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Doença de Wilson

Conceito: Também chamada de Degeneração Hepatolenticular, é uma causa tratavel de


parkinsonismo, distonia, tremor e outros distúrbios do movimento, causada pelo acumulo de
cobre no fígado e outros tecidos, incluindo o cerebro. Em 85% dos casos existe baixos níveis de
ceruloplasmina no sangue. O defeito da enzima leva a incapacidade de excretar cobre pela
bile, levando ao seu acumulo.

Epidemiologia:
-Prevalencia de 1/100.000

Genética:
-Cromossomo 13 – mais de 100 mutações envolvidas na enzima ATPase transportadora de
cobre do tipo-P

Clinica:
-Doença hepática na infância (cirrose até falência hepática fulminante) associada a acumulo
progressivo de cobre
-Após cirrose, inicia-se deposição extra-hepatica do cobre (cerebro, olhos, rins)
-Anemia hemolítica, hiperesplenismo, falência renal
-Sintomas neurológicos iniciam na adolescência/adulto jovem: parkinsonismo, tremor cinético
e postural (classicamente proximal de grande amplitude em “batida de asas”), ataxia,coréia,
titubação, convulsão, disartria, distonia (1/3), distúrbios psiquiatricos
-Expressão fixa e sialoréia
-Anéis de Kayser-Fleischer ao exame de lâmpada de fenda

Imagem:
-Hipodensidade no estriado, coliculo superior e hiperssinal em tegmento mesencefálico
(exceto núcleo rubro) e substancia negra pars reticulata lateral, aspecto de “face de panda”
em T2

Tratamento:
Quelantes do cobre (D-Penicilamina, Trientina)
Neurodegeneração com acumulo de
ferro cerebral (NBIAs)

Conceito: síndrome neurodegenerativa rara por acumulo de ferro cerebral, levando a


síndrome parkinsoniana, distonia,declínio cognitivo e outros déficits neurológicos. Engloba
várias outras síndromes dentro do espectro fenotípico, com diferenças a nível molecular.

Tipos:
PKAN/Sindrome de Hallervorden-Spatz/ Neurodegeneração associada a patotenato-
kinase:
-Mais comum entre as NBIAS
-Associada ao gene PANK2, levando a mutação no gene codificador da pantotenato-kinase 2
no cromossomo 20
-Autossomica recessiva

-Evolução rápida quando iniciada na primeira década de vida(forma clássica), evolução lenta
quanto iniciada na 2ª ou 3ª decadas (forma atípica, apresenta também distúrbio de fala e
psiquiátrico associado)
-Distonia, disartria, coreoatetose, rigidez (98%)
-Retinopatia (68%)
-Deficit cognitivo (29%)
-Piramidalismo (25%) -> espasticidade, hiperreflexia,reflexos patológicos,

Imagem: Sinal do “olho do tigre” – hiperssinal no globo pálido em T2 (acumulo de


ferro) com entornos de hipossinal
 INAD (Distrofia neuroaxonal infantil)

 MPAN (Neurodegeneração associada a proteína de membrana mitocondrial) –


mutação no C19ORF12 – deposição de ferro em globo pálido e subst. Negra

 HARP (Degeneração palidal)

 BPAN (Neurodegeneração associada a proteína beta-hélice) – Gene WDR45,


halo de hiperintensidade em T1 ao redor da substancia negra. Causa regressão
psicomotora seguida de encefalopatia estática na infância, subseqüente distonia
de inicio abrupto ou outros movimentos anormais tardio (inicio da idade adulta)

 FAHN (Neurodegeneração associada a acido graxo hidroxilase) – Gene FA2H

 Sindrome de Kufor-Rakeb - autossômica recessiva no gene ATP13A2, causa


espasmos distonicos oculogiros e mini-mioclonia de face-dedos

 Neuroferritinopatia - autossômico-dominante, ferritina sérica pode ser baixa em


alguns casos. Deposição de ferro generalizada, incluindo globo pálido, córtex,
caudado, putamen. Apresenta-se de inicio no adulto

 Sd. Woodhouse-Sakati (autossômico recessivo, síndrome extrapiramidal com


distonia, disatria, déficit cognitivo, alterações endócrinas como DM,
hipogonadismo e alopecia)

 Aceruloplasminemia - autossômica recessiva, levando a deficiência de


ceruloplasmina, DM, parkinsonismo, coreia, ataxia e demência. Inicio no adulto

Tratamento:
Sintomáticos apenas (levodopa e anticolinérgicos p/ parkinsonismo)
Quelantes de ferro e antioxidantes não possuem eficácia

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