Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livro
Livro
Educação e da
Aprendizagem
Prof. Kevin Daniel dos Santos Leyser
Indaial – 2021
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof. Kevin Daniel dos Santos Leyser
L685p
ISBN 978-65-5663-661-0
ISBN Digital 978-65-5663-662-7
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, este Livro Didático é sobre a psicologia da educação
e da aprendizagem. É um campo de estudos relativamente jovem que
experimentou um enorme crescimento nos últimos anos. A psicologia
educacional envolve o estudo de como as pessoas aprendem, incluindo
métodos de ensino, processos instrucionais e diferenças individuais na
aprendizagem. O objetivo é entender como as pessoas aprendem e retêm
novas informações. Esse ramo da psicologia envolve não apenas o processo
de aprendizagem da primeira infância e adolescência, mas inclui os processos
sociais, emocionais e cognitivos que estão envolvidos na aprendizagem ao
longo de toda a vida.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................... 95
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 209
REFERÊNCIAS..................................................................................................................................... 309
UNIDADE 1 —
PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
1
2
TÓPICO 1 —
UNIDADE 1
PSICOLOGIA EDUCACIONAL:
UMA BASE PARA O ENSINO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, iniciaremos a introdução deste tópico com um relato
de um caso que alude muito bem acontecimentos reais nas escolas e enfatiza
o propósito desta disciplina que você está agora estudando, a Psicologia da
Educação e da Aprendizagem. Vamos lá?
3
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
4
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
UNI
5
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
6
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
Por exemplo, suponha que Paula Santos queira dar uma aula de estatística
para uma turma diversificada de alunos do quinto ano escolar. Para fazer isso,
Paula deve realizar muitas tarefas relacionadas. Ela deve certificar-se de que a
aula seja ordeira e que os alunos saibam o comportamento que se espera deles.
Ela deve descobrir se os alunos têm as habilidades de pré-requisito; por exemplo,
os alunos precisam ser capazes de somar e dividir para encontrar as médias.
Caso contrário, Paula deve encontrar uma maneira de ensinar essas habilidades
aos alunos. Ela deve envolver os alunos em atividades que os levem a uma
compreensão das estatísticas, como fazer com que os alunos joguem dados,
joguem cartas ou coletem dados de experimentos; e ela deve usar estratégias de
ensino que ajudem os alunos a lembrar o que lhes foi ensinado.
7
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
FONTE: https://m.media-amazon.com/images/I/41X9ExN4o4L.jpg.
8
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
FONTE: O autor
a aula mais caótica. Mas para realmente desafiar os alunos, para obter seus
melhores esforços, para ajudá-los a dar saltos conceituais e organizar e reter novos
conhecimentos, os professores precisam ser intencionais: propositais, atenciosos
e flexíveis, sem nunca perder de vista seus objetivos para cada criança.
10
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
DICAS
11
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
avaliam dois aspectos distintos, que são: o senso de eficácia pessoal e senso de eficácia do
ensino. Este trabalho objetivou levantar as propriedades psicométricas de uma versão da
escala para o português, com uma grande amostra brasileira. Acesso ao artigo neste link:
https://bit.ly/3CXMeFP. Acesso em: 28 jun. 2021.
Este livro destaca as ideias que são centrais para a psicologia educacional
e as pesquisas relacionadas. Também apresenta muitos exemplos de como essas
ideias se aplicam na prática, enfatizando práticas de ensino, não apenas teorias ou
sugestões que foram avaliadas e consideradas eficazes. O conteúdo deste livro foi
projetado para ajudá-lo a desenvolver habilidades de pensamento crítico para o
ensino: uma abordagem lógica e sistemática para os muitos dilemas encontrados
na prática e na pesquisa. Nenhum texto pode fornecer todas as respostas certas
para o ensino, mas este tenta fazer as perguntas certas e envolvê-lo, apresentando
alternativas realistas e os conceitos e pesquisas por trás delas.
12
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
ideias e que olham para o seu próprio ensino de forma crítica. Talvez o objetivo
mais importante deste livro seja criar o hábito de usar a reflexão informada para
se tornar um dos professores experts de amanhã.
