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Caso 4-1- Plano Financeiro

Adaptado do livro de A. Gomes Mota et al -


Finanças da Empresa: Teoria e Prática, Ed.
Sílabo , 6ª Edição – Capítulo 4 – pp 249-253
Sessão 1 – Caso Original
Caso 4.1 – Plano Financeiro
• A Folha de Cálculo “Case_4_1_Financial_Plan_Bilingual”
apresenta o Caso 4-1 do livro de Finanças da Empresa e
através desse exemplo ilustra a forma de preparação dos
principais documentos financeiros previsonais:
demonstrações de resultados, plano financeiro e balanços
previsionais
• Numa primeira fase analisa-se o caso na sua versão
simplificada, isto é tal como está no livro – alíneas A) e B)
• Depois introduzem-se alguns elementos adicionais que o
tornam um pouco mais realista – alínea C)
• Por último, faz-se uma breve análise económica e
financeira a essa segunda versão – alínea D)
• Estas últimas 2 alíneas serão deixadas para a Sessão 2
Caso 4.1 – Plano Financeiro
• Recomenda-se a leitura prévia das páginas 245-
247 do livro citado para quem não esteja
familiarizado com os conceitos que também são
apresentados na disciplina de Contabilidade de
Gestão 2, quando se fala de orçamento
• O objectivo aqui é o planeamento financeiro de
longo prazo, ou seja, trata-se da elaboração dos
documentos previsionais anuais habitualmente
para o horizonte do projeto (por regra cerca de 5
anos). Neste caso temo uma versão mais
simplificada limitada aos primeiros dois anos
Caso 4.1 – Enunciado Original
• Nas linhas 3 a 41 apresentam-se os dados do
enunciado original
• A Empresa ADF foi constituída no início da
Ano N com um capital social de 30.000€, que
financiou parcialmente um investimento em
capital fixo de 50.000€ (vida útil de 5 anos)
• Os valores de exploração previsionais estão na
tabela do slide seguinte (também em €)
Caso 4.1 – Enunciado Original
Ano N Ano N+1

