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COMO DAR

MÁS
NOTÍCIAS?

Dra. Ana Izabel Lima


Perguntas que não calam:
1) A “ má notícia é má para quem ” ?

Para a equipe de saúde?


Para a família?
Para o paciente?

2) A “ má notícia ” pode ser boa?


MÁS NOTÍCIAS:

• Informar o diagnóstico de uma doença incurável

• Piora irreversível do quadro

• Comunicar a morte para os familiares


“Não, não, a morte não é algo
que nos espera no fim. É a
companheira silenciosa que
fala com voz branda, sem
querer nos aterrorizar, dizendo
sempre a verdade e nos
convidando à sabedoria de
viver”.
Rubem Alves – O médico
É Comum...

MITO DA MÚTUA PROTEÇÃO ou CONLUIO DO SILÊNCIO:


•Familiares e paciente vivem cada qual sua solidão. A comunicação clara é
facilitadora do processo de luto (prevenção para luto não complicado)

•Medos comuns do médico ao noticiar uma doença cujo prognóstico é


reservado:
O paciente não agüentar (deprimir)
O paciente perder a esperança
O paciente não aderir ao tratamento.
Porém, estudos mostram que:

“receber boas informações (honestas, claras, compassivas) é um


desejo universal dos pacientes em estado avançado da doença.”
(PAES, 2009).

E quando o paciente não quer saber sobre sua condição de saúde?


Torna-se necessário identificar alguém próximo ou um familiar que
possa receber estas informações e ser o interlocutor.
O que uma comunicação adequada facilita?
• Conhecer problemas, anseios, temores e expectativas do paciente e
familiares.

•Facilitar o alívio de sintomas de modo eficaz (“dor total”).

•Respeitar e reforçar a autonomia do paciente.

•Dar tempo e oferecer oportunidades para a resolução de conflitos


pendentes.

•FAZER COM QUE A SOLIDÃO NÃO SEJA TÃO GRANDE.


Protocolo SPIKES
Estratégias facilitadoras para a comunicação de notícias difíceis:
ETAPAS ESTRATÉGIAS
Prepare-se para comunicar Escolha o local, de preferência onde haja
acomodações para sentar
Cuide da privacidade
Reserve tempo para a conversa

Descubra o quanto o paciente sabe, o Utilize perguntas abertas: o que você sabe sobre sua
doença? O que você teme sobre sua condição?
quanto quer saber ou agüenta saber
Atente aos sinais não-verbais do paciente durante as
respostas
Identifique sinais de ansiedade extrema ou
sofrimento exacerbado, avaliando as condições
emocionais do paciente

Compartilhe a informação Informe com tom de voz suave, porém firme,


utilizando vocabulário adequado à compreensão do
outro
Seja claro e faça pausas para que o paciente tenha
oportunidade de falar
Valide a compreensão, fazendo perguntas curtas
Utilize o toque afetivo e a proximidade física
Verbalize compaixão e solidariedade ao sofrimento
do outro
Acolha os sentimentos Permaneça junto do paciente
Permita e estimule a expressão de sentimentos (de
modo verbal e/ou não verbal)
Verbalize disponibilidade para ouvi-lo

Planeje o segmento Fale concisamente sobre sintomas, possibilidades de


tratamento e prognósticos
Estabeleça, junto com o paciente, metas a curto e
médio prazos e ações para atingi-las
Verbalize a disponibilidade para o cuidado e o não-
abandono
Deixe claro como e onde encontrá-lo, se necessário

Fonte: PAES, 2009

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