Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
TREINAMENTO
AERÓBIO
ESTRATÉGIAS PARA
O EMAGRECIMENTO
GASTO BIOGÊNESE
CALÓRICO MITOCONDRIAL
SENSIBILIDADE
À INSULINA
FLEXIBILIDADE
METABÓLICA
MARCELO CONRADO
2022
2
Copyright © 2022 por Marcelo Conrado de Freitas
Capa
Marcelo Conrado e Equipe de Marketing-UNIGUAÇU
Editor
Marcelo Conrado
Ilustrações
Marcelo Conrado
Instagram: dr.marceloconrado
3
Sumário
1.Fisiologia Do Emagrecimento.......................................................................... 6
Alta Intensidade?.............................................................................................. 57
4
20.Como Usar A Percepção Subjetiva De Esforço Para Montar Treino? ......... 65
34.Referências ................................................................................................. 96
5
1. FISIOLOGIA DO EMAGRECIMENTO
6
muscular e do estilo de vida. Se uma pessoa consome mais calorias
do que gasta, essa pessoa está em superávit calórico, pois existe
um saldo positivo de calorias. Mas se a pessoa gasta mais calorias
do que consome, ela está em déficit calórico, pois existe um salto
negativo de calorias. É extremamente importante entender que a
quantidade de gordura corporal está intimamente relacionada ao
balanço calórico, conforme iremos entender neste tópico.
O gasto energético total (GET) de uma pessoa durante o dia
pode ser dividida em quatro componentes, tais como: 1) taxa
metabólica basal (70% do GET); 2) efeito térmico dos alimentos
(10% do GET); 3) gasto energético em atividades diárias (15% do
GET); e 4) gasto energético em exercício físico. A taxa metabólica
basal pode sofrer influência pela idade, sexo, peso corporal, bem
como quantidade de massa magra. Entretanto, alguns hormônios
como os da tireoide (T3) e a leptina também podem impactar no
gasto energético em repouso (KIM et al. 2008).
O déficit calórico é uma condição essencial para ocorrer à
perda de gordura. Isso significa que para reduzir a massa gorda é
necessário que o indivíduo sustente um gasto calórico maior do que
a ingestão calórica. O tecido adiposo é formado por adipócitos,
sendo que essas células armazenam uma gordura chamada de
triacilglicerol. Quando uma pessoa sustenta o superávit calórico
(ingestão calórica maior que o gasto calórico) o estoque de
triacilglicerol aumenta, gerando a hipertrofia dos adipócitos, ou seja,
ocorre ganho de gordura corporal. Por outro lado, quando o
indivíduo sustenta o déficit calórico ocorre redução dos estoques de
triacilglicerol, causando atrofia dos adipócitos. Por exemplo, vamos
imaginar um indivíduo que tem um gasto calórico diário de 3000
kcal e está ingerindo 2500 kcal, ou seja, esse indivíduo tem um
7
déficit calórico de 500 kcal. Percebam que está faltando 500 kcal
para atingir o gasto calórico total, no qual a gordura do tecido
adiposo acaba sendo usada para fornecer essa energia que está
faltando. Portanto, se o déficit calórico for sustentado por vários dias
ocorre a perda de gordura.
Não podemos esquecer que o mais difícil no processo de
emagrecimento é sustentar o déficit calórico no longo prazo. Na
medida que o indivíduo vai perdendo peso vai ficando mais difícil de
sustentar o déficit calórico, pois a perda de peso gera alterações
fisiológicas, como aumento da fome e redução do gasto energético.
Observem a figura abaixo, vejam que a perda de peso não é linear.
Inicialmente a perda de peso é mais rápida, pois nessa fase a
eliminação de líquidos é maior. O déficit calórico diminui a insulina,
com esse hormônio mais baixo no sangue ocorre um aumento na
eliminação de sódio e água pela urina. Nas primeiras semanas de
déficit calórico também acontece uma redução no estoque de
glicogênio muscular. Então, grande parte do peso perdido nas
primeiras semanas é eliminação de água corporal e redução do
glicogênio muscular, principalmente quando há restrição de
carboidratos (low carb), pois menor ainda é a concentração de
insulina e glicose no sangue (BLOMAIN et al. 2013). Isso tem que
ser muito bem explicado para o cliente que busca emagrecer, pois
nas primeiras semanas o peso na balança diminui rápido, isso gera
motivação, mas quando o peso cai lentamente o indivíduo acha que
não está emagrecendo e acaba desmotivando. Então é preciso
explicar que o peso cai mais rápido no início pela eliminação de
água e glicogênio, claro, está reduzindo gordura também, e que
após isso o peso tende a cair de maneira mais lenta, isso é normal.
8
Nas primeiras semanas é mais fácil sustentar o déficit
calórico, pois ainda não houve as alterações fisiológicas. Porém,
com a perda de peso e sustentação do déficit calórico ocorre
aumento da fome e redução do gasto energético em repouso. Isso
dificulta a sustentação do déficit calórico. Lembrando que o
aumento da ingestão calórica é mais significativo para o platô no
emagrecimento do que a redução do gasto energético. Estudos vem
demonstrando que a cada 1 kg de peso perdido ocorre um aumento
de 100 kcal na ingestão calórica e redução de 20-30 kcal no gasto
energético (HALL e KAHAN, 2018). Isso mostra que a perda de
peso vai ficando mais difícil de atingir, pois o organismo cria essas
alterações fisiológicas justamente para barrar a perda de peso.
O gasto energético em repouso diminui no processo de
emagrecimento, mas lembrando que a redução é baixa, e não
podemos dizer que uma pessoa parou de emagrecer porque o
metabolismo ficou lento. Na maioria dos casos, o aumento da
ingestão calórica é o que mais explica o platô no emagrecimento. A
redução do gasto energético em repouso pode ser explicada por
9
dois fatores: 1) pela própria perda de peso e 2) pela termogênese
adaptativa. Lembrando que a gordura também contribui para o
gasto energético em repouso, então quando uma pessoa diminui a
gordura corporal há uma redução do gasto em repouso. Claro, se a
pessoa perde massa muscular, essa queda de gasto energético em
repouso é um pouco maior.
A termogênese adaptativa é uma redução do gasto energético
em repouso independente da perda de peso. Quando o indivíduo
emagrece ocorre redução na produção do hormônio tireoidiano T3 e
da leptina, assim como há uma redução na atividade do sistema
nervoso autônomo simpático. Essas alterações promovem a
redução do gasto energético em repouso, pois T3, leptina e sistema
nervoso simpático são estimuladores de gasto energético. A leptina
é produzida pelo tecido adiposo, esse hormônio tem a função de
gerar saciedade no hipotálamo e estimula gasto energético. A
leptina é produzida proporcionalmente a quantidade de tecido
adiposo, ou seja, se um indivíduo tem mais gordura corporal produz
mais leptina e se o indivíduo é eutrófico produz menos leptina
(KLOK et al. 2007). Então, quando uma pessoa diminui a gordura
corporal ocorre redução da leptina, contribuindo para o aumento da
fome e redução do gasto energético. A perda de peso também gera
aumento da fome, podendo aumentar a ingestão calórica, sendo o
principal fator que gera o reganho de peso ou platô no
emagrecimento, iremos entender um pouco mais sobre isso no
próximo tópico.
Portanto, compreender essas alterações fisiológicas que
acontece com a perda de peso é essencial no momento de elaborar
uma estratégia eficaz para o emagrecimento.
