ser mandada!
No entanto, a coisa mais engraçada aconteceu quando Logan sorriu. Quase como se
soubesse que ela nunca cederia a isso. Quase parecia que ele queria que ela o desafiasse. Suas

palavras seguintes provaram isso.


"Eu estava certo, não estava? Você não consegue fazer isso. Ou não vai fazer?
"Eu posso fazer qualquer coisa que me propuser a fazer", disse ela, erguendo o queixo.
"Mas, e você? Curte ser assim tão dominador? Você precisa de controle, isso você já admitiu."
"Sim. Eu afirmo que sou melhor quando estou no controle. Eu gosto quando posso trazer
ordem e coerência ao meu ambiente."
"Mas eu não sou um de seus programas de computador ou qualquer um desses códigos que
você cria", Cara disse, de forma ousada. Ela se moveu em direção a ele, com seu rosto inclinado
para encontrar seus olhos de forma inabalada. Seus seios chegaram muito perto dele, fazendo-a
se perguntar se estava tentando deixá-lo tão consciente do corpo dela como ela estava do dele.

Um momento depois, percebeu o jogo perigoso que estava jogando.

De repente, ela deu um passo para trás, confusa, e então ofegou quando seus pés
deslizaram precariamente sobre a tinta derramada. Ela se sentiu tropeçar para trás e seus braços

se agitaram no ar enquanto lutava para recuperar o equilíbrio.


"Oh!", exclamou ela, quando braços fortes a alcançaram e a endireitaram num instante.
Naquele momento, ela olhou para Logan, com os dedos agarrando seus braços musculosos.
Ambos pareciam ter sido pegos desprevenidos por aquela virada inesperada, com o ar humorístico

evaporando para ser substituído por uma agitação.


No segundo em que ela sentiu aquele frisson, o feitiço foi quebrado pelo cronômetro do
relógio de Logan apitando, e ele abruptamente a soltando.
Cara tinha estado tão confusa por estar em seus braços, que perdeu equilíbrio novamente.
Dessa vez, gritou em pânico quando começou a cair de costas, como se em câmera lenta, com sua
visão girando para o teto. Em segundos ela estaria caindo sobre seus materiais e já sabia que
seria um pouso doloroso.
Ela então ouviu Logan soltar um palavrão e se mover rapidamente para pegá-la em seus
braços novamente. Ele tirou o corpo dela da trajetória da queda e o puxou para perto dele.

Agora eles estavam peito contra peito, e os olhos de Cara se arregalaram em choque quando o
chão parou de girar.
Quase parecia uma cena de filme. Em sua mente, tudo estava acontecendo em um período
de tempo acelerado, mas seu corpo se movia muito mais devagar, com seus hormônios florescendo
a partir do contato próximo a toda aquela masculinidade.
"Você está bem?", Logan ainda estava assustado pelo que quase havia acontecido. Ele não
deveria tê-la soltado da primeira vez, não sem ter certeza de que ela realmente estava
equilibrada. Ela poderia ter caído sobre a pilha de pincéis, cavaletes e latas e ter se machucado.
Ele nunca teria perdoado a si mesmo se isso tivesse acontecido.
Sua mão envolvia a parte de trás da cabeça dela, enquanto a outra a envolvia firmemente

pela cintura. Ele podia ouvir sua respiração profunda e rápida.

"Estou bem", ela ofegou, com sua voz parcialmente silenciada por sua bochecha
descansando contra seu pescoço. O hálito quente fazia cócegas em sua pele; suas curvas macias

aderiam a seu corpo firme dele, de modo que o fizeram perder o foco.
Suas mãos se achataram em seu peito e empurraram. Logan a soltou lenta e
cuidadosamente. Então suas palavras seguintes o surpreenderam.
"Eu tenho que ir", ela murmurou, endireitando a bainha do moletom sobre sua calça jeans.

Logan piscou sem compreender, ainda preso em seu perfume floral, que ainda parecia se
agarrar aos pontos em que ela tinha entrado em contato com ele.
"Cara", disse Logan, sua surpresa agora superada pela preocupação conforme ela seguiu
desordenadamente até a porta.
Ela fez uma pausa enquanto segurava a maçaneta e olhava por trás do ombro. "Eu só
preciso respirar. Eu volto."
Ela desapareceu e logo ele a ouviu saindo da casa. Logan se moveu até a janela e viu
apenas seu vulto se movendo rapidamente até os portões. Ele passou a mão pelos cabelos e
suspirou. Droga. O que diabos acaba de acontecer?

***

Logan não tinha intenção de assustar Cara.


Ele normalmente não intimidava fisicamente as mulheres com força ou agressão. Tinha
acabado de brincar com ela, mas, obviamente, Cara não viu aquilo da mesma forma.
Ele tinha entendido que ela precisava de espaço para respirar. Mas à medida que as horas
passavam, começou a se preocupar. E se ela não voltasse?
Era improvável imaginar Cara simplesmente abandonando todo o plano. Ele acreditava que
ela não faria isso. Mas, à medida que escurecia, ele foi ficando cada vez mais inquieto.
Ao mesmo tempo, disse a si mesmo para não deixar sua imaginação fazê-lo perder a

cabeça.

Apesar de Cara parecer alguém que não se preocupava com dinheiro, Logan tinha a clara
impressão de que ela estava verdadeiramente comprometida com o processo. Além disso, ele não

pensava que ela tivesse qualquer outro lugar para ir. Então, onde ela estava?
Logan estava prestes a pegar o telefone e fazer uma ligação. Faria com que seus melhores
contatos a encontrassem e a trouxessem de volta. Ele não podia deixá-la escapar de seus dedos
ainda...

Naquele mesmo instante, ouviu a porta da frente se abrir. De repente, ele percebeu a voz
da empregada Kimmy cumprimentar sua chegada, e em seguida veio a voz de Cara respondendo
à saudação.
Logan se recostou em sua cadeira com um suspiro de mais alívio do que queria admitir.
Graças a Deus, Cara estava segura. Estava em casa.
***

Estou em casa.
Cara soltou um suspiro de alívio sincero quando a porta da frente se fechou atrás de suas

costas. Ela ainda estava tremendo pela proximidade com o perigo, mas conseguiu dar um sorriso
quando Kimmy, a empregada negra e corpulenta, apareceu e sorriu quando a viu.
Cara se sentiu imediatamente confortada pela acolhida de Kimmy, assim como sentiu o
abrigo da mansão sobre si. Sentia-se mais segura dentro daquelas paredes, e não era só por
causa dos portões altos e da segurança de alta tecnologia.
Ela simplesmente se sentiu feliz por ter voltado antes de ter realmente se metido em
problemas. Pensou imediatamente em Logan. Havia uma dureza nele e, no entanto, havia também
uma bondade sob a superfície, que a atraía. Ela se lembrava de como estava abalada por seu
encontro no estúdio, mas não teve medo dele, não mesmo.
Ela tinha mais medo do que ele a fazia sentir apenas com seu toque, seu olhar.

Agora estava apenas tentando manter a cabeça no lugar depois do que tinha acabado de

acontecer.
Ela tinha visto o ex, Jude. Ou achava que tinha. Havia acabado de sair de um supermercado

com um saco de compras cheio de chocolates e materiais de arte quando o viu. Ele estava no
quarteirão da frente, olhando em volta, como se procurasse por algo — ou alguém.
Cara ofegou e agachou ao virar da esquina. Apoiou-se contra a parede e rezou para que
ele não a visse. Não conseguia saber ao certo, mas não podia ficar ali. Atravessou as ruas mais

próximas e se dirigiu de volta para a casa de Logan, o único lugar em que se sentia segura.
Ela queria encontrá-lo, mandá-lo dizer a ela que tudo ia ficar bem. Mas ele não lhe devia
nada, muito menos qualquer tranquilidade ou conforto. Ela era uma idiota? Só porque o homem a
procurou algumas vezes, até preparou o café da manhã, e mesmo a abraçou, mesmo que por
necessidade — isso não lhe dava nenhuma reivindicação de suas atenções.
Cara mordeu a unha de seu polegar enquanto andava de cômodo em cômodo pela mansão.
Não podia ir para o seu quarto e se encolher lá dentro. Ela estava feliz pelo fato de o lugar ser
tão grande que ela podia passar por ambiente após ambiente em círculos e não se deparar com
ninguém. Simplesmente não conseguia se acalmar depois da situação improvável de ver Jude.

Como ele poderia estar ali naquela cidade, entre todas as outras? Ele teria de alguma forma a
rastreado e tentando encontrar sua localização?
Fosse qual fosse o caso, ele não poderia chegar até ela ali. Abraçando a si mesma, Cara
seguiu para outro ambiente espaçoso e sufocou um soluço. Pensando na dor que Jude havia
causado, em suas ameaças e em seu ódio, ela quis se esconder em um canto e nunca mais sair.
Através de outra porta, e outra, ela se moveu. Não conseguia parar de soluçar e seus pés se
arrastavam, como se ela fosse incapaz de parar de se mover, mesmo que suas pernas se sentissem
cansadas do movimento constante. Eu tenho que continuar. Eu não posso parar, não posso deixá-lo me
pegar...
Ela quase gritou quando braços grandes e fortes a cercaram por trás. Então um sotaque

distinto irlandês soou em sua orelha, com lábios quentes sussurrando: "Psiu. Está tudo bem. Eu estou

aqui."
Cara soluçou forte e agarrou os braços envoltos ao redor de seu peito. Ela enterrou o nariz

e cheirou o perfume familiar de madeira e especiarias que exalava de Logan.


Ele a acalmou dentro daqueles braços envolventes. "Cara", ele disse uma e outra vez.
"Cara".
Ouvir Logan dizer o nome dela assim, com aquele sotaque rouco, fez seu medo inexplicável

se transformar em algo organicamente sensual e denso, como uma névoa de desejo. Seu corpo
reagiu estranhamente à simples pronúncia de seu nome pela língua de Logan.
"Logan", ela sussurrou de volta, fechando bem os olhos enquanto estremecia de tesão.
"Eu nunca quis assustá-la. Diga-me que você não tem medo de mim", ele disse suavemente
em seu ouvido.
"Não é de você", ela respondeu, lentamente abrindo os olhos quando percebeu o que ele
devia estar pensando. Que ele a assustou antes, no estúdio? Longe disso. Mesmo agora, ela estava
se lembrando de como se sentira anteriormente, e o sentimento continuava o mesmo.
"Não tenho medo de você", ela acrescentou com firmeza.

"Diga-me para soltá-la agora e eu farei isso."


"Não, não", ela disse rapidamente, corando. "Eu me sinto segura quando você me abraça. Eu
não sei por que, eu apenas sinto."
"Mesmo que você possa dizer que eu sou perigoso? Porque eu sou. Não sou santo, Cara. Às
vezes eu penso nas coisas que posso fazer com o seu corpo, e me surpreendo a mim mesmo."
Cara se sentiu fixada pela sua voz, e seu aroma inebriante que parecia hipnotizá-la ainda
mais. Ele a puxou com mais força contra seu corpo forte e musculoso. Cara quis resistir, mas
encontrou seus músculos perdendo a força enquanto se inclinava contra ele. Estar em seus braços
daquele jeito não faria mal a ninguém, não é? Suas mãos deslizaram para cima, sua coluna
arqueou, enquanto seus braços se ergueram e se agarraram por trás da cabeça dele. Ela mordeu

o lábio e gemeu suavemente enquanto o abraço a apertava e se movia, as mãos dele agora

agarrando sua cintura.


Ela balançou o quadril involuntariamente e sentiu que ele ficou duro. Uau. Ela não tinha

realmente acreditado no que ele havia dito sobre querer fazer coisas com o seu corpo. Mas sentir
sua resposta a ela se esfregando contra ele lhe deu a confirmação de que precisava.
"Diga o que você gosta. Sobre o meu corpo", ela arriscou maliciosamente, novamente ficando
chocada de vergonha. Cara sabia que não deveria estar brincando com ele, especialmente

quando estava se esforçando tanto para ser cautelosa sobre seus sentimentos por ele, mas não
conseguia se conter. Havia simplesmente aquele magnetismo que exalava, aquele perigo sólido,
obscuro e delicioso que despertava seu lado descarado, que ela nunca soube que possuía.
"Você pode adivinhar? As coisas sobre você que me deixam louco? Eu nem sequer te beijei,
mal te toquei", ele raspou em seu ouvido, e então gentilmente mordiscou seu lóbulo macio. Cara
gemeu.
"Eu sei que você não fez isso. Talvez se segurar por todo esse tempo tenha sido sua forma
de prolongar a excitação." Ela o estava provocando de novo, testando-o e desfrutando do
estrondo de seu profundo rosnado.

"Talvez você esteja certa. Talvez eu tenha querido você no primeiro momento em que a vi,
mas obscureci a verdade na crença de que poderia superar como tudo mais que testa a minha
resistência", confessou Logan.
De repente, ele a girou para encará-lo, com as mãos segurando seus ombros. Os lábios de
Cara se separaram quando ela encontrou seu olhar ferozmente apaixonado. Ela não esperava
que aquilo ardesse tanto, sentindo que sua pele estava quase chamuscada pelo calor dos olhos
verdes e vivos dele.
"Se eu te beijar, eu não vou parar. Se eu te tocar, também não vou parar."
"Logan, eu... Eu talvez não queira que você pare, mas há algo importante que você
esqueceu", disse ela, hesitante.

Ele balançou sua cabeça. "Eu não esqueci. A consulta com a clínica amanhã, e eu não devo

ejacular menos de um dia antes do procedimento. Mas qual é a diferença se eu gozar em você
hoje à noite, ou em um potinho amanhã?"

Ele não esperou pela resposta; ele a carregou para dentro do cômodo e fechou a porta
atrás de si. Ele a apertou contra a mesa mais próxima, agarrou-a pela cintura e levantou-a sobre
a superfície. Puxando seu quadril, trazendo-a até a borda, ele abriu as pernas de Cara.
Ele se interpôs entre elas e posicionou aquela ereção gigantesca contra o próprio desejo

pulsante de Cara. Será que conseguia sentir sua umidade e calor através da barreira de suas
roupas?
Ela olhou nos olhos dele tão diretamente quanto ousou. Seu olhar seguiu o contorno dos
lábios, então desceu para os contornos salientes de seus seios pouco delineados por seu moletom
largo – suas roupas de trabalho, que não tinham nada de sedutoras. Mas pela forma como Logan
a devorava com os olhos, aquilo não importava.
"Desabotoe minha calça", ele ordenou. Suas mãos estavam percorrendo seu zíper, expondo
seu sutiã e nada além de uma blusinha sobre o moletom.
Cara estava dividida entre timidez e excitação. Ela moveu hesitantemente os dedos para

abrir o fecho das calças dele, e então deslizou a mão para dentro da abertura. Uma vez que o
sentiu, sua hesitação se dissipou. Ela agarrou seu impressionante membro e instintivamente o
massageou, ouvindo-o gemer. As mãos dele se moveram sob sua blusinha, para descansar em sua
carne aquecida. Sua barriga saltou sob seu toque quando ele deslizou para debaixo de seu sutiã,
apertando seus seios.
Seus mamilos se endureceram como pequenas pedras quando ele as tocou com as palmas
das mãos. Seu toque era tão bom, e ela se sentiu inclinada a devolver o favor acariciando seu
membro; da base à ponta, ela o manipulava com os dedos. Ele era grande e ficou rígido como
uma pedra rapidamente.
Cara podia se ver descendo da mesa e ficando de joelhos... Expondo o membro enorme e o

guiando até sua boca...

Ela o deixaria entrar fundo em sua garganta e, se ele quisesse, seguraria seus cabelos e
dominaria seus movimentos enquanto ela o chuparia com força. Ele meteria mais e mais rápido, e

ela usaria sua boca até que ele terminasse, preenchendo sua garganta com seu gozo.
Ela adoraria ouvi-lo gemer de prazer e satisfação por seus esforços. Mas Cara só podia
flutuar no topo das nuvens na fantasia, não era suficientemente aventureira para agir a respeito.
Ela seguiu o comando de Logan e deixou que ele explorasse seu corpo, provocando seus seios e

mamilos enquanto cheirava seu pescoço. Ela correu as mãos lentamente sobre seu pênis, então foi
indo mais rápido e apertava mais a cada vez que alcançava a cabeça.
A respiração dele foi ficando mais pesada, enquanto ele se esfregava contra o seu pescoço.
Cara gemeu seu nome como um convite, assim como a forma como ela empurrava seu ventre contra
as mãos.
"Meu quarto é mais perto", disse ele, respirando quente sobre sua clavícula enquanto ela
estremecia. "É também o lugar onde eu guardo meus lenços de seda e algemas de couro."
Cara soltou seu aperto e apressadamente puxou sua mão em choque. Ela olhou para ele
enquanto ele levantava a cabeça para lhe dar um sorriso perverso.

"Você quer me amarrar em sua cama?", perguntou ela, e descobriu que gostava da forma
como aquilo soava quando ela dizia em voz alta — mesmo enquanto ela gritava internamente de
excitação.
"Amarrá-la, provocá-la, tomá-la", ele murmurou. "Eu vou ser capaz de dar a minha resposta
sobre o que eu gosto no seu corpo, porque darei um tratamento especial a cada uma das partes."
Cara já estava curtindo toda aquela ideia. Era estranho, e ela normalmente não consideraria
aquilo, não da maneira como Jude a fez odiar a perspectiva de ficar indefesa ou presa. Mas ela
descobriu que confiava em Logan e que isso mudava tudo.
Mas ela já o sentia se retirar. Um protesto surgiu em sua garganta, mas ela não podia dizer
isso, enquanto ele lentamente tirava as mãos de seus seios e endireitava seu sutiã e sua blusinha.

Então ele se ergueu, fechando a calça. Vendo como o comprimento dele se esticava contra o tecido

e alcançava a metade de suas coxas fez seu peito se contrair, assim como suas paredes vaginais.
"Mas?", ela indagou, consciente do fato de que eles tinham perdido o momento. O que o fez

mudar de ideia? "Não vale a pena comprometer todo o procedimento de IA, não é?"
"Essa é uma razão muito boa, mas eu estaria mentindo se fosse só isso", disse ele. "O fato é
que eu não acho que você está preparada para o que aconteceria se nós nos tornássemos
amantes."

"Você não pode ter tanta certeza disso." Cara não podia acreditar que estava discutindo
com o homem. Ele já quase declarou que a queria amarrada e desamparada em sua cama, para
fazer o que quisesse.
Estendeu a mão para ela. Cara a pegou e ele a puxou de cima da mesa. "Tenho certeza de
que você não confia em mim — ou em si mesma? Você está escondendo alguma coisa, Cara", ele
disse a ela com uma suave repreensão.
Cara poderia ter contado a Logan sobre seu ex, mas não o fez. Logan era muito astuto e
sentiu que não tinha sido completamente honesta com ele. Mas como ele tinha adivinhado tão
facilmente que ela tinha algo a esconder?

Cara se lembrou mais uma vez do homem perigoso que Logan era e que ele não podia ser
enganado. Ela deve ter demonstrado algo de alguma forma e instigado suas suspeitas. Se queria
manter aquele emprego e ficar em segurança, Cara tinha de decidir o que era mais importante —
algumas horas de paixão desenfreada, ou longos meses para conhecer aquele homem estimulante
e, talvez, descobrir se eles combinavam.
Talvez ela não tivesse o direito de querer algo assim, mas Cara achava a ideia muito
atraente para deixar passar. Mas e se algo acontecesse e tirasse a decisão de suas mãos
completamente?
Capítulo Cinco

Cara se sentiu capaz de colocar suas necessidades básicas de lado para se concentrar na
gravidez de aluguel. Ter o bebê era o que realmente importava e ela não iria se desviar disso

novamente.
Uma vez que seria a mãe biológica da criança, poderia entender por que Logan pretendia
apresentá-los como um casal para a clínica. Uma barriga de aluguel tradicional, em que a mãe
fornecia o óvulo, era proibida na maioria das jurisdições, especialmente se houvesse uma

compensação envolvida. No entanto, se o procedimento tivesse envolvido Cara receber um embrião


do doador de esperma combinado com outra doadora do óvulo, então as coisas teriam sido muito
mais simples.
Qualquer que fosse o caso, Cara planejava ser apenas uma mãe de aluguel e não previa
qualquer situação que causaria um conflito legal para Logan tentando afirmar seu parentesco no
futuro. Se ela ficaria grávida pelo procedimento de IA, então iria aproveitar a gravidez para
desenvolver um relacionamento próximo de apoio a Logan.
A clínica que eles usaram era a melhor em procedimentos de tecnologia reprodutiva
assistida, e coordenaram não apenas as questões médicas, mas também administrativas sobre a

barriga de aluguel. Desde o momento em que passou pelo procedimento em si, pela consultoria e
até mesmo pelo aconselhamento, Cara nunca teve inseguranças ou preocupações.
Ela tinha sido assegurada de que era capaz de ter uma gravidez e um parto seguros e
saudáveis. E o que também era importante: Cara sentiu que tinha desenvolvido um relacionamento
de confiança e de apoio com Logan, o pai da criança. Então, nada poderia dar errado, não é?
Ela tinha deixado de se sentir mal, com a sensação de que tinha sido rejeitada por Logan, só
porque ele tinha escolhido não permitir que se tornassem amantes. Ela tinha percebido que estava
muito vulnerável a ele, e ele não queria tirar proveito disso. Cara sentiu que seu respeito por ele
tinha atingido um novo patamar e isso a fez desejar mais e mais que tudo desse certo com a

gravidez por substituição.

Era difícil ter que ignorar a atração entre eles, mas Logan estava determinado a retornar as
relações ao status quo, pensou Cara. Ou por que mais ele parecia se enterrar mais fundo em seu

trabalho? Ele passava mais e mais tempo longe dela, em seu escritório na cidade.
Enquanto isso, tudo o que Cara podia fazer era esperar e tentar se ocupar, sabendo que
tinham que esperar duas semanas antes de descobrir se ela estava grávida. Esperar não era
divertido, mas de alguma forma era algo pelo que ter esperança.

Naquele dia, Cara se sentiu como uma bola de energia criativa fortemente compactada,
brilhante, estourando para encontrar a libertação completa. Pela primeira vez em dias, seu quarto
estava ficando do jeito que ela desejava. Ela tinha trabalhado a manhã toda e decidiu que
precisava de uma pausa quando seu estômago começou a roncar. Era apenas uma hora da tarde,
e ela tinha tomado um café da manhã saudável, então como poderia estar com tanta fome?
Decidiu optar por um lanche simples e voltar para o estúdio. Sorriu e se perguntou o que
Logan pensaria de seu quadro atual. Ele costumava manter sua opinião para si mesmo, mas ela
gostava das poucas vezes em que ele oferecia sugestões. Ela realmente desejou que ele não
tivesse que ficar tão distante, mas talvez isso fosse sábio. O que ardia entre eles era muito volátil

para que ficassem simplesmente descontraídos em suas interações.


Cara abriu a porta do estúdio e a coisa menos esperada aconteceu — ela bateu em um
peito largo e impossivelmente duro. Mãos a firmaram como se ela tivesse perdido o equilíbrio.
Chocada, ela olhou para o rosto de Logan.
"O que... O que você está fazendo aqui?" Ela ofegou. "Quero dizer …"
"Você quer dizer, tão cedo, ou aparecendo na sua porta? Eu queria olhar para você. Já faz
um tempo desde que nós... Esbarramos um no outro."
Cara se sentiu tão tonta quanto uma adolescente vendo Logan tão inesperadamente, e
obviamente ali para vê-la. Ela mesma... Teria ficado excessivamente alegre, se não se lembrasse de
que era sua barriga de aluguel. Claro que ele apareceria de vez em quando.

"Você parece diferente. Raspou a barba", ela disse, mais como uma acusação. Ele sorriu,

como se estivesse consciente de seus pensamentos. Movendo-se sobre seus pés, ela murmurou: "Eu
gostei".

Mas se era para ser completamente honesta, gostava ainda mais de Logan com a pele
lisinha. Ele parecia mais um homem de destaque agora, especialmente naquele terno sexy que só
ele conseguia vestir tão bem.
"Eu também gostei. No entanto, senti a mudança. Espero que você se acostume mais cedo ou

mais tarde. Não daria certo se você reprovasse meus gostos de cuidados pessoais."
As bochechas de Cara ficaram mais quentes apenas imaginando que, de alguma forma, sua
opinião importava para Logan. Claro, ele poderia simplesmente estar brincando com ela e ela
estava apenas sendo boba.
"Eu estava prestes a fazer um lanche. Você gostaria de se juntar a mim ou está indo para
algum lugar?", ela perguntou, esquivando-o e seguindo para a cozinha.
"Eu me senti sobrecarregado de reuniões e fugi. Meg provavelmente está se perguntando
para onde eu fui", disse Logan com uma risada. "Provavelmente vou ligar para ela daqui a alguns
minutos para acalmá-la."

Cara riu ao pensar que a fria e eficiente Meg se preocuparia com seu chefe. Seus olhos
brilharam quando ela lançou um olhar para Logan e disse que ficaria feliz em ser sua cúmplice e
fazê-lo curtir estar em fuga.
"Parece que você está se transformando em uma má influência, senhorita Stiles. Não sei ao
certo o que fazer sobre isso", murmurou Logan.
Sua voz sexy que a fazia derreter estava em plena força e Cara lambeu seu lábio inferior,
brincando com a ideia de responder: "Você poderia me punir".
Ela não ofereceu um convite tão picante, é claro, que saiu absolutamente do nada e fez com
que ela quisesse dar um tapa em si mesma por ir muito além de seus limites mentais. Em vez disso,
disse a Logan que ela compensaria seus maus modos preparando um lanche delicioso para ambos.

Ele já tinha cozinhado para eles e agora era sua chance de retribuir a gentileza, ela

acrescentou. Planejou experimentar uma das receitas extravagantes que a chef Gina tinha lhe
mostrado. Eram apenas quatro ingredientes, não demoraria muito para preparar e nem exigia

muita habilidade — perfeito para um lanche.


"Espero que você goste." Cara finalmente o serviu. Ela misturou sour cream com atum
enlatado e uma mistura pronta de sopa de cebola, em seguida, espalhou a saborosa combinação
em alguns biscoitos salgados, cada um decorado com uma pimenta jalapeño em conserva. Cara

ficou feliz com o resultado e sorriu ao ver como Logan parecia impressionado.
"Parece bom", ele disse, aprovando. "Incrível como nunca tentei isso antes."
"Estou feliz por ser a primeira a apresentá-lo ao creme de peixe da Gina. Nossa, estou com
fome." Cara gemeu antes de colocar um biscoito na boca.
Ela se esqueceu completamente de ficar envergonhada enquanto comia mais um pouco, com
Logan rindo de diversão. Mas a centelha em seus olhos quase a fez engasgar, pois ela notou algo
estranho neles, que não estava lá antes. Era emocionante vê-lo curtir seu tempo, sem nada de
sexual envolvido. Quase como se ele realmente gostasse dela e a visse como uma semelhante,
talvez até mesmo uma amiga.

Era um passo na direção certa, e Cara não estava reclamando nem um pouco. Ela também
gostava de Logan. Preferia que eles tivessem algum tipo de relacionamento do que se ele a
mantivesse por perto e fizesse com que se sentisse apenas parte da decoração da casa.
"Parece que eu tive sorte em voltar para casa cedo hoje", disse Logan com um tapinha na
própria barriga. "Isso estava bom."
"Apenas bom?", ela brincou, embora secretamente achasse grande elogio vindo de Logan.
Tinha guardado os pratos e parecia relutante em voltar ao estúdio e à sua pintura. "Eu aprendo as
coisas com muita facilidade e sempre fui boa com as minhas mãos. Sempre pensei que seria uma
chef se minha arte não desse certo."
"Você quer levar isso de forma mais profissional?", perguntou Logan enquanto tomava um

gole de sua sidra seca, enquanto Cara enchia um copo de água. "Eu notei seu expressionismo e

como é abstrato, e ainda assim, fiel à vida de maneiras inesperadas. Acho que esta é a melhor
maneira de descrever a maioria das coisas sobre você: inesperadas. Com uma boa exposição,

acho que haverá um mercado mais do que respeitável para isso."


O rosto de Cara se iluminou. "Desde que saí da escola de arte, queria que meu trabalho
alcançasse um público mais amplo. Não apenas por razões comerciais, mas porque eu realmente
quero compartilhar meus sonhos."

"Conheço mais do que algumas galerias que estariam interessadas em expor o seu trabalho",
disse Logan. "Na verdade, eu falei com o dono de uma sobre você. Ele é um amigo íntimo e pediu
para conhecê-la".
Cara arregalou os olhos. "Isso soa incrível. Ter a oportunidade de uma exposição será a
melhor coisa de todos os tempos. Eu só... Sou a pior pessoa quando se trata de qualquer tipo de
foco. Quando estou apenas pintando para mim ou para vender a alguns compradores aleatórios,
acho tudo mais fácil de lidar. Mas quando há a pressão de uma exposição de verdade ou o
compromisso com uma galeria, e se não conseguir dar conta?"
Ao ver seu rosto desanimado, Logan estendeu o braço. "Venha aqui."

Um sorriso surgiu no canto dos lábios dele quando Cara se moveu com confiança e colocou a
mão dela na dele. Ele a puxou para ficar na frente dele e a olhou solenemente. "Ainda nervosa?",
ele perguntou, observando como ela parecia se inquietar, com os pés arrastando em um ponto e os
ombros balançando de um lado para o outro.
"Não me obrigue a ficar quieta e muda de novo", avisou ela, mordendo o lábio inferior e
franzindo a testa.
Logan riu profundamente. "Tenho uma ideia melhor."
Seu sotaque áspero soou suspeito, e Cara percebeu o calor de sua mão viajando por seus
dedos e por sua espinha. Entre suas coxas, um tambor começou a tocar, acompanhado de chuviscos
de umidade de desejo.

"Se eu dissesse que conheço maneiras de você ficar mais centrada, assim como aguçar suas

habilidades de concentração, você acredita em mim?", perguntou Logan, com seus olhos verdes
entreabertos e a puxando para perto, para que ficasse entre suas pernas abertas. "Diga-me,

Cara, quando foi a última vez que você realmente se deixou acreditar ou confiar em alguém?"
Ela soltou um suspiro difícil. Seus olhos se fecharam, e ela fez uma resolução interna. É agora
ou nunca.
"Com meu ex. Ele foi o primeiro e o único homem com quem estive. Eu sabia que poderia ter

ido embora a qualquer momento, especialmente quando comecei a notar as coisas mudarem, mas
não fiz isso. Nunca pensei que alguém mais me quisesse, ou me amasse como ele. Fui uma tola, até
o fim eu ainda acreditava que o que ele sentia por mim era amor", ela acrescentou, rindo de si
mesma.
"Ele a machucou?"
Cara sabia o que Logan queria dizer e assentiu. "Às vezes eu acho que ele realmente não
queria fazer isso. Mas, por vezes, ser fraca demais pode aflorar o pior lado nos outros. Ele
começou a apontar mais e mais as minhas fraquezas e as usou para me manter dependente dele.
Chegou a um ponto em que se não me batesse ou me punisse da maneira que tão cruelmente

fazia, eu dizia a mim mesma que isso significava que ele não se importava."
"Porra, Cara". Logan a puxou para ainda mais perto e ela pousou em seu colo, com seus
olhos baixos, enquanto sentia seu intenso olhar examinar seu rosto.
"Mas você saiu disso, ou não estaria aqui", ele adicionou suavemente, acariciando seu rosto e
suas bochechas com o polegar.
Cara assentiu novamente. "Ele exercia tanta influência sobre mim que eu nunca tinha sido
autorizada a manter um emprego ou ter amigos de verdade. Eu mal tinha dinheiro ou posses. As
únicas coisas que trouxe foram meus quadros e as roupas que tinha. Tudo mais que eu possuía
vinha dele."
"Eu não consigo imaginar o que você deve ter passado. Mas entendo as coisas muito melhor

agora", disse Logan. Ele colocou um indicador abaixo de seu queixo e ergueu seu olhar para

encontrar o dele. "Para mim, ter controle não tem a ver com poder. É sobre a mulher ter a força,
ao mesmo tempo em que compreende suas próprias limitações e se orgulha de sua sensualidade e

feminilidade".
"Eu quero ser forte", sussurrou Cara, vendo a cabeça de Logan descer, os lábios se
inclinando cada vez mais perto dos dela. Seus cílios flutuavam mais baixos enquanto a respiração
doce e quente dele atingia sua boca entreaberta. Ela queria entender o que era preciso para ser

uma mulher de desejo e substância, dominar isso. No segundo seguinte a esse pensamento, ela
moveu o rosto um centímetro para a frente e uniu os lábios de Logan aos dela.
Cara pode ter iniciado o beijo, mas foi Logan quem o aprofundou e dominou. Ele afastou os
lábios e invadiu o interior de sua boca com a língua. Cara cedeu a ele, com arrepios de desejo
escorrendo por sua espinha enquanto ela o ouvia gemer de forma grave, envolvendo-a.
Cara pensou que seria estranho beijar alguém além de Jude. Em vez disso, foi o prazer mais
intenso que ela já experimentou. Isso fez seu sangue bombear mais rápido, seus batimentos
cardíacos acelerarem e seu estômago embrulhar, criando uma bomba de luxúria.
Ela nunca havia conhecido um homem como Logan, nunca havia sentido por outro homem uma

atração que a deixasse ansiosa por arrancar suas roupas e sentir sua pele sob as palmas das
mãos. Logan interrompeu seu beijo aquecido e ela gemeu em protesto. Seus olhos se abriram.
Cara sabia que havia muita coisa que poderia dar errado se ela estivesse fazendo uma
besteira. Seu coração poderia ser partido, seu mundo destruído. No mínimo, todo o acordo de
barriga de aluguel poderia ser arruinado. Será que Cara estava disposta a seguir suas
necessidades e as de Logan, e arriscar tudo pelo calor do momento?
***

Eles se beijaram por quase todo o percurso até o quarto dele. Logan colocou uma mão na
porta e a abriu, a outra envolveu a cintura de Cara enquanto a arrastava para dentro.

Esse foi o momento em que seus lábios se separaram e Cara ofegou por ar. Finalmente

vendo onde estava, espiou ao redor do quarto espaçoso, a luz natural enchia todo o espaço com
um brilho acolhedor. Mas logo Logan apertou um botão e no segundo seguinte, persianas desceram

pelas janelas, que iam de uma parede à outra, escurecendo o quarto. Clima sexy ativado, pensou
Cara com uma risada interna inesperada.
Porém, ela não estava rindo quando duas mãos envolveram sua cintura e a puxaram contra
um corpo firme atrás do dela. Logan escovou os lábios contra o lóbulo da sua orelha. "Aqui

estamos."
Instintivamente ela se arqueou para ele, suspirando de prazer. "Sim, estamos."
Ela se virou para encará-lo e sem pensar duas vezes, beijou-o com força na boca. Era sobre
isso que ela falava quando disse que queria ser forte e se sentir empoderada por sua
feminilidade. Logan pareceu surpreendido por uma fração de segundo, antes que suas mãos
estivessem erguendo seu traseiro e a levantando do chão, com as pernas envolvendo a sua cintura.
Ufa. Cara não sabia o que diabos estava fazendo. Ela apenas esperava que sua
experiência limitada no quarto não prejudicasse sua primeira vez com ele.
Logan não lhe deu tempo para dúvidas, pois não desperdiçou tempo, deitando-a de costas

sobre a cama. Seus olhos verdes brilhavam enquanto ele tirava a própria camisa, pairando acima
dela com toda a masculinidade predatória de um jaguar sexy e voraz. "Tire suas roupas, Cara",
exigiu Logan.
Seu nome soava como um afeto naquele tom agitado dele. Cara não discutiu, sentando-se
para tirar a camiseta e o sutiã. Com sua calça jeans foi o mesmo, baixando até seus pés antes de
Logan a arrancar para fora. Ele parou enquanto admirava seu corpo, vestido apenas com sua
calcinha de renda preta. Graças a Deus pelo menos sua roupa íntima parecia sexy, pensou Cara,
aliviada. Ela respirou fundo quando observou a expressão de Logan. Seus olhos verdes estavam
mais tormentosos do que nunca, varrendo seus seios nus com uma lentidão deliberada que fazia a
parte interna de suas coxas tremer. O ar ao redor deles mudou notavelmente e Cara mal podia

pensar, muito menos respirar.

O olhar ardente de Logan a fez se sentir mais linda do que nunca.


Ele não precisava sequer dizer uma palavra. Ela sabia que ele a desejava, desejava tanto

quanto ela o desejava. Quando ele tirou sua última peça de roupa, Cara entendeu o que
significava o espanto e a luxúria. Ele era magnífico, todo proporcional, musculoso e dourado. Seu
membro era lindo, mesmo sendo maior do que ela havia imaginado. Era maior do que antes, com
certeza. As partes íntimas dela se tornaram mais exigentes e molhadas, em conjunto com o a

contração que começou em seus lábios inferiores. Sua boca se separou, seus olhos nunca deixando
o corpo de Logan enquanto ele se movia para cobrir o dela.
Ele tomou seu rosto em suas mãos e a beijou absurdamente. Cara abriu a boca para sua
língua, agarrando seus ombros largos, raspando em seu peitoral tonificado, e amando a ternura e
paixão em seu beijo. E, no entanto, por que ela sentia que, debaixo da superfície, uma promessa
de perigo e êxtase se espalhava?
Sua barriga quase doída de tanta empolgação, tesão e antecipação. Logan gemeu, soltando
seus lábios para trilhar com a boca do pescoço até os seios. Ele agarrou seus dois pulsos e os
segurou acima dela, afastando-os do caminho, deixando-a indefesa para lutar contra o ataque a

seus mamilos, enquanto os apanhava com a boca. Com força, chupando, dando pequenas
mordidas e com lambidas ardentes... Ele a fez pulsar de prazer intenso. Seus mamilos nunca tinham
doído e pulsado de felicidade ao mesmo tempo. A sensação da boca dele em seu corpo era tão
boa, que ela nunca mais queria que acabasse — nunca. A virilidade inchada de Logan encostou-se
ao seu sexo úmido, e tudo o que ela podia fazer era arquear seu quadril e convidá-lo a deslizar
para dentro de si.
Antes que ela pudesse agir sobre a tentação, Logan mudou de posição e foi descendo.
Soltou seus pulsos e arrastou os lábios mais para baixo por seu corpo, até seu abdômen. Ela ficou
surpresa quando ele plantou um beijo gentil ali. Cara realmente nunca esperava ver Logan tão
gentil, mesmo por alguns momentos escolhidos a dedo. Sua carne zumbia com cada contato

daqueles lábios sedosos, e ela amava a maciez daquele maxilar passando por sua barriga, e

depois pela parte interna de suas coxas.


Embora sentisse falta da barba de Logan e se perguntasse qual seria a sensação dela

contra sua pele nua, Cara não podia negar o quão íntimo era sentir a pele dele deslizando sobre
suas partes mais secretas e delicadas.
Meu Deus.
Ele enfiou um dedo em sua umidade, fazendo-a gritar seu nome. Ele gemeu, descansando a

bochecha contra sua coxa macia, enquanto observava seu dedo do meio entrar e sair de sua
vagina. Cara se derreteu por ele, revirando os olhos enquanto agarrava seu cabelo.
"Você é apertada. Como uma virgem", ele murmurou. "E tão molhada e escorregadia. Seu
cheiro é divino, gata." Ele aproximou o rosto de sua entrada e pareceu cheirá-la, então grunhiu
cruamente. Enfiou o dedo indicador juntamente com o do meio, encaixando-o profundamente em
sua vagina inchada.
Cara se esticou ao redor dele com músculos que se tornaram mais sensíveis e acolhedores.
Ela não conseguia entender os murmúrios incoerentes que saíam de sua boca e duvidava se Logan
também conseguisse. Mas ele estava muito ocupado, concentrado em ver como sua carne se

prendia a seus dedos. Ele os movia mais e mais profundamente dentro dela, afundando diante de
qualquer resistência e preparando-a para um orgasmo turbulento, ou um pedido vigoroso, ou
talvez ambos — ao mesmo tempo. Ela quase gritou de agonia e prazer quando o polegar dele
desceu com força em seu clitóris.
Então veio o choque, quando Logan se inclinou e substituiu seu polegar por seus lábios. Ele
plantou beijos próximos de seu clitóris, mas eles foram suficientes para disparar os primeiros
espasmos do orgasmo intenso de Cara. Quando ele chupou todo o clitóris em sua boca quente,
Cara gozou de forma violenta e barulhenta.
Os dedos dela se enrolaram em seus belos cachos quando ela atingiu o orgasmo, e ela
soltou um grito estridente de êxtase. Levou longos momentos para perceber que ela tinha apertado

seus joelhos em torno da cabeça dele. Gentilmente, Logan os separou novamente e fez suas pernas

descansarem apoiadas contra a cama macia, deixando-a completamente aberta. "Deixa eu provar
seu gozo", disse ele com a voz rouca.

Minha nossa. Cara ainda não tinha se refeito completamente, mas seu corpo definitivamente
sabia como reagir àquelas palavras. Os olhos azuis de Cara se se forçaram a focar quando se
encontraram com aqueles olhos verdes obscuros e ferozes. Ela olhou para os lábios rosados e
inchados de Logan, que seguiram até sua vagina. Ele puxou seus dois dedos para fora, e o som

deles molhados deslizando para fora dela fizeram Cara corar do pescoço até os pés.
"Logan, acho que não consigo aguentar muito mais", ela sussurrou, com suas palavras
seguidas por um tremor em seu corpo inteiro.
Logan fez uma pausa para arquear uma sobrancelha para ela. "O quê? Eu mal comecei. Por
favor, diga-me que você tem mais resistência do que isso", ele rosnou, meio que provocando. Sua
boca pairou sobre seu sexo agora gotejante, e Cara mordeu forte seu lábio inferior, quase com
medo de como seu corpo responderia a ele a comendo.
Ela teve um último vislumbre de um sorriso malicioso de Logan, antes que sua língua se
encaixasse em sua entrada e fizesse Cara cair em um reino de prazer que superou qualquer tipo

de prazer que ela já conhecia.


***

A figura escondida um pouco além da abertura da porta ligeiramente aberta não podia dizer
quanto tempo ficou ali, observando os dois amantes.
Os ruídos da luxúria e do prazer desenfreados nunca soaram tão animalescos, tão gratificantes.
Encontrar Logan levantando o rosto lambuzado das pernas de Cara — depois de sua língua e seus
lábios a terem levado a outro orgasmo de tremer as paredes... Aqueles olhos que olhavam queriam se
fechar para cobrir a visão dolorosa.
Quando Logan levou o braço até sua gaveta de cabeceira, tirando lenços de seda pretos e

começando a amarrar os membros de Cara que se contorciam em cada extremidade da cama, a

intrusa não podia mais continuar com seu voyeurismo torturante. Ela se afastou da porta, sufocando
seus soluços tapando a boca com a mão, antes de desaparecer pelo corredor... Ela fugiu dos sons que

ecoavam no quarto de Logan, como se estivessem matando touros que se preparavam para esmagá-la
sob seus cascos punitivos...
Se Cara pensou ter ouvido um ruído estranho de fora do quarto, não deu mais bola para
isso. Ela estava muito absorta na sensação de estar presa à cama de Logan por seus lenços de

seda macios, parecendo pecaminosos enrolados ao redor de seus pulsos e tornozelos.


Logan a tomou assim, desamparada e completamente para seu uso e prazer. Ela nunca
imaginou o quão intenso e até mesmo tabu pareceria ser reivindicada por um amante daquela
maneira. Seu corpo estava espalhado, em forma de estrela-do-mar e com cada segredo à mostra.
Cara nunca tinha estado tão vulnerável, mas também nunca se sentido tão empoderada. Ela
estava hipnotizada pelo modo como os olhos de Logan estavam escuros de desejo. Suas mãos
eram fortes em seus seios, amassando-os e os aproximando. Ele se inclinou para lambê-los, mordê-
los e chupá-los. Seus mamilos estavam tão doloridos com aquela atenção bruta, mas ela adorava
tanto que queria mais e mais. Entre eles, o membro rígido apontou para sua vagina e esfregou a

cabeça contra seus lábios íntimos inchados.


Cara ofegou e se contorceu em suas amarras. "Jesus, Logan ..." Ela não sabia mais quantas
provocações conseguiria aguentar.
Ele riu sombriamente, apertando forte em seus mamilos e trazendo lágrimas de prazer
misturado com dor aos cantos de seus olhos. "Ó, sim, por favor. Gosto isso."
"Mais forte?" Ele disse com rouquidão, conforme torcia ainda mais seus mamilos doloridos.
"Aaaaiii. Sim. Você me faz gostar disso", ela disse, meio que chiando, já que seus dentes mal
podiam se afastar enquanto Logan torcia seus mamilos com mais força entre seus polegares e
indicadores.
"Cara."

Cara ouviu a aspereza em sua voz e aquilo a fez arder. Ela olhou para as mãos dele em

seu corpo e sentiu sua garganta secar. Era emocionante ver os contrastes entre eles. Suas curvas
balançavam debaixo dele, enquanto ele era todo rigidez, tão grande e poderoso, e ela era menor

e mais delicada, se não mais fraca.


"Agora a sua primeira lição", disse ele, com um sorriso fino e sexy.
Seu amante bronzeado tinha algo para lhe ensinar? Bem, Cara era mais do que uma
estudante ansiosa, embora ela não tivesse muita escolha além de obedecer, estando amarrada e

completamente em seu poder.


O membro ereto dele estava alinhado com seu centro molhado, e a respiração de Cara
acelerava em antecipação. Parecia que cada músculo que possuía se tensionava. Ele apertou seu
clitóris e seus olhos reviraram, com as pálpebras tremulando impotentes enquanto ela jogava a
cabeça para o lado. Como o prazer podia ser tão bom? Ele nem sequer estava dentro dela, mas o
contato úmido de sua carne mais íntima já a empurrava para além do seu limite.
Ele a penetrou, de forma lenta e firme. Afundou sua virilidade prodigiosamente grossa e
longa em sua vagina apertada, em pequenos incrementos que davam a sensação de ele a estava
rasgando.

