Você está na página 1de 18

TRATO GATROINTESTINAL II

Fatores reguladores da função motora do intestino: O uso de caldo de ameixa preta, devido à presença do
(Chemin) ácido deiidroxifenilisatin, pode ter uma ação benéfica na
- volume do conteúdo intestinal; constipação. (Dan)
- temperatura dos alimentos;
- atividade somática; Fibra e resíduo:
- composição química dos alimentos  destaque celulose
(faz estímulo mecânico, aumentando a secreção intestinal Fibra é definida como a porção do alimento que se
e o volume intestinal, absorvendo líquidos e aumentando o origina amplamente das paredes da célula vegetal e que
conteúdo intestinal, ou o estímulo químico com resposta não é prontamente digerida pelas enzimas no TGI.
neuromuscular).
Recomendação diária de fibras:
As mudanças dietéticas nos distúrbios intestinais são  Dan  25 a 35 g/dia, ou o correspondente a 10g de
elaboradas para aliviar os sintomas, corrigir as deficiências fibras para cada 1000 kcal.
nutricionais e, quando possível, dar tratamento à causa  Chemin (2011)  20 a 35g/dia de fibras (ADA)
primária da doença. O tratamento envolve tanto a lesão
primária da mucosa intestinal e às condições secundárias O resíduo se refere à quantidade de massa fecal
que surgem como conseqüência. remanescente após os processos de ingestão e secreção
GI, absorção de fermentação GI.
Constipação Os componentes principais do resíduo fecal são:
Conceito (Chemin 2011): bactérias e água, os quais constituem 60-80% do peso das
fezes. O conteúdo restante inclui fibra dietética, células
Segundo Chemin (2011), de acordo com o Comitê de mucosas descamadas, muco e quantidades variáveis de
Roma, para poder ser considerado constipado, um amidos não absorvidos.
paciente deve preencher dois ou mais dos seguintes
critérios: (Dan) Atenção! Casos especiais de constipação:
- dificuldade em 25% das defecações
- sensação de evacuação incompleta após 25% ou mais  Pacientes com obstipação decorrente de megacólon
das defecações chagásico, em fases avançadas da doença, não
- fezes duras ou caprinas em 25% ou mais da evacuações respondem positivamente ao acréscimo de fibras à
- menos de 3 evacuações semanais alimentação, podendo favorecer a formação de
fecalomas.
Causas da constipação: Recomendação: Dieta de resíduo mínimo + alimentos
laxativos (caldo de ameixa preta).
As causas mais comuns de constipação em indivíduos
completamente saudáveis incluem:
-ausência repetida de resposta ao estímulo de Hemorróidas
defecar,
- insuficiência de fibra na dieta, O esforço evacuatórios decorrente da expulsão de
- ingestão insuficiente de líquido, fezes duras predispõe ao prolapso muco-hemorroidário e
- inatividade e ao sangramento. Encontramos hemorróidas internas e
- uso crônico de laxantes. externas. Podem ser sintomáticas e assintomáticas,
- tensão nervosa hemorrágicas e não hemorrágicas.

Tratamento Outros fatores desencadeantes que devem ser


valorizados além da constipação intestinal são: o abuso de
Inclusão na rotina diária pessoal, de: laxativos, em especial os catárticos, a diarréia crônica, a
- fibra dietética adequada, gravidez, pelo aumento da pressão intra-abdominal, ou a
- líquidos adequados associação à posição ortostática do ser humano.
- exercício e
- atenção ao estímulo de defecar. O tratamento consiste em banho de assento, calor
úmido, compressas, medicação emoliente de fezes SOS,
Os efeitos primários das fibras da dieta sobre a função supositórios, cirurgia SOS.
intestinal se relacionam a capacidade de reter água e
aumento da massa microbionana, a qual presumivelmente Orientação dietética:
leva à fezes maiores, mais macias e seu efeito de - dieta rica em fibras (20 a 30g) e líquidos; além
distensão do cólon distal e reto, o qual aumenta o estímulo de supressão de bebidas alcoólicas, pimentas e
de defecar e a velocidade do trânsito colônico (Figura 1). condimentos, pela ação irritante nas mucosas. Nos
pacientes com constipação devem ser acrescentados
auxiliares da evacuação como mucilagem, metilcelulose,
sene e semente de plantago. (Chemin, 2011)

1
dieta, tornando-se semelhante ao da população em geral
após 05 anos de tratamento adequado.
Doença Celíaca ou Enteropatia Sensível ao
Glúten ou Espru não-tropical Fisiopatologia

É causada por uma reação às proteínas do glúten. As A doença primariamente afeta a mucosa das porções
proteínas deletérias do glúten, responsáveis pela lesão na proximal e média do intestino delgado, mas os segmentos
mucosa são a gliadina (trigo), a hordeína (cevada), a mais distais também podem estar envolvidos.
secalina (centeio) e avidina (aveia), sendo a gliadina o
componente mais estudado. A resposta inflamatória auto-imune leva à atrofia dos
vilos, má absorção e desnutrição, além de hiperplasia das
As gliadinas apresentam as frações alfa, beta, gama e criptas e aumento da celularidade. (Dan, 2009) As células
ômega, sendo a ALFAGLIADINA o fator protéico tóxico. plasmáticas e linfócitos aumentados prejudicam a
(Dan, 2009) A gliadina e gluteninas do trigo são ricas em absorção de nutrientes. (Dan, 2009)
prolina e glutamina que são potentes ativadores da
resposta imunológica na doença celíaca. (Dan, 2009). A atrofia e o achatamento das vilosidades afetam
gravemente, a área disponível para absorção de
Epidemiologia nutrientes. Além disso, as células das vilosidades se
tornam deficientes nas dissacaridases e peptidases
Há um predomínio da doença em indivíduos de raça necessárias para digestão e também nos carreadores
branca e no sexo feminino. necessários para transporte de nutrientes para a corrente
sangüínea. A liberação diminuída de colecistoquinina
Cerca de 8 a 13% dos pacientes adultos com diminui as secreções da vesícula biliar e pancreática e
doença celíaca irão desenvolver alguma doença maligna, contribui ainda mais para a má absorção. Na figura A
sendo as mais freqüentes o linfoma intestinal não-Hodgkin, observamos uma mucosa intestinal normal e na figura B
carcinoma de esôfago e carcinoma de orofaringe. O risco uma mucosa atrofiada.
reduz de modo importante com a exclusão do glúten da

A B

Mucosa intestinal normal (A) e atrofiada (B)

Diagnóstico da Doença Celíaca:  Potencial ou Latente: Sorologia positiva, mas com


biopsia intestinal normal, mesmo com dieta contendo
O diagnóstico de doença celíaca é feito por uma glúten.
combinação de avaliações clínicas, laboratoriais e
histológicas, porém a biópsia de intestino delgado é o Segundo Chemin, o quadro clínico apresenta a tríade
ponto final (padrão ouro) do diagnóstico. dominante clássica constituída por diarréia, perda de peso
e astenia.
É realizada uma biópsia inicial (no duodeno, jejuno ou
íleo) enquanto o paciente está com uma dieta com glúten. Os sintomas mais comuns nas crianças de 06 meses
Em seguida é obtida a remissão com a retirada da gliadina. a 03 anos de idade são: diarréia, esteatorréia, atraso de
Os anticorpos circulantes como anticorpo crescimento e puberdade, apatia, pouco ganho de peso,
antitransglutaminase tecidual e antiendomísio e peptídio vômito e distensão abdominal.
gliadina desaminada e seu subseqüente desaparecimento
com dieta sem glúten adiciona força ao diagnóstico Os adultos podem experimentar perda de peso,
apesar de apetite aumentado, dor abdominal, diarreia,
Manifestações clínicas: fraqueza e fadiga ou eles podem se apresentar com
sintomas extra-intestinais como artralgia, anemia
Segundo Dan (2009), A DC pode ser classificada em (principalmente por deficiência de ferro), osteopenia,
clássica, atípica, silenciosa e latente. infertilidade e aborto recorrente ou espontâneo, síndrome
do intestino irritável, neuropatia periferia, estomatite
 Clássica: Sintomas de má-absorção GI após exposição recorrente e outras formas de doença auto-imune.
ao glúten da dieta – diarréia ou esteatorréia, perda de
peso, dor e distensão abdominal e deficiências As pessoas com dermatite herpetiforme, um distúrbio
nutricionais. Se manifesta entre 6 e 24 meses de idade. de pele papulovascular com prurido, mostram sensibilidade
 Não – Clássica ou atípica: Pouco ou nenhum sintoma intestinal à gliadina: 60% também possuem atrofia vilosa
GI (sem diarréia). Predomínio das manifestações grave do intestino delgado. A manifestação cutânea
extraintestinais. Surge mais tardiamente. Os únicos também responde a uma dieta sem glúten.
indícios podem ser a baixa estatura ou anemia.
 Silenciosa: Pacientes assintomáticos, mas com Na tabela abaixo podemos observar as manifestações
sorologia e biopsia positivas para a DC. extra-intestinais de doença celíaca.