10
2. PLATÔ NO EMAGRECIMENTO E EFEITO
SANFONA
11
no hipotálamo estimulando a sensação de fome. Existem diversos
hormônios produzidos pelo intestino, como a colecistoquinina
(CCK), que é produzida quando chega alimento no intestino
(duodeno) e estimula a sensação de saciedade no hipotálamo. O
peptídeo YY (PYY) e o peptídeo semelhante a glucagon 1 (GLP-1)
também são secretados pelo intestino após a ingestão alimentar e
aumentam a sensação de saciedade no hipotálamo. A insulina
também é produzida após a ingestão alimentar e age juntamente
com CCK, GLP-1 e PYY estimulando a saciedade.
Por fim, existe um hormônio chamado de leptina que é
produzido pelo tecido adiposo e gera saciedade no hipotálamo. A
leptina é produzida proporcionalmente a quantidade de tecido
adiposo, ou seja, se um indivíduo tem mais gordura corporal produz
mais leptina e se o indivíduo é eutrófico produz menos leptina
(KLOK et al. 2007).
Quando uma pessoa perde gordura corporal ocorre redução
na produção de leptina, pois com menos tecido adiposo, menor e a
secreção de leptina. Além disso, quando uma pessoa está em
déficit calórico a produção de insulina e menor e ao mesmo tempo
ocorre maior secreção de grelina. Os estudos também têm
demonstrado que ao emagrecer a produção dos hormônios
intestinais são alteradas, como redução na secreção de CCK, PYY
e GLP-1 (SUMITHRAN et al. 2011). Observem que o processo de
emagrecimento faz aumentar no sangue hormônio que gera fome
(grelina) e diminui no sangue hormônios que geram saciedade
(leptina, insulina, CCK, PYY e GLP-1).
Iremos entender nos próximos tópicos que o treinamento
aeróbio aumenta o gasto calórico e a flexibilidade metabólica. Esses
fatores podem “proteger” o indivíduo de obter o reganho de peso
12
quando a ingestão calórica aumenta. Por isso que observamos
vários estudos mostrando que as pessoas que praticam exercício
físico conseguem manter mais o peso corporal do que pessoas que
fazem somente a dieta (FRANZ et al. 2007).
13
3. QUANTO DE DÉFICIT CALÓRICO PARA
EMAGRECER?
14
hiperproteica e praticar musculação. A tabela abaixo resume o
tamanho do déficit calórico de acordo com a gordura corporal.
15
4. ADESÃO AO TREINO: UMA VARIÁVEL
IMPORTANTE NO EMAGRECIMENTO
16
Neste sentido, algumas estratégias podem ser adotadas para
aumentar a adesão ao treino, principalmente em pessoas que estão
iniciando um programa de emagrecimento. O primeiro passo é
descobrir qual o tipo de exercício que a pessoa gosta de fazer,
sendo que isso é muito individual. Tem pessoas que vão preferir
fazer na academia, outras ao ar livre, outras a natação, o ciclismo
etc. Durante a anamnese é importante descobrir isso. Outro ponto
importante é submeter as pessoas em diversas experiencias de
exercício físico, pois como ela vai saber se gosta do treino se ela
nunca praticou? Uma das missões do profissional é achar a
modalidade de treino que a pessoa mais gosta, submete seu cliente
em diversas experiências (musculação, ciclismo, natação, exercício
ao ar livre etc.) pois, se a pessoa praticar aquilo que gosta, ter
divertimento e o programa de treino ser progressivo a chance de
retenção ao treinamento vai aumentar, e claro, isso será essencial
para ocorrer a perda de gordura e melhora da saúde.
Uma outra estratégia que pode aumentar a adesão é usar
circuitos, seja na academia ou ao ar livre, pois esse tipo de treino é
dinâmico e pode ser mais divertido para algumas pessoas. Não
podemos esquecer do papel do profissional para promover a
motivação extra ao cliente. Muitos profissionais julgam o cliente por
sair da dieta, por faltar do treino, usam palavras negativas, por
exemplo, “vai ficar difícil emagrecer assim”, enfim, acabam gerando
desmotivação através da fala. Se você quer realmente que a
pessoa mantenha regularmente em um programa de treinamento é
preciso mudar a postura, precisamos fazer um reforço positivo. Vou
dar um exemplo, o cliente não treinou bem, estava mais
desmotivado que o normal. Que tipo de fala seria interessante usar
neste caso para fazer um reforço positivo? “Percebi que você
17
estava mais cansado no treino, tudo bem, é assim mesmo, nem
sempre estamos motivados para treinar, mas eu tenho certeza que
no próximo treino você vai dar o seu melhor, estou junto com você!”
Perceba que esse tipo de conduta trás o cliente para cima, motiva,
mostra que você está com ele e não tem julgamento.
18
5. O QUE É A FLEXIBILIDADE
METABÓLICA?
19
Já as pessoas que ganham gordura corporal com facilidade
possuem uma menor sensibilidade à insulina e uma menor
flexibilidade metabólica. Essas pessoas tem uma ação da insulina
mais lenta, uma menos capacidade de oxidar glicose e gorduras,
por isso tendem a acumular gordura corporal com maior facilidade.
A sensibilidade à insulina e a flexibilidade metabólica pode ser
influenciada pela genética. Existem pessoas que geneticamente
possuem maior sensibilidade à insulina e flexibilidade metabólica,
sendo essas pessoas as que têm facilidade em perder gordura em
déficit calórico e dificuldade em ganhar gordura em superávit
calórico (ASTRUP et al. 2011). Mas também existem pessoas que
geneticamente possuem uma menor sensibilidade à insulina e
flexibilidade metabólica, havendo uma facilidade em ganhar gordura
em superávit calórico e uma dificuldade em perder gordura em
déficit calórico.
Além da sensibilidade à insulina, as adaptações mitocondriais
interferem diretamente a flexibilidade metabólica. Durante o jejum
usamos de maneira predominante a gordura para fazer energia nas
mitocôndrias. E claro, esse processo de oxidação de gorduras
também acontece durante o treinamento. Se uma pessoa tem mais
mitocôndrias no músculo e as suas mitocôndrias são mais
eficientes, significa que ela terá uma capacidade maior de oxidar
tanto a glicose como a gordura. Então, as adaptações mitocondriais
também são muito importantes para aumentar a flexibilidade
metabólica (CHOMENTOWSKI et al. 2011). Percebam que durante
o dia existe uma troca na predominância de substrato energético,
pois durante a refeição a prioridade é oxidar glicose e durante o
jejum a prioridade é oxidar gorduras. O indivíduo com alta
20
flexibilidade metabólica tem uma habilidade maior em promover
essa troca de substrato energético
O aumento do número de mitocôndrias é um processo
chamado de biogênese mitocondrial, no qual o treinamento aeróbio
tem uma baita capacidade de gerar essas adaptações. Além disso,
o treinamento aeróbio também aumenta a eficiência mitocondrial,
ou seja, faz as mitocôndrias ficarem mais eficientes, existe uma
melhora na atividade das enzimas envolvidas na beta oxidação, no
ciclo de Krebs e cadeia transportadora de elétrons (BISHOP et al.
2019).
Aumentar a flexibilidade metabólica é interessante tanto na
fase de hipertrofia (superávit calórico) como na fase de
emagrecimento (déficit calórico), embora esse aumento é maior na
fase de emagrecimento justamente devido a perda de gordura
corporal, déficit calórico e maior volume e intensidade do aeróbio.
