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A IMPORTÂNCIA DO

COMPORTAMENTO VERBAL
NO ATENDIMENTO CLÍNICO
Paulo Henrique B. do Carmo
Especialização em Psicoterapia
Comportamental e Cognitiva
phbc@oi.com.br
Uma introdução
 Verbal Behavior (1957)

 Pela 1ª vez: contingência de três termos como


a unidade de análise do operante.

 Modelo de seleção pelas consequências-


extrapolação para o estudo do comportamento
humano
Uma introdução
 Representa um choque entre a posição
estruturalista (significado do falado a partir de
uma sintaxe) e a funcionalista (significado pela
análise das condições em que a fala ocorre)

 Para Skinner (1957): o ser humano, na maioria


do tempo, age apenas indiretamente sobre o
ambiente. Seu primeiro efeito é sobre outros
homens.
Exemplo clássico de Skinner
 Um homem sedento, ao invés de se dirigir a
uma fonte de água diretamente, pode pedir um
copo d´água a alguém.

 A consequência (receber o copo d´água) não


compartilha nenhuma relação mecânica, física,
com o comportamento de origem (fazer o
pedido)
Conceito e características
 “Comportamento verbal é aquele que é
reforçado através da mediação de outras
pessoas” (Skinner, 1957, p.2)

 “Episódio verbal”: deve haver um falante e um


ouvinte (situação de terapia).

 Caráter relacional (uma relação social)


Conceito e características
 É um tipo de comportamento operante

 Portanto, está sob controle de reforço,


extinção, discriminação, punição, entre outros.
Conceito e características
 Noção de significado: relação funcional entre a
resposta verbal e a contingência em que ela está
inserida.

 As palavras não possuem significado


independente de sua função comportamental

(Córdova, 2007)
“Dizer que as palavras têm significados distintos
é apenas outra maneira de dizer que são
controlados por variáveis distintas”
(Skinner, 1969, p.156).
Mudança de Contexto e Significado

Um jovem turista, ao passar em uma loja da


cidade de Roma resolveu comprar um par de
luvas, que seriam enviadas para sua namorada.
Na pressa de embrulhar, a moça da loja cometeu
um engano trocando as luvas por uma calcinha.
O jovem, não notando a troca, remeteu-a com a
seguinte carta:
Roma, 17 de maio de 1997.
Querida,
Sabendo que dia 12 próximo é o dia dos namorados,
resolvi te mandar este presentinho, embora sabendo
que você não usa, pois quando estávamos juntos,
nunca te vi usando.Não sei se você vai gostar da cor
e do modelo, mas a moça da loja experimentou e
ficou ótima. Um pouco larga na frente, mas ela disse
que era para a mão entrar melhor e os dedos se
movimentarem mais à vontade.
Uma dica: Depois de usá-la, vire-a do avesso e
coloque um pouco de talco para evitar o mau
cheiro.
Espero que goste, pois vai cobrir aquilo que irei
te pedir um dia e proteger aonde colocarei
aquilo que você tanto deseja.
Um abraço e um beijo no lugar onde irá usá-la.

Efeitos do contexto da calcinha e da luva?


Contexto de Literalidade:
As palavras passam a significar mais do
que são, ou seja, palavras. Passam então a
promover a emissão de comportamentos
desvinculados de suas consequências, isso
pela relação de equivalência estabelecida
com outros estímulos , verbais ou não
(Hayes & Hayes, 1989; Sidman & Tailby,
1982, apud Hayes e Wilson , 1994).
Relações de Equivalência
A “bolo”

B BOLO C

A – oral Relações diretamente treinadas


B – figura Relações emergentes simetria e
transitividade
C – palavra
impressa
“Comportamento verbal” ou
“linguagem”?
 Linguagem: tradicionalmente entendido como
uma propriedade, algo que alguém possua;
posição estruturalista.

 Comp. Verbal: modelado e mantido por


consequências mediadas; posição funcionalista;
análise funcional→exame das contingências
mantidas pela comunidade verbal e busca dos
determinantes nas interações falante-ouvinte.
(Matos, 1991)
Análise funcional do Comp. verbal
 Que condições posso criar, como terapeuta,
para que aumentem a probabilidade de um
determinado comp. verbal emergir?
 Em que condições determinados conteúdos
verbais ocorrem e em que condições eles não
ocorrem?
 Que relações há entre o comp. verbal de meu
cliente e seus gestos, suas ações, seus comp.
não-verbais?
(Hübner, 2006)
Comportamento verbal e
clínica
Audiência
 Controla o repertório comportamental a ser
utilizado e o tema do episódio verbal

 Importante para o terapeuta (T) estabelecer o


vínculo e para substituir histórias de controle
aversivo.
(Medeiros, 2002)
Audiência
 O cliente (C) representa uma audiência para o
comportamento verbal do T