13
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
FIGURA 2 – OS JETSONS
Uma educação do século XXI significa dar aos alunos as habilidades que
precisam para ter sucesso neste novo mundo e ajudá-los a aumentar a confiança
para praticar essas habilidades. Com tantas informações disponíveis para eles, as
habilidades do século XXI se concentram mais em dar sentido a essas informações,
compartilhando-as e usando-as de maneiras inteligentes.
14
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
15
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
grupos de alunos com necessidades diferentes, o que faria com que alguns alunos
trabalhassem independentemente enquanto outros recebessem sua atenção. Se
as escolas pudessem fornecer tutores para todos os alunos, não haveria conflito;
instrução direta e individualização podem coexistir. Na prática, entretanto, as
salas de aula costumam ter de 20 a 30 alunos; como resultado, uma instrução
mais direta (a primeira meta) quase sempre significa menos individualização (a
segunda meta). Sua tarefa como professor intencional é equilibrar esses objetivos
concorrentes de acordo com as necessidades de alunos e situações específicas.
16
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
17
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
A chave pode estar no fato de que seus colegas riem quando Thomas se
comporta mal. Essa resposta é uma pista de que Thomas está procurando sua
atenção. Se o professor Haroldo repreender o aluno, isso pode aumentar o status
dele aos olhos de seus colegas e, assim, recompensar seu comportamento. Ignorar
o mau comportamento pode ser uma boa ideia se um aluno estiver agindo para
chamar sua atenção, mas, neste caso, é aparentemente a atenção da turma que
Thomas está procurando. Mandar este aluno para a sala da supervisora priva-o
da atenção de seus colegas de classe e, portanto, pode ser eficaz. Mas, e se o
Thomas estiver procurando uma maneira de sair da aula para evitar a tarefa? E
se ele ficar ostentando que enfrentou os poderes constituídos, com a aprovação
óbvia de seus colegas? Tornar toda a classe responsável pelo comportamento de
cada aluno provavelmente privará Thomas do apoio de seus colegas e melhorará
seu comportamento; mas alguns alunos podem pensar que é injusto puni-los pelo
mau comportamento de outro aluno. Por fim, lembrar à turma (e ao Thomas) seu
próprio interesse em aprender e seus padrões usuais de comportamento pode
funcionar se a turma, de fato, valorizar o desempenho e o bom comportamento.
18
TÓPICO 1 — PSICOLOGIA EDUCACIONAL: UMA BASE PARA O ENSINO
19
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
UNI
Você deve decidir (1) como reconhecer problemas e questões, (2) como considerar as
situações de múltiplas perspectivas, (3) como usar conhecimento profissional relevante para
formular ações, (4) como tomar a ação mais apropriada, e (5) como julgar as consequências.
Diante disso, reflita sobre a seguinte situação: a professora Mara tem uma aluna chamada
Anita em sua aula de geografia. Na maioria das vezes, Anita é bastante quieta e retraída.
Suas notas indicam considerável habilidade acadêmica, mas um observador casual nunca
saberia disso. A professora Mara faz a si mesma as seguintes perguntas:
1. Que problemas eu percebo nesta situação? Anita está entediada, cansada, desinteressada
ou tímida, ou sua participação pode ser inibida por algo que eu ou outros estamos fazendo
ou não? Que teorias da psicologia educacional devo considerar?
2. Eu me pergunto o que Anita pensa sobre estar nesta turma. Ela se sente excluída? Ela se
preocupa com o conteúdo? Ela está preocupada com o que eu ou outras pessoas pensamos
sobre sua falta de participação? Por que ou por que não? Que teorias de motivação me
ajudarão a tomar uma decisão?
3. O que sei da teoria, pesquisa ou prática que pode guiar minhas ações para envolver a
Anita mais diretamente nas atividades de aula com a turma?