Mas, é preciso entender que aumentar a flexibilidade metabólica na
fase de hipertrofia diminui o potencial no ganho de gordura em
superávit calórico, assim como aumentar a flexibilidade metabólica
na fase de emagrecimento aumenta o potencial de perda de
gordura ou diminui o risco de reganho de peso.
A figura abaixo mostra que o treinamento aeróbio melhora a
sensibilidade à insulina e estimula a biogênese mitocondrial,
aumentando a flexibilidade metabólica.
21
6. COMO O TREINAMENTO AERÓBIO
AJUDA NA PERDA DE GORDURA?
22
mostraram que após o treino de alta intensidade o gasto calórico é
de 32 a 69 kcal e após treino de intensidade moderada o gasto
calórico é de 24 a 48 kcal (PANISSA et al. 2011). Percebam que o
gasto calórico pelo EPOC é baixo, gerando um baixo impacto para
promover a perda de gordura a curto prazo. No longo prazo, pode
ser que o efeito acumulativo dos gastos calóricos pós-treinos ajude
na manutenção da perda de peso.
Outra dúvida muito comum é sobre a oxidação de gorduras,
no qual muitos alegam que o melhor treino aeróbio para emagrecer
é aquele que “queimar” mais gorduras. No entanto, é preciso
compreender isso melhor, pois essa afirmação não está totalmente
correta. Ao aumentar à intensidade do treinamento aeróbio a
oxidação de gorduras diminui, sendo que na intensidade moderada
(65 a 70% da FC máxima) ocorre a zona de maior oxidação de
gorduras (JEUKENDRUP et al. 2001). Primeiro, vamos entender o
motivo que em alta intensidade a oxidação de gorduras diminui. Ao
realizar o exercício de alta intensidade é preciso usar substratos
que fazem energia de maneira mais rápida, como o glicogênio
muscular. Então, ao incrementar a intensidade usamos mais
glicogênio muscular e menos gorduras durante o esforço, pois a
gordura fornece energia de maneira lenta.
Agora vamos pensar em gasto calórico. Ao incrementar a
intensidade o gasto calórico aumenta. Em outras palavras, por mais
que a oxidação de gorduras diminui em esforço intenso, o gasto
calórico se eleva justamente porque nesse momento o glicogênio
muscular é mais utilizado. Por esse motivo não podemos dizer que
o exercício moderado é melhor para emagrecer porque “queima
mais gorduras”, e também não podemos dizer que o aeróbio intenso
(HIIT) será melhor para emagrecer. Iremos entender aqui que
23
ambos os tipos de aeróbio (moderado contínuo e HIIT) podem ser
usados em programas de emagrecimento (KEATING et al. 2017).
Observem a figura abaixo mostra os principais motivos que o
treinamento aeróbio contribui para o emagrecimento. Vejam que a
curto prazo é o gasto calórico durante a sessão que mais contribui
para a perda de gordura, pois facilita atingir o déficit calórico. Não
podemos esquecer que as adaptações fisiológicas do treinamento
levam tempo, então, no longo prazo observem que a melhora da
flexibilidade metabólica e o gasto calórico durante a sessão ajudam
no processo de perda de gordura ou na manutenção do
emagrecimento.
24
7. VARIÁVEIS DO TREINAMENTO AERÓBIO:
INTENSIDADE
25
substratos energéticos e hormônios. Por isso que a frequência
cardíaca é usada como parâmetro para saber a intensidade do
treinamento, pois ela é influencia diretamente pela intensidade do
treinamento. Embora não é o único método, usar a frequência
cardíaca acaba sendo uma maneira fácil e de baixo custo para
controlar a intensidade.
O consumo de oxigênio também aumenta progressivamente
com o incremento da intensidade. Quando estamos em repouso o
consumo de oxigênio fica em torno de 3,5 ml/kg/min, sendo que
durante o exercício esse consumo pode aumentar, e claro, a
magnitude de aumento é dependente do condicionamento físico, no
qual atletas podem ter um aumento de até 20x de consumo de
oxigênio em relação ao repouso. Esse aumento no consumo de
oxigênio durante o exercício causa uma elevada produção de gás
carbônico (CO2), no qual vai para o sangue e posteriormente vai
para os pulmões para eliminado através da expiração. Quando
aumentamos a intensidade do aeróbio observamos uma maior
frequência respiratória. E por que isso acontece? Bom, quando
aumentamos a intensidade o consumo de oxigênio se eleva e
consequentemente a produção de CO2 é maior. O acúmulo de CO2
no sangue ativa quimiorreceptores localizados nas grandes artérias,
no qual enviam um sinal para o sistema nervoso central aumentar a
frequência respiratória justamente para potencializar a eliminação
de CO2. Percebam que o aumento da frequência respiratória é um
mecanismo de defesa contra o acúmulo de CO2.
O aumento na produção de lactato é outra resposta fisiológica
que acontece ao incrementar a intensidade do treinamento aeróbio.
Muitos associam a fadiga ou a sensação de queimação muscular
que acontece durante o treino intenso com a liberação de ácido
26
lático, entretanto, essa afirmação está errada. Primeiro, o que
encontramos no sangue é lactato e não o ácido lático. Segundo, a
crença que o lactato gera fadiga acontece porque durante treinos
intensos a concentração do lactato no sangue é alta. Porém o
lactato elevado no sangue é um indicativo de que o exercício está
usando muito o metabolismo glicolítico, pois o lactato é produto final
da glicólise, ou seja, se está realizando muita glicólise, mais lactato
será produzido. Quando o exercício é de alta intensidade e a pausa
entre séries é de 1 minuto (pausa curta), o estoque de fosfocreatina
no músculo está incompleto, pois precisa de 3 a 8 min para
restaurar 100% a fosfocreatina. Então, esse treino dependerá muito
mais da glicólise para produzir ATP, explicando o aumento na
concentração de lactato.
Vamos imaginar uma pessoa que vai fazer um teste
incremental, no qual a velocidade na esteira aumenta 1 km/h a cada
2 minutos. Iremos observar que a frequência cardíaca, a frequência
respiratória, o consumo de oxigênio e a produção de lactato irão
aumentar de maneira progressiva de acordo com o incremento da
intensidade. Essas respostas fisiológicas tem a função de otimizar a
produção de energia para suprir a demanda energética no
exercício.
Por fim, não podemos esquecer que a intensidade do
treinamento aeróbio interfere diretamente no gasto calórico. Se
fossemos comparar dois treinos no mesmo volume (tempo), porém
um treino foi de alta intensidade e o outro foi de intensidade
moderada. A pergunta que fica é: Qual dos treinos irá promover
maior gasto calórico e adaptações fisiológicas? A resposta é o
treino de maior intensidade, pois o volume está equalizado. Isso
não significa que para emagrecimento o único treino é o HIIT, mas
27
iremos compreender aqui que o volume também é uma variável que
gera gasto calórico e adaptações fisiológicas, no qual podemos usar
em um programa de emagrecimento tanto treinos contínuos
moderados como treinos intervalados de alta intensidade. A figura
abaixo mostra as respostas fisiológicas que são influenciadas pela
intensidade do treinamento aeróbio.
28
oxigênio (vVO2máx). Neste tópico irei apenas mostrar os valores de
classificação de intensidade através desses métodos, sendo que
nos próximos tópicos irei detalhar como usar a frequência cardíaca,
a escada de Borg e os testes para a prescrição da intensidade em
diferentes métodos de treinamento aeróbio.
