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EPIDEMIOLOGIA

EPIDEMIOLOGIA
epi=sobre +
demos=povo +
logos=estudo
Conceitos de Epidemiologia
 MACMAHON & PUGH, 1970 - a epidemiologia é o
estudo da distribuição e dos determinantes da
freqüência de doenças no homem.

 SUSSER, 1973 - Estudo da distribuição e dos


determinantes da saúde em populações
humanas.

 LAST, 1988 - Estudo da distribuição e dos


determinantes de estados ou eventos
relacionados à saúde em populações específicas,
e sua aplicação no controle de problema de
saúde.
Conceitos de Epidemiologia

FORATTINI, 1992 - é o ramo do estudo científico


que tem por objeto os eventos concernentes à
saúde e à qualidade de vida na comunidade, em
seus aspectos causais, condições determinantes e
de distribuição, objetivando aplicar os
conhecimentos para a solução dos problemas a ela
relacionados.

LILIENFELD, 1994 - estudo dos padrões de


ocorrências de doenças nas populações humanas e
dos fatores que influenciam estes padrões.
Conceitos de Epidemiologia
ROUQUAYROL, 1994 - é a ciência que estuda o
processo saúde-doença em coletividades humanas,
analisando a distribuição e os fatores determinantes
das enfermidades, danos à saúde e eventos
associados à saúde coletiva, propondo medidas
específicas de prevenção, controle, ou erradicação de
doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de
suporte ao planejamento, administração e avaliação
das ações de saúde.

PEREIRA, 1995 - ramo das ciências da saúde que


estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e
os fatores determinantes dos eventos relacionados
com a saúde.
EPIDEMIOLOGIA

DISTRIBUIÇÃO DETERMINANTES

FREQÜÊNCIA
EPIDEMIOLOGIA
Identificar os problemas da
população é essencial tanto
para o planejamento das
estratégias em saúde como
para a execução
Epidemiologia

Nível primário de interesse – o indivíduo –


mas o objetivo final da epidemiologia é
melhorar o perfil de saúde das populações.

Populações são necessárias para fazer


inferências sobre a relação entre
determinados fatores e a ocorrência de
doenças.
GRÉCIA ANTIGA

DEUS ASCLÉPIOS

PANACÉIA HIGÉIA
Panacéia
padroeira da medicina
curativa, realizada
por meio de
manobras,
encantamentos,
preces e uso de
pharmakon

Ainda hoje se fala da “panacéia


universal” para designar poder curativo
Higéia
apregoava a saúde como
resultante da harmonia
dos homens e dos
ambientes, e buscava
promovê-la por meio de
ações preventivas ,
mantendo o equilíbrio
entre os elementos
fundamentais
(terra, ar, fogo e água)
HISTÓRICO
Hipócrates - séc. V a.C.
Não atribuía causas de doença e de saúde aos deuses, a
espíritos ou à magia, mas à ação de componentes do
meio e aos comportamentos das pessoas, que os
mediavam.

Uma parte importante dos seus achados provieram


de verdadeiras observações «ecológicas», em
que identificou contrastes geográficos, sazonais e éticos
relacionados à saúde.
HISTÓRICO
Londres, 1662 – John Graunt publicou “The Nature
and Political Observations Made Upon the Bills of
Mortality” – analisou nascimentos e óbitos semanais e
quantificou o padrão de doença na população
londrina.
•Diferença entre sexos
•Diferenças na distribuição urbano-rural
•Elevada mortalidade infantil
•Variações sazonais
HISTÓRICO
JOHN GRAUNT realizou estimativas da população e
elaborou uma tabela de mortalidade.
Considerado o fundador da bioestatística e um dos
precursores da EPIDEMIOLOGIA
Reconhecimento do valor dos dados
coletados rotineiramente = BASE DA
EPIDEMIOLOGIA MODERNA
HISTÓRICO
William Farr em 1839 criou um registro anual de
mortalidade e morbidade para Inglaterra e País
de Gales, coletando dados de total população e analisando dados
específicos (ex: solteiros, casados, ocupações, estações).