4. O que eu realmente posso fazer nesta situação para aumentar o envolvimento de Anita?
5. Como saberia se tive sucesso com Anita?
Se a professora Mara perguntar e tentar responder a essas perguntas – não apenas no caso de
Anita, é claro, mas também para outros alunos – ela aumentará suas chances de aprender sobre
seu trabalho ao fazer o seu trabalho. O filósofo John Dewey (1953) ensinou que os problemas
enfrentados pelos professores são os próprios estímulos naturais para a investigação reflexiva.
Os professores intencionais aceitam desafios e pensam de forma produtiva sobre eles.
E
IMPORTANT
Digamos que você esteja procurando um carro novo. Antes de gastar seu dinheiro, você
provavelmente revisará as descobertas de vários relatórios de pesquisas de consumo.
Você pode querer saber algo sobre o desempenho de vários carros em testes de colisão,
quais carros têm o melhor consumo de combustível ou quais são os valores de troca
de modelos específicos. Antes de embarcar neste grande investimento, você quer se
sentir o mais confiante possível sobre sua decisão. Se você já esteve nessa situação antes,
provavelmente se lembra de que toda a sua pesquisa o ajudou a tomar uma decisão
informada. Agora que você está prestes a entrar na profissão de professor, deve aplicar
uma orientação semelhante ao consumidor em sua tomada de decisão. Como professor,
você será chamado a tomar centenas de decisões todos os dias. Sua decisão de compra
de carro é influenciada por uma combinação de achados de pesquisas sólidas e bom
senso, e suas decisões sobre ensino e aprendizagem devem seguir esse mesmo padrão.
Ensino-aprendizagem é parte de conceitos complexos sujeitos a uma ampla variedade de
influências, portanto, seu conhecimento de pesquisas relevantes servirá para orientá-lo na
tomada de decisões informadas. Como o conhecimento da fórmula simples de: pesquisa
+ senso comum = ensino eficaz, pode ajudá-lo a ser um consumidor mais inteligente da
pesquisa em psicologia educacional? As recomendações a seguir mostram como você
pode colocar essa fórmula em prática:
21
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
com base nos dados e tomando um curso de ação com base nas conclusões. Para muitos
professores experientes, esse ciclo se torna automático e internalizado. Quando aplicadas
de forma sistemática, essas práticas podem servir para validar pesquisas e teorias e, como
resultado, aumentar o seu crescimento profissional com base no conhecimento.
3. Compartilhe suas experiências. Ao combinar conhecimento de pesquisa com seu bom
senso profissional, você se verá engajado em práticas mais eficazes. Conforme você e seus
alunos experimentam o sucesso, compartilhe suas descobertas. As vias de disseminação são
infinitas. Além de publicar artigos em fontes tradicionais, como periódicos profissionais e boletins
informativos organizacionais, não negligencie a importância de preparar demonstrações e
oficinas para a própria a escola, artigos para conferências profissionais estaduais e nacionais
e apresentações para conselhos escolares. Além disso, através da internet, você poderá
acompanhar notícias e se envolver em discussões contínuas sobre seu trabalho.
22
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Você pode desenvolver ainda mais suas habilidades como professor intencional
procurando mentores, buscando desenvolvimento profissional e conversando
com colegas e amigos sobre suas experiências.
23
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) V – V – F – V.
c) ( ) F – V – F – V.
d) ( ) F – F – V – V.
25
26
TÓPICO 2 —
UNIDADE 1
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, iniciaremos este tópico com mais um relato de um caso
hipotético. Agora o nosso foco é o desenvolvimento cognitivo e a personagem
central será a Patrícia Assis. Você está curioso para saber em quais situações
pedagógicas a personagem vai se envolver? Vamos lá?
UNI
Por que você acha que a turma da Patrícia Assis não consegue resolver o
problema do pêndulo? O que a experiência dela sugere a você sobre o porquê os professores
devem considerar os estágios de desenvolvimento das crianças em seu ensino?
27
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Duas questões centrais têm sido debatidas por décadas entre os psicólogos
do desenvolvimento: o grau em que o desenvolvimento é afetado pela experiência
e se o desenvolvimento ocorre em estágios.