"Logan." A cabeça de Cara foi jogada para trás, e sua visão ficando menos focada
conforme seu cérebro sentia a sensação de uma corrente elétrica arrasando seus sentidos. Ela não
conseguia suportar a pressão e a profundidade de suas paredes sendo estimuladas pela rigidez
do enorme membro de Logan.
Ele parou de se mover e Cara quase chorou. "Olhe para mim, Cara. Preciso desses belos
olhos em mim".
Todo o seu ser balançou com toda aquela intensidade — de Logan, de sua paixão, da
presença dele dentro dela de forma tão profunda e confortável, como se lá fosse o seu lugar. Ele
parecia incrivelmente grande e ela se sentia muito apertada para eles se encaixarem, mas isso
aconteceu. Tinha que ser um sonho.

Mas apenas para provar que não era, Cara finalmente forçou a cabeça para cima,

enquanto abriu os olhos para focar no olhar intenso de Logan.


"Assista-me", ele acrescentou. Ele moveu o quadril para trás e só deixou a cabeça, apenas

para afundar novamente apenas alguns centímetros. Cara teve que morder um gemido de
privação. Ela precisava daquela sensação de plenitude de novo, desejava-a como o ar.
"Logan!", exclamou Cara, balançando o quadril o quanto podia sob ele, enquanto desejava
poder se libertar de suas amarrar, jogar Logan deitado com as costas na cama, e montar naquele

pênis comprido e duro.


"Tudo tem a ver com foco, querida. Sem fechar os olhos, ou eu vou parar. Mantenha seus
olhos em mim."
"Mas, e se eu não conseguir?", gemeu Cara, formando um biquinho nos lábios.
Em resposta, ele reforçou seu argumento com uma ação, penetrando-a ao máximo. Cara
ofegou diante da invasão monumental que fez o ar tremer com seus gemidos coletivos. Ela sentiu
sua visão se enfraquecer novamente, como suas paredes esticadas para acomodar a grossura
impressionante. Ainda assim, ela conseguiu manter seu olhar firmemente preso ao dele.
"Você ainda quer gozar mais algumas vezes esta noite, não é? Então seja boazinha comigo.

Você vai ser?", ele perguntou com a voz grave.


"Sim", Cara gemeu. "Só não pare, por favor".
Cara definitivamente queria ser boazinha... Mas podia notar que Logan não planejava
facilitar isso. Especialmente pela forma como começou a se mover dentro dela. Porra, ele era um
completo profissional. Ela jamais sonhara que um homem pudesse dar ao corpo de uma mulher
tanto prazer com sua masculinidade. Logan era talentoso em tamanho e técnica, e sabia muito bem
como usá-los em sua vantagem.
Cara devia estar louca para perguntar sobre a vida amorosa de Logan. Ele poderia dizer
que nunca tinha se dado bem com ninguém, mas certamente sabia como lidar com uma mulher uma
vez que a tivesse sob seu corpo. Ele balançava aquele quadril tonificado e acariciava suas partes

internas lentamente. Ele a estava deixando tonta pelo modo como seus movimentos massageavam

cada fenda de seu canal. Quanto mais ele pegava o ritmo, mais seus olhos se arregalaram ao
olhar para os dele. Ela estava espantada com a forma como ele parecia crescer ainda mais dentro

dela, expandindo-a quase além do seu limite e resistência.


Aquela paixão entre eles era doce, era atrevida e sem arrependimentos. Seu amante atingiu
aqueles pontos dentro dela que Cara nunca sonhou que poderiam ser alcançados. A sensação sua
barriga florescia mais e mais. Ela tentou, tanto quanto possível, mover seu corpo com ele, mas os

laços em suas mãos e pés eram muito restritivos. Ela implorou para ele que a soltasse, mas ele
negou com a cabeça.
"Eu sou o único no controle, doce menina", ele rosnou. "Você vai ter que ficar deitada e
aguentar."
"Aahh!" Ela ofegou, quando Logan fez o próximo movimento, particularmente profundo.
Agora ela parecia estar olhando para ele, desafiando-o com os olhos como seu corpo não
conseguia. Como se quisesse levá-lo ao limite, até que admitisse que estava tão possuído por ela
quanto ela era por ele.
Seus esforços pareciam quase brutais naquele ponto, de uma forma deliciosa. Cara não teria

opção. Ficou ainda mais molhada para ele, mais quente para ele. Moveu sua pélvis em um padrão
que combinava com o dele, e era uma delícia ver o verde de seus olhos sendo substituído por um
brilho quase como o de uma pedra ônix.
"Diga-me que você gosta do jeito que eu a tomo", ele exigiu, com a voz quase irreconhecível
de tanta paixão.
Arrepios desceram pela espinha de Cara, e sua metade inferior se sentiu encharcada de
lava. Não conseguia fazer com que sua língua funcionasse e apenas soltou alguns sons não
humanos de êxtase. Ele mergulhou sua extensão rígida profundamente naquele ponto mais sensível
e Cara quase desmaiou com o impacto.
"Diga, Cara. Ou eu vou parar", ele advertiu, retardando sua reentrada na metade do

caminho.

Parar era a última coisa que Cara queria que ele fizesse. Ela estava muito perto de seu
ápice, ela quase podia senti-lo amortecendo-a e fazendo-a se sentir nas nuvens. "Deus! Logan! Sim,

eu gosto! Você sabe que sim", ela gemeu. "Você está tomando tudo de mim. E é tão bom."
"Apenas bom?", ele brincou, e usando suas próprias palavras daquele encontro deles na
cozinha. Cara sentiu como se tivesse renascido e sido remodelada desde que entrou naquele
quarto e Logan se encarregou de trazer suas fantasias mais profundas à tona.

Agora, as mãos dele brincavam sobre seu corpo, esfregando sua barriga e então
agarrando um seio, enquanto forçava seu pênis dentro dela, com sua mão livre se movendo entre
os lábios para acariciar seu clitóris. As mãos de Cara se apertavam nos limites de suas amarras e
ela abriu a boca em um grito silencioso, enquanto seus olhos se ligavam aos de Logan. Fusão
psíquica. Aquilo não podia ser apenas sexo. Parecia muito mais. Cara balançou seu quadril e
enviou Logan impossivelmente para mais profundo dentro dela, e ouviu um palavrão meio
sufocado.
Os lábios de Logan estavam em seu pescoço, sugando forte o suficiente para machucá-lo.
Cara gemeu e implorou para que ele não parasse. "Marque-me", ela implorou. "Faça-me toda

sua."
Logan estremeceu e soltou um fluxo abafado de palavrões, então levantou a cabeça e
beijou sua bochecha. "Eu amo sua covinha", disse ele, com a voz rouca. Ele tinha um sorriso no
rosto. Finalmente, identificou uma coisa que amava em seu corpo. Talvez até o final de sua
maravilhosa transa, Cara poderia levá-lo a lhe contar sobre mais algumas.
Por enquanto, a necessidade de palavras era secundária. O que restou delas se tornou
aqueles murmúrios de Cara, aqueles gemidos ásperos de Logan... Seus olhares expressivos e cheios
de desejo, paixão e até mesmo de alívio. É bom quando você encontra alguém que se encaixa tão
bem, não é? Sem esforço algum, isso fez com que seus corpos atingissem um nível extremo de
êxtase, de outra forma inacessíveis. Cara encontrava tudo isso no olhar de Logan, seu beijo, seu

toque e com cada mergulho de sua virilidade inchada dentro de suas profundidades molhadas.

"Porra." Logan xingou e meteu mais rápido e mais profundamente dentro dela. "Sim, bem
assim, gata. Aperte seus músculos ao redor de mim. Você me deixa louco".

Cara procurou em seus olhos a verdade, e a viu nos bordos reluzentes de seu olhar verde
escuro. Ela a sentiu nos impulsos implacavelmente firmes com que ele golpeava seu corpo, sem se
importar com o fato de que a sacudisse contra a cama. Cara nunca tinha sido tomada com tal
força bruta e seu corpo liberava fluidos que revestiam a o membro poderoso de Logan enquanto

ele a preenchia e a golpeava.


Mesmo que tivesse uma maneira de escapar, mesmo que não estivesse amarrada a cada
canto da cama com os lenços de seda, Cara não pensou que desejaria escapar do uso
magistralmente agressivo e quase punitivo de sua carne. "Me come... Me come... Me come", Cara
entoava como uma oração, e viu como as palavras sujas atingiram Logan quando as bochechas
dele coraram e seu maxilar angular apertou forte, enquanto ele enraizava seu eixo com tudo em
seu ventre. Ele deu a Cara tudo o que ela pediu e mais, com aquele último golpe acabando com o
resto de sua resistência e provocando seu nirvana no mesmo momento.
Merda! Seu orgasmo resultante era como uma força da natureza... Atravessando-a como um

relâmpago, ensurdecendo seus ouvidos como um trovão e fluindo de seus olhos enquanto estrelas
turvavam sua visão. "Logan!", ela gritou, com o corpo se movendo em sacudidas e espasmos
quando gozou uma e outra vez. A respiração difícil dele foi ficando mais pesada. Cara assistiu
com admiração, momentos depois, seu anjo malvado, seu belo diabo de amante sendo tomado por
uma onda de êxtase enquanto ele se aliviava dentro dela, provocando nela mais um orgasmo.
Logan interrompeu os movimentos dela, e a distinta sensação de seu eixo latejando enquanto
a enchia com seu gozo foi o momento mais gratificante da vida. Felicidade e satisfação
indescritíveis transformaram o mundo de Cara em um grupo de unicórnios girando. Ela caiu em um
espaço e tempo mágicos, ouvindo Logan dizer seu nome irregularmente enquanto beijava seus
lábios, que ainda se sentiam frouxos de todos os gritos.

Apenas me dê um momento, sua voz interior parecia dizer, mas nunca conseguiu sair como

som. Cara sentiu que talvez não fosse capaz de falar, pensar ou mesmo andar por um longo
período depois de tudo aquilo...
Capítulo Seis

O procedimento foi bem-sucedido no primeiro ciclo, como Cara descobriu ao se ver grávida.
Logan queria que eles comemorassem, e a levou para um jantar especial.

Não era a primeira vez que apareciam juntos em público. Nas últimas duas semanas, ele a
levou para galerias, peças de teatro e ao cinema. Eles sempre eram discretos e iam a lugares não
muito conhecidos, já que Logan não gostava de chamar a atenção. Além disso, Cara poderia
entender se ele não quisesse fazer de seu relacionamento algo oficial. Ela até tinha assinado um

acordo de confidencialidade para que ninguém descobrisse que ela era sua barriga de aluguel.
Agora que ela estava grávida e a que a barriga começaria a aparecer em poucos meses, suas
interações permaneceriam em segredo?
Cara nunca planejou ser o segredinho de Logan. Embora ele a tratasse com a máxima
consideração, ela sabia que ele era demais para ela e só poderia haver sexo entre eles. E uma
vez que o bebê nascesse, seus laços seriam cortados para sempre. Logan tinha deixado claro que
tudo o que ele queria era um bebê, não um compromisso romântico. Se quisesse, poderia ter
facilmente engravidado uma namorada ou até mesmo ter se casado e formado uma família.
Cara não queria desistir de si mesma com muita facilidade. E se as coisas entre eles fossem

apenas físicas? Mesmo isso já tinha suas recompensas. Desde que ela chegou à conclusão de que,
assim como Logan, gostava de um pouco de bondage leve, eles incorporaram isso em suas
brincadeiras no quarto. Eles gostavam de representar papéis, e até mesmo de explorar um pouco
com brinquedos sexuais e de dominação.
Cara era capaz de sair de sua zona de conforto e ficar mais confortável em sua própria
pele. Ela percebeu que poderia finalmente deixar de lado sua necessidade de fazer coisas
constantemente, bem como superar toda a ansiedade sobre si mesma — e Logan tinha o controle
que desejava.
Assim, Cara não podia dizer que as coisas estavam simplesmente vazias entre ela e Logan,

embora nenhum deles definisse de forma clara o que eles compartilhavam.

Uma coisa era irrefutável — Logan estava feliz com o bebê. Ele estava andando nas nuvens,
de fato. O único inconveniente para Cara foi ele ter se tornado muito mais protetor, até o ponto em

que praticamente tentou supervisionar cada movimento de Cara. Se ela estava comendo direito,
tomando seus remédios e suplementos, evitando estresse ou sobrecarga.
Cara estava tão farta disso. Precisava fazê-lo ver que não tinha de estar no controle de
tudo, o tempo todo. Então ela ia contra os desejos dele a cada oportunidade que tinha, desde que

não fosse algo arriscado para a gravidez. Era interessante como em sua vida diária Cara não
suportava que alguém a controlasse... Mas à noite, entre quatro paredes, estava disposta a se
curvar para seu amante.
Cara percebeu o quão sortuda era de estar naquela posição, ter a oportunidade de
realizar o desejo de alguém de ser pai, e descobrir nele tudo o que podia querer. Logan era
respeitoso, atencioso, afetuoso e sim, dominante — mas de uma maneira muito diferente de seu
agressivo, rancoroso e cruel ex, Jude.
Havia dias em que Cara deixava sua mente se desviar na direção de Jude, e se perguntar
se ele ainda a estava procurando ou até se sentia falta dela. No entanto, sua vida estava boa

demais para se estressar, ela disse a si mesma, enquanto sorria para Logan, ao compartilharem o
café da manhã no pátio com vista para os jardins lindamente mantidos.
"Nossa, você parece estar animada esta manhã", ela disse em um tom brincalhão, enquanto
os servia de chá.
Logan sorriu, e a visão era quase de cegar enquanto Cara se lembrou do quanto ele era
bonito e de como ela se sentia sortuda por tê-lo como amante. Não havia um momento que
passasse sem ela pensar em como ele tinha tantos aspectos interessantes. Ele era o multimilionário
urbano da área da tecnologia e o amante dominador, às vezes vigoroso e exigente sob os lençóis,
e o homem misterioso cujas emoções ela nunca poderia conhecer. No entanto, ela se sentia muito à
vontade com qualquer parte de si mesmo que ele escolhesse expor a ela em determinado

momento.

"É estranho, mas sinto que o bebê já é meu amuleto da sorte. Acabei de saber que meu
game mais recente foi aprovado e entrará em produção em uma semana", disse Logan, com os

olhos verdes brilhando. "Esse tem sido o meu projeto de estimação por mais de um ano, e eu investi
muito tempo e dinheiro no projeto e na execução. Descobrir que há investidores prontos para
lançá-lo em tão pouco tempo é algo incrível".
"Agora você me deixou com vontade de comemorar", Cara disse, balançando os ombros em

uma dança enquanto extraía um sorriso de Logan.


"Que tal uma festa?"
O humor de Cara desapareceu e ela olhou para Logan. "O quê?"
"Aqui, na mansão. Eu sempre quis ter uma. Nada muito grande, mas algo realmente festivo.
Eu nunca tive uma boa razão antes. Acho que o bebê, assim como o novo game, é motivo mais do
que suficiente para comemorar, não é?"
"Uma festa parece ótimo. Quer dizer, vai trazer uma atmosfera maravilhosa em torno do
lugar, mas, Logan..." Ela mordeu o lábio e mudou de olhar, sem ter certeza do que queria dizer. Ou
como falar.

"Não há necessidade de preocupação, Cara", disse Logan com um olhar astuto para o rosto
confuso de Cara. "Eu sempre fui uma figura muito privada. Meu patrimônio líquido me coloca em
um monte de listas dos 10 mais ricos, mas por causa do meu perfil mais fechado, as pessoas
dificilmente me reconhecem. Eu gostaria de manter isso dessa forma, é por isso que essa festa não
seria um evento para me exibir para a sociedade, mas muito exclusivo para amigos próximos,
sócios e até mesmo familiares. Aparentemente, estarei comemorando o próximo lançamento do meu
novo grande projeto, mas você e eu sabemos que é principalmente por causa do bebê."
"Ah." Cara disse brilhantemente ao passar manteiga em sua torrada. "Isso soa mais como o
Logan Shane que eu conheço. Tenho certeza de que Meg ficará extasiada em ter uma festa
maravilhosa para organizar, com todos os seus convidados especiais. Eu só vou ter que me lembrar

de ficar mais de lado."

"Isso não será necessário", Logan disse, colocando uma mão em seu pulso enquanto ela
adicionava uma terceira camada de manteiga na torrada já saturada que vinha segurando quase

que sem pensar.


"Como você pode dizer isso?", ela perguntou, soltando a manteiga agora estragada. "Eu sou
basicamente sua empregada. Não seria bom que as pessoas pensassem de outra forma quando
tomassem conhecimento sobre mim. Isso é, se eu for convidada para essa festa. O máximo de

discrição e privacidade, lembra?"


"Acho que me lembro dos termos do nosso acordo", disse Logan, enquanto gentilmente
soltava sua mão. "Cara, eu mencionei a festa para você porque eu definitivamente planejo que
você seja convidada e, na verdade, também esteja muito envolvida. Meg pode fazer a maior parte
do trabalho pesado para deixar você livre de qualquer pressão ou estresse, mas você pode
participar do planejamento o tanto que quiser. Vai ser daqui a duas semanas, então, há tempo de
sobra para deixar tudo perfeito."
Cara ficou surpresa por Logan querer que ela estivesse envolvida na festa — e ficou ainda
mais surpresa quando ele acrescentou que seria uma chance de apresentá-la a seus primos Finn,

Egan e Connor.
"Como eu, eles saíram da vida mortal de gangues", disse Logan. "Eles são irmãos e parceiros
em seu site de compras online altamente bem-sucedido. Eles sabiam do meu desejo de ter um
herdeiro usando uma barriga de aluguel. Estão ansiosos para finalmente conhecê-la."
Cara não sabia o que fazer com tudo aquilo, mas, se Logan queria que ela se tornasse uma
parte mais visível de sua vida, ela não reclamaria. Conforme o bebê crescia dentro de si dia após
dia, semana após semana, ela começou a sentir uma ligação que não tinha estado presente antes.
Aprender sobre sua gravidez com Logan e ficar informada sobre as novas fases a esperar davam
a Cara uma perspectiva totalmente nova sobre as coisas.
Será que seu contrato de gravidez por substituição havia se transformado em mais do que

apenas um trabalho que ela tinha aceitado?

***

Cara olhou para o resultado da ultrassonografia com admiração. Uau. Nosso bebê está

crescendo tão rápido, ela pensou.


E então balançou a cabeça, mentalmente corrigindo sua declaração. O bebê de Logan. Não
nosso, nem mesmo meu, acrescentou com uma mordida forte no lábio inferior.
"Não se preocupe", disse Meg, que estava ao lado de Cara, observando suas expressões.

"Vou me certificar de que Logan receba uma cópia imediatamente."


Foi Meg quem acompanhou Cara no exame, enquanto Logan estava fora da cidade por
alguns dias. Algo sobre o encontro com uma grande empresa lidando com a fabricação de seu
game mais recente. Cara sentia falta dele a cada momento e ficava louca imaginando todas as
belas mulheres com quem teria entrado em contato em Londres, para onde ele havia viajado.
Talvez fosse a sexy comissária de bordo em seu avião particular — ou talvez uma executiva
glamourosa na empresa com quem ele estava tratando. E talvez, à noite, fosse uma supermodelo
aleatória que ele encontrasse no bar do hotel e convidaria até sua suíte para um drinque. Talvez

para a suíte dela.


Cara espantou aqueles pensamentos. Logan não lhe parecia o tipo que fazia sexo casual. E
mesmo que ele não tivesse prometido isso, nem tivesse dito nada sobre serem exclusivos, Cara
sentiu que podia confiar nele. O ruim é que era nas outras mulheres que ela não podia confiar, em
se tratando de Logan, sabendo da aura de um garanhão silencioso que ele exalava, além de todo
o seu dinheiro. Nenhuma mulher em sã consciência seria capaz de não se atirar nele.
O que deixou Cara pensativa a respeito de Meg, enquanto a assistente repassava alguns
detalhes sobre a festa. Meg já teve algo com Logan? Cara descobriu que Meg estava trabalhando
com Logan há anos. Ela era uma de suas funcionárias mais confiáveis, e inspirava o maior respeito
e confiança de quem tivesse que lidar com Logan através dela.

Ela era linda de um jeito brilhante que a maioria dos profissionais magras e loiras poderiam

ser, com seus óculos dourados e seus sempre presentes sapatos de salto alto. Cara nunca a tinha
visto em nada além de ternos e saltos de marca, com a maquiagem perfeita a ponto de parecer

uma modelo — até mesmo nos fins de semana.


Cara não podia fingir que conhecia o tipo de Logan, mas não achava que seria alguém
como a Meg. Cara simplesmente não conseguia identificar, mas havia algo sobre Meg que era
desagradável, mesmo quando ela sorria.

Como ela sorria agora para Cara, com aqueles lábios vermelhos esticados finamente sobre
sua dentição branca perfeita. "E a sua família? Você consideraria convidá-los para a festa
também? Talvez alguns amigos?", perguntou Meg, com a caneta na mão, pairando sobre seu bloco
de notas.
"Eu não sabia que tinha permissão para convidar alguém", disse Cara, surpresa.
"Bem, claro, eles não teriam que saber sobre sua barriga de aluguel. Mas você está
basicamente em contrato com o Sr. Shane, o que faz de você algo como uma funcionária valiosa.
Ele não a impediria se você quisesse alguém que seja próximo a você em um evento tão grande. "
Alguém de quem ela era próxima... Cara realmente não tinha ninguém assim. Ela realmente só

teve Jude. Foi ele que lhe deu uma ideia de família ou uma conexão, já que Cara nunca se deu
bem com seus pais ou seus irmãos. Ninguém parecia compreendê-la, e somente com Jude ela sentia
qualquer tipo de aceitação. Mesmo que apenas por um breve tempo.
"Não há... Ninguém", Cara finalmente disse, baixando os olhos enquanto passava os dedos
sobre o joelho, nervosamente. Pensar em Jude sempre a fazia se sentir culpada e perdida.
"Você tem certeza? Porque não seria nada arranjar um voo para eles e os alojamentos
necessários para sua estadia. Você está aqui há mais de um mês e deve ter alguém de quem sinta
falta, ou que esteja preocupado com seu bem-estar. Com a sua beleza, eu não ficaria surpresa se
você tivesse um homem em sua vida, imaginando o que aconteceu com você."
Os olhos de Cara se estreitaram em uma careta quando ela lançou um olhar para Meg,

perguntando-se o quanto a assistente sabia ou se Logan tinha lhe dito qualquer coisa. Bem, com ela

sendo sua assistente mais confiável, ele poderia ter mencionado o ex de Cara, mas ainda assim,
Cara se sentia desconfortável por Logan compartilhar algo tão pessoal e sensível com Meg.

"Como eu disse, não há ninguém", Cara acrescentou, retribuindo a Meg o mesmo sorriso que
ela lhe oferecia.
"Bem, eu vou acabar de enviar convites, e, claro, a imagem do ultrassom. Imagine como o Sr.
Shane ficará satisfeito ao saber que o bebê está crescendo tão saudável. Você deve ter um

cuidado extra, também. Não quero que o Sr. Shane arranque minha orelha se você tiver algum
problema."
Cara se perguntou em que problema ela poderia se meter, sentada em casa o dia todo ou
trabalhando em seus quadros. Ela lançou um olhar mal-humorado para o smartwatch que tinha em
seu pulso, semelhante ao de Logan, que tinha todos os tipos de recursos para monitorar suas
atividades. Foi Logan que a fez usá-lo, e havia vezes que ela queria jogá-lo na poça d’água mais
próxima.
Enquanto Meg partia com um sorriso presunçoso, Cara se enfureceu ainda mais. A assistente
tinha parecido mais maliciosa do que o normal, e Cara, como sempre, achava impossível realmente

ler a mulher. O que estava se passando em sua cabeça?


Talvez fossem os hormônios de Cara, ou algo a ver com a conversa que ela teve com Meg,
mas nos dias seguintes, Cara sentiu vontade de ligar para casa. Da última vez que ligou, estava
indo para lá, para encontrar seu misterioso benfeitor pela primeira vez. Ela falou com a mãe, que
parecia satisfeita por saber que Cara estava segura.
Cara então se perguntou se, de alguma forma, tinha deixado escapar algo sobre o local
para onde estava indo. Mas certamente era exagero demais pensar que Jude poderia ter tido a
sorte de segui-la até praticamente esbarrar com ela na cidade quando ela foi às compras, certo?
Ainda assim, aquela possibilidade deixou Cara mais cuidadosa quando falou com a mãe
novamente, mais tarde naquela manhã. Cara não mencionou estar grávida ou ser barriga de

aluguel, e só disse à mãe que tinha conseguido um emprego que a manteria ocupada por quase

um ano.
"Isso parece agradável. Que tipo de trabalho é esse?", perguntou sua mãe, cheia de

curiosidade.
Cara sorriu para si mesma e disse: "Você poderia chamá-lo de um serviço de baby-sitter de
nove meses".
O que pareceu deixar sua mãe ainda mais curiosa e intrigada, mas antes de mais perguntas

surgirem, Cara rapidamente se despediu e desligou. Ela suspirou profundamente e se perguntou se


ela não tinha se entregado com o comentário sobre baby-sitter. Sua mãe de alguma forma faria a
conexão? De jeito nenhum, veio a refutação instantânea quando Cara sacudiu a cabeça. De jeito
nenhum sua mãe adivinharia que seu trabalho era carregar o filho de alguém na barriga — e sua
mãe não acreditaria, mesmo se descobrisse.
Cara sabia que isso era algo que ela tinha escolhido fazer e teria que enfrentar sozinha.
Bastava pensar em Logan e em ser capaz de lhe dar aquele presente, que seu coração se
alegrava. Lentamente, Cara ficava preocupada se seria fácil de abrir mão quando chegasse a
hora.

E se, daqui a sete ou oito meses, ela não quisesse abrir mão de Logan ou do bebê?
Felizmente, isso foi tempo suficiente para Cara voltar a si e lembrar que nada disso era real
ou planejado para durar. E ela tinha de estar pronta para aceitar isso de todo o coração, ou
arriscar uma vida inteira de dor e arrependimento.
Capítulo Sete

Cara fez o seu caminho descendo a escada circular e se dirigiu através do corredor até a
sala de estar, em busca de Logan. Ela se sentia nervosa por aquela noite e toda a história da

festa. Esperava estar bonita o suficiente, e que a roupa, com barriga de fora, aprovada por
Logan, ficasse bem nela.
Sua protuberância não estava perto de estar evidente ainda, mas Cara se sentia grávida
graças ao peso que podia dizer que ganhou, a julgar por suas curvas extras tanto na parte de

cima quanto na parte de baixo. Também a julgar, é claro, pelo olhar nos olhos de Logan quando
ela provou a roupa ela primeira vez. Um olhar que provava que ele estava gostando de alguns —
ok, talvez mais do que alguns — quilos a mais.
Então, onde ele estava? Ele a tinha deixado, para terminar de se vestir, e agora ela estava
ansiosa para a noite para começar. A festa deveria acontecer na bela extensão de gramado, com
a arena decorada com barracas coloridas em estilo gazebo, iluminada com fitas de luzes brancas
e outros efeitos de iluminação na parte superior e sobre as árvores.
Cada seção diferente, como o palco, o bar e a área de jogos, onde algumas competições de
jardim aconteceriam, foi cuidadosamente organizada. Havia uma sensação de noite de verão no

ar, mas também haviam braseiros para afastar qualquer calafrio, caso necessário.
Tudo parecia perfeito, especialmente as mesas de jantar e o DJ fazendo um som de sua
plataforma giratória. Apesar de todo o nervosismo, Cara percebeu que não podia esperar para
aquela noite começar.
Primeiro, tinha que encontrar Logan, e a sala de estar parecia um bom lugar para começar,
já que ouviu ruídos altos vindos de lá. Ela andou naquela direção e teve uma surpresa.
A sala de estar estava cheia de homens. Logan e outros quatro homens estavam sentados ou
em pé, bebendo, conversando e rindo. O som distinto de sotaques irlandeses distintos atingiu Cara
como uma onda, mas aquela não foi a única bomba.

Aqueles caras eram super gatos. Fora Logan, Cara nunca tinha visto homens tão bonitos em

sua vida. Eles eram todos altos e musculosos, da mesma forma que Logan, que ainda parecia se
destacar com sua marca especial de atratividade.

E agora? Os olhos de Cara estavam arregalados quando ela chegou e todos se deram
conta de sua presença.
"Bem, olá, belezinha. Você deve ser Cara", exclamou a voz do homem mais próximo de onde
Cara estava congelada como um pilar. Ele tinha uma barba vermelha cheia, tatuagens no pescoço,

olhos em tom azul claro e um sorriso caloroso. "Eu sou Egan."


Meu Deus.
Os momentos seguintes foram um emaranhado de apresentações. Cara finalmente estava
conhecendo os três primos de Logan, além de um amigo próximo — e foi um pouco espantoso!
Logan poderia ter avisado que eles eram super em forma! Eles pareciam estar perto da idade de
Logan ou um pouco mais velhos. Todos tinham qualidades semelhantes: misteriosos, taciturnos e
certamente intimidadores. Mas eles foram imediatamente amigáveis e se esforçaram para fazer
Cara se sentir confortável.
Cara ficou grata quando Logan chegou ao seu lado, com sua proximidade oferecendo

apoio para a sensação de estar fora de sua zona de conforto. Ela deu sorrisos graciosos e
respostas às perguntas dos homens, principalmente sobre de onde ela era e seus interesses. Nada
mais pessoal e certamente, nada sobre o bebê ou a barriga de aluguel.
Eles pareciam simplesmente felizes por estarem juntos e, também, por ter Cara lá. Eles tinham
que ser capazes de dizer que Logan e Cara tinham algo entre eles, já que Logan a olhava e a
tocava de vez em quando. Ainda assim, Cara ficou curiosa sobre o que os homens pensavam sobre
aquilo tudo.
Antes de saírem para a festa, quando os convidados começavam a chegar, os homens
compartilhavam brincadeiras e até deram a Cara algumas anedotas sobre seus dias de juventude.
Pela forma como agiam, era de se pensar que haviam aceitado Cara como a mulher de Logan.

Mas ela não era, ou era? Ela era simplesmente sua barriga de aluguel, com quem ele também

estava dormindo. Isso fazia dela sua amante ou o quê?


Os quatro homens saíram da sala para ir à festa ao ar livre. Logan parou Cara, colocando

uma mão gentil em seu pulso e puxando-a de volta para ele, com seus olhos olhando para seu
rosto. "Eles gostam de você", disse ele.
Isso fez Cara suspirar de alívio, percebendo que precisava da confirmação. "Isso importa?"
Cara perguntou, claramente mantendo o olhar de Logan. Toda aquela festa, apresentando-a à sua

família e amigos — que significado tinha tudo isso para eles?


"Claro que sim. Você não é mais uma estranha, Cara."
Cara impediu a si mesma de soltar um discurso do tipo Então o que nós somos? O bebê mal
estava em seu primeiro trimestre e ela não poderia arriscar Logan começar a questionar seus
motivos, ou mudar de ideia por Cara esperar mais do que ele queria.
"Fico feliz em ouvir isso. E eu também gosto deles. Adorei ouvir sobre vocês crescendo juntos.
Os dois irmãos realmente gerenciam um site de compra online de produtos frescos fornecidos
diretamente pelos produtores?"
Logan riu com sua expressão de espanto. "Correto. É algo realmente grande no Reino Unido

e eles planejam trabalhar também nos EUA. E, sim, meu terceiro primo Connor realmente se tornou
um dos melhores promotores do país depois de desistir de sua vida nas gangues."
Cara balançou a cabeça impressionada. "Eu acho isso muito legal. E inspirador. Quantas
pessoas podem dizer que foram ousadas e se deram uma segunda chance?"
"Bem, você fez", Logan disse, acariciando seu rosto. "Você largou seu namorado abusivo e
entrou no desconhecido apenas com a crença de que merecia algo melhor. Isso é mais do que
louvável, pois poucas mulheres teriam essa coragem."
"Obrigada", Cara sussurrou. "Eu sinto que essa é a melhor coisa que você já me disse."
Logan simplesmente sorriu. Seu rosto bonito, e a forma como seu smoking parecia ser sua
segunda pele em seu corpo musculoso e de ombros largos despertava coisas nela.

Ele ergueu a mão dela, com o toque quente de seus dedos. "Tenho algo para você", disse

ele.
Ele estava tirando alguma coisa do bolso e o primeiro pensamento que Cara teve foi que

Logan estava dando a ela um anel! O quê? Seu coração parou e então saltou em sua boca com
medo e antecipação. Algo mágico poderia ter acontecido e de alguma forma isso se transformaria
em um grande romance, afinal? Será que Logan lhe diria que ele tinha se apaixonado loucamente
por ela e a queria em sua vida de verdade e não apenas como uma fabricante de bebês?

Ela observou, sem fôlego, apenas para descobrir que foi seu pulso que Logan alcançou, não
o dedo de noivado. Momentos depois, ela usava uma bela pulseira de ouro feita de vários nós
entrelaçados, e o metal brilhando sensualmente em sua pele.
"É linda", Cara ofegou, esquecendo sua decepção de não ser uma cena de conto de fadas
com um anel e uma proposta. Ela instantaneamente amou o estilo urbano e ainda ultrafeminino da
pulseira, e estava contente por parecer discreta e não brega ou excessivamente chamativa. Ele era
simplesmente ideal.
"Você gostou?" Logan provocou
"Eu amei. Apenas não se acostume demais a me dar presentes ou tentar me mimar, porque

não vou cair nessa", disse ela, sacudindo um dedo indicador em brincadeira.
Os olhos de Logan cintilaram. "Olhe mais de perto, moça. Você verá que não é um presente
comum, ou algo sem valor. Isso certamente tem um significado especial e mesmo que eu tenha
considerado dar uma gargantilha em vez dela, eu sei o quanto você está preocupada com
qualquer atenção indevida. Você usando minha gargantilha ficaria óbvio demais para alguns
olhares perspicazes, que era, de fato, uma coleira, e eles saberiam minha reivindicação sobre
você."
"Ah." Os olhos de Cara se arregalaram enquanto ela assimilava suas palavras. Significado
especial... Coleira... Reivindicação... Ela olhou para a pulseira e percebeu que havia algo naquilo.
Se fosse algum tipo de forma de Logan fazer sua reivindicação, então só poderia significar que

aquela era uma forma de uma pulseira de bondage. Logan estava certo — entre um dominador e

uma submissa, poderia facilmente ter sido uma coleira que ele quisesse que ela usasse, mas dessa
vez, ele escolheu a opção mais sutil.

Aquilo era realmente arrogante da parte dele, mas tão excitante ao mesmo tempo...
Isso fez Cara se sentir menos ingênua, com certeza, e em vez disso, ela tomou consciência de
sua troca de poder íntimo, onde ela o deixava assumir o controle em sua vida sexual.
"Que introdução excitante a uma noite emocionante", disse ela, olhando de forma radiante

para ele conforme passava os dedos por sua pulseira deslumbrante.


Mais uma vez veio aquele brilho em seus olhos. "Poderíamos tornar isso um interlúdio ainda
mais emocionante, encontrando a sala privativa mais próxima, com você inclinada e agarrando os
próprios tornozelos, e eu afundando dentro de você por trás. Você com esses saltos, só vou
conseguir pensar nisso esta noite. Mas estamos atrasados".
Merda. Como ele se atrevia a acendê-la assim com suas palavras sexy murmurando em seu
ouvido, só para acabar assim? Seu sorriso convencido dizia a Cara que ele sabia que a tinha
deixado do jeito que queria — toda agitada. Ela teria de fazer alguma coisa para fazê-lo pagar
por deixá-la tão excitada e agitada exatamente no momento em que iam para a festa!

Por enquanto, ela brincava e sorria graciosamente. Ela realmente queria causar uma boa
impressão e se isso tivesse a ver com aturar algumas brincadeiras malvadas de Logan de vez em
quando, ela topava a tarefa.
Havia algo no ar naquela noite, com a música alegre, e os convidados, maravilhosamente
bem vestidos e animados, que se serviam de boa comida, vinho e alegria. No momento em que
Logan entrou na arena, todos se empolgaram, e ele botou seu inegável charme para funcionar,
enquanto fazia o papel de perfeito anfitrião.
Depois de sua primeira vez na cama juntos, Cara tinha decidido que tudo se basearia no
físico, apenas se divertindo e vivendo. Ela não podia deixar que sua paixão momentânea a
influenciasse a pensar que isso os tornava almas gêmeas, ou que eles poderiam ficar juntos e ter

um final feliz perfeito. E até agora, Logan tinha mantido as coisas simples. Ele a queria, e sendo

assim, tomou o que queria, enquanto se certificava de lhe dar o melhor prazer que ela já havia
sentido.

No entanto, o que havia acontecido naquela noite, que fez Cara começar a desejá-lo mais?
Não tinha nada a ver com o glamour e a emoção de fazer parte do círculo exclusivo de Logan.
Não eram as pessoas bonitas, rindo, conversando e dançando, curtindo o entretenimento noturno, o
brilho da decoração, enquanto estavam intocadas pelas preocupações das pessoas comuns e

focadas apenas em se divertir, se divertir e se divertir. Seria tão fácil ser tomada por tudo isso,
mas, para Cara, as coisas não tinham a ver com o que Logan era, mas por quem ele era. Estar ao
lado dele, ter sua mão na parte inferior de suas costas para evitar que ela se afastasse como ela
poderia ter feito — aquilo era excitante. Pelos olhares especulativos que os convidados lançavam
para ela, ela sabia que eles se perguntavam sobre a companhia misteriosa que Logan tinha
naquela noite. Mas é claro que mantiveram seus pensamentos inquisitivos para si mesmos. Ou pelo
menos longe de Cara.
E, se por alguma razão, Logan tinha que ser chamado ou eles se separavam, Cara notava
que um ou outro de seus primos aparecia ao seu lado. Era quase como se eles estivessem todos no

dever de guarda-costas, certificando-se de que Cara estava bem durante a festa. Mais uma vez,
isso fez Cara se sentir muito bem. Logan devia ter adivinhado que ela se sentiria um pouco
deslocada, e até mesmo oprimida por todas aquelas pessoas que não conhecia. Então, queria ter
certeza de que Cara tivesse companhia ou pelo menos alguém cuidando dela, se por algum
momento sua atenção fosse atraída para outro lugar.
Logan realmente estava cuidando dela, ou era apenas por causa do bebê?
Esse pensamento saiu do nada, abalando o humor de Cara. E se Logan a estivesse vigiando
de perto para se certificar de que ela não escorregasse ou fizesse algo que poderia prejudicar o
bebê? Cara tinha cuidado para não beber álcool e se mantinha longe de qualquer tipo de fumaça
de cigarro ou qualquer outra coisa que os convidados pudessem estar inalando. Bem, não era

aquele tipo de festa louca cheia de drogas ou qualquer outra coisa, mas Cara não podia ter

certeza, podia? Mas isso não dava a Logan nenhuma razão para manter um olho de águia sobre
ela, como se ela fosse estúpida o suficiente para beber qualquer coisa ou fazer qualquer coisa

que a botasse em perigo, e, consequentemente, o bebê.


Tinha de ser seus hormônios idiotas outra vez, deixando-a for a de si, Cara pensou e
suspirou. Egan, o mais amigável dos rapazes, como Logan os chamava, estava ao seu lado e até
tinha convidado Cara para dançar, o que ela tinha recusado educadamente. Ela estava muito

preocupada com suas inseguranças, e no momento em que ele se distraiu com outro convidado, ela
se juntou à massa de convidados.
***

Cara não tinha como saber que Logan mal a havia mantido fora de vista durante toda a
noite. Mesmo aquelas vezes em que ninguém achava que ele estava olhando, ou prestando
atenção, ele sempre se certificava de que ela permanecia em seu campo de visão.
Ela era linda, graciosa, e tinha um ar de inocência que não poderia ser igualado por
qualquer outra mulher lá naquela noite. Algumas tentavam roubar sua atenção, e talvez capturar

seu interesse, mas Cara era tudo o que havia em sua mente.
Ele gostava de vê-la rindo. Mesmo que desejasse que fosse ele quem causasse isso e não
outra pessoa. Tinha sido ótimo ela ter conhecido os rapazes e até mesmo tentar saber mais sobre
eles. Ele gostaria de pensar que eles tinham sido facilmente conquistados por sua elegância
simples, seu jeito doce e, sim, até mesmo por sua timidez.
Logan não queria começar a questionar por que era importante que ela se portasse tão
bem com seus primos, que também eram como seus melhores amigos. Ele simplesmente sabia que
Cara estaria em sua vida por um tempo, pelo menos por mais oito meses, e já que ele via os
rapazes de vez em quando, quando eles estavam no país, gostaria que todos se sentissem
confortáveis uns com os outros.

Agora era Egan, o verdadeiro sedutor do grupo, que estava ao lado de Cara. Ele parecia

lhe pedir para dançar e ficou decepcionado quando ela recusou com um sorriso silencioso. Logan
sorriu e ficou contente por não ter necessidade de ficar com ciúmes de Egan, que estava em um

casamento feliz com sua namorada da adolescência, com dois filhos pequenos. Foi provavelmente
por ver Egan com seus bebês que ele tinha começado a sonhar em ser pai, mesmo que Logan não
sentisse nenhuma necessidade de ter um ambiente convencional de casamento, que era o mais
adequado para se ter um filho. Logan não conseguia se imaginar casado, mas queria um herdeiro.

E ele queria ter isso quando ainda fosse jovem, para poder estar disponível para a sua prole,
contanto que o tempo permitisse. Logan teria pouco mais de quarenta anos quando seu filho tivesse
dez. Quando a criança partisse para a faculdade, Logan estaria em seus cinquenta anos. Ele só
queria garantir que poderia ser capaz e estar disponível para criar seu filho ou filhos, se
escolhesse ter mais. Por isso, ele não podia mais perder tempo. Nem poderia aguentar esperar
encontrar uma mulher que pudesse completá-lo antes de começar a criar uma família.
No entanto, por que suas ideias começavam a balançar enquanto ele olhava para Cara? Ela
parecia uma fantasia entre as outras mulheres e convidados. Muitos olhavam para ela sem parar.
A forma como ela se comportava, mostrava que ela se encaixaria facilmente em seu mundo. Ela

tinha o equilíbrio para conseguir se portar em qualquer dos eventos da alta sociedade que Logan
precisasse frequentar.
Uma ideia começou a se formar na mente de Logan. E se ele pudesse oferecer a seu filho
uma estrutura mais estável que envolvesse uma família de verdade? Ele conseguia enxergar a si
mesmo convencendo Cara a se casar com ele para dar a seu filho um lar adequado com ambos os
pais?
Só pensar nisso poderia ter feito Logan perder a cabeça, apenas com a possibilidade de
ficar preso a alguém. E, no entanto, de alguma forma a ideia não o incomodava. Seria o arranjo
perfeito, garantindo que seu filho fosse criado com os dois pais.
Mas Cara acharia isso razão suficiente para concordar em se casar com ele?

"Não me diga que eu não fiz um trabalho bom o suficiente planejando esta festa", brincou a

voz de Meg logo atrás dele. "Então por que você não parece estar gostando?"
Meg tinha um sorriso provocante enquanto Logan se voltava para ela. Ele tinha estado tão

preocupado com seus pensamentos que não tinha percebido que estava negligenciando seus
convidados.
"Você foi ótima, Meg. Normalmente, não consigo aguentar mais do que alguns minutos neste
tipo de coisa. Eu apenas faço uma aparição, interajo um pouco com os VIPs e depois saio

discretamente, para permitir que os outros curtam as festividades. Dessa vez, eu me sinto pronto
para festar noite adentro."
"Nesse caso, eu poderia convidá-lo para uma dança?"
Logan ficou sem jeito, incapaz de esconder sua surpresa. Na verdade, muito sobre Meg o
surpreendeu aquela noite. Normalmente, ela ficaria nos bastidores e permaneceria profissional,
vestindo um terno social. No entanto, naquela noite, ela apareceu em um vestido de festa
encantador que ia até o joelho e tinha um decote arredondado. Ela estava sem os óculos e até
mesmo sua maquiagem parecia mais leve e sedutora.
Ele respirou fundo e fez questão de responder, quando um movimento súbito chamou sua

atenção do lugar onde estava Cara. Ela tinha acabado de fugir de Egan, e estava indo para uma
das tendas isoladas, além das outras barracas cheias de convidados dançando e se divertindo.
No momento seguinte, uma figura de pele escura em um smoking branco se separou de seu
grupo, e seguiu na mesma direção que Cara. Logan estava em alerta, seus olhos se estreitaram
quando o estranho de pele escura entrou na tenda que Cara tinha acabado de ocupar.
Que porra é essa?
Logan se moveu instantaneamente para abrir caminho até a tenda, mas sentiu Meg segurá-lo
de volta.
"Eu acho que você deveria lhes dar um tempo sozinhos", ela disse calmamente.
Isso o fez encará-la olhar de surpresa. "Você sabe quem é?" Logan estava assumindo que

Meg também tinha notado o convidado do sexo masculino que tinha seguido Cara.

Ela enterrou o nariz em sua taça de champanhe, tomando um pequeno gole. "Hum, se não
me engano, ele se parece com Jude Terrell, o ex de Cara."

As palavras afundaram no cérebro de Logan como chumbo quente e ele cerrou os punhos,
desejando não explodir. As próximas palavras de Meg o deixaram quase fumegando pelas
orelhas.
"Olha, já que ele está aqui, por que você não deixa que eles tenham a chance de

conversar?"
"Você está louca?"
Meg tomou um susto, com sua taça de champanhe paralisada perto dos lábios. Ela olhou em
choque para Logan, já que ele nunca a havia xingado. Ainda assim, ela não podia se deixar
intimidar por ele, e tentou permanecer calma. "Eu sei que ela é sua barriga de aluguel, mas você
não precisa ir acreditando em sua história dramática ou o que quer que ela tenha lhe contado
sobre seu relacionamento. Eu sinto que ela está enfeitiçando você, Logan, e isso provavelmente vai
fazer com que você precise separar suas emoções de seu principal objetivo — que é ela lhe dar
um bebê. Nada mais."