2
Manifestações extra-intestinais da doença celíaca e suas possíveis causas
Órgão Manifestação Causa provável
Hematopoiético Anemia Deficiência de folato, ferro, vitamina B12
Hemorragia, púrpura Hipoprotrombinemia, geralmente devido a má absorção de vitamina K
Esquelético Osteomalácia Absorção prejudicada de vitamina D
Osteoporose, dor óssea Formação de sabões de cálcio insolúveis por ácidos graxos no lúmen
Osteopenia, fraturas intestinal levando ao transporte e absorção de cálcio defeituosas
Hipolasia de esmalte dentário
Muscular Parestesias, Câimbras Depleção de cálcio ou magnésio devido à absorção precária
musculares, tetania, fraqueza Hipocalemia devido a perdas a potássio
Neurológico Neuropatia periférica Deficiências de vitaminas tais como tiamina e vitamina B12

Endócrino Hiperpartireoidismo 2° Má absorção de cálcio e vitamina D causando hipocalcemia


Hipopituitarismo 2° Desnutrição devido à má absorção
Insuficiência adrenocortical Hipopituitarismo
Hiperceratose folicular Deficiência de vitamina A
Petéquias e equimoses Hipoprotrombinemia

Tratamento da Doença Celíaca Outras suplementações de nutrientes específicas


podem ser necessárias de acordo com as seqüelas
Dentro de 02 a 08 semanas do início de uma dieta nutricionais relacionadas na tabela 6.
sem glúten, a maioria dos pacientes relata que os sintomas
clínicos desaparecem. Os pacientes que continuam com má absorção devem
receber um suplemento de vitaminas e minerais para
A retirada da gliadina (e das outras proteínas) atingir a RDA. Se houver má absorção o TCM pode auxiliar
geralmente reverte o processo e a mucosa intestinal volta a fornecer calorias.
ao normal, entretanto alguns pacientes podem necessitar
de meses até anos de dieta para a recuperação máxima. A Doenças Inflamatórias Intestinais (DII)
gliadina deve ser evitada por toda a vida. Nesta dieta, trigo,
centeio, aveia e cevada são excluídos.
As duas principais DIIs são a doença de Crohn (DC) e
a retocolite ulcerativa inespecífica (RCUI). São de
Pode-se utilizar milho, batata, arroz, soja, tapioca,
evolução crônica, caracterizadas por períodos de atividade
amaranto, quinoa, painço, araruta, polvilho doce e azedo,
e/ou complicações, intercalados com fases de aparente
sagu, mandioca, fécula de batata, fubá, farinha de milho,
acalmia, possuem respostas terapêuticas semelhantes,
amido de milho e canjica e trigo sarraceno (é assim
mesmo que, fisiopatologicamente devam ser consideradas
conhecido, mas não pertence a família do trigo comum e
doenças diferentes.
não possui glúten).
A predisposição genética e o fenômeno auto-imune
A ausência de sintomas após consumir gliadina (e as
estão presentes, sendo também influenciadas por fatores
outras proteínas) não necessariamente significa que as
ambientais (possivelmente a dieta e interações virais e
vilosidades não estão danificadas. A condição precipitante
bacterianas com células intestinais). Nas DIIs os
continua a existir e a gliadina causa alterações mucosas
mecanismos reguladores da resposta imune são
dentro de horas. Entretanto os sintomas podem levar 02
defeituosos ou os fatores que estimulam a resposta
até 08 semanas ou mais para reaparecer.
imunológica e a fase aguda são intensificados, levando a
fibrose e destruição tecidual.
Foi observado que adultos que iniciam e param a dieta
sem gliadina várias vezes podem atingir um estado no qual
A DC e a RCUI compartilham algumas características
não respondem mais à dieta. Em casos não tratados, a
clínicas, por exemplo, as intolerâncias alimentares,
resposta exagerada imune e inflamatória eventualmente
diarréia, febre, perda de peso, desnutrição (principalmente
resulta em lesão suficiente da mucosa intestinal, a ponto
na DC), deficiência de crescimento e manifestações extra-
de comprometer as funções secretoras, digestivas e
intestinais (artrítica, dermatológica e hepática) ocorrem em
absortivas normais, especialmente no intestino delgado
ambas doenças. Em ambas o risco de doença maligna é
proximal.
aumentado com doença de longa duração. As duas
doenças, entretanto, possuem características diferentes
Recentemente, a necessidade de se restringir aveia
em termos de genética, apresentação clínica e tratamento
na dieta de pessoas com doença celíaca e dermatite
que podem ser observadas na tabela 7.
herpetiforme tem sido desafiada, sendo que as
manifestações clínicas e GI de sensibilidade ao glúten não
Epidemiologia: (Chemin, 2011)
parecem recorrer em avaliação de ingestão de aveia que
durem de 06 meses a 05 anos ou mais. Porém, ainda
- As DIIs são mais comuns em parentes de 1º grau:
reluta-se quando a esta indicação e são necessários mais
exposição aos mesmos fatores ambientais ou pela
estudos. As organizações celíacas da América do Norte
presença de fatores genéticos comuns.
não recomendam a ingestão de aveia.
- As DIIs são mais incidentes em países com alto
poder sócio-econômico  relação com dieta, hábito de
A intolerância à lactose ocorre algumas vezes
fumar e outras questões ainda não definidas. O aumento
secundariamente à doença celíaca e necessita de
da higiene pessoal e a conseqüente redução da exposição
terapêutica apropriada. Normalmente após a dieta sem
do sistema imune do intestino a micróbios durante a
gliadina a lactase volta a níveis normais e a intolerância a
infância podem ser identificados como um denominador
lactose desaparece.
comum para estes fatores que, posteriormente, resultam
em resposta imune alterada, ou seja, em uma DII.

3
Etipatogenia: (Chemin, 2011)  O sangramento retal ou diarréia com sangue são
comuns (e maiores que a DC)
- Há alterações quantitativa e qualitativas na
microbiota intestinal de pacientes com DIIs. Também Na doença grave ou no risco aumentado de câncer, é
ocorre aumento de bactérias anaeróbias com redução de recomendada a remoção completa do cólon, com a criação
bifidobactérias e lactobacillus. de uma ileostomia ou bolsa ileal. (Veremos a descrição
destes procedimentos cirúrgicos mais adiante, ainda neste
Doença de Crohn (DC) capítulo)
.
A incidência de doença de Crohn vem aumentando Tratamento Clínico das DIIs
nos últimos anos por motivos não determinados. Acomete
mais a raça branca, sem preferência por sexo. O fator Os objetivos do tratamento das DIIs são induzir e
genético parece ter papel mais importante na DC que na manter a remissão e o estado nutricional.
RCU.
O tratamento das manifestações GI primárias parece
Embora possa acometer qualquer faixa etária a DC corrigir a maioria das características extra-intestinais da
predomina em pessoas jovens, com pico de incidência doença também. As medicações utilizadas são os
entre 10 e 40 anos de idade, porém, 15% das pessoas têm corticosteróides, os agentes anti-inflamatórios
mais de 60 anos ao diagnóstico, caracterizando um (aminossalicilatos), agentes imunossupressores e
segundo pico de incidência, menos evidente, entre 60-80 antibióticos (metronidazol).
anos, configurando uma apresentação bimodal.
Um novo agente terapêutico que vem sendo
As características particularmente importantes da DC utilizado principalmente da DC é o infliximab que é um anti
incluem: TNF-, sendo assim, inativa uma das citocinas pró-
 Pode envolver qualquer parte do TGI, da boca ao inflamatórias primárias. Ele é normalmente utilizado nos
ânus. O intestino delgado, particularmente o íleo terminal casos mais graves de doença de Crohn e no tratamento de
estão envolvidos; fístulas, mas ainda não se mostrou eficaz na colite
 Inflamação segmentar – áreas sadias intercaladas ulcerativa
com áreas inflamadas;
 Envolvimento transmural da parede levando à Cuidado Nutricional nas DIIs
complicações como fístulas, ulceração, abscessos,
espessamento submucoso, estenoses (Figura abaixo) e A dieta e a nutrição desempenham um papel
obstruções parciais do trânsito. importante no tratamento de exacerbações e sintomas das
DIIs.

Os principais objetivos da terapia nutricional são:


- recuperar e/ou manter o estado nutricional,
- manter o crescimento em crianças,
- fornecer aporte adequado de nutrientes,
- contribuir para o alívio dos sintomas,
- proporcionar recursos nutricionais adequados para
facilitar a cicatrização das lesões
- garantir suporte nutricional no pré e pós-operatório de
pacientes com indicações cirúrgicas
- utilizar dietas que diminuam a atividade de doença
Estenose na doença de Crohn (Chemin, 2011)
- aumentar o tempo de remissão da doença (Chemin,2011)
As cirurgias podem ser necessárias para reparar - reduzir as indicações cirúrgicas (Chemin, 2011)
estreitamento ou remover porções do intestino quando o
tratamento clínico falha. A cirurgia não cura a doença, Ainda não está claro se os fatores dietéticos
apenas trata as complicações. contribuem para exacerbar a doença, mas certamente
podem agravar os sintomas.

Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI) Segundo Chemin (2011), na literatura recomenda-se o


uso de dietas de exclusão, especialmente para pacientes
A RCUI acomete igualmente ambos os sexos, e ao que estão constantemente com a doença em atividade. A
contrário da DC, a RCU apresenta dois picos de dieta de exclusão consiste em identificar e excluir
incidência: um primeiro no adulto jovem, entre 15 e 35 alimentos que afetam a atividade da doença ou exacerba
anos, e um segundo entre os 60 e 70 anos, sendo que a os sintomas, promovendo menos surtos de ativação da
doença no idoso caracteriza-se por um quadro mais leve. doença do que a dieta normal, aumento da albumina sérica
e diminuição da velocidade de hemossedimentação (VHS).
Ao que parece a nicotina e o hábito de fumar exerce
efeito protetor na RCUI e precipitante na DC, mas não A DII pelo seu envolvimento do TGI e seus efeitos
explicações definitivas para este mecanismo até o sobre a ingestão alimentar é comum estar associada a
momento. deficiência nutricional, podendo esta variar desde
alterações discretas nos níveis de oligoelementos até
As características particularmente importantes da estados óbvios de desnutrição severa, com grande perda
RCUI são: de peso (Chemin, 2011)
 A doença envolve apenas o cólon e sempre se
estende a partir do reto; Na tabela abaixo podemos observar os principais
 A inflamação é limitada a camada mucosa; problemas nutricionais associados às DIIs.
 A doença contínua é característica ao contrário da DC;
4
Principais problemas nutricionais nas DIIs
1. Anemias relacionadas à perda de sangue e pouca
ingestão alimentar. (Na DC – por deficiência de ferro, folato A desnutrição, por si só, compromete a função
e vitamina B12, na RCU-deficiência de ferro) digestiva e absortiva (redução da secreção de enzimas
2. Estreitamento GI que levam ao inchaço, náusea, pancreáticas e diminuição da atividade enzimática na
crescimento bacteriano excessivo e diarréia. borda em escova das células da mucosa intestinal) e pode
3. Inflamação e ressecções cirúrgicas resultando em aumentar a permeabilidade do TGI a agentes inflamatórios
diarréia e má absorção de sais biliares, micronutrientes e potenciais.
macronutrientes.
4. Secreções GI aumentadas com inflamações e trânsito Á desnutrição aguda observada durante os surtos de
aumentados. atividade de doença tem como principais manifestações
5. Dor abdominal, anorexia, náusea, vômito, inchaço e clínicas  perda de peso, anemia e hipoalbuminemia.
diarréia. (Chemin, 2011)
6. Aversões alimentares, ansiedade e medo de comer
relacionado a experiências com os sintomas citados no Segundo Chemin (2011), pacientes com DII
item 5. (especialmente de DC) têm um risco maior de fratura
7. Interações de droga-nutriente. óssea consequente a redução do conteúdo mineral ósseo.
Corticóides (diminui absorção de cálcio e estimula perda Constituem fatores de risco para a osteoporose nesses
de proteínas) pacientes o uso de corticoides, baixo peso, má-absorção
Sulfassalazina (inibe a absorção folato e é irritante de cálcio e vitaminas lipossolúveis e o próprio processo
gástrico) inflamatório.
Colestiramina – retentor de sais biliares (diminui a
absorção de gorduras e vitaminas lipossolúveis) Resumo das recomendações nutricionais na fase
8. Alergias alimentares verdadeiras e percebidas aguda das DIIs.
9. Aumento das necessidades nutricionais  febre,
infecção, formação de abscesso e fístula e atividade da
doença Cuidado Nutricional na Fase Aguda das DIIs (Dieta de
resíduo mínimo)
10. Restrições alimentares, ambas iatrogênicas e auto-
impostas.
11. Falha de crescimento, perda de peso, deficiências de
micronutrientes e desnutrição protéico-calórica.