28
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
Por sua vez, uma questão gira em torno da noção de como a mudança
ocorre. Conforme as teorias do desenvolvimento contínuo, como modelos
de processamento de informação (MUNAKATA, 2006), pressupõe-se que o
desenvolvimento ocorre em uma progressão suave à medida que as habilidades
se desenvolvem e as experiências são fornecidas pelos cuidadores e pelo ambiente.
Teorias do desenvolvimento contínuo enfatizam a importância do meio ambiente
ao invés da hereditariedade na determinação do desenvolvimento.
29
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
30
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
FIGURA 3 – ESQUEMAS
FIGURA 3 – ESQUEMAS
31
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
no entanto, é o que acontecerá com o esquema de bater do bebê. Por causa das
consequências inesperadas de bater o ovo, o bebê pode mudar o esquema. No
futuro, o bebê pode bater alguns objetos com força e outros suavemente. O aluno
do ensino médio que estuda apenas por meio da memorização pode aprender a
usar uma estratégia diferente, como discutir conceitos difíceis com um amigo, para
estudar conteúdos ou tópicos nos quais a memorização não funciona muito bem.
32
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
etapa. Para o autor referido, as pessoas progridem por meio de quatro estágios
de desenvolvimento cognitivo entre o nascimento e a idade adulta. Cada estágio
é marcado pelo surgimento de novas habilidades intelectuais que permitem às
pessoas compreenderem o mundo de maneiras cada vez mais complexas.
33
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
34
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
35
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
36
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
37
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
38
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
39
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
40
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
E
IMPORTANT
41
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
42
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
43
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
44
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
E
IMPORTANT
46
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
47
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
As crianças que leem em casa começam com uma vantagem na leitura, mas
todas as crianças podem aprender conceitos de textos, trama e outros conceitos
de pré-leitura se frequentarem pré-escolas ou jardins de infância que enfatizarem
a leitura e a discussão de livros em sala de aula. Da mesma forma, crianças
pequenas podem ser ensinadas a ouvir sons específicos dentro das palavras,
uma habilidade chamada consciência fonêmica, o que contribui para o sucesso
posterior na leitura. É importante, também, aproveitar todas as oportunidades
possíveis para construir o vocabulário das crianças apontando novas palavras em
muitos contextos (NEUMAN, 2014).
E
IMPORTANT
Você pode, também, usar vários locais na sala de aula. As salas de aula podem ter
centros de redação que disponibilizam computadores com programas de redação, letras
magnéticas, quadros-negros, lápis, giz de cera, marcadores e papel. Você pode incentivar
49
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
o envolvimento das crianças com livros, lendo em pequenos grupos, fazendo com que
voluntários leiam para as crianças individualmente e permitindo que as crianças escolham
livros para ler. As experiências íntimas de leitura permitem que as crianças virem as páginas,
parem para ver fotos ou façam perguntas e leiam junto com um adulto.
Livros de histórias infantis permitem que os leitores iniciantes confiem no que já sabem
sobre letramento enquanto aprendem as relações entre letras e sons. As histórias são
previsíveis se uma criança conseguir lembrar o que o autor vai dizer e como será dito.
Estruturas repetitivas, rima e ritmo, e uma combinação entre imagens e texto aumentam a
previsibilidade. A compreensão das crianças sobre a alfabetização é aprimorada quando os
adultos destacam as características importantes do texto. Declarações como “Começamos
na frente, não no final do livro”; “Mova o dedo; você está cobrindo as palavras e não
consegue enxergar para lê-las”; e “Aponte para cada palavra que você disser, não para cada
letra, assim” ajudam a esclarecer o processo de leitura. Você pode indicar os recursos do
texto que são significativos e chamar a atenção para padrões de letras, sons ou frases.
Programas que incentivam os pais a ler com seus filhos em idade pré-escolar mostraram
que as crianças se beneficiam.
