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DIREITO AGRÁRIO

PROFESSOR: DARWIN BOERNER


EXPROPRIAÇÃO: CULTIVO DE PLANTAS
PSICOTRÓPICAS - PRESUNÇÃO DA CULPA

EQUIPE: GERHARD BENONE SABBA LOPES FREIRE


ALISSON RODRIGO DA SILVA ALMEIDA
CARMEM KAROL MIRANDA DE OLIVEIRA
LUCAS FELIPE DE SOUZA BOTELHO
EXPROPRIAÇÃO: CULTIVO DE PLANTAS
PSICOTRÓPICAS - PRESUNÇÃO DA CULPA

SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO:
• DA PROPRIEDADE
• DA FUNÇÃO SOCIAL DO TERRENO

II – DESENVOLVIMENTO:
DESAPROPRIAÇÃO Vs. EXPROPRIAÇÃO
LEI 8257, DE 26 DE NOVEMBRO DE 1991
DESTINAÇÃO DAS TERRAS (GLEBAS)
DECRETO Nº 577, DE 24 DE JUNHO DE 1992
DECISÃO DO STF / TRF-5 -/RE 635.336 E RE 543.974

III - CONCLUSÃO
EXPROPRIAÇÃO: CULTIVO DE PLANTAS
PSICOTRÓPICAS - PRESUNÇÃO DA CULPA

I - INTRODUÇÃO
Artigo 5º, caput e incisos XXII, XXIII (garante o direito
DA PROPRIEDADE de propriedade, mais lhe outorga a função social).

Artigo 170, caput e incisos II e III (vincula a função social da


propriedade como uma das premissas da ordem econômica).

DA FUNÇÃO SOCIAL DO TERRENO

NO ESTATUTO DA TERRA, LEI nº 4.504 de 1964, art. 2º, §1º e


suas alíneas (estabelece condicionantes para que a propriedade
da terra desempenhe integralmente a sua função social).
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I - INTRODUÇÃO
NA CF: Art. 186. Aponta os requisitos para que haja função social
DA PROPRIEDADE seja cumprida, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos
em lei.

I - aproveitamento racional e adequado;


II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e
preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
DA FUNÇÃO SOCIAL DO TERRENO
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos
trabalhadores.
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PSICOTRÓPICAS - PRESUNÇÃO DA CULPA

I - INTRODUÇÃO
NO ESTATUTO DA TERRA, LEI nº 4.504 de 1964, art. 2º, §1º e suas alíneas

DA PROPRIEDADE (estabelece condicionantes para que a propriedade da terra desempenhe


integralmente a sua função social).

Art. 2° É assegurada a todos a oportunidade de acesso à propriedade da terra, condicionada


pela sua função social, na forma prevista nesta Lei.
§ 1° A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função social quando,
simultaneamente:
a) favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela labutam, assim
como de suas famílias;
DA FUNÇÃO SOCIAL DO TERRENO b) mantém níveis satisfatórios de produtividade;
c) assegura a conservação dos recursos naturais;
d) observa as disposições legais que regulam as justas relações de trabalho entre os que a
possuem e a cultivem.
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II - DESENVOLVIMENTO

DESAPROPRIAÇÃO X EXPROPRIAÇÃO

CONFISCO SANÇÃO
C/ INDENIZAÇÃO S/ INDENIZAÇÃO
SEM CRIME RESP. P . CRIME
INDEPENDE DE CULPA CULPABILIDADE
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II - DESENVOLVIMENTO
O QUE É EXPROPRIAÇÃO?

Art 234 CF/88. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País


onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a
exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e
destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem
qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções
previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
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II - DESENVOLVIMENTO
O QUE É EXPROPRIAÇÃO?

Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em


decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração
de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com
destinação específica, na forma da lei.
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II - DESENVOLVIMENTO
QUANTO À LEGALIDADE DA EXPROPRIAÇÃO:

LEI Nº 8257, DE 26 DE NOVEMBRO DE 1991 DECRETO Nº 577, DE 24 DE JUNHO DE 1992

- LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA  COMPETÊNCIAS


 CONCEITOS  PRAZOS
 PRINCÍPIOS  PROCESSOS
 PENALIDADES  RECURSOS
 CONDIÇÕES
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II - DESENVOLVIMENTO
DECISÃO DO STF – Informativo 587 de maio de 2010