Característica da dieta Recomendação


Valor energético total Chemin (2011) – 35-40 kcal/kg/dia

Proteínas Chemin (2011)- 1 a 1,5 g (até 02g para desnutridos)/kg peso ideal/dia

Lipídios Hipolipídica (< 20% das calorias totais), uma vez que podem piorar a diarréia (defic. sais biliares)
Carboidratos Normoglicídica
Isenta de lactose (níveis de lactase diminuídos pela diarréia)
Controle de mono e dissacarídeos para evitar soluções hiperosmolares que possam aumentar a diarréia
Rica em fibras solúveis (atuam na formação de AGCC) e pobre em fibras insolúveis.
Antifermentativa Evitar alimentos formadores de gases - brócolis, couve-flor, repolho, nabo, cebola crua, pimentão verde,
rabanete, pepino, batata doce, grãos de leguminosas, frutos do mar, melão, abacate, melancia, ovo cozido ou
frito quando consumido inteiro, semente oleoginosas, bebidas gasosas, excessos de açúcar e doces
concentrados.
Vitaminas e minerais Estimula-se a suplementação devido às restrições alimentares
A reposição de zinco e vitamina C tem importância para o sistema imune, estimulando a proliferação de
linfócitos T

Volume Diminuído
Fracionamento Aumentado

Hoje, o uso de pré e próbióticos é considerado


plausível porque eles têm o papel de alterar a microflora GI
Os probióticos alteram a flora e a resposta imune a melhoram a atividade clínica da doença e previnem as
nível intestinal. Segundo Chemin (2011) eles atuariam recidivas das DIIs. (Chemin, 2011).
como coadjuvantes na terapia de manutenção,
aumentando seu período tanto na DC quanto na RCU. A modificação das dietas orais e enterais com ácidos
graxos ômega 3 (que tem efeito anti-inflamatório),
Os probióticos produzem efeito benéfico na aminoácidos específicos (glutamina) e anti-oxidantes e o
imunidade intestinal, produzem AGCC, amenizam a uso de fibras fermentáveis são estratégias terapêuticas
intolerância à lactose, controlam a diarréia aguda, junto com os outros tratamentos. A tabela abaixo mostra
os efeitos propostos para alguns destes nutrientes.

5
Efeitos de nutrientes específicos
Nutrientes Funções
Glutamina Fonte de energia para células de replicação rápida (enterócitos, linfócitos, fibroblastos), auxilia
manutenção barreira mucosa nas DIIs
Arginina e Ativadores potentes de células polimorfonucleares e células T (melhor resposta imune)
glutamina
Ác. graxo ômega 3 – RCUI melhora da inflamação (3-5g/dia) - Chemin (2011)
Fibras solúveis São fermentadas pelas bactérias que produzem AGCC que fornecem 4,4 kcal/g, importante
fonte E no cólon
Chemin (2011) – menor frequencia de evacuações com sangue em pacientes com RCU em
atividade com a utilização de enema de butirato por via retal. Uso de fibra mostrou ser útil na
remissão em RCU

Terapia Nutricional nas DIIs como um sinal de alergia, mas eles podem, na verdade,
ser um sinal de permeabilidade aumentada, ao invés de
A dieta enteral deve ser utilizada quando os pacientes uma alergia GI local.
não conseguem atingir adequadamente suas
necessidades por via oral. Existem divergências sobre a Cuidado Nutricional na remissão das DIIs segundo
fórmula mais adequada para nutrição de pacientes com Chemin (2011)  a dieta deve ser o mais liberal possível
DII. Sugere-se que o uso de fórmulas elementares pode na remissão da doença.
ser mais vantajoso do que as fórmulas poliméricas, já que
promove repouso intestinal mais completo e menores As ressecções intestinais exigem atenção à terapia
cargas bacteriana e antigênica protéica, mas isso não é nutricional dependendo da área e da extensão da
consenso. ressecção.

Atualmente, existe a teoria de que o uso de dieta


enteral pode auxiliar a indução da remissão da doença. Ressecções do Intestino Delgado
Porém, no uso de dieta enteral há demora de 4 a 8
semanas para que os efeitos clínicos sejam observados.
As complicações e os distúrbios nutricionais e
Segundo Chemin (2011), as hipóteses em relação ao
metabólicos dependem da região ressecada e de sua
mecanismo de ação incluem: alteração na flora microbiana
extensão.
intestinal, eliminação de ingestão de antígenos dietéticos,
diminuição da síntese intestinal dos mediadores Chemin:
inflamatórios pela redução da gordura dietética, reposição
 O pós-op. implica em jejum, com a utilização de
nutricional global e administração de micronutrientes
sondas de descompressão até detecção da presença
importantes ao intestino doente.
de ruídos hidroaéreos, quando inicia-se a via oral, se
não houver nenhum impedimento;
Hoje, sabe-se que “descanso intestinal” com NPT não
 A cirurgia pode levar a  dos níveis de lactase,
é necessário para atingir a remissão e a NE é o meio
comprometendo a digestão da lactose  evitar
preferido de suporte nutricional e pode resultar em sucesso
produtos lácteos em geral, nos primeiros dias de
de maior indução de remissão que a NPT. Porém, a NPT
alimentação. A tolerância posterior depende de cada
pode ser necessária para restaurar a nutrição em
indivíduo e é melhor ao iogurte que ao leite de vaca;
pacientes com obstruções, fístulas, doença grave
 Quando a ressecção ocorre no intestino delgado, o
clinicamente de difícil controle e frente a ressecções GI.
íleo é capaz de assumir as funções do jejuno, mas a
Segundo Chemin (2011), na prática, contudo, alguns
recíproca não é verdadeira;
pacientes não conseguem tolerar a nutrição enteral, sendo
 Um fator importantíssimo para o prognóstico e
recomendado, nestes casos, o tratamento com a nutrição
conduta nutricional é levar em conta o tamanho da
parenteral.
ressecção intestinal, o que pode-se estabelecer:
As dietas elementares são praticamente totalmente
o Até 50% do intestino ressecado  geralmente é
absorvidas no duodeno e jejuno proximal e podem ser
bem tolerado, pois a capacidade absortiva é
eficazes no fechamento de fístulas distais. As fístulas de
recuperada com o processo de adaptação;
estômago e jejuno podem receber dieta a montante por
o 50-75% do intestino ressecado  serão
sonda ou jejunostomia. É importante o acompanhamento
necessárias modificações dietéticas específicas,
do débito para verificar a eficácia da NE, se não pode
geralmente há indicação de nutrição parenteral no
introduzir-se a NPT.
pós-operatório imediato (curto período) para manter
o balanço de nutrientes e fluídos, a suplementação
Os pacientes com DIIs tem maior probabilidade no
de vitaminas e minerais também pode ser
desenvolvimento de alergias alimentares. A confirmação
necessária e o nível sérico destes minerais também
das reações GI alérgicas verdadeiras aos alimentos é um
deve ser acompanhado, podendo haver
processo difícil. O paciente deve desejar consumir uma
necessidade de farmacoterapia para auxiliar o
dieta de aminoácidos ou uma dieta muito rígida composta
controle da diarréia, especialmente durante a fase
de apenas 3 ou 4 alimentos com adição de cada um dos
de adaptação;
alimentos suspeitos de cada vez. O alergeno é identificado
o Mais de 75% do intestino ressecado  há
com base nos sintomas subjetivos e objetivos relacionados
necessidade de nutrição parenteral (cuja
à adição e eliminação repetidas de alimento. Os anticorpos
dependência será determinada pela capacidade
circulantes às proteínas alimentares têm sido considerados
adaptativa do intestino remanescente) e a terapia
nutricional é muito específica, bem como a
farmacoterapia, que deve levar em conta não só o

6
controle da diarréia, como também a reposição de  A desidratação relativa e a urina concentrada podem 
nutrientes, cuja absorção não é satisfatória. o risco de formação de cálculos.
 Os cálculos biliares de colesterol podem acontecer
com maior freqüência, pois a proporção de ácido biliar,
Ressecção Duodenal: (Dan) fosfolipídeo e colesterol nas secreções biliares está
alterada, resultado das ressecções ileais.
 Pode-se verificar a intolerância a lactose e sacarose,
 Não produz maiores conseqüências se a ressecção devido a deficiências de dissacaridases na mucosa
for da 1ª e/ou 2ª porção e for mantido o canal bíleo- intestinal, porém, caso o paciente tolere podem ser usadas
pancreático. em pequenas doses.
 A absorção de ferro, ácidos graxos e cálcio são,  Chemin  Cirurgias onde o íleo remanescente é
então, compensados pelo jejuno. menor que 100 cm, implicarão em reposição intramuscular
de vitamina B12 e dieta hipolipídica. Recomenda-se o uso
de TCM (gordura de coco – 80% TCM e industrializado).
Como TCM não fornece AGE, verificar absorção, para
avaliar reposição endovenosa.