Para finalizar este tópico, aqui vão algumas dicas para os professores
intencionais quanto ao ensino dirigido por princípios do desenvolvimento
cognitivo, da linguagem e do letramento. Os professores intencionais usam o que
sabem sobre padrões previsíveis de desenvolvimento cognitivo, de letramento e
de linguagem para tomar decisões de ensino:
• Eles estão cientes do que as crianças da idade em que ensinam são capazes de
fazer agora e nos próximos passos em seu desenvolvimento, e ajudam a dar
aos alunos oportunidades de crescer em novas formas de pensar.
50
TÓPICO 2 — DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
51
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• As pessoas ajustam seus esquemas para lidar com o mundo por meio da
assimilação e da acomodação.
52
• As crianças internalizam o aprendizado, desenvolvem autorregulação e
resolvem problemas por meio da fala privada ou silenciosa.
53
AUTOATIVIDADE
54
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) V – F – F.
b) ( ) F – V – F.
c) ( ) F – V – V.
d) ( ) V – F – V.
55
56
TÓPICO 3 —
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, novamente iniciaremos o tópico com um caso hipotético.
Vamos lá?
"Ei, baixinho!" diz Samuel um dia quando encontra Bruno para uma sessão
de tutoria. "Ei, Samuel!" Como sempre, Bruno está encantado em ver seu grande
amigo. Mas hoje sua saudação amigável se transforma em um olhar de espanto.
"O que você tem em seu lábio?". "Você nunca viu um piercing labial?" Bruno
está impressionado. "Incrível!" “Muitos caras estão usando”. "Não doeu abrir um
buraco no lábio?" “Um pouco, mas sou forte! Rapaz, minha mãe estava brava, no
entanto. Eu tenho que tirar meu piercing antes de ir para casa, mas eu o coloco de
volta enquanto estou caminhando para a escola. ". "Mas sua mãe não ...". “Chega
disso, tampinha! Você tem um pouco de matemática para fazer. Vamos lá!"
57
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Ele está chocado com a ousadia de Samuel em usar um piercing no lábio. Ele está
igualmente chocado com a disposição de Samuel de desobedecer diretamente
a sua mãe. Bruno pode se comportar mal, mas dentro de limites muito mais
estreitos. Ele sabe que regras são regras e espera ser punido se as violar.
E
IMPORTANT
PENSAMENTO CRÍTICO
Os adolescentes afirmam sua independência de maneiras que muitas vezes são apoiadas
por seu grupo de pares, mas não por seus pais. Diante disso, que tipos de confrontos você
pode esperar encontrar em uma sala de aula do ensino médio e como pretende lidar com
eles? Quais estratégias você poderia usar para evitar confrontos em primeiro lugar?
59
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Erikson (1998) acreditava que as crianças neste estágio têm o desejo duplo
de se apegar e de se desapegar. Os pais que são flexíveis o suficiente para permitir
que seus filhos explorem livremente e façam as coisas por si próprios, mas ao
mesmo tempo fornecem uma mão orientadora sempre presente, encorajam o
estabelecimento de um senso de autonomia. Os pais que são excessivamente
restritivos e severos dão aos filhos uma sensação de impotência e incompetência,
o que pode levar à vergonha e à dúvida sobre as habilidades de uma pessoa.
60
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
62
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
63
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Para entender o raciocínio moral das crianças, Piaget (1977) passou muito
tempo observando as crianças jogando bolinhas de gude e perguntando sobre as
regras do jogo. A primeira coisa que ele descobriu foi que, antes dos seis anos, as
crianças brincavam de acordo com suas próprias regras idiossincráticas e egocêntricas.
Piaget acreditava que as crianças muito pequenas eram incapazes de interagir de
forma cooperativa e, portanto, incapazes de se engajar no raciocínio moral.
64
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
65
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Com base nas respostas que recebeu, Kohlberg propôs que as pessoas passam
por uma série de seis estágios de julgamento ou raciocínio moral. Os níveis e estágios
de Kohlberg estão resumidos no Quadro 4. Ele agrupou esses seis estágios em três
níveis: pré-convencional, convencional e pós-convencional. Esses três níveis são
diferenciados pela definição que a criança ou adulto atribui como comportamento
correto ou moral, algo como acontece com outras teorias de estágios, nas quais cada
estágio é mais sofisticado e complexo do que o anterior, e a maioria dos indivíduos
passa por eles na mesma ordem (COLBY; KOHLBERG, 1984).