O latejar nas têmporas de Logan aumentava e era tudo o que ele podia fazer, para não
rugir diante da multidão de convidados, silenciando toda a música, conversa alta e festividades em
geral.
Ele se conteve e olhou para Meg, que mirou diretamente em seus olhos. "Você pode
acreditar que tenho a maior consideração por você em meu coração, mas juro por Deus, se você
saiu da linha desta vez..."
Ele não terminou, mas balançou a cabeça e girou ao redor, marchando raivosamente direto
para aquela tenda. Suspirando para si mesma, Meg seguiu seus passos com a intenção de
testemunhar o desastre.
***

Cara só precisava de algum tempo longe da multidão, e encontrou isso naquela tenda
desocupada, usada para guardar equipamentos e cabos. Pela primeira vez desde o começo da
noite, ela respirou fundo para finalmente exalar completamente. Lentamente, a tensão escapou

dela, mas apenas deixou um vazio que nenhuma quantidade de tranquilidade poderia preencher.
Por que era tão difícil se entender?
"É coisa demais para lidar, não é?", disse uma voz atrás dela. Cara ofegou e congelou,
chocada demais para se virar.

Ela ouviu passos que avançavam, da mesma forma que a mesma voz familiar, arrepiante,
acrescentou: "Você está se sentindo deslocada, onde não pertence. Você sabe em seu coração que
realmente não pertence a esse lugar. Que você só tem se enganado durante todo esse tempo".
Foi o desprezo em seu tom que finalmente fez Cara endireitar a coluna para virar para
enfrentar Jude. Jude. "Você me encontrou", disse ela, rangendo os dentes, com sua raiva e
amargura superando sua confusão.
"Tinha alguma dúvida de que eu faria isso?", ele murmurou. "Eu entendi o fato de que você
estava vindo para cá, depois que liguei para sua mãe semanas atrás. Tudo o que passei meus dias

fazendo era observar lugares que tinha certeza de que você poderia visitar. Lojas de arte, cafés,
bares. Certa vez, eu até pensei ter visto você, mas era apenas minha imaginação. No final,
encontrá-la hoje à noite foi moleza, tudo através de um único golpe de sorte."
"Do que diabos você está falando?", ela retrucou.
Jude foi responder, quando de repente uma figura imponente irrompeu na tenda. "Cara!"
Logan entrou furiosamente e examinou a cena, e pareceu deixar escapar um suspiro
imperceptível quando viu que Cara e Jude estavam em lados opostos da tenda.
Logan foi direto até Cara e agarrou seus ombros. "Você está bem?"
Cara sabia que só ele poderia dizer o quanto ela tremia internamente. Ela, contudo, acenou
com a cabeça, deixando que ele soubesse que ela estava bem, agora que ele estava ali.

Logan se virou para Jude aproximando as sobrancelhas. "Como você chegou aqui? Este

evento é restrito a convidados."


"Ah, mas eu fui convidado", disse Jude, tirando o dito convite do bolso e acenando-o no ar.

"Então, a menos que você queira começar uma grande cena — e, acredite em mim, estou disposto
a fazer um escândalo — então é melhor você ser civilizado comigo, irlandês. Eu vi mais do que
alguns jornalistas intrometidos lá fora e eles parecem estar no clima para farejar confusões."
"Eu não dei permissão para ninguém da imprensa entrar aqui hoje à noite, então não sei do

que você está falando. Seja qual for o caso, nada vai me impedir de chutar seu traseiro para fora
daqui em cinco segundos, se você não cair fora."
"Não, você é quem vai cair fora", rosnou Jude. "Isso não é sobre você. Aliás, é sobre você.
Você rouba minha garota, enche a cabeça dela com todo o tipo de coisas, como se ela fosse boa
demais para a vida que vivia..."
"A vida que vivia?" Logan se lançou para frente, mas de repente Meg estava lá, segurando
seu braço e o mantendo no lugar.
"Logan! Pense no problema que isso causará. Especialmente para Cara, isso sem falar no
bebê", disse Meg, preocupada.

"Ei, que bebê? Ah, não, porra. É melhor você não ter engravidado de um tipo riquinho
desses", Jude tinha perdido sua postura calma e parecia agora quase tão bravo quanto Logan.
"Jude, apenas vá embora. Talvez possamos encontrar uma maneira de conversar, mas não se
você continuar desse jeito", Cara não pôde evitar a forma como seu corpo começou a se contrair e
suas mãos se retorcerem em alarme.
"Agora eu entendo", zombou Jude. "Isso é que é receber para ir pra cama. Agora isso tudo
é uma droga, se for mesmo verdade."
"E se for?", perguntou Cara, com sua coragem voltando como um relâmpago ao sentir o
desprezo de Jude. Por que ele pensaria que ela se importava com o que ele pensava?
"Então eu estava certo sobre isso ser suspeito. Porque, garota, eu não vejo ele por aí

apresentando você como sua companheira, ou mesmo a mãe de seu bebê. O que você é, sua

acompanhante?"
Cara teria replicado, mas Logan pisou na frente dela, protegendo-a com seus ombros largos,

ao dizer: "Não é da sua conta o que ela é. Tudo o que é da sua conta é que ela não está mais
com você. Saia."
Cara estava quase com medo de que Jude enfrentasse Logan e decidisse ficar. Ela podia
ver os dois homens trocando socos e isso a deixou fisicamente mal. Mas, no final, Jude simplesmente

ergueu as mãos em uma rendição debochada.


"O fato é que eu não vim para causar problemas. Só queria ter certeza de que minha
garotinha estava bem. Mas como você acabou de ressaltar, ela não é minha, é? Para o meu azar."
Ele deu um sorriso irônico e saiu da tenda.
Logan se virou para Cara. "Fique aqui, certo? Preciso me certificar de que ele saia da minha
propriedade. Mesmo que eu tenha que botá-lo para fora".
"Logan, por favor, não quero problemas para você", disse Cara com preocupação.
A única resposta de Logan foi um aperto de lábios, antes de se curvar e rapidamente
plantar um beijo tranquilizador em sua bochecha. "Eu voltarei. Você fica com ela", ele acrescentou

para Meg.
Cara teria pensado que Meg seria a última pessoa a quem ele confiaria o seu bem-estar.
Ela se virou para a assistente com um olhar acusatório, mas a loira simplesmente deu um sorriso sem
graça. "Essa noite não foi como você planejou, não é?", Meg perguntou, com uma presunção mal
disfarçada.
Cara não se incomodou em responder, e caminhou até a entrada da tenda, com as mãos
cruzadas ao redor de si enquanto esfregava seus braços trêmulos. Ela olhou para a multidão
barulhenta de convidados e não pareceu avistar qualquer problema. Ela esperava que Jude
realmente saísse em silêncio e que Logan não precisasse recorrer a qualquer violência, que ela via
como negativa para ele.

***

Horas depois, quando o último convidado partiu e a equipe terminou de limpar o que restou
da festa, toda a mansão finalmente ficou tranquila. Cara se retirou para seu quarto para esperar

por Logan. Aqueles momentos lhe deram tempo para pensar nas coisas, especialmente sua
confusão antes mesmo de Jude aparecer.
Quando Logan finalmente bateu e entrou, encontrou Cara numa penumbra. Ele tirou a
gravata e abriu alguns botões da camisa. Ele avançou para o quarto e ficou a poucos metros de

Cara, que estava lutando contra o desejo de retorcer suas mãos, e simplesmente as colocou atrás
do próprio corpo.
"Logan, sobre essa noite. Eu realmente sinto muito."
"Por favor, não se desculpe", disse ele com um toque de impaciência. "Não acho que isso seja
culpa sua, acredite."
"Mas é! Se eu não tivesse lhe contado sobre Jude, então isso não teria acontecido. Você não
teria, por sua vez, contado a Meg sobre Jude, e ela não teria de alguma forma feito ele a
participar da festa só para me atingir".

"Você realmente acha que foi assim que aconteceu?"


"De que outra forma teria sido? Você contou a Meg sobre Jude, não foi?"
"Eu não dei detalhes", disse ele. "Eu definitivamente não revelei as coisas pessoais que você
me contou sobre como ele a tratou. Eu só mencionei que você tinha um ex e que ela devia buscar
informações sobre ele. Eu só queria me manter informado. Você realmente acha que ela era a
única por trás de sua estranha aparição?"
"Logan, ela estava encarregada da lista de convidados. Ninguém teria conseguido o convite
especial se ela não tivesse enviado." Cara suspirou profundamente. "Eu sei que você confia muito
nela..."
"Depois dessa noite, essa confiança está muito em questão. Você está certa, ela é a única

que poderia ter feito tudo isso. Ela é o único elo com Jude, porque preparou um dossiê inteiro dele

para mim. Além disso, ela foi contra meus desejos e convidou os paparazzi para a festa, tudo em
uma tentativa de realizar seu plano. Eu ainda não consigo descobrir por que ela faria tudo isso,

mas meu único palpite é que ela deve ter suspeitado que nós tenhamos nos tornado amantes", disse
ele bruscamente e acrescentou com uma sacudida irritada de sua cabeça. "Eu vou ter que despedi-
la."
"Por favor, não faça isso", disse Cara com um toque calmante em seu braço. "Obviamente

ela tomou algumas decisões erradas, mas só porque ela está sinceramente preocupada com você.
Não me surpreende que ela me considere uma ameaça e, de fato, concordo. Então é por isso que
eu acho que eu deveria ir embora."
A cabeça de Logan se inclinou para o lado, como se quisesse ter certeza de que a tinha
ouvido direito. "Ir embora? Por quê?"
"Eu simplesmente vou causar mais problemas se ficar. Jude sabe exatamente onde estou
agora. Ele até sabe que estou grávida de você, graças à Meg ter convenientemente deixado isso
escapar. Você não o conhece, Logan. Ele é louco e faria qualquer coisa para dar o troco se for
contrariado."

"Então o que você quer fazer? Volta a fugir, enquanto carrega meu filho?"
"Logan", Cara disse suplicantemente, com a cabeça tremendo de um lado para o outro
enquanto olhava para ele em confusão. Ver a raiva endurecer seu rosto fez seu peito doer.
"Se você realmente acha que eu vou deixar você ir embora, então você não me conhece tão
bem."
"Logan, eu sei que nós assinamos um contrato, mas eu também sei o quanto você valoriza sua
vida privada. Eu ainda posso ter o bebê, mas se for embora, posso pelo menos ter certeza de que
sua reputação nunca estará correndo perigo de qualquer fofoca ou, pior, problemas com a lei, se
o segredo da barriga de aluguel vazar".
"Então se case comigo", disse ele com voz a rouca.

Cara apenas olhou para ele, incapaz de dar uma resposta sensata ao choque com o que

tinha acabado de ouvir. Ela tinha ouvido Logan pedi-la em casamento?


"Dessa forma, não pode haver escândalo ou problemas legais. Você será minha esposa, e o

bebê terá um lar e uma família. Funciona perfeitamente em todos os sentidos, não é? Já pensei
nisso, Cara, e acho que é a melhor resposta para essa situação".
Uma sensação de peso se instalou no estômago de Cara. Por um segundo, ela esperava um
tom mais romântico em sua proposta. Que garota tola ela era.

"Não posso me casar com você, Logan. Como isso seria uma opção agora?", ela passou os
dedos pelos cabelos, impacientemente. "Não foi com isso que concordei."
"Também não é o que eu planejei originalmente. Mas quanto mais penso nisso, mais faz
sentido."
"Talvez para você. Mas um casamento de fachada não é exatamente o que eu planejei para
mim. Eu estava em conflito suficiente para ser barriga de aluguel, mas finalmente me convenci de
que era apenas por menos de um ano, e então eu poderia tentar resolver o que faria da minha
vida".
"Case comigo e você não precisará se preocupar com isso. Com nada. Eu não preciso dizer

que, como minha esposa, nunca vai faltar nada a você. Se quiser prosseguir com sua carreira
artística, vou me certificar de que você possa atingir todo o seu potencial. Você terá um futuro
seguro e, além do mais, a liberdade de correr atrás dos seus sonhos sem se preocupar com outras
restrições. Porque vou apoiá-lo sempre".
O peso em seu estômago ficou ainda maior. Logan estava prometendo tudo, exceto amor.
"Logan, eu acho que somos duas pessoas diferentes, de dois mundos diferentes", disse ela.
"Você precisa de alguém que combine perfeitamente com você em público. Não alguém como eu".
"Alguém como você? Cara, você está exuberante", disse ele, seu irlandês engrossou conforme
ele a atraiu em braços. "Olhando você hoje à noite, como você estava tão linda e elegante, quando
todas as outras mulheres estavam se esforçando tanto... Nós combinamos perfeitamente — de

todas as maneiras possíveis."

Ele reivindicou seus lábios em um salto arrebatador. Cara hesitou por um momento, mas não
conseguiu lutar contra a doce e quente pressão de sua boca. Seus lábios se abriram ansiosamente

sob os dele, enquanto ela trazia as mãos para agarrar seu pescoço forte. Afogando-se no delírio
de seu desejo, ela agarrou os cabelos castanhos com toques dourados, sentindo toda a sua alma se
contorcer por não tê-lo por completo, mas ela poderia ter aquilo.
Ele relutantemente soltou sua boca e Cara ficou surpresa ao notar quão instável estava sua

respiração, enquanto ele deslizava aqueles lábios quentes ao longo de seu maxilar, para sentir o
pulsar em sua garganta. Cara estremeceu em seus braços, com seus sentidos pulsando
violentamente a uma batida interior estrondosa.
"Qual é a sua resposta, minha querida? O toque de Logan em seu corpo tinha se acalmado,
sua respiração mais lenta enquanto provocava a pele de sua clavícula. Cara teria dito sim a
qualquer coisa. A gentileza em seu carinho parecia quase afetuosa, e fez surgir um raio de
necessidade na parte interna de suas coxas.
"Isso é importante demais para eu correr algum risco", ele acrescentou. "Nós podemos
esperar por uma gravidez segura, mas não há como dizer o quão difícil ela vai ser nos próximos

meses. É a sua primeira gravidez e quero que você se sinta o mais segura possível, comigo."
"Posso pelo menos pensar um pouco mais?" Ela sussurrou, baixando os olhos para controlar
suas emoções internas. "Ou minha resposta tem que ser agora?"
"Não precisamos nos apressar", ele lhe disse suavemente, com as mãos esfregando seus
braços. "Mas você deve chegar a uma decisão o quanto antes. Quanto mais cedo pudermos tornar
as coisas oficiais, mais cedo poderemos nos concentrar no bebê e no futuro."
Se ao menos o futuro, de acordo com Logan, significasse muito mais do que apenas um
casamento que seria mais ou menos de fachada. Ah, claro, eles tinham toda aquela química incrível,
e a maioria das mulheres mataria para estar em seu lugar, mas Cara poderia realmente se
contentar com isso?"

E se fosse o máximo que ela pudesse esperar de Logan? Não seria melhor simplesmente

arriscar, do que ir embora e perder tudo — Logan e o bebê?


Preocupar-se, ou mesmo pensar, tornou-se impossível. Os lábios macios e quentes de Logan

estavam espalhando beijos por seu pescoço. Como sempre, o seu desejo manifestado lentamente
estava ainda mais letal do que quando ele tinha uma abordagem mais agressiva e vigorosa.
O sexo não podia substituir o amor, Cara sabia disso. Mas nesses momentos em que ele a
tocava, beijava, olhava para ela de uma certa maneira, ela sentia algo quente e turvo que se

encontrava logo abaixo do peito, que dizia que aquilo não era amor, mas algo suficientemente
próximo disso. De que outra forma ele poderia lhe dar prazer com uma eloquência tão sensual, se
não sentisse algo por ela? Como poderia ele não se importar, quando tomava tanto tempo para
lhe dar prazer, alimentando seu fervor até que ela ardesse em chamas, perdida na luxúria e se
contorcendo descontroladamente sob ele?
Ela amava o modo como seu corpo se aproximava do dela e ofuscava o mundo todo. Ele se
tornou a peça central de seu universo.
Ele olhava profundamente em seus olhos e ela sentia um frio na barriga. Não importava
quantas vezes, a excitação e novidade eram as mesmas, noite após noite. Ele deu a ela um sorriso

sexy e se inclinou para fuçar seu pescoço. "Seu cheiro é mágico".


"Outra coisa sobre mim que você gosta?" Ela meio que brincou e meio que gemeu.
Ele riu profundamente e admitiu: "Ó, sim. Eu gosto muito do seu belo cheiro."
Seu cheiro era belo? Isso era uma novidade. Cara riu e enterrou o rosto em seu peito. Ele se
juntou àquele humor, com seu riso engrossando e depois encurtando, no momento em que ele
colocou suas mãos em seu corpo. Seus seios, sua cintura, seu quadril. Ele apertou sua carne e
gemeu. "Delícia."
Meu Deus, se ele a chamasse de delícia mais uma vez, daquele jeito... Ela estremeceu e
agarrou seus ombros, então passou as mãos por suas costas tatuadas, puxando-o com mais força
sobre ela.

A paixão daquela noite foi doce e cuidadosa. Sem bondage, sem ordens. Apenas duas

mentes, corações e corpos formando um vínculo, ou assim Cara imaginou. Mesmo que Logan
simplesmente a quisesse por perto para poder proteger o bebê, mesmo que seu desejo por ela

fosse físico — Cara estava começando a sentir sua emoção. Ele não era uma máquina implacável
com a intenção de seguir seu caminho sozinho. Ele a considerava uma pessoa independente, ou
simplesmente teria exigido que aceitasse sua proposta. E ainda, quase parecia que a sua transa
deliciosa era uma maneira de quebrar suas últimas reservas.

Apenas pare com suas preocupações e curta, foram as palavras que Cara disse a si mesma. A
pele nua de Logan sobre a dela, sua virilidade instalada entre suas coxas e fazendo seu ventre se
apertar, seus seios sentindo o calor de suas mãos...
Ela podia se perder naquela paixão que eles compartilhavam, e quase se deixou acreditar
que era tudo o que precisava por agora.
Muito, muito mais tarde, com ela repleta de seu amor prolongado, Logan deitou ao lado dela
e se fixou em seu olhar sobriamente.
"Cara, eu não quero que você pense que eu sou como seu ex. Esta mansão não é sua prisão
e você não precisa sentir que o contrato a prende aqui comigo. Eu quero que você fique, e quero

fazer parte da gravidez dia a dia. Ver você inchar com a criança, experimentando tudo com você
conforme o bebê cresce e com a garantia de que você não tem que enfrentar isso sozinha. Você
entende, não é?"
"Eu entendo", ela sussurrou, estendendo a mão e beijando-o. Ele sempre a fazia sentir que
sua opinião importava. Ela queria lhe dizer que ele não precisava mais se esforçar para convencê-
la. Se ela permanecesse ou não, com contrato ou não, ela não poderia dizer não ao próprio
coração.
No entanto, sem amor, quanto tempo poderia durar a proposta de casamento? Talvez até
depois de o bebê nascer, ou até que Logan se cansasse dela? Ou talvez quando ele conhecesse
alguém mais exótica e original para atrair suas fantasias?

Cara quase passou mal só de pensar nisso.

Ela decidiu que precisava apenas dormir durante toda a noite para começar. Mesmo vendo
Jude novamente, aquilo parecia amenizado pela proposta de Logan e aquela transa deliciosa.

Havia ainda amanhã, e o dia seguinte, e até mesmo o dia depois de amanhã, antes que ela tivesse
que tomar decisões vitais. Por enquanto, ela preferia levar uma coisa de cada vez. Era o melhor
que podia fazer.
Capítulo Oito

Logan se virou e olhou para a porta quando Cara entrou em seu escritório particular. Ele
levantou um dedo enquanto falava pelo telefone que segurava em sua orelha, e Cara balançou a

cabeça em assentimento e não interrompeu sua ligação.


"Entendido, Connor. Vou ligar novamente se tiver mais alguma coisa. Obrigado, parceiro".
A conversa terminou, e o sorriso de boas-vindas de Logan acalentou o coração de Cara. Era
louco como cada coisa sobre Logan a atingia. Ela estava ficando cada vez mais apaixonada por

ele, mas ele permanecia do mesmo modo, tratando-a com respeito, compaixão e atração intensa,
mas nada mais profundo. Nada que resistisse às provações do tempo.
Cara pensou primeiramente que era a proximidade constante que compartilhavam, então
tentou permanecer ocupada com sua pintura, seus passatempos e atividades físicas. Ela tinha toda
aquela propriedade para aproveitar e poderia andar a cavalo, a pé, ou mesmo fazer
caminhadas nos bosques do quintal.
Mas cada vez que respirava, lembrava que seu coração estava onde Logan estava. Como
diabos ela poderia consertar isso e recuperar seu senso comum?
"Como foram os exames?", ele perguntou, movendo-se para encontrá-la enquanto ela vinha

até ele. Apoiou a mão em sua barriga e isso quase fez Cara pular. O gesto foi tão natural, ele
sentindo a sua evolução após três meses, e não era a primeira vez — contudo ainda a pegava
desprevenida sempre que acontecia.
"Nós temos que fazer outra ultrassonografia em uma semana, então eu marquei uma
consulta", Cara disse.
"Eu estarei lá", Logan disse decisivamente. Cara não discutiu, mas manteve seu olhar
interrogativo.
"Você acabou de falar com Connor?"
"Sim. Verificando algo com o que ele está me ajudando."

"Você quer dizer — Jude?" Cara perguntou, quase temendo dizer aquele nome dentro do

mundo quase perfeito que ela tinha com Logan.


"Correto. Ele conseguiu confirmar que Jude deixou a cidade há quinze dias. Ficaremos

observando seus movimentos. Connor está trabalhando na possibilidade de algum tipo de ordem
de restrição para impedir que Jude chegue perto de você. Só para garantir. Isso a deixa
tranquila?"
"Imensamente. Obrigado por fazer tanto por mim."

"Eu te disse, vou fazer tudo o que puder para fazê-la se sentir segura. Tudo o que eu
preciso é que você concorde com um casamento, e estará tudo certo."
Cara suspirou. "Ou nós podemos fazer o que nós temos feito sempre, similar ao que
combinamos para a clínica. Vamos agir como um casal, e então ninguém poderá criar um alvoroço
se a gravidez vier a público."
"Eu entendo o seu ponto de vista", Logan disse, com os olhos se estreitando. "Mas a parte em
que o bebê é recebido em uma família estável, com ambos os pais, está faltando na sua imagem. E
eu quero isso para ele ou ela."
"Eu sei, Logan. Acredite, eu entendo. Mas é que eu já assinei o contrato abrindo mão dos

meus direitos. Assim, você poderia se casar facilmente com qualquer pessoa e ela poderia adotar
o bebê como seu e você pode ter a unidade familiar que deseja."
O movimento impaciente seguinte de Logan chocou Cara, enquanto ele bateu sua palma
contra o topo da mesa — com força. Ele respirou fundo, pareceu se acalmar e depois se virou
para ela. "Você continua repetindo o mesmo cenário, mas não está funcionando para mim. Estou
bem ciente de que posso ter alguém como noiva, e ainda assim deixei claro que a considero a
candidata perfeita."
"Por quê?", Cara olhou para ele e quase desejou que ele pudesse lhe dizer que ela era
perfeita, não porque era a mãe do bebê, mas porque ele se preocupava emocionalmente com ela.
"Por quê?", ele se adiantou e agarrou seu rosto em suas mãos. "O que você quer ouvir,

Cara? O que está te impedindo?"

Cara mordeu o lábio e sacudiu a cabeça em negação.


"Isso tem a ver com as supostas diferenças entre nossos mundos? Eu sou irlandês, você é

americana? Eu sou rico, você não é? Que inferno, Cara. Nada disso importa, você não entende?"
"Você não sabe o que está me pedindo." Ela continuou balançando a cabeça como se
estivesse em transe. "Você não sabe como é — se comprometer sem garantias. Sim, você pode
estar oferecendo estabilidade financeira e todas as vantagens de ser esposa de um bilionário, e a

mãe de seu filho. Mas eu quero mais da vida."


Logan lhe lançou um olhar interrogativo e ela sabia que ele não entendia do que diabos ela
estava falando. Ela sabia que ele não poderia se sentir da mesma maneira que ela sobre o amor,
e romance de verdade. Tais noções seriam estranhas a um homem como ele e ainda assim ela
esperava...
"Olha, eu não consigo fazer isso hoje", ela disse pesadamente, levantando as mãos. "Não
podemos continuar com isso e não chegar a um consenso".
"Você é a única que é muito teimosa para admitir que estou oferecendo a melhor solução
para todos os envolvidos", disse Logan, e então ele suspirou, pegando o olhar fervilhante de Cara.

"Olha, eu não queria te chamar de teimosa", disse ele em um tom mais calmo. "E eu sei que você
tem razão — apresentar os benefícios financeiros e sociais de se casar comigo só me faz parecer
um arrogante idiota."
Um sorriso espontâneo estremeceu um canto dos lábios de Cara. "Eu não disse isso. Não
ponha palavras na minha boca".
Ele estava olhando para sua boca agora. Seus olhos brilharam nas curvas sensuais,
ligeiramente mais volumosas e rosadas na parte inferior. Cara, sem pensar, afundou os dentes em
seu lábio inferior e ouviu o grunhido grave de Logan...
Quando Cara havia entrado, minutos atrás, nunca teria sonhado que sua conversa terminaria
com ela nua e apoiada com as costas sobre a mesa de carvalho de Logan. Não que ela estivesse

surpresa. A maioria de suas pequenas discussões terminavam com eles fazendo um sexo quente de

reconciliação. Como agora. Cara se lembrou de retroceder quando viu a fome obscura nos olhos
de Logan enquanto ela mordiscava seu lábio inferior. No momento seguinte, ele facilmente a

agarrou e a puxou contra sua estrutura musculosa. Alguns beijos quentes foram suficientes para
acabar com suas forças para parar.
Então ele a despiu lentamente, e a tinha posicionado deitada em sua mesa com a bunda
perto da borda, com as pernas abertas para ficar entre elas. Ele libertou sua espessura, já dura,

enquanto se punha em prontidão para penetrar nos lábios íntimos sedosos de Cara.
"Porra." Ele deslizou facilmente por aquele canal úmido, e até Cara ficou chocada com o
quão molhada e pronta já estava. Aqueles hormônios enlouquecidos da gravidez sempre
conseguiam deixá-la constantemente no limite, e apenas um olhar de Logan fez pegar fogo.
Ele a preencheu por inteiro e revirou toda a sua existência. Uma vez dentro dela até as
bolas, agarrou seus tornozelos e os manteve no ar conforme ele metia em seu sexo inchado.
"Tão linda", ele rugiu, com os olhos percorrendo seu corpo sexy enquanto ela se deitava em
sua mesa. O pequeno volume em seu ventre era a visão mais sensual diante dele. Assim como a
maneira como seus mamilos, mais escuros e maiores da gravidez, fizeram sua garganta apertar.

Cara era dele, e não apenas isso, ela estava cheia de sua semente, sua ninhada. Seus seios
estavam grandes, sua figura mais cheia para ele, e só de saber que seu bebê fez tais mudanças
em seu corpo deixava Logan mais ereto do que jamais imaginou ficar.
Ele nunca poderia ter o suficiente — de seu belo rosto, com os olhos castanhos luminescentes,
nariz de botão e lábios cheios. Ou de seus seios deliciosos, tão redondos e grandes, ele não podia
resistir a agarrá-los e segurar firme enquanto ele metia dentro dela.
Seus fluidos combinados brilhavam na maciez interna de suas coxas. Porra, ele amava o
modo como sua carne balançava para ele, deixando que ele soubesse que estava entrando nela
profundamente. Cara foi feita apenas para ele, e cada vez que ele estava dentro dela, nunca
mais queria sair. Nunca queria desistir da sensação de suas paredes apertadas o acolhendo cada

vez mais profundamente, moldando-o de maneiras que nenhuma outra mulher jamais fez. Nunca

queria esquecer a visão de sua grande masculinidade separando suas dobras íntimas. Ou os sons
de seus gritos de êxtase, enquanto ela o molhava mais e mais com seu gozo sem fim.

Com uma mão ainda apertando seu seio e a outra segurando seu tornozelo, Logan enfiou
mais uma vez. Ele olhava fixo para ela e a quis fazer saber, apenas com a verdade em se olhar,
que ela era dele e ele nunca a deixaria ir.
Naquele momento, ele fez uma rodada de movimentos febris que não lhes deu nenhuma

chance contra a maré que avançava. Com um rugido, Logan foi varrido, levando Cara com ele
enquanto eles afundavam mais e mais em seu engolfamento mútuo. Juntos, chegando juntos,
terminando juntos.
Aquele deve ter sido o melhor sexo que eles tinham feito até agora. Era espontâneo, carnal,
e quase mesmo primitivo em termos de força. E, no entanto, quando se beijaram calorosamente e
vagarosamente enquanto Logan a levantava em seus braços, por que ele sentia uma sugestão de
tristeza em seus lábios? O que ela poderia precisar que ele não estava dando a ela? As melhores
coisas, a paixão mais quente e o acordo mais profundo — ele lhe ofereceu o mundo. Então o que
diabos ele estava fazendo de errado, que parecia fazê-la manter um pedaço de si mesma protegida

dele?
Logan não entendeu, então deixou aquilo para mais tarde. Já estava agitado novamente e
ansioso para uma vez mais afundar profundamente dentro dela. Dessa vez, ele a levou para o seu
quarto para tomar um banho. À medida que ela ficava cada vez mais grávida, ele se sentia cada
vez mais insaciável por ela. Logan sempre tinha sido muito sexual, mas nunca tinha sido um vício
para ele do jeito que estava se tornando com Cara. Por que tudo era tão diferente e sempre novo
com ela?
Muito, muito mais tarde ele iria perceber que a pergunta realmente deveria ter sido por que
ele tinha sido tão cego para não ver por que ela tornava tudo especial? Outras mulheres haviam
lhe dado seus corpos com a mesma vontade, mas cada vez que Cara se entregava a ele, ela o

envolvia num maravilhoso calor que ele sentia nas regiões mais estranhas.

No chuveiro, sob as gotas que escorriam, ele a tomou novamente, dessa vez por trás,
enquanto ela estava arqueada contra a parede. Sua bunda larga e curvada era mais do que

suficiente para amortecê-lo cada vez que ele batia seu corpo contra o dela com uma força
primitiva. Ela ficou mais e mais apertada, pulsando em torno de seu invasor robusto e carnudo que
bombeava mais forte quanto mais ela gemia e implorava. Ela estava fazendo seu cérebro explodir
e dificultar sua visão, levando-o a um lugar escuro onde ele precisava que ela gritasse por

misericórdia de seu embalo de mergulhar dentro dela.


Mais, mais, mais... Ele sempre precisava de mais dela até que não sobrasse nada da luxúria
proliferante a ser aliviada — por enquanto. Uma sacudida doentia bateu em seu peito e Logan
sentiu a umidade da água correr por sua bochecha enquanto descansava contra o pescoço de
Cara, enquanto seus corpos encaixados estremeciam com outro orgasmo estrondoso em conjunto.
Aquilo continuou por um tempo excessivamente longo e nenhum deles conseguia dizer onde sua
liberação começou e terminou. Ele percebeu então que não poderia haver outra mulher para ele,
ninguém que pudesse se encaixar tão perfeitamente que apenas de estar dentro dela, de explodir
nela e com ela, poderia quase trazer uma lágrima em seus olhos — merda!

Não querendo explorar essa possibilidade, Logan rapidamente beijou seu ombro e saiu dela
com um gemido de gratificação. "Isso foi bom, meu bem. Conseguir uma boa explosão — ou duas
— sempre me dá um foco melhor. Tenho que voltar ao trabalho".
Cara olhou para trás, dando a ele aquele seu olhar de “Sério?”, que o teria feito sorrir
para mostrar a ela que estava brincando, mas ele conteve a vontade. Roubando um último beijo em
sua boca molhada, ele deu um tapinha em seu bumbum e saiu do chuveiro para deixá-la terminar
de se limpar.
***
Cara sabia que estava sendo infantil por estar tão zangada com Logan, mas não conseguiu

evitar. Ele nem sabia que a tinha deixado tão louca, o que deixou tudo pior ainda. Como poderia

um homem ser tão inteligente que pudesse acumular riqueza suficiente para rivalizar com o PIB de
alguns países do terceiro mundo, mas não podia notar que a estava magoando?

Aquele bruto.
Por mais que odiasse sucumbir ao seu charme, ela sempre o fazia. Ele só precisava tocá-la
de uma certa maneira, e ela já estava pronta para ele. Mesmo quando ele às vezes a fazia se
sentir como se fosse apenas um corpo quente e sexy para aliviar sua libido exigente, estava

envolvida demais para resistir. Ela precisava dele também, precisava do contato físico e do modo
como se sentia mais próxima dele, especialmente quando ele estava em seu lugar mais
desprotegido, gemendo e tremendo sobre ela ou debaixo dela enquanto enchia seu interior com
seu esperma.
Mas ela simplesmente não aguentava mais. Sabia que precisava acontecer, mas ainda não
tinha a coragem de ser direta e dizer a Logan o que diabos a estava incomodando. Se ela tivesse
que chegar ao ponto de desenhar para ele, então simplesmente não seria a mesma coisa. Ela
precisava saber que seus sentimentos, sua compreensão do quanto ela significava para ele, tinham
brotado nele naturalmente e por sua própria vontade.

Cheia de angústia, ela já tinha sido direta com ele naquela manhã e teve um pequeno
momento em que ela retrucou. Ele tinha vindo com o assunto do casamento de novo e sobre como
ele poderia conseguir tempo para algo antes do final do ano. Uma cerimônia simples e elegante,
ele disse, e ela poderia convidar sua família e eles poderiam finalmente saber sobre sua gravidez.
Cara tinha retrucado dizendo que tinha a vida dela e que ele não deveria pensar que
poderia ir tomando decisões por ela daquele jeito.
"É isso, mau humor", ele disse com um aborrecimento sacudindo a cabeça quando ela virou
de costas para ele e olhou para a janela com raiva. Ele a deixou ali, batendo a porta atrás de si.
Uma hora mais tarde, Cara estava bem vestida para combater o frio de outono. Ela sabia
que Logan ficaria trancado em seu escritório trabalhando e nem perceberia que ela tinha saído.

Ela se retirou da casa silenciosamente.

Enquanto se afastava, olhou para a mansão e imaginou que poderia ver o escritório de
Logan, onde ele estava, sem dúvida, muito ocupado para se importar com isso e, ainda assim,

conseguia fazê-la se sentir pequena e irrelevante.


Suspirando, ela enfiou as mãos nos bolsos do casaco e tomou uma decisão. Estava muito
acostumada a simplesmente fugir. Daquela vez, no entanto, percebeu que com Logan, sua fuga era
mais do tipo emocional. Todos os dias, ela continuava fugindo do modo como se sentia por ele, mas

já bastava. Ela tomaria o controle de sua vida em suas próprias mãos e, daquela vez, não voltaria
atrás.
Capítulo Nove

Cara tinha ido embora. Logan podia sentir isso.


Ele a tinha ouvido sair da mansão, mas seu primeiro pensamento foi que ela tinha ido fazer

algumas compras. Ela tinha ganhado uma comissão de uma das melhores galerias e tinha
ansiosamente exibido todo o seu portfolio para terminar os quadros solicitados.
Mas aquilo tinha sido há horas. Então ele ligou para ela e o número estava indisponível.
Ela nunca ficaria fora por tanto tempo sem ligar — e certamente não deixaria seu telefone

indisponível. Ele sempre tinha sido firme sobre eles manterem um contato constante, para garantir
que ela não estivesse em perigo ou ferida.
Agora ele não tinha certeza do que pensar. Até que se deu conta.
Correu pelos corredores até chegar ao quarto dela. Verificou as roupas e outros itens —
tudo estava ali. Então foi para o estúdio, e encontrou tudo ali também.
De repente, suas palavras de não muito tempo atrás vieram à mente. Sobre quando ela tinha
escolhido deixar seu ex, Jude, e só tinha levado consigo as roupas que possuía e alguns quadros.
Tinha deixado todo o resto porque tinham sido fornecidos por ele.
Logan pensou em todas as roupas de grife, joias e sapatos deixados em seu quarto. Ela não

tinha tocado em nada, e ele não sabia dizer quais de seus quadros estavam faltando, mas ela
poderia ter levado mais do que alguns.
Droga!
Ele relembrou de sua discussão mais cedo e sua arrogância ao insistir em um casamento logo.
Além disso, nas últimas semanas, ele vinha escondendo mais e mais de seus sentimentos,
especialmente quando eles faziam amor. Ele manteve aquele muro entre eles para que os
sentimentos nunca entrassem em jogo e tinha odiado a si mesmo por isso todas as vezes.
Como ele poderia arriscar se abrir demais e revelar a verdade com a qual ele nem mesmo
conseguia lidar?

Desde o início, sempre houve as regras estabelecidas em termos claros no contrato de

gravidez por substituição e tudo o que aquilo envolvia. E Logan tinha planejado que, quando se
casassem, haveria um contrato para isso também. O acordo pré-nupcial, o acordo de

confidencialidade e tudo mais de que precisava para proteger seus interesses e os de seu filho.
Agora, nada daquilo importava se Cara realmente tivesse ido embora.
O contrato entre eles significaria que tudo estava acabado se ela tivesse decidido ir
embora. A lei quase sempre favoreceria os direitos da mãe e, além disso, a barriga de aluguel

tradicional nem sequer era reconhecida na maioria dos estados. Já que Cara era geneticamente
relacionada ao bebê, isso mais ou menos lhe dava a palavra final e, se ela procurasse a justiça,
Logan não poderia conseguir nada do que eles haviam concordado antes.
Mas por que essa era a menor de suas preocupações naquele momento?
O que importava é que ele a tinha afastado com a sua cabeça dura. Cara era tão sensível,
pura e bela e, no entanto, ele tinha tentado lutar contra tudo o que lhe fazia tão bem, graças ao
seu ego inflado.
Ele vasculhou seu quarto e no momento seguinte outro pensamento fortuito veio a ele.
Ele sabia exatamente como encontrá-la.

Em poucos momentos ele estava fora de casa, mergulhando em seu Range Rover, e
acelerando com determinação a cada movimento.
Logan não podia deixá-la escapar de suas mãos. Ele podia ver sua localização no GPS do
seu painel. Cara tinha um relógio igual ao que Logan possuía, e o dela também estava como o seu
— com o GPS habilitado. Ele havia projetado o aplicativo e isso o permitia localizar Cara a
qualquer momento. Ele viu a área para onde ela estava indo e seu coração bateu mais rápido e
mais rápido, pensando em uma maneira de conseguir recuperá-la.
Talvez já fosse tarde demais. Ela poderia estar perto de pegar um trem em algum lugar, ou
mesmo planejando ir ao aeroporto. Uma vez que entrasse em um avião, tudo já estaria acabado
para ele. Apenas o pensamento de possivelmente nunca mais vê-la, nunca mais segurá-la...

Ele ligou seu headset e tentou ligar novamente para ela. Mas tudo o que conseguiu, como de

costume, foi aquela maldita gravação que lhe dizia que o número não estava disponível. Ele
esperou pelo sinal sonoro que o permitiria deixar uma mensagem.

Seu coração batia forte. Seu cérebro quase não conseguia funcionar. Mas, de repente, ele
pensou em seu sorriso e inocência e isso lhe deu a determinação de que precisava para dar o
próximo passo.
Então ele falou após o sinal sonoro, com seu tom mais grave do que nunca, enquanto por

dentro se agitava com emoções muito abrangentes que o fizeram apertar firme no volante
enquanto dirigia. "Cara, sou eu." Falando arrastado e com a respiração pesada, ele continuou,
"Você está pensando em fugir novamente, não é? Eu estou indo até você. Não se preocupe, eu
estarei aí em breve. Eu trarei você de volta para onde você pertence. Comigo."
Incapaz de suportar o ritmo lento dos carros à sua frente, ele de repente desviou
rapidamente e os ultrapassou, acelerando. Não conseguia chegar até sua doce Cara rápido o
suficiente. Ele ouviu em sua cabeça a sua última conversa. "Você não sabe como é, se comprometer
sem garantias", disse Cara tão tristemente e agora ele sabia o que ela queria dizer.
"Eu não deveria ter feito pouco caso do que você deve ter sentido. Sobre eu não oferecer

mais do que apenas meu dinheiro e meu nome para mantê-la ao meu lado", Logan disse com
seriedade. "Toda a minha encenação para empurrá-la para longe foi meu jeito de me proteger.
Mas eu não dou mais a mínima pra isso. Porque eu estou apaixonado por você, Cara".
No momento em que Logan soltou aquelas palavras, um peso pareceu ter saído de seu peito.
De repente, o mundo pareceu passar por ele como uma brisa despreocupada e sua mente e visão
se tornaram aumentadas e claras. "Eu passei a amar você e tudo o que está envolvido nisso. Agora
eu vou fazer com que tudo fique bem, eu prometo."
***
Cara saiu da ala ortopédica do complexo hospitalar e conseguiu descer o longo lance de

degraus de pedra até a rua. Em pé ali à espera, o piloto da scooter vestia um uniforme de

entregador, parecendo nervoso quando começou a pedir desculpas profusamente.


"Eu realmente sinto muito", ele suplicou. "Você deve ter ficado tão assustada".

Cara deu um sorriso com dor. "O médico disse que foi apenas um arranhão", ela assegurou,
apontando para o curativo sobre o joelho direito. "Olha, não se preocupe. Mas você realmente
deve ser mais cuidadoso da próxima vez. Poderia ter sido muito pior."
Momentos depois, ela olhava em volta buscando um táxi, depois de acenar para o

entregador, que ainda estava lhe agradecendo efusivamente por não ter feito um escândalo por
causa do acidente. Cara balançou a cabeça para si mesma e sentiu que simplesmente queria
deixar aquilo pra lá.
Enquanto esperava pelo táxi, decidiu verificar o telefone e ficou surpresa ao encontrar uma
tela em branco. Por que ele estava assim? Ela o olhou confusa, imaginando se estava quebrado de
alguma forma, talvez pela queda que tinha acontecido antes.
Dando de ombros, ela o colocou de volta no bolso e, apressadamente, acenou para um táxi
que se aproximava. Ela mal podia esperar para chegar em casa e descansar os pés depois das
últimas horas de confusão.

***

Logan ficou surpreso ao descobrir que o GPS de Cara estava apontando para a direção da
mansão. Ela estava voltando? Ele sentiu um alívio instantâneo que fez seus ombros se arquejarem
em um suspiro.
Ela de alguma forma teria se convencido de ficar? Ele esperava que sim. Talvez ela tenha
recebido sua mensagem de voz.
Agora eles poderiam resolver as coisas. Ele rapidamente fez o retorno e voltou para casa
novamente, cheio de pensamentos sobre como reconquistar Cara e fazer com que ela nunca
duvidasse de seus sentimentos ou de sua integridade novamente.

Seu telefone de repente tocou e ele atendeu rapidamente, saudado pelo som da voz de

Kimmy, a empregada. "Sr. Logan, onde você está? A senhorita Cara já está em casa, então o
senhor pode parar de procurá-la."

"Obrigada, Kimmy. Eu já estou perto dos portões." Ele podia até ver a propriedade à
distância, e nunca a visão de sua casa foi tão reconfortante.
"Você deve ter ficado muito preocupado, Sr. Logan", disse a radiante Kimmy enquanto abria
porta da frente minutos depois. "Graças a Deus o acidente com a scooter não foi sério. A senhorita

Cara está perfeitamente bem agora".


Ele parou de repente. "Acidente?"
Kimmy explicou que Cara tinha sido se chocado com a scooter ao sair da loja de materiais
artísticos. Ela tinha ido ao hospital para ser tratada, mas foram apenas pequenos arranhões. "O
bebê está bem, não se preocupe", Kimmy acrescentou, com um sorriso iluminado.
"Graças a Deus. Onde está Cara?" Então ela não estava tentando fugir? Logan se sentiu
aliviado por ela estar segura.
"Ela subiu para tentar ligar o telefone. Ele se desligou e ela achou que poderia estar
danificado, mas só precisava de carga, e agora ela deve estar tentando ligá-lo", Kimmy contou.

Logan piscou enquanto assimilava aquelas palavras. Ele percebeu exatamente o que ele
tinha feito — preocupou-se loucamente por Cara, deixando aquela mensagem em seu telefone...
Merda.
"Espera aí. Ela não pode ligar aquele telefone", ele murmurou, consternado. Ele saiu em
disparada e subiu as escadas de dois em dois degraus, enquanto Kimmy, perplexa, ficou lá
parada.
Enquanto isso, Cara estava suspirando de alívio quando seu telefone ligou minutos depois
que ela o conectou. Parece que era apenas a bateria, sem danos sérios.
No instante seguinte, ela começou a receber suas chamadas perdidas e viu que eram todas
de Logan. Por que ele estava ligando tanto? Ou ele estava apenas sendo superprotetor e louco por

controle novamente?

Deixando escapar um suspiro de mau humor, ela clicou na mensagem de voz e colocou o
telefone em sua orelha, escutando-o quando ouviu passos apressados nas escadas, seguidos por

Logan chamando seu nome.


"Estou aqui", ela respondeu, deixando-o saber que ela estava no quarto e não no estúdio.
Bem, ela imaginou que ele devia estar preocupado, pois ela ficou fora por tanto tempo, pensou
com um pequeno sorriso. E então seu sorriso desapareceu lentamente enquanto escutava a

mensagem de voz de Logan.


