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efeitos imediatos de um
exercício de flexibilidade
muscular
ÍNDICE
ÍNDICE DE TABELAS
ÍNDICE DE FIGURAS
INTRODUÇÃO
Assim, a partir deste relatório que nos foi proposto, no âmbito da unidade curricular de
Fisiologia do Exercício, serão apresentados os diferentes tipos de alongamento, bem como
as vantagens e desvantagens dos mesmos bem, as duas principais teorias (Mecânica e
Sensorial) e a forma como cada uma delas explicar o aumento da extensibilidade muscular.
Posteriormente, será evidenciada a descrição de uma atividade realizada em aula, por dois
indivíduos do grupo, do sexo feminino, com 19 e 20 anos. Com esta atividade, foi-nos
solicitado a medição do comprimento do músculo pequeno peitoral (presente no quadrante
superior) e psoas-ilíaco (presente no quadrante inferior). Depois de ambas as medições
terem sido registadas, foi executado um plano de exercícios de alongamento, para cada um
destes músculos, tendo como objetivo o aumento do comprimento dos mesmos.
Nos dois planos de exercício foi utilizado o mesmo tipo de alongamento, sendo ele o
alongamento estático, realizado ativamente. Por fim, os resultados desses planos serão
demonstrados e discutidos.
1 ENQUADRAMENTO TEÓRICO
O alongamento estático é o tipo de alongamento mais comum e mais utilizado. Este consiste
em manter o músculo numa posição de tensão que provoque a sensação de alongamento e
repeti-lo. Este tipo de alongamento pode ser executado tanto passivamente, como
ativamente pelo indivíduo. (Coelho, 2008)
Existem depois os alongamentos dinâmicos que podem ser subdivididos em dois tipos: o
ativo e o balístico. O ativo envolve o movimento de um membro até ao fim da sua amplitude
e a sua repetição, pelas vezes estipuladas para o indivíduo. O alongamento balístico é
composto por movimentos rápidos e alternados de ressalto no fim da amplitude de
movimento. (Coelho, 2008)
Deformação viscoelástica
Vários estudos indicam que os aumentos na flexibilidade muscular são derivados de uma
deformação viscoelástica duradoura, sempre que sofrem um alongamento com uma
determinada duração e frequência. A elasticidade específica do músculo, limita o aumento
do comprimento do músculo. (Weppler & Magnusson, 2010)
O alongamento estático pode ser utilizado para avaliar a propriedade de viscoelastic stress
relaxation. Quando se aplica um alongamento ao músculo, este mantém-se nessa posição
alongada durante um intervalo de tempo. Posteriormente a resistência do músculo ao
alongamento vai diminuindo gradualmente. (Weppler & Magnusson, 2010)
conjuntivo dentro do músculo além do limite elástico. Este modelo clássico de deformação
plástica foi refutado em vários estudos, uma vez que exige altas cargas de alongamento.
Por outro lado, os estudos sugeriram a deformação viscoelástica, onde são aplicadas
menores cargas de alongamentos, com duração prolongada como facilitadora do fluxo
viscoso dentro do tecido conjuntivo. (Weppler & Magnusson, 2010)
Relaxamento neuromuscular
observada. Desta forma, o aumento nos ângulos articulares finais, não é causado pelo
relaxamento neuromuscular. (Weppler & Magnusson, 2010)
Vale realçar que estes estudos foram realizados em três momentos diferentes: numa única
sessão de alongamento; num programa de treino de flexibilidade de curta duração (3-8
semanas); e num programa de treino de flexibilidade de longa duração (>8 semanas), sendo
que o ponto final dos mesmos foi a perceção dos indivíduos. (Weppler & Magnusson, 2010)
O músculo peitoral menor é um dos músculos mais superficiais na face anterior do tórax e
da parede torácica, apenas sendo mais profundo que o peitoral maior. Apesar de não mover
diretamente o braço, como acontece com o peitoral maior, o primeiro pode ter um impacto
no movimento do braço e do ombro devido às suas ligações ósseas, especificamente à
omoplata. O músculo peitoral menor tem origem na superfície anterior das 3ª, 4ª e 5ª
costelas e insere-se na apófise coracóide da omoplata. Este é responsável pela protração
da omoplata (puxa o processo coracóide anterior e inferiormente) e é acessório da
respiração (inspiração).