Afinal, como saber se o treino está intenso, moderado ou
leve? Observem a tabela abaixo que mostra a classificação de
intensidade através da frequência cardíaca de reserva (FCR),
frequência cardíaca máxima (FCmax) e percepção subjetiva de
esforço pela escalada de Borg. Através dessa tabela é possível
identificar se o estímulo está intenso, moderado ou leve, utilizando
ferramentas de baixo custo como a escala de Borg e monitor
cardíaco.
29
8. VARIÁVEIS DO TREINAMENTO AERÓBIO:
VOLUME
30
Legenda: O volume (tempo) é uma variável que também gera impacto sobre o
gasto energético. Para a mesma intensidade, treino aeróbico com menos
volume terá um menor gasto energético do que treino aeróbico com maior
volume. Ou seja, ao incrementar o volume ocorre aumento do gasto energético.
31
2018). Percebam que o exercício de maior intensidade (120-150%
do VO2máx) faz o glicogênio diminuir de maneira mais rápida,
sendo que isso acontece justamente devido ao fato do fluxo
glicolítico ser maior (metabolismo anaeróbio lático) nesse tipo de
exercício. No entanto, quando o exercício é feito em intensidade
moderada a queda do glicogênio acontece de maneira mais lenta e
dependente do tempo (volume). Percebam que o exercício mais
longo (2 a 4 horas) ocorre uma redução significativa do glicogênio
muscular. Vejam na figura o estudo de Coyle e colaboradores
(1986) que verificaram uma queda progressiva do conteúdo de
glicogênio muscular de acordo com o tempo. Houve uma redução
do glicogênio muscular após 120 minutos de exercício moderado
(71% do VO2máx), porém a queda de glicogênio muscular foi maior
após 180 minutos de exercício.
32
velocidade e de maneira progressiva. Quando maior o volume, maior a redução do
glicogênio muscular.
33
9. COMO AUMENTAR A FLEXIBILIDADE
METABÓLICA?
34
musculação gera uma perda de gordura corporal superior em
comparação a prática isolada de musculação. Os estudos têm
demonstrado que o exercício aeróbio tem uma capacidade maior de
estimular o processo de biogênese mitocondrial. A musculação
também estimula a biogênese mitocondrial (PORTER et al, 2015),
porém, o treinamento aeróbio tem uma capacidade maior para essa
adaptação. Após o estímulo do treino ocorre um aumento na
síntese de proteínas no músculo. Essas proteínas podem ser
miofibrilares (actina e miosina) e proteínas mitocondriais que vão
formar as novas mitocôndrias. Interessante que dependendo do tipo
de treino podemos modular mais para o aumento da síntese de
proteínas miofibrilares e ter a hipertrofia muscular (musculação) e
síntese de proteínas mitocondriais e ter a melhora da capacidade
aeróbia e flexibilidade metabólica (treino aeróbio).
O estudo de Wilkinson et al. (2008) mostra que as adaptações
no músculo esquelético são de acordo com o estímulo imposto. Dez
homens participaram de um experimento, no qual um dos membros
inferiores realizou treinamento de força e o outro membro executou
o treino aeróbio. A taxa de síntese proteica miofibrilar e mitocondrial
foi avaliada de forma aguda antes e após 10 semanas de
intervenção. Os resultados apontaram que no estágio inicial, o
treinamento de força estimulou a síntese de proteínas miofibrilares
e mitocondriais na magnitude de 67% e 69%, respectivamente.
Contudo, após 10 semanas, o treinamento de força aumentou
apenas a síntese proteica miofibrilar em torno de 36%. Por outro
lado, o treinamento aeróbio estimulou a síntese proteica
mitocondrial quando não treinados em 154%, e depois de treinados
em 105%, mas não foi capaz de aumentar a síntese proteica
miofibrilar. Percebam que quando o músculo está destreinado a
35
musculação aumenta a síntese proteica miofibrilar e mitocondrial,
porém após um período de treino, a resposta se torna mais
específica. Por isso, se queremos potencializar o aumento no
número de mitocôndrias e a capacidade aeróbia o treinamento
aeróbio será escolha ideal, ou seja, corrida, bike, natação, escadas,
etc. Mas, se queremos aumentar a massa muscular e ganhar força
à musculação terá um efeito maior, isso se chama especificidade,
as adaptações acontecem de acordo com o tipo de estímulo.
Com relação aos tipos de treinamento aeróbio, nesse tópico
irei abordar de maneira mais generalizada, sendo que nos próximos
tópicos o conteúdo será mais detalhado. Podemos aumentar a
flexibilidade metabólica através de protocolos de treinamento de
alta intensidade, aeróbio contínuo moderado e também com o
aeróbio em jejum. O treino aeróbio de alta intensidade potencializa
as adaptações mitocondriais e melhora a sensibilidade à insulina,
ótima opção para pessoas com pouco tempo para treinar e que
gostam desse tipo de treinamento. O aeróbio contínuo moderado
também aumenta a flexibilidade metabólica, principalmente quando
usado em maior volume (tempo ou distância). Embora o aeróbio em
jejum promove uma redução de gordura similar ao aeróbio
alimentado (a curto prazo), no longo prazo parece que o aeróbio em
jejum possui algumas vantagens, como a melhora da flexibilidade
metabólica. Realizar o aeróbio em jejum pode potencializar a
melhora da sensibilidade a insulina e a biogênese mitocondrial,
sendo uma ótima estratégia principalmente para pessoas treinadas
que tem adesão a esse tipo de exercício.
De maneira geral a melhora da flexibilidade metabólica
acontece quando o indivíduo perde gordura corporal, mantém uma
dieta saudável e pratica exercício físico (musculação e aeróbio). Por
36
isso, se o indivíduo quer ter sucesso no emagrecimento não basta
gerar apenas o déficit calórico, é preciso também aumentar a
flexibilidade metabólica. Muitas pessoas acham que emagrecer é só
déficit calórico, como se fosse algo simples, mas compreendemos
aqui nesse tópico a importância de elevar a flexibilidade metabólica
na perda de gordura. Lembrando, essas adaptações são essenciais
na manutenção da perda de peso, pois caso a pessoa aumente a
sua ingestão calórica, a melhora da flexibilidade metabólica vai
ajudar a evitar o reganho de peso, pois mais eficiente está o
metabolismo do indivíduo.
37
10. TREINAMENTO AERÓBIO COM
GLICOGÊNIO BAIXO
38
aeróbio pela manhã, ou seja, o indivíduo realiza esse treino em
jejum. Agora vamos observar a refeição 6, sendo que é realizada
após o treinamento de alta intensidade (sprints) e não possui
carboidratos justamente para não haver a reposição do glicogênio
muscular.
Refeição 1 2 3 4 5 6
39
devido ao baixo conteúdo de glicogênio muscular, resultando em
maior biogênese mitocondrial e melhora da flexibilidade metabólica.
40
11. TREINAMENTO COMBINADO: AERÓBIO
ANTES OU DEPOIS DA MUSCULAÇÃO
41
musculação, pois fazer primeiramente a caminhada não vai
prejudicar o desempenho da musculação e iniciar com a
musculação não vai prejudicar o desempenho da caminhada. Por
outro lado, se o aeróbio é de alta intensidade (HIIT) ou moderado
de longa duração (>45 minutos), pode haver prejuízo no
desempenho, principalmente quando o mesmo grupo muscular é
utilizado (musculação para membros inferiores e corrida/bike). Um
estudo observou que a realização do HIIT ou o aeróbio moderado
na bike antes da musculação prejudicou apenas o ganho de força
de membros inferiores, mas o ganho de força de membros
superiores foi similar entre os grupos que fizeram treinamento
combinado e musculação isolada, mostrando que a interferência
acontece de maneira localizada (FYFE et al. 2016).