Vendas 36.000 90.000

CMVMC (=2/3) 24.000 60.000

Gastos com o Pessoal 10.000 10.000

Outros Gastos 2.000 5.000


Caso 4.1 – Enunciado Original
• O crédito a conceder aos clientes será de 2
meses, o stock médio de matérias primas de 1
mês, o de produtos acabados (cujo custo de
produção se estima em 75% do valor de
venda) de 1,5 meses e o crédito obtido de
fornecedores ascenderá a 3 meses. A empresa
está isenta de IVA sobre compras, vendas e
Capex
Caso 4.1 – Enunciado Original
• O Banco M dispõe-se a financiar a empresa,
oferecendo para o efeito duas alternativas
complementares:
• Empréstimo de médio prazo no montante de
10.000€, período de carência de capital de 1
ano e reembolsado em 4 prestações anuais
constantes de capital (2.500€ cada). A taxa de
juro é de 4,8077% (acrescida do imposto de
selo de 4%, pelo que na prática será de 5%)
Caso 4.1 – Enunciado Original
• Linha de crédito de curto prazo, a uma taxa de juro
de5,7692% (acrescida de 4% de imposto de selo, pelo
que na prática a taxa seria de 6%), a utilizar caso a
empresa evidencie problemas de tesouraria
• Paralelamente a empresa conseguiu ainda obter junto
de um fornecedor de equipamento (ao qual irá adquirir
10.000€ do seu imobilizado inicial) um crédito sem
juros de um ano, pelo que apenas pagará aquele valor
em N+1
• A empresa está sujeita a impostos sobre os lucros à
taxa de 40%, pagos no ano seguinte ao que respeitam
Caso 4.1 – Enunciado Original
• Pretende-se que:
• A) Elabore a demonstração de resultados e o
plano financeiro relativos aos Anos N e N+1
• B) Elabore o balanço previsional relativo aos
exercícios de N e N+1
• A solução da alínea A está apresentada nas linhas
69 a 155 da folha de cálculo, a coluna B respeita
ao Ano N e a C ao Ano N+1, enquanto na coluna
A está tal como habitualmente o descritivo das
várias rúbricas calculadas
Caso 4.1 – Solução da Alínea A)
• Nas linhas 71 a 90 temos as Demonstrações de
Resultados Previsionais, que numa fase inicial apenas
se preenchem até ao EBITDA e EBIT, visto que os
Gastos Financeiros só são determinados no Plano
Financeiro que se elabora depois
• Ou seja, neste tipo de documentos há uma lógica em
linha tal como habitualmente mas também uma lógica
em coluna, só conseguimos fechar a demosntração do
Ano N, depois de fazer o respetivo plano financeiro
(para determinar os juros e os impostos, com base no
qual teremos então elementos para completar o plano
financeiro do Ano N+1 e consequentemente a
demonstração de resultados desse mesmo último ano
Caso 4.1 – A) EBITDA e EBIT
• Vamos aqui apenas referir os itens que podem suscitar dúvidas visto que o
cálculo dos restantes já são sobejamente conhecidos
• Na linha 73 está a Variação da Produção, em B73 temos as Vendas do Ano
N (36.000) divididas por 8 (=1,5/12 = 1/8) e multiplicadas por 0,75 =
36.000/8*75% = 3.375€
• Para chegar ao valor de C73 precisamos do stock final de produtos
acabados do Ano N+1 = 90.000/8*75% = 8.438 logo a a Variação da
produção será 8.438 – 3.375 = 5.063€, este item é um proveito de
exploração logo entra com sinal positivo na formação do EBITDA e do EBIT
• O EBITDA do Ano N é igual a 3.375 e o do Ano N+1 20.063, depois para
chegar ao EBIT é preciso deduzir as Depreciações que serão de
50.000/5=10.000€ ano
• Logo o EBIT do Ano N será uma perda de 6.625€, enquanto o do Ano N+1
um ganho de 10.063
• Chegados a este ponto vamos interromper o preenchimento da DR para
passar aos mapas auxiliares ao plano financeiro
Caso 4.1 – A) Mapas Auxiliares