 T precisa estar sensível ao C (observar seu


vestuário, sua aparência, suas gírias,
maneirismos, vocabulário)

(Medeiros, 2002)
Audiência
 O T está provando para o C que o está
escutando, o que é fundamental para o
estabelecimento do vínculo e para o
restabelecimento do repertório verbal do C
suprimido pela extinção e pela punição

 A relação terapêutica tem sua assimetria


reduzida.
(Medeiros, 2002)
Audiência não punitiva
 Importante para a mudança terapêutica
 Consequências da punição sobre o comp. verbal:
supressão do comportamento de relatar e também
de auto-observar-s (autoconhecimento); e/ou
compotamento verbal manipulativo
 A audiência não punitiva pode restabelecer o
comportamento verbal suprimido pela punição.
 Vínculo terapêutico
(Medeiros, 2002)
Parênteses Conceitual
Categorias de Comp. Verbal
(Operantes verbais)
 Analisa as relações que podem se estabelecer
entre as condições antecedentes, as
consequências e as respostas verbais

 Descreve oito categorias

 Skinner usa critérios funcionais, noutras


estruturais, e em outras mistos
(Matos, 1991)
Categorias de Comp. Verbal
(Operantes verbais)
 São multidimensionais
 Sd: envolvem palavras escritas, faladas,
objetos ou eventos, pessoas
 Conseq.: ação de pessoas, mudanças no
ambiente
 Categorias ajudam a pensar no comp. verbal
funcionalmente
(Matos, 1991)
Categorias de Comp. Verbal
(Relações verbais elementares)
 ECÓICO
Sd: sonoros, em geral palavras ditas
R: vocal
Conseq.: social
Supõe um grau de identidade estrutural
(correspondência ponto-a-ponto) entre as
características acústicas do antecedente e da R.
Ex: Tendo alguém dito a palavra cavalo, o emitente
diz a palavra cavalo.
COPIAR (Transcritivo)
Sd: visuais, em geral palavras escritas
R: motora
Conseq.: social
Supõe uma identidade estrutural (quase
simbólica, portanto funcional) entre Sd e R.
Ex: Tendo alguém escrito à mão a palavra
cavalo, o emitente escreve, à máquina, a
palavra cavalo.
TOMAR DITADO e TEXTUAL
Sd: sonoros, em geral palavras ditas (DITADO) e
escritos, o texto (TEXTUAL)
R: motora (DITADO) e vocal, a leitura (TEXTUAL)
Conseq.: social
Supõe uma identidade funcional entre Sd e R.

Ex: Tendo alguém dito a palavra cavalo, o emitente


escreve a palavra cavalo (DITADO) e tendo uma
palavra escrita bode, o emitente fala bode
(TEXTUAL)
TOMAR DITADO, COPIAR E
ECÓICO E TEXTUAL
Funções
 Importante para o processo de aquisição da
linguagem
 Início do desenvolvimento de repertório
discriminado
 Envolve relações estruturais e simbólicas
 Socialização
DEFINIÇÃO DE TACTO

“Um tacto pode ser definido como um


operante verbal no qual uma resposta de uma
dada forma é evocada (ou pelo menos
fortalecida) por um objeto ou evento”
(Skinner,1957.p.81-82)
O OPERANTE TACTO
 Descrição do ambiente.
 A resposta do ouvinte ao tacto: a história de
contingências.
 Tacto estendido: extensões genéricas;
metafórica;
 Sob controle de estímulos privados.
TACTO

“Há dois importantes tipos de estímulos


controladores que são usualmente não-verbais: a
audiência e todo o ambiente físico, ou seja, o
mundo das coisas e eventos sobre os quais o
falante fala sobre. O comportamento verbal sob
o controle de tais estímulos é tão importante que
é frequentemente tratado com exclusividade no
estudo da linguagem e teorias do significado.”
( Skinner, 1957.p.81)
TACTO
“A frequência com a qual o ouvinte se
engaja em uma ação efetiva em resposta ao
comportamento na forma de Tacto vai
depender da extensão e acurácia do controle
de estímulo no comportamento do falante...
a “ crença” do ouvinte na honestidade do
falante etc...” ( p.88.)
Tactos e controle de estímulos

 “...quando falamos sobre tatear, estamos


apenas falando sobre o controle do estímulo,
sobre como ele se insere no comportamento
verbal....”
( Catania, 1999, p.261 )
TACTOS AUTO-DESCRITIVOS
 “O comportamento verbal auto-descritivo é de
interesse especial por muitas razões. Apenas através
da aquisição de tal comportamento o falante torna-se
“consciente” do que ele está fazendo ou dizendo e
porquê…”( p.139 ).
EXTENSÕES DO TACTO