Tratamento nos Pacientes submetidos a


Ressecção Intestinal

As medicações são prescritas para retardar o


esvaziamento gástrico,  as secreções intestinais, tornar
mais lenta a motilidade GI e tratar o crescimento
bacteriano excessivo.
Anatomia duodenal
A maioria dos pacientes com ressecção intestinal
importante necessita de NPT inicialmente e a duração
Ressecção Jejunal: (Dan) desta até sua evolução para NE, depende da extensão da
ressecção ileal, do estado de saúde do paciente e na
 Pode haver prejuízo na absorção de açúcares, ácidos condição do TGI remanescente. Alguns pacientes podem
graxos, proteínas, vitaminas hidrossolúveis, cloretos e necessitar usar NPT para suplementação por toda a vida.
potássio, eventualmente o duodeno ou íleo poderão
compensar esta absorção sem haver prejuízos Quanto a NE, deve-se: 1) iniciar o mais precoce
nutricionais. possível e; 2)  a concentração e o volume da dieta
 Esta ressecção pode levar ao aparecimento de gradualmente. As dietas em regime contínuo de infusão
intolerância a lactose, dada à atividade desta e de outras são mais bem toleradas.
dissacaridases neste local.
 A passagem do alimento no jejuno exerce influência Os alimentos estimulam a adaptação e a melhora do
nas secreções exócrinas pancreáticas e biliares (estímulo TGI, diminuindo a má absorção e podem ser melhoradas
a secreção de secretina e colescitoquinina) o que, na com a suplementação de glutamina (combustível
ausência deste, pode causar  na absorção de nutrientes e energético para enterócitos) e AGCC produzidos pela
tempo de trânsito intestinal acelerado. fermentação bacteriana colônica (combustível energético
para colonócitos).
Ressecção Ileal: (Dan)
A dieta oral deve ser oferecida com pequeno volume e
 Se for do íleo distal terá conseqüências importantes, fracionada, evitando-se fibras (principalmente insolúveis),
pois ele é o único local da absorção do complexo vitamina lactose, grandes quantidades de doces e cafeína e
B12/fator intrínseco e sais biliares além que o íleo absorve gorduras (usar TCM). Um suplemento de vitaminas e
quantidades importantes de líquidos e fluídos ingeridos / minerais pode ser necessário para atingi-se as
secretados; necessidades e devido às perdas de vitaminas
 Ocorre trânsito rápido de conteúdos intestinais e lipossolúveis e de cálcio, zinco e magnésio podem ser
existe área absortiva diminuída; necessárias quantidades extras destes nutrientes. A
 Se o íleo remanescente ao for capaz de reciclar os consistência inicial da dieta oral pode ser líquida e
sais biliares secretados no TGI, a produção hepática não alimentos sólidos podem ser gradualmente introduzidos,
pode manter o pool adequado para emulsificação de individualmente.
lipídeos.
 A lipase gástrica e a pancreática podem digerir alguns Doenças do Intestino Grosso
triglicerídeos, mas sem a formação de micelas estes não
podem ser adequadamente absorvidos.
 A má absorção de gordura leva a má absorção de
vitaminas lipossolúveis A, D e E. Câncer de cólon
 Os ácidos graxos mal absorvidos formam “sabões” de
cálcio, zinco e magnésio o que resulta também na má
absorção destes nutrientes.  Este tipo de câncer é típico de civilizações
 Conseqüentemente à formação destes “sabões”, há industrializadas;
um  da absorção colônica de oxalato que normalmente
está ligado aos cátios Ca, ZN e Mg levando a hiperoxalúria  Fatores de risco e protetores:
e cálculos de oxalato renal.
 Ocorre a formação de ácidos graxos hidroxi por Fatores de risco alimentares  dieta pobre em fibras e rica
bactérias colônicas a partir de gordura mal absorvida e em gordura, alto consumo de carne vermelha e álcool.
resultar em absorção diminuída de fluídos e eletrólitos; (Chemin).

7
Fatores protetores alimentares  vitaminas A, C, D, E e os  Próbióticos devem conter microorganismos viáveis de
minerais selênio e cálcio (alto consumo de frutas, vegetais linhagem pertencente à flora microbiana, que resiste à
frescos, cereais) e prática de atividade física. (Chemin). acidez gástrica, seguro par o ser humano, com
durabilidade durante o armazenamento e capacidade
Outros fatores de risco  portadores de RCUI e Doença de aderência na mucosa intestinal, produzindo efeitos
de Crohn, especialmente após 10 anos de doença; benéficos.
portadores de polipose adenomatosa familiar.  Uso de probióticos com bactérias láticas nas
concentrações de 109 a 1011, têm sido relacionadas à:
 Pacientes com câncer de cólon geralmente se o  incidência, gravidade e duração de doenças
apresentam com pouca ou nenhuma perda de peso; gástricas e intestinais;
o preservação da integridade intestinal;
 Sintomas: alteração do hábito intestinal é o mais o atenuação dos efeitos de outras doenças intestinais,
freqüente. como diarréia associada ao uso de antibióticos, DIIs
o Tu cólon direito  diarréia e dor vaga no abdômen, e colite
nos estágios mais avançados surgem anemia e o Melhora da intolerância à lactose
tumor palpável no quadrante inferior direito.
o Tu cólon esquerdo  constipação intestinal, fezes Ileostomias e Colostomias (Estomias)
afiladas, escuras ou eventualmente com sangue.
o Tu de reto  tenesmo e evacuações Consiste na abertura de um canal para permitir a
mucossangüinolentas. defecação da porção intacta do intestino, pode localizar-se
no íleo (ileostomia) ou no cólon (colostomia).
 Tratamento: cirurgia, rádio e quimioterapia ou uma
associação destas modalidades. Podem ser temporárias ou definitivas. A consistência
da evacuação pelo estoma depende de sua localização
 Cirurgias para Tratamento do Câncer de Cólon: (Figura 10). A consistência das fezes de uma ileostomia é
o Hemicolectomia direita  para tumores do cólon líquida enquanto de uma colostomia varia de mole a bem
direito. Se houver ressecção da válvula íleo-cecal e formada.
de uma porção do íleo terminal pode ocorrer diarréia
aquosa ocasionada pela entrada de sais biliares no
cólon, bem como pela perda funcional da válvila.
o Retirada do cólon transverso para tumores neste
local
o Hemicolectomia esquerda  para tumores do cólon
esquerdo;
o Retossigmoidectomia Abdominal  para tumores
de sigmóide;
Observação  se o tumor invade órgãos vizinhos
este também pode ser retirado junto com o tumor,
como um “bloco”;
o Colectomia Total com Íleoretoanastomose (retirada
completa do intestino grosso e união do íleo com o
reto)  indicada para casos de câncer colorretal
hereditário sem polipose ou com polipose
adenomatosa familiar. Esta cirurgia pode ocasionar
 eliminação das fezes e diarréia. Como tempo, as
evacuações passam a ser mais sólidas, numa
freqüência de cerca de 2 a 3 vezes por dia. Consistência das fezes dependendo do local da
o Proctocolectomia Total (retirada completa do cólon colostomia.
e reto)  faz-se a união do intestino delgado com o
ânus. Faz-se um reservatório com o próprio Ileostomia:
intestino delgado (bolsa ileal) para fazer o papel do
reto e conter as fezes antes da evacuação. As fezes da ileostomia possuem um odor fracamente
o Quando um segmento significativo do intestino ácido que não é desagradável.
grosso é retirado da continuidade por um desvio
onde não passa fluxo de fezes, pode ocorrer a Na ileostomias, a adaptação acontece, as perdas
chamada colite de desvio  caracterizada por fecais vão diminuindo e as fezes se tornando menos
cólicas e diarréia e a solução ocorre com a líquidas, o que acontece em torno de 07 a 15 dias. O
reanastomose. A infusão no reto de AGCC parece débito normal do íleo para o cólon é de 750ml a 1,5L no
ter um efeito curativo. Exemplo desta situação TGi intacto.
ocorre na exclusão de parte do cólon nas
colostomias. Segundo Chemin, quando débito da ileostomia é alto
> 3 litros  devem-se associar medicações antidiarréicas.
Ressecção de cólon: (Chemin) Bebidas esportivas apresentam baixo teor de sódio (
20 mmol/litro) e não são a melhor opção para a reidratação
 No pós-op é comum a diarréia pelo menos até dos pacientes  soluções de reidratação são mais
adaptação e porções do intestino anteriores a indicadas, pois indica-se 90mmol sódio/litro para promover
ressecção efetuem a compensação e  de eletrólitos e absorção proximal deste eletrólito. (Chemin)
água.
 Recomenda-se o uso de próbióticos após cirurgia A ileostomia normal bem funcionante não esgota o
intestinal para recolonização da flora; paciente nem lhe confere um gasto energético aumentado.
Os pacientes com ileostomia possuem, normalmente,
8
baixas ingestões de vitamina C e folato, devido a baixas destes na bolsa coletora da ostomia causa desconforto.
ingestões de vegetais e frutas e podem necessitar de sua (Chemin)
suplementação.