Outros estudos demonstraram que a realização de um
protocolo de HIIT (corrida de 5 km em uma esteira, 1 minuto de alta
intensidade separado por 1 minuto de recuperação passiva) reduziu
o volume total do exercício subsequente de musculação para
membros inferiores em aproximadamente 22 - 27%. Isso significa
que fazer primeiramente o HIIT (bike ou esteira ou escada) ou
aeróbio moderado de longa duração pode prejudicar o desempenho
da musculação de membros inferiores. Uma das formas de reduzir
esse efeito concorrente é utilizar grupos musculares diferentes. Por
exemplo, se a musculação é de membros superiores o treinamento
aeróbio é feito com membros inferiores (esteira, bike e escada),
mas se a musculação é de membros inferiores, o treinamento
aeróbio pode ser feito com membros superiores (corda naval e
remo ergômetro).
Do ponto de vista prático, se você quer enfatizar o
desempenho na musculação e o treinamento aeróbio é de alta
42
intensidade (HIIT) ou aeróbio moderado de longa duração (>45
minutos), é mais prudente realizar primeiro a musculação e depois o
treinamento aeróbio. Porém, se o foco é o treinamento aeróbio,
podemos usar a ordem contrária, ou seja, aeróbio primeiro e depois
a musculação. Uma estratégia interessante é usar a ordem de
acordo com o foco do grupo muscular. Por exemplo, muitas
mulheres tem o foco de hipertrofiar coxas e glúteos e não tanto os
membros inferiores, e ao mesmo tempo desejam reduzir a gordura
corporal. Nesses casos podemos usar o treinamento aeróbio após a
musculação de membros inferiores, pois é o foco, mas quando a
musculação é de membros superiores (não é o foco) podemos usar
o treinamento aeróbio antes da musculação.
Falamos anteriormente de estratégias que visam otimizar o
desempenho. Porém, realizar o treinamento aeróbio após a
musculação pode trazer vantagens para a flexibilidade metabólica.
Ao realizar a musculação de membros inferiores o estoque de
glicogênio muscular da coxa e glúteo é reduzido, sendo que o
aeróbio subsequente (bike, corrida ou escada) será feito com o
glicogênio baixo. Conforme detalhado nos tópicos anteriores,
realizar o treinamento aeróbio com o glicogênio baixo pode otimizar
adaptações mitocondriais, como a biogênese mitocondrial e a
eficiência mitocondrial. E claro, essa estratégia também ajudará na
melhora da sensibilidade a insulina, sendo que essas adaptações
são importantes para melhorar a flexibilidade metabólica.
Então visando à melhora da flexibilidade metabólica,
principalmente em pessoas treinadas, o treinamento combinado
pode ser feito para o mesmo grupo muscular. Por exemplo, se a
musculação é de membros inferiores, o aeróbio subsequente é de
membros inferiores (corrida, bike e escada), mas, se a musculação
43
é de membros superiores, o aeróbio subsequente é de membros
superiores (corda naval e remo ergômetro).
44
12. TREINAMENTO COMBINADO:
ESTRATÉGIAS PARA INICIANTES E
AVANÇADOS
45
FASE 1
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
MANHÃ A A A A A A
NOITE M M M M M M
FASE 2
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
MANHÃ A A A A A A
NOITE M+A M M+A M M+A M
FASE 3
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
MANHÃ A A A A A A
NOITE M+A M+A M+A M+A M+A M+A
46
até mesmo circuitos. Já na fase 3, o treinamento aeróbio está
presente de segunda a sexta, sendo na terça e quinta de maneira
isolada e na segunda, quarta e sexta combinado com a
musculação. Interessante mencionar que na terça e quinta o
treinamento aeróbio pode ser feito em mais volume ou intensidade,
pois não há musculação nesse dia. Já nos dias que o treinamento
aeróbio é feito junto com musculação, podemos usar intensidade
leve/moderada (caminhada e bike) ou até mesmo alguns estímulos
de alta intensidade na bike (1 a 3 séries) e o restante do treino
aeróbio de intensidade leve ou moderada.
FASE 1
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
NOITE M A M A M
FASE 2
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
NOITE M+A A M A M+A
FASE 3
SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM
NOITE M+A A M+A A M+A
47
13. AERÓBIO VS MUSCULAÇÃO: QUAL O
PAPEL DE CADA NO EMAGRECIMENTO?
48
pequeno, não havendo muito impacto para a perda de gordura a
curto prazo, porém a longo prazo ou quando estamos falando em
manutenção da perda de peso esse efeito será mais importante.
Já a combinação do treinamento resistido com o aeróbio
parece ser a melhor estratégia quando o objetivo é melhorar o
porcentual de gordura, pois os estudos mostraram que indivíduos
que praticam musculação com aeróbio perdem mais gordura
corporal e ao mesmo tempo aumentam ou preservam a massa
muscular (WILLIS et al, 2012; DAVIDSON et al, 2009).
Claro, quando se fala em ganho de força e hipertrofia
muscular a musculação é um tipo de exercício mais eficiente. Um
estudo mostrou que a síntese de proteínas musculares aumentou
80% após a musculação, 50% após o HIIT e 10% após o aeróbio
contínuo moderado (CALLAHAN et al. 2021). Percebam que a
síntese de proteínas musculares aumenta de acordo com a
magnitude de carga externa e recrutamento de fibras, no qual a
musculação foi superior que o HIIT, e o HIIT foi superior que o
aeróbio contínuo moderado.
49
14. TREINAMENTO AERÓBIO NA FASE DE
HIPERTROFIA VS EMAGRECIMENTO
50
moderada (30 minutos) e um treino de alta intensidade na bike (15
minutos). Essa quantidade de aeróbio provavelmente não vai
prejudicar a hipertrofia, mas vai melhorar a flexibilidade metabólica
(biogênese mitocondrial e aumento da sensibilidade à insulina),
reduzindo o potencial no ganho de gordura em superávit calórico.
Quando esse indivíduo mudar para a fase de emagrecimento,
no qual ele precisa gerar mais gasto calórico para obter o déficit
calórico e melhorar ainda mais a flexibilidade metabólica, é
prudente aumentar o volume e/ou a intensidade do treinamento
aeróbio. Por exemplo, poderíamos aumentar a duração dos treinos,
a frequência semanal, aumentar a intensidade, enfim, são várias
opções. Essa quantidade de treinamento aeróbio durante a fase de
emagrecimento não seria um problema, pois queremos reduzir a
gordura corporal e manter a massa muscular, embora seja possível
ganhar massa muscular mesmo em déficit calórico.