"Você está pensando fugir novamente, não é? Eu estou indo até você", Logan disse com a voz
séria na mensagem.
Fugindo? Do que ele está falando? Cara se perguntou, atordoada.
Então ela ouviu um pouco mais e seu coração começou a acelerar. Ela quase não podia
acreditar no que ouvia, até as próximas palavras simplesmente a deixaram mais acelerada ainda...
"Mas eu não dou mais a mínima pra isso. Porque eu estou apaixonado por você, Cara."
Logan irrompeu no quarto.
Cara se levantou lentamente de onde estava sentada na beira da cama, com o telefone

ainda pressionado contra sua orelha enquanto olhava para Logan, com seu peito ligeiramente
levantando quando parou a poucos centímetros dela e parecia disposto a arrancar o telefone de
sua orelha.
Mas então toda a sua atitude mudou, seus olhos penetrantes focados nos dela, inabaláveis,
enquanto ela permanecia lá, como se estivesse congelada.
"Eu passei a amar você e tudo o que está envolvido nisso. Agora eu vou fazer com que tudo
fique bem, eu prometo."
Sua voz nunca tinha soado tão agitada. Cara não conseguia impedir que seu queixo caísse,
baixando lentamente o telefone de sua orelha. Ela ouviu Logan soltar um suspiro quase
imperceptível, como se finalmente cedesse ao destino. Os raios do pôr-do-sol explodiam no quarto

através das janelas, banhando-os em uma luz brilhante. E Cara estava simplesmente sem fôlego no

momento.
"Você deve ter ouvido tudo", disse ele, balançando a cabeça em tranquila aceitação. "É

exatamente como eu descrevi na mensagem. Eu te amo, Cara".


Cara ofegou e sua mão voou para a sua boca. Ouvir ele dizer aquilo cara a cara fez
aquilo soar tão real, porque ela com certeza ainda não conseguia acreditar que não estava
sonhando quando ouviu a mensagem de voz. Seu telefone caiu no chão e ela foi consumida pela

intensidade de raio laser dos olhos verdes de Logan fixados nos dela.
"Logan, como... Por que você estaria apaixonado por mim?", ela suspirou em choque. "Quero
dizer, é o que eu sempre quis, mas eu simplesmente não posso acreditar que seja verdade. O
quê… Quando…?"
Logan sorriu, seu estado confuso era tão bonito e cativante. "Quando você acha que eu
comecei a me apaixonar por você?"
"Como eu poderia saber disso?", protestou Cara, enquanto seu corpo se inflamava de
vergonha. "Eu sempre me admirei de você ter me escolhido, ou de você parecer tão atraído por
mim. Eu me perguntava se, de alguma forma, você me achava curiosa, depois de ter estado com

lindas mulheres por toda a vida".


"Não se subestime. Você realmente não tem ideia de como estou encantado por você?",
Logan provocou. "Eu me lembro de estar em algum lugar com você e o evento estava cheio de
mulheres atraentes — supermodelos, estrelas, socialites. Mas então olhei para você e percebi que
nenhuma outra mulher poderia mexer comigo tanto quanto você. Porque, para mim, você sempre
seria a mulher mais bonita que eu poderia encontrar. Foi quando eu soube que me apaixonei por
você."
"Logan." Cara odiou o fato de seus olhos se encherem tão rapidamente de lágrimas e de ela
não conseguir evitar que seu rosto desmoronasse de emoção. Mas Logan deu aquele sorriso
matador que ela não conseguia resistir e a fez sorrir novamente através de suas lágrimas. "Eu

também te amo", ela respirou. "E planejei contar a você isso hoje, quando voltasse. Decidi que

estava cansada de fugir das minhas emoções e simplesmente encará-las, mesmo que me desse um
fora e me afastasse de você".

"E lá estava eu, pensando que você estava farta e tinha me deixado", disse ele com um
gemido brincalhão. "Eu fui de cômodo em cômodo procurando por você e eu tinha tanta certeza de
que eu tinha te afastado com meu orgulho frio. Então eu peguei os sinais de localização de seu
smartwatch e estava determinado a segui-la e trazê-la de volta. Eu nunca me senti mais

desesperado em minha vida."


Ele a puxou para ainda mais perto, passando as mãos gentilmente sobre seu corpo e
descansando-as na pequena protuberância de Cara. "Você tem certeza de que está tudo bem?
Com você e com o bebê?"
Cara assentiu com firmeza. "O médico verificou e me assegurou que nós dois estamos bem.
Foi apenas um descuido do entregador acelerando muito e quase me atropelando. Mas ele
conseguiu desviar para o lado antes que ele pudesse bater em mim, e só caí porque fiquei muito
surpresa, e foi assim que ralei o joelho."
Cara sorriu quando Logan rapidamente a tomou em seus braços, como se para poupá-la de

qualquer dor em seu joelho ferido. Ele se sentou na beirada da cama e a pousou em seu colo, com
os olhos e os dedos examinando cuidadosamente a lesão que estava com um bom curativo.
"O pensamento de você ser machucada até mesmo por um arranhão me deixa tão louco",
ele rosnou, com os olhos verdes piscando em raiva. "Se eu chegasse ao hospital a tempo e pusesse
minhas mãos naquele maldito motoqueiro..."
"Logan, por favor, está tudo bem. Não se preocupe mais", disse ela. Seu coração ficou mais
leve vendo o quanto ele se preocupava com ela, e não apenas com a gravidez. Ela pegou o rosto
dele com as palmas de suas mãos e olhou para ele com adoração. Seus olhos ardiam sobre os
dela e ela de repente se sentiu tímida e tentou afastar as mãos".
Mas ele as agarrou e as manteve apertadas contra o rosto. "Não, não. Suas mãos são tão

frescas e macias", disse ele com a voz rouca. "Outra coisa que eu amo em você — suas belas e

delicadas mãos. Assistir você simplesmente servir uma xícara de chá, ou trabalhar em uma de suas
pinturas maravilhosas, é pura poesia."

Cara suspirou seu nome, e agora com as mãos apertando a parte de trás de seu pescoço,
enquanto pressionava o volume de seus lábios contra os dele.
Parecia que aquele era seu primeiro beijo, o primeiro cheio de promessas e sonhos. Suave e
persistente, logo se intensificou em emoção — excitação, contentamento, exaltação... E depois

desejo, paixão, calor.


Cara sentiu as mãos de Logan rapidamente abrirem seus botões e tirar sua camisa, seguida
por seu sutiã.
Ele revelou seus seios, com mamilos grandes, escuros, e desejando serem mordiscados e
chupados. Ela pegou a cabeça dele com as mãos com um gemido, enquanto ele se curvava e
pegava um mamilo em sua boca. Os dedos dele passaram por sua calcinha e acariciaram seu
delicioso centro, saboreando sua maciez úmida e seus gemidos de prazer. Ele massageou seu
clitóris e envolveu a língua em torno de seu mamilo enquanto dava mordidas leves, que a faziam
ficar ainda mais molhada para ele. Ela enterrou o rosto em seu ombro, soltando um pequeno grito

e mordendo seu pescoço.


Porra, aquilo foi quente. Mas não tão quente como quando Cara repentinamente se forçou
contra ele e, em seguida, deslizou de seu colo e ficou de joelhos na frente dele.
Cara, acariciando sua rigidez e depois lentamente o lambendo antes de selar seus lábios em
torno de seu comprimento, era uma fantasia que se tornava realidade para Logan — e para
ambos. Cara gemia de prazer com seu gosto e textura. Ela o envolveu com aquelas mãos macias e
frescas e seu tamanho fazia seu membro parecer ainda mais imenso. Seus lábios se esticaram em
torno dele, tão longo que ela só o conseguia engolir até a metade. Seus profundos gemidos graves
e seus dedos gentilmente passando por seu cabelo deram a Cara todo o incentivo de que ela
precisava.

Suas dobras úmidas pulsavam e gotejavam com cada movimento de seu eixo em sua boca.

Seus olhos rolavam de prazer, e ela o sentiu apertar seus seios, puxando-os para que eles
amortecessem seu pênis deslizante conforme ele o enfiava e tirava de sua boca. Cara entendeu

sua sugestão, e alternou entre chupá-lo e esmagá-lo entre seus seios volumosos e macios.
Sua masculinidade encaixada entre seus seios, e ele forçava o quadril para frente,
gemendo. Suas mãos manipulavam sua carne com um prazer rigoroso que a fez gemer seu nome.
Ele lhe disse o quão lindos e sensuais eram seus seios e como eles o faziam querer gozar sobre

eles.
Suas palavras a fizeram gemer mais forte e era tudo o que Cara queria que ele fizesse. Ela
intensificou seu movimento oral no membro duro e carnudo e o deixou meter mais e mais rápido,
não apenas em sua boca, mas na fenda entre seus seios volumosos. As pontas de seus dedos
roçaram a parte inferior de sua boca e ela sentiu que ele balançava contra seu peito enquanto
seu quadril se movia mais rápido e com mais vontade.
"Eu preciso de seu gozo", ela gemeu. "Por favor, goze em meus seios e na minha cara."
Sua deusa sexy o estava levando direto para o seu limite. Logan não conseguiu suportar a
visão e as sensações por muito mais tempo, e logo deu a Cara o que ela desejava. Rajadas de

sêmen quente e espesso dispararam de sua cabeça até os seios de Cara.


"Ó!", ela gritou de prazer sensual, deixando o esperma abundante cobrir seus seios antes
que agarrasse a base e pressionasse a língua contra sua ponta, para que o resto pudesse cair em
sua boca.
"Porra, Cara", ele murmurou. Ele acariciou seus cabelos e observou com os olhos brilhantes
enquanto ela engolia sua essência e lambia seus lábios, com seu próprio olhar lhe dizendo que ela
estava com fome de mais.
O estoque renovado em seu membro lhe dizia que ele estava mais do que pronto para
aquela tarefa deliciosa. Com um grunhido, ele a agarrou pelas axilas e a atirou sobre a cama. Ele
ia chicotear sua carne exuberante com a língua até que ela não pudesse aguentar mais. E então

afundaria nela tão profundamente que ela se fundiria a ele de corpo e alma.

Ele primeiro trouxe uma toalha molhada para limpar a viscosidade em seus seios, e logo ele
estava de volta no quarto para encontrá-la ansiosa e esperando. Ele parou diante da cama e

começou a arrancar suas roupas, exigindo que ela abrisse as pernas levantando os joelhos para
ele poder olhar para o seu banquete enquanto se despia.
Nossa, a visão dela em exibição para ele o deixava louco. Ele podia sentir o cheiro de sua
excitação de onde estava. A região cintilante entre aquelas coxas grossas e macias fez seu sangue

subir com desejos obscuros. Ele estava duro, quente, e cheio de fluido pré-ejaculatório, observando
como ela ofegava com a antecipação, e aqueles gloriosos seios subindo e descendo com cada
respiração.
Sua barriga arredondada quase acabava com ele, incendiando seu corpo. O monstro dentro
de si estava lutando para poder sair, rugindo de forma voraz para ela. Ele não conseguiria se
conter por muito mais tempo.
"O que você está fazendo comigo, linda?", ele rosnou. "Você me enfeitiça apenas
respirando".
Ele ficou de joelhos na cama e foi de cabeça entre suas coxas trêmulas. Enterrou o rosto em

sua vagina e começou a lamber e mordiscar. Ele chupou o cume necessitado de seu clitóris e então
enterrou sua língua tão profundamente quanto podia em sua abertura. Ela gritou e gozou de
repente em sua língua, encharcando-o.
"Gotejando — bem como eu gosto", ele rosnou, com suas mãos se movendo abaixo do
bumbum dela, para levantá-la ainda mais contra sua boca devoradora. Seus dedos seguraram
firmemente o cabelo dela, puxando as raízes um pouco, mas Logan não se importou. Seu quadril
estava balançando para trás e para frente em resposta ao funcionamento de sua língua e o
estava enlouquecendo.
"Ahhh... Meu Deus, ssiiimmm. Estou... Ai... Estou gozando novamente", Cara choramingou, com
suas costas arqueando abruptamente conforme ela se chacoalhava novamente. Ele lambeu cada

gota de seu néctar inebriante, ajudando-a a voltar lentamente à terra enquanto a mantinha de

novo no limite, com seu corpo logo ansiando por mais.


Ele afastou relutantemente seus lábios daquela delícia e beijou o interior de suas coxas. Os

suaves gemidos dela o levaram para cima, com sua boca pressionando ternamente seu abdômen
inchado antes que ele subisse para cobrir seu corpo. Ele beijou sua boca em espera e ela gemeu
de desejo com o sabor do próprio gozo naqueles lábios sensuais.
Para sua surpresa, Logan se deitou nos travesseiros e exigiu que ela tomasse o lugar de

comando daquela vez. Seu clitóris começou a vibrar com a chance de estar no comando e ela
rapidamente o obedeceu.
Ela deitou sobre ele e o montou. Erguendo a bunda, Cara agarrou sua base grossa com sua
pequena mão e lentamente baixou devagar, centímetro a centímetro, sobre seu delicioso eixo. Um
suspiro forte irrompeu de sua garganta enquanto ela afundava finalmente até chegar em suas
bolas. Logan gemeu e segurou seus seios, observando seu rosto enquanto ela desfrutava da
maneira como suas mãos massageavam e apertavam seus seios.
"Você está pronta para mim?", Logan sibilou com os dentes cerrados.
Cara gemeu e se moveu para cima e para baixo sobre ele em um ritmo sensual. "Você sabe

que eu estou".
Ela se inclinou sobre seu torso tonificado e beijou seu peitoral, lambendo e chupando seus
mamilos. Seu bumbum sacudia e batia mais rápido em cima dele enquanto ele grunhia de prazer,
com suas mãos grandes segurando firme em cada uma de suas nádegas redondinhas.
Ela estava ... porra... ela estava rebolando bem em cima dele, levando-o para aquele calor
derretido de dentro dela que fez a sua visão ficar turva. Seu ritmo era vigoroso, necessitado e
seguro e ele encontrou seu ritmo, acertando bem em seu ponto G. Ela gemia "Ssiiimm" mais e mais e
aquele requebrado em cima dele o fez querer jorrar como uma fonte. Porra. Ela estava fazendo
ele perder seu controle de ferro como nunca antes.
Ele gemeu e se levantou para tomar seus lábios. Esfregou os mamilos dela e alçou entre suas

coxas macias, para alcançar suas partes íntimas. Correu os dedos ao longo de seu clitóris,

provocando-a em um frenesi conforme seus corpos dançavam mais e mais rápido, de forma
simultânea.

Cara olhou profundamente para aqueles olhos verdes e ferozes que estavam tão
obscurecidos e predatórios com a paixão. Sua respiração travou quando ela sentiu seu corpo
começar a subir ao topo de seu orgasmo iminente. A plenitude dele dentro dela pareceu mais
ponderosa do que o delicado invólucro de sua vagina poderia conter por muito mais tempo. Ele

parecia inchar mais e mais e ambos podiam sentir que estavam prestes a entrar em erupção.
"Você é tão apertada, Cara. Você é perfeita. Tão bonita e sexy. Porra. Sinta o que você faz
comigo. Você me arruína para qualquer outra pessoa e eu não quero nada além disso."
Apenas aquelas palavras de Logan deixaram Cara desmoronar em uma avalanche de
êxtase. Logan sentiu cada contração, pulsação e espasmo de seus músculos apertados ao redor
dele e era impossível conter sua própria libertação monumental. Se o amor era um filtro de cores,
então naquele momento tingia o mundo ao redor deles nos matizes mais brilhantes e ousados,
obliterando para sempre as sombras da dúvida, da dor e da incompletude que reinaram até
então.
Capítulo Dez

Cara ainda estava no auge da euforia de sua primeira exposição solo da semana anterior.
A sensação era de tanta exuberância quanto de um mês atrás, quando sua apresentação na

mostra de arte mais prestigiada do ano fez com que ela fosse selecionada como a melhor da
feira. Agora ela não conseguia superar os elogios que leu em muitas das resenhas online em que
foi apresentada.
Seu trabalho foi descrito como "provocativo e único". Tinha acabado de ler um artigo onde

foi nomeada uma das maiores "artistas emergentes para se ver" naquele ano. Aquilo era algo
incrível!
Logan flagrou seu sorriso feliz quando entrou no quarto. Ele já tinha lido o artigo, é claro;
sendo seu maior fã, ele estava sempre por dentro das notícias sobre seu trabalho.
"Parabéns, querida", ele disse, beijando o topo de sua cabeça. "As pessoas se conectam tão
poderosamente à maneira como você olha para o mundo. Você fala do contemporâneo e do
cultural, e usa a tinta de uma forma que ninguém jamais ousou."
"E é tudo por sua causa", ela disse com um sorriso suave, enquanto olhava para ele. "Você
me fez ver o mundo sob uma nova luz e eu aprendi uma nova maneira de ser eu mesma."

"Obrigado por dizer isso", disse Logan, profundamente. Então pareceu ficar mais sério ao
acrescentar: "Mas eu não vou te apoiar tanto se você mantiver uma agenda tão cansativa. Você
está no segundo trimestre e deveria estar pegando mais leve, não acelerando. O repertório que
você criou para exibir no verão na galeria de Los Angeles deve ser suficiente por enquanto".
"Então, o que você sugere que eu faça enquanto isso? Tricô? Talvez tentar jardinagem?"
"Vamos pensar em algo", disse ele suavemente, ignorando completamente o fato de que ela
estava sendo sarcástica.
"Logan! Você prometeu que não continuaria sendo tão controlador", resmungou.
Ele simplesmente sorriu e a acomodou em seu colo. Seus olhos caíram possessivamente sobre

seu corpo para descansar em sua agora grande protuberância. "Eu sei. Vamos pensar, como eu

disse. Prometo que vou garantir que a gente chegue ao meio-termo".


"O diplomata de sempre", ela disse com um expressivo revirar de olhos.

O sorriso em seus lábios se contraiu quando viu a cabeça de Logan descer para capturar
seus lábios em um beijo suave. "Com fome?", perguntou ele, rouco, contra seus lábios ansiosos, que
estavam respondendo com uma deliciosa necessidade que o fez endurecer como uma rocha para
ela. Mas ele estava em outro tipo de missão.

"Hum ... Isso depende. Qual é a oferta?" Seus olhos dançaram maliciosamente quando ela
envolveu seus braços ao redor de seu pescoço.
"Tenho algo especial preparado para você", disse ele. "A mesa está pronta e mal posso
esperar para saber o que você vai achar do que eu cozinhei."
Cara gemeu novamente. Só de pensar em comida ela já ficava enjoada. Ela ocasionalmente
ainda passava mal por causa da gravidez e resmungou quando Logan a fez descer as escadas
até a mesa onde um prato solitário e coberto estava servido.
"Logan", ela choramingou, arrastando os calcanhares enquanto ele a aproximava da mesa.
"Estou falando sério, corro o risco de vomitar com o cheiro de comida."

"Ainda assim, você deve comer", disse ele, apontando para o prato. "Eu me esforcei para
fazer isso, sabia? Pelo menos prove um pouco."
"Céus", suspirou Cara, sendo dramática. Como poderia dizer não a isso, ou àqueles olhos
verdes e persuasivos?
Enquanto ela ainda resmungava, ele apenas sorriu e então tirou a tampa. No último
momento, fez uma pausa, voltou-se para ela e disse galantemente: "Abra".
"Sério, quão incrível isso pode ser?", ela gemeu, perguntando-se o por quê de tudo aquilo.
Resmungando, ela abriu a tampa para revelar o conteúdo. Em um momento ela congelou como uma
estátua. Meu Deus.
Posicionado em uma caixa sobre o prato branco despretensioso, havia um anel de diamante

deslumbrante. E era enorme.

"Logan... Isso é…? Estou sonhando?", ela respirou, olhando pasma para Logan.
Ele sorriu quando pegou o anel e o deslizou em seu dedo. "Não, querida, isso é muito real.

Real como meu amor por você."


Ele beijou sua mão anelada e Cara deu risadinhas, fora de si.
Logan focou em seu olhar e suas risadas deram lugar à emoção, com seu rosto
desmoronando e ela mal conseguindo dizer: "Muito obrigada." Suas bochechas estavam quentes de

timidez e abanou o rosto para conter as lágrimas.


O sorriso indulgente de Logan a fez se derreter por dentro e ela não conseguia parar de
olhar para seus olhos ardentes. "Cara. Você quer se casar comigo?"
Cara só conseguiu assentir com a cabeça, tomada por aquela surpresa. Logan a abraçou
alegremente e ela caiu em seu abraço, com os braços apertados ao redor de seu pescoço.
Ela sentiu suas bochechas quentes de deleite quando se afastou e olhou para ele. "Como
você pensou em algo tão romântico?"
"Eu pesquisei um pouco", Logan se permitiu, com aquele sorriso diabolicamente petulante. "E,
bem, essa ideia pareceu a melhor."

"Eu concordo plenamente", ela engasgou, com um sorriso trêmulo.


Esse momento a fez mais feliz do que nunca até então. Nas últimas semanas, foi uma coisa
boa depois da outra. Como quando descobriram que Jude foi colocado atrás das grades por
posse de narcóticos.
Cara ficou chocada com a notícia porque nunca soube que Jude usava drogas.
"Havia um monte de coisas em que ele era envolvido e você nunca soube", admitiu Logan
depois. "Seu suposto trabalho em uma empresa de importação? Era na verdade um cartel de
drogas. Graças ao dossiê que recebi sobre ele, descobri muito sobre o que estava por trás de sua
máscara. Jude estava ligado a todos os tipos de transações obscuras — tráfico de armas,
extorsão, drogas e um lucrativo círculo de tráfico sexual. A única coisa que me impediu de

encontrá-lo e cortar suas bolas foi o fato de que ele nunca te envolveu nessa merda toda."

Cara balançava a cabeça, aturdida. "Claro, ele pode ter me protegido desse mundo, mas
ele também me colocou em outro inferno pessoal criado por ele. Agora estou começando a

perceber que suas alterações bruscas de humor e tendências violentas definitivamente tinham a ver
com o abuso de substâncias, assim como sua natureza sádica".
"Você não precisa mais se preocupar com ele. Ele vai ficar preso por um bom tempo." Logan
assegurou a ela, ao apoiar o corpo dela estremecido em seus braços fortes. "Eu não ia lhe contar,

mas sua prisão foi principalmente devido a uma denúncia que a polícia conseguiu e foi Connor que
usou sua influência como promotor para se certificar de que Jude fosse devidamente investigado".
Cara não queria cavar mais fundo e descobrir se foi Logan quem fez a tal denúncia aos
policiais. Ela simplesmente estava feliz demais por eles terem superado todas as coisas negativas
que tinham incomodado suas vidas.
Embora ela não pudesse negar, ela ainda sentia uma pontada de culpa quando sua mente
se desviou brevemente para Meg.
Desde que Cara pediu a Logan para não demitir sua assistente de longa data, Meg tinha
sido transferida para uma área diferente de seu conglomerado. Logan insistiu que não podia mais

confiar em Meg com nada relacionado a sua família ou interesses pessoais.


Pelo menos ela não ficaria sem um emprego, pensou Cara enquanto esperava que Meg de
alguma forma seguisse em frente. Logan tinha dito a ela que Meg tinha confessado ter visto Logan
e Cara fazendo sexo e que tinha ficado devastada e com o coração partido. Cara nunca teria
imaginado que a loira estoica estava apaixonada por Logan e que teria tentado causar
problemas entre Cara e ele.
Mas agora aquilo tudo era passado. Cara tinha um bebê a caminho, e logo depois, um
casamento irlandês para esperar...
***
Um ano depois…

Suas núpcias de tirar o fôlego ocorreram na casa de campo de Logan, em um gramado de

vinte hectares, que contava com um maravilhoso lago artificial. A mansão era um refúgio
estupendo, com doze suítes, uma vasta adega e até mesmo uma piscina coberta.

Cara se apaixonou no momento em que entrou. Era tão luxuosa quanto as outras
propriedades de Logan ao redor do mundo. Eles decidiram esperar alguns meses para se casar,
depois de sua bela filha Oona ter nascido. E agora Cara estava feliz por ela poder servir
perfeitamente em seu vestido branco e justo de casamento.

Casar-se com Logan em sua terra natal parecia um conto de fadas. Cara foi conquistada,
não apenas pelo belo lugar, mas por seu povo também. Eles eram simplesmente maravilhosos,
divertidos e verdadeiramente amigáveis — simplesmente pessoas legais e despretensiosas.
Foi uma alegria experimentar a vida no país, visitar os pubs e as feiras. Eles até tiveram uma
visita de Egan e seu irmão Finn, e os três homens foram caçar perdizes nos bosques na
propriedade de Logan. Enquanto isso, Cara se familiarizou com a linda esposa de Egan, Penélope,
e elas compartilharam e provaram toneladas de receitas, enquanto os homens faziam sua caça.
Cara se divertiu muito com Logan na cidade de Dublin, onde ele cresceu. Depois de uma
semana eles tiveram que sair em lua-de-mel, embora Logan tivesse declarado que ainda a

transformaria em uma cidadã de Dublin.


Cara riu e disse que sempre ficaria feliz em voltar lá com ele. Ela adorava qualquer coisa
que tivesse a ver com a vida de Logan, com seus sonhos e com tudo o que o fazia ser quem ele
era.
Uma coisa que o ano passado tinha ensinado a Cara era que na vida nada importava mais
do que o amor. A maneira como aproximava as pessoas, curava espíritos feridos... Criava família
onde uma vez havia apenas estranhos...
E pensar que, quando ela havia entrado no mundo de Logan e escolhido carregar um bebê
para um homem que nunca tinha conhecido, eles eram tão diferentes, como noite e dia. E ainda
assim, o amor aconteceu naturalmente, transcendendo cada fronteira.

Cara sempre se julgara estranha, muito peculiar, e simplesmente alguém com muitos defeitos

... E, no entanto, o amor lhe mostrou que sim, mesmo alguém como ela poderia encontrar sua alma
gêmea se apenas procurasse. Conhecer Logan, encontrar o amor... Fizeram dela uma pessoa

melhor, desde o momento em que ela decidiu ser destemida o suficiente para deixá-lo tomar seu
coração.
E ela lhe disse exatamente isso, enquanto se beijavam vagarosamente na manhã seguinte à
noite de lua-de-mel. Eles estavam caminhando ao longo da praia pitoresca em sua viagem exótica

pelo Extremo Oriente.


Ele a atraiu para mais perto. "Você faz o familiar parecer novo outra vez. Como é isso?
Sempre que estou com você, sinto que cheguei em casa. O que fez você finalmente confiar em mim
e dar uma chance a nós?"
Cara se centrou enquanto olhava nos olhos dele. "Quando eu era mais jovem, nunca tive
realmente alguém em quem me apoiar. Você foi a primeira pessoa a acreditar em mim, me dizer
que era forte o suficiente e que era bonita e corajosa o suficiente. Que eu mereço ser amada."
Logan levou seus dedos até os lábios e humildemente beijou sua mão. "Cara, eu vou dizer
essas palavras para você para o resto de nossas vidas, prometo. Você é muito corajosa, e bonita

— e vale todo o amor que eu posso dar e muito mais. Eu te amo."


"Eu também te amo." Ela deu um sorriso brilhante para ele, e então se virou surpresa quando
um casal passou correndo por eles. A menina estava rindo alegremente enquanto seu parceiro a
perseguia.
"Isso parece divertido", Cara disse maliciosamente. "Você poderia tentar me pegar também."
Ela se afastou dele e Logan chiou. "De jeito nenhum. Esses dois são apenas loucos. Eu não
vou te perseguir pela praia, Cara", ele rosnou.
Ela simplesmente mordeu o lábio e se preparou para correr na frente dele. "Você tem que
vir me pegar, OK?"
Logan continuava dizendo que não o faria, mas Cara sorriu secretamente. Ela começou a

correr, olhando para trás e vendo sua careta. "Por favor, Cara."

E então ele correu atrás dela. Eles estavam correndo, rindo e, em seguida, brincando e
jogando água um no outro como adolescentes. Cara deu uma risada alegre, amando seu grande

brincalhão. Ele poderia ser durão, mas ela adorava o fato de, no fundo, ele ser sempre muito
gentil. Ela via aquela sua ternura cada vez que ele embalava a filha em suas enormes mãos. No
modo como ele a balançava para dormir enquanto a cansada Cara descansava e observava pai
e bebê com um sorriso satisfeito nos lábios.

Ninguém jamais teria pensado que Cara e Logan dariam um belo par, muito menos ela,
quando ela pensou em como o deve ter deixado louco logo que chegou na mansão, toda inquieta
e metida.
De certa forma, eles tinham aceitado um ao outro, com suas falhas e tudo, e esse era o
presente mais bonito que o amor poderia lhes dar.

FIM

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Prólogo

Quando Emrys puxou Caitlyn para seu lado com um braço forte, e Caitlyn sentiu seu coração
acelerar, as cores do horizonte se uniram em uma mancha crepuscular de rosa e azul. Ela se

aqueceu, e não apenas pelo calor do corpo dele contra o dela. O Sena estava à sua esquerda
enquanto caminhavam em direção ao Arco do Triunfo. Quando eles chegaram até ele, a luz do dia
desapareceu e o brilho elétrico da cidade se ergueu ao redor deles, lançando sombras que
dançavam aparentemente em deleite com seu amor.

Emrys se inclinou para sussurrar no ouvido de Caitlyn: "Não vá."


"Eu preciso", ela protestou, abatida. "Meus pais esperam que eu volte—"
"Você pode ligar para eles."
"E o novo semestre começa em uma semana!" Caitlyn protestou, ajeitando os óculos. Ela
estava tentada a tirá-los para limpar, mas isso precisaria de duas mãos, e ele já havia comentado
que ela o limpava quando não queria olhar para ele.
"Como você pode escolher Ohio em vez de Paris? Em vez de mim?" Emrys brincou em seu
sotaque cantado. Seus ‘R’ desapareciam em cada palavra, e Caitlyn ficava arrepiada ao ouvi-lo
falar. Seus olhos escuros brilhavam com diversão, mas havia um tom estranho em sua voz. Parte de

sua voz escancarava a mágoa que ele tentava esconder. Não era algo que ela estava
acostumada a ouvir, não com seus músculos e confiança, do homem que tinha varrido a vida de
Caitlyn naquele verão e tirado ela de seu dormitório minúsculo, trazendo uma nova experiência a
cada dia.
Suas mãos balançavam entre eles, ela com sua saia larga e bata, e ele com seu jeans gasto,
camisa confortável, colete, e um gorro sobre seus cachos loiros. Caitlyn olhou para seu maxilar
definido, para a forma como o cabelo caía em seus olhos azuis claros. Ele era o homem mais bonito
que ela já tinha visto pessoalmente, embora às vezes demonstrasse sua falta de senso de estilo.
Ainda era difícil acreditar que Emrys era real, e ainda mais difícil de acreditar que ele estava

interessado em uma garota baixa e tímida do Centro-Oeste que teve dificuldade para ousar se

aventurar fora do estado para estudar na França.


"Diga a seu pai como isso seria educativo", sugeriu Emrys. "Isso sempre funciona com meu

pai. Diga a eles que professor hábil eu fui."


Um rubor profundo se espalhou pelas bochechas e orelhas de Caitlyn. Ela não escondia isso,
mas levou uma mão ao rosto para se esconder de qualquer forma, fazendo com que Emrys
soltasse aquela risada profunda e gutural e esticasse o braço para baixar a mão dela. A cabeça

de Caitlyn se inclinou de vergonha.


"Você tem sido um professor incrível", ela murmurou, com ênfase na voz. "Você é realmente
profissional!"
Emrys riu de novo e beijou o topo de seu cabelo fino e loiro avermelhado. Ele estava
dividido ao meio, mas na noite anterior estava espalhado sobre o travesseiro. Ele girou um dedo
em torno de uma mecha e se inclinou para beijar sua testa.
"Ei. Venha cá". Emrys levantou o seu queixo com dois dedos. "Já estou com saudade.
Nenhuma outra mulher fez eu me sentir assim".
Caitlyn sacudiu a cabeça. Se seu pai pudesse ouvir um cara seis anos mais velho a

chamando de mulher... Mas ele não podia, e Caitlyn mal tinha falado de Emrys a seus pais. Ela não
sabia o que dizer a eles sobre ele. Ela restringiu os tópicos de suas conversas a assuntos
acadêmicos e culturais de sua viagem. Havia algo sobre ter Emrys para si mesma que tornava seu
caso ainda mais excitante.
A pequena Cait Durst com um amante mais velho em Paris. Ninguém em casa teria
acreditado! Ele não era de Paris, ou da França, é claro, mas ele conhecia a cidade como a palma
de sua mão. Ela se sentia mais segura andando pelas ruas com ele ao seu lado. Ele a encorajava a
praticar o seu francês e perder a timidez. Ele mostrava os lugares que o guia dos alunos sequer
conhecia. E então ele a pegou pela mão e lhe mostrou tudo o que ela tinha perdido quando ficava
em casa nas noites de sexta-feira para estudar.

Então as mãos dele se moveram novamente sobre seu quadril largo e ele a beijou. Seus

lábios eram exigentes, como sempre, e ela estremeceu um pouco com sua intensidade. As outras
pessoas que passavam não deram bola, assim como Caitlyn não conseguia notá-las. Quando ela

estava em seus braços, sentindo suas mãos se movendo sobre sua cintura, seu quadril, nada mais
existia além dos dois.
"Fique, Cait", insistiu Emrys novamente.
"Eu não posso."

"Estou orgulhoso de você ser capaz de dizer não." Sua mão descansou sobre a parte
inferior de suas costas, apenas a alguns centímetros de seu bumbum. "Eu respeito isso, é claro. Mas
ainda assim... eu quero você aqui."
Caitlyn apertou os lábios e franziu a testa. "Talvez não deveríamos ter começado isso..."
"Eu não abriria mão de um momento com você". Emrys soltou um suspiro. "Mas eu vou visitá-
la. Assim que eu conseguir sair daqui, eu juro".
Caitlyn cerrou o punho. "Eu só não sei como vou passar meus dias sem falar com você. Eu
nunca tive um cara com quem eu pudesse conversar como você."
"Bem, eu vou ter que ligar para você. E escrever e-mails." Ele pegou suas mãos inquietas na

sua e apertou seus dedos. "Você vai ouvir tanto a minha voz que você vai se cansar de mim!"
"Podemos usar o Skype!" Sua voz se elevou em um grito inapropriadamente alegre, e ele riu.
"E eu vou dar um jeito no WiFi! Pelo menos até que possamos nos ver pessoalmente outra vez."
Emrys lhe deu um sorriso largo. Foi o que inicialmente a desarmou durante sua viagem de
estudos para Nice. Ela amava seu sorriso, especialmente a maneira como ele transformava seu
rosto triste e quase o fazia parecer uma pessoa diferente.
"Vai ter que ser isso mesmo." Emrys encolheu os ombros. "A menos que eu te sequestre e te
leve de volta para a minha casa."
"Você poderia fazer isso..." Caitlyn tomou suas mãos e o balançou de um lado para o outro.
"Mas então eu teria que bolar um plano de fuga ousado. Poderia criar uma confusão." Ela franziu

seu nariz quando ele a puxou para outro beijo. "Eu não quero te deixar, mas não posso

abandonar minha vida agora."


"Eu entendo."

Eles não foram até o Arco naquela noite. Em vez disso, ficaram próximos da água, de mãos
dadas e se conversando até que escurecesse. Então Emrys a levou de volta para o seu dormitório.
Caitlyn pulou sobre seu colo, determinado a aproveitá-lo até o momento em que o carro viesse
buscá-la. Ela se lembraria daquela noite pelo resto de sua vida.

No aeroporto Charles de Gaulle, eles repetiram suas promessas e beijos de adeus até que
Caitlyn teve que passar pela segurança. Mesmo assim, ela continuou olhando para ele enquanto
atravessava a fila, e a cada vez ele abanava para ela ou lhe mandava um beijo. Finalmente,
Emrys colocou ambas as mãos sobre seu coração, olhando para ela nostalgicamente, e se virou
para sair.
Caitlyn observou enquanto Emrys se afastava, com seu coração cheio de tristeza ao vê-lo ir,
e também empolgada com o momento em que eles se reencontrariam.
Capítulo Um

Cinco Anos Depois


O ruído de barcos no Rio Hudson encheu os ouvidos de Caitlyn, junto com o som de sua

própria respiração rítmica e o tráfego da manhã. Ela sorriu, dando ritmo em sua corrida e sentindo
gotas de suor escorrerem por sua nuca. Ela estava contente por se lembrar da faixa que agora
segurava seu cabelo loiro avermelhado. O ar do outono estava fresco contra sua pele. Não havia
nada como aquela dose de endorfina logo de manhã. Embora ela não fosse acostumada a

experimentá-la tão cedo.


"Apresse-se!" Melinda a chamou.
Caitlyn olhou para cima e viu sua amiga rindo vários passos à frente dela.
"Desculpe." Caitlyn acelerou o passo. "Se você continuar correndo assim, como vamos
conversar? E qual é o sentido de acordar, ou mesmo estar viva, às cinco da manhã?"
Melinda enxugou a testa. "Praticar exercícios, eu acho?"
Caitlyn fez um barulho.
"Faz bem para você."
"Mas a que custo, Mel? A que custo?!" Caitlyn reclamou.

Melinda riu e olhou para Caitlyn. "Você se queixa muito. Não tenho certeza se acredito que
você volte para casa correndo".
"Eu gosto mais das trilhas em Cincinnati. E não tão cedo".
"Pfff. Nova York é melhor do que Cincinnati. Você pode conseguir uma tatuagem e uma
prostituta às 3 da manhã em Cincinnati?"
"Eu não iria atrás de nada disso em horário algum!"
Melinda riu perversamente. Caitlyn lutou contra sua natureza para que pudesse acelerar e
deixar Melinda para trás. Ela amava a Mel, de verdade, mas eram duas pessoas muito diferentes.
Caitlyn estava correndo com ela naquela manhã porque Caitlyn estava ficando no apartamento de

Melinda enquanto visitava a cidade. Depois de quatro dias acordando tão cedo, ela finalmente

cedeu.
Mas Caitlyn era uma noturna por natureza e preferia trabalhar, praticar exercícios e fazer

qualquer outra coisa muito mais tarde. Mas ela não iria morrer se saísse com Melinda de manhã
enquanto estivesse ali.
Provavelmente.
Quando terminaram, as duas se sentaram do lado de fora de um bar de sucos. Melinda

teria que voltar para o apartamento e tomar banho para que ela pudesse ir trabalhar, mas Caitlyn
poderia fazer seu trabalho no apartamento abrigada por um latte e pelos gatos de Melinda.
"Então você realmente não está gostando da cidade?" Melinda perguntou.
"Eu gosto. Eu gosto de passear por ela com você. Mas tem gente demais pro meu gosto."
"Amanhã estou de folga. Nós vamos encontrar algumas coisas melhores para você fazer. Ah!
E eu tenho ingressos para aquele filme na sexta-feira, e tem uma festa depois. "Melinda ergueu as
mãos. "Algo pequeno em um lounge, minha pequena borboleta antissocial. Nós temos que nos
arrumar, mas não estará tão barulhento e lotado como um clube."
Caitlyn sorveu seu smoothie proteico e se recostou na cadeira. "Que filme? Jaina vai estar

lá?
Melinda riu. "Sim. A namorada estará lá. E é aquela sequência de que todos estão falando.
Frequência Violenta II."
Caitlyn franziu o nariz. "Talvez nós pudéssemos só ir à festa."
"OK, mesmo que aquele cara que você odeia está no filme, não pode ser tão ruim assim.
Além disso, é gratuito, e é em um desses teatros onde você pode pedir bebidas. É só ignorá-lo!"
"Eu não o odeio. Eu só acho que ele é superestimado. "Caitlyn soltou sua xícara para e
enxugou a umidade de seus dedos. "Ele precisa estar em tudo ultimamente?"
"Isso é o que acontece quando sua carreira decola. Quer dizer, aquele ator que parece uma
batata estava em tudo. Pelo menos, Emrys Sébire é um gato."

"O que você sabe sobre um cara ser um gato?"

"Só porque eu tenho uma namorada, que aliás é uma gata, não significa que eu seja cega.
Juro por Deus que o homem está contratado para tirar a camisa três vezes por filme e mostrar a

bunda pelo menos uma vez".


Caitlyn revirou os olhos. Não era como se ela não soubesse que Emrys era atraente. Só que
ele estava muito mais forte do que quando ela o conheceu. E ela nunca esperava que, depois do
tempo maravilhoso que eles passaram na França e de todas as suas promessas de ligar e visitar, a

próxima vez que ela o veria seria três anos depois numa tela de cinema.
Ela não sabia o que mais a magoou: os dias vazios e silenciosos que seguiram seu voo para
casa quando ela ainda tinha esperança de que Emrys atendesse o telefone ou respondesse a um
de seus e-mails, ou ter visto seu rosto certo dia durante o trailer de uma comédia romântica idiota e
descobrir que tudo o que ele tinha dito sobre si mesmo era mentira. Emrys tinha dito que ele
também era um estudante. Que ele era da Inglaterra. Que ele queria conseguir tanta felicidade
quanto pudesse na vida, se casar com uma garota legal e ter filhos algum dia.
Uma vez que Emrys começou a aparecer em filmes e seus fãs se ocuparam em sua página
da Wikipédia, os detalhes sobre sua vida se espalharam por toda parte. Ele não era um estudante

quando a conheceu; ele era de um pequeno país da Europa chamado Cabeau, e ele era o
príncipe do país.
Caitlyn passou muitas noites rezando para que Emrys voltasse à sua vida. Agora parecia
que ela não podia se livrar dele. Ele estava ao mesmo tempo em toda parte e completamente fora
de seu alcance. Toda vez que ela o via nos tabloides, era como se ele estivesse pegando o seu
coração na mão e apertando de forma esmagadora. Caitlyn havia lhe contado absolutamente tudo
sobre si mesma. Ele sabia os nomes de seus pais, que seu primo tinha morado com eles quando seus
pais o expulsaram de casa, a história de como os avós dela se encontraram e o nome da pequena
cafeteria onde ela tinha conseguido seu primeiro emprego. Emrys sabia o horário de suas aulas
enquanto ela estava perto dele, e sabia o suficiente sobre seu programa acadêmico para

adivinhar que agora ela estaria trabalhando como uma web designer independente.

Mas tudo o que Emrys lhe tinha dito era mentira. Caitlyn pensou que ela não deveria estar
tão chocada por ele ser um ator.

"Nós não precisamos ir se isso realmente incomoda você", Melinda comentou. "Eu só pensei
que seria divertido ter algum lugar chique para ir."
"Não. Você está certa. Seria". Caitlyn arrumou algumas mechas bagunçadas de seu cabelo.
"Mas eu vou precisar de dois mojitos antes que o filme comece, porque esse idiota provavelmente

estará na metade dos trailers."


Melinda apertou a mão de Caitlyn. "Ótimo. Felizmente, ninguém em Nova York dirige."
"Então por que diabos há tanto trânsito?"
"Ninguém inteligente em Nova York dirige."
Depois que eles voltaram para o apartamento e Melinda seguiu para o trabalho, Caitlyn
tomou banho e depois se acomodou com seu laptop, sua lista de fazeres e uma caixa de bombons
que ela sempre comia quando riscava um item de sua lista. Enquanto trabalhava, sua mente
continuava vagando até Emrys. Não Emrys o príncipe e estrela de cinema. O garoto doce e
encantador que a tinha tomado pela mão quando ela era tão nova em relação ao amor e ao

sexo. Ele a tirou da própria bolha e a apresentou a tantas coisas em tão pouco tempo, mas depois
se foi bruscamente. Levou quase seis meses para ela perceber que nunca seria ele quando ela
atendesse o telefone. Passaram-se mais de dois anos antes de ela ter desistido da esperança de
que um dia, talvez, ele entraria em contato com ela e lhe daria uma desculpa sincera e uma
explicação.
Caitlyn coçou a cabeça de um pequeno gato preto que ronronava. Mármore ou Bola de
Neve. Ela não sabia diferenciar os dois gatos ainda.
Uma explicação nunca tinha chegado. Mesmo depois que Caitlyn finalmente se permitiu
aceitar que ele nunca a amou e não se importava o suficiente para ligar—nem se importava o
suficiente para romper com ela frente a frente—ela não tinha sido capaz de sair muito com outras

pessoas. Era muito difícil confiar nos caras. Eles estavam sempre escondendo algo atrás de seus

sorrisos encantadores e olhares compreensivos.


Mármore e Bola de Neve ronronavam e rolavam ao seu lado. Caitlyn pensou que quando

ela voltasse para Cincinnati, ela provavelmente deveria ir ao abrigo e adotar um gato; isso a
ajudaria a deixar seu apartamento um pouco menos vazio.
Capítulo Dois

Emrys Sébire normalmente gostava de qualquer tempo que passasse longe da vida de
realeza de Cabeau. Infelizmente, os eventos publicitários tendiam a deixá-lo de mau humor. Elas

eram superficiais. Havia pouca oportunidade de realmente falar o que se pensa, especialmente em
filmes como a série Frequência Violenta. Mas isso mantinha algum dinheiro em seu bolso enquanto
esperava por projetos melhores—um mal necessário, levando em conta a determinação inflexível
de seu pai de controlar os fundos de Emrys até que ele atingisse a meia idade. No entanto, ele

ficaria mais feliz se não tantas de suas cenas fossem cortadas no processo de edição. O resultado
era uma narrativa um pouco confusa, mas eles sempre achavam um tempo extra para aquelas
cenas perseguições de carro.
Com um agradecimento a uma garçonete magrinha, Emrys tomou uma taça de champanhe e
foi para fora. O salão que os produtores tinham reservado para a festa era bastante sofisticado
para o que era essencialmente uma sequência de um filme de ação que era um lixo. O bar era
iluminado ao longo de sua base, e lustres giravam lentamente, lançando luzes suaves e
multicoloridas sobre os convidados. Mesmo de fora, as luzes faziam tudo parecer brilhar junto com
o skyline de Nova York. Cada assento era menos uma cadeira e mais uma forma abstrata

projetada ergonomicamente, e havia uma piscina longa, estreita e retangular perto da qual muitos
se sentavam e bebiam.
Todo mundo parecia estar tendo uma noite agradável. Emrys reconheceu que parte do seu
mal humor tinha a ver com o fato de que a fila de autógrafos não tinha sido muito longa aquela
noite, e o público daquela série tendia a ser formada por um certo tipo de homens, e isso diminuía
seu grupo de fãs habitual. Ele passou a primeira parte da noite conversando com colegas e
interagindo com pessoas da indústria de cinema que costumavam aparecer sempre nesses eventos.
O evento era menor do que muitos que ele já tinha ido, mas isso não era um aspecto negativo para
ele.

"Você está se escondendo, Emrys", disse Nina atrás dele.

