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MERITÍSSIMO JUIZ DO TRIBUNAL JUDICIAL DA CIDADE DE CHIMOIO

=chimoio=

Autos do processo ordinário nº 128/2017 2ª

CONTESTAÇÃO

TONITO SUMAERA, (Reu) solteiro maior de 43 anos de idade, natural de Cafumbe-


Gondola, residente no bairro Mudzingaze. Contactável pelo celular nº 826990638Nos
termos do artigo 486 n 1 C.P.C vem apresentar a seguinte Contestação

Da acção movida por AMERICO VASCO SINADONA(Autor) com melhores sinais de


identificação nos autos.

Servindo-se da seguinte exposição dos factos e fundamentos de direito:

Da inaptidão da PI

A acção instaurada pelo A é de difícil percepção, primeiro os articulados encontram-se


apresentados de forma incoerentes o que lava ao R não compreender o teor da PI, e o
pedido é desajustado da causa de pedir, justamente porque o A apresenta uma declaração
(doc. 1 da P.I) com conteúdo estranho face ao R, então consideramos inepta pois o que
está lá escrito não coaduna com pretensão do A, cfr. artigo 494 n 1 alínea a) cj193 n 2
alínea b) ambos do C.P.C

Das impugnações

Os Réu agora contestante Impugna todos os factos que especificamente não forem
mencionados.

II

Não corresponde a verdade que entre A e o R foi celebrado efectivamente um contrato de


compra e venda sobre um automóvel de marca Canter Gutsi com a matrículaMAA-1696,
o que existe é uma declaração na qual fixou-se o preço de 100 000. 00 Mt para a
transmissão do mesmo automóvel. Como atesta o doc 1.

III

Porem, em vias de negociação o Ateve o acesso ao automóvel no dia 14 de Janeiro de


2015, para durante um período realizar experiência e após constatar que o automóvel
encontrava-se em devidas condições proceder o pagamento dos valores acordados. E foi
justamente o que se verificou. E na altura o automóvel estava em condições de circular,
sem sinais de problemas.

IV

Facto que motivou o A realizar a 1ª prestação no valor de 52 000. 00 Mt, sobrando 48


000. 00 Mt que seriam completados até o dia 01 de Abril de 2015, facto que nunca veio a
honrar com o seu compromisso

Portanto afirmar que o automóvel estava em péssimas condições não corresponde a


verdade, se assim fosse, não poderia o A pagar aa 1ª, e se posteriormente acabou se
degradando foi devido o uso pelo A que servia-se do automóvel para transportar
passageiros e cargas pesadas no troço Gondola a Mucuroge.

VI

Sucede ainda que as despesas descritas pelo A na quantia de 63. 112. 00 Mt em momento
algum foram comunicadas ao R e nem fazia parte do acordo de transmissão da viatura, e
muitas daquelas despesas entendem-se que sejam absurdas e outras de manutenção do
automóvel, no entanto há que excluir da lista das pretensões.

VII

Consta uma declaração expressa na qual sem meios de coacção, as partes realizaram um
acordo na qual o A declarou que procederia a devolução do automóvel ao R e que este
poderia proceder a venda sem outra cláusula,devido a impossibilidade do cumprimento
integral. Como atesta o doc 2.

VIII

E feita a devolução após 3 meses de uso contínuo do automóvel, este encontrava-se


totalmente avariado sem sinais de funcionamento. E o R teve que vender ao preço de uma
sucata 2 500. 00 Mt. E a sua boa-fé motivou-lhe a proceder a entrega de 3 000. 00e faria
mais ainda ao A mais este recusou-se.

De direito

IX

O artigo 874 C.C designa o contrato de compra e venda o contrato pelo qual se transmite
a propriedade de uma coisa mediante um preço. Todavia não podemos confundir o
presente evento visto que o nosso ordenamento jurídico exige-se certas formalidades
quando a coisa em causa for um automóvel cfr. C.R.P Então estamos aqui em sede da
liberdade contratual (cfr art 405 C.civil).