Vamos para as evidências científicas, os estudos
demonstraram que fazer aeróbio sem exageros não prejudica a
hipertrofia em comparação a prática isolada de musculação
(MURACH et al. 2016; TSITKANOU et al. 2017). Por exemplo, um
estudo observou que a prática do aeróbio na bike (3x por semana)
combinado com musculação (dias alternados) e dieta hiperproteica
não houve prejuízo no ganho de massa magra e força em
comparação ao grupo que fez somente musculação (dieta foi
equalizada). Os autores destacam que realizar aeróbio sem
exagero, separado da musculação e com dieta hiperproteica são
estratégias para não comprometer o ganho de massa muscular e
força e ao mesmo tempo melhorar a capacidade aeróbia (SHAMIM
et al, 2018), pois sabemos que o exercício aeróbio tem um potencial
maior em gerar adaptações no sistema cardiorrespiratório que a
51
musculação. Obviamente que o excesso de aeróbio pode atrapalhar
o ganho de massa muscular, pois a prática excessiva de aeróbio
diminui o desempenho da musculação e ao mesmo tempo eleva
muito o gasto energético, podendo gerar déficit calórico, sendo que
esses fatores podem diminuir o potencial de hipertrofia.
Por outro lado, a ciência vem demonstrando que dependendo
do tipo de treinamento aeróbio pode haver até um ganho adicional
na hipertrofia da coxa. Alguns estudos mostraram que a hipertrofia
na coxa foi maior ao realizar o HIIT na bike combinado com a
musculação em comparação a prática isolada da musculação
(CALLAHAN et al. 2021; MURACH et al. 2016). Claro, a
musculação tem uma capacidade maior em gerar hipertrofia do que
o HIIT na bike, mas eu acho uma ótima estratégia usar HIIT na bike
em combinação com musculação em pessoas que buscam
definição muscular e querem aumentar o volume na coxa.
52
15. ESTRATÉGIAS PARA O FINAL DE
SEMANA
53
Por isso, é importante que profissionais estejam atentos ao
final de semana, é preciso ter o controle, mas cuidado com o
extremismo. Muitos clientes querem manter uma vida social e ainda
obter resultados de emagrecimento. Por isso, algumas estratégias
podem ser aplicadas para isso acontecer.
Sabendo que o indivíduo irá realizar uma refeição
hipercalórica podemos usar uma sessão de treinamento aeróbio ou
de musculação antes dessa refeição. Basicamente a refeição
hipercalórica será o pós-treino. Qual a finalidade disso? Após o
treino ocorre um aumento na sensibilidade à insulina e na atividade
da enzima glicogênio sintase (enzima responsável pela síntese de
glicogênio), sendo que boa parte da glicose que está no sangue
será direcionada para formar o glicogênio no músculo
(WOJTASZEWSKI et al. 2000). Então, a estratégia de fazer a
refeição hipercalórica como pós-treino é justamente aproveitar esse
ambiente para minimizar o ganho de gordura corporal.
Sabendo que o indivíduo irá ter uma maior ingestão calórica
no final de semana, podemos adicionar treinos aeróbicos extras
54
com estratégia de compensação. Em outras palavras, se o indivíduo
comer mais calorias terá que gastar mais calorias.
Importante mencionar que muitas pessoas no sábado e
domingo acordam com pouca fome, principalmente se na noite
anterior houve uma ingestão mais elevada de calorias. Pesando
nisso, retirar o café da manhã e fazer o aeróbio em jejum poderia
ser uma boa estratégia de compensação, pois o indivíduo está com
pouca fome, embora seja necessário analisar a adesão ao aeróbio
em jejum.
Enfim, os profissionais devem ficar atentos ao final de semana
dos seus clientes, pois vimos que o final de semana pode
facilmente anular todo esforço feito durante a semana. É preciso ter
um controle para não haver exageros, mas também é preciso ter
cautela e não ser extremista, pois muitas pessoas querem ter uma
vida social e essas estratégias citadas acima podem ser usadas
para isso.
55
16. CORRIDA COM INCLINAÇÃO, BIKE,
ESCADA E CORDA NAVAL: QUAL A
VANTAGEM?
56
17. QUAIS SÃO AS VARIÁVEIS PARA A
MONTAGEM DE TREINAMENTO
INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE?
57
18. PROTOCOLOS DE TREINAMENTO
INTERVALADO DE ALTA INTENSIDADE
58
do indivíduo, no qual fica mais interessante aplicar mais séries em
pessoas treinadas.
Por outro lado, no treinamento intervalado de sprints (SIT) os
estímulos são de 30 segundos feitos no máximo (all out) e as
pausas são ativas de 3 a 4 minutos. O número de séries no SIT
pode variar de 4 a 8 por sessão. Já no treinamento de sprint
repetido (RST) os estímulos também são máximos (all out), porém a
duração do estímulo é curta, em torno de 10 a 20 segundos, sendo
que a pausa tem duração similar ao estímulo (10 a 20 segundos).
No RST são executadas de 4 a 20 séries por sessão.
Percebam que no RST os estímulos e as pausas são mais
curtos, caracterizando o nome do protocolo de sprints repetidos. O
SIT e o RST podem ser aplicados na bike, subida de escadas e
elíptico, porém em esteira é recomendado usar esses modelos
somente em pessoas bem treinadas e experientes. A tabela abaixo
resume os protocolos de treinamento intervalado de alta
intensidade.
59
19. COMO USAR A FREQUÊNCIA
CARDÍACA PARA MONTAR TREINO?
60
público podemos também utilizar a percepção subjetiva de esforço
para identificar a intensidade do treinamento.
Vamos fazer um exemplo de como usar a FCmáx para
prescrever o treinamento aeróbio. Imagine um indivíduo com 25
anos, portanto, a sua FCmáx será:
FCmáx = 208 – (0,7 x 25)
FCmáx = 208 – 17,5
FCmáx = 190,5 bpm
Contínuo 55 a 69 - - -
Moderado
61
escolhido é o HIIT curto. Então, vamos adotar uma zona de FCmáx
de 85 a 95%. Considerando a FC máx do exemplo anterior (190,5
bpm), a prescrição deve ser a seguinte:
62
tabela abaixo mostra os valores de porcentual de FC de reserva
para HIIT curto, HIIT longo, SIT, RST e aeróbio contínuo moderado.
Contínuo 40 a 59 - - -
Moderado
63
Vamos fazer um exemplo para o método contínuo moderado.
A zona de FC de reserva escolhida é de 55 a 59%.
64
20. COMO USAR A PERCEPÇÃO
SUBJETIVA DE ESFORÇO PARA MONTAR
TREINO?
65
Bom, agora vamos entender como usar a percepção subjetiva
de esforço para a identificação da intensidade do treinamento
aeróbio. Podemos utilizar a escala de Borg para a prescrição de
HIIT curto, HIIT longo, SIT, RST e aeróbio contínuo moderado. A
tabela abaixo mostra exatamente os valores da escala de Borg
baseado no tipo de protocolo. Lembrando que é preciso explicar a
escala de Borg corretamente para o cliente, pois ele pode
subestimar ou superestimar a intensidade do treinamento.
66
Tipo de PSE Duração do Tipo de Duração da
protocolo estímulo pausa pausa
Contínuo 12 a 13 - - -
Moderado
67
percepção subjetiva de esforço ou frequência cardíaca quando
estamos falando de treinamento na bike.
68
21. COMO USAR TESTES PARA MONTAR
TREINO?
69
teste incremental na esteira. Observem que o consumo de oxigênio
aumenta progressivamente de acordo com o incremento da
velocidade na esteira (intensidade), no qual o platô no consumo de
oxigênio é atingido a 16 km/h, sendo, portanto, a vVO2max.