Emrys se virou para ela com a testa franzida. "Eu não sabia que você estaria aqui."
Nina encolheu os ombros, empurrando para trás seus cachos grossos e pretos. "Apenas

tentando ser social. Se fala tanto sobre esses filmes, tantos grandes nomes de envolvidos."
"O que o público americano consome é inexplicável."
"Não seja esnobe. É só entretenimento. Algo para fazer o sangue correr mais rápido." Nina
tomou um gole de seu coquetel e suspirou. "Fique grato por ter conseguido um papel. É disso que

isso se trata. Continue trabalhando, mantenha-se próximo do público. Isso deu certo para atores
muito piores do que você."
Emrys revirou os olhos. Ele não tinha nenhum desejo de ser um ator que deu certo devido à
pura saturação na mídia ou escândalos. Ele se considerava bom no que fazia, mesmo que muitas
de suas oportunidades até agora tivessem sido grandes sucessos de bilheteria com poucas falas.
Em geral, ele achava que seu trabalho falava bem de suas habilidades como ator, bem como das
habilidades que ele tinha desenvolvido ao longo dos anos. Ele a seguiu de volta para dentro e
voltou para a sua mesa, cumprindo seu dever de promover o filme.
Ele fazia a sua parte conforme as pessoas se aproximavam de sua mesa para conversar

sobre seus projetos. Nina enviou alguns diretores para falar com ele. A noite englobava mais
negócios sobre outras coisas do que falar sobre o filme em si, então o tempo de forma tranquila
até que as portas se abriram e ele avistou um cabelo loiro avermelhado.
Desde que tinha deixado o Charles de Gaulle há cinco anos, Emrys tinha visto muitas ruivas e
isso fazia seu coração disparar todas as vezes. Ele sabia o quão improvável seria ele se deparar
com aquela pessoa bonita e delicada com quem ele tinha se divertido em Paris, para então deixá-
la da forma mais cruel. O fato de ele ter tido suas razões não aliviava muito sua culpa. Desta vez,
porém, quando a mulher se virou, Emrys começou a pensar que ela tinha mais do que uma
semelhança passageira com Caitlyn.
Seu cabelo era muito mais curto do que as longas tranças que Caitlyn costumava usar no

verão em que a conheceu durante uma viagem de um dia a Nice. Agora seus cabelos estavam

logo acima de seus ombros, emoldurando elegantemente seu rosto, com alguns cachos. Os óculos de
armação grande haviam sido substituídos por retângulos pequenos e bonitos. Ela era mais magra

do que tinha sido durante a faculdade também, mas ela ainda tinha aquele quadril largo e
gostoso que ele adorava acariciar. Ela era como a estátua de uma deusa grega. Ele se lembrava
de apertar suas coxas grossas enquanto subia para o seu dormitório para fazê-la gritar de
prazer. Quando ela se virou para dançar perto da mesa com suas amigas, sua saia larga se abriu

e girou ao redor de suas pernas. Ele estava talvez a seis metros de distância, mas ele poderia ter
jurado ter ouvido aquele seu risinho quando ela cobriu a boca.
Ele sentiu um calafrio subir em sua coluna. Era ela. Sua Caitlyn.
A atenção de Emrys ficou inteiramente tomada. Durante a hora seguinte, ele a observou em
cada movimento, como ela se recostava em uma das cadeiras abstratas e tirou um sapato de salto
alto para massagear o arco de seu pé, a forma como ela esticou os braços sobre a cabeça, como
se alguma parte de suas costas doesse. Ela e suas amigas claramente saíram apenas para se
divertir. Elas dançavam uma com a outra, em vez de procurar outros parceiros. Uma delas, uma
mulher de pele morena, mais baixa do que Caitlyn, aventurou-se a falar com Nina, mas na maior

parte do tempo, elas não estavam tão empenhadas em observar as estrelas quanto algumas das
pessoas da festa claramente estavam.
Nenhuma daquelas mulheres estava indo até a mesa dele para um autógrafo. Quando
Caitlyn se levantou, Emrys, inconscientemente, pôs o pé no chão em antecipação. Mais do que
qualquer coisa, ele queria ir até ela, tocar sua bochecha macia, ser o único a fazê-la sorrir e rir
daquele jeito diferente e encantador. De alguma forma, parecia importante que ela reservasse
aquela risada para ele, apesar de tudo. Embora muitos o tivessem acusado de narcisismo, ele não
era um tolo completo. Embora fosse algo bom que ela estivesse vindo a uma de suas estreias,
Caitlyn poderia não ficar particularmente feliz se ele simplesmente se aproximasse de sua mesa
depois de todos aqueles anos.

Seria melhor se ela viesse até ele. Se ele pudesse se certificar de que ela o visse e que

tivesse motive para falar com ele e decidir fazer isso, a conversa poderia ser muito melhor. Ele
certamente ficaria mais à vontade esperando por sua aproximação.

Com esse pensamento, Emrys levantou a mão para chamar a garçonete.


***

"Desculpe, senhoritas", disse uma garçonete alegremente. Ela segurou uma garrafa rosa
brilhante com a parte superior preta e um ás de espadas na frente. "Aquele cavalheiro comprou

uma garrafa de champanhe para vocês: um Armand de Brignac. Acho que vocês vão gostar das
notas de morango e groselha preta".
"Uau." Jaina se inclinou para ver o cavalheiro que a garçonete tinha apontado. "Meu Deus!
Olha só!"
Ela cutucou Melinda que estava olhando para a garrafa e apontou. Caitlyn também levantou
os olhos, depois se levantou e recuou em seu assento.
"É o próprio Emrys Sébire!" Melinda riu. "Ah, Caitlyn! É seu namorado!"
"Ah, cale a boca". Caitlyn cruzou os braços e franziu os lábios. De todas as pessoas no

mundo que poderiam ter enviado a elas uma garrafa de champanhe, por que tinha que ser ele?
Logicamente, era filme dele. Claro que havia uma chance remota de ele estar na festa, mas
o seu papel no filme nem sequer era muito relevante. Quando elas estavam assistindo, Caitlyn até
se esqueceu dele algumas vezes. A festa era uma diversão despreocupada, exatamente do tipo
que Caitlyn precisava sempre que se lembrava de Emrys. Que pena que ele teve que aparecer e
acabar com tudo.
Enquanto Caitlyn estava olhando feio para Emrys, que simplesmente tinha dado um pequeno
aceno como resposta, Melinda e Jaina já abriram a garrafa e começaram a servir a bebida
espumante. Jaina levantou uma taça em direção ao rosto de Caitlyn e mostrou a bebida. Ela tinha
cheiro de morango, e a cara fechada de Caitlyn começou a se abrir.

Será que Emrys se lembrava que ela gostava de morangos? Será que ele estava brincando

com ela, como fez anos atrás, por causa da cor de seu cabelo? Conscientemente, Caitlyn colocou
uma mecha de cabelo atrás da orelha.

"Não seja malcriada!" Melinda serviu um pouco mais na taça de Jaina. "O homem quer nos
mimar. Deixa ele".
Jaina se inclinou e Melinda levou a taça até seus lábios.
Caitlyn mordeu o lábio. Se ela provasse aquele champanhe, seria como aceitar algo dele?

Ele tinha partido o seu coração. Ele a tinha partido por inteiro. Ela já tinha sido alguém que
acreditava no amor. Quando era menina, ela sabia que um final feliz chegaria até ela, e quando
era a jovem mulher que conheceu Emrys, ela acreditava que isso seria com ele.
Em vez disso, ele a deixou. Ele a tinha jogado fora como se o que eles tiveram não fosse
nada. E agora? Ele esperava que ela aceitasse alegremente seu champanhe caro? Ela deveria ir
até ele para agradecer? OK.
Caitlyn se levantou e pegou sua taça. Ela olhou fixamente através da multidão na direção de
Emrys, que estava apoiado em sua mesa, com pose de príncipe privilegiado de Hollywood, assim
como de um pequeno reino europeu. Ela poderia estar imaginando isso, mas ele pareceu inclinar a

cabeça, curioso. Uma vez que ela estava certa de ele olhava para ela, ela bebeu a taça,
lentamente, deixando o álcool e as bolhas deslizarem por seu esófago e alimentarem o fogo
dentro dela. Era doce e tinha um sabor agradável, mas ela não se serviu novamente.
Em vez disso, Caitlyn colocou a taça sobre a mesa. Imaginando que a bebida tornasse seu
cabelo mais brilhante, ela se dirigiu até a mesa de Emrys com passos largos e determinados e não
desviou o olhar. Ela o faria entender como ele a feriu profundamente.
Quando ela se aproximou, as sobrancelhas dele se ergueram, e o coração dela bateu
fortemente no peito. Ela parou em frente à mesa e olhou para aqueles olhos azuis estonteantes. Ela
era incapaz de desviar o olhar naquele momento. Era como se, tendo se permitido chegar perto
dele mais uma vez, ela tivesse ficado presa em seu encanto e nunca mais conseguiria se livrar por

vontade própria.

"Olá, querida", Emrys sorriu e levou uma mão ao lado da cabeça. "Meu Deus. Você ficou
mais bonita ao longo dos anos."

"Ob-obrigada", disse Caitlyn tentando manter a calma. Ela balançou a cabeça depois de um
segundo. "Pelo champanhe".
"Você gostou? Eu não pude notar pela sua expressão." Ele se inclinou para tocar seus
cabelos. Seus dedos deslizaram através deles, e seus olhos pareciam ficar cada vez mais sem foco

quando ela prestou atenção neles.


Caitlyn olhou para ele, sem falar nada, imersa em sua proximidade. Finalmente, ele estava
ali, bem na frente dela, mais bonito do que nunca. Ela queria tanto gritar com ele e esfregar o
rosto em seu peito largo.
"E então?" Emrys olhou para ela com expectativa. Ele sorriu de novo, parecendo tão
satisfeito consigo mesmo que de repente seu maxilar tensionou, e ela quis bater nele.
"Desculpe," ela disse secamente. "Eu fiquei tão espantada por você poder pagar uma
garrafa de champanhe como essa assim, quando o garoto que eu conheci não podia nem mesmo
pagar por seu próprio crepe de rua".

Emrys recuou, claramente ofendido. "Eu tenho minha própria renda agora."
"Eu teria pensado que você tinha muito dinheiro, mesmo naquela época, mas eu realmente
não conheço a situação econômica de Cabeau", Caitlyn respondeu atrevidamente.
Emrys estalou a língua. "Suponho que nesse aspecto eu lhe deva uma garrafa ou duas".
"Eu honestamente não tenho ideia do quanto aquela garrafa custou, mas você
definitivamente pagou pelos bolos e cafés que tomamos." Caitlyn colocou a mão no quadril. "Não
tanto por desaparecer da face da terra sem uma desculpa como ‘o problema não é você, sou eu’".
As bochechas de Emrys começaram a ficar vermelhas. "Agora escute—"
"Você é um covarde, Emrys", disse Caitlyn, lamentando, enquanto seu rosto se despedaçava.
"Pensei que você fosse meu príncipe encantado. Imagine minha decepção ao descobrir que você

era tudo menos isso."

Caitlyn se virou de costas para se juntar a suas amigas, mas ele pegou seu pulso
rapidamente.

"Me deixe."
"Eu nunca quis decepcioná-la. Eu nunca quis que nenhuma mágoa a atingisse." Ele apertou
ainda mais o braço dela.
"Emrys ..."

"Havia assuntos fora do meu controle. Entenda isso, e não me deixe".


"Se você não quer me machucar, solte meu pulso."
Emrys a largou imediatamente e então olhou para baixo como se estivesse surpreso que sua
mão a tinha segurado rapidamente. Caitlyn lutou contra o desejo de aumentar a distância entre
eles, mas o que ela poderia fazer agora? Ela tinha que saber.
"Que ‘assuntos’? O que tornou tão impossível para você responder a uma única ligação? Um
e-mail?" Caitlyn balançou a cabeça e segurou os próprios braços enquanto se encolhia para trás.
"Emrys, você tomou meu coração em suas mãos e o esmagou".
Emrys lentamente passou sua língua sobre seu lábio inferior. "Mas você veio aqui para falar

comigo".
"Agradecer pelo champanhe", protestou ela.
"Ainda assim. Você se dispôs a vir até aqui. Machucaria se você gastasse mais alguns minutos
do seu tempo?" Ele se aproximou dela mais uma vez e desta vez pegou sua mão gentilmente. "Para
reencontrar um velho amigo?"
Caitlyn hesitou. Ela estava dividida entre sua dignidade e suas respostas. E a cada momento
que passava perto dele, sua dignidade perdia um pouco mais de espaço.
Emrys levantou a mão para a garçonete e fez um gesto. Um momento depois, ela voltou com
outra garrafa rosa.
"Uma bebida, Cait. Não faça isso por mim. Faça isso por aquela garota doce e cheirosa à

margem do Sena." Sua voz tinha ficado um pouco rouca. Ele estava implorando. Mesmo naquela

época, ele raramente implorava. Emrys ordenava. Agora, ele estava simplesmente gesticulando
para a cadeira livre em sua mesa. "Bem, ela está esperando há muito tempo. Caitlyn passou por

ele, sentou-se e ergueu o copo.


"Bem, ela está esperando há muito tempo". Caitlyn passou por ele, sentou-se e ergueu a
taça.

.
Capítulo Três

Emrys observou o rosto de Caitlyn com cuidado quando começou a falar. Ele suspeitava que,
se pudesse atraí-la até ele, ela não seria capaz de ir embora. Isso funcionava em sua vantagem,

embora fosse toda a vantagem que ele teria naquela situação. Então, ela tomou um gole de
champanhe, inclinou a cabeça para o lado e o olhou com curiosidade. Era um pouco desconfortável
ter seus olhos verdes apontados para ele. Seu desconforto era inevitável, ele supôs. Era bom,
depois de todo aquele tempo, simplesmente sentir aquilo, em vez de esperar eternamente com a

culpa de saber que sua dor existia, de forma intangível e abstrata.


"E então? Você vai explicar?" Caitlyn pressionou.
"Vou tentar. Eu não tenho certeza de que você consegue realmente entender como são as
pressões de se estar na fila de sucessão para assumir um trono".
"Você me deixou por causa do estresse?" Ela franziu os lábios e segurou sua taça de lado.
"Não". Emrys se sentou e cruzou como mãos sobre uma mesa. "Eu estudei artes cênicas em
Oxford. Isso é verdade—"
"Eu sei. Está na sua página da Wikipédia. Mas você não apenas disse que estudou lá. Você
disse que era da Inglaterra." Caitlyn baixou a taça com tanta força que um pouco de champanhe

se derramou. "Por que você mentiu? E por que você não me disse no final que tínhamos que
terminar? Ainda teria machucado, mas teria doído muito menos!"
"Eu não sabia, Cait." Emrys enfatizou com o olhar.
"Você não sabia que não era inglês? Não posso te ajudar com isso.
Emrys bateu a mão com força contra a mesa. "Me deixe terminar!"
Caitlyn pulou e se endireitou no assento. "Termine, Alteza".
Emrys olhou para a dureza em seu rosto. Não combinava com ela. O que combinava era o
tom rosado de sua bochecha quando ficava excitada, suspiros sem fôlego em seus lábios e estrelas
em seus olhos.

"Na época, eu acreditava que eu poderia fazer o que eu quisesse. Eu poderia estudar artes

cênicas, eu poderia viver minha vida, eu poderia amar como eu quisesse. Eu gostava de ser um
homem comum. Mas quando voltei para casa naquele verão, meu pai me disse que eu deveria me

casar." Emrys estendeu as mãos com a expressão de alarme de Caitlyn. "Ela também não ficou
muito entusiasmada com a ideia, acredite em mim. Miranda tinha outro homem em sua vida na
época, mas nós dois fomos obrigados por nossos pais a levar nosso compromisso a sério. Eles
tinham anunciado isso antes que qualquer um de nós tivesse ouvido sobre isso".

"Isso é horrível. Você chegou em casa e se viu em uma festa de noivado?" Caitlyn se inclinou
para a frente com curiosidade.
"Não foi tão dramático assim, mas perto disso. Cheguei e fui informado pelo meu pai sobre o
que estava para acontecer. E nós agimos de acordo por um tempo. Miranda e eu interpretamos
bem nossos papeis." Emrys suspirou. "Eu estava profundamente envergonhado, minha Caitlyn. Como
eu poderia continuar tentando te amar quando eu sabia que teria que me casar em breve? Como
poderia pedir que você se casasse com outro?
Caitlyn tocou sua mão.
"Eu tive uma escolha, é claro. Eu poderia ter dito que não. Eu deveria ter feito isso." Emrys

levantou a mão dela até seus lábios." No final, Miranda foi a mais forte em nosso relacionamento.
Ela o chamou e lhes disse que casar comigo seria como casar com seu primo, e ela não faria isso".
Caitlyn franziu a testa. Ela parecia tão terrivelmente em conflito. Emrys precisava virar esse
conflito em seu favor.
"Depois disso, eu não conseguia voltar e pedir seu perdão. Não falávamos há quase dois
anos".
"Azar o seu", Caitlyn disse com gravidade na voz. "Eu o teria aceitado de volta assim
mesmo."
"E agora?"
"Eu... eu não sei. Passei tanto tempo me recompondo". Caitlyn puxou sua mão, mas Emrys a

segurou rapidamente. "O que eu faço? Não consigo sobreviver a isso de novo, Emrys. O que

acontece se eu te perdoar, e então novos ‘assuntos’ surgirem?"


Emrys acariciou sua mão com os dedos. "Eu vou ter que dar o meu melhor para ganhar de

volta a sua confiança."


"Como você pode fazer isso?" Caitlyn sacudiu a cabeça. "Você é um ator. E não é dos piores,
apesar do filme que eu acabei de ver."
Emrys riu. "Eu vou ter que mostrar minhas cenas excluídas. Teve uma sequência inteira

cortada dele."
"Bem, é preciso abrir espaço para aquelas cenas de corrida no meio da história que não
fazem sentido nenhum".
"Isso é verdade." Emrys encheu sua taça de champanhe. "Você deve entender minha posição.
Estou confortável com o que ganho como ator, só vou ter acesso aos meus fundos daqui a muitos
anos. Meu pai tratou de cuidar disso".
"Ele ainda está irritado por você não ter se casado com Miranda", Caitlyn adivinhou.
"Muito. Eu tenho permissão para ir para casa, é claro, mas sou bastante independente. Esse é
o custo".

Caitlyn curvou a cabeça ligeiramente, depois tomou um gole do champanhe. Ela parecia
refletir profundamente sobre suas palavras quando a solidão dos dois foi invadida por suas
amigas que apareceram na mesa.
"Ei! Vejam quem é fã agora!", disse uma delas, apertando os ombros de Caitlyn.
Caitlyn deu um sorriso de escárnio para a amiga.
Emrys sorriu e se levantou para falar com elas. Ele usou todo o charme que tinha ao se
curvar diante delas e respondeu suas perguntas sobre o filme. Uma delas estava tão surpresa por
ele não ter um sotaque americano que ela pareceu quase cair (embora isso também pudesse ser
devido ao champanhe).
Em meio à agitação de risos e brincadeiras amistosas sobre as opiniões de Cait sobre sua

atuação, seus sentimentos pareciam estar melhorando, e pouco a pouco ela foi sorrindo mais.

***

"Vem comigo", Emrys pediu a Caitlyn, e ela sentiu sua respiração ficar presa dentro de si. "É

a minha última noite na cidade".


O resultado era inevitável, supôs Caitlyn. Ela precisava e queria se reconectar com ele há
tanto tempo que ela simplesmente tinha que tentar, mesmo se que ainda não o tivesse perdoado.
Caitlyn se viu dando um abraço de despedida em Melinda antes de seguir Emrys para fora da

festa e até o seu carro. Era um BMW azul gelo, e ela não pôde deixar de correr os dedos ao
longo do capô em perfeito estado.
"Não acredito que você tenha um desses." Caitlyn balançou a cabeça e olhou para Emrys,
que vestia seu lindo paletó. "Eu não posso acreditar que você está vestindo isso."
Emrys arrastou os dedos pela frente da roupa. "Isso?"
"Você nunca usava ternos antes", Caitlyn destacou. "Você quase nunca usava calças sem
algum buraco. Nunca pensei que te veria tão bem vestido".
Emrys estalou a língua. "Meu gerente ia querer cortar for a minha cabeça se eu viesse a

eventos promocionais com um jeans rasgado e um colete vintage. Estou um pouco velho para me
vestir como se eu fosse um sem-teto, não acha?"
"Não sei, não." Caitlyn se recostou contra o carro e passou a mão na lateral do capô. "Eu vi
muitas fotos de atores bastante famosos e podres de ricos que se vestem como se tivessem
acabado de sair de uma lata de lixo."
"Não é minha marca, Cait." Emrys gesticulou com uma mão no ar. "Eu sou 'qualidade'."
"Eu não acho que seja essa a mensagem que sua marca passe." Caitlyn torceu o nariz e
sacudiu a cabeça. "Eu acho que é 'nudez'."
A testa de Emrys franziu de raiva, apenas por um momento, mas então ele riu baixo e grave.
"Talvez seja." Ele veio até ela e colocou sua mão ao lado dela no carro. "Você gosta desse

carro, não é?"

"Eu me sinto atraída por objetos brilhantes. Você deveria me ver em uma loja da Apple."
"É mesmo? Gostaria de saber se você continuou com seu plano".

Caitlyn assentiu e encolheu os ombros. "Essa sou eu. Web designer freelancer. Eu faço os sites
de várias pequenas empresas."
"E isso é o suficiente para pagar suas contas?"
"Mais ou menos. Há várias empresas startup agora, e apesar do orçamento não ser alto,

posso criar algo que funciona para elas. A longo prazo, é mais barato me pagar adiantado para
criar seu site e cuidar de suas necessidades de branding e relações públicas do que usar um site
que atua como um intermediário".
"Então eu suponho que você receba de acordo com sua educação universitária."
"Eu me sustento, e é meio que divertido, e ainda consigo ter uma vida. Isso é tudo o que
quero numa carreira. Quero poder continuar a comer e pagar aluguel e ainda ser capaz de viajar
pelo menos uma vez por ano."
A mão de Emrys circulou em suas costas. Ela permitiu e olhou em seus olhos.
"Parece que você e eu estamos mais práticos do que éramos", ele disse, quase que

nostalgicamente.
"Eu não vejo isso como algo ruim." Caitlyn evitou seu olhar. Ela não quis deixar aquilo ir
adiante. Ela não precisava começar a ficar mole e romântica em relação ao passado. "É bom ter
ambos os pés no chão."
"Isso nem sempre é verdade", Emrys comentou.
"Quando?" Caitlyn revirou os olhos. "Diga-me quando é bom não ter os pés no chão?"
Emrys se inclinou para a frente e virou o rosto dela para ele com dois dedos. "Quando você
está dançando."
Caitlyn ergueu o queixo desafiadoramente. "Eu não danço. Vou cair".
"Isso soa como um desafio."

"Entenda como quiser. Tenho dois pés esquerdos. Eu mal consigo andar. Acho que é ilegal eu

dançar em 48 estados diferentes."


"Então talvez eu tenha que te levar para fora do país novamente para te fazer dançar."

"Acho que já fiz minha viagem do ano. Caitlyn desviou o olhar, sorrindo
"Onde você esteve?" Emrys se aproximou ainda mais.
"Aqui, embora tenha sido principalmente férias com trabalho. Eu moro em Cincinnati, mas
Melinda mora aqui, então essa foi uma viagem fácil para planejar. Além disso, eu aproveitei

algumas semanas durante o verão. Um tour por bares de jazz em Austin, depois Houston, e acabei
indo encontrar alguns amigos no México."
"Entendo."
Caitlyn se virou e o encarou. "O quê? Sua marca é tão certinha que você não pode curtir um
jazz ou beber tequila da garrafa?"
"Uma dessas coisas terminaria com uma imagem desfavorável nos tabloides, o que eu tento
evitar." Emrys passou o braço em volta dos ombros de Caitlyn. "Mas talvez você pudesse me
informar melhor sobre onde encontrar jazz decente."
Embora Caitlyn não fosse uma especialista—ela só fez o tour de jazz porque foi

apresentado como algo para se experimentar na cidade para a qual ela estava viajando—
Melinda mencionou alguns lugares onde ela e Jaina costumavam ir nos fins de semana, então ela
pesquisou em seu telefone para ver quem estaria tocando, e localizou um endereço para Emrys
colocar em seu GPS. Não era um caminho rápido. Na noite de sexta-feira, o tráfego da cidade
era uma loucura.
Mas Emrys lembrou que Caitlyn praticamente se empalou em um dos postes de pedra que se
alinhavam nas calçadas em áreas de trânsito pesado de Paris. Isso levou à história sobre o homem
que tentou pegar a mochila de Emrys e, falhando, fugiu, chamando-o de "cadela" repetidamente.
Para o que tinha sido um caso de apenas dois meses, suas memórias pareciam intermináveis.
Quando chegaram ao clube, Caitlyn sentiu seus ombros relaxarem e seu coração bater forte.

O clube estava tão escuro que Caitlyn mal podia ver. Emrys tomou seu braço para evitar

que ela tropeçasse. A banda já estava no palco, começando com o som de um trompete e uma
forte batida rítmica. O clube estava cheio, mas Emrys falou com a recepcionista, e uma mesa

reservada foi liberada rapidamente.


Com o som da música, eles não podiam conversar muito. Emrys pediu algumas bebidas, e
Caitlyn apontou itens no menu para o garçom. Emrys não parecia terrivelmente impressionado com
a banda, mas Caitlyn balançava a cabeça enquanto os vocalistas finalmente começaram, e ela

abriu um sorriso largo quando Emrys a olhou.


Quando terminaram a música, Emrys se inclinou para ela e disse: "Isso pareceu uma dança".
"Você sabe que não foi porque eu não caí."
Emrys cutucou seu ombro e segurou um garfo com um bolinho de caranguejo para ela
provar. Ela tinha visto ele fazer uma careta para a comida que ela tinha pedido, mas estava frito
com perfeição, um prato típico da culinária cajun. Ela gostou, mesmo que ele estivesse se sentindo
nauseado. Isso a fez querer lhe dar algo ainda mais tipicamente americano.
Algo em seu rosto era muito mais interessante do que a banda, embora ela gostasse da
mistura de sons. Ele não estava gostando tanto, e ela podia notar que ele estava realmente se

perdia quando os músicos sincopavam o ritmo. O solo de saxofone, em particular, fazia com que
suas sobrancelhas se erguessem, e a reação fez com que Caitlyn se aproximasse e apertasse o seu
joelho, sorrindo maliciosamente.
"Eu deveria ter levado você para um clube de hip hop?"
"Não."
A expressão de Emrys era séria, mas ele abriu um sorriso. Caitlyn também sorriu e levou um
camarão empanado até a boca dele.
"Nós não costumávamos falar sobre aproveitar o máximo que pudéssemos da vida?
Experimente."
"Isso também inclui azia e dor de cabeça?"

"Sim. Com certeza". Caitlyn franziu os lábios. Ela suspirou com a postura rígida dele e tomou

o resto da bebida. "Eu já volto."


Caitlyn deslizou através dos estreitos espaços entre as mesas e seguiu para os fundos. Ela se

sentia um pouco tonta por causa do champanhe e dos coquetéis e, em grande parte, por causa da
proximidade de Emrys. Ela não tinha ideia se ele estava se divertindo, mas estar perto dele agora
não era diferente do que tinha sido naquela época. Ela se sentia atraída por ele. Ia ser quase
impossível dizer adeus quando finalmente chegasse a hora de ir para casa. Ela provavelmente não

o veria por mais cinco anos, isso se o vise novamente.


Ela estava lavando as mãos no banheiro feminino quando alguém bateu na porta.
"Quase acabando!", ela gritou. A batida se repetiu, e ela balançou a cabeça com um pouco
de irritação. Ela levou um segundo para conferir seu rímel e depois foi abrir a porta para a
pessoa impaciente do outro lado.
Emrys entrou com ela e trancou a porta atrás dele.
Capítulo Quatro

Os olhos de Caitlyn se arregalaram quando Emrys entrou no pequeno espaço, trancou a


porta e a puxou contra o seu peito. Emrys se sentia tão atraído por ela que era mais natural estar

pressionado contra ela do que não estar.


"O que você está fazendo?" Sua voz ficou aguda e frágil.
"Aproveitando." Ele moveu seus lábios perto de sua orelha. "Aproveitando a vida ao
máximo".

Ele apertou seu bumbum redondo, fazendo-a resmungar de surpresa, e talvez indignação.
Caitlyn olhou para ele, com suas sobrancelhas franzidas enquanto seus óculos escorregavam pelo
nariz. Ele passou os lábios contra sua bochecha, esperando que ela brigasse ou dissesse para ele
soltá-la.
Em vez disso, ela agarrou o bumbum dele também.
"Aí está você", ele murmurou.
"Apenas, er, reencontrando um velho amigo." Ela riu desajeitadamente e empurrou seus
óculos para cima.
Emrys pegou no rosto dela com uma mão, olhando-a nos olhos. Eles eram tão vulneráveis e

esperançosos. Caitlyn ainda o esperava; ela brincou e curtiu aquela noite, mas ela queria mais. Ele
podia ler isso em cada linha de seu corpo.
Movendo sua mão pela parte de trás da coxa dela, Emrys se inclinou e encontrou seus lábios
com um beijo firme e dominante. Ele pôde sentir as especiarias da culinária cajun, mas por mais
quentes que seus lábios estivessem, ela parecia derreter em seu abraço, respondendo ao seu beijo
com movimentos suaves e doces. Ele agarrou a parte de trás de sua coxa, curtindo o pulo de
surpresa, e gradualmente moveu sua mão para baixo até erguer ligeiramente sua perna no ar.
"E-Emrys", ela respirou.
"Shh shh ...", ele sussurrou antes de lhe dar outro beijo. Seus ombros soltaram um suspiro

silencioso. Naquele ângulo, quando ele se aproximou, a bainha de seu vestido se elevou acima de

sua calcinha. Ele não podia vê-la, mas quando ele moveu sua mão para trás, ele pôde senti-la.
Macia e de algodão, com detalhes em renda.

Caitlyn abriu os lábios, surpresa. Os dedos de Emrys traçaram a borda do tecido, bem como
a pele suave na curva entre a pélvis e a perna. Era macia, quente. Sua outra mão se moveu sobre
seu seio, massageando-o levemente em círculos. Caitlyn arqueou as costas com a antecipação,
enquanto ele brincava com suas coxas.

"O que foi isso? Hum?", provocou Emrys. "Você quer mais? Ou devo parar?"
"Eu ... eu ..." Caitlyn ofegou suavemente, então olhou para ele quando suas mãos pararam.
"Não pare".
"Como quiser."
Emrys moveu os dedos ao longo de seus lábios sensíveis, observando como seus olhos se
dilatavam, sua boca se abriu impotente em resposta a seus movimentos hábeis. Alguém menos
homem poderia ter exigido mais dela, mesmo assim tão cedo, mas ele queria que ela o desejasse
da maneira que eles desejavam um ao outro antes, desejando o toque do outro tão intensamente
que era difícil passar o dia sem isso.

Atualmente, ela parecia desejar muito o seu toque. Seu quadril forçou contra o seu toque, e
ela reprimiu um gemido. Ele espalhou o indicador e o dedo do meio sobre a largura de seus lábios
vaginais, para cima e para baixo, para cima e para baixo, e observou seu prazer aumentar como
uma maré. Então seu dedo se moveu debaixo de sua calcinha já húmida e deslizou dentro dela.
"Ah!" Caitlyn arqueou as costas bruscamente, agarrou a parte de trás da cabeça de Emrys e
o beijou desesperadamente, atacando seus lábios e sugando sua língua como se ela precisasse
dela para viver.
Sua ânsia apenas o encorajou. Ele a penetrou com outro dedo e massageou com o polegar o
topo de seu clitóris. Sua respiração se acentuou, e sua cabeça caiu para trás quando ela perdeu o
foco. Ele continuou a beijá-la na bochecha e no pescoço enquanto ele a erguia, com seu prazer

crescendo enquanto seus dedos a atraíam até o máximo.

Seu corpo estremeceu quando ela soltou um grito contido. Seus dedos apertaram em torno
de seu braço, e ela gemeu seu nome tão alto que não havia nenhuma dúvida de que qualquer um

que estava no corredor sabia o que estava acontecendo lá dentro. Ela inclinou a cabeça sobre o
seu ombro e suspirou, e Emrys esfregou suas costas.
"Aí está a minha garota", ele murmurou.
Caitlyn se sentou na tampa do vaso sanitário e tentou ajeitar os cabelos. Emrys se virou para

a pia para lavar as mãos. Ele estava sorrindo um pouco. Ele parecia satisfeito consigo mesmo, mas
Caitlyn não tinha certeza de como ela se sentia sobre o que tinha acontecido. Ela pôde ouvir a
banda começar de novo. Ela podia se ver parcialmente no espelho, e suas faces estavam
vermelhas, com sangue trazido à superfície numa mistura de sua paixão e do sentimento de
vergonha que ela sentia.
O conflito aumentou dentro dela e parou sua respiração por um momento. Simultaneamente,
ela não podia acreditar no seu comportamento naquela noite e queria fazer aquilo novamente. Ela
não era o tipo de garota que faria algo assim, mas, em relação a Emrys, ela não sabia se ela
tinha a capacidade de lhe dizer que não.

E ele era tão bom com as mãos.


Houve um barulho alto e impaciente na porta. Caitlyn ergueu os olhos e esfregou os dedos
sobre os lábios. Eles tinham ouvido? Eles provavelmente tinham ouvido.
"Eu vou primeiro." Emrys sorriu para ela e abriu a porta.
Caitlyn hesitou por um momento, mas sabia que iria aonde quer que ele pedisse.
Durante a próxima meia hora, Emrys tolerou o som da banda de jazz, e ele manteve a mão
em seu joelho, avançando para a parte interna de sua coxa. Ela se sentia segura, e possuída. Ela
sabia que tinha que ter cuidado ou se apaixonaria de novo por ele, apesar de tudo o que tinha
acontecido, e seu coração não sobreviveria à perda dessa vez, quando ele desaparecesse da
frente dela.

Somente quando eles caminhavam de volta para o BMW que Caitlyn sentiu o efeito de todos

os champanhes e coquetéis da noite. Suas pernas ficaram um pouco bambas, e seu coração batia
forte. Emrys manteve o braço em torno de suas costas quando ele a conduziu de volta para seu

carro, onde ele a girou para se inclinar contra ele e beijá-la mais uma vez, com uma mão
segurando sua bochecha, e a outra possessivamente pressionada contra a parte inferior de suas
costas.
"Não vou levá-la para casa", informou ele.

"Está ficando tarde", ela murmurou. "Para onde devemos ir?"


"Meu quarto de hotel".
Caitlyn começou a protestar, mas ele a beijou novamente e então olhou nos olhos dela.
"Eu não posso ficar com você. Eu não vou," Emrys insistiu, com a voz profunda, grave e
trêmula. "Eu vivi sem você antes, e eu não pretendo me separar de você tão cedo."
"Você poderia ficar em Nova York. Eu só vou voltar para Cincinnati daqui a uma semana."
"Eu não posso. Eu tenho um voo amanhã de manhã. Já que essas viagens de divulgação do
filme acabaram, prometi à minha família que voltaria para casa." Emrys sacudiu a cabeça. "Eu
devo satisfazer suas expectativas, se eu quiser continuar a viver livremente."

"Então não sei o que fazer". Caitlyn envolveu seus braços ao redor dele. "Se você tem que ir,
eu não vou te segurar. Eu entendo que seu tempo nem sempre é seu. Quero dizer, entre sua
carreira cinematográfica e sua vida como realeza em Cabeau... existem muitas obrigações".
"Cait, estou te pedindo para vir comigo."
Caitlyn sentiu a cabeça girar. "Ir com você. Para Cabeau? Agora?"
"Não há melhor momento." Ele acariciou seus dedos através de seus cabelos. "Você não vai
para a Europa faz tempo, certo?"
"Eu— Bem, não—"
"E você disse que ama viajar. Você nunca esteve em Cabeau, e podemos fazer passeios de
um dia para a França, se quiser, ou qualquer outro país vizinho. Os olhos de Emrys imploraram

para ela.

"Eu não posso simplesmente fugir para a Europa!"


"Por que não? Você não terá que pagar um centavo pela viagem, e seu trabalho pode vir

com você, não é?"


"Bem, eu posso, mas..." Caitlyn sacudiu a cabeça. Aquilo era muito repentino. Era loucura. Ela
não podia simplesmente decidir deixar o país por um capricho. Havia planos para serem feitos,
papeladas para organizar. Ela tinha certeza de que Emrys poderia providenciar viagens, mas

havia regulamentos para entrar em Cabeau? Ela precisaria de um visto, de seu passaporte?
"Pare de pensar", ordenou Emrys. Ele tocou a ponta de seu nariz. "Eu posso ver essa
pequena marca de preocupação em sua testa."
"Emrys, essa é uma oferta muito generosa. Eu não consigo decidir sobre isso assim."
"Você quer ir", disse Emrys com confiança.
"Eu…"
Ela sentiu o vento em seu rosto e sua mão em suas costas. Ela olhou para ele e viu a
intensidade e desejo cru em seus olhos azuis. Ela tinha que lhe dizer que não, para manter a si e
seu próprio coração a salvo.

"Eu quero ir", ela se viu dizendo.


E deixou que ele a beijasse novamente.
***

Caitlyn não voltou para o apartamento de Melinda até que a madrugada tivesse chegado e
desaparecido. Ela foi recebida por Mármore e Bola de Neve, que a apressaram com um coro de
pedidos de café da manhã. Ela riu e se inclinou depois de fechar a porta para dar a cada um
deles um tapinha e um pouco de carinho. Ela examinou a sala de estar e viu suas coisas nitidamente
jogadas na ponta do sofá onde ela as tinha deixado antes de sair para a estreia. Ela soltou um
suspiro.

Uma coisa de cada vez. Ela puxou algumas roupas e as colocou de lado. Ela precisaria

tomar banho antes de voar. Então, ela foi guardar seu notebook e os vários cadernos associados e
parafernália que ela usava para completar seu trabalho.

"Uau. Você está acordada". Melinda entrou no quarto esfregando os olhos. "Você vem
comigo na minha corrida matinal?"
"Não, eu vou ter que passar." Caitlyn se virou para encará-la e torceu os dedos.
"Você acabou de entrar? Você ainda está usando seu vestido. Melinda franziu as

sobrancelhas e olhou para Caitlyn confusa. "Você ficou fora a noite toda?"
Caitlyn mordeu os lábios enquanto pensava no que dizer, e Melinda explodiu em
gargalhadas.
"Você pegou um astro de cinema!"
"Eu não peguei ninguém! Ele é... um velho amigo". Caitlyn se sentou no braço do sofá e
suplicou Melinda com os olhos. Ela precisava que alguém a entendesse. "Você se lembra da história
que contei sobre o garoto que conheci na França?"
"Claro. Durante a faculdade, tudo o que você fazia era tagarelar sobre esse cara. Sr.
Boêmio, Sr. Lábios Doces." Melinda veio se sentar com ela.

"Emrys era aquele garoto", admitiu Caitlyn.


Quando Melinda lhe lançou um olhar cético, Caitlyn cobriu o rosto e se inclinou para longe
dela. A princípio, naturalmente, Melinda claramente não acreditava nela, mas quando Caitlyn
começou a explicar a história, Melinda ficou em silêncio, ocasionalmente balançando a cabeça ou
pedindo esclarecimentos. Ela terminou a história com o convite de Emrys.
"Você está simplesmente indo embora?" Melinda olhou para ela com descrença.
"Voltarei a Nova York em outro momento. É que eu não o vejo há tanto tempo. Sinto muito
por acabar com a nossa viagem".
"É simplesmente estranho, fugir com um cara aleatório que você mal conhece."
"Ele não é um cara aleatório. Estávamos próximos. Eu estava apaixonada por ele",

argumentou Caitlyn.

"Sim, e isso é claramente algo no tempo passado. As pessoas atravessam o Atlântico o tempo
todo por caras que elas conhecem a o quê? Dois meses e uma noite apaixonada?" Melinda se

levantou e se dirigiu para a cozinha com os dois gatos a rodeando.


"Eu não o amo mais," Caitlyn protestou enquanto a seguia. "Eu não o conheço mais. Mas eu
gostaria da chance de conhecê-lo novamente, e esse espaço entre filmes é realmente o melhor
momento para isso. Eu sinto muito por furar com você."

"Querida, eu não me importo com isso. O que me importa é que você está deixando tudo
por um estranho. Eu sei que você disse que vocês eram próximos." Melinda se inclinou e deu comida
para os gatos. "Mas ele mentiu para você naquela época. Ele mentiu sobre tudo, você não disse?
Como você pode confiar nele agora? Como você pode dizer que o conhecia, mesmo naquela
época?"
Caitlyn fez uma pausa para pensar sobre isso. "Talvez eu não tenha o conhecido. Mas não
pude evitar o que senti".
"O que você sente", Melinda corrigiu.
"Eu..." Caitlyn passou uma mão pelo cabelo. "Eu estou indo, Melinda".

"Sim. Eu percebi. Apenas se cuide, está bem? Nos avise para onde você for, e..." Melinda
acariciou as costas de um gato antes de se endireitar e se aproximar de Caitlyn. "Proteja-se. Eu sei
que ele é um astro de cinema e um príncipe, mas pelo modo que você agiu em relação a ele antes
desta noite, garota, ele te machucou. Muito."
"Eu sei disso. Eu vivi isso."
"Bem, apenas não deixe que ele faça isso com você novamente. Se ele começar com suas
mentiras de novo, se você achar que ele está mentindo para você novamente, saia de lá. Você vale
muito mais do que um cara com um ego do tamanho de Marte descartando você como uma
camisinha usada."
Caitlyn sorriu um pouco e aceitou um abraço de sua amiga. Ela sabia que não conseguiria

evitar ir com Emrys. A atração era muito forte. Mas ela iria ter que ter certeza de que ela cuidasse

melhor do próprio coração, melhor do que ela tinha feito na época da faculdade.
Capítulo Cinco

Caitlyn era como um pássaro pequeno, espiando para fora da janela do jato com seus
lábios formando um arco rosado. Seus pés tocavam o piso com as pontas de seus tênis vermelhos, e

ela empurrou os óculos para cima um pouco. Emrys podia imaginar seus pensamentos. Havia algum
tempo desde que ela tinha tido essa visão. Seus pequenos passeios pela América do Norte eram,
sem dúvida, aventuras, mas nada poderia, na opinião de Emrys, competir com a idade, a
profundidade ou a riqueza da história e da cultura europeias.

Agora, eles estavam voando sobre o sul da França no jato privado que o pai de Emrys
havia disponibilizado para garantir que seu filho voltasse para casa em segurança. Eles passaram
a viagem conversando, bebendo e brincando na cama dos fundos. De uma forma estranha, Emrys
sentia que eles eram adolescentes novamente. Com carícias e provocações, sem promessas ou
exigências de maior compromisso.
Ele seguiu para o seu assento e descansou a mão em seu ombro antes de lhe dar um
coquetel.
"Eu perdi completamente a noção do tempo", disse Caitlyn. "Agora é uma hora apropriada
para se tomar um drinque?"

"São quase 11 da noite em Nova York".


"Que horas são em Cabeau?"
"Cinco da manhã".
Caitlyn sorriu e balançou a cabeça. Ela tomou tudo e se apoiou em seu peito. Satisfeito,
Emrys envolveu um braço ao redor de sua cintura e deu um beijo em seu pescoço. Enquanto ela se
aconchegava perto dele, agradavelmente entorpecida, Emrys deslizou uma mão debaixo de sua
blusa solta rosa claro que estava usando. Ela era feita de renda, e ao mesmo tempo em que
parecia ser confortável, fez seus seios desenvoltos parecerem mais cheios. Sua mão segurou um
desses seios sob o sutiã e o acariciou com o polegar.

"Por que você me convidou para vir para cá?" Caitlyn murmurou depois de um momento.

"Eu te disse. Eu não quero me separar de você tão cedo." Seus lábios fizeram um caminho ao
longo da curva de seu pescoço.

"Isso é como umas férias para você, não é? Um tempo livre de Frequência Violenta?"
"E ter você ao meu lado vai deixar isso ainda melhor".
Caitlyn se sentou de repente e afastou a mão. "Eu sei. Eu me sinto da mesma maneira, mas...
não entenda isso mal. Eu não quero que as coisas fiquem mais sérias imediatamente. Talvez

pudéssemos aproveitar nosso tempo juntos e não se preocupar com o que isso significa."
"Se isso tornar as coisas mais fáceis para você". Emrys conteve sua frustração com aquelas
palavras. Ele conseguia se controlar; era um ator. Ainda assim, tinha algo mais que ele poderia
fazer para acalmar seus medos. "Minha Cait, tudo que eu quero agora é você. Sua presença. Se
eu tiver isso, e eu tenho, estou feliz".
Confiante, Caitlyn assentiu.
***

Cabeau era muito mais verde do que Caitlyn esperava naquela época do ano. Embora essa

expectativa possa ter vindo de pouco conhecimento geográfico. Localizado entre o sul da França e
a Itália, o clima era ainda mais ensolarado e brando.
Caitlyn amarrou seu suéter ao redor de sua cintura enquanto seguia Emrys do jato particular
para um grande sedan preto. Enquanto suas mãos haviam estado sobre ela no jato, agora que
tinham aterrissado, Emrys simplesmente ofereceu seu braço e a guiou para onde ir. Havia um ar de
propriedade em torno de cada movimento que ele fez. Ele havia mudado de novo. Do doce Emrys
daquele verão de cinco anos atrás para o astro de cinema daquela festa, depois para aquele
elegante príncipe ao lado dela naquele momento.
Quem era ele realmente?
Caitlyn pensou um pouco, mas se repreendeu por pensar demais nisso. Ela ficou fascinada

pelos campos verdes e pela arquitetura antiga. Para um país tão pequeno, a cidade a qual

atravessavam parecia grande, repleta de pessoas que se ocupavam de seus negócios. O carro
teve que ir mais devagar para compensar o trânsito moderado e as pessoas que andavam pelas

ruas. Caitlyn viu várias placas, todas escritas em francês e inglês.