Definiu populações de risco, escolheu grupos controles para tais


observações, considerou o ambiente, exposições e marca uma
instituição precoce dos sistemas de informação em saúde.
HISTÓRICO
Edwin Chadwick - 1842 escreveu “As condições
sanitárias da população trabalhadora da Grã-Bretanha”
Advogado, ele impressionou o Parlamento, que em 1848
promulgou lei (Public Health Act) criando uma Diretoria Geral
de Saúde, encarregada, principalmente, de propor medidas
de saúde pública - início oficial da saúde pública na Grã-
Bretanha.
HISTÓRICO
O húngaro Ignaz Philipp Semmelweis (1818-1865).
HISTÓRICO
John Snow em 1855 formulou e testou
hipóteses sobre a origem da cólera em Londres
a partir de dados coletados rotineiramente sobre
a população e mortalidade durante 2 décadas.

Utilizou uma abordagem epidemiológica


moderna – causa X efeito com ênfase também
nas explicações alternativas para seus achados.
HISTÓRICO
DESCREVE O COMPORTAMENTO DA CÓLERA

• SEQUÊNCIA LÓGICA
• FREQÜÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO (TEMPO, ESPAÇO E PESSOA)
COM O OBJETIVO DE ELABORAR HIPÓTESES CAUSAIS.
•DESCRIÇÃO RICA E GENIAL DO DESENVOLVIMENTO DA
EPIDEMIA
• DEMONSTRA O CARÁTER TRANSMISSÍVEL DA CÓLERA
(TEORIA DO CONTÁGIO) DÉCADAS ANTES DAS DESCOBERTAS
DOS MICROORGANISMOS
HISTÓRICO
TEORIA DO CONTÁGIO

“..... DOENÇAS TRANSMITIDAS DE PESSOA


A PESSOA SÃO CAUSADAS POR ALGUMA
COISA QUE PASSA DOS ENFERMOS PARA OS
SÃOE E QUE POSSUI A PROPRIEDADE DE
AUMENTAR E SE MULTIPLICAR NOS
ORGANISMOS DOS QUE POR ELA SÃO
ATACADOS......”
HISTÓRICO
John Snow - mortes por cólera em distritos
de Londres supridos por duas
companhias de água, 1854

Companhia População Mortes por Mortalidadade


1851 cólera /1000
Southwark 167654 844 8

Lamberth 19133 18 0,9


HISTÓRICO
Século XIX – doenças infecciosas como varíola,
difteria, febre tifóide e tuberculose.

Mudanças nas condições de vida e o


desenvolvimento científico elevaram a
expectativa de vida – crescimento no índice de
doenças crônico-degenerativas (doenças
cardíacas, câncer)
FASE CONTEMPORÂNEA
• MALFORMAÇÕES CONGÊNITAS X RUBÉOLA NA GRAVIDEZ
• LEUCEMIA NA INFÂNCIA X EXPOSIÇÃO À RX NA
GESTAÇÃO
• HÁBITO DE FUMAR X CÂNCER DE PULMÃO
• MORTALIDADE INFANTIL X CLASSE SOCIAL

A EPIDEMIOLOGIA É O EIXO DA SAÚDE PÚBLICA


EPIDEMIOLOGIA E SAÚDE
PÚBLICA

 DESCREVER O ESPECTRO CLÍNICO DA DOENÇA E


SUA HISTÓRIA NATURAL
 IDENTIFICAR FATORES DE RISCO DE UMA
DOENÇA E GRUPOS DE MAIOR RISCO
 AVALIAR O QUANTO OS SERVIÇOS DE SAÚDE
RESPONDEM ÀS NECESSIDADES DA POPULAÇÃO
 TESTAR A EFICÁCIA, A EFETIVIDADE E O
IMPACTO DE ESTRATÉGIAS DE INTERVENÇÃO
DELINEAMENTO DE PESQUISAS
CLÍNICO- EPIDEMIOLÓGICAS

DESCRITIVOS
São estudos onde não se investiga uma relação de causa
e efeito. Utiliza médias, percentuais, proporções e
indicadores como prevalência, incidência, taxas.
Exemplos: Inquéritos, Censos, Levantamentos.