70
estágio de 15 km/h e não consegue prosseguir para 16 km/h,
portanto, a sua vVO2max é 15 km/h. Vamos a outro exemplo,
imagine que o indivíduo faz completamente o estágio de 15 km/h,
mas após 1 minuto do estágio de 16 km/h o indivíduo entra em
exaustão, qual seria a sua vVO2max? Bom, como ele fez metade
do estágio, sua vVO2max seria 15,5 km/h. Lembrando, por ser um
teste máximo é indicado somente para pessoas treinadas, pois em
indivíduos destreinados ou iniciantes outros testes são indicados,
conforme detalhado na sequência.
Talvez você está se perguntando “existe algum teste que
posso aplicar em locais externos, fora da academia?” Sim, existe,
irei detalhar um teste de campo muito fácil de aplicar, no qual
podemos usar esse teste em pessoas iniciantes e também em
pessoas treinadas (BERTHON et al. 1977). Vamos ao protocolo do
teste de corrida de 5 minutos para obtenção da vVO2max. Primeiro
é preciso realizar um aquecimento de 5-10 min em intensidade a
70% FCmáx prevista pela idade. Após isso o indivíduo deve
percorrer a maior distância possível em 5 minutos. Ao final, basta
anotar a distância percorrida pelo indivíduo. Algumas
recomendações são necessárias, tais como: Buscar ritmo constante
para obter o máximo desempenho, não é permitido descansar e
percurso sem mudança de direção. Agora vamos compreender
fórmula para achar a vVO2max.
71
Vamos fazer um exemplo para maior compreensão. Imagine
um indivíduo que realizou o teste e percorreu 1,2 km em 5 minutos.
Agora basta calcular para achar a vVO2máx, conforme
demonstrado abaixo:
vVO2máx = 12 x 1,2 km
vVO2máx = 14,4 km/h
Contínuo 60 a 79% - - -
Moderado
72
Vamos imaginar um indivíduo que tem o vVO2máx de 14/km.
Abaixo está descrito como ficaria a duração e a intensidade do
estímulo nos protocolos de treino baseado na vVO2máx de 14/km.
73
22. HIIT É MELHOR PARA A PERDA DE
GORDURA?
74
Se compararmos um HIIT de 30 minutos com um aeróbio
contínuo moderado também de 30 minutos, o HIIT promoverá um
gasto energético maior, pois a intensidade é maior no HIIT e o
volume é igual entre os treinos. Provavelmente o HIIT será melhor
para gerar perda de gordura corporal. Porém, se o aeróbio
moderado é feito em mais tempo que o HIIT, o gasto calórico será
similar e provavelmente a perda de gordura pode ser semelhante.
Por isso não podemos dizer que HIIT é melhor para emagrecer,
assim como não podemos dizer que aeróbio moderado por
“queimar mais gorduras” será melhor para emagrecer, sendo que os
dois tipos de treinamento podem ser usados quando o objetivo for
perda de gordura corporal.
A disponibilidade de tempo e a preferência são critérios
importantes para selecionar o tipo de treinamento aeróbio. O HIIT é
interessante aplicar em pessoas que tem pouco tempo para treinar
e gostam desse modelo de treinamento. Existem pessoas que irão
preferir realizar o HIIT devido ao menor tempo de duração, porém
existem pessoas que vão preferir o aeróbio contínuo moderado. Por
isso, você deve analisar a preferência, pois a adesão ao
treinamento é um importante fator para o indivíduo se manter ativo
no longo prazo. Claro, podemos usar os dois modelos de
treinamento ao mesmo tempo. Por exemplo, você pode aplicar
primeiramente 20 minutos de HIIT e após isso realizar mais 20
minutos de aeróbio moderado contínuo. É possível também realizar
de maneira intercalada, ou seja, a cada dia o indivíduo faz um
modelo de treinamento.
75
23. MÉTODO CONTÍNUO CONSTANTE
76
24. MÉTODO CONTÍNUO CRESCENTE
77
25. MÉTODO CONTÍNUO DECRESCENTE
78
26. MÉTODO FARTLEK
79
27. AERÓBICO EM JEJUM USA MAIS
GORDURA?
80
programa de emagrecimento podemos sim usar o aeróbio em jejum,
mas também o aeróbio alimentado, pois é preciso olhar
principalmente para a adesão, sendo que algumas pessoas gostam
de fazer o aeróbio em jejum, entretanto, outras não conseguem,
pois sentem desconfortos. A figura abaixo mostra que no aeróbio
em jejum o perfil hormonal favorece o aumento da lipólise e
oxidação de gorduras, bem como reduz a oxidação de glicose.
Basicamente o organismo está priorizando o uso de gordura e
poupando a glicose no sangue justamente porque a glicemia está
baixa.
81
28. AERÓBICO EM JEJUM TEM
VANTAGENS NO EMAGRECIMENTO?
82
Diante de tudo que abordarmos aqui sobre aeróbio em jejum,
é preciso olhar para a adesão. O que adianta usar aeróbio em jejum
para uma pessoa que após 15 minutos de treino sente desconforto?
Muitas pessoas não conseguem fazer aeróbio em jejum em
intensidade moderada, apenas leve. Devemos considerar isso,
talvez seja melhor fazer aeróbio alimentado e subir a intensidade do
treino. Por outro lado, muitas pessoas conseguem fazer
tranquilamente o aeróbio em jejum, até mesmo em alta intensidade.
Portanto, antes de prescrever aeróbio em jejum para todos, é
preciso olhar para esses fatores (adesão, desempenho, desconforto
etc.).
83
29. COMO GERAR SOBRECARGA NO
TREINAMENTO AERÓBIO?
84
platô. Por outro lado, se a sobrecarga é exagerada ou a
recuperação entre uma sessão e outra é insuficiente ocorrem
prejuízos, pois o indivíduo pode ter uma lesão ou até mesmo ficar
mais cansado, reduzindo o desempenho no treinamento. Diante
isso, os profissionais que desejam gerar resultados nos seus
clientes precisam compreender que a sobrecarga não pode ser
exagerada, mas também não pode ser nula ou baixa, é preciso
submeter o indivíduo a uma sobrecarga progressiva, sendo que
iremos detalhar esse conteúdo nos próximos tópicos.
Quando falamos em sobrecarga é muito importante olhar para
o histórico de treino do indivíduo. Por exemplo, se a pessoa não
estava praticando nenhum tipo de exercício físico, concordam
comigo que qualquer treino por mais leve que seja já é uma
sobrecarga para esse indivíduo e vai gerar adaptações? Claro que
sim, por isso que nos iniciantes podemos usar no período de
adaptação aeróbio de intensidade leve/moderada, mas também
podemos usar treinamento intervalado de alta intensidade, desde
que o número de séries seja baixo e que o esforço seja curto e
submáximo. E com o tempo, esse indivíduo sofrerá adaptações e
suportará treinos com mais intensidade e volume. Vamos pensar
em um indivíduo treinado, se ela relata que pratica treinamento
aeróbio três vezes por semana de intensidade moderada, você já
tem um ponto de partida, basta gerar nova sobrecarga através da
manipulação do volume ou intensidade que o indivíduo terá novos
resultados. Por exemplo, eu poderia aumentar a frequência
semanal para 4x por semana, percebam que houve um aumento no
volume semanal de aeróbio.
85
30. PROGRESSÃO DE TREINO E
COMPENSAÇÃO ENERGÉTICA
86
físico ou dor muscular e articular. Uma pessoa mais cansada e com
dor diminui os movimentos diários, pois essa condição acaba
favorecendo o indivíduo a ficar mais tempo sentado ou deitado. Por
isso que exagerar no treinamento gera compensação energética,
pois o excesso aumenta o gasto calórico durante o treino, mas esse
gasto calórico é compensado pela redução do NEAT pós-treino.