• Nas linhas 94 a 99 está o mapa auxiliar de
compras em que se adiciona ao CMVMC de
cada ano a existência final de matérias primas
e se subtrai a respetiva existência final, por
último deveria ibcluir-se também o IVA mas
nesta alínea A há isenção. Pelo que as
compras de MP ascendem a 26.000 em N
(célula B99) e a 63.000 em N+1 (célula C99)
Caso 4.1 – A) Mapas Auxiliares
• Segue-se o Mapa Auxiliar de Working Capital que está nas linhas 101 a 115
• Primeiro temos as necessidades cíclicas ou financeiras (clientes e
existências de Matérias Primas e Produtos Acabados) que são calculados
considerando os prazos respetivos indicados no enunciado sendo que no
Ano N totalizam 11.375 (B109) e em N+1 28.438 (C109)
• Depois vêm os recursos cíclicos que nesta primeira versão se limitam aos
fornecedores correntes de exploração (tendo-se dividido as compras por
12 e multiplicado por 3, ou seja na prática temos Compras/4) pelo que
B111=B113= 6.500€ e C111=C113 = 15.750€
• Assim sendo o Working Capital (ou Fundo de Maneio Necessário) do Ano
N será 11.375 – 6.500 = 4.875 (B114), enquanto o do Ano N+1: 28.438 –
15.750 = 12.688 (C114)
• Por último, na linha seguinte apresenta-se a sua variação: B115 = 4.875€
(naturalmente pois é o ano do arranque), mas C115 = 12.688 – 4.875 =
7.813€
Caso 4.1 – A) Mapas Auxiliares
• O último mapa auxiliar respeita ao serviço de dívida do empréstimo
a médio prazo, que está apresentado nas linhas 118 a 123
• Na linha 119 está o Capital em Dívida BOY (Inicial) que começa com
10.000 nos anos N e N+1 e depois vai baixando de acordo com o
reembolso anual de 2.500€
• Na linha seguinte 120 estão os juros de 5% (incluindo o impostos de
selo) sobre o saldo devedor, que começam por ser iguais a 500€
(10.000*5%) nos Anos N e N+1 e depois vão baixar 125€ em cada
devido ao reembolso do capital (2.500*5%)
• Na linha 121 está o reembolso do capital feito de N+2 a N+5 de
2.500€ cada
• Na 122 o Serviço da Dívida Bruto (Juro com Inposto do Selo)+
Reembolso)
• E finalmente na linha 123 está o Capital em Dívida EOY (End of Year)
ou seja, no Final do Ano, que naturalemente termina em 0 em N+5
Caso 4.1 – A) Plano Financeiro
• Nas linhas 125 a 155 está o plano financeiro que
é uma variante do mapa de cash flow do projeto
que está feito na otica dos pagamentos
(necessidades financeiras ou sáidas de fundos) e
dos recebimentos (recursos financeiros ou
entradas de fundos) sendo que difere do mapa de
cash flow do projeto porque inclui juros,
reembolsos de empréstimos, impostos sobre os
lucros e dividendos no momento em que são
pagos, assim como nas entradas a realização do
capital por parte dos acionistas e a concessão de
empréstimos por parte dos credores
Caso 4.1 – A) Plano Financeiro
• Primeiro apresentam-se as necessidades financeiras previstas par o ano N que
incluiem o CAPEX , na Variação do Working Capital (se positiva, o que é o caso)
assim como os juros do empréstimo de médio prazo a pagar em N (visto que nesse
ano ainda não há reembolso do capital emprestado, pois há carência)
• Chegamos assim em B135 às necessidades financeiras do Ano N = 55.375 = 50.000
(CAPEX) + 4.875 (Working Capital) + 500 (Juros do Empréstimo de Médio Prazo)
• As quais devem ser confrontadas com os recursos financeiros mobilizados e
previstos para esse ano cujo total está expresso em B144 = 53.375 = 3.375
(EBITDA) + 30.000 (Realização do Capital Social) + 10.000 (Empréstimo de Médio
Prazo Obtido) + 10.000 (Crédito do Fornecedor de Imobilizado)