"O francês é o idioma principal aqui?", perguntou Caitlyn. Em sua partida apressada, ela
não tinha encontrado tempo para pesquisar muito sobre o país.
"Sim, junto com o inglês, mas a maioria de povos sabem bastante de italiano ou alemão para

se virar."
"Estamos longe da Alemanha."
"Mas estamos perto da Suíça, e muitas pessoas na Suíça falam alemão".
Caitlyn entendeu. Ela se virava em francês e japonês, mas não era poliglota. Ela sempre quis
aprender mais línguas, mas nunca teve tempo para se dedicar a isso. A falta disso definitivamente
tinha restringido suas opções de viagem. Isso e o dinheiro.
"Suas ruas são tão limpas", observou Caitlyn.
"Eu espero que isso seja fácil de notar."
"Nós acabamos de chegar de Nova York. Quanto tempo você passou na rua?"

Emrys deu uma risada educada. "Olhe lá em cima. Aquela catedral é uma das mais antigas
da Europa".
"Ah." Caitlyn olhou pela janela para ver as torres da igreja em direção ao céu. O resto
estava obscurecido de vista por outros edifícios e o palácio.
Cabeau tinha sido cuidadosamente elaborado por seus arquitetos. Cada casa era colorida
de forma alegre, e muitas tinham uma grande janela circular no segundo andar. As pessoas
andavam tão rápido quanto nas ruas de Nova York, mas elas pareciam um pouco mais amigáveis.
Caitlyn podia ver grupos conversando uns com os outros enquanto saíam de uma calçada para
outra. Eles eram tão animados e enérgicos, e tudo parecia tão alegre.
Aquela cidade era como uma joia que tinha sido escondida de cada livro de história e lista

de destinos de viagem.

À medida que se aproximavam do palácio, Caitlyn teve a estranha sensação de ser levada
em uma carruagem puxada por quatro cavalos brancos—ou talvez 500 HP. Os portões abriram na

frente deles, e a carruagem entrou em uma grande garagem que parecia abrigar todas as cores
de carro possíveis conhecidas pela humanidade.
"Deixe a bagagem", instruiu Emrys. Ele saiu primeiro e estendeu uma mão para Caitlyn".
Alguém cuidará delas".

Ela se esticou ao lado do carro e bocejou.


"Você pode passar algumas horas descansando. Eventualmente, você terá que encontrar
minha mãe, meu pai e quem quer que esteja na casa atualmente. Minhas irmãs virão para o Baile
de Outono, mas elas podem não estar aqui ainda." Emrys estendeu seu braço para ela mais uma
vez.
"Suas irmãs? Quantas você tem?"
"Três. Imelda, Elsa e Adora".
"Isso explica o seu charme. Tanta experiência com mulheres."
"Meu pai e eu fomos superados em número durante a maior parte da minha infância.

Quando eu tinha sete anos, ele convidou meu tio e primos para uma estadia prolongada, apenas
para equilibrar as coisas."
"Que tipo de jogos de guerra você estava praticando aqui?"
Emrys franziu a testa para ela. "Nada tão excitante. Apenas um ensaio de bons modos."
"Bons modos?"
"Você vai descobrir."
O interior do palácio era tão lindo quanto o resto da cidade. Cada janela se estendia até o
teto. As paredes eram imaculadamente brancas, e esculturas de hera rastejavam ao longo do
marco de cada porta.
Emrys se curvou diante dela e então gesticulou para uma mulher mais velha e com o cabelo

trançado. "Heloise vai levá-la até os seus aposentos."

"Meus aposentos? Caitlyn piscou para ele, incrédula. "No plural?"


"No plural." Emrys sorriu maliciosamente. "Vá tirar uma soneca. Vejo você no almoço".

Caitlyn envolveu suas mangas em torno de seus dedos enquanto observava Emrys sair.
"Venha por aqui, senhorita Caitlyn". Heloise lhe deu um gentil cumprimento com a cabeça e
seguiu pelo corredor.
Entre as janelas cintilantes, tetos abobadados e as inúmeras pinturas e decorações de

parede, Caitlyn sentiu que seus olhos estavam cheios. Criados passavam rápida e silenciosamente,
mas, de outra forma, os corredores pareciam vazios e sem fim.
Caitlyn simplesmente sabia que ela iria se perder naquele lugar. Ela não conseguiria ter
encontrado seu caminho de volta para a antessala pela qual eles tinham entrado se ela tivesse
tentado.
Cinco minutos devem ter passado antes de Heloise levar Caitlyn para uma suíte com portas
ornamentadas que começava uma pequena câmara com um banco de veludo estofado que
poderia acomodar duas pessoas. O banco se debruçava sobre um grande espelho com uma
moldura banhada a ouro, e sobre o banco pendia uma pintura de uma jovem mergulhando o seu

dedo do pé em um riacho.
"Isto é...?" Caitlyn olhou em volta com curiosidade.
Heloise abriu um segundo conjunto de portas. "Lorde Emrys não deve entrar sem antes
esperar na antecâmara", explicou ela.
"Certo". Caitlyn atravessou o segundo conjunto de portas para encontrar um enorme quarto
com uma cama igualmente enorme com uma montanha de travesseiros sobre ela e uma colcha
esparramada em um lindo tom rosa-chá. As paredes eram da cor da espuma do mar, com uma
coroa preta de mármore moldando em torno das bordas.
Caitlyn levava uma mão até a boca quando Heloise chamou sua atenção para o interfone
junto à cama. Ela deu a Caitlyn instruções sobre como usar o aparelho de som, acessível do outro

lado da cama, e a lareira do mesmo mármore preto do lado oposto do quarto. O closet, onde

havia uma seleção de vestidos novos pendurados, era praticamente do tamanho de um


apartamento em Manhattan. Ela estava fora de si, assimilando tudo aquilo, até que Heloise a

mandou para o escritório. A escrivaninha de cerejeira era algo que Caitlyn poderia apenas ter
sonhado em usar em seu home office. E o assento junto à janela no canto da área do escritório
parecia tão confortável que ela provavelmente poderia se enrolar por lá para tirar a sua soneca
e dormir melhor do que em sua própria cama em Cincinnati.

"Isso é incrível!" Caitlyn conseguiu falar finalmente.


Heloise deu um ligeiro aceno com a cabeça. "Posso lhe mostrar o banheiro, senhorita?"
Caitlyn balançou a cabeça e seguiu Heloise para um banheiro de tamanho decente com uma
banheira excessivamente grande. Um grande armário ficava próximo da banheira, e Heloise o
abriu para revelar uma coleção de toalhas enormes e fofas e uma variedade de sais e óleos de
banho.
"Se você quiser se refrescar, senhorita. Eu devo ir agora, mas se você precisar de alguma
coisa, ligue. Sua bagagem será entregue em breve. Virei acordá-la a tempo para se preparar
para a refeição da tarde".

"Muito obrigada", disse Caitlyn efusivamente.


"Por nada, senhorita. Estou aqui para te servir". Heloise curvou a cabeça mais uma vez,
deixando Caitlyn sozinha.
A primeira coisa que ela fez foi passear pelo quarto mais uma vez. Era demais. Muito
grande, muito rico, muito perfeito. Ela quase queria se enrolar no tapete felpudo abaixo dela. Em
vez disso, ela tirou os sapatos e o amassou com os dedos dos pés enquanto tentava se acostumar
com os aposentos.
A coisa responsável a se fazer seria verificar rapidamente seu e-mail e depois tirar uma
soneca curta.
Em vez disso, ela tirou suas roupas e entrou no banheiro. Ela ficou de pé na frente do

armário, nua, enquanto cheirou os sais e óleos e escolheu uma lavanda inebriante para perfumar

seu banho.
Ela se segurou em uma barra ornamentada fixada acima da banheira enquanto se

acomodava na água fumegante. Ela adorava um bom banho quente. Esticando-se, sentindo a água
perfumada penetrar em sua pele, soltou um suspiro e deu um sorriso largo.
***

Seria terrivelmente inadequado para Emrys ir ao quarto de Caitlyn, mas era exatamente isso

que ele queria fazer. Ele queria isso muito mais do que queria ir saudar a mãe no salão de chá.
Ele tentou tirar o amassado de sua roupa. Teria sido aceitável se trocar primeiro, mas ele
sabia que sua mãe ficaria chateada se ele esperasse para cumprimentá-la.
Lá estava ela, em toda a sua glória imperiosa: Eliana Sébire. Seus cabelos, de tom castanho
escuro, delicadamente salpicados de prata, pareciam ter sido arrumados recentemente. Nenhum
cabelo estava fora de lugar, e pendiam até logo abaixo de suas orelhas. Ela franziu os lábios,
lendo em um tablet no qual, sem dúvidas, ela estava fazendo planos meticulosos para eventos
futuros.

"Bom dia, mãe", disse Emrys.


"Em?" Eliana levantou a cabeça. "Bem, venha cá. Deixa-me olhar para você. Eu juro, eu não
botei os olhos em você pessoalmente faz dois anos."
"Não me ausente por tanto tempo", protestou Emrys. Mas ele se sentou ao lado dela assim
mesmo.
"Você ficou longe por tempo suficiente. Essa sua carreira", ela zombou. "Você está com uma
boa aparência. Tenho que admitir. Acho que o negócio está a um ritmo aceitável".
"Está", ele disse simplesmente, pegando a mão de sua mãe.
"Bem, é bom que você tenha voltado. Eu estava pensando se você conseguiria." Eliana
ergueu o queixo e olhou pela janela.

"Prometi que estaria em casa, não?" Emrys sacudiu a cabeça. "Mãe, eu faço o meu melhor

para te agradar."
"Eu teria ficado feliz se você tivesse se casado com Miranda", ela disse pouco tempo depois.

"Você terá que se acostumar com a decepção a esse respeito. Miranda não estava disposta.
O que eu faria a respeito?"
"Você poderia ter lutado por ela!" Eliana resmungou. "Você poderia tê-la convencido. Você
não é um ator?"

"Eu não sou um mago." Emrys deu um tapinha em sua mão e depois deixou pra lá. "Mas eu
estarei no baile, apesar de tudo."
"Há algumas senhoritas que estarão presentes que você deve conhecer. Não são tão
interessantes se comparadas à Miranda, mas mesmo assim." Eliana tirou uma poeira imaginária de
sua blusa.
"Eu preferiria não ser exibido como um prêmio."
"Ah, as coisas que você diz! O que devo fazer com meu filho solteiro? Você realmente quer
esperar até ter quarenta anos para receber sua herança?"
"Não, eu não quero, mas vou fazer o que tenho que fazer." Emrys fez uma pausa e seus

lábios se apertaram em uma expressão amarga. "Você me pediu para vir a esse baile apenas
para que você pudesse me apresentar a mulheres qualificadas, não é?"
"Você sabe que seu pai seria melhor convencido a liberar a sua parte se você pelo menos
estivesse noivo". Eliana tocou seu joelho. "Estou simplesmente cuidando do meu único filho."
"Você não precisa fazer tanto. Eu sou capaz de escolher minha própria noiva, eu lhe
garanto." Emrys suspirou e se recostou, cruzando os braços. Dificilmente era diferente com ela. Ela
tinha uma incrível sensação de "como as coisas devem ser feitas", e parte disso realmente era
arranjar casamentos para solidificar a riqueza e as alianças. Ela mesma tinha sido dada ao atual
rei com apenas dezenove anos por essa mesma razão. Acontece que ela gostava muito do marido.
Emrys duvidava de que qualquer outra pessoa em sua família tivesse tido tanta sorte no

relacionamento.

"Eu trouxe uma amiga para casa comigo. Você vai encontrá-la no almoço", disse Emrys,
desdobrando os braços e se sentando adequadamente. "Espero que você a trate com toda a

bondade que puder, como se fosse sua própria filha".


Eliana pareceu surpresa. Emrys captou a expressão e se perguntou o que poderia tê-la
assustado. Antes que ele pudesse perguntar, ela sorriu como o gato de Cheshire e acariciou seu
braço.

"Claro, Emrys! Vou dar-lhe as boas-vindas à família com tal vivacidade que ela ficará
surpresa."
"Obrigado, mãe". Emrys se levantou e gesticulou para a porta. "Vou precisar me refrescar
adequadamente. Eu já designei Heloise para servir Caitlyn, então ela deve estar pronta em
algumas horas. Foi uma noite longa para ela."
"Eu imagino. Vocês dois vieram direto de Nova York?
"Sim." Emrys assentiu.
"Bem, independentemente do seu estado, é bom que ela tenha sua privacidade. Não há
necessidade de criar um alarde de qualquer coisa ser oficial."

Emrys franziu a testa, confuso.


As mãos de Eliana pareciam flutuar ansiosamente na frente dela. "Eu realmente deveria
procurar o anel de sua avó." Ela se levantou e colocou seu tablet na mesa de centro. "Ele seria
perfeito para isso, supondo que possamos ajustar seu tamanho a tempo."
O anel da avó? Emrys a observou por um momento, perplexo, antes de perceber que sua
mãe tinha ligado a primeira parte da conversa ao seu discurso sobre Caitlyn. Eliana assumiu que a
visita de Caitlyn envolvia conhecer os seus pais—oficialmente.
Ele abriu a boca para corrigi-la, mas não conseguiu dizer uma só palavra. Era impossível
acabar com a empolgação de sua mãe. Emrys conhecia aquela energia em ebulição. Uma nova
tarefa para ela, um novo desafio. Preparar um anúncio no baile, ver do anel, certificar-se de que

as pessoas certas estariam lá para testemunhar o evento.

"Tenho certeza de que Caitlyn vai amar", disse ele.


Emrys raramente fazia sua mãe feliz. Como ele poderia tirar isso dela? Ele deu outro

cumprimento antes de deixá-la com o seu planejamento.


Poucas horas depois, depois de Emrys ter se banhado e verificado com o mordomo sobre os
acontecimentos de sua família, ele se encontrou na sala de jantar sudoeste com sua irmã mais
velha, Imelda. Ela tinha deixado seus filhos com seu pai durante a tarde, mas ela ainda parecia tão

ocupada e distraída como sempre, fazendo anotações em sua agenda enquanto ela conversava
com a mãe deles sobre questões de estado.
Era óbvio por que Imelda era a próxima na fila para o trono, não obstante sua posição
como primogênita.
Emrys mal as ouvia no momento em que avistaram Caitlyn na entrada. Ela estava com um
vestido longo e esvoaçante que ela tinha amarrado logo abaixo do busto. Ela parecia flutuar e
pairar na porta. Seu olhar se elevou até o teto, atraída pelo lustre e a filigrana que se estendia de
arco em arco.
"Minha nossa", Eliana murmurou. Ela virou a cabeça para Imelda. "Uma ruiva".

"Acho que é mais para loira, mamãe". Imelda inclinou a cabeça para o lado. "Não terá que
se preocupar muito com filhos, não é? Não com esse quadril".
"Parem vocês duas", Emrys rosnou sob sua respiração. Além de tudo, ele poderia contar com
as duas dificultando tudo da maneira mais "apropriada" possível. Mas ele não precisava ficar
ouvindo aquilo.
Ele saiu de perto delas e cumprimentou Caitlyn na porta, oferecendo sua mão.
"Você está linda", ele disse, e então beijou a parte de trás de seus dedos.
"Obrigada." Caitlyn alisou uma mão sobre a frente de seu vestido nervosamente. "Eu estava
um pouco com medo de me perder no caminho até aqui."
"Olá." Imelda se aproximou deles. "Você é do Emrys, sim?"

"Ah, er, eu suponho que sim."

Eliana apareceu ao lado de Imelda e ofereceu a Caitlyn sua mão. Desajeitadamente, Caitlyn
pegou a mão de Eliana e fez uma pequena reverência. Eliana franziu a testa, e Caitlyn olhou para

Emrys infeliz.
"Vamos nos sentar", sugeriu Imelda. "Vou pedir que comecem a servir".
Emrys guiou Caitlyn até a mesa.
"Diga-nos, minha querida, de onde você é?", perguntou Eliana enquanto alisava o

guardanapo em seu colo.


Ohio. Perrysburg. Você provavelmente não ouviu falar de lá. No entanto, eu me mudei para
Cincinnati depois da faculdade. "Caitlyn mexeu em seu guardanapo antes de deixá-lo cair sobre o
colo.
"Então, Estados Unidos?" Imelda se sentou ao lado de Eliana.
"Sim". Caitlyn olhou para Emrys enquanto tomava seu guardanapo e o dobrava
adequadamente.
"Pronto."
"O-obrigada".

Emrys decidiu, conforme os criados vinham com pratos e bebidas, que sua mãe devia ter
criado uma lista de perguntas para Caitlyn desde a última vez que a viu, porque cada pergunta
foi seguida por outra. As bochechas de Caitlyn estavam ficando rosadas, com perguntas sobre sua
educação, sua bagagem cultural, seus negócios e uma velada pergunta sobre sua saúde que era
mais um comentário sobre seu peso.
"Sua mãe me adora", Caitlyn murmurou sarcasticamente, quando Eliana saiu da mesa por um
momento.
"Dê a ela algum tempo. É o seu jeito", respondeu Emrys. "Tenho certeza de que sua mãe
ficaria igualmente curiosa a meu respeito".
"Eu não sei se curiosa seria o adjetivo para como ela se sentiria sobre você."

Emrys riu suavemente.

"Sua mãe não sabe sobre seu relacionamento?" Imelda pressionou.


"Ela já soube sobre isso", Caitlyn respondeu.

Emrys lhe lançou um olhar e tocou suas costas. Imelda apoiou o queixo em sua mão e sorriu
conscientemente.
"Ah, Em, como você está se saindo?"
"Um perfeito cavalheiro", disse Emrys severamente.

Imelda estreitou os olhos. "Mas é claro. Você sempre é".


"Comporte-se, Im".
"Só estou curiosa." Imelda fez um gesto para Caitlyn. "Você claramente a conheceu há algum
tempo, e, no entanto, só estamos nos encontrando com ela agora?"
"Bem, ele poderia ter me apresentado anos atrás, se ele não tivesse chegado em casa e
descoberto que estava noivo", Caitlyn disse um pouco irritada.
Os lábios de Imelda se separaram. Seus olhos se arregalaram. Emrys sentiu o desejo de
cutucar Caitlyn.
"Você deveria ter nos contado!", disse Imelda.

"Como se isso tivesse feito alguma diferença nos planos da mãe e do pai", replicou Emrys.
"Do pai, não. Da mãe, sim", Imelda insistiu.
"Tenho sérias dúvidas de que a mãe está inteiramente de acordo agora. E tenho
pouquíssimas perspectivas de ela ficar assim quando chegar o momento."
Imelda sorriu e segurou seu copo no alto. "Você tem perspectivas. Estarão todos no baile".
"Eu imaginei isso. Você vai entender por que não estou particularmente interessado em ser
selecionado como um pedaço de carne, especialmente quando eu já fiz uma escolha." Emrys limpou
a boca. "Talvez você avise a mãe que deixamos a mesa."
Imelda estalou a língua. "Fique. Ela vai ter mudado de opinião quando voltar. Tenho certeza
disso. Ela olhou para Caitlyn. "Tenha paciência conosco. Nossa família é muito para se tolerar, mas

eu prometo que uma vez que passar pelo processo de seleção, não será tão ruim nos ter por

perto."
"Pode valer a pena em troca dos cômodos incríveis", disse Caitlyn.

"Hã?" Imelda ergueu uma sobrancelha.


"Aquela cama é uma espécie de portal para um reino celestial ou algo assim."
Emrys segurou na mão de Caitlyn sob a mesa. Sua mãe retornou, e com certeza, ela tinha
cansado de questionar Caitlyn e agora queria falar sobre as famílias que estariam participando

do próximo baile.
Emrys sentiu sorte pela forma como as coisas estavam se saindo. Ele acabaria conversando
com Caitlyn e explicar os equívocos de sua mãe sobre seu relacionamento. Por enquanto, porém,
ele simplesmente a queria ali ao seu lado, fazendo piadas e desfrutando de tudo o que a vida
real podia lhe oferecer.

.
Capítulo Seis

Durante os próximos dias, Caitlyn se encontrou experimentando mimos que nunca pensou em
ter na vida. A cozinha trazia o que ela queria o mais rápido possível quando ela fazia um pedido

pelo interfone. Heloise estava à sua disposição antes das refeições ou passeios para fora do
palácio para arrumar seus cabelos adequadamente e escolher seus trajes—de um guarda-roupa
que parecia estar se expandindo de alguma forma—e Heloise tinha até mesmo trazido uma
costureira para que as roupas de Caitlyn fossem personalizadas. Quase todos os dias, ela

encontrava presentes esperando por ela no travesseiro ou no café da manhã. Certa vez, ela
entrou o salão de chá e se deparou com uma explosão de margaridas alaranjadas e douradas.
Emrys simplesmente a abraçou por trás e sussurrou que sabia que ela amava margaridas.
Era verdade, é claro. Ainda assim, ela não tinha ideia de qual era o propósito por trás de
tudo isso. A postura de Heloise poderia ter sido interpretada como uma mulher fazendo bem o seu
trabalho. Mas cada vez que via um presente novo, Caitlyn se sentia cada vez mais curiosa. Por que
toda aquela atenção generosa? Não era tudo de Emrys, também. A nova roupa e um colar tinham
vindo de sua mãe, junto com a explicação de que uma mulher na companhia de um homem da
família Sébire deveria estar sempre no seu melhor. Caitlyn sabia que a mãe de Emrys não a

aprovava inteiramente, mas ao mesmo tempo, parecia firme em sua determinação em fazer com
que o comportamento de Caitlyn se conformasse a um padrão implícito, mas incrivelmente alto.
Naquela manhã, Emrys tinha sido obrigado a participar de uma reunião por Skype com
relação ao seu próximo projeto e prometeu se encontrar com ela mais tarde. Tendo terminado tudo
na sua lista de afazeres para seus clientes de web design na noite anterior, ela levou Imelda para
irem ao mercado juntas.
Caitlyn chegou, recém-penteada por Heloise, para encontrar Imelda esperando, com seu
cabelo escuro e comprido preso em sua cabeça enquanto ela fazia anotações em um caderno.
Quando ela avistou Caitlyn, ela deslizou o livro em sua bolsa e se levantou.

"Ah, Caitlyn, querida. Você está pronta?"

"Estou. O que você quer do mercado?"


Imelda riu e ofereceu a Caitlyn o braço. "Venha".

Caitlyn não achou a pergunta tão engraçada, mas ela seguiu de qualquer maneira, e assim
que saíram do palácio, um par de guardas as acompanhou. Bem, é claro, Imelda era a herdeira.
Precisava ser protegida.
Em vez de pegar um carro, Imelda levou Caitlyn ao longo de um caminho e atravessaram o

portão. Enquanto caminhavam, Imelda começou uma palestra atordoante sobre o funcionamento do
parlamento de Cabeau, e como o monarca se encaixava naquela estrutura governamental. Se não
tivessem caminhando, Caitlyn poderia ter tirado uma soneca.
"Eu acho que vocês não têm Starbucks por aqui", Caitlyn brincou.
"Claro que não. Visitaremos um estande quando chegarmos ao mercado. Eles sempre têm as
opções mais requintadas. Você veio visitar em boa época. Todos os nossos agricultores estão
trazendo seus produtos. A festa da colheita é realizada no mesmo dia em que teremos o baile no
palácio."
"Isso parece divertido. Iremos ao festival?"

"Ah, não. É muito difícil organizar tanta segurança. Mas podemos sair para os eventos que o
antecedem. Faz o povo bom ver sua família real de vez em quando", Imelda aconselhou. "Somos
um país pequeno, e as pessoas são muito apegadas a nós. Eles assistem a cada movimento, por isso
é importante sermos respeitáveis e dignos de sua admiração."
Caitlyn assentiu e lhe deu um vago sorriso. Imelda era um pouco estranha.
Elas se aproximaram do mercado, onde toda a rua estava tomada pelos vendedores. As
bancas vendiam legumes, roupas, louças artesanais, obras de arte e pratos de comida. Todos
usavam blusas coloridas e lenços grandes e macios. Mas Caitlyn não sentia tanto frio. Ela era a
única passear vestindo sandálias e um vestido de mangas curtas.
Imelda a levou a um carrinho onde o vendedor parecia apropriadamente interessado em

falar com ela. O vendedor, um homem de meia-idade, entregou a Caitlyn uma grande xícara de

café.
"Tem uma pitada de canela", disse ele. "Espero que você goste."

"Ah, eu gosto de canela." Caitlyn cheirou o café e sorriu. "Obrigada."


Os dois andaram pelo mercado, e Caitlyn observou as pessoas andando e desfrutando
daquele movimento todo. Um par de garotinhas passaram pelas duas, rindo e de mãos dadas.
"Este lugar é lindo", murmurou Caitlyn.

"Fazemos o nosso melhor", disse Imelda graciosamente.


Na verdade, Caitlyn estava falando sobre os cidadãos, mas deixou pra lá. Ela fez uma
pausa para olhar para uma série de pinturas expostas em uma tenda, e outra pessoa apareceu ao
lado dela, uma garota de cerca de dezoito ou dezenove anos, baixa e um pouco gordinha, com
cachos de cor vermelho fogo.
"Não acredito que já é o festival de outono!" Ela pareceu saltitar enquanto se aproximava
delas, passando pelos guardas.
"Você devia ter nos encontrado no palácio adequadamente", disse Imelda severamente.
"Eu só cheguei da escola esta manhã. Eu falei com a mamãe antes de sair", protestou a

menina. Ela olhou para Caitlyn. "Esta é…?"


Os olhos da garota estavam iluminados de malícia e empolgação.
"Sim. Essa é Caitlyn. Emrys está em uma de suas reuniões pela internet ou algo assim, então
temos algum tempo para conhecê-la", explicou Imelda. Ela gesticulou para a garota enquanto
olhava para Caitlyn. "Esta é Adora, nossa irmã mais nova."
"Ah!" Caitlyn riu. Ela acenou. "Prazer em conhecê-la."
"E você. Quando foi a última vez que Emrys trouxe uma garota para casa?"
Imelda limpou a garganta e aparentemente decidiu continuar se movendo pelo mercado.
Caitlyn e Adora olharam uma para a outra e a seguiram.
Caitlyn estava feliz que Adora apareceu. Ela era como um pequeno docinho e adorava

conversar. Não se falava de política ou de estruturas governamentais com Adora ao seu lado. Na

verdade, Adora tinha a tendência de apontar as coisas, agarrar o braço de Caitlyn e arrastá-la
para ver o que quer que tivesse capturado sua atenção.

Parecia bobagem, mas passar um tempo com as duas fez Caitlyn sentir um pouco de
saudades de casa. Ela nem sequer tinha certeza se aquela era a palavra certa, já que o que ela
desejava era algo que nunca teve. Como filha única de pais que trabalhavam fora, sua casa da
infância às vezes ficava muito vazia. Ela amaria ter tido irmãs, mesmo que uma delas tivesse a

tendência a aborrecê-la e lhe dar sermões, e a outra fosse potencialmente exaustiva. Ela não tinha
imaginado o quanto ela iria gostar de passar o dia com as irmãs de Emrys, mas ela sabia que ia
contar aquele dia como um dos pontos altos da viagem.
Quando elas voltaram, Emrys ainda não havia terminado sua reunião, então Caitlyn saiu
para dar um passeio por conta própria. Ela corria desde aquele dia nas margens do Hudson com
a Melanie, e Adora a convenceu a provar uma variedade de iguarias locais deliciosas, mas
bastante calóricas.
A propriedade do palácio tinha um belo caminho de pedras que seguia para o sol. Ao longo
de cada lado crescia uma pequena cerca viva e uma fileira de azaleias e glicínias. Caitlyn

respirou fundo. Era muito mais fácil respirar ali. Ela gostava de Cincinnati o suficiente, e Nova York
era interessante, mas o ar não tinha a mesma qualidade. Também não havia chance de encontrar
um local tranquilo como aquele em nenhuma dessas cidades.
O silêncio deixou que ela ouvisse o ruído de um passo pesado atrás dela, e ela se virou
para ver Emrys se aproximando.
"Aí está você", ela disse com um sorriso. "A reunião foi boa?"
"Foi longa. Embora eu confie que meu contrato estará em melhor condições para o meu
próximo filme." Emrys colocou as mãos sobre seus ombros por trás e os esfregou enquanto
caminhavam. "Você gosta daqui".
"Gosto. É ... calmo".

Emrys se inclinou para beijar sua bochecha. "E calma é algo que você precisa?"

"Ocasionalmente."
"Engraçado. Eu presumi que você fosse uma pessoa que gostava de emoção. Tanta viagem,

certo? Você não quer ficar em um só lugar?"


Caitlyn franziu os lábios e sacudiu a cabeça para ele. "Não me psicanalise. Eu gosto de ver
o mundo. Gosto de visitar novos lugares. Isso não significa que eu ainda não seja aquela garota
que quer colocar criar raízes e vê-las crescer."

"Então você quer ser fazendeira?"


Caitlyn ia olhar para ele de cara feia, mas vendo seu sorriso, ela percebeu que ele estava
simplesmente brincando com ela. "Você é incorrigível".
Emrys riu e pôs o braço ao redor dela enquanto se aproximavam de uma bifurcação no
caminho. "Vem por aqui."
Caitlyn olhou para a curva do caminho e se deixou guiar por uma parte mais antiga do
lugar. Ela podia notar pelas pedras gastas que aquele caminho estava ali por muito mais tempo. A
vegetação enquadrando o caminho era um pouco mais selvagem. Ela se sentia um pouco como se
estivesse entrando em um conto de fadas.

Conforme a colina ficou mais íngreme, Caitlyn avistou um edifício no cume. Estavam muito
longe do palácio naquele momento. Ela logo reconheceu que o edifício era uma igreja. Não era
tão grandiosa como a catedral da cidade ou o palácio, e as pedras eram velhas e gastas pelo
tempo, mas era absolutamente adorável. Caitlyn fez uma pausa quando se aproximaram e
simplesmente olhou para os vitrais no meio da torre. Ela apertou a mão contra o peito e sorriu com
a vista. Todas aquelas cores fragmentadas, combinando de forma tão linda para criar uma
rosácea.
"Há outra janela do outro lado. O sol deve estar em uma boa altura para que possamos vê-
la da melhor forma", disse Emrys.
Ele pegou a mão dela e a levou para a entrada. Apesar de parecer antiga, a igreja em si

era muito bem cuidada. Cada banco estava impecável, com uma madeira bonita e bem cuidada. E

acima de tudo, era tão silenciosa que Caitlyn podia ouvir seu próprio coração batendo.
Emrys estava certo sobre as janelas. Do lado de dentro, ela podia ver as janelas verticais de

cada lado, com a luz fluindo de lado. Atrás do púlpito, havia uma rosácea correspondente, com
sete janelas verticais abaixo dela. Caitlyn correu pelo corredor e se aproximou do altar para ver
mais claramente. Ela esteve em Notre-Dame, na França, mas isso já fazia muito tempo. E ela não
tinha sido capaz de rondar lá dentro e ficar tão perto das janelas.

Emrys caminhou atrás dela. Sua mão descansou em seu pescoço enquanto olhava para as
janelas. Ela poderia ficar olhando para elas o dia inteiro.
Mas distraindo-a no momento estava a outra mão de Emrys, que começava a se mover muito
lentamente pela frente de seu vestido. Ela inclinou a cabeça para trás e a virou de lado, e ele
começou a beijar a curva de seu pescoço. Soltando um suspiro suave, Caitlyn sentiu suas bochechas
queimarem. Mas aquela não era a única parte sua que queimava. Havia partes suas que ardiam e
o desejavam muito. Elas o queriam naquele momento, e respondendo à própria necessidade dele,
que estava pressionando com determinação contra as suas costas, ela começou a pulsar de
necessidade.

Sua mão deslizou por sua barriga e entre suas pernas. Lá seus dedos a provocaram e
forçaram um gemido ofegante, que ecoou pelas paredes da igreja.
"Agora? Aqui?", ela respirou. Ela se perguntou se ele tinha um preservativo com ele, mas se
ele não tivesse, ela não conseguia se imaginar pedindo que ele parasse, não importava o lugar
onde eles estavam.
"Eu preciso tê-la, Cait", Emrys se esfregou contra ela.
Ela estremeceu e colocou sua mão sobre a dele, deixando que ele a segurasse em torno de
seus dedos. Ele riu suavemente.
"Você sempre quer mais, não é? Suponho que tenha de lhe dar tudo o que tenho".
"Agora, Emrys, agora".

"Devemos continuar isso no palácio", sugeriu ele. "Para usar proteção".

"Uma vez sem não vai ter problema", ela ofegou.


Com uma ampla volta de sua língua sobre seu pescoço, Emrys a inclinou sobre o divisor de

madeira entre o coro e o púlpito. Seus dedos continuaram a provocar sua vagina enquanto ele
mordiscava sua carne, fazendo-a se contorcer e gemer de maneira imprópria.
"Por favor…"
"Sim, farei isso."

Seus beijos desceram pelo seu ombro, e sua outra mão escorregou sob seu vestido. Logo sua
calcinha estava caindo, e ele esfregou sua ereção grossa contra suas nádegas. Era uma tortura
esperar por ele. Tudo dele. Ela estendeu a mão para trás e envolveu seus dedos ao redor dele.
Ele grunhiu profundamente em sua garganta enquanto ela o acariciava, e então guiou seu membro
até ela.
"Você está pronta?", perguntou Emrys.
"Eu não consigo esperar mais", ela implorou.
Ele forçou para dentro dela, e quando ela ofegou, ele parou e esfregou a mão em seu
abdome. Sua espessura era tão desafiadora quanto Caitlyn se lembrava, mas ela ansiava por tê-

lo dentro dela, e ela abriu as pernas e empurrou um pouco para encorajá-lo.


Pouco a pouco, centímetro a centímetro, ele entrou nela, esticando-a, emocionando-a. O
gemido que saiu dela era profundo e longo, e ela agarrou seu traseiro com a mão. Enquanto isso,
a mão dele subiu seu vestido para apertar seu seio, e ele começou a se mover dentro dela.
O calor irradiava de suas pernas para fora. Sacudidas de prazer a fizeram produzir
pequenos ruídos com cada impulso. Quando ele finalmente atingiu seu ritmo, Caitlyn não podia mais
ficar quieta ou remotamente controlada. Ela se agitou como uma criatura selvagem, conduzida pela
força dele dentro dela.
Quando ela começou a gozar, suas pernas ficaram fracas, e ela caiu sobre a divisão de
madeira. Ele se abaixou novamente, acariciando-a enquanto ela gozava, estremecia e balbuciava

incoerentemente.

Emrys tinha um jeito de faze-la perder todas as forças.


O quadril dele sacudiu, e ela se apertou o mais forte que pôde, pegando sua mão enquanto

ele gozava. Naquele momento, ela lhe daria absolutamente qualquer coisa no mundo que ele
desejasse.
Emrys tendia a rugir quando estavam sozinhos na cama juntos. Sua expressão de libertação
dizia a ela que aquela igreja era verdadeiramente deserta. Sua voz profunda reverberou através

das paredes antigas e santificadas daquele lugar. E quando ele terminou, Caitlyn caiu contra ele e
mordeu os lábios, enquanto ele acariciava sua mão alegremente.
Ela desejou que aquele momento com ele pudesse durar para sempre.
Quando ele se afastou, Caitlyn se virou em seus braços, deixando seu vestido cair
novamente no lugar, e colocou as mãos em cada lado do seu rosto enquanto o beijava.
"Eu não sei se você quer saber disso, mas você foi o meu primeiro, e você arruinou a ideia
de outros homens para mim", Caitlyn confessou.
"Acho que todo homem quer ouvir isso", brincou Emrys.
"O que quer dizer que essa parte sempre foi a única forma na qual eu e você sempre nos

entendemos.
Emrys moveu seus braços em volta dela e segurou seu traseiro. "Podemos conseguir mais do
que isso, tenho certeza."
Caitlyn não tinha certeza sobre aquela parte, mas ela o beijou novamente mesmo assim. Ela
poderia ser gananciosa sobre isso. Ela aproveitaria cada pedaço dele que conseguisse, enquanto
aquilo durasse.
Capítulo Sete

Emrys caminhava impacientemente pela antessala de Caitlyn. Do lado de dentro, pelo menos
cinco criadas estavam trabalhando duro para prepará-la para o Baile de Outono. Enquanto que

Emrys mal conseguia imaginar que Caitlyn estivesse satisfeita com tantas mulheres pairando ao seu
redor para aperfeiçoar o vestido que estavam trabalhando furiosamente para terminar a tempo,
ele também sabia o quão crítico era que sua mãe e seu pai a aprovassem naquela noite.
Sua mãe estava terrivelmente satisfeita nos últimos dias. Tanto que ela tinha ignorado

rumores em torno do palácio que tendiam a se espalhar cada vez que Emrys e Caitlyn
desapareciam sozinhos juntos. Todo mundo sabia, é claro, o que eles estariam fazendo, mas não
era educado dizer. E talvez por isso ele nunca tivesse corrigido a mãe. E nunca tivesse contado a
Caitlyn sobre o mal-entendido. Ele gostava da liberdade que eles tinham, e ele podia notar que
ela também.
Nem sequer era realmente apropriado se referir a ela como sua noiva até que ela tivesse
sido formalmente apresentada ao rei Eldon como tal. As regras sociais rígidas trabalhavam a favor
de Emrys nesse caso. Isso significava que ninguém mencionaria isso diretamente a Caitlyn, e sua
mãe não questionaria diretamente sua escolha. Não até que seu pai se manifestasse.

Infelizmente, isso também significava que as criadas seriam mais rigorosas para manter
Emrys fora do quarto de Caitlyn, o que o irritava demais. Ele já estava vestido, mas tinha que
esperar que elas terminassem de vestir, maquiar e pentear Caitlyn.
Heloise saiu e ergueu o dedo indicador para ele, dizendo-lhe para ir esperar no escritório
ao lado do Grande Salão. Com muita irritação e ansiedade, ele obedeceu.
***

Caitlyn resmungou quando uma das muitas mulheres que trabalhavam em sua volta puxou os
lados de seu espartilho para colocá-lo no lugar. Outra garota fechou o zíper, e uma terceira
apareceu, enfiando os dedos embaixo da blusa, entre os seus seios.

"Ai!"

"Estamos quase terminando, querida", prometeu Heloise. "Nós só precisamos verificar o


ajuste. Não queremos que a roupa se abra na frente de toda a corte real!"

"Deus, não. Apertem bem", Caitlyn as encorajou. Não que ela precisasse. Todas aquelas
mulheres realmente exigiam que ela ficasse quieta e permitisse que elas a empurrassem e a
puxassem para dentro de seu vestido enquanto eles se apressavam loucamente para dar os toques
finais.

O vestido era absolutamente deslumbrante. Provavelmente custava mais do que o seu


próprio apartamento. A parte superior incluía um espartilho que segurava seus seios, fazendo com
que parecessem duas vezes o tamanho que tinham e enfatizando a sua cintura fina. Sobre ele,
entretanto, o tecido lilás cintilante drapeado em torno de suas curvas e cobria a parte superior de
seus ombros. O ajuste brilhante terminava em seu quadril, onde o tecido ondulava ao redor dela,
tornando-se branco e indo até o chão. Parecia que ela flutuava para onde quer que fosse.
Parecia estranho que elas tivessem todo aquele trabalho por uma amiga do príncipe. Mas
Caitlyn tinha pouco tempo para se concentrar na estranheza de tudo aquilo. Com aquelas mulheres
ao seu redor, maquiando habilmente suas bochechas, prendendo seus cabelos em cachos sobre sua

cabeça, e colocando o colar de diamante deslumbrante emprestado da mãe de Emrys ao redor de


seu pescoço, era difícil pensar em qualquer coisa que não fosse entrar daquele jeito em um baile
extravagante, onde todos sabiam o que estavam fazendo e estavam acostumados a se vestir de
forma tão requintada.
Seus nervos pareciam estar tomando conta dela. Ela mal conseguiu comer o dia todo,
embora Heloise tivesse tentado várias vezes empurrar as refeições para ela. Ela se encontraria
com o rei Eldon naquela noite. Ele certamente estaria lá, mesmo que estivesse ausente do palácio
durante sua visita até então. Como seria ele?
Ela tinha perguntado a Heloise sobre o rei antes, mas a mulher mais velha não tinha dado a
ela muito que ela poderia usar. Heloise disse que Emrys puxou o pai, principalmente na aparência,

que o rei Eldon gostava de doce, e que Adora era rua favorita, mesmo que confiasse mais em

Imelda em questões de Estado. Ninguém tinha dito muito sobre seus sentimentos a respeito de Emrys
ou Elsa, quem Caitlyn tinha conhecido somente na noite anterior e que era a mais próxima de Emrys

em idade. Ela também se parecia mais com ele, tendo cortado o cabelo ainda mais curto do que o
seu irmão e vestindo calça em vez de uma saia. Seria interessante ver Elsa no baile, já que ela
havia passado o encontro inteiro com Caitlyn e sua mãe revirando os olhos e fazendo caretas
cada vez que Eliana mencionava os preparativos para ele.

"Venha." Heloise pegou a mão de Caitlyn. "Vamos ver se você consegue andar".
Caitlyn se sentiu ligeiramente desequilibrada a cada passo, mas depois de algumas voltas ao
redor da sala, Heloise parecia confiante de que ela não faria cair sobre alguém importante.
Caitlyn não tinha tanta certeza, mas isso não parecia importar. Dentro de instantes, as mulheres
haviam dado a volta para uma última conferida e borrifado algo que cheirava a morango, e
também um pouco como violetas.
E ela saiu pela porta. Heloise a instruiu a dobrar as mãos na frente de si e caminhar
lentamente.
***

"Venha, Emrys", chamou sua mãe. "Estamos começando a nos alinhar para a procissão."
"Caitlyn ainda não está aqui", objetou Emrys.
"Ah, tenho certeza que Imelda ainda está reunindo seus filhos." Eliana acenou com a mão.
"Ainda haverá tempo para nossos retardatários."
"Elas ainda estavam trabalhando no vestido quando eu saí."
Eliana lhe lançou um olhar severo. "O que você estava fazendo lá de qualquer maneira?
Você só vai tornar tudo mais difícil."
"Essa não é a minha intenção. Eu queria apenas estar lá no caso de ela precisar de alguma
coisa. Caitlyn nunca participou de algo assim antes."

"Assegure-se de que seus dedos permaneçam onde deveriam estar, e os seus também, e

todos ficaremos bem", instruiu Eliana.


"Mãe!"

"Você acha que há uma única coisa que acontece sob este telhado que escape minha
atenção? Você deve crescer, Emrys, e dar a ela o devido respeito que você tem oferecido".
Ela queria dizer, naturalmente, o respeito implícito por seu noivado. Emrys passou a mão pela
boca. Não haveria solução fácil quando eles todos estivessem lidando com seu pai. Ele teria que

adiar isso até que o velho homem estivesse muito envolvido na política para notar muita coisa.
"Ah, aqui está ela!" Eliana viu Caitlyn entrando na sala, muito lentamente, com Heloise ao seu
lado. Ela permaneceu no lugar, esperando que ambas alcançassem uma distância aceitável para
conversar. "Você está uma pintura, Caitlyn. Simplesmente uma pintura."
Caitlyn ergueu a maior parte de seu vestido e sorriu. "Eu sinto que estou prestes a ir para um
baile de debutantes."
Eliana riu. "Apenas mantenha o queixo erguido e sorria, minha querida. Sua primeira
apresentação formal ao público é sempre a mais difícil. "Eliana lhes deu um aceno e foi falar com
um guarda que tinha acabado de entrar.

"Meu primeiro? Quantos bailes você planeja ter enquanto eu estiver aqui?", perguntou
Caitlyn.
"Apenas um, felizmente, a menos que você fique para o Natal."
"Eu... eu... Natal?"
Emrys tomou o braço dela de Heloise e começou a andar com ela. "É muito bonito aqui na
época do Natal."
"Tenho certeza que é, mas vou ter que voltar algum dia."
"Algum dia, tenho certeza. Mas você trouxe seu trabalho com você, não é?"
"Bem, sim—"
"Então não deveria ser difícil ter uma estadia prolongada" Emrys se inclinou. "Podemos

mandá-la para casa quando você quiser, claro. Você só precisa pedir."

Eles se aproximaram das grandes portas duplas que davam para o pátio. Quatro
carruagens enfeitadas estavam enfileiradas, esperando a chegada da família real. Elas eram

fechadas, mas tinha janelas grandes para que os passageiros pudessem ser vistos facilmente.
Cavalos batiam o pé e tilintaram seus arreios, ansiosos para andarem.
"Eu sabia!" Caitlyn disse de repente.
"Perdão?", Emrys apertou os lábios com diversão.

"Eu sabia que haveria carruagens mais cedo ou mais tarde."


Emrys sorriu, observando a empolgação em seus olhos. Ele nunca tinha tido alguém em seu
braço para eventos como aquele. O rei e a rainha estavam sempre na primeira carruagem, é
claro. Em seguida, Imelda e sua família na segunda carruagem, e os irmãos mais jovens juntos, na
final. Agora, Elsa e Adora estariam sozinhas, e uma carruagem extra havia sido preparada para
Emrys e Caitlyn. Era como uma espécie de rito de passagem para ele, e ele gostava da sensação
de finalmente ter saído da área infantil.
Caitlyn observava as pessoas que iam e vinham no pátio enquanto os criados não envolvidos
na procissão entravam e saíam do palácio em tarefas relacionadas com o baile. Adora e Elsa

foram estavam apoiadas contra sua carruagem até a sua mãe vir estalando os dedos para que
elas ficassem em pé adequadamente. Os criados haviam resolvido o problema do cabelo curto de
Elsa, prendendo na parte de trás do seu cabelo uma trança, que ela tirou a certa altura e se
abanou enquanto sua mãe não estava olhando.
Então o rei apareceu.
Eldon Sébire caminhou com passos rápidos, com dois homens que o seguiam e anotavam
coisas. Ele era um homem alto, de ombros largos, com o mesmo maxilar distinto e os olhos vistosos
de seu filho, embora suas têmporas fossem grisalhas, e seu nariz fosse maior. Isso fazia com que
ele parecesse severo e lembrasse um falcão. Parecia que Emrys tinha puxado o nariz de sua mãe,
enquanto Elsa e Imelda tinham puxado o do pai.