Colostomia: Cirurgia do reto


As fezes com odor desagradável, geralmente são Segundo Chemin as cirurgias para tratamento de
causadas pela esteatorréia ou bactérias que atuam sobre câncer de reto incluem:
os alimentos produzindo gases mal cheirosos. o Ressecção anterior de reto  retirada do sigmóide
e do reto com anastomose do cólon com o ânus.
Os alimentos que tendem a causar odor nas fezes da Em algumas situações pode ser necessária uma
colostomia são: milhos, feijões, secos, cebolas, repolho, colostomia temporária para proteção da
alimentos muito condimentados, peixe além de antibióticos anastomose;
e alguns suplementos de vitaminas e minerais. Então, o Amputação Abdominoperineal  para tumores de
deve ser dada atenção a estes alimentos fermentecíveis, reto baixo, é realizada uma colostomia permanente
pois além de cólicas causadas pelos gases, a retenção
o.

Recomendações Nutricionais para Via Oral para Cirurgias Intestinais de uma forma geral (Chemin)

Síndrome do Intestino Curto (SIC) A falência intestinal se estabelece quando não se


pode manter o estado nutricional através de alimentação
Nos indivíduos normais, o comprimento do intestino oral ou enteral, sendo necessário o uso contínuo da
delgado é muito variável, indo de 300 a 850 cm, ficando nutrição parenteral.
numa média em 620 cm.
Pacientes submetidos a ressecções distais do
Manifestações graves podem ser observadas em intestino delgados, geralmente apresentam:
paciente após ressecção intestinal e menos de 200 cm de  Falta de sais biliares e problemas para absorção de
intestino delgado remanescente (jejuno e íleo). gorduras;
Consideram-se casos ainda mais graves quando restam  Não conseguem absorver B12 (sítio absortivo íleo
menos de 100 cm de intestino delgado. Segundo Chemin, terminal);
ressecções maciças que envolvem mais de 75% do
intestino, caracterizam a SIC (Estas ressecções segundo  Ocorre possivelmente, deficiência de vitaminas
Dan(2009), deixam 70-100cm de intestino delgado lipossolúveis;
remanescente).  Ocorre possivelmente, deficiência de cálcio, magnésio
e zinco (formação de sabões insolúveis com ácidos
A etiologia da SIC é variada, no adulto, predominam a graxos);
doença vascular mesentérica, câncer e doença de Crohn.  Maior risco de formação de cálculos de oxalato pela
Em crianças, destaca-se a enterocolite necrotizante, volvo maior absorção deste no cólon.
e atresia intestinal.  Irritação do cólon por sais biliares e ácidos graxos não
absorvidos;
O intestino delgado possui grande capacidade de  Na ausência da válvula íleo-cecal, ocorre refluxo de
reserva funcional para absorção de nutrientes, permitindo conteúdo bacteriano colônico, desconjugação dos sais
a remoção de até 45% sem prejuízo da absorção. A biliares e utilização bacteriana de vitamina B12.
preservação do íleo terminal e particularmente do esfíncter
Pacientes submetidos a ressecções proximais do
íleo cecal favorece a compensação frente à extensa intestino delgados, geralmente apresentam:
ressecção intestinal.  Hipersecreção gástrica  resposta aumentada à
pentagastrina, que estimula a secreção gástrica de ácido
clorídrico, pepsina e fator intrínseco.
9
 Inativação da lípase pancreática por acidez gástrica;  Relação entre tamanho do intestino residual e peso do
 Insuficiência pancreática por redução da secretina e paciente;
colecistoquinina;  Doenças nos segmentos intestinais remanescentes;
 Carga osmótica dos acúcares não absorvidos (falta de  Enterite de radiação;
dissacaridases).  Desnutrição coexistente.
 Incapacidade adaptativa do intestino remanescente
Adaptação Intestinal: (Dan, 2009)

Caracteriza-se pelo aumento progressivo da 1) Fase inicial da SIC (Dan, 2009) esta fase dura, em
capacidade absortiva do intestino remanescente, ocorre média, 01-03 meses quando há redução da diarréia.
hipeplasia da mucosa.
Características: (Dan, 2009)
- Fase logo após a ressecção intestinal
Para adaptação intestinal, é de extrema importância o - Desequilíbrio hidroeletrolítico
uso do tubo digestivo para alimentação. A ausência de - Incapacidade de usar o TGI
nutrientes intraluminais diminui a adaptação intestinal pós- - Início da NPT – 3 a 4 dias no pós-operatório
ressecção, pela liberação ou intensificação da apoptose - Controle de quadros infecciosos relacionados ao cateter
enterocítica na mucosa. venoso profundo
- Controle da diarréia e hiperglicemia e da hipersecreção
A adaptação intestinal na SIC pode ser influenciada gástrica
por:
 Presença de nutrientes na luz intestinal, Segundo Chemin, um dos objetivos nutricionais é
metabolizados ou não; promover o desmame da NP o mais breve possível.
 Secreções pancreático-biliares estimuladas pela
ingestão de nutrientes 2) Fase intermediária (Dan, 2009)  transição entre
 Gastrina – Ação trófica intestinal. Efeito somente na NPT e a TNE
na parte mais proximal do intestino delgado.
Efeito nulo ou mínimo na porçãos mais distal. Características: (Dan, 2009)
 Enteroglucagon – sintetizado no íleo e na porção - Caracterizada pelo processo adaptativo
distal do cólon. - Desmame progressivo na NPT e concomitante introdução
 GLP -2 – hormônio produzido pelas células da TNE
endócrinas intestinais. Estimula a hiperplasia dos - TNE participa no processo de adaptação intestinal (efeito
vilos intestinais em uma fase mais tardia. trófico)
 Hormônios como GH (hormônio do crescimento), IGF- - A composição da dieta exige cuidado (carboidratos,
1 (hormônio insulina símile 1), insulina, EGF – fator de lipídeos, proteínas e osmolaridade)
crescimento epidérmico
 Redução da motilidade (o quimo passa através do ID Sugere-se a progressão da via enteral/oral em 05
em menos que 1/3 do tempo) fases, porém nem todos os pacientes toleram todas as
 Presença do cólon, pois este assume importância na fases conforme a tabela 10.
digestão de carboidratos que, podem ser fermentados
pelas bactérias colônicas formando AGCC que quando
absorvidos fornecem calorias adicionais (4,4 kcal/g) e Tab. 10 Fases da Re-introdução alimentar na SIC
estimulam a absorção de sódio e água. O cólon também (Dan)
tem a capacidade de absorver TCM. FASE DIETA DURAÇÃO
 Arginina : O intestino é um importante local para seu I Água de coco = amido de tapioca, 1° mês
metabolismo. È precursora das poliaminas, que são dieta enteral elementar/
essenciais para o crescimento e a diferenciação de células polimérica*
eucarióticas. (Dan, 2009) II Dieta com alimentos pouco 1° - 3° mês
 Glutamina: Participa na síntese de ac. Nucléicos e formadores de resíduos
na proliferação celular. (Dan, 2009) intestinais, pouco fermentativa,
 TCL, TCM e Fibras: (Dan, 2009) hipolipídica, baixa ou isenta de
 TCL (óleo de peixe e outros óleos w-3) – papel dissacarídios
importante durante a fase aguda da SIC III Dieta II + TCM + caldo de 3 – 5° mês
 TCM – Possibilidade de aumentar o valor calórico leguminosas
e não piorar a esteatorréia naqueles com o IV Dieta III + incliuir TCL (30 a 50g 5 – 7° mês
cólon funcionante. de gordura/dia, sendo 50% TCM)
 FIBRAS (pectina) – favorece o controle da diarréia + folhas tenras + frutas cruas
e o processo absortivo após ressecção selecionadas
intestinal. V Dieta adaptada, restringindo Após o 7°
Obs.: segundo Chemin a adaptação atinge um máximo em apenas os alimentos inclusos mês
cerca de dois anos após a cirurgia. anteriormente e não tolerados
* Atualmente, as equipes multiprofissionais têm preferido
Na SIC, existem alguns fatores prognósticos, que são: utilizar dietas POLIMÉRICAS, isosmóticas, pobres em
 Idade avançada; gordura e lactose, que estimulam a secreção
 Tamanho pequeno de intestino residual; biliopancreática e consequentemente o processo
 Ressecção distal ou invés de proximal; adaptativo intestinal.
 Ausência de válvula íleo-cecal e/ou cólon (o cólon
pode atuar no esvaziamento gástrico, pelo mecanismo Existe também a progressão dietética usada pelo
inibitório de retroalimentação hormonal, o chamado “freio GANEP, conforme quadro abaixo:
colônico”);

10
Fases da Re-introdução alimentar na SIC segundo Segundo Chemin, são necessárias suplementações de
GANEP vitaminas e minerais.

3) Fase tardia (fase crônica) (Dan, 2009)

Características: (Dan, 2009)


- A máxima adaptação intestinal deve ser atingida
- Ocorre a dependência ou independência de NPT
- Prevenção de complicações da SIC ou da terapia
nutricional (sepse, deficiências nutricionais, hipersecreção
gástrica, falência hepática e cálculos renais)

A terceira fase ocorre na vigência de ingestão oral


para manter o peso estabilizado. Nem todos os pacientes
chegam a este estágio. Até chegar a esta fase pode variar
de 03 a 12 meses, podendo chegar a 02 anos. Após a
ingestão oral os pacientes vão necessitar de
suplementações vitamínicas, dependendo da área
ressecada de vitaminas A, D, K, B12 e ácido Fólico.
Ajustes devem ser feitos na oferta de Na, K, Cl, Ca, Mg,
Fe, Zn e Cu de acordo com os exames

Esta fase marca o término do processo adaptativo


intestinal.
Recomendações Nutricionais (Dan,2009)
 A alimentação oral deve ser fracionada em 6 a 8
Energia: 30 – 40 Kcal/Kg de peso ideal/dia – Dobrar refeições/dia, pobre em resíduos, mas rica em fibras
recomendação para aqueles pacientes que perderam solúveis. (Dan, 2009)
50% ou mais do seu intestino.
HIPERPROTEICA, HIPERCALÒRICA, POBRE EM
Proteínas: 1,5 a 2g/Kg/dia GORDURA E COM RESTRIÇÃO DE LACTOSE E
SACAROSE. (Dan, 2009)