• Do exposto resulta um saldo annual negativo de 2.000€ (ou seja, uma necessidade
de financiamento de 2.000€=B149) que terão de ser financiados através do
recurso ao empréstimo de curto prazo oferecido pelo Banco, que vence juros de
6% ao ano. Admitindo que este empréstimo é utilizado a meio do ano e que se
têm de pagar os juros desses 6 meses (3%=6%/2) então precisamos de um
empréstimo de 2.000/0,97 = 2.062€ (B150), visto que os respetvos juros serão
então 62€ (B151), pagos nesse mesmo ano N.
Caso 4.1 – A) Demonstração de Resultados do Ano N

• Uma vez fechado (ou seja, equilibrado) o plano


financeiro do Ano N podemos então fechar a
Demonstração de Resultados desse mesmo ano
• Deduzimos ao EBIT os juros de médio prazo
(500€) e de curto prazo (62€), pelo que o
Resultado Antes de Impostos baixa para -7.187€
(perda fiscal) pelo que o imposto do Ano N será 0
e haverá lugar ao reporte desse prejuízo nos
ano(s) seguinte(s)
Caso 4.1 – A) Plano Financeiro de N+1
• Uma vez fechada a Demonstração de Resultados de N vamos então
para o plano financeiro de N+1
• Começamos por determinar as Necessidades Financeiras totais em
C135 = 7.813 (Variação positiva, ou seja investimento, do Working
Capital) + 2.500 (Reembolso do Empréstimo de Médio Prazo) + 500
(juros desse mesmo empréstimo) + 2.062 (reembolso do
empréstimo de curto prazo contráido em N) + 62 (segunda
prestação de juros desse empréstimo, os outros 6 meses já foram
pagos em N) = 22.936
• Para o financiamento daquelas necessidades teremos apenas o
EBITDA de 20.063 (C138=C144), logo desta vez temos um défice de
2.874 (C149) e de acordo com a mesma lógica teremos de ir buscar
um empréstimo de curto prazo de 2.874/0,97 = 2.963, visto que
nesse mesmo ano N+1 teremos de pagar os juros de um semestre
no valor de 89€ = 2.963 – 2.874
Caso 4.1 – A) Demonstração de
Resultados do Ano N +1
• Uma vez fechado (ou seja, equilibrado) o plano
financeiro do Ano N+1 podemos então fechar a
Demonstração de Resultados desse mesmo ano
• Deduzimos ao EBIT os juros de médio prazo (500€) e de
curto prazo (62€ do Empréstimo contraído em N e 89€
do contraído em N+1), pelo que o Resulatado Antes de
Impostos baixa para +9.412€ mas como há prejuízos a
reportar do ano anterior no montante de 7.187€ então
a matéria coletável será apenas de 2.225€ (C87), perda
fiscal) pelo que o imposto do Ano N+1 será 890€ e já
não haverá lugar ao reporte de prejuízos nos ano(s)
seguinte(s), o resultado líquido será então de 8.522€
(C89)
Caso 4.1 – B) Balanços Previsionais
dos Anos N e N +1
• Uma vez fechado o plano financeiro e a demonstração de resultados desse
mesmo ano estamos em condições de apresentar o respetivo balanço
previsional
• É o que está feito nas linhas 159 a 187 da folha de cálculo, aqui vamos
apenas chamar a atenção para as rubricas que em nossa opinião merecem
alguns comentários
• Começamos pelos Ativos Fixos em que sugerimos que se apresente o seu
valor Bruto (linha 161) as amortizações acumuladas (linha 162) e o
respetivo valor líquido (linha 163) em vez de apenas apresentar este
último. Desta forma é mais fácil detetar erros nestes items
• Os clientes e as existências vêm do mapa de Working Capital, neste
exemplo não há saldo de disponibilidades (o que não é muito realista)
• Com estes elementos chega-se ao total do Ativo quer no Ano N (B170 =
51.375€) quer em N+1 (C170 = 58.438€)
Caso 4.1 – B) Balanços Previsionais
dos Anos N e N +1
• Nos capitais próprios salientamos o Capital Social
de 30.000€ desde o Ano N (B172 e C172) , o
resultado negativo desse mesmo ano (-7.187€ em
B174), que é transferido para reservas e
resultados transitados (no ano seguinte C173,
sendo que recomendamos esta apresentação
para evitar erros na afetação dos resultados), já
no ano N+1 aparece o resultado líquido de 8.522
(C174)
• Assim sendo os capitais próprios do Ano N são
22.813€ (B175) e 31.335€ no Ano N+1 (C175)
Caso 4.1 – B) Balanços Previsionais
dos Anos N e N +1
• Já o passivo subdivide-se entre o não corrente (a mais de um ano, que inclui
apenas o saldo do empréstimo a médio e longo prazo que ainda estará presente
no final do ano seguinte) e o corrente (a menos de um ano, que naturalmente
inclui a parcela do empréstimo de médio prazo que se vence no próximo ano)
• Por isso a dívida a médio prazo é de 7.500 em N (B178) e 5.000 em N+1 (C178) e
os empréstimos bancários incluem para além dos empréstimos de equilíbrio os
2.500€ do empréstimo de médio e longo prazo a reembolsar no ano seguinte
• Depois os restantes items do passivo estão no mapa de Working Capital com
exceção dos Fornecedores de Imobilizado do Ano N (B181 = 10.000€) e dos
Impostos a pagar do Ano N+1 (C183 = 890€), que foram determinados na
Demosntração de Resultados respetiva
• Saliente-se a importância de apresentar um Controlo de Erros = Ativo – (Capitais
Póprios + Passivo Total) = 0
• Este último deve ser igual a 0 mostrando que o balanço está coerente com os
restantes documentos previsionais, só assim se consegue mostrar que as projeções
estão consistentes!

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