"Não me decepcione", Eldon resmungou ao homem ao lado dele. "Vamos nos encontrar

amanhã, e espero estar preparado."


Bem. Ele era O Rei. Se alguém tinha que estar em seu melhor todos os momentos, era ele.

Caitlyn tentou dar ao homem uma chance, mas a imagem de Emrys voltando para casa e
descobrindo que estava comprometido apareceu em sua mente. Ela imaginava que a mesma coisa
aconteceria com a pequena Adora algum dia, mesmo que ela fosse a sua favorita. Imelda teria
tido alguma escolha em relação ao marido? O rei tinha dito a ela quantos filhos teriam também?

Seria quatro a obrigação padrão, ou os filhos mais jovens escolheriam quantos teriam para a
expansão da linhagem familiar?
O rei caminhou até sua carruagem. Ele ofereceu a Eliana uma mão para que ela pudesse
entrar primeiro, e então ele mesmo subiu. Um de seus assistentes fez um movimento em direção ao
resto deles, e Emrys pegou a mão de Caitlyn para ajudá-la a entrar na carruagem.
"Isso é incrível. Você faz isso todos os anos?" Caitlyn se acomodou no assento almofadado,
tentando manter a saia de seu vestido sem amassar.
"Não estou em casa todos os anos, mas quando estou, sim." Emrys se recostou quando a
carruagem começou a se mover lentamente.

"O que eu faço? Eu apenas aceno para as pessoas? Eles querem algum aceno aleatório
para elas? Afinal, tudo isso é para bajularem a família real. Não a acompanhante do príncipe".
Emrys olhou para ela com uma estranha expressão. Era afeiçoada e amável e... um pouco
conflituosa. Ela raramente via conflito nele. Normalmente ele era tão decidido. Ela pôs a mão em
sua perna e deu um tapinha no joelho.
"Vou acenar se você quiser que eu o faça", ela comentou.
"Eu acho que você deveria. Por educação." Emrys tomou sua mão.
Demorou algum tempo para a carruagem deles seguirem caminho pelas ruas da cidade.
Tudo estava fechado naquele dia. Quando Caitlyn espiou pela janela, pôde ver que havia pessoas
caminhando na frente deles, e o desfile em si era bastante longo, mas a família real era o

destaque. Era o que as pessoas estavam esperando para ver, mesmo que ocasionalmente tivessem

um vislumbre da família real fazendo alguma coisa, mas cercados por guardas.
Caitlyn se perguntou o que as pessoas estariam fazendo naquela noite, enquanto a família

real estivesse no baile. Eles teriam sua própria festa naquela noite? Uma animada festa de rua?
Emrys apertou sua mão assim que eles começaram a se aproximar de uma multidão de
pessoas na rua, sentados e esperando. As crianças acenavam pequenas bandeiras exatamente da
mesma maneira que as crianças faziam nos desfiles de 4 de julho nos Estados Unidos. Uma família

segurava uma grande bandeira, e eles ficavam ao lado dela, com duas das crianças pulando
para cima e para baixo. Caitlyn riu, acenou e jogou um beijo para eles.
"Você é autêntica", disse Emrys.
"Pelo menos eu não tenho que caminhar todo o desfile. Isso seria exaustivo.
Só então, uma banda tocou o hino bem alto. Eles estavam muito longe para ouvir claramente,
mas Emrys havia mencionado que o hino iria tocar em algum momento, e ele tinha tocado um pouco
dele no piano. Ao redor deles, as vozes das pessoas cresciam conforme seu número aumentava.
Caitlyn desejava ter algum doce para jogar nas crianças. Isso seria indigno? Provavelmente.
Os cavalos não andavam depressa, e a rota da procissão passava por grande parte da

cidade. Caitlyn arqueou as costas, começando a ficar dolorida. Era menos divertido agora que eles
estavam fazendo isso a meia hora. Emrys deu a ela um sorriso de desculpas e depois se virou para
acenar para uma nova multidão. Caitlyn sufocou um bocejo.
Maliciosamente, ela olhou para Emrys. Ele estava devastadoramente lindo em sua roupa de
baile. Debaixo do paletó preto de seu de terno havia um colete confortável, que enfatizava seu
abdome definido e os músculos desenvolvidos de seu peitoral. Logo abaixo da linha de visão das
janelas da carruagem, Caitlyn moveu sua mão em sua barriga, lentamente.
"Pare", ele a instruiu.
"Eu sinto muito. Isso não foi apropriado?", Caitlyn provocou. Ela manteve seu olhar para a
multidão e um sorriso em seu rosto.

"Não. Não é apropriado."

"Então isso definitivamente não será."


Com um movimento hábil, ela desabotoou suas calças e deslizou sua mão para dentro.

"Cait!"
"Continue sorrindo, sua alteza!", disse ela com animação.
"Sorrir não será um problema."
Capítulo Oito

Quando a procissão finalmente retornou ao palácio, mais de duzentas pessoas já estavam no


enorme salão dançando uma valsa animada tocada pela orquestra de cordas. Emrys manteve

Caitlyn em seu braço e observou seus olhos brilhando enquanto ela admirava as paredes altas
forradas com molduras de filigrana dourada, os lustres que cintilavam sobre os dançarinos e os
dançarinos deslizando em seus vestidos e smokings pelo salão. Sua expressão o lembrou do tempo
que ele a levou a Giverny para ver os jardins de Monet. Ela nunca tinha estado tão encantada

pela arte. Sua reação aos museus tinha sido cuidadosamente ponderada. Mas quando eles
estavam naqueles jardins, ela se iluminou, saltitando na ponta dos pés e agarrando sua mão com
empolgação.
Ela estava fazendo o mesmo agora, mesmo que fosse impossível para ela ficar na ponta dos
pés, e ela parecia estar tentando se controlar na presença de sua mãe. Eliana estava olhando
para eles, de fato, e dando a Emrys um olhar de atenção. Eles teriam uma conversa formal muito
em breve.
A valsa terminou abruptamente, e o rei conduziu o caminho através do salão de baile. Os
dançarinos se separaram para que a família real passasse, com muitas reverências ou, no caso dos

oficiais militares, com saudações. Emrys os cumprimentava com a cabeça e acenou para o povo
enquanto caminhavam através do enorme comprimento do lugar. Na outra extremidade, um par de
tronos aguardava, bem como várias outras cadeiras de cada lado. Imelda e sua família se
sentavam à direita do rei e o resto à esquerda. Cada um deles parou diante de suas cadeiras e
esperou que o rei falasse. A iluminação do ambiente foi ajustada, destacando o chefe de Estado.
"Bom povo de Cabeau, é bom estar em casa", ele começou com uma voz enérgica. "Nosso
país, nosso lar, se saiu muito bem neste último ano."
O rei falou durante vários minutos, detalhando os ganhos em certos setores econômicos, o
trabalho que ele e o parlamento estavam fazendo para melhorar a infraestrutura e o orgulho que

o país deve sentir por seu árduo trabalho este ano. Ele fazia um discurso semelhante todos os anos

durante o Festival de Outono. O discurso era preparado em vez de extemporâneo, e um microfone


e câmera eram discretamente colocados o gravando enquanto falava, o que permitia que aqueles

que não fossem convidados ao baile tivessem a chance de ouvir as palavras do rei. A maioria
estaria assistindo a transmissão naquela noite, mas alguns estariam aproveitando o festival.
No final do discurso do rei, ele estendeu as mãos e incentivou todos a se divertirem. Ele
então pegou a mão de Eliana e saiu para o meio do salão de baile. A música começou a tocar

novamente, e as pessoas assistiram durante vários minutos enquanto eles dançavam sozinhos.
Imelda se juntou ao marido e, finalmente, o restante dos convidados começou a dançar também.
"Podemos dançar", sugeriu Emrys.
"Ó, Deus. Eu não tenho que saber como fazer isso, não é? "Caitlyn parecia horrorizada.
"Não é tão difícil assim. Eu a conduzo, e você apenas segue meus movimentos."
"Eu vou tropeçar em você!"
"Não vou deixar você cair", prometeu Emrys. Caitlyn ainda parecia hesitante, então ele
pegou sua mão e a ajudou a sentar. "Talvez mais tarde. Que tal uma bebida?"
Emrys falou com um dos criados próximos sobre bebidas e depois voltou ao lado de Caitlyn.

Ele falou com ela em voz baixa, contando detalhes sobre as pessoas que estavam vendo enquanto
ela tomava goles de champanhe e observava com os olhos atentos.
Finalmente, o rei e a rainha voltaram para seus assentos, de mãos dadas, e Emrys se
preparou. Sua mãe olhou para ele, e então ele se levantou, alisou a frente de seu paletó e colete e
ofereceu a Caitlyn sua mão.
"Eu... eu não sei se quero dançar ainda."
"Não vamos fazer isso. Mas preciso apresentá-la formalmente ao rei e à rainha.
Caitlyn acenou com a cabeça e pegou sua mão. "Mas conheci sua mãe."
"Nada realmente conta até que o rei saiba e aprove."
Agora era o momento perigoso. Ele se aproximou lentamente dos dois tronos e se curvou

diante deles. Caitlyn fez a mesma coisa. Emrys reprimiu um estremecimento, já que ela deveria ter

feito uma reverência. O rei Eldon ergueu uma sobrancelha, quase se divertido com o gesto,
enquanto Eliana estalava sua língua. Sua mãe provavelmente estava irritada por não ter tido

tempo suficiente para preparar Caitlyn para cumprimentos adequados. Emrys podia imaginar Elsa
sorrindo ao seu lado; ela sempre se curvava ao invés de fazer reverências por pura
contrariedade.
"Aproxime-se, meu filho. Deixe-me dar uma olhada em você". O rei Eldon acenou com uma

mão enluvada.
Emrys assentiu para Caitlyn, aproximou-se e esperou pacientemente que seu pai lhes desse
permissão para falar. O homem escaneou os dois com os olhos criticamente. Finalmente, ele colocou
um dedo ao lado de sua boca e assentiu resolutamente.
"Fale, príncipe Emrys".
"Gostaria de apresentá-lo a Caitlyn Durst", disse Emrys se curvando novamente. "Eu a
conheço há vários anos, e ela tem sido uma boa amiga".
"Entendo." O rei esperou e olhou para Caitlyn. "Bem, fale, criança".
"E-eu, hum, é um prazer estar em seu reino, senhor. Quero dizer, Vossa Alteza", Caitlyn

conseguiu dizer.
"Mas é claro. O que a traz a esta visita? O rei se inclinou para a frente. Como se a Rainha
Eliana não o tivesse informado sobre o que Emrys iria falar com ele.
"Estou aqui porque Emrys me pediu para vir", respondeu Caitlyn.
"Sim", concordou Emrys. "Eu simplesmente tinha que passar mais tempo com ela, e eu
precisava que você a conhecesse." Ele fez um gesto para Caitlyn em um movimento elegante.
"Caitlyn Durst, de Pettysburg, Ohio, foi convidada a ser minha esposa."
Os olhos de Caitlyn já estavam distantes da excitação de ficar na frente do rei. Eles não
podiam ficar mais arregalados, então sua surpresa não foi imediatamente evidente, embora seus
lábios tenham se separado e ela parecia prestes a dizer algo que arruinasse todo o enredo, como:

"Você nunca me pediu nada disso, e você teve muito tempo para fazê-lo!"

Mas ela permaneceu em silêncio, olhando para o rei e a rainha.


"Feche a boca, querida. Você parece um peixe fora d’água", disse Eliana com suavidade.

Ela sorriu para o marido. "Por favor, diga alguma coisa antes que a pobre menina desmaie de
nervosa."
O rei Eldon estreitou os olhos e gesticulou para ela. "Você conhece meu filho há algum
tempo? Há quanto tempo?"

Caitlyn abriu a boca novamente para falar, fechou-a e depois a abriu de novo. "N-nós nos
conhecemos a cinco, hum, cinco anos atrás. Em Nice".
"Uma moça americana na França", disse o rei, como se estivesse entretido.
"Eu estava, hum, estudando no exterior, e ..." Caitlyn olhou para Emrys, e ele podia dizer que
ela mal conseguia respirar porque seu coração devia estar batendo forte demais. "E logo nos
demos bem."
"Vocês se deram bem 5 anos atrás, e você está me apresentando a ela agora?", perguntou
o rei.
No entanto, Eliana estava séria. Emrys podia ver que ela tinha se dado conta de todo aquele

intervalo de tempo.
"Nós nos encontramos novamente em minha última estreia", disse Emrys. "Eu simplesmente não
pude deixá-la ir embora novamente."
Caitlyn corou, olhando para ele com um pequeno sorriso. Ela franziu a testa em confusão,
mas não havia solução para o momento. Emrys se sentia culpado por lançar aquilo sobre ela, mas
ele se acertaria com ela mais tarde.
"Bem, ela não é adorável?" Eliana disse secamente.
"Ela é mesmo. No entanto, não vejo o que um príncipe de Cabeau vê nessa plebeia que não
para de gaguejar", disse Eldon.
Emrys ficou tenso. "Sua Alteza", ele objetou.

"Tenho a decisão final sobre as pessoas com quem meus filhos se casam. Será que ela tem

algo mais a seu favor além de ser adorável? Alguém que você simplesmente não poderia viver
sem?"

Emrys sentiu o rosto arder, mas antes que seu temperamento pudesse fazê-lo perder a
cabeça, Caitlyn segurou as laterais de seu vestido e deu um passo adiante.
"Isso provavelmente não significa nada para você, mas eu comando meu próprio negócio de
web design", disse Caitlyn. "Talvez Cabeau não valorize empreendedores, não posso afirmar isso.

Mas eu ganho o suficiente para ter alguns funcionários, e eu gerenciar quase uma centena de
contas agora. Onde eu vou parar, eu não sei, mas nos Estados Unidos, pelo menos, valorizamos a
ideia de que até mesmo meros plebeus como eu podem e devem encontrar uma maneira de
contribuir com o mundo".
Emrys sentiu seu coração na garganta. Sua mãe estava sentada e muito, muito quieto e
mantinha os olhos em Eldon.
O rei riu.
"Nós apreciamos o empreendedorismo aqui. No entanto, a tecnologia não tem sido uma
grande parte do nosso crescimento econômico, infelizmente", disse ele, inclinando-se para frente em

seu trono.
"Bem, nem todos os países podem ou devem tentar ganhar dinheiro dessa maneira." Caitlyn
encolheu os ombros. "A tecnologia em si não é algo bom. É cara e muitas vezes tratada como uma
palavra-chave para o crescimento dos negócios sem qualquer compreensão real do que isso
exigiria. Tenho certeza de que seus assessores e parlamento sabem como e quando vocês devem
se desenvolver nessa área."
"Ela é inteligente." Eldon olhou para Emrys. "As conexões não são as que gostaríamos, mas
ela é inteligente, eu tenho que reconhecer isso. Vamos pensar no assunto, Emrys".
"Isso é generoso", disse Emrys, curvando-se pela última vez.
***

"Eu sou sua noiva!?"Caitlyn sibilou quando ela puxou Emrys para um cômodo no corredor do
salão de baile. Ele estava relutante em deixar o baile, mas depois de uma hora, sua curiosidade e
irritação estavam atingindo seu pico. Qualquer que fosse o protocolo oficial para o baile, ele

poderia escapar por alguns momentos para explicar uma mentira ao rei com a qual ele esperava
que ela colaborasse.
"Bem, eu posso explicar isso." Emrys verificou para se certificar de que a porta estava
fechada, e então voltou para o seu lado e pegou sua mão.

"É um pouco tarde para propor agora. Aparentemente isso já aconteceu!"


Emrys franziu a testa para ela. "Por favor, apenas ouça".
Caitlyn afastou sua mão e cruzou os braços. "Estou esperando, e com a respiração
ofegante."
"Você realmente pertence a este lugar, você sabe", ele disse. "Eu estava falando com minha
mãe quando chegamos, e ela incorretamente assumiu que você estava aqui como minha noiva. Eu
deveria ter explicado imediatamente que ela estava enganada, mas..."
Caitlyn suspirou e deixou os braços caírem para os lados. Era tão difícil ficar brava com ele

quando ele fazia tolices tentando agradar seus pais. Seus próprios pais eram fáceis de agradar,
principalmente depois que ela se formou na faculdade e saiu de sua pequena cidade. Nada mais
parecia incomodá-los, além de seu status de solteira, que nunca mudava.
"De qualquer forma, se você fosse minha noiva, tudo seria muito mais fácil. As pessoas não
questionariam sua presença aqui ou o tempo que passamos juntos. Estamos muito mais livres assim.
Lamento que eu não tenha falado sobre isso com você antes. Eu não estava certo de como fazer
isso ou de como você interpretaria a situação."
Caitlyn ergueu o queixo. "O que você quer dizer?"
Emrys colocou as mãos no quadril. "Seria muito benéfico eu me casar. Meu dinheiro não será
liberado até que eu tenha quarenta anos. Eu não estou precisando de dinheiro, mas ao mesmo

tempo, é irritante ser travado dessa forma. Meu pai é muito controlador".

"Eu posso ver isso. Mas você não está se casando comigo, de fato. Isso não atrapalharia o
seu plano?"

"Atrapalharia. Mas você gostaria?"


Caitlyn pensou que seu coração pudesse ter parado. "Gostaria do quê? O quê, casar com
você?"
"Se você concordar com o plano—", Emrys voltou a seu lado e colocou a mão na parte

inferior de suas costas. "Nós poderíamos tornar o nosso noivado real. Se você quiser."
"Nós não vamos nos casar!" Caitlyn riu antes que pudesse pensar sobre isso. Os lábios de
Emrys se contorceram em desagrado e ela agarrou sua lapela antes que ele pudesse se afastar
dela. "Estou te implorando para ser sério aqui, Emrys. Eu me importo muito com você. Mas eu não
vou casar com alguém apenas para ajudar com a sua herança! E mal acabamos de nos
reencontrar".
"Bem. Acho que isso é verdade".
"Nos damos muito bem", ela admitiu. "Melhor do que com qualquer outra pessoa. Mas não
podemos fazer isso. Vou seguir o plano. É divertido ser a noiva de um príncipe, e eu não gostaria

de piorar o drama familiar de ninguém."


"Está certo." Emrys se inclinou para frente e beijou seus lábios levemente, para evitar tirar o
seu batom. "Faça isso durante essa semana, enquanto meu pai estiver aqui, porque eu não posso
resolver nada com a minha mãe enquanto esse homem estiver no palácio. E depois?"
Caitlyn deu de ombros e pressionou a palma da mão contra o peito dele. "Se você se
apaixonar por mim, podemos tornar nosso noivado real."
"Você não pede muito, não é?"
"Mais do que você, aparentemente. Por que você se casaria com alguém além da mulher que
você ama, depois de tudo o que você passou com Miranda? "Caitlyn apontou um dedo para ele.
"Não sou um homem muito sensato dentro destas paredes", admitiu Emrys.

"Vamos voltar".

"Você dançaria comigo?"


Caitlyn pensou a respeito quando ela tomou seu braço. "Só se você for devagar e não se

importar com meus calcanhares cravados em seus pés."


"Eu vou instruir a orquestra para tocar uma sonata para nós. Todo mundo vai ficar com sono,
então ninguém vai te ver dançando."
Caitlyn riu e apoiou a cabeça em seu braço. As coisas que ela fazia por aquele homem.
Capítulo Nove

No fim das contas, o rei decidiu ficar mais tempo do que havia indicado inicialmente, e como
essa era sua prerrogativa, Emrys e Caitlyn não podiam fazer nada a respeito. Sua semana de

"teste" passou, outra se seguiu, e durante esse tempo, Emrys estava tão incomodado que Caitlyn
pensou que ele pudesse explodir na presença de seu pai a qualquer momento. E o rei ainda não
havia oferecido sua bênção oficial sobre sua união, mesmo sendo agora de conhecimento comum
no reino que o príncipe estava noivo. Até mesmo a rainha o encorajou, sutil e educadamente, a

fazer uma declaração explícita sobre isso. Conforme setembro chegou ao fim, Caitlyn acessou os
fóruns de viagem que ela frequentava para planejar viagens—geralmente com um orçamento
muito menor—para perguntar sobre bons lugares para visitar em outubro.
Quando Emrys começou a falar sobre um novo filme que ele teria que começar a filmar em
breve, Caitlyn o puxou para um dos cômodos em um momento em que ninguém estava olhando e
sentou em um grande sofá com ele, discutindo os possíveis lugares onde eles poderiam ficar fora
de vista da família real e de seus julgamentos. Ele parecia encantado com a ideia e lhe disse para
deixar tudo com ele.
Dentro de uma semana, eles foram para a Grécia.

Era motivo de orgulho, disse Emrys, passar vários dias em Atenas, e lá visitaram os museus e
foram para o Partenon. Para Caitlyn, o destaque dessa viagem aconteceu na rua, onde músicos
tocavam violões, liras, órgãos e tambores. Certo dia, os músicos estavam tocando e um homem
surgiu para começar uma dança. Depois de um pouco de encorajamento, dois turistas tinham se
juntado a ele, e depois vários mais. Dentro de alguns momentos, todos os tipos de pessoas enchiam
a rua para dançar juntos. Depois de assistir Caitlyn batendo palmas e rir, Emrys tinha saltado para
se juntar a eles, e ele tinha se saído notavelmente bem ao lado dos outros. Uma mulher mais velha
deu um tapinha em seu braço e sorriu para ele.
Caitlyn desejou ter se juntado a eles também.

De lá, Emrys a levou para Míconos, dizendo que férias adequadas na Grécia deveriam

incluir as ilhas em algum momento, e ele gostava particularmente de Míconos pelo tipo de
relaxamento que procuravam. O hotel onde eles ficaram tinha tecnicamente fechado para a

temporada, e eles eram os únicos lá. A decoração era muito simples, com paredes e lençóis
brancos. A suíte começava em uma grande sala de estar, que levava a um pequeno quarto com
uma cama king-size e uma varanda com vista para o oceano. Da varanda, Caitlyn podia ver as
lojas e clubes ao longo da praia, e na distância, uma fileira de moinhos de vento.

Eles chegaram muito tarde da noite, e Caitlyn estava cansada e com fome. Seu primeiro
jantar em Atenas, delicioso como tinha sido, tinha sido há muito tempo. Emrys entregou dinheiro
para o mensageiro para pedir algo da cozinha.
"Eu deveria ter passado férias com um príncipe antes", Caitlyn disse enquanto encontrava
sua camisola. Ela fez uma pausa para ajustar o sutiã, que não parecia se encaixar direito. Devia
ter deformado, porque seu tamanho não tinha mudado desde que estava no ensino médio.
Emrys chegou por trás dela e beijou sua nuca. "Esse é nosso feriado antes de eu voltar às
filmagens. Você pode pedir o que quiser".
"E você?"

"Eu tenho você, não é? Você me permitiu muito mais do que a semana que prometeu." Emrys
beijou seu pescoço até que ela virou a cabeça para encontrar seus lábios. "Estou bem o suficiente."
"Estou feliz que decidimos fazer isso. Seu pai estava arruinando suas férias", Caitlyn
declarou.
Ela esfregou seu estômago, sentindo fome novamente. A comida grega era muito estranha.
Ela era rica e farta no momento. Mas ela sentia fome novamente depois de duas horas. Mas tudo
era tão incrível. Caitlyn sempre pensou que não gostava de tomates até o momento que Emrys lhe
dado uma fatia de seu prato. Suculento, maduro, e vermelho, o sabor estourou em sua boca. Não
era nada como as versões aguadas que as pessoas tinham tentado forçá-la durante a maior parte
de sua vida em Ohio.

Emrys deslizou as mãos sob a blusa e abriu seu sutiã. Ela suspirou enquanto ele massageava

seus seios, e ela agarrou sua nuca e o beijou novamente. Seu apetite por ele também havia
aumentado. Agora que eles estavam sozinhos, cada quarto de cada suíte de hotel em que haviam

ficado tinha sido uma possibilidade para fazerem amor. Mesmo naquele momento, quando ela se
sentia um pouco inchada das três longas sessões que tiveram no jato a caminho de lá.
"Hummm", ela gemeu. "Eu quero, mas meu corpo está fraco."
Emrys se curvou e beijou o topo de seus seios. "Então me deixe adorar a perfeição que é

você."
"Pare!" Caitlyn riu e o afastou.
Ela tinha de admitir que se sentia muito sexy. Parte disso era com aquela atenção toda, sim.
Mas também era pela forma que suas roupas estavam vestindo. Ela se sentia elegante, mas mais
pesada. Ela sentiu como se sua roupa estivesse abraçando seu corpo de uma forma favorável, com
seus seios saltitando a cada passo que dava. Era como se seu amor tivesse enraizado em seu
corpo e começado a florescer. Porque ele a queria, ela se tornava mais e mais como ele gostava.
Caitlyn tirou a blusa e a calça jeans e vestiu uma longa camisola de seda rosa. Emrys se
sentou na beira da cama assistindo, e assim ela se vestiu um pouco mais devagar, com alguns

movimentos extras, tocando seu próprio bumbum volumoso, com uma mão sobre a barriga. Uma vez
que estava vestida com a camisola, ela correu as mãos pela lateral de seu corpo até os seios,
fazendo com que Emrys ofegasse e se inclinasse para a frente.
Em um impulso, Caitlyn deslizou suas mãos até o quadril, balançando e dançando sem
nenhuma melodia além dos sons do oceano e do ventilador girando preguiçosamente acima deles.
Emrys soltou as mãos sobre as próprias pernas. Seus olhos seguiram o girar de seu quadril, seus
braços balançando acima da cabeça e o movimento de seus cabelos. Ele estendeu a mão para ela,
e ela pegou sua mão antes de girar o quadril de um lado para o outro. Quando ela parou, a
outra mão dele apertou seu quadril, e ela se curvou na cintura, balançando seu traseiro de um
lado para o outro.

"Tenha piedade", ele murmurou.

Ela balançou seu bumbum, rindo, quando suas mãos finalmente cederam à tentação e
estenderam para apertá-la. Ela se sentou em seu colo, abrindo suas pernas, e esticou seus braços

sobre a cabeça, dançando em seu colo contra sua ereção dura como uma rocha.
"Você vai me destruir", declarou Emrys.
"O que você acha que podemos fazer a respeito disso?", ela se esfregou contra ele.
"Parece que vamos ter que mandar lavar essa calça."

Caitlyn estendeu a mão, tocando seu cabelo enquanto continuava a se esfregar contra ele.
Depois de um momento, ele a agarrou pela cintura e a puxou a para o lado, então ela riu e o
beijou.
"Está bem, está bem. Deixe-me encontrar outra maneira de torturá-lo.
Caitlyn desabotoou a calça com uma mão enquanto eles se beijavam ansiosamente. Então,
ela deslizou sobre o tapete macio ao lado da cama e puxou a calça dele para baixo.
"Estou faminta", ela declarou.
Ela libertou sua ereção de dentro da cueca e segurou seu grosso comprimento na mão. Ela
encarou seus olhos antes de dar um beijo na cabeça de seu membro, e então girou sua língua em

torno da ponta. Emrys gemeu e agarrou a colcha. Seus lábios se envolveram em torno do eixo, e
ela desceu com uma série de chupões molhados. Impacientemente, ele pegou sua nuca e agarrou
seu cabelo. Havia uma pontada profunda dentro dela mesma, e ela agarrou as coxas dele
enquanto o beijava mais e mais.
Movendo-se com determinação, Caitlyn ordenhou seu lembro com a boca e acariciou suas
bolas com uma mão. Isso só o fez agarrá-la com mais força ainda e soltar o que soou como um
rosnado. Ela reprimiu uma gargalhada e o apertou com mais força. Ele gritou. Ela arrastou os
dentes muito suavemente por todo o seu comprimento. Emrys já estava estremecendo.
Logo Caitlyn estava engolindo todo o seu órgão, sugando-o avidamente, e massageando
suas bolas. Seus pés se ergueram, pressionando os dedos contra o tapete, e ele soltou um rugido.

Ele gozou inundando sua boca, e ela bebeu cada gota espessa e pegajosa. Quando ele terminou,

encostando-se na cama, ela deu um tapinha em suas coxas e se sentou sobre os calcanhares.
Caitlyn olhou para cima com um sorriso enquanto enxugava a boca com as costas da mão.

"Venha aqui", ordenou Emrys.


Ela obedeceu, levantando-se e deitando ao lado dele. Emrys pressionou um beijo em sua
testa e puxou sua cueca de volta no lugar antes de puxá-la contra o próprio peito. Caitlyn se
enrolou nele, absorvendo o seu perfume, seu calor, e a simples energia que ele exalava. Com um

bocejo, ela pensou que talvez pudessem ficar ali para sempre, divertindo-se e fazendo amor de
tantas maneiras e em tantos lugares quanto pudessem imaginar.
Houve uma batida na porta, e Emrys resmungou.
"É melhor você atender."
"Você ainda tem apetite depois disso?" Ele brincou.
"Alimente sua futura princesa", Caitlyn ordenou.
Emrys riu e entrou na sala de estar para abrir a porta. Dois homens entraram com dois
carrinhos que traziam pratos com ovos sobre bifes, fatias gordas de tomate, iogurte com pequenas
fatias de laranja, pães com azeite de oliva com acompanhamento de queijo kopanistí apimentado,

e frutas picadas e polvilhadas com especiarias.


Três outros homens arrumaram a mesa rapidamente e desapareceram com cumprimentos,
mas não antes que Emrys lhes desse uma boa gorjeta. Depois que ele fechou a porta atrás deles,
ele puxou uma cadeira para Caitlyn.
"Depois de você, minha princesa".
***

Já que estavam fora da temporada, a maioria das praias e restaurantes não estavam
cheios de gente. Era a época que Emrys mais gostava de visitar aquele lugar. Menos olhos curiosos,
menos competição pelos locais. Ele ficou especialmente satisfeito com a pequena equipe do hotel só

para eles.

De manhã, eles saíram para desfrutar do clima temperado. Emrys apreciava cada um dos
vestidos de verão esvoaçantes de Caitlyn, cada biquíni que abraçava suas curvas macias. Ela era

uma verdadeira pintura ultimamente, embora ele sempre apreciasse sua aparência e estilo.
Caminhando ao longo da praia, ele colocou seu cabelo loiro avermelhado atrás de sua orelha e
pegou sua mão. Ele tinha tanta sorte de tê-la com ele.
Quanto tempo ele poderia mantê-la ao seu lado? Eles não tinham falado mais sobre ela ir

embora, mas a realidade era que ele estaria de volta ao set em algumas semanas. Ele não tinha
certeza de como fazê-la ficar e esperar por ele, e se ela fosse para casa, ela poderia repensar
aquilo tudo que eles tinham juntos e não voltar. Ele precisava de algo para intervir. Ele já tinha
oferecido a ela um lugar permanente na família real, e ela tinha recusado.
As únicas pessoas na praia estavam a um quilômetro e meio de distância ou mais. Emrys
puxou Caitlyn para o seu lado e olhou nos olhos dela. Ela sorriu, com a brisa levantando seu
cabelo levemente e ondulando a bainha de seu vestido, e apertou as mãos dele na dela. Seus
lábios se encontraram e suas mãos subiram pelas suas costas e seguraram-no firmemente. Ele
envolveu seu braço em torno dela e a levou para a beira da água. Ela se sentou, cavando os

dedos dos pés na areia molhada e deixando a água fria molhar seus pés.
Aquele era um dia excelente para simplesmente se estar vivo.
Mas o dia seguinte provou ser o contrário. Caitlyn recebeu um telefonema de sua amiga
Melinda, que havia tirado a foto de um tabloide nas bancas dos Estados Unidos, e quando Emrys
saiu do chuveiro, Caitlyn encontrou o artigo online e leu o texto inteiro: "Quem é aquela GAROTA?
Noiva furiosa com seu príncipe playboy!"
Eles tinham entendido tudo errado. Para começar, as fotos que o tabloide tinha tirado deles
juntos na praia foram rotuladas como o Príncipe Playboy e Garota Misteriosa. Seu rosto estava
longe da câmera, é verdade, mas não havia razão para supor que Emrys estava traindo sua
noiva. Mas eles fizeram isso, e o único artigo se multiplicou ao longo do dia; cada novo texto se

deleitava em relatar mais assuntos públicos de Emrys dos últimos cinco anos e antes. Uma revista

tinha até mesmo conseguido uma foto de Caitlyn na França e comentou que ela era parte de uma
fase de quando Emrys curtia garotas mais cheias.

Essa falta de ética jornalística não incomodava Emrys, mas Caitlyn era nova em ser alvo
dessas táticas e, embora ele tivesse pedido a ela para evitar ler qualquer uma delas, ela parecia
encontrar uma nova a cada hora. Parecia também que elas estavam por todo o Facebook.
Eventualmente, ela lhe deu seu telefone e se trancou no banheiro, soluçando.

"Cait, isso é ridículo. Eles estão denunciando minha traição a você com você! "Ele se sentou
próximo da porta e deitou a cabeça contra a parede. "O resto—eu não estava com você na
época. Muitas delas eu namorei para me forçar a superar você, e Miranda não se importava,
porque ela não queria se casar comigo mesmo".
Ele inclinou a cabeça contra a porta e escutou atentamente. Sua respiração ainda estava
trêmula, e ela não respondeu.
"Por favor, fique calma, amor. Não os deixe estragar o nosso tempo juntos. Tudo o que eles
querem é vender histórias."
Emrys cruzou as mãos entre os joelhos e olhou para eles. Isso não poderia ter acontecido em

um momento pior. Ele estava esperando para cimentar suas afeições a ele durante o curso daquela
viagem, e isso estava trabalhando até agora. A última coisa que ele precisava era que cada
veículo de comunicação esfregasse seu mau comportamento na cara de Caitlyn.
"Meu coração se partiu quando eu tive que deixá-la", ele disse calmamente. "Eu nunca me
desculpei pela forma como escolhi me recuperar de tudo aquilo, mas eu nunca iria querer que você
tivesse que sofrer as consequências das minhas ações. Sinto muito por essas pessoas que estão
forçando você a pensar sobre coisas que já acabaram. Acabaram completamente, eu prometo.
Nenhuma dessas mulheres significou algo para mim".
Emrys esfregou a mão sobre a boca. Ele estava pensando em deixá-la sozinha para lidar
com isso, quando ela falou, com sua voz cheia de lágrimas:

"Sei que não é culpa sua".

"Mesmo assim, sinto muito por você estar sofrendo por isso."
Caitlyn começou a soluçar novamente. Emrys colocou o telefone sobre a mesa.

"Amor, eu estou indo para aquele bar de ontem à noite para tomar algo, para que você
possa ficar sozinha. Se quiser falar comigo, ligue ou me envie uma mensagem e eu estarei aqui.
Acho que não estou ajudando você aqui sentado, lembrando você do príncipe idiota que te
decepcionou outra vez".

Ele se levantou, hesitou apenas brevemente, e saiu.


***

Quando Caitlyn finalmente conseguiu se acalmar um pouco, ela entrou no chuveiro e ligou a
água o mais quente que podia suportar. Ela estava chorando tanto que seu rosto estava latejando.
O artigo não tinha sequer sido tão cruel, embora não por falta de tentativa. Ela tinha sofrido muito
mais com a linguagem odiosa criticando cada movimento seu durante o ensino médio. Talvez fosse
a combinação de lembretes: ela não era de fato a mulher mais linda do mundo, não importa o que
Emrys dissesse. E ele tinha estado com muitas, muitas outras mulheres que eram pares muito

melhores para um príncipe.


Caitlyn estava tentando levar tudo aquilo com leveza. Ela queria proteger seu coração de
ficar muito apegada a Emrys novamente, mas vendo aquelas reportagens, ficou óbvio que ela
estava longe de estar indiferente. Ela estava apaixonada por ele. Ela nunca deixou de se
apaixonar por ele.
Mas ela não sabia se poderia fazer isso. Será que ela tinha força para ficar com o tipo de
homem que considerava o casamento um acordo comercial para conseguir sua herança? Ela
conseguiria aguentar estar nos tabloides sempre que houvesse um dia fraco de notícias?
Caitlyn saiu do chuveiro, e fiel à sua palavra, Emrys tinha saído para lhe dar espaço. Ela
ficou grata. Mesmo que quisesse seus braços ao redor dela, tê-lo perto era demais naquele

momento. Ela foi até o closet, colocou um vestido sobre a cabeça e penteou os cabelos molhados

enquanto se aproximava da mesa para pegar o telefone.


Ela estava tentada a verificar onde o ciclo de notícias tinha levado essa história, mas por

mais curiosa que ela estivesse, ela não queria começar a chorar novamente. Parecia que ela não
poderia parar se conseguisse. Em vez disso, ela chamou a cozinha para pedir que lhe enviasse um
chá, pegou seu telefone e saiu para a sacada para tentar relaxar e aproveitar o ar fresco de
outono.

Se essa coisa entre ela e Emrys não pudesse ir a lugar algum, se ela nunca poderia ser boa
o suficiente para ele, então por que deixar os paparazzi arruinar suas férias? Ela poderia falar
com ele para organizar ou voo para casa quando ele fosse filmar. Melhor cortar aquilo agora
antes que ela se encontrasse envolvida tão profundamente que não conseguisse mais se afastar
dele.
Seu telefone tocou. Ela olhou para descobrir que Melinda estava ligando novamente.
"Ei", ela respondeu.
"Ei, garota. Só queria falar com você. Como você está?"
"Estou exausta, honestamente. Eu não sei por que isso me atingiu tão forte." Caitlyn esfregou

uma mão sobre seu braço. "Eu deveria saber que ele teve outras namoradas."
"Sim, mas ninguém espera que os paparazzi sejam assim. Isso realmente é uma merda."
Caitlyn se alongou como um gato. "É, sim. E as nossas férias estava indo muito bem, também.
Além disso e de meus sutiãs que estão encolhendo, tudo estava basicamente perfeito."
"Sutiãs encolhendo?" Melinda riu.
Caitlyn segurou um de seus seios. "Eu não sei o que está acontecendo com eles. Eles têm o
mesmo tamanho desde que eu tinha dezesseis anos, mas agora eles aspiram ser do tamanho da
minha cabeça."
"Você está brincando."
"Estou exagerando. Fazer muito sexo pode fazer os seios incharem?"

"Não!" Melinda zombou. "Bem. Na verdade, eles poderiam se você estivesse grávida. Você

está grávida?"
"Claro que não estou grávida! Nós sempre usamos preservativos." Bem, quase sempre.

Caitlyn estalou sua língua em fingida ofensa. "Que grosseria."


"Eu não sei, garota. Basta uma única vez. Excessivamente emotiva, cansada, seios inchados..."
"Não brinque. Essa seria a pior coisa que poderia acontecer agora. Há um milhão de
câmeras em mim".

Caitlyn franziu a testa e se sentou para olhar como seus seios se encaixavam na parte
superior de seu vestido. Tinha passado muito tempo desde sua última menstruação, mas ela sempre
foi irregular, o seu médico até lhe havia dito que ela poderia ter problemas para engravidar. Esse
conhecimento a impediu de se preocupar com a falta de proteção ocasional.
"Talvez sim. Desculpe, isso é tão duro com você. Eu acho que ser levada para um castelo
europeu não pode ser perfeitamente livre de tensão. Ou se for, você provavelmente ainda tem que
tolerar ratinhos e passarinhos cantando ou algo assim. Ainda bem que você está bem. Eu estava
meio preocupada que você tivesse desaparecido por tanto tempo."
"É tão difícil ter que deixar Emrys."

"Porque ele quer que você fique?"


"Porque eu quero ficar. Quero estar com ele, mas... não sei se posso fazer isso funcionar.
Caitlyn se levantou e voltou para o quarto. Ela parou na frente do espelho de corpo inteiro,
alisando sua mão sobre seu vestido e tentando determinar se a curva se sua barriga estava maior
do que o normal. Ela estava se divertindo muito durante suas férias, e seria muito cedo para ver
alguma coisa, mesmo que fosse verdade.
"Que horas são, Mel?", perguntou Caitlyn. "Eu posso ligar de volta para você?"
"São quase cinco da manhã aqui. Estamos nove horas atrás de você e estou prestes a sair
para uma corrida. Qualquer outra hora que você quiser ligar seria ótimo."
"OK. Falo com você mais tarde."

Caitlyn buscou sua calcinha e sapatos e saiu do hotel a pé. Encontrou um mercado onde

podia pegar algumas coisas. De volta ao quarto do hotel, ela entrou no banheiro e abriu o pacote.
Usou o teste. Esperou três minutos.

Enquanto olhava fixamente para o teste, e o teste parecia encará-la também, Caitlyn
mordeu seu lábio inferior e sentiu seu coração bater tão forte que sacudiu um pouco o babado na
parte superior de seu vestido.
"Eu não sei se consigo fazer isso", ela murmurou.
Capítulo Dez

A tensão os acompanhou no restante do tempo na Grécia. Emrys queria pedir a Caitlyn para
ficar, Caitlyn parecia estar estressada por aquela situação, e eles falavam pouco disso. Sentindo

que ela estava se sentindo mais do que um pouco ansiosa sobre as possíveis câmeras escondidas,
Emrys planejava suas atividades em áreas internas—em seu quarto de hotel, clubes onde ele
poderia garantir que a segurança minimizasse as fotografias, e ambientes privativos quando eles
saíram para comer.

Para piorar as coisas, Caitlyn parecia estar se sentindo mal. Ela não bebia mais champanhe
com ele, com a desculpa de que seu estômago estava estranho. Ele estava começando a pensar
que ela estava apenas dizendo isso para evitar baixar a guarda perto ele. Uma manhã, ele
acordou e a ouviu passando mal no banheiro.
A água corria, e havia o som de gargarejos e cuspidas, antes que Caitlyn saísse de lá,
esfregando uma mão sobre a barriga, e voltou para a cama como se nada tivesse acontecido.
Quando Emrys se virou, ela ofegou, claramente assustada.
"Devemos conversar", disse Emrys, acariciando sua bochecha.
"Devemos?"

"Eu não gosto de ver você tão mal. Diga-me o que posso fazer".
"Eu não sei se você pode fazer qualquer coisa, Em." Caitlyn deixou ele deslizar seu braço
em torno de suas costas e puxá-la para mais perto. Ela suspirou e inclinou a testa em seu ombro.
Ele acariciou a parte de trás de seu cabelo. "Quando eu for para o set, você deveria voltar
para o palácio".
"Eu deveria ir para casa."
"Você não quer estar em um voo longo agora. Você está doente. E confie em mim, nas
poucas semanas após um escândalo, você não quer passar mais tempo sob os olhos do público do
que você precisa." Emrys levantou seu queixo com dois dedos. Ele precisava que ela concordasse

com isso, o resto seguiria normalmente. E sua mãe estava esperando por ela. "Faça o que eu digo.

Vá para o palácio. Descanse. Passe algum tempo focava no trabalho, com nada além dos olhos
dos criados sobre você."

"E a sua mãe."


"Ela também saiu de férias, para ver sua tia na Dinamarca. Ela não vai voltar por mais uma
semana." Emrys encolheu a cabeça para o lado. Não era verdade, mas Caitlyn se sentiria mais
confortável de ir para o palácio se ela pensasse que ela não teria que lidar com seus pais. "Imelda

pode estar lá, mas você sabe que ela está sempre ocupada com o trabalho."
Caitlyn parecia estar pensando nisso. Ela mastigou o interior de sua bochecha e soltando um
pequeno suspiro.
"Eu adoraria que você viesse comigo para as filmagens, mas como você está obviamente
doente, você não iria gostar muito. Às vezes, parceiros acompanham as estrelas, mas geralmente
por um curto período", explicou Emrys. "Talvez se você começar a se sentir melhor após uma
semana."
"E eu duvido que nós estaremos imunes a câmeras no set onde Emrys Sébire estará
filmando." Ela ergueu a cabeça um pouco para lhe dar um beijo com sabor de menta. "Eu poderia

ficar no palácio por um tempo, eu acho. Mas não estou doente—"


"Eu acabei de ouvi-la, Cait." Emrys acariciou uma mão por suas costas. "Mas o nosso médico
do palácio cuidará de você, e os criados vão atender a tudo o que você precisar."
Caitlyn franziu a testa novamente, mas depois assentiu. "Tudo certo. Vou esperar lá por
você".
***

Caitlyn simplesmente não conseguia encontrar as palavras. Ela havia tentado explicar várias
vezes a Emrys que estava esperando um filho, mas todas as vezes sentia um nó na garganta, e
algo a impedia. Ela sabia que a relação deles estava mais precária do que nunca. O que

aconteceria com eles com o estresse de um bebê?

Ela poderia cuidar do problema sozinha, mas ela não queria fazer isso sem que ele
soubesse. Segredos nunca tinham sido bons para eles, e, honestamente, ela não sabia se poderia

afastar a criança de Emrys, não importa o quanto ele a tivesse machucado no passado. Além disso,
se ela não tivesse aquela criança agora, ela provavelmente se arrependeria quando sua
fertilidade imprevisível tornasse isso impossível. E ela queria filhos, se isso fosse uma opção.
Ainda assim, eles nunca haviam conversado sobre filhos ou seu futuro juntos, a não ser

durante a ridícula "semana de noivado". Caitlyn nem sequer tinha certeza, apesar da certeza dos
paparazzi sobre seu status tanto de noiva quanto de amante, se ela ao menos podia se considerar
sua namorada. Com toda aquela confusão, tudo o que eles tinham parecia ser um caso prolongado.
E agora estava se transformando em um caso à distância ao mesmo tempo em que Caitlyn
tentava decidir o que fazer com aquele bebê.
Eles deram um adeus choroso (da parte dela) antes de ela embarcar, já que ele estaria
viajando para outra direção, e quando ela chegou ao palácio, Imelda estava lá para recebê-la.
"Nós acabamos com os boatos", Imelda disse após seu breve cumprimento. "A mídia é
sempre um problema. Eles estão sempre procurando algo sensacional, mesmo quando é

exatamente o oposto. Você pensaria que o súbito noivado do príncipe os contentaria, mas suponho
que não seja escandaloso o suficiente".
"Mas eles tinham que saber, certo?" Caitlyn caminhou com os braços cruzados em direção a
ela. De alguma forma, Imelda parecia ser o tipo de pessoa que poderia olhar através de você.
Além disso, ela tinha quatro filhos. Ela deveria conhecer os sinais. "Eles tinham fotos minhas aqui em
Cabeau e na Grécia. O primeiro jornal a publicar a história deve ter sabido que eles estavam
inventando."
"Eu não sei se eles sabiam ou não. Duvido que eles se preocupem, desde que venda, e no
esquema global das coisas, é improvável que alguns países pensem muito sobre o que a família
real de Cabeau está fazendo. Emrys só recebe essa atenção por causa de sua carreira." Imelda

tomou o braço de Caitlyn, obrigando-a a desdobrá-los e a andar com a coluna reta. "Acredito que

agora eles vão investigá-la você e tentar publicar algo exclusivo. Eu espero que você não tenha
nenhum segredo escondido no armário."