 “Controle de estímulos não é, de nenhuma


forma, preciso. Se uma resposta é reforçada
numa dada ocasião ou classe de ocasiões,
qualquer aspecto dessa ocasião ou que seja
comum àquela classe parece ganhar alguma
medida de controle” (p.91)
EXTENSÃO METAFÓRICA
“Contudo, não podemos ter certeza de que uma
resposta é ou não um exemplo de extensão
metafórica a menos que conheçamos a história do
falante.” (p.94) “As expressões metafóricas de um
dado falante ou escritor refletem os tipos de
estímulos que mais frequentemente controlam seu
comportamento.”
“Quando uma situação simplesmente evoca tactos
não estendidos, o comportamento nos diz algo sobre
a situação, mas muito pouco sobre o falante, mas as
respostas metafóricas foram adquiridas sob outras
circunstâncias, sobre as quais inferências podem,
portanto, serem feitas.” (p.95)
EXTENSÃO METAFÓRICA
 “No exemplo Julieta é o sol não é possível que uma
similaridade física tenha sido estabelecida. Apenas para
Romeu Julieta brilha... A extensão metafórica deve ter
sido mediada por, digamos, uma resposta emocional
que tanto o sol como Julieta evocaram nele.”
 “Metáfora, assim definida, está próxima do “símbolo”
Freudiano.” (p.97).
 “ O comportamento verbal seria muito menos efetivo se
as extensões metafóricas não fossem posssíveis…
podem fazer surgir respostas emocionais…”(p.97 )
Exemplo de extensão metafórica

 Condições de estímulos conspícuas:


 “Soda limonada é como pés formigando”:
pés formigando/soda: estimulação

 “ Meu pai é uma tenda”


tenda/pai: sensação agradável da cessação
de estimulação aversiva
MANDO
SD: Eventos encobertos ligados a estados
emocionais, de privação e/ou aversiva.

R: vocal ou motora (palavras ditas, escritas,


gestos)

SR: social e relacionada a mudanças nos estados


privados do emitente.
“A grosso modo, o mando permite que o
ouvinte infira algo sobre a condição do
falante, a despeito das circunstâncias
externas, enquanto o tacto permite inferir algo
sobre as circunstâncias, a despeito da
condição do falante.” (Skinner,1957.p.83)
COMO ANALISAR?
 1) Dizer “Silêncio” (ou fazer o gesto) diante de
barulho produzido por alguém
 Pergunta: as condições antecedentes são do
tipo operação estabelecedora ou estímulo
discriminativo?
 Se há operação estabelecedora: MANDO
 Se há uma Sd não-verbal ou verbal: pode ser
alguma das demais relações
TATO: Importância na terapia
 Ajudar o C a emitir tatos (por instrução,
modelação, modelagem)

 Não apenas descrever, mas relacionar os


comportamentos com outros termos da
contingência (relações funcionais)→ provável
aumento nas chances de generalização dos
resultados e aumento da independência do C.
Falando em Tatos...

 Linguagem metafórica

 Lapsos verbais
Tatos Distorcidos e suas implicações
 É uma forma de contracontrole verbal ao
controle aversivo.

 Audiência não punitiva como uma alternativa


para o terapeuta lidar com tatos distorcidos
Tatos distorcidos e suas implicações
 Podem ocorrer na terapia se o T usar
reforçadores arbitrários para fazer com que o
C siga suas regras fora do consultório
 Intervenção alternativa: modelar o
comportamento do cliente que ocorre dentro
da sessão utilizando reforçadores naturais
 Perguntar ao C quais foram as consequencias
para o seguimento da regra
Mandos disfarçados e suas
implicações
 Possuem topografia de tato, mas estão sob
controle de reforçadores específicos a serem
oferecidos pelo ouvinte (Skinner, 1957/1978)

 São mantidos porque mesmo não tendo tanta


chance de serem reforçados, têm menor
probabilidade de serem punidos (soam como
meros comentários) (Medeiros, 2002).
Mandos disfarçados
 Ex: “Ah, eu tenho uma festa pra ir hoje mas não
tenho uma saia que combine com esta blusa”
 “Tenho me achado tão gorda e feia, acho que
não vou nunca conseguir que alguém goste de
mim”
 “Mas não adianta nada a gente conversar sobre
isso, a gente não vai casar mesmo”
(Medeiros, 2002)
Mandos disfarçados e suas
implicações
 História de controle aversivo: mandos
disfarçados muito frequentes, substituindo
mandos diretos.

 Ouvintes podem começar a punir o emitente


pelo seu caráter manipulativo.

(Medeiros, 2002)
Mandos distorcidos
 Variação dos mandos disfarçados.

 Possui forma de mando mas está sob controle


de outra operação estabelecedora que não a
especificada na resposta verbal.