66
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
67
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Kohlberg (1969) acreditava que dilemas morais podem ser usados para
avançar o nível de raciocínio moral de uma criança, mas apenas em um estágio
de cada vez. Ele teorizou que a maneira pela qual as crianças progridem de um
estágio para o próximo é interagindo com outras pessoas cujo raciocínio é um ou,
no máximo, dois estágios acima do seu. Os professores podem ajudar os alunos a
progredir no raciocínio moral, entrelaçando as discussões sobre justiça e questões
morais nas aulas, especialmente em resposta a eventos que ocorrem na sala de
aula ou na sociedade em geral.
68
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
HEWER, 1985) revisou sua teoria com base nessas críticas. No entanto, a maioria
das pesquisas não conseguiu encontrar quaisquer diferenças entre homens e
mulheres na maturidade moral (BEE; BOYD, 2011).
69
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
70
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
71
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
72
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
DICAS
Para saber mais sobre como fortalecer a autoestima das crianças, leia o livro
“Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação escolar”, vol. 2 de Coll,
Marchesi e Palácios (2004) e o livro “Labirinto de espelhos”, de Assis e Avanci (2004).
73
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
74
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
75
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
mais frequência pelos colegas como uma pessoa de quem gosta e, com menos
frequência, como alguém de quem não gosta. Em contraste, uma criança rejeitada
é aquela que é nomeada com mais frequência pelos colegas como uma pessoa
de quem não gosta e, com menos frequência, como alguém de quem gosta. Uma
criança também pode ser classificada como negligenciada, não é frequentemente
nomeada nem como de quem se gosta tampouco de quem não se gosta. Por outro
lado, uma criança controversa é frequentemente citada como alguém de quem
se gosta, mas também é frequentemente chamada como alguém de quem não se
gosta. Crianças comuns são aquelas que são nomeadas como de quem se gosta e
não se gosta com frequência moderada.
Crianças que não são bem aceitas ou rejeitadas por seus colegas nos
anos iniciais do Ensino Fundamental correm alto risco (WENTZEL; BARRY;
CALDWELL, 2004). Essas crianças são mais propensas a abandonar a escola,
a se envolver em comportamento delinquente e a ter problemas emocionais e
psicológicos na adolescência e na idade adulta do que seus colegas que são mais
aceitos. Algumas crianças rejeitadas tendem a ser altamente agressivas; outras
tendem a ser muito passivas e retraídas, e essas crianças podem ser vítimas de
bullying. Crianças que são rejeitadas, sejam agressivas ou retraídas, parecem estar
em maior risco de dificuldades.
E
IMPORTANT
76
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
77
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
78
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
79
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
80
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
E
IMPORTANT
81
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Outras emoções dessa faixa etária incluem raiva (e medo de não ser capaz
de controlá-la), culpa, frustração e ciúme. Os pré-adolescentes precisam de ajuda
para perceber que essas emoções e medos são uma parte natural do crescimento.
Os adultos devem deixá-los falar sobre essas emoções e medos, mesmo que
pareçam irrealistas para um adulto. Sentimento de culpa, muitas vezes, surge
quando há um conflito entre as ações das crianças, com base nos valores do grupo
de pares, e os valores de seus pais. A raiva é uma emoção comum nessa idade, e é
exibida com mais intensidade do que muitas outras emoções (SANTROCK, 2014).
Assim como costumam dizer aos pré-adolescentes que não devem ter medo, os
pais costumam dizer-lhes que não devem ficar com raiva. Infelizmente, essa é
uma expectativa irreal, mesmo para adultos.
82
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
E
IMPORTANT
O PROFESSOR INTENCIONAL
83
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
84
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
UNI
TEORIA EM PRÁTICA
86
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR
87
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
88
TÓPICO 3 — DESENVOLVIMENTO SOCIAL, MORAL E EMOCIONAL
89
UNIDADE 1 — PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO
FONTE: LOMONACO, J. F. B. Psicologia e educação: hoje e amanhã. Psicol. Esc. Educ. (Impr.),
Campinas, v. 3, n. 1, p. 11-20, 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pee/v3n1/v3n1a02.pdf.