TRF-5 / RE 543.974 - RESPONSABILIZAÇÃO

Concluiu que a responsabilidade do proprietário, embora subjetiva, é bastante próxima da objetiva. Dessa forma,
a função social da propriedade impõe ao proprietário o dever de zelar pelo uso lícito de seu terreno, ainda que não
esteja na posse direta. Entretanto, esse dever não é ilimitado, e somente se pode exigir do proprietário que evite o
ilícito quando evitá-lo esteja razoavelmente ao seu alcance. Ou seja, o proprietário pode afastar sua
responsabilidade se demonstrar que não incorreu em culpa, que foi esbulhado ou até enganado por possuidor ou
detentor. Nessas hipóteses, tem o ônus de demonstrar que não incorreu em culpa, ainda que “in vigilando” ou “in
elegendo”. Segundo o relator, em caso de condomínio, havendo boa-fé de apenas alguns dos proprietários, a sanção
deve ser aplicada e ao proprietário inocente cabe buscar reparação dos demais.
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II - DESENVOLVIMENTO
DECISÃO DO STF – Informativo 587 de maio de 2010

TRF-5 / RE 635.336 – RECLASSIFICAÇÃO DE GLEBA

Salientou que o instituto previsto no art. 243 da CF não é verdadeira espécie de desapropriação, mas
uma penalidade imposta ao proprietário que praticou a atividade ilícita de cultivar plantas
psicotrópicas, sem autorização prévia do órgão sanitário do Ministério da Saúde. Portanto, a
expropriação é espécie de confisco constitucional e tem caráter sancionatório.
Ou seja: O que antes se entendia pela expropriação da parte do terreno, ficou decidido quanto à
totalidade, quando o proprietário não conseguir excluir a responsabilidade, seja subjetiva ou objetiva.
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II - DESENVOLVIMENTO
DECISÃO DO STF – Informativo 587 de maio de 2010

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. EXPROPRIAÇÃO DE GLEBAS. CULTIVO ILEGAL DE


PLANTAS PSICOTRÓPICAS (MACONHA). ART. 243, DA CF/88. LEI Nº 8257/91. DECRETO
577/92. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO PROPRIETÁRIO.

A expropriação prevista no art. 243 da CF pode ser afastada, desde que o proprietário comprove
que não incorreu em culpa, ainda que “in vigilando” ou “in elegendo”. Com essa orientação, o
Plenário negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a natureza jurídica da
responsabilidade do proprietário de terras nas quais localizada cultura ilegal de plantas
psicotrópicas.
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II - DESENVOLVIMENTO
DECISÃO DO STF – Informativo 587 de maio de 2010

Prevaleceu o entendimento do ministro Gilmar Mendes (relator). Asseverou que


a redação dada ao art. 243 pela Emenda Constitucional 81/2014, além de incluir
a exploração de trabalho escravo como nova hipótese de cabimento do confisco,
suprimiu a previsão de que a expropriação seria imediata e inseriu a
observância dos direitos fundamentais previstos no art. 5º, no que couber.
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II - DESENVOLVIMENTO
O ministro Edson Fachin deixou consignado seu
entendimento no sentido de ser objetiva a
responsabilidade para fins de expropriação nos
termos do art. 243 da Constituição.

O ministro Roberto Barroso entendeu se estar diante


de boa solução que afastaria a responsabilidade
puramente objetiva.
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II - DESENVOLVIMENTO
O ministro Teori Zavascki afirmou não ser compatível com
as garantias constitucionais, inclusive com as garantias do
art. 5º, um sistema sancionador fundado em
responsabilidade objetiva pura e simplesmente e que, no art.
243 da Constituição, há hipótese típica de

presunção “juris tantum” da presença do elemento


subjetivo de dolo ou culpa do proprietário, presunção que,
todavia, admitiria prova em contrário do interessado. Nesse
mesmo sentido pronunciou-se a ministra Rosa Weber.
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II - DESENVOLVIMENTO
O ministro Marco Aurélio afirmou que, haja
vista se ter uma norma a encerrar uma sanção
patrimonial, uma expropriação, o critério a
prevalecer, de início, não seria subjetivo, como
ocorre no direito penal, mas objetivo, sendo
possível, no caso, de qualquer
forma, cogitar do elemento subjetivo que é a culpa, por ser ínsito à
propriedade a vigilância pelo titular.
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III - CONCLUSÃO
“O Estado que não dá a segurança necessária, nem fiscaliza de forma eficaz a ação de grupos
violentos é o mesmo Estado que desapropria, sem indenização, terras de pequenas famílias, de
proprietários de boa fé, fomentando injustiças das mais gravíssimas, quando, na verdade, a finalidade
da lei é clara: punir aquele que tem o dolo e culpa no cultivo dos psicotrópicos.”
“Decisões que violem a razoabilidade caracterizam-se como ilegais e ilegítimas. Diante de uma
interpretação razoável, a responsabilidade subjetiva é a melhor alternativa, com o escopo de garantir o
direito de propriedade e penalizar o criminoso ou o proprietário que anui pelo crime em comento.”
Clarissa Pereira Borges

BORGES, Clarissa Pereira . O dolo ou culpa na desapropriação confiscatória:: uma interpretação à luz da razoabilidade. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19 , n. 3972, 17 mai. 2014 . Disponível em: https://jus.com.br/artigos/28540. Acesso em: 18
set. 2022.

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