Figura 1- Medição do comprimento do músculo pequeno peitoral na posição de repouso e ativa, respetivamente
2.1.2 Resultados
Quadrante Superior Registo da medição pré stretch Registo da medição pós stretch
estático (cm) estático (cm)
Com base nas diferenças entre os resultados obtidos nas avaliações pré e pós alongamento
do músculo peitoral menor e respondendo à questão “Houve ganhos reais de flexibilidade
muscular?” concluímos que não é possível assumir que os ganhos de comprimento
muscular se deveram ao desempenho do indivíduo, uma vez que os mesmos se encontram
dentro do intervalo do erro de medição, tanto em repouso ([1.3; 1.6] cm), como ativamente
([1.8; 2.4] cm).
Estes valores poderão ter sido influenciados negativamente devido ao facto de no processo
de identificação da apófise coracóide, ter-se como referência um ponto diferente. Em adição,
foi realizado um alongamento dinâmico bilateral do pequeno peitoral, antes de se optar por
registar novas medições.
Para além disso, nessas novas medições pré e pós alongamento poderão ter ocorrido erros,
ao nível da leitura do comprimento, com recurso à fita métrica, como também a nível da
diferença das posições adotadas pelo indivíduo durante as duas medições.
Posto isto, uma vez que o plano de exercícios para os valores considerados finais consistiu
na aplicação do mesmo tipo de alongamento, durante o mesmo tempo de execução, com o
mesmo período de intervalo e com igual número de repetições, a eficácia do mesmo deverá
ser questionada, dado que não provocou alterações significativas.
O músculo psoas ilíaco é um músculo que se divide em 3 porções (ilíaco, psoas maior e
psoas menor). O psoas menor tem origem na face lateral das 3 primeiras vértebras
lombares e inserção na borda interna da pélvis menor. O músculo psoas maior e o músculo
Ilíaco são relativamente fortes, sendo que o Ilíaco tem origem na face interna da crista ilíaca
e o músculo psoas maior na face lateral dos corpos das vértebras lombares. Ambos os
músculos se unem para formar o músculo psoas ilíaco, o qual se insere por tendão único na
face anteromedial do trocânter menor. Este é o principal responsável pela flexão da coxa, da
pélvis, da coluna lombar, anteversão da região pélvica e inclinação homolateral.
Foi pedido ao individuo para se colar deitado na marquesa em decúbito dorsal, com as duas
pernas penduradas. Pediu-se depois que realizasse flexão do joelho contralateral, puxando-
o, com o auxílio dos dois membros inferiores, contra o peito tão perto quanto possível.
Importante que a coluna lombar permaneça plana em contacto com a marquesa. O
comprimento do músculo é medido através da flexão da anca, se apresentar -10º de flexão
de anca, ou seja, 10º de extensão podem indicar boa flexão do músculo em causa.
esquerdo no chão, enquanto o outro joelho ficou em flexão juntamente com a anca, pedindo
que traga o tronco à frente, até ao seu máximo possível (intensidade).
3.1.2 Resultados
Isto porque esta progressão em termos de flexibilidade poderá não ser justificada pelo
aumento das componentes mecânicas do músculo/tendão, mas sim pela alteração da
perceção, fazendo com que o indivíduo em estudo tenha apresentado uma maior tolerância
à tensão.
Não obstante, é necessário também considerar ainda os erros de medição, como por
exemplo o mal posicionamento do goniómetro aquando da medição ou a possibilidade de o
indivíduo não ter segurado a perna oposta, até ao seu máximo, durante a medição.
CONCLUSÃO
Com a realização deste relatório e da atividade pratica foi-nos possível observar, registar e
interpretar os resultados obtidos, através de um protocolo de alongamento, para um grupo
muscular, bem como alguns dos erros associados a este tipo de avaliação e intervenção.
Finalizando, e tendo em conta o facto de não termos atingido o nosso objetivo inicial, que
correspondia ao aumento do comprimento muscular dos músculos em estudo, após a
execução do plano de alongamento, a realização deste relatório permitiu-nos também refletir
acerca da precisão necessária, durante a realização de uma avaliação, de forma a
eliminarmos os erros ao máximo. Para além disso, verificámos ainda a importância de um
plano de intervenção bem delineado, tendo em conta o objetivo de aumentar a flexibilidade
de um grupo muscular.
BIBLIOGRAFIA