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Cálculo Financeiro

Bloco 5 - Empréstimos
Empréstimos: Índice
• Fórmulas Básicas:
• Capital e Juro Pagos no Final
• Capital Pago no Final e Juro Pago no Início
• Capital Pago no Final e Juro Periódico
• Reembolso de Capital e Juro Periódicos: Reembolso Constante e Prestação
Constante (Sistema Francês)
• Reembolso de Capital Anual e Juro Periódico Semestral
• Revisão de Contratos
• Penalização pelo Reembolso Antecipado

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Fórmulas Básicas: só com 2 cash flows (início e fim)

• Considere-se o seguinte exemplo: Capital = 300.000€, n = 3 anos ; i =


4% efetiva anual
• Caso se pague o Capital e o Juro todo no Final a quantia a pagar no
Final será igual a = 300.000€*(1,04)^(3) = 300.000€*1,124864 =
337,459,20€, sendo então os Juros = 37.459,20€
• Caso os Juros sejam pagos ao Início e o Capital à mesma no Final, os
Juro a Pagar no Momento 0 = 300.000€ - 300.000€/(1,04)^(3) =
300.000€ - 266.698,91€ = 33.301,09€, que é exatamente igual ao
Valor Atual dos Juros que seriam Pagos no Final =
37.459,20€/(1,04)^(3) = 33.301,09€

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Reembolso no Fim mas com Juro Periódico
• Caso os Juros sejam pagos periodicamente (por exemplo anualmente)
e o Capital à mesma no Final, para Calcular os Juros segue-se a Regra
do Juro sobre o Saldo Devedor => Juro Periódico = Capital em Dívida
BOY (Beginning of Year, ou seja no início do Período) * Taxa periódica
= Juro Anual = 300.000€*4% = 12.000€ por ano no final de cada ano.
• Note-se que ainda que o cálculo dos Juros pareça seguir uma regra de
Juro Simples se trata na verdade de Juro Composto:
• 300.000€ = 12.000€*a3│(4%) + 300.000€/(1,04)^(3) =
12.000€*2,775091 + 266.698,91€ = 33.301,09€ + 266.698,91€ =
300.000€, como queríamos verificar.

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Reembolso Constante (e Juro Periódico)
• Capital e Juro Periódicos: Reembolso Constante => Reembolso =
Capital/N = 300.000€/3 = 100.000€/ano
• Quadro de Reembolso:

Anos Capital em Dívida Juro Anual [J(k)] Reembolso = Serviço da


(k) Inicial A(k-1) = A(k-1)*i M(k) Dívida = T(k) =
J(k) + M(k)
1 300.000€ 12.000€ 100.000€ 112.000€
2 200.000€ 8.000€ 100.000€ 108.000€
3 100.000€ 4.000€ 100.000€ 106.000€

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Empréstimos: Fórmulas Básicas (continuação)
• No Quadro Anterior O Capital em Dívida reporta-se sempre ao Início
do Período pelo que A(k) = A(k-1) – M(k)
• O Juro é Calculado com base na regra do juro sobre o saldo devedor:
J(k) = A(k-1)*i
• O Reembolso é constante e igual a A(0)/N = 300.000€/3 = 100.000
• O serviço da Dívida é a soma do Juro e do Reembolso => T(k) = J(k) +
M(k) e segue uma progressão aritmética decrescente cuja Razão é
igual a M(K)*i = 100.000€*4% = 4.000€

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Anuidade ou Prestação Constante
• Admita-se agora que o empréstimo vai ser pago através de 3
anuidades constantes de capital e juro ( o chamado sistema francês ,
ou ainda “annuity system”
• Para determinar o valor de cada prestação usa-se a seguinte fórmula:
• A(0) = T ou PMT an│(i%) = T * [1-(1,04)^(-3)]/0,04 = T * 2,775091 =>
• T ou PMT = 300.000€/2,775091 = 108.104,56€
• T = Termo ou Prestação
• PMT = Payment (Annuity = Anuidade caso seja paga anualmente)

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Prestação Constante (Sistema Francês)
k A(k-1) J(k) T(k) m(k) = T(k) – j(k)
1 300.000,00€ 12.000,00€ 108.104,56€ 94.104,56€
2 203.895,44€ 8.155,82€ 108.104,56€ 99.948,74€
3 103.946,70€ 4.157,87€ 108.104,57€ 103.946,70€