Mas se a sobrecarga do treino (volume e intensidade) é feita de
maneira progressiva, o indivíduo vai se adaptando e a chance é
menor de ter muito cansaço físico ou dor, não havendo uma
redução drástica no NEAT.
Não podemos esquecer que o NEAT reduz com a perda de
peso, pois existem alterações fisiológicas que colaboram pra isso,
porém a progressão do treinamento citada acima é uma forma de
minimizar essa redução do NEAT. Agora vamos entender outros
fatores que podem reduzir o NEAT. A perda de peso gera redução
do NEAT, pois o gasto calórico é menor para os movimentos diários
quando o peso do indivíduo diminui. Em outras palavras, quando a
pessoa tem um peso corporal de 100kg o gasto calórico para os
movimentos é maior do que quando a pessoa tem um peso corporal
de 85 kg. Além disso, o emagrecimento e a prática regular de
treinamento aumentam a eficiência mitocondrial, ou seja, o
indivíduo está mais eficiente para produzir energia. Portanto, essas
adaptações fazem os movimentos do dia a dia obter um menor
gasto calórico.
Por fim, é preciso entender que a compensação energética
também acontece pelo aumento da fome. Na medida que o
indivíduo vai gastando calorias pelo treino e perdendo peso ocorrem
alterações fisiológicas que levam ao aumento da fome e ingestão
calórica. Então vejam que isso também é compensação energética.
87
Enfim, uma forma de minimizar a compensação energética é
através da progressão do treinamento, realizando a sobrecarga de
maneira gradativa, sendo que iremos compreender isso melhor nos
próximos tópicos. A figura abaixo mostra o impacto que o excesso
de treino pode causar sobre o NEAT.
88
31. PROGRESSÃO DE VOLUME NO
TREINAMENTO AERÓBIO
89
colaboradores (2009) observaram que aeróbio feito igual ou acima
de quatro vezes por semana gerou maior redução da gordura
corporal em comparação ao aeróbio executado igual ou menor a
três vezes por semana. O estudo de Friedenreich e colaboradores
(2015) mostram resultados similares, no qual mulheres na
menopausa que fizeram 300 minutos de aeróbio moderado por
semana obteve uma perda de gordura corporal superior a mulheres
que realizaram 150 minutos por semana. Percebam que se a
intensidade for equalizada o aeróbio com maior volume leva
vantagem para gerar o emagrecimento.
Uma das formas mais fáceis de controlar o volume do aeróbio
é através da contagem do tempo ou distância semanal. Então, se o
indivíduo realiza três sessões de 30 minutos de aeróbio por
semana, o volume semanal é de 90 minutos. Lembrando que
podemos aumentar o volume semanal no aeróbio contínuo
moderado e também em modelos de treinamento intervalado (HIIT,
SIT e RST).
Existem algumas maneiras para realizar esse aumento de
volume semanal. A primeira opção é aumentar o tempo da sessão
ou distância, ou seja, se o indivíduo faz 30 minutos de aeróbio por
sessão e passa a fazer 40 minutos haverá incremento do volume
semanal. A segunda opção é elevar a frequência semanal de
treinos aeróbicos. Por exemplo, se o indivíduo realiza o treinamento
aeróbio três vezes por semana e passa a executar cinco treinos
aeróbicos por semana haverá incremento do volume semanal. A
terceira opção é fracionar o aeróbio durante o dia. Vamos imaginar
uma pessoa que faz 40 minutos de aeróbio no período da manhã
com frequência semanal de cinco vezes. Se essa pessoa adiciona
20 minutos de aeróbio no período da noite em três dias da semana
90
houve incremento do volume semanal. Percebam que são três
opção para aumentar o volume semanal, sendo que a escolha vai
depender da rotina e preferência de cada pessoa.
Na tabela abaixo há um exemplo de progressão de volume
semanal para o aeróbio contínuo moderado. Percebam que o
volume semanal aumenta de maneira progressiva. Existem outras
formas de progredir o volume, aqui abaixo é apenas um exemplo
para você compreender, pois vai depender muito da disponibilidade
de tempo e preferência de cada pessoa.
91
32. PROGRESSÃO DE INTENSIDADE NO
TREINAMENTO AERÓBIO
92
O aumento progressivo da intensidade é uma forma de elevar
gradualmente o gasto calórico e as adaptações do treinamento,
como a melhora da flexibilidade metabólica. Não podemos esquecer
que as novas adaptações acontecem quando há sobrecarga, então
o incremento de intensidade é uma forma de sobrecarga. Em
pessoas treinadas é muito válido fazer períodos regenerativos,
podendo ser feito por 3 a 7 dias. Durante esse período regenerativo
podemos manter a intensidade do treino e reduzir apenas o volume.
Esse período regenerativo pode ser encaixado após um período de
choque. A tabela abaixo mostra um exemplo, sendo que na semana
3 em vermelho é o período de choque (maior volume) e na semana
4 em azul é o período regenerativo (menor volume mantendo a
intensidade). Aqui é um exemplo de como podemos brincar com as
variáveis do treinamento para potencializar resultados, cada caso
será um caso.
93
33. TREINAMENTO POLARIZADO NO
EMAGRECIMENTO
SEMANA 1
SEG TER QUA QUI SEX
TIPO DE TREINO MOD HIIT+MOD MOD
SEMANA 2
SEG TER QUA QUI SEX
TIPO DE TREINO HIIT+MOD MOD HIIT+MOD
94
Na semana 2 houve um a inversão, o indivíduo faz HIIT quatro
vezes e contínuo moderado duas vezes.
SEMANA 1
SEG TER QUA QUI SEX SAB
TIPO DE TREINO HIIT MOD MOD HIIT MOD MOD
SEMANA 2
SEG TER QUA QUI SEX SAB
TIPO DE TREINO MOD HIIT HIIT MOD HIIT HIIT
95
34. REFERÊNCIAS
ASTRUP, A. The relevance of increased fat oxidation for body-
weight management: metabolic inflexibility in the predisposition to
weight gain. Obes Rev. Oct;12(10):859-65, 2011.
96
of Clinical Endocrinology & Metabolism, v. 96, n. 2, p. 494-503,
2011.
CONRADO DE FREITAS, M. et al. Postactivation potentiation
attenuates resistance exercise performance decrements following
aerobic exercise in trained men. The Journal of sports medicine and
physical fitness, v. 60, n. 3, p. 374-379, 2020.
97
follow‐up study. Scandinavian Journal of Medicine & Science in
Sports, v. 30, n. 9, p. 1796-1805, 2020.
98
PANISSA, V.L.G et al. Magnitude and duration of excess of
post‐exercise oxygen consumption between high‐intensity interval
and moderate‐intensity continuous exercise: A systematic review.
Obesity Reviews, v. 22, n. 1, p. e13099, 2021.
PORTER, C.et al. Resistance exercise training alters mitochondrial
function in human skeletal muscle. Medicine and science in sports
and exercise, v. 47, n. 9, p. 1922, 2015.
99
WEWEGE, M. et al. The effects of high‐intensity interval training vs.
moderate‐intensity continuous training on body composition in
overweight and obese adults: a systematic review and
meta‐analysis. Obesity Reviews, v. 18, n. 6, p. 635-646, 2017.
100