"Meu armário de casa é pequeno demais até mesmo para minhas roupas. Não caberia mais
nada lá, nem se eu quisesse."
Imelda olhou para ela sem expressão alguma.
"Pode haver algumas fotos minhas em clubes onde eu viajei, mas eu não levei exatamente

uma vida boêmia. Eu sou uma web designer. Nós passamos muito tempo dentro de casa."
"Isso é bom. Eles sempre têm o suficiente de Emrys. Não há necessidade de dar a eles ainda
mais. De fato, se seu passado é limpo, isso provavelmente encorajará meu pai a lhe dar a bênção
para se casarem logo."
Caitlyn sentiu seu peito apertar. "Quanto tempo você acha que ele vai levar para decidir?"
Imelda sacudiu a cabeça. "Eu não poderia adivinhar. Mas eu não acho que ele vá recusar. A
essa altura, casar Emrys com qualquer pessoa do sexo feminino seria benéfico para acabar com
essa guerra entre os dois".
"Isso é… bom."

"Não me interprete mal. Você não tem nenhuma conexão que o interesse, e nós temos que
nos ocupar treinando você durante as próximas semanas, mas nossa mãe e nosso pai estão
realmente ansiosos para encaminhá-lo. Ele tem se comportado melhor desde que você apareceu".
Imelda as conduziu até uma sala de estar onde o chá já havia sido preparado. "Eu acho que
talvez ambos estejam um pouco incomodados que você seja uma influência civilizadora sobre ele.
Afinal, eles poderiam ter tido essa versão domesticada de Emrys por anos se eles não tivessem
tentado casá-lo com Miranda." Ela gesticulou para Caitlyn se sentar. "Claro, o rei não comete erros,
você entende."
"Eu, er, certo." Caitlyn considerou tentar fazer com que Imelda a deixasse seguir para seus
aposentos. Ela estava cansada e ainda um pouco enjoada do voo, mas Imelda não a perguntou

sobre isso.

Uma vez que ela estava em sua cadeira, Imelda ergueu o queixo, endireitou as costas e fez
um gesto para que Caitlyn se sentasse também.

"Quando você está na companhia de alguém, você não deve ter má postura ou parecer
inquieta. Você deve assumir que todos os olhares estão sobre você, esperando que você cometa um
erro", Imelda instruiu.
"Bem, eles estão, não estão? ", Caitlyn se sentou, erguendo-se, tentando encolher a barriga

um pouco, embora sua roupa estivesse ocultando um pouco o peso que ela ganhou no período de
férias.
"Sim", Imelda disse seriamente
Um par de criados entrou no momento em que ela tocou um pequeno sino. Um deles serviu
chá para elas, e o outro colocou alguns doces em seus pratos com talheres de prata. Caitlyn olhou
para a comida. Ela estava incrivelmente com fome, mas olhou para Imelda esperando que ela
começasse. Isso era obviamente parte do "treinamento" que ela deveria completar.
Imelda lhe deu um aceno de aprovação. A forma como Imelda segurou a xícara, como ela
deu um gole delicado, como ela comeu em pequenas mordidas e limpava os cantos da boca —

cada movimento era calculado. Caitlyn tentou imitá-la, mas seus goles foram muito altos e suas
mordidas muito grandes. Ela sujou o canto da boca com uma cobertura pegajosa, e Imelda fez um
gesto empático com o guardanapo.
"Desculpe."
"Não se desculpe. Tente novamente. Você não tem que ser perfeita, apenas não ser
embaraçosa."
Ela era embaraçosa? Nunca tinha ocorrido a Caitlyn até então que Emrys pudesse ter
qualquer opinião sobre os modos de se mover e de comer que eram naturais para ela. Essa seria
uma das razões pelas quais ele não a queria no set? Ela o havia envergonhado na França, ali e
finalmente na Grécia? Ela sabia que o tinha envergonhado no clube de jazz em Nova York... mas

não era como se Emrys fosse alguma autoridade sobre o que era apropriado. Além disso, ele

podia ser meio esnobe quando estava de mau humor.


Quando finalmente lhe permitiram voltar para seus aposentos, Caitlyn estava cambaleando.

Embora ela estivesse satisfeita. Um benefício das lições de bons modos.


***

"Sua mãe voltou cedo".


Emrys sorriu ao ouvir a voz irritada de Caitlyn pelo viva-voz. Ele estava sentado em uma

cadeira enquanto a cabeleireira do estúdio, Jodie, arrumava os longos cachos de seu cabelo. Eles
tinham crescido longo de suas férias, mas pelo menos ele mantinha a barba aparada, ao contrário
de alguns de seus colegas.
"Quando ela chegou?", ele perguntou.
"Ontem. Ela e Imelda estão em uma missão para me ensinar a como ser uma dama e me
encher de bolos e chá."
"Bem, isso é bom. Eu achei você um pouco magra quando nos reencontramos".
"Eu me esforço muito para manter a forma!" Caitlyn disparou.

Emrys segurou o riso. Não havia motivo para irritá-la quando já estava sofrendo com sua
família. "Estou brincando, Cait. Você está fabulosa. O suficiente para que os tabloides pensassem
que você era algum tipo de amante. Apenas divirta mamãe e Imelda. Contanto que sintam que
você está progredindo, elas a deixarão em paz."
"Seria mais fácil se Adora estivesse aqui. Ela voltou para a escola, e vai saber onde Elsa
está".
"Por aí, criando suas próprias manchetes", brincou Emrys. "Você está se sentindo melhor?
Diga-lhes para deixarem você descansar, caso seu estômago ainda esteja incomodando você. Você
se encontrou com o médico do palácio?"
"Ah, não. Eu comecei a me sentir melhor quando cheguei aqui."

"Talvez tenha sido da viagem. Minha mãe fica assim às vezes." Emrys estreitou os olhos e

olhou para seu reflexo no espelho. "Não deixe muito curto dos lados. Eles me fazem usar óculos
escuros em algumas cenas. Quero parecer um conquistador, mas não uma lésbica".

Jodie riu.
"O quê?", Caitlyn disse, incrédula.
"Estou brincando com minha cabelereira".
"Provavelmente não é uma boa ideia. Sinto muito pelo comportamento dele!" Caitlyn gritou.

"Mas eu não sinto", disse Emrys.


"Essa é a garota do jornal?" Jodie disse calmamente. "Ou a sua noiva? Não queria falar
nada, mas—"
"Elas são a mesma pessoa. Minha noiva é a garota do jornal".
"Uau. Legal. Sabe, eles sempre estão tentando prever se alguém está traindo ou morrendo.
Eles tinham um artigo sobre sua colega do filme, dizendo que ela ganhou 74 quilos e estava à
beira da morte."
Emrys quase olhou para ela para ver se ela estava brincando. "Viu, Caitlyn, todo mundo lida
com esse lixo de tabloide."

"Acho que sim. Estou começando a ver a graça de ser a outra mulher de mim mesma", disse
Caitlyn.
"Eu vou ligar para a Heloise e conseguir um horário de massagem para você. Alivie um
pouco desse estresse", disse Emrys.
"Eu não sei—"
"Já está feito."
"O-OK, eu acho."
Emrys falou com ela por mais alguns minutos até que ele teve que ir, então ele saiu do
telefone, agradeceu a Jodie por seu trabalho e paciência, e seguiu para ver do figurino. Embora
gostaria de conversar mais com Caitlyn, ele não conhecia as pessoas que trabalhavam no figurino,

enquanto que já tinha trabalhado com Jodie muitas vezes. Ele confiava que apesar de ouvir

fofocas, ela não comentava nada que ainda não tivesse sido publicado.
Depois de tirarem suas medidas rapidamente com uma fita métrica, Emrys esperou o

figurinista principal trazer suas coisas. Ele se sentou e começou a ler o roteiro.
"É bom vê-lo aqui." Nina se aproximou dele, caminhando lentamente. Ela se sentou ao lado
dele e tomou um latte gelado com a palavra "coco" rabiscada no copo.
"Já que eu sou o principal interesse amoroso da protagonista, não é tão surpreendente

assim. Como eu poderia ser despedido antes mesmo de estudarmos as primeiras falas?", disse
Emrys. "O que você está fazendo aqui?"
"Melhorando as próximas seis ou oito semanas de sua vida." Nina sorriu e jogou para trás
seu cabelo preto e espesso, que agora tinha traços de vermelho e loiro. "Seu par amoroso foi
trocado".
Ela apontou para si mesma com ambas as mãos e sorriu presunçosamente.
"Sério? Eles disseram por quê?"
Nina encolheu os ombros. "Lembra que Jennifer estava filmando aquela comédia com a
amiga, Daphne? Ela ganhou dois tamanhos de roupa para o papel e provavelmente estava

contando com John para atrasar as revisões do roteiro para que ela pudesse perder tudo antes
que tivéssemos de aparecer no set. Essa produção é independente, mas não tanto assim."
"Acho que os tabloides ocasionalmente acertam algo. Embora eu espere que ela não esteja
morrendo".
Nina estalou a língua. "Ela não está morrendo. Só o traseiro dela que está do tamanho de
um barco".
"Para ser honesto, eu nunca pensei que Jennifer e eu tivéssemos muita química, mas ela foi
escolhida primeiro."
"Pelo menos eles deveriam saber que nós temos." Nina piscou. "Poderíamos dar a eles um
romance nos bastidores, é bom para a divulgação."

"Confio que a equipe de relações públicas pode fazer seu trabalho sem que tenhamos que

fingir um caso ou causar mais estresse desnecessário para a minha pobre noiva."
"Sim, de onde ela saiu? A última vez que o vi, você era um cara solteiro naquela festa de

lançamento em Nova York. Agora você está noivo?"


Emrys guardou o telefone no bolso e se levantou. "O que posso dizer? Estou apaixonado."
"Acontece com os melhores de nós, infelizmente." Nina cruzou suas mãos sob a boca. "Nós a
veremos?"

"Talvez mais tarde. Ela não está se sentindo bem desde a Grécia, e mamãe exigiu que eu
deixasse ela treinar Cait para a corte".
Nina riu. "Pobre noiva!"
"Eu sei, mas quanto mais cedo melhor. Ela pode não saber que sou responsável, mas ficará
grata quando o meu pai finalmente nos der permissão para nos casarmos".
"Sinceramente, não entendo como seu país funciona."
"Eu a convidarei para o casamento, e você poderá ver por si mesma. Ou pergunte para a
minha irmã. Ela é quem o comanda, principalmente".
"E ainda assim, seu querido papai é quem consegue mandar em sua vida amorosa? Nina fez

uma careta. "Esquisito."


"Se ele não pudesse controlar os mínimos detalhes de nossas vidas, o mundo sairia do eixo",
disse Emrys secamente.
O homem do figurino que tirou as medidas de Emrys veio até Nina. Ela se levantou, com seu
vestido curto e justo subindo tanto que Emrys poderia ter lido a etiqueta de sua calcinha, endireitou
seu vestido, e então saiu, balançando o quadril. O pessoal do figurino passaria trabalho se Nina
tivesse que usar alguma roupa abaixo do joelho.
***
Emrys só tinha estado no set por uma semana quando Caitlyn viu que algum blogueiro de

fofocas idiota tinha postado um texto chamado "Barriguinha de Grávida". Foi um pequeno consolo

que ele tinha: a) acertado seu nome, bem como o fato de que ela supostamente era a noiva de
Emrys e b) estava usando uma foto de antes mesmo de ela ter se reaproximado dele. Era apenas

estava inclinada para frente, e usando um tecido soltinho na barriga, que formava vagamente uma
curva.
Mas aquilo fez as fofocas rolarem soltas. A partir de então, fotos com ela de frente tinham
sido publicadas, e como ela tinha descoberto pela Melinda, estavam facilmente disponíveis a todos.

Melinda tinha tirado algumas fotos de uma revista que finalmente havia conseguido descobrir
informações sobre ela, com a manchete: "A Princesa Designer: Grávida?"
Caitlyn ficou dividida entre diversão e ansiedade. De certa forma, ela esperava que Emrys
pudesse ler as histórias e perceber o que estava acontecendo antes que ela pudesse dizer a ele.
Durante os telefonemas, porém, ele não parecia estar pensando nisso. Ele passava horas relatando
o que estava acontecendo no set, e Caitlyn ouvia, às vezes reclamando sobre suas lições de
princesa. E quando ela sugeriu que estava se sentindo bem o suficiente para ir visitá-lo no set, ele
a encorajou a ficar no palácio um pouco mais.
Houve momentos em que ela se convenceu de que o teste tinha sido uma casualidade. Um

falso positivo, com sintomas coincidentes, e uma reação excessiva de sua parte. Até que ela tentou
entrar em um par de jeans e sentiu um volume notável abaixo do umbigo. Ela não estava tão
redonda quanto as fofocas faziam parecer, mas aquilo era mais difícil de ignorar. Mas não
impossível. Ela largou a calça jeans e voltou para seus longos vestidos que acentuavam a cintura.
Eles ainda a escondiam completamente, pelo menos da mãe e da irmã de Emrys. Mas ela podia
sentir seu corpo mudar.
Certa manhã, porém, quando Heloise trouxe seu café da manhã, Caitlyn notou a criada
olhando para ela com curiosidade. Caitlyn percebeu que a camiseta com que ela estava dormindo
estava levantada e a puxou rapidamente para baixo.
"Heloise, por favor…"

"Os segredos seus do príncipe Emrys são seus, senhorita", disse ela com firmeza.

Caitlyn ardeu de culpa e incerteza. Ela precisava ver Emrys, ou pelo menos precisava ter
uma conversa de verdade com ele antes que aquilo ficasse tão óbvio que até sua atenção

inconstante não pudesse deixar de notar.


Capítulo Onze

"Mas seu personagem não é você. Eu sou o homem da relação", Nina disse em um tom que
implicava que ela achava que estava sendo útil.

"Meu personagem ainda é um homem, mesmo que seja sensível."


"Você tem que fazer mais do que isso, Vossa Alteza. Você tem que dar intensidade ao
público. Este filme é bastante esparso no enredo. Eles precisam sentir o calor entre os nossos
personagens, mas isso não pode acontecer se você acha que esse cara que você está

interpretando é só fogo, mas sem profundidade alguma. Nós não estamos mais em 'Frequência
Violenta'. "
Emrys sentiu seu rosto arder de raiva. "Você está dizendo que não acredita na minha
atuação?
"Estou dizendo que você ficou confortável demais. Reconheça que seu personagem está caído
por mim, mas é orgulhoso demais para admitir isso, e você terá o que precisa". Nina esticou os
braços sobre a cabeça, chamando a atenção de vários clientes daquela cafeteria simples de
Portland. Nina era uma atriz fabulosa, mas ela parecia repelir roupas. Mesmo com jeans e uma
camiseta em decote em V, ela parecia que poderia estar a qualquer momento nua e em cima de

você, fazendo uma dança íntima.


Tendo experimentado aquilo, tornava Emrys um pouco imune ao encanto natural que exalava
dela, mas era bom lembrar que reações ele deveria ter, já que seu personagem estava obcecado
pelo dela durante os últimos dias. O filme era bom—obscuro, mas bom. Emrys apreciou a
oportunidade e pensou que seu próprio nome e o de Nina iriam ajudar a impulsionar o filme de
uma forma que não aconteceria sem eles.
O que ele não apreciava tanto eram as aulas de atuação que Nina queria forçá-lo a ter.
"Você pode estar me confundindo com meu personagem, mas eu não estou", objetou Emrys.
Ele levantou uma grande caneca de café com as duas mãos e tomou um gole.

"Hum". Nina se levantou e se inclinou.

Emrys olhou para ela sem saber o que ela ia fazer.


"Mostre-me como seu personagem reage a isso." Ela aproximou os braços e lançou a ele um

sorriso. O movimento levantou seus seios em uma vista gloriosa.


Emrys ergueu uma sobrancelha.
"Sim, veja, isso é pouco para o seu personagem panaca. Ele precisa ficar mais nervoso. Ele
precisa ficar sem palavras, até mesmo perder o fôlego. Então, quando aquela cena do restaurante

acontecer, e ela está acima dele e se inclinando assim—" Nina tocou seus dedos ao longo de seu
maxilar e se aproximou. "Ele não sabe o que fazer consigo. Ela está no controle. Ele quer, mas não
consegue. Ele quer controle em geral—sobre a sua vida, sobre o seu coração fracassado, mas
também não pode ter isso. Mas se ele joga bem suas cartas..."
Nina se inclinou para sussurrar no ouvido de Emrys. "Ele pode ter o que ela lhe der."
"Você é tão dramática", reclamou Emrys. Ele a afastou e riu. "Mas você é divertida", admitiu.
"Estou realmente contente por Jennifer ter engordado."
Emrys sorriu e atendeu o telefone. Mensagens de Caitlyn. Ela estava tentando entrar em
contato com ele naquela semana, mas os horários de filmagem tinham sido pesados. Eles não

podiam ter muito tempo livre se quisessem manter o filme abaixo do orçamento, e isso significava
que ele e Nina precisavam estar dispostos a todo momento. Isso também significava que ele às
vezes se cansavam demais. Com essa sua programação, com o treinamento de Caitlyn e com a
diferença de horário, eles já haviam dormido duas vezes durante suas ligações até aquele
momento.
Ele confiava que sua mãe e irmãs manteriam Caitlyn ocupada até que ele pudesse voltar,
mas era vital se manter conectado. Essa não seria a única vez que ele estava no local das
filmagens. Talvez ele pudesse convencer sua mãe a liberar Caitlyn do curso de costumes mais cedo,
já que ele tinha emprestado Caitlyn para ela de bom grado. Caitlyn gostava tanto de visitar novos
lugares que ela provavelmente iria perdoar sua pouca atenção nas últimas semanas apenas para

riscar outro lugar de sua lista de destinos.

"Olá, querida", Emrys a cumprimentou. "Você está se sentindo bem o suficiente para vir
conhecer o set?"

***

No dilema entre a perspectiva de visitar Emrys e de passar outro dia na "Escola Sébire de
Etiqueta", Caitlyn decidiu que a primeira opção seria melhor.
O voo foi incrivelmente longo, mas o quarto privativo do avião era confortável. Ele decolou

ao meio-dia para que Caitlyn pudesse dormir até o final da viagem e chegar renovada. Do avião,
um carro particular a levou para o quarto do hotel onde Emrys estava hospedado, e durante todo
caminho seu coração bateu forte enquanto ela tentava pensar no que dizer a ele.
Quando ela chegou ao hotel, no entanto, o porteiro informou que Emrys já tinha ido ao set e
deixado o recado de que Caitlyn era bem-vinda para se juntar a ele. Embora o motorista a tivesse
levado, ela não queria ter essa conversa perto dos colegas dele. Então, em vez disso, ela colocou
suas coisas no quarto e decidiu que poderia matar algum tempo pela cidade. Ela nunca tinha ido a
Seattle antes.

Depois de vestir uma legging quadriculada e um suéter escarlate e violeta, Caitlyn voltou
para o carro e mandou o motorista levá-la para o centro da cidade. Lá ela conseguiu uma grande
xícara de chá e andou pelas ruas por um tempo, se ambientando na cidade. Apesar do frio, ela
gostava da energia das pessoas caminhando e passeando de bicicleta. Comprou um saco de pães
doces de morango e foi comendo enquanto vagava por um parque e observava as pessoas.
Não estava um dia ruim para aproveitar a manhã, mas eventualmente começou a chuviscar.
Caitlyn entrou em uma loja atrás de um guarda-chuva. Ela afastou os cabelos úmidos de seu rosto
enquanto escolhia. Já era tarde o suficiente para que ela pudesse conseguir que Emrys saísse com
ela para almoçar fora do set, se eles estivessem no horário. Ela enviou uma mensagem de texto e
então escolheu o guarda-chuva. Sem surpresa alguma, a loja estava cheia deles, e os outros

clientes que tinham entrado pareciam acostumados com a chuva. Ela estava aumentando, e Caitlyn

estava feliz por não ter tentado seguir caminhando. Ela poderia chamar o motorista para vir
buscá-la, se o tempo piorasse muito.

Quando ela entrou na fila, ela alternou entre olhar para os doces—tentador, se ela não
tivesse acabado de comer três pães doces de morango—e seu telefone. Havia duas pessoas na
frente dela quando seus olhos se iluminaram nas revistas acima dos chicletes.
Exibidos na capa estavam Emrys e uma mulher linda com cabelos pretos encaracolados e

lábios volumosos, que quase tocavam os dele enquanto ela se inclinava para frente. "As coisas
estão quentes para o príncipe playboy!", o título declarava.
Caitlyn cobriu a boca, sentindo como se pudesse vomitar os doces de morango por todo o
chão. Ela já tinha visto essa mulher antes? Ela parecia familiar, mas Caitlyn não tinha certeza. Ela se
moveu pela fila silenciosamente, pegando a revista para comprar com seu guarda-chuva. Uma vez
lá fora, ela desdobrou o guarda-chuva e enfiou a publicação ofensiva em sua bolsa antes de sair
pela calçada.
Sem conhecer a área, vagando pela chuva com lágrimas nublando sua visão, Caitlyn logo se
perdeu. Ela parou em um café apropriado para pegar uma xícara de café e pedir um almoço. Ela

tinha que pensar naquilo. A mídia exagerava, com certeza, e eles davam detalhes errados. Mas
geralmente havia algo que os ligava à realidade. Algo que fizesse o assunto surgir. E aquela foto...
mostrava Emrys prestes a beijar aquela mulher. E ele estava olhando para ela como se ela fosse
um bife de primeira.
Em seu telefone, Caitlyn procurou o nome da mulher—Nina Jones—apenas para descobrir
que os tabloides os tinham apanhado juntos outra vez. Fazendo sexo no beco atrás de um clube
europeu popular. Foi assim que ela viu a foto de Nina antes. Ela tinha sido mencionada em um dos
artigos de um mês atrás que tinham relembrando a "juventude aventureira" de Emrys. E ela estava
mais bonita agora.
Perdendo o apetite, Caitlyn deixou sua Caesar salad de lado. Uma coisa era ser pego pelos

tabloides em uma posição comprometedora. Ele poderia estar prestes a beijá-la. Talvez não. Mas

como ele poderia trabalhar naquele filme, sabendo por meses que ele atuaria com sua ex, e sem
advertir Caitlyn sobre isso? Deliberadamente, não lhe contando que planejava estar perto daquela

mulher sugeria que Emrys pensava que algo poderia acontecer entre eles, ou que ele tinha algo de
que se sentir culpado. Se ele estivesse mentindo para ela sobre isso, ele poderia estar mentindo
sobre outras coisas. E ela acreditaria em tudo, como sempre. Cada mentira, cada explicação ou
desculpa, ela cairia, porque ela estava caída por ele, e nunca havia amado outro homem daquela

forma.
Agora não importava se ela conseguiria se encaixar em seu mundo. Ela não poderia estar
com ele se não pudesse confiar nele. Ele tinha partido seu coração anos atrás, sem qualquer aviso
ou explicação, e apesar de suas promessas para recuperar sua confiança, ele tinha acabado de
fazer isso novamente.
Limpando os olhos e tentando recuperar o fôlego, Caitlyn ligou para o motorista.
***

Emrys chegou ao quarto de hotel um pouco irritado. Ele esperava ver Caitlyn naquela

manhã, mas ficou desapontado. Ela enviou mensagens de texto para almoçarem juntos, mas quando
ele mandou mensagens para ela, ela nunca respondeu. Depois que o dia mudou e não puderam
gravar, o diretor decidiu lhes dar uma folga; aquelas cenas precisavam de um determinado
momento do dia, e eles ainda não estavam prontos para outro conjunto de cenas internas.
Assim, Emrys entrou no elevador ainda vestido com a calça jeans esfarrapada e camiseta de
banda preferida de seu personagem. Seus ombros estavam tensos de aborrecimento e estresse,
mas seu coração estava esperançoso pelo momento em que ele veria Caitlyn novamente. Era uma
prova de que ela dominava tanto seu coração que ele não conseguia ficar longe dela por algumas
semanas sem sentir como se uma parte dele tivesse desaparecido.
Mas quando ele abriu a porta de sua suíte, Caitlyn não estava lá. Nenhuma mala. Nada

para mostrar que ela já esteve ali, com exceção de um tubo de brilho labial na cômoda e algo

deixado sobre a cama. Emrys se aproximou para investigar, mas depois recuou quando se viu lá
na capa de um tabloide com Nina. Tinha sido um momento naquela mesma semana em que eles

estavam falando sobre seus personagens. Caitlyn teria visto aquilo? Era por isso que ela tinha
vindo e ido embora?
Debaixo da revista havia uma carta enfiada em um envelope. Emrys abriu e leu.
Emrys,

Eu te amei desde que eu tinha 19 anos. Eu amei você com todo o meu coração e com o melhor
da minha capacidade. Agora que você já viu a revista, sabe que eu sei. Eu sei que você esteve com
essa mulher, e eu sei que você tem trabalhado com ela sem me dizer. Também sei que você me mandou
de volta para ser "treinada" por sua mãe e irmã, deliberadamente e sem me contar. Eu não sei o que
você acha que teria acontecido se você tivesse me deixado seguir o plano, já que obviamente eu
poderia ter desempenhado o papel que você queria que eu desempenhasse, se você tivesse
simplesmente me contado. Mas, assim como o nosso noivado, você achou conveniente me manter alheia
a tudo, fazendo com que eu o seguisse ou então o prejudicaria. E isso eu nunca faria, não se eu

pudesse evitar.

Eu te amo, mas você é um mentiroso. Você me manipula em vez de me deixar saber, e o que
quer que tenha acontecido entre você e aquela mulher, coisas surgiram que tornam completamente
inaceitável que eu continue deixando você fazer isso comigo. Eu poderia ser capaz de tolerar esse seu
jogo amoroso, cujo prêmio é uma quantia verdadeiramente absurda de dinheiro, e talvez também a
satisfação de desafiar seu pai. Se fosse só por mim, talvez eu continuasse a deixar você sequestrar
minha vida e me enganar com seus planos, mas não é assim, e eu não posso deixar isso continuar
acontecendo.
Espero que você tenha uma carreira longa e cheia de escândalos. Fama e sucesso combinam

com você. Estou levando minha vida para outra direção.

Com amor,
Cait
Capítulo Doze

A carta caiu das mãos de Emrys, e ele lançou um olhar ao redor da sala, tentando pensar
em algum modo de encontrar Caitlyn antes que ela desaparecesse. Para onde ela iria? Casa,

talvez? Nova York?


Emrys ligou para o motorista e rapidamente averiguou que ela tinha ido para o aeroporto,
então ele mandou o homem trazer o carro para levá-lo. Ele tinha que encontrá-la.
Apesar de suas ordens de dirigir cada vez mais rápido, ainda levou quase trinta minutos

para chegarem ao aeroporto. Sem saber para onde ela pretendia ir, Emrys só podia procurar os
voos que saíam e se perguntar em qual ela poderia estar embarcando. Alguns haviam partido
desde que o motorista lhe disse que a deixou lá. Emrys tinha gritado com ele por não alertá-lo,
mas ele não tinha deixado instruções para o homem alertar Emrys por qualquer motivo, então
Emrys só podia culpar a si mesmo.
Que companhia ela teria usado? Como ele poderia chegar até ela?
Obviamente, ele ia ter que comprar uma passagem. Depois de mostrar educadamente uma
foto de Caitlyn em seu telefone a todas as pessoas de uniforme que ele encontrou, a menina no
balcão do Starbucks lhe disse que tinha vendido a Caitlyn um chá da hortelã, um sanduíche dois

cookies. Embora, naturalmente, não soubesse para onde Caitlyn estava indo, apontou para a
companhia aérea correta.
Custou a ele uma boa quantia em dinheiro para subornar o seu caminho através da linha de
passagens. Uma mulher mais velha lhe perguntou qual era sua pressa, e ele lhe disse que estava
prestes a perder a noiva, então ela lhe devolveu o dinheiro e o apressou.
Por fim, depois de uma fila de segurança que não podia furar com suborno—era por isso
que ele viajava com seu jato para todos os lugares—Emrys procurou cada portão que estava
sendo usado pela companhia aérea de Caitlyn. Cada um deles. Sete portões mais tarde e ele viu
seu cabelo. Caitlyn o havia prendido em um par de tranças curtas em cada lado de sua cabeça.

Já estava longo o suficiente para isso, já que Emrys insistiu, durante seu tempo no palácio, que ela

não o cortasse.
Ele hesitou em se aproximar dela. Depois de tudo o que ele tinha feito para chegar até ali,

ele ainda podia perder tudo. Ele não podia forçá-la a perdoá-lo ou entender por que ele fazia as
coisas de forma tão complicada e repentina. Poderia ele se tornar o amante aberto e honesto que
ela precisava? Ele esperava que sim, mas depois de seus fracassos passados, ele não podia
esperar que ela simplesmente confiasse nisso. E agora não havia jeito de fazê-la vir até ele.

Emrys passou a mão pelos cabelos, percebendo que ainda tinha o spray de cabelo e a
tintura temporária que o fazia parecer mais grisalho para seu personagem. Ele poderia ter lavado
no set, mas tinha se apressado para voltar para o hotel. Ele estava em desvantagem ali. Ele
poderia se aproximar dela imediatamente ou procurá-la mais tarde e encontrar um momento mais
oportuno para reconquistar o seu afeto.
Caitlyn teria razão em deixá-lo, se o fizesse. Ele estaria a manipulando, e ela simplesmente
iria embora da próxima vez que percebesse isso. Emrys passou as mãos sobre a roupa amassada
e foi até ela.
Quando Caitlyn o avistou, seus olhos se arregalaram, sua testa franziu, e então seus olhos

começaram a se encher de lágrimas. Assim que ela começou a se levantar para se afastar dele,
ele caiu de joelhos na frente dela.
"Emrys, pare com isso", ela chiou.
"Eu preciso explicar. Por favor, deixe-me explicar".
"O que há de errado com seu cabelo? Isso é—"
"Eu não me troquei do set." Emrys gesticulou para seus cabelos, suas roupas. "Eu corri para
chegar até você e descobri que você tinha ido embora. A culpa é minha, Cait, mas por favor..."
Caitlyn corou e desviou o olhar. Ela enrolou uma mão em torno de sua cintura. "Se você falar,
eu vou acabar te perdoando. Isso não está certo. Não é legal, o que você tem feito. Por que você
não me diz o que quer de mim?"

Eles tinham a atenção de todos ao redor. Pela primeira vez, Emrys tinha uma audiência que

ele não queria.


"Quero que você fique comigo", disse Emrys. "Eu quero que você se case comigo, mas você já

disse não." Ele levantou uma mão quando ela começou a protestar. "Eu sei que você disse isso
porque você pensou que eu não queria. Eu sei que você acha que eu a traí, mas eu não fiz isso.
Nina é uma atriz. Ela estava falando comigo sobre nossos personagens, só isso. E não, eu não lhe
falei sobre ela quando eu consegui o papel, mas isso era só porque ela não tinha sido escalada!

Eu descobri sobre ela quando cheguei ao set."


"Quero acreditar em você", disse Caitlyn com voz trêmula. "Mas você mentiu tanto para mim.
Por que você não me contou quando soube?"
"Acho que não penso nela dessa maneira. Mas foi mais porque eu estava preocupado com
meu trabalho. Eu realmente lamento que você teve que ver aquela foto, e ainda mais que tenha lhe
causado tanto estresse." Emrys se sentou em seus calcanhares. Caitlyn torceu os dedos em seu colo
e endireitou suas costas, e ficou evidente que ela tinha ganhado um pouco de peso desde que ele
a tinha visto pela última vez. Isso era ótimo. Ele a preferia com mais algumas curvas, mesmo.
"Quanto ao problema com a minha mãe, eu queria facilitar sua transição para a nossa família. Eles

podem ser muito exigentes, até nos menores detalhes. Quanto mais cedo minha mãe a aceitar, mais
cedo meu pai cederá e finalmente nos concederá a permissão para nos casarmos".
Emrys pegou uma de suas mãos inquietas. "E eu quero isso, Caitlyn. Não se trata apenas da
herança. Isso é algo que me irrita, uma lembrança do poder que meu pai mantém sobre mim, mas
eu não preciso disso! Se eu tiver minha carreira e você, eu não preciso de nada daquilo."
Caitlyn cobriu os lábios e lutou valentemente para conter suas lágrimas.
"Assim que você estiver pronta, Cait, eu quero que você seja minha esposa. Eu entendo que
você possa querer mais tempo, mas eu também nunca deixei de te amar. Embora ... eu não tenha te
amado da melhor forma que podia. Vou fazer melhor do que isso—eu juro. Se você me deixar".
"E-eu, hum..." Caitlyn gaguejou.

Ela soltou um soluço suave e lágrimas escorreram pelo seu rosto. Emrys estendeu a mão para

secá-las. De repente, ela agarrou seu rosto com ambas as mãos e o beijou com tudo. Aplausos dos
outros passageiros os cercaram.

"Eu odeio isso. Eu te amo tanto. Mas eu..." Ela bufou e balançou a cabeça. "Eu também não
fui honesta com você. Eu precisava encontrar o momento certo, que nunca aconteceu!" Sua mão
pegou o dele e o apertou. "Estou grávida, Emrys".
Emrys ergueu ambas as sobrancelhas. Ele não conseguia respirar.

"Estou grávida", repetiu ela, movendo a mão até uma pequena protuberância em seu ventre,
oculta pelo grande suéter que estava vestindo. "No começo, eu não sabia o que pensar, e então
você saiu do país, e eu—"
Emrys se levantou e a beijou. Ele a tomou em seus braços e a girou. Seu coração estava
batendo tão rápido e tão forte que ele pensou que pudesse explodir, e ele não queria soltá-la.
Caitlyn sentiu um enorme peso saindo dela, sendo levado pelos braços de Emrys. Ele queria
o bebê, claramente. Ele a queria. Mesmo depois que ele a soltou, eles não conseguiram parar de
se beijar por momento algum, até que, finalmente, Emrys agarrou sua mão e depois sua bolsa, e
saiu.

Dentro de alguns minutos, eles trocaram suas passagens. Eles estavam indo para Las Vegas.
Caitlyn conseguiu limpá-lo um pouco antes de encontrarem uma capela, e ele lhe comprou um
vestido leve em tom off-white. Ela nunca tinha imaginado antes de partir, no dia anterior, que ela
estaria casada em 48 horas. E não havia nada que os pais intrometidos de Emrys pudessem fazer
a respeito.
Emrys a levou para a cobertura onde estavam hospedados e a colocou na cama antes de se
virar para dar uma gorjeta ao mensageiro. Ela mal conseguia entender tudo o que tinha
acontecido. Ela estava delirantemente feliz, completamente incerta, e ao mesmo tempo,
completamente determinada a fazer aquilo tudo dar certo.
"Aí está minha esposa", declarou Emrys, fechando a porta atrás de si e olhando para ela

com um sorriso.

"Senhora Príncipe Playboy."


"Príncipe Playboy Engravida Princesa e Enfurece o Patriarca", disse Emrys alegremente. Ele

tirou os sapatos e caminhou até a cama para pegar sua mão. "Nós os temos do nosso lado agora,
querida. Não apenas com a cerimônia que acabamos de ter. Minha mãe insistirá fervorosamente
para que eu me case oficialmente em Cabeau".
"Será na igreja que você me mostrou?" Caitlyn descansou sobre os cotovelos e olhou para o

pequeno volume na barriga, traída pelo fino tecido de seu vestido. "É provavelmente onde o nosso
filho surgiu."
Emrys riu. "Vou insistir nisso. Um casamento real. Um baile real".
"Não me faça dançar", Caitlyn implorou.
"Você estará muito grávida para esse tipo de coisa. A princesa estará ‘em uma condição
muito delicada’", disse ele, dando a ela uma desculpa. Ele se inclinou e beijou sua barriga. "Você só
dança para mim."
"Eu me sinto muito mais confortável quando você é minha única audiência. E se eu estou
tirando minhas roupas enquanto faço isso. Uma princesa de Cabeau pode fazer isso?

"Está perfeito."
Emrys moveu a mão para cima de sua coxa e massageou seu polegar contra sua calcinha.
Caitlyn ofegou.
"Você precisa ter cuidado com isso! Agora que eu não estou mais passando mal, é como se
eu estivesse faminta o tempo todo." Caitlyn sorriu quando Emrys levantou uma sobrancelha
curiosamente. "Você pode ter sua mão mordida ali embaixo."
"Vou correr esse risco".
Ele estendeu a mão atrás dela para desabotoar o vestido, e ela deslizou para fora dele e o
deixou tirá-lo por seu quadril. Ele parou por um momento, olhando para ela em seu sutiã e
calcinha, e soltou um baixo assobio.

"Eu sei", ela murmurou.

Emrys segurou seu peito na mão e o acariciou gentilmente.


"Ó! Seja cuidadoso."

"Seu corpo adora estar grávido. Eu não sei se você gosta, mas espero que você goste pelo
menos a metade do que seu corpo parece gostar. "Emrys beijou seu peito e seguiu seu caminho até
o pescoço.
"Eu poderia ser persuadida. Eu gosto de uma desculpa para provar de tudo em um

cardápio. Caitlyn arqueou as costas e começou a se esfregar contra Emrys. A pulsação entre suas
pernas ficou mais forte, apenas por estar tão perto dele, ou talvez porque ele estava falando
sobre o quanto ele gostava de seu corpo daquele jeito. Ela queria envolver suas pernas em torno
dele e devorá-lo por inteiro.
"Convença-me", suplicou ela.
Emrys não precisava convencê-la. Ele abriu seu sutiã e o tirou com cuidado, observando
como seus seios inchados se soltavam e aguardavam sua atenção. E foi o que ele fez, provocando-
os com toques delicados enquanto sua outra mão deslizava sua calcinha para baixo. Suas mãos a
exploravam como se estivessem se reaproximando de algo que amavam, e ela gemeu e se

contorceu antecipadamente.
Quando ele se moveu para trás para tirar suas roupas, ela soltou um grito de protesto e
estendeu a mão até ele.
"Só um momento, minha princesa grávida." Ele se levantou, saiu de sua calça jeans e
camiseta, e ficou diante dela nua, movendo a mão sobre seu abdome. Caitlyn deu um gemido e fez
um bico, brincando. Depois olhou para os próprios seios.
"É melhor você voltar aqui!", ela o advertiu.
Emrys riu e voltou para a cama, com o volume entre as pernas ficando cada vez maior ao
vê-la. O braço dela alcançou em torno de suas costas e o puxou para baixo. Ela mordeu e lambeu
seu pescoço enquanto ele apertava a lateral de seu corpo e movia suas mãos para baixo, até

cobrir seu bumbum.

"Eu amo tudo em você", ele murmurou. "Você sempre foi a mulher perfeita para mim."
Com isso, ele afastou suas coxas com uma mão e começou a brincar ao longo de sua

abertura com um dedo. Ela já estava ficando escorregadia, mas aquele toque a fez se contorcer
de desejo por ele.
"Por favor…"
"Já que você pediu de forma tão educada..."

Sua ereção se forçou contra ela, esticando-a e enchendo-a enquanto ela ofegou e se
agarrou a ele. Quando ele começou a se mover, entrando nela em movimentos lentos e
deliberados, ela cravou as unhas em suas costas e soltou um gemido baixo de alívio. Já fazia um
tempo. Demorou muito desde a última vez que ele a tocou, quis, precisou dela. Seu corpo ansiava
por ele como chocolate, e quando ele dava a ela o que ela queria, ela se apertava ao redor dele,
com seus lábios se contorcendo com sugestões do prazer que estava por vir.
Estendendo o braço entre eles, Emrys massageou sua vagina, fazendo com que seus gemidos
crescessem mais e mais alto até que ela estivesse gritando, gozando, com todo o seu corpo
tremendo de prazer.

Ela se soltou em seus braços, e ele beijou sua testa suando antes que ele aumentasse o ritmo,
rugindo triunfantemente quando sacudiu o quadril e derramou seu gozo dentro dela.
Eles se deitaram em silêncio por alguns momentos antes de Emrys escorregar fora dela e
deitar em seu lado. Seus dedos tocavam preguiçosamente seus seios, sua barriga, e então seguiu
até o volume em seu abdome.
"Nunca me deixe de novo", disse Emrys em voz baixa. "Por favor."
"Nós sempre seremos seus", Caitlyn prometeu, colocando sua mão sobre a dele.
Epílogo

As fotos de Emrys e Caitlyn no aeroporto viralizaram. Sua história mudou imediatamente aos
olhos do público. De Príncipe Playboy para Amor de Cinema, e aquelas histórias de amantes

tinham sumido imediatamente.


Eliana tinha repreendido Emrys no telefone, enquanto Caitlyn ouvia pelo viva-voz,
aproveitava o serviço de quarto e sorria para ele. Mas ele tinha razão ao afirmar que, no final
das contas, sua mãe lhe diria que eles precisariam ter uma cerimônia de casamento oficial em

Cabeau e que ela conversaria com o rei até que ele concordasse que era absolutamente
inaceitável ter um potencial herdeiro da linhagem Sébire andando por aí sem que ele ou sua mãe
fossem aceitos na família.
"Eu sabia. Eu simplesmente sabia", repreendeu Eliana. "Não fale nada, meu filho, criança. Eu
não suportaria suas explicações agora. Emrys, você tem que ser o homem que a mãe de seus filhos
merece!"
"Filhos?", Caitlyn murmurou. Emrys a beliscou e sorriu.
Eliana voltou a ligar no dia seguinte, enquanto Caitlyn estava fora, para exigir que Emrys
mandasse sua noiva de volta para ser preparada para o casamento, mas ele insistiu em conversar

com Caitlyn primeiro. No final, eles informaram sua mãe que ela teria que enviar sua assistente até
eles, já que eles não queriam ficar separados novamente antes do casamento.
Eles se casaram novamente e com estilo em Cabeau, depois que o filme de Emrys terminou, e
outro conjunto de fotos inundou a mídia. Fotos de Emrys e sua princesa gravida no Natal com seus
pais no palácio se seguiram. E, finalmente, fotos de seu filho.
Caitlyn Sébire e o bebê Sam eram figuras permanentes ao lado de Emrys. Aonde ele ia, eles
iam também. E tudo era mais do que Caitlyn jamais havia sonhado—uma família, aventuras, e seu
príncipe.
Claro, havia problemas com os paparazzi, mas Emrys combinou com seu agente para alertar

ele e Caitlyn antes de qualquer foto ou grande história fosse divulgada, e receber esses avisos

antecipados os acalmava.
Caitlyn vendeu sua empresa, sabendo que ela não teria tempo para cuidar, já que seria

esposa e mãe de primeira viagem. O trabalho tinha financiado principalmente suas viagens, de
qualquer forma, e ela faria muito isso com Emrys e seu doce menino. E, francamente, Sam
precisaria de um irmão ou irmã em algum momento, então ela tinha motivos ainda para rever seus
planos para os próximos anos. Depois de falar com seu médico, ela sabia que teria alguns anos

antes que eles tivessem que se preocupar com outras opções, então ela queria aproveitar bem sua
juventude para isso. Ela poderia simplesmente continuar viajando e curtindo sua vida. Ela poderia
começar outra faculdade ou apenas estudar tantos idiomas quanto seu cérebro estivesse disposto a
absorver.
Realmente, ela podia fazer quase tudo o que quisesse.
Por enquanto, porém, ela tinha um evento de estreia para ir. Caitlyn tinha acabado de
alimentar Sam, e foi para seu berço para acomodá-lo para a noite. Eles tinham uma babá
viajando com eles, é claro, mas ela gostava de ser a única a colocá-lo para dormir, e ela e Emrys
passavam muito tempo como um trio, explorando cidades juntos.

"Ele precisa de uma canção de ninar?", perguntou Emrys, entrando no quarto. Ele não tinha
se trocado para a estreia ainda e dobrou suas mangas ao se aproximar de Caitlyn por trás.
"Nenhuma desafinada", provocou Caitlyn.
"Estou trabalhando nisso. Musicais são populares hoje em dia. Quem sabe quando o próximo
começará os testes?"
"Bem, não pratique conosco." Caitlyn acariciou a barriga de Sam e cantou alguns versos
enquanto Emrys os observava com carinho.
"Você é uma cantora nata. Até tem o tom certo".
Caitlyn cutucou seu braço quando saíram do quarto. "E eu pensando que você estava
falando de minhas habilidades maternais."

"Falei de ambos." Emrys beijou sua bochecha e estendeu a mão para apertar seu bumbum.

"Pare. Tenho que me arrumar, a menos que você queira que sua esposa apareça com uma
camisa manchada de leite".

"Você pode vestir o que quiser. Também preciso me arrumar". Emrys pegou sua mão e a
puxou para o banheiro. "Vamos tomar um banho".
Caitlyn se soltou, mas então lhe enviou um beijo ao andar de costas até o banheiro. Emrys
colocou suas mãos dramaticamente sobre seu coração e depois a seguiu. Eles apareceriam juntos

como eram na vida real—um casal completamente apaixonado. Agora que eles haviam tomado o
controle sobre a situação com a mídia, e pela forma como eles se davam bem como um casal, nada
jamais os separaria novamente.

FIM

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