Atingir necessidades de forma gradual e progressiva!  Suplementar vit. Lipossolúveis parenterais. (Dan,
2009)
Dietas pobres em gordura (30% do VET) e enriquecidas  Complementos industrializados por via oral, 2 a 3
com CHO(60% do VET) mostra benefícios  reduz vezes/dia, no intervalo das refeições. (Dan, 2009)
perdas eletrolíticas e de gordura fecal em pacientes com
o cólon presente.
Transplante de Intestino Delgado (TID)
A TNP deve ser utilizada, 25 a 30 Kcal/Kg/dia, quando a (Dan)
via oral ou enteral for insuficiente para adequar as
necessidades. Recentemente o TID despontou como a única opção
terapêutica para pacientes em falência intestinal
Recomendações Nutricionais (Chemin) irreversível (FI), onde a NPT deixou de ser uma
possibilidade terapêutica. Nesses casos o TID, aumenta a
sobrevida e restabelece o prazer da degustação dos
Energia: Enteral – acréscimo de 50% ou em torno de alimentos. O TID pode ser isolado, somente do intestino
60kcal/kg/dia delgado ou combinado com outros órgãos abdominais
Com adaptação, na fase de manutenção – 24 kcal/kg/dia como com o fígado, por exemplo.
Proteínas: 1,5 a 2 g/kg/dia A função intestinal envolve vários fatores relativos a
transporte, digestão, absorção de nutrientes, produção
enzimática e hormonal, proteção mecânica e imunológica.
A total desconexão da inervação e da drenagem linfática
A absorção de pacientes com SIC é de 65% (Dan) e promove graus variados de distúrbios na fisiologia do
60% (Chemin) da ingestão calórica total, que deve ser enxerto. A função hormonal do enxerto, em geral é pouco
compensada com aumento da ingestão. Recomenda-se afetada no TID.
32kcal/kg/dia peso ideal (pode dobrar naqueles com mais
de 50% do intestino ressecado) Ex: se a ingestão oral é de A NPT é iniciada dentro de 01 a 02 dias após TID,
32kcal/kg/dia, pode-se dizer que 19 serão absorvidos de quando o paciente se torna hemodinamicamente estável. A
modo que deverão ser completadas as outras 13kcal pela conversão de NPT em enteral ou oral é de tempo variável.
NPT. Logo que ocorre o retorno da peristalse, por volta do 7° ao
10° dia de pós-operatório, e com a integridade da mucosa
Para manutenção do estado nutricional após uma avaliada por endoscopia, a alimentação enteral por
adaptação dietética, é necessário 50 a 70cm de intestino jejunostomia pode ser iniciada com baixo volume e de
delgado remanescente com o cólon intacto ou 110 a 150 forma contínua, dando-se preferência a fórmulas
cm de intestino remanescente na ausência de cólon. elementares ou semi-elementares com glutamina. Após 02
a 03 semanas administra-se gordura como uma mistura de
O uso de medicações constipantes é por vezes útil em TCL e TCM que pode ser absorvida diretamente na
retardar o trânsito entérico e favorecer a absorção. circulação portal, contudo, ácidos graxos essenciais devem

11
ser administrados por via parenteral para evitar carência. transplante de intestino delgado e multivisceral deve ser
Com a melhora do enxerto, a alimentação vai progredindo considerado como uma opção terapêutica.
até o paciente conseguir ingerir por via oral.
Transplante Intestinal e multivisceral (Dan)
A função do enxerto intestinal pode acompanhada
pelo estudo da dependência de NPT, peso, altura (em
Permite adquirir a autonomia gastrointestinal e
pediatria), volume de urina e da drenagem pelo estoma
recuperar o EN. As principais indicações para sua
(normalmente deixa-se uma ostomia e a reconstrução do
prática incluem a disfunção hepática e falta de acesso
trânsito é feita em 02 a 03 meses) e freqüência e natureza
vascular para TNP.
das fezes.
Existem 3 tipos de transplante intestinal:
pacientes com falência apenas do intestino, que devem
Reabilitação em falência intestinal (Dan, receber transplante intestinal isolado; pacientes com
2009) falência intestinal associada à doença hepática
avançada que recebe enxerto combinado intestino –
A insuficiência intestinal(II) é uma condição fígado e pacientes com falência de vários órgãos
decorrente da obstrução, dismotilidade, ressecção abdominais que necessitam de transplante multivisceral
cirúrgica, defeitos congênitos ou perda da absorção em ( pelo menos 3 orgãos abdominais são transplantados
associação à doença e se caracteriza pela incapacidade em bloco).
de manter o balanço protéico-calórico, hídrico, A rejeição celular aguda é frequentemente
eletrolítico ou de micronutrientes. observada no transplante intestinal e causa alta
A SIC é uma das formas mais comuns de II. morbimortalidade.
A reabilitação intestinal é o processo de restaurar
a função intestinal pela dieta, medicação e terapias Uso de Pré e Probióticos nas Doenças
cirúrgicas não envolvendo o transplante. Intestinais (Dan, 2009)
O Objetivo principal é: Otimizar a função intestinal
remanescente, reduzindo ou eliminando a necessidade
Resultados positivos no controle de diarréias e
de TNP
melhora da obstipação, assim como nas doenças
Este tipo de adaptação tem seu inicio
inflamatórias intestinais, alergias intestinais e prevenção do
imediatamente após a ressecção e ainda continua por 2
câncer.
a 3 anos.
Os possíveis mecanismos envolvidos são:
Traduzindo a prescrição nutricional à dieta:
 inibição da adesão de bactérias;
Na presença de cólon  Consumir de 5 a 6  atividades diretamente contra os patógenos como:
síntese de compostos que inibem o seu
refeições/dia.
crescimento/desenvolvimento, estimulação das resposta
50 a 60% de CHO
imunes e consumo de nutrientes requeridos por patógenos
20% proteínas
20 a 30% de lipídios
Os objetivos principais para o acréscimo de probióticos no
Evitar Oxalato.
tratamento são:
 Influenciar perfil da microflora colônica
OBS: Pacientes com continuidade ao colo intestinal
 Garantir sobrevivência dos lactobacillus
estão em risco aumentado de nefropatia por oxalato.
administrados
Há 2 abordagens para este tratamento:
 Habilidade em influenciar a produção de citocinas
1º) Fornecer cálcio extra na dieta + limitar lipídios.
e minimizar processos inflamatórios.
2º) Restringir o conteúdo de oxalato da dieta
Na ausência do cólon  Consumir de 4 a 6
refeições/dia. Fibras e Prébióticos (Dan, 2009)
40 a 50% de CHO
20% de proteínas Exercem efeitos funcionais comprovadamente importantes
30 a 40% de lipídios e diminuem o risco de para o aparecimento de
Não há necessidade de restringir oxalato. determinadas doenças.

O sal deve ser adicionado liberalmente para aumentar a Na categoria de “prebióticos”:


absorção.  Aumentam o número de bífido bactérias
 Favorecem a biodisponibilidade de alguns
Novos fatores de crescimento em SIC (Dan, minerais
 Atuam favoravelmente no metabolismo lipídico e
2009) glicídico
 Reduzem o risco para infecções intestinais,
A terapia hormonal com GH e o péptide doenças cardiovascular, DM, obesidade,
glucagoniforme 2 (GLP-2), passou a ser utilizada osteoporose e câncer
recentemente para intensificar o processo de adaptação  Aumentam a qualidade de vida com o avançar da
natural. idade.
A FDA dos EUA já aprovou o hormônio do
crescimento e a glutamina para serem usadas. As outras Oligossacarídeos não digeríveis, hidrolizados e
terapias hormonais, atualmente, só devem ser fermentados no intestino grosso, apresentam
consideradas em contextos de pesquisas. características favoráveis, caracterizando-se como
prebióticos.
 Pacientes nos quais fracassem os esforços de
reabilitação dietéticos, médicos e cirúrgicos podem ser Melhor classificação para PREBIÓTICOS: carboidratos
mantidos com NP. Entretanto, considerando os riscos, com alto grau de polimerização e não suscetíveis à
custos e qualidade de vida da NP prolongada, o
12
digestão pelas enzimas pancreáticas e as da borda em  Resistentes à digestão hidrólise e fermentação;
escova.  Seletivamente estimular o crescimento de um ou
Para ser efetivo, o probiótico deve alcançar o ceco na sua mais microorganismos nas fezes;
forma inicial. Influenciar aumentando a biodisponibilidade de magnésio,
ferro, zinco e cálcio
Critérios para determinação de prebióticos (fibras e outros
carboidratos não digeríveis):

13
Questões: (C) a ressecção de jejuno terminal favorece a deficiência
de vitamina B12
1) Um paciente masculino de 35 anos é encaminhado pela (D) as dietas hipercalóricas e hiperlipídicas melhoram o
dermatologia ao ambulatório de nutrição por ser portador de quadro de desnutrição
dermatite herpetiforme. A conduta nutricional deverá (E) o crescimento bacteriano exagerado pode provocar
contemplar dieta isenta de: (Residência HUPE / 2005) deficiência de vitamina B12

(A) lactose 8) Secundárias as ressecções do intestino delgado,


(B) glúten ocorrem complicações como: (Residência – HUPE/1996)
(C) álcool
(D) fibras (A) hiperplasia celular, diarréia e hiperglicemia
(B) esteatorréia, perda hidroeletrolítica, hipoplasia celular
2) Na doença inflamatória intestinal, a esteatorréia (C) hipoglicemia, hipoalbuminemia, hipersecreção de
promove a perda dos seguintes minerais: (Residência – gastrina
HUPE/2000) (D) má absorção de proteína e carboidrato, saponificação
de Na e K, hiposecreção de ácido clorídrico
(A) Cobre, zinco e enxofre (E) Hipersecreção gástrica, aumento do peristaltismo e
(B) Selênio, cobre e enxofre motilidade gastrointestinal e crescimento bacteriano
(C) Cálcio, magnésio e zinco
(D) Cálcio, fósforo e magnésio 9) Um dos ácidos graxos de cadeia curta, relacionados
(E) Magnésio, selênio e fósforo abaixo, apresenta menor concentração no sangue portal
pela sua intensa utilização na mucosa colônica: (HUPE /
3) Na doença celíaca, alem da restrição de glúten da dieta, 2002)
pode ser necessária a restrição inicial de: (Residência –
HUPE) (A) Láurico
(B) Acético
(A) Triglicerídios de cadeia longa (C) Butírico
(B) Gliadina (D) Propiônico
(C) Frutose
(D) Lactose 10) No plano alimentar de um paciente portador de espru
(E) Malte não-tropical em fase aguda, devem ser incluídos na dieta:

