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Ana Vitória R.

de França - P1 - T83

Monitoria de Bioquímica UFCG 2021.1


Professor: Adriano Mello
Monitoras: Ana Vitória
Carboidratos

Introdução

Os carboidratos configuram-se polihidroxialdeídos


(carbonila na extremidade) ou polihidroxicetonas
(carbonila entre as extremidades) cujas hidroxilas
conferem solubilidade em água proporcionalmente
a sua quantidade. Quanto mais hidrofílico, mais
fácil sofrerá a ação de enzimas. Além disso,
apresentam-se compostos hidrocarbonados,
numerando os carbonos pela proximidade da
carbonila.

Os carboidratos mais simples da natureza possuem 3 carbonos, ou seja, são trioses:


Gliceraldeído (uma aldotriose: polidroxialdéido com 3 carbonos) e di-hidroxiacetona
(única cetotriose existente: polihidroxiacetona com 3 carbonos).

Identificando a estrutura 1:

➔ Presença de várias hidroxilas e uma


carbonila: carboidrato;
➔ Carbonila na extremidade: aldose -
aldeído;
➔ 6 carbonos: hexose;
➔ Portanto, aldohexose;
➔ Posição das hidroxilas: hidroxila do
carbono dois da glicose para direita, a do
3 para a esquerda e as restantes para a
direita: glicose.

Identificando a estrutura 2:

➔ Presença de várias hidroxilas e uma


carbonila: carboidrato;
➔ Carbonila fora da extremidade: cetose, ou seja, cetona;
➔ 6 carbonos: hexose;
➔ Portanto, cetohexose;
➔ Posição das hidroxilas: frutose.
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Importância da posição da hidroxila

Devido à isomeria óptica. Além disso, um dos carbonos, o centro quiral (4 ligantes
diferentes) mais distante da carbonila, define se a molécula é dextrógira (D) ou levógira
(L). Ao contrário dos aminoácidos, o organismo absorve D-carboidratos.
Número de isômeros: 2n, n = número de centros quirais.

Epímeros

Quanto aos carboidratos com 6 carbonos, observe que a D-glicose e a D-galactose são
basicamente iguais estruturalmente, diferenciando-se pela posição da hidroxila no 4º
carbono. Os carboidratos diferentes pela posição de uma única hidroxila no carbono que
não seja o centro quiral mais distante chamam-se epímeros. Desta forma, a D-glicose e a
D-galactose são epímeros. Além disso, a manose também se apresenta epímero da glicose
no terceiro carbono, mas não é da galactose, pois difere desta em 2 carbonos.

1ª Obs.: existe uma enzima chamada epimerase cuja deficiência pode estar relacionada à
galactosemia.
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Formação do anel: pirano e furano

À medida em que aumenta o número de carbonos da cadeia linear, aumenta-se também


a instabilidade. Para tanto, há uma tendência em formar anéis para melhoria da
estabilidade.

Para formar o anel pirano, 5 carbonos são


necessários. Para formar o anel furano, 4
carbonos são necessários. A triose somente
existe na forma de estrutura aberta, pois é
muito pequena. A estrutura aberta de um
carboidrato, ou seja, a triose sempre será
um monossacarídeo, pois a estrutura aberta
não forma ligação glicosídica.
Monossacarídeo: carboidrato formado por
uma única molécula ou anel.

“Regras” para o fechamento:

1. Sempre ocorrerá entre a carbonila e a


hidroxila do seu centro quiral mais
distante;
2. Com o fechamento, haverá um novo
centro quiral (carbono anomérico). No
caso da glicose, formar-se-á alfa-D-glicose
(glicopiranose) - hidroxila para baixo e
beta-D-glicose (glicopiranose) - hidroxila
para cima;
3. Toda hidroxila que estiver na esquerda
da cadeia aberta ficará para cima no
anel, assim como toda hidroxila que
estiver na direita da cadeia aberta ficará
para baixo no anel.

Ligação glicosídica

● Ligação entre monossacarídeos formada apenas nos anéis pirano ou furano.


● Diferenciação: mono, di, oligo (2 carbonos - Xiii!) e polissacarídeos (regra do Xiiii!)
● Acontece entre a hidroxila do carbono anomérico, responsável pela iniciativa da
ligação, de um deles e qualquer hidroxila do outro.
● > Necessário reconhecer o carbono anomérico < geralmente, C 2 no furano e C 1
no pirano.

No seguinte exemplo, o carbono anomérico da alfa-D-glicose liga-se ao 4º carbono da


beta-D-glicose, formando a ligação alfa 1->4. Além disso, se outro elemento fosse
acrescentado à maltose formada, ele se ligaria na extremidade da direita, pois é onde o
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carbono anomérico, determinante da iniciativa, está situado. Além disso, o novo centro
anomérico e a carbonila apresentam-se extremidades redutoras, ou seja, capazes de
reduzir metais. Usado no laboratório para dosar glicose.

Homo e heteropolissacarídeos

● Mesma unidade ou não de monossacarídeos formando a estrutura;


● No hetero, há um padrão para a disposição dos monossacarídeos;
● Ambos existem na forma ramificada ou não;
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● Cadeia não ramificada: possui uma extremidade redutora e uma não


redutora;
● Cadeia ramificada: uma extremidade redutora e várias não redutoras.

Ex.: a degradação do glicogênio, um homopolissacarídeo ramificado, dá-se pelas


extremidades não redutoras, possibilitando uma maior agilidade. Pode-se ampliar isto
para os polissacarídeos em geral.

Amido X Glicogênio X Celulose

Celulose:
● Estrutural: força e resistência;
● Ligação beta-glicosídica
(hidroxila do C anomérico para
cima), responsável pela ligação
linear e estrutura reta;
● Hidroxilas da mesma cadeia e
de cadeias diferentes interagem
entre si, não solubilizado em
água.
Obs.: por exemplo, a parede celular do
Staphylococcus aureus usufrui também
das ligações B, além disso, os
carboidratos entrelaçam ainda por meio de peptídeos, aumentando a resistência.
Alguns antibióticos atuam sobre as enzimas que formam esta estrutura, outros atuam
destruindo a própria estrutura (lisozima quebra a Beta-1-4), deixando-os microorganismos
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vulneráveis. Penicilina age bloqueando a enzima que forma os peptídeos da parede


celular bacteriana.

Alfa: ligação linear e estrutura alfa-hélice

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