(Medeiros, 2002)
Mandos distorcidos
 Ex: “Oi, posso passar aí na sua casa hoje à
noite pra você me ajudar em química?” (a
pessoa não tem dificuldade em química).

 “Você pode me dar uma carona até a minha


casa?” (Que fica a um quarteirão).
INTRAVERBAL
 É uma relação arbitrária entre uma resposta verbal
e o estímulo verbal que o ocasiona (Skinner, 1957)
 A variável controladora é o próprio
comportamento verbal anterior do emitente
(também pode ser de uma outra pessoa) e é
mantido pelo controle social
 O próprio comp. verbal se transforma em estímulo,
controlando emissões verbais posteriores
INTRAVERBAL
 Consiste em conectar elementos verbais de
modo correspondente às conexões culturais ou
físicas (não há correspondência ponto-a-ponto
ou formal)
 Ex: “pires” e “xícara”
“relâmpago” e “trovão”
“Tudo bem?” e “Tudo”.
COMO ANALISAR?
 3) Escrever “5” diante da frase escrita “3+2=__”,
dizer “mamíferos” diante das palavras faladas
“baleia e gato”.
 SD é um estímulo discriminativo verbal (escrita,
falada, gestualizada)
 Há correspondência ponto-a-ponto entre o
estímulo verbal e a resposta verbal?
 Aqui, falta essa correspondência:
INTRAVERBAL
Intraverbais e suas implicações
 Utilização de regras e conseq. arbitrárias pelo
T: o C pode passar a intraverbalizar as regras

 C pode dizer o que o T quer ouvir

 T: reforço diferencial de descrição de regras


pelo C, argumentando com exemplos próprios
da vida dele.
AUTOCLÍTICOS
 Falante como um agente.
 Arranjos especiais de respostas ao: direcionar /
organizar / avaliar/ selecionar.
 Tacto do nosso próprio comportamento verbal.
Autoclíticos que indicam a força da resposta:
“Eu acho”, “Eu estimo”.
 Autoclíticos que descrevem a relação entre a resposta e
outro comportamento verbal do falante ou do ouvinte ou
de outras circunstâncias nas quais o comportamento é
emitido: “Eu concordo / confesso / admito / infiro /
deduzo...”
 Autoclíticos que descrevem a condição emocional ou
motivacional do falante, mas para afetar o ouvinte não
tanto quanto às informações que os acompanham, mas
para enfatizar sua relação pessoal com o falante: “Fico
feliz em dizer que... / preciso lhe dizer / detesto dizer /)
 “Função fática” – “E aí?”, “Alô” / para começar
conversas – “Bem...”
AUTOCLÍTICOS AUTO-
DESCRITIVO
 Indicam as fontes controladoras das
respostas vebais que os acompanham

 “Eu disse que...”


 “Eu estou dizendo que...”
 “Eu vou dizer...”
 “Eu acho que...”
 “Eu prometo...”
 “Eu garanto...”
 Tornam o efeito (sobre o ouvinte) mais preciso.
 Podem indicar as condições motivacionais ou
emocionais do falante
 “Estou feliz em dizer que...”
 “Discordo de você sobre...”

“ O falante pode “conhecer (“saber”) o que


ele está dizendo no sentido em que ele
“conhece” alguma parte ou aspecto do
ambiente.Uma parte de seu comportamento
(“o conhecido”) serve como uma variável
no controle de outras partes (“conhecer”)
(Skinner,1957,p.312)
 Essas partes são especialmente arranjadas
numa frase quando alguém diz algo.
 Essas partes tornam-se variáveis
controladoras das partes que as companham.

“O termo autoclítico é empregado para


sugerir comportamento que é baseado em ou
depende de outro comportamento verbal.”
(Skinner, 1957, p.315)
Implicações do autoclítico...
 T tem acesso a informações sobre a probabilidade dos
comp. do C. EX: Ufff, vou ver se eu vou conseguir fazer
o que me sugeriu.
 T tem acesso a regras que podem estar controlando mais
ou menos o comp. do C. EX: “Tenho certeza que as
pessoas ficam pensando mal de mim” ou “Acho que as
pessoas podem pensar mal de mim”
 T pode minimizar a função aversiva de uma descrição de
contingência. EX: “Acho que você acaba se colocando
como vítima nessa relação” ou “Você se faz de vítima na
relação com ele”
Momento reflexão
 Afinal, temos acesso à história e aos eventos privados
ou ao relato sobre eles?

 Como pensar em mudar contingências na terapia


somente por meio da mudança no comportamento
verbal (relatos)?

 Talvez seja tempo de examinar novamente a função


dos eventos privados e a natureza da “causalidade”.
Identifique as categorias verbais
dos trechos sublinhados
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Obrigado!

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