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Prestação Constante (continuação)
• Observe-se que no quadro do slide anterior foi necessário proceder a
um acerto na última anuidade devido a arredondamentos
• m(k) = m(k-1) * (1+i)
• ou seja, o reembolso do capital (ou amortização financeira) cresce à
taxa periódica de juro = i
• Assim a prestação é constante sendo que a parcela de juros vai
descendo, à medida que diminui o capital em dívida, enquanto a de
capital vai crescendo de acordo com a fórmula anterior, ou seja a sua
taxa de crescimento é igual à taxa de juro do empréstimo

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Prestação Constante Antecipada
• A(0) = T ä n‫(ן‬i) = 300.000€ = T * [1-(1,04)^(-3)]/0,04*(1,04) =
T*2,775091*1,04 = T*2,886095 => T = 300.000€/2,886095 =
103.946,69€
• Quadro (Mapa ou Plano) de Reembolso:
K A(k-1) J(k) T(k) m(k) = T(k)-J(k)
0 300.000,00€ 0,00€ 103.946,69€ 103.946,69€
1 196.053,31€ 7.842,13€ 103.946,69€ 96.104,56€
2 99.948,75€ 3.997,95€ 103.946,70€ 99.948,75€

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Prestação Constante Antecipada (continuação)
• Em relação ao quadro anterior observe-se que:
• As prestações ocorrem nos momentos 0, 1 e 2. Enquanto 0 tem
apenas a duração de um dia, 1 e 2 têm a duração de um ano
• Por isso em 0 não há lugar ao pagamento de juro e assim a primeira
prestação corresponde na íntegra a um reembolso de capital. Na
verdade é como se o empréstimo fosse a 2 anos e o seu montante
correspondesse ao montante inicial deduzido do valor da primeira
prestação, que na verdade é uma entrada inicial
• Após essa primeira prestação o comportamento do resto do
empréstimo segue as regras clássicas do sistema de prestação
constante atrás referidas
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Reembolso Anual mas com Juro Semestral
• Vamos reformular o nosso exemplo considerando agora um
empréstimo a 2 anos de 200.000€, sendo a taxa anual nominal de 4%
capitalizável semestralmente, ou seja, j(2) = 4% => i2 = 4%/2 = 2% ao
semestre, sendo aliás essa a taxa verdadeira (efetiva) do empréstimo.
Os juros serão pagos semestralmente, enquanto os reembolsos de
capital são à mesma anuais
• Caso o reembolso anual seja constante o seu valor será:
• m(k) = A(0)/n = 200.000€/2 = 100.000€/ano
• O juro será calculado com base na regra do juro sobre o saldo
devedor determinada a 2% ao semestre
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Reembolso Anual Constante mas com juro Semestral

k A(k) J(k) m(k) T(k) = J(k) + m(k)


0,5 = 1 semestre 200.000,00€ 4.000,00€ 0,00€ 4.000,00€
1 = 2 semestres 200.000,00€ 4.000,00€ 100.000,00€ 104.000,00€
1,5 = 3 semestres 100.000,00€ 2.000,00€ 0,00€ 2.000,00€
2 = 4 semestres 100.000,00€ 2.000,00€ 100.000,00€ 102.000,00€

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Prestação Anual Constante mas com Juro Semestral
• Caso se pretenda agora que a anuidade de cada segundo semestre
(aquelas em que também se reembolsa o capital) seja igual deverá o
seu valor ser determinado como se fosse um empréstimo à taxa
semestral equivalente com o mesmo número de reembolsos
• A(0) = T an ‫[ן‬i(m)] = 200.000€ = T a2‫(ן‬2%) = T * 1,941561 => T =
103.009,90€
• A lógica deste procedimento reside no facto de o juro da cada
primeiro semestre ser pago à parte, logo apenas vai ficar em dívida o
juro relativo ao segundo semestre e só esse é que tem de ser incluído
na prestação do final de cada ano.

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Prestação Anual Constante mas com Juro Semestral (continuação)

k A(k-1) J(k) T(k) m(k) = T(k) – J(k)


0,5 = 1 semestre 200.000,00€ 4.000,00€ 4.000,00€ 0,00€
1 = 2 semestres 200.000,00€ 4.000,00€ 103.009,90€ 99.009,90€
1,5 = 3 semestres 100.990,10€ 2.019,80€ 2.019,80€ 0,00€
2 = 4 semestres 100.990,10€ 2.019,80€ 103.009,90€ 100.990,10€