O automóvel foi entregue sem vícios e possibilitaram a realização do fim que se


destinava, todavia não era uma coisa defeituosa, (cfr art 913 C.civil), até porque quando
foi cedido ao A teve um período atendível para realizar experiências que era mesmo para
garantir o bom funcionamento do automóvel (cfr art 921 n 1 C.civil).

XI

No entanto não havendo motivos de queixas até aquela data então não há cabimento do R
responsabilizar-se pela reparação dos defeitos invocados pelo A, Se uma vez foram
resultantes do uso normal e actividade pela qual esta sujeita a viatura, que é de circular na
via púbicas. E como se não bastasse não se deu o luxo de comunicar ao R sobre os vícios
(cfr art 916 C.civil).

Do pedido
Nestes termos e nos melhores do direito aplicável ao caso e com mui douto suprimento
de V.Excia. o R requer:

 Que a presente contestação seja recebida, autuada e considerada procedente;


 Que seja considerada a ineptidão da PI e consequentemente declarar a nulidade de
todo o processo, absolvendo-se o R da instância, de acordo com a conjugação do
nº. 2 do artº.493º. e alínea a), nº. 1 do artº.494º. ambos do C.P.C.

Do valor: o da PI
Da reconvenção

As partes entraram em acordo após verificar que o A já não apresentava condições de


cumprir com a obrigação em falta. Foi onde A encarregou-se de devolver o automóvel e
ainda autorizou o R a vender. Como atesta o doc 2

Sucede que quando o A devolveu o automóvel, estava completamente avariado facto que
condicionou a perca do respectivo valor económico. E após o R realizar a venda não foi
possível de ressarcir o valor que havia recebido do A correspondente a primeira
prestação. Facto que resultou um prejuízo na sua esfera jurídica estimado em 48 000. 00
Mt.

II

Naquela declaração (doc 1) o R tinha a obrigação entregar o automóvel ao A e este estava


obrigado de pagar o valor 100 000, 00 Mt, ora nos termos do artigo 762 n 1 C.civil este
só efectuaria o cumprimentos e realiza-se pontualmente a prestação integral.

Assim sendo a falta da pontualidade do devedor constitui mora pois a prestação em


divida de 48 000, 00 Mt não foi efectuada ao tempo convencionado, facto que confere
obrigação de reparação dos danos causados ao credor assim dispõe o artigo 804 C.civil.

III

Sucede que a mora do devedor e o facto de o A ter usado o automóvel e ter procedido a
devolução em péssimas condições, concorreu para a perda do interesse daquele
automóvel e como prescreve o artigo 808 C.civil.

Ora há que ter em conta que o A usava a viatura para fins lucrativos, e acreditamos que
durante o período de 3 messes poderá ter obtido no mínimo a vantagem pecuniária de 100
000. 00 Mt. Nestes termos segundo o artigo 483 C.civil o A violou ilicitamente o direito
do R facto que confere direitos a ser indemnizado pelos danos causados resultantes da
violação, à falta de cumprimento.

IV

Ora, atendendo a indemnização do R há receber do A, e o valor da primeira prestação a


ser restituída pelo R ao A. Compreende-se que estamos perante a figura da compensação
nos termos do artigo 847 n 1 C.civil pois as partes são reciprocamente credores e
devedores do outro.

E porque as dívidas contem valores desiguais nos termos do n 2 do mesmo a artigo, pois
o R deve 52 000. 00 Mt e o A deve 100 000. 00 Mt valor superior a aquele, então é o A
que deve ser condenado a pagar o valor de 48 000. 00 Mt

Do pedido
Nestes termos e nos melhores do direito aplicável ao caso e com mui douto suprimento
de V.Excia.o R pede:

 Que a presente reconvenção seja recebida, autuada e considerada procedente nos


termos requeridos,
 Haja compensaçãocorrespondente da divida, e seja consequentemente absolvido
do pedido do A.
 E que ainda seja condenado o A no pagamentodo valor de 48 000. 00 Mt.

Junta

 Cópias legais;A declaração da transmissão do automóvel;A declaração do acordo


sobre a devolução do automóvel; A procuração forense; Testemunhas (Mateus
José e Sala Chingore)

Chimoio, 24 de Outubro de 2017

O mandatário

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