ANALÍTICOS
Os desenhos analíticos tentam investigar uma relação de
causa e efeito. Servem para investigar fatores de risco,
causas ou efeitos de algum fenômeno ou fatores que
influenciam algum resultado.
Exemplos: Experimental; Transversal (ou seccional);
Coorte e caso-controle.
ESTUOS OBSERVACIONAIS

Não interfere no andamento do fenômeno,


analisam dados coletados.
 Estudos de coorte ou longitudinais
 Estudos caso-controle
 Estudos transversais ou de prevalência
 Estudos ecológicos (descritivos)
ESTUDOS DE COORTE

Um grupo com características em comum é


observado com a finalidade de registrar casos ao
longo do tempo.
ESTUDOS DE COORTE

Avaliar o consumo de alcool na gravidez e o baixo


peso de RN.
RN com baixo
peso

A GESTANTES ETILISTAS
M RN com peso
O normal
S
T
R RN com baixo
A peso
GESTANTES NÃO
ETILISTAS
RN com peso
População- gestantes etilistas e normal
não etilistas
ESTUDOS DE COORTE

Avaliar a relação entre o hábito de fumar e câncer


de pulmão.
c/ câncer de
pulmão

A FUMANTES
M s/ câncer de
O pulmão
S
T
R c/ câncer de
A pulmão
NÃO FUMANTES

s/ câncer de
População- fumantes e não pulmão
fumantes
ESTUDO CASO-CONTROLE

Avaliação de dois grupos de


pessoas selecionadas a partir da
presença (caso) ou ausência
(controle) de determinado evento,
na busca de fatores que possam
ter influenciado a ocorrência do
evento.
ESTUDO CASO-CONTROLE

Fumante
P Hipertensos
o
(caso)
p
u Não fumante
l
a
ç Fumante
ã Não hipertensos
o (controle)
Não fumante
TRANSVERSAIS

Estudo que determina a freqüência de ocorrência


de doença ou outros eventos em um grupo ou
população.
TRANSVERSAIS
ESTUDO ECOLÓGICO (DESCRITIVO)

As variáveis medidas representam


características da população
estudada.

Exemplos: coeficiente de mortalidade,


proporção de fumantes, média da
pressão arterial sistólica.
ESTUDO ECOLÓGICO (DESCRITIVO)
ESTUDOS EXPERIMENTAIS

 Estudos in vitro
 Estudos em animais
 Ensaios clínicos
prevalência
X
incidência
Índices

Um índice deve possuir as seguintes


características: (Striffler et al, 1983)
clareza e objetividade
validez
confiabilidade
sensibilidade
aceitabilidade
Confiabilidade das Medições

Assegurar confiabilidade requer:


críterios de diagnóstico bem definidos
examinadores treinados
condições de exame favoráveis
consistência intra-examinador
consistência inter-examinadores
Amostragem
Os princípios mais importantes
da base da amostragem são:
A amostra deve representar a população na
qual estamos interessados.
Todos dentro da população do estudo devem
ter chances iguais de serem selecionados
Número suficiente de indivíduos incluídos para
formulação de conclusões corretas
EPIDEMIA
Designa o aparecimento súbito de
uma doença infecciosa que se
propaga durante um determinado
período de tempo por uma
determinada zona geográfica,
afetando um número significativo de
pessoas.
PANDEMIA
Quando a epidemia adquire grandes dimensões e
ultrapassa fronteiras de países ou até continentes
inteiros.
ENDEMIA - designa uma determinada doença
presente de forma persistente e permanente
numa zona geográfica, afetando um número
considerável dos seus habitantes.

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