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Revisão de Contratos
• Vamos agora considerar que temos um empréstimo de 100.000€ feito
por 20 anos a pagar por meio de mensalidades constantes (=20*12 =
240 mensalidades) determinadas à taxa anual nominal de 3%
capitalizável mensalmente [j(12) = 3% => i12 = 3%/12 = 0,25% ao mês)
• A mensalidade original será dada por:
• 100.000€ = Ta240 ‫(ן‬0,25%) = T*180,310914 => T =
100.000€/180,310914€ = 554,60€ por mês
• Vamos agora supor que nos primeiros 5 anos não houve qualquer
alteração do contrato mas que agora após o pagamento da prestação
60 (=5*12) a taxa vai ser revista para 3,6% também capitalizável
mensalmente, ou seja 3,6%/12 = 0,3% ao mês
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Revisão de Contratos (continuação)
• Na solução deste exemplo vão ser utilizadas duas regras essenciais da
revisão de contratos:
• Capital em Dívida = Valor Atual das Prestações Contratadas ainda em falta
determinado à taxa em vigor no contrato
• Capital em Dívida = Valor Atual das Prestações a Contratar descontadas à
Nova taxa do contrato
• Comecemos por Calcular o Capital em Dívida:
• Prestações em Falta = 240 – 60 = 180 mensalidades
• Capital em Dívida = 554,60€ * a180‫(ן‬0,25%) => 554,60€*144,805471€ =
80.309,11€ (Valor que também poderia ser obtido no Plano de Reembolso
do Empréstimo)

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Revisão de Contratos (continuação)
• O mais vulgar será determinar a nova prestação a pagar considerando
o mesmo número de prestações em falta e a nova taxa do contrato
• Capital em Dívida = VA das Novas prestações à nova Taxa
• 80.309,11€ = T a 180‫(ן‬0,3%) = T*138,926824 => T =
80.309,11€/138,926824 = 578,07€ (em vez dos 554,60€
originalmente acordados)
• Em alternativa o devedor pode por exemplo pedir ao Banco uma
extensão do prazo do empréstimo argumentando que não está em
condições de pagar mais do que os 554,60€ por mês originalmente
contratados
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Revisão de Contratos (continuação)
• Haverá assim que determinar qual o número de prestações a pagar (N)
resolvendo a seguinte equação:
• 80.309,11€ = 554,60€*[1-(1,003)^(-N)]/0,003 => N= 190,2505207
• Valor que pode ser obtido aplicando logaritmos ou utizando uma
calculadora financeira
• Note-se que na prática N terá de ser arredondado ao número natural mais
próximo, ou seja a 190 prestações
• Nessa altura haverá que determinar o montante extra a pagar na última
prestação para saldar a dívida, de acordo com uma calculadora financeira,
o valor a acrescentar à última prestação deverá ser 138,68€

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Revisão de Contratos (continuação)
• Por vezes os devedores decidem reembolsar antecipadamente um
empréstimo, quando têm fundos adicionais disponíveis para o efeito,
ou quando obtêm uma proposta mais vantajosa junto de outro Banco
• O reembolso antecipado envolve uma penalização que é uma
determinada percentagem sobre o capital a liquidar
• Vamos supor que no exemplo anterior o devedor tinha um Banco que
lhe oferecia à mesma 0,25% ao mês, mas que para fazer a
transferência do empréstimo original o Banco que tinha concedido
inicialmente o empréstimo obriga a pagar uma penalização de 2%
sobre o capital em dívida, será que compensa fazer a transferência do
emprestimo?

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Revisão de Contratos (continuação)
• Ou seja vamos admitir que se está, face ao agravamento da prestação
original para 578,07€ (tal como já tínhamos calculado), a considerar a
hipótese de transferir o empréstimo para outro Banco que vai manter
a taxa em 0,25% ao mês.
• Acontece que o Capital em Dívida = 80.309,11€ (já determinado)
• Caso o Banco original obrige a pagar uma penalização de 2% sobre o
capital reembolsado antecipadamente esta terá o Valor de:
80.309,11€*2% = 1.606,18€, logo o montante a pedir emprestado ao
outro Banco será = 80.309,11€+1.606,18€ = 81.915,29€ (sendo este o
valor a refinanciar!)

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Revisão de Contratos (continuação)
• 81.915,29€ = T*a180‫(ן‬0,25%) = T*144,805471 => T =
81.915,29€/144,805471 = 565,69€
• Como 565,69€<578,07€ compensa transferir o empréstimo apesar do
pagamento da penalização devida pelo reembolso antecipado, visto
que mesmo assim se fica a pagar uma mensalidade menor que na
outra alternativa
• Naturalmente que tal se fica a dever à diminuição da taxa de juro,
enquanto o primeiro Banco vai passar a exigir 0,3% ao mês, o
segundo pretende manter os 0,25% que estavam a ser pagos na
versão original do contrato

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