4) Na má absorção de nutrientes, em conseqüência da (A) Leite de vaca, macarrão, biscoitos


diarréia presente na doença de Crohn, é fundamental o (B) Arroz, milho, amido de araruta
seguinte cuidado: (Residência – HUPE/2002) (C) Salsicha, azeite, ovomaltine
(D) Refrigerantes, biscoitos e vegetais cremosos
(A) Restrição de lipídeos e de calorias
(B) Suplementação de zinco e de oxalato 11) Dentre as causas da esteatorréia, assinale aquela que
(C) Adição de triglicerídeo de cadeia média e de cálcio não se relaciona com a síndrome do intestino curto:
(D) Redução de proteínas e suplementação de magnésio
(A) Insuficiência pancreática
5) A doença celíaca caracteriza-se pela intolerância (B) Formação de sabões de cálcio e AG
genética ao glúten da dieta. Na prescrição dietética (C) Ausência de válvula íleo-cecal
devemos excluir, além do trigo, os seguintes alimentos: (D) Menor absorção de sais biliares
(Residência – HUPE/2002)
12) A reintrodução alimentar na Síndrome do Intestino
(A) Cevada, malte, aveia Curto deve ser realizada de maneira gradual. Na fase 3
(B) Aveia, centeio, milho não está indicado:
(C) Milho, malte, centeio
(D) Cevada, centeio, arroz (A) A reintrodução de clara de ovo e frango, além de caldo
de feijão
6) Na síndrome do intestino curto, diferentes alterações (B) Administração de TCL, além de caldo leguminosas e
metabólicas podem ocorrer, dependendo da região uso de alimentos pouco formadores de resíduos
afetada. Entre os itens abaixo, o que não faz parte destas (C) Isenção de lactose e sacarose
alterações é: (Residência – HUPE/1997) (D) Baixa oferta de lipídeos, utilizando-se TCM

(A) Esteatorréia 13) Atualmente, na síndrome do intestino curto, vem sendo


(B) Hipocalcemia realizado, na prática clínica, o procedimento que preconiza
(C) Diarréia osmótica o fluxo direto de nutrientes. O conteúdo da dieta é
(D) Hipermagnesemia importante para a atrofia intestinal, sendo considerados
(E) Anemia megaloblástica fatores tróficos os seguintes: (Cia Nacional de
Abastecimento – 2005)
7) Nas síndromes disabsortivas presentes em doenças
intestinais inflamatórias, podemos afirmar que: (Residência (A) hormônios intestinais, secreções gástricas e colesterol;
– HUPE/1996) (B) fibras dietéticas, ácidos graxos de cadeia curta e
glutamina;
(A) a esteatorréia decorre da hipersecreção de sais (C) sais biliares, glucagon e hormônio do crescimento;
biliares (D) poliaminas, prostaglandinas e pepsinogênio;
(B) a reação inflamatória colônica reduz a absorção de (E) camitina, putrescina e HCl.
nutrientes
14) A intolerância ao glúten, ou doença celíaca, em geral
manifesta-se durante a 1ª infância, por diarréia, má
14
absorção, desnutrição atraso do crescimento. Nesses (B) os prebióticos podem ser utilizados para restabelecer
casos a dieta recomendada deveria ser: (EMAFER – 2005) as populações de microflora saudável, quando estas
populações foram devastadas pelo uso de antibióticos.
(A) Pobre em caloria e proteína, rica em lactose e isenta (C) os antibióticos de amplo espectro causam impacto
de glúten negativo sobre a integridade intestinal.
(B) Rica em caloria e proteína, pobre em lactose e isenta (D) o trato gastrintestinal desempenha um papel
de glúten fundamental ao impedir a entrada de toxinas exógenas no
(C) Rica em caloria e proteína, rica em lactose e glúten sistema circulatório, pela função de barreira da mucosa
(D) Rica em caloria e proteína, pobre em lactose e rica em intestinal.
glúten (E) o sistema imunológico intestinal é composto pela IGE
(E) Todas alternativas estão incorretas secretória, que dentre outras funções, inativa toxinas e
bactérias como a E. Coli.
15) A síndrome do intestino curto consiste em conjunto de
sinais e sintomas usados para descrever as 20) “Pacientes portadores de doença celíaca ou espru não
conseqüências nutricionais e metabólicas de grandes tropical apresentam dano às vilosidades da mucosa
ressecções do intestino delgado. As causas mais comuns intestinal, resultando em mal absorção de todos os
da síndrome do intestino curto são: (Prefeitura Municipal nutrientes”. O cuidado nutricional deverá ser
de Niterói – 2003) fundamentado na: (Bombeiros – nutricionista – 2001)

(A) doença de Crohn, doença vascular mesentérica e (A) retirada de milho, batata e arroz;
malignidade; (B) retirada de tapioca, araruta e soja;
(B) retocolite ulcerativa, esofagite e malignidade; (C) retirada de trigo, aveia e centeio;
(C) úlcera péptica, doença vascular mesentérica e (D) retirada de cevada, milho e trigo;
esofagite; (E) retirada de trigo, milho e centeio.
(D) doença de Crohn, insuficiência hepática e retocolite
ulcerativa; 21) A perda do íleo terminal é mais problemática que a
(E) insuficiência hepática, esofagite e malignidade. perda do jejuno devido às funções ileais que envolvem a
absorção de: (Bombeiros – nutricionista – 2001)
16) Indivíduos com ressecções intestinais extensas,
poupando menos de 60 cm de intestino delgado, (A) ferro;
necessitarão inicialmente do seguinte tipo de alimentação (B) cálcio;
para atingir as suas necessidades: (Hospital Geral Dr. (C) vitamina B12;
Waldemar Alcântara – 2002) (D) vitamina C;
(E) vitamina B1.
(A) Líquida, isenta de lactose através da via oral
(B) Fórmula polimérica através de cateter 22) A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal
(C) Fórmula oligomérica através de cateter caracterizada por ulceração da mucosa. A anemia pode
(D) Nutrição parenteral central estar presente como resultado: (Bombeiros – nutricionista
– 2001)
17) A doença celíaca ocorre em pacientes que apresentam
reação a um componente do glúten, a gliadina. O (A) menor ingestão de alimentos ricos em gordura
tratamento nutricional baseia-se na remoção completa da (B) perda sanguínea
gliadina da dieta. Qual a preparação abaixo que pode ser (C) hipovitaminose
consumida normalmente por esses pacientes? (D) malabsorvição
(Nutricionista Jr 2005) (E) desidratação

(A) Croquete de carne. 23) Um indivíduo com constipação intestinal precisa ingerir
(B) Biscoito de aveia. diariamente, pelo menos, a seguinte quantidade em g de
(C) Creme de espinafre. fibra dietética: (PMRJ 2000)
(D) Polenta frita.
(E) Quibe de Forno. (A) 5
(B) 10
18) Crianças portadoras de doença celíaca podem ingerir (C) 15
os seguintes alimentos: (Comando da Marinha 2004) (D) 25
(E) 40
(A) mingau de aveia, suco de frutas cítricas e leite
enriquecido com frutas. 24) Em relação a características, recomendações e
(B) bolo simples, leite com cevada e suco de frutas. ingestão de fibras, assinale a alternativa incorreta: (Corpo
(C) sorvete, leite enriquecido com 3 cereais (arroz, milho e Saúde Marinha 2001)
centeio) e mingau de fubá.
(D) mingau de fubá, picolé de frutas e leite enriquecido (A) a ingesta excessiva de fibras pode interferir com a
com frutas . absorção de cálcio e zinco, especialmente em crianças e
(E) biscoitos tipo cream cracker, mingau de fubá e leite idosos
enriquecido com frutas. (B) a ingesta de fibra deve constituir uma mistura de fibras
solúveis e insolúveis, numa proporção de 3:1
19) Em relação a mucosa intestinal durante a terapia (C) o consumo de dietas ricas em fibras parece estar
nutricional, e incorreto afirmar que: (Comando da Marinha inversamente relacionada a incidência de doença
2004) cardiovascular, câncer do cólon, diabetes e desordens
gastrointestinais
(A) o butirato é o alimento preferido das células do (D) recomenda-se uma ingestão de fibras de 25 a 35
intestino grosso, e é produzido pela ação de fermentação gramas por dia ou 10 a 13 gramas por 1.000 kcal
das bactérias do intestino sobre a fibra de dieta.
15
(E) as fibras solúveis são substratos para fermentação
pelas bactérias colônicas (A) arroz, tapioca, soja e araruta
(B) trigo, aveia, centeio e cavada
(C) soja, batata, milho e cevada
(D) tapioca, arroz, aveia e araruta
(E) mandioca, feijão, soja e milho
25) Na orientação dietética para doença inflamatória
intestinal na fase aguda deve ser recomendada dieta: 32) A maioria dos pacientes submetidos à ressecções
(Corpo de Saúde da Marinha 2001) intestinais importantes necessitam de um tratamento
nutricional inicial com: (Prefeitura de Angra dos Reis –
(A) hipercalórica, rica em fibras 2008)
(B) hipercalórica, sem lactose
(C) hiperglicídica, sem lactose (A) maior quantidade de vitaminas hidrossolúveis na
(D) hiperlipídica, sem fibras terapia nutricional enteral
(E) normoproteica, hiperglicídica (B) maior oferta de zinco, magnésio e cálcio durante o
desmame da terapia nutricional parenteral
26) A doença celíaca ou espru não tropical, e (C) menor oferta de vitaminas lipossolúveis na terapia
caracterizada pela sensibilidade ao glúten. No entanto nutricional parenteral
essa doença é especificamente causada por uma reação (D) substituir TCM por TCL e aumentar a oferta de ácidos
ao componente solúvel em álcool do glúten. Qual é este graxos essenciais
componente? (P.M.SAQUAREMA) (E) nutrição enteral precocemente rica em açúcares
simples
(A) Histidina
(B) Gliadina 33) Na terapia nutricional das doenças inflamatórias
(C) Glicina intestinais, objetivando a remissão das mesmas, deve-se
(D) Glutamina empregar: (Prefeitura de Angra dos Reis – 2008)

