Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
I. PRELIMINARES
I.I. DA JUSTIÇA GRATUITA
A executada sabia que tinha assinado uma nota promissória em branco como
garantia de que pagaria sua dívida com a “amiga”, mas nunca poderia imaginar
o crime que ela estaria disposta a cometer para auferir lucro indevido.
Naquele período, julho de 2019, a executada estava passando por uma séria
crise familiar, pois tinha sofrido ameaças e agressões físicas de seu ex-
namorado, que também passou a ameaçar seus filhos, conforme se depreende
dos Termos de Declarações junto a Polícia Civil, documentos anexos.
Por isso, assinou o documento no mesmo dia em que passou a manhã toda
numa delegacia, junto com seu filho mais velho (dia 10 de julho de 2019). Estava
esgotada física e emocionalmente, sem a menor condição de questionar nada.
Sendo assim, parou de pagar a dívida e mesmo tendo alegado a exequente que
tomaria medidas legais cabíveis, esta não titubeou e ingressou com o
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA em 08 de agosto de 2019, ignorando a
executada por completo, arguindo que ela já havia assinado “confissão de dívida”
e que “o juiz não vai parar pra ver isso, não”.
Ressalte-se que neste momento a exequente tomou o devido “cuidado” para não
enviar mais citação para o endereço da executada, e sim, para seu local de
trabalho, “legitimando” o recebimento da citação. Indignada, a executada
procurou uma delegacia e promoveu um Boletim de Ocorrência por falsidade
ideológica de documento particular, anexo.
II.I. DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
Conforme já foi descrito, o valor de R$ 4.000,00 não foi pago em sua totalidade
porque a executada achou documento expedido pela exequente que comprova
que sua dívida era de apenas R$ 1.000,00.
PLANILHA XXXXXXXXXXXXXXX
Restante: R$ 162,12
Valor da dívida
Correção monetária
Maio/2018 1,0043000
Juros 1% ao mês
R$ 162,81
R$ 8,14
R$ 170,95
III. DO DIREITO
III.I. DA NULIDADE DA CITAÇÃO
Necessário frisar que o meio utilizado para a citação da executada foi por via
postal mediante juntada de AR, recebida e assinada por seu filho, fls. 12v, que
à época, inclusive, era menor de idade. Sendo assim, de acordo com a Ementa
97 das Turmas Recursais dos Juizados Especiais Cíveis, tal citação não
procede, devendo ser considerada, portanto, nula.
Segue jurisprudência:
Por esse motivo, como se não bastasse a executada ser cobrada por dívida em
dobro pela exequente que utilizou-se de má-fé e ardil, diante das provas juntadas
aos autos, ainda foi cobrada em 30% de multa contratual no valor de R$ 673,28
(seiscentos e setenta e três reais e vinte e oito centavos).
Cristalina são as razões para que Vossa Excelência acate a presente objeção e
acolha os argumentos, considerando que resta pouco mais de R$ 170,00 (cento
e setenta reais) para a devida quitação da verdadeira e justa dívida.
g) seja condenada a exequente por litigância de má-fé, bem como seus patronos,
solidariamente, a pagarem multa e indenização previstas em lei, bem como as
custas processuais e honorários advocatícios (art. 55, 1ª parte, Lei nº 9.099/95);
Nestes termos,
Pede deferimento.
OAB/TO n. 000.000