27) O nutriente que contribui para a diminuição da (A) dieta hipoprotéica


resposta inflamatória é: (HUAP 2003) (B) nutrição parenteral
(C) nutrição enteral
(A) ômega – 3 (D) dieta rica em fibras
(B) acido butírico (E) menor fracionamento das refeições
(C) ferro
(D) vitamina K 34) Do total de ingestão de fibras recomendado para
(E) palmitado adultos, a parcela de fibras solúveis deve ser de:
(Secretaria de Saúde do Estado do RJ/2009)
28) No tratamento dietoterápico da constipação intestinal,
um dos aspectos a serem considerados para que as fibras (A) 6 a 10 gramas
possam agir alterando o peso e a consistência das fezes é: (B) 10 a 20 gramas
(HUAP 2003) (C) 15 a 20 gramas
(D) 10 a 15 gramas
(A) a oferta de glutamina (E) 1 a 6 gramas
(B) a proporção de carboidratos
(C) o conteúdo protéico 35) A esteatorréia na doença inflamatória intestinal pode
(D) a cota lipídica promover a perda dos seguintes minerais e vitaminas:
(E) a oferta hídrica (Especialização INCA/2009)

29) Em relação a doença de Crohn, é correto dizer que : (A) Cobre, Zinco, Ferro e Vitamina A
(PMRJ-2001) (B) Cálcio, Fósforo, Magnésio e Vitamina C
(C) Cálcio, Magnésio, Zinco e Vitamina D
(A) passada a crise aguda, deve se instituir uma dieta com (D) Selênio, Cálcio, Ferro e Vitamina E
pouco teor de fibras;
(B) é muito comum a ocorrência de nefrolitiase; 36) Marque V (verdadeiro) ou F (falso) ao lado de cada
(C) não ocorre esteatorreia; uma das seguintes recomendações nutricionais a serem
(D) o conteúdo proteico da dieta deve ser reduzido feitas na fase aguda das doenças inflamatórias intestinais:
(E) a suplementação com ácidos graxos ômega 3 pode ser (Especialização INCA/2009)
útil no tratamento
( ) Dieta isenta de lactose
30) Dentre as complicações secundarias as ressecções do ( ) Controle de mono e dissacarídeos
intestino delgado, podem-se citar : (UFRJ/UNIRIO 2005) ( ) Dieta rica em fibra solúvel
( ) Dieta pobre em fibra insolúvel
(A) adaptação intestinal, desidratação e hipovitaminose ;
(B) hipertrofia celular, hipoglicemia e hipoalbuminemia; A seqüência CORRETA é:
(C) deficiência de vitamina B12 , menor secreção de ácido
clorídrico e inativação da lípase pancreática (A) V,V,V,V
(D) desconjugação de sais bilares, saponificação de (B) V,F,V,F
magnesio e sódio e esteatorréia (C) F,F,V,V
(E) nefrolitíase, colelitiase, hipersecreção gástrica e (D) V,V,F,V
acidose metabólica
37) Após ressecção íleo terminal, faz-se necessária à
31) Na doença celíaca limita-se o uso de: (Prefeitura de suplementação de: (Especialização INCA/2009)
Niterói – 2008)
16
(A) Vitamina E importante parcela do íleo e presença da síndrome do
(B) Magnésio intestino curto? (Marinha – 2009)
(C) Ferro
(D) Vitamina B12 (A) gorduras e vitamina B12
(B) selênio e sódio
38) Janete tem 65 anos, é negra e tem diagnóstico de (C) cálcio e vitamina B1
nefropatia hipertensiva. Encontra-se em tratamento (D) vitaminas A e C
dialítico há cinco anos. Durante a hemodiálise Janete (E) triglicerídeos de cadeia média e sódio
relatou ao nutricionista perda de apetite e constipação
intestinal. 44) O tratamento dietoterápico para pacientes com doença
A avaliação neste dia revela: (Residência HUPE/2009) celíaca, deverá excluir os seguintes cereais: (Emgepron,
Avaliação nutricional: Avaliação laboratorial: 2010):
Peso pré-hemodiálise: Glicose: 80 mg/dl
62Kg Uréia: 82 mg/dl (A) aveia, polvilho e tapioca
Peso seco: 58Kg Creatinina: 3,4 mg/dl (B) araruta, farinha de milho e de trigo
Estatura: 1,60m Sódio: 133 mEq/l (c) centeio, araruta e polvilho
Diurese residual: 500ml Potássio: 5,8 mEq/l (D) centeio, trigo e cevada

Para o tratamento da constipação de Janete o nutricionista 45) A suspensão do glúten dietético é fundamental para o
orientou o aumento da ingestão de: controle da doença celíaca. Dos alimentos que constituem
as principais fontes, o que contém menos glúten é: (INCP,
(A) água 2010)
(B) azeite
(C) mamão (A) cevada
(D) farelo de trigo (B) trigo
(C) centeio
39) Douglas tem 16 anos e apresenta diagnóstico de (D) aveia
doença celíaca há sete meses. Foi internado com
emagrecimento associado à diarréia crônica e distensão 46) A doença celíaca foi considerada por muito tempo
abdominal. O manejo inicial do tratamento nutricional de como uma síndrome de má absorção, é definida como
Douglas consiste em permitir o consumo de: (Residência uma resposta de hipersensibilidade à glidina. No
HUPE/2009) tratamento dietoterápico, o alimento que pode ser
consumido sem restrição é a (o): (Petrobrás, 2010)
(A) leite, hambúrguer e marmelada
(B) mate, macarrão e molho de tomate (A) tapioca
(C) sorvete, biscoito de polvilho e goiabada (B) bolo simples
(D) suco de fruta, maisena e pão de mandioquinha (C) pão de centeio
(D) repolho
40) É um alimento proibido ao paciente celíaco: (E) mingau de aveia
(Aeronáutica/2009)
47) Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela na qual
A) Fécula de batata. todos os alimentos citados são permitidos na dieta de um
B) Araruta. indivíduo com doença celíaca: (Pm São Gonçalo, 2010)
C) Polvilho doce.
D) Aveia em flocos. (A) maçã, vitamina de bana com aveia, milho cozido,
bolacha água e sal
41) Na dieta da doença celíaca, os alimentos, dentre (B) maça, bana amassada com farinha Láctea, pão
outros, que devem ser obrigatoriamente excluídos são: francês, bolo de fubá
(Macaé, 2009) (C) pão de batata, biscoito de araruta, cream cracker e
macarrão
(A) trigo e centeio (D) mingau de aveia, cuscuz de tapioca, bolacha cream
(B) tapioca e centeio cracker
(C) farinha de soja e fubá (E) bolo de milho, suco de laranja, canjiquinha com feijão,
(D) cevada e trigo sarraceno pão de batata

42) A terapia nutricional para pacientes com doença 48) Paciente, 39 anos, com diagnóstico de doença de
inflamatória intestinal deve incluir: (Marinha – 2009) Crohn em segmento jejunal, apresentando-se na fase
aguda doença. Assinale a alternativa com as
(A) restrição de gorduras, fibras e lactose na fase de recomendações dietéticas para este paciente. (Residencia
remissão da doença UFRJ/2011)
(B) restrição de gorduras e açúcar simples na fase de
remissão da doença (A) hipolipídica, isenta de lactose, com restrição de
(C) restrição de gorduras, fibras e lactose na fase aguda monossacarídeos e rica em fibras solúveis
da doença (B) normolipídica, restrita em fibras dietéticas, isenta de
(D) indicação exclusiva de nutrição elementar por sonda sacarose e lactose
nasoentérica na fase aguda da doença (C) hiperglicídica, rica em fibras insolúveis,
(E) indicação exclusiva de NPT na fase de agudização da antifermentativa e com adição de ácidos graxos da série
doença n-3
(D) hiperproteica, isenta de fibras solúveis, com adição
43) Que nutrientes ficam com a absorção seriamente demarginina e glutamina
comprometida após ressecção intestinal com retirada de

17
49) As fibras insolúveis, que aceleram o trânsito intestinal
e reduzem a constipação intestinal, estão presentes nos
seguintes alimentos: (Fiocruz/2010)

(A) aveia, tomate e linhaça;


(B) morango, banana e cebola;
(C) alho, maçã e leguminosas;
(D) grãos integrais, repolho e ervilha;
(E) casca de frutas cítricas, leguminosas secas e farelo.

50) Para pacientes com doenças inflamatórias intestinais,


a dieta deve ter as seguintes características:
(Fiocruz/2010)

(A) rica em fibras insolúveis e com 1,0 a 1,5g de


proteínas/kg de peso/dia.
(B) pobre em fibras insolúveis e com lipídeos de 25-30%
do VET.
(C) rica em fibras insolúveis e TCM.
(D) rica em fibras solúveis e isenta de lactose.
(E) pobre em fibras solúveis e lipídeos.

51) No tratamento nutricional de pacientes portadores de


doença inflamatória intestinal, deve-se evitar alimentos
ricos em: (IABAS, 2010):

(A) ácidos graxos da série ômega 3


(B) fibras solúveis
(C) gordura polinsaturada
(D) fibras insolúveis
(E) potássio

GABARITO

1B 2C 3D 4C 5A 6D
7E 8B 9C 10B 11A 12B
13B 14B 15A 16D 17D 18D
19E 20C 21C 22B 23D 24B
25B 26B 27A 28E 29E 30E
31B 32B 33C 34A 35C 36A
37D 38B 39D 40D 41A 42C
43A 44D 45D 46A 47A 48A
49D 50D 51D

18

Você também pode gostar