Acesso em: 30 maio 2021.
90
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
CHAMADA
92
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F – V – F – F.
b) ( ) V – F – F – V.
c) ( ) V – F – V – F.
d) ( ) F – V – V – F.
94
REFERÊNCIAS
AL-NAMLAH, A. S.; FERNYHOUGH, C.; MEINS, E. Sociocultural influences on
the development of verbal mediation: private speech and phonological decoding
in Saudi Arabian and British samples. Developmental Psychology, Washington,
v. 42, n. 1, p. 117-131, 2006. Disponível em: https://dro.dur.ac.uk/2626/1/2626.
pdf. Acesso em: 1. jul. 2021.
BANERJEE, R.; WEARE, K.; FARR, W. Working with “Social and Emotional
Aspects of Learning” (SEAL): associations with school ethos, pupil social
experiences, attendance, and attainment. British Educational Research Journal,
Londres, v. 40, n. 4, p. 718-742, 2013.
BARBER, B.; ECCLES, J.; STONE, M. Whatever happened to the jock, the
brain, and the princess? Young adult pathways linked to adolescent activity
involvement and social identity. Journal of Adolescent Research, Londres, v.
16, n. 5, p. 429-455, 2001.
BATTISTICH, V. et al. Beyond the three R’s: a broader agenda for school reform.
The Elementary School Journal, Chicago, v. 99, n. 5, p. 415-432, 1999.
95
BAUMERT et al. Teachers’ mathematical knowledge, cognitive activation in
the classroom, and student progress. American Educational Research Journal,
Washington, v. 47, n. 1, p. 133-180, 2010.
BEE, H.; BOYD, D. (Orgs.). A criança em desenvolvimento. 12. ed. Porto Alegre:
Artmed, 2011.
BERRY, B. et al. Teaching 2030. New York: Teachers College Press, 2011.
BIANCAROSA, C.; SNOW, C. E. Reading next: a vision for action and research
in middle and high school literacy: a report to Carnegie Corporation of New
York. 2. ed. Washington: Alliance for Excellent Education, 2006.
BROWN, F.; EMMONS, C.; COMER, J. The broader picture. Better: Evidence-
Based Education, Bradford, v. 2, n. 2, p. 18-19, 2010.
DEVRIES, R. Piaget and Vygotsky: theory and practice in early education. In:
GOOD, T. L. (Org.). 21st century learning. Thousand Oaks: Sage, 2008. p. 184-
193. v. 1.
97
DUCKWORTH, A. L.; STEINBERG, L. Understanding and cultivating self-
control in children and adolescents. Child Development Perspectives,
Hoboken, v. 9, n. 1, p. 32-37, 2015.
FISHER, D.; FREY, N. The purposeful classroom: how to structure lessons with
learning goals in mind. Alexandria: ASCD, 2011.
98
GIORGIS, C.; GLAZER, J. I. Literature for young children: supporting emergent
literacy, ages 0–8. 6. ed. Boston: Allyn & Bacon, 2009.
GORDON, C. W. The social system of the high school: A study in the sociology
of adolescence. Glencoe: Free Press, 1957.
99
KEENAN, T.; EVANS, S. An introduction to child development. Thousand
Oaks: Sage, 2010.
KOHLBERG, L. High school democracy and educating for a just society. In:
MOSHER, M. L. (Org.). Moral education: a first generation of research and
development. New York: Praeger, 1980. p. 20-57.
LADD, G.; SECHLER, C. Young children’s peer relations and social competence.
In: SARACHO, O. N.; SPODEK, B. (Org.). Handbook of research on the
education of young children. New York: Routledge, 2013. p. 33-66.
100
MARCIA, J. E. Identity and self-development. In: LERNER, M.; PETERSEN,
A. C.; BROOKS-GUNN, E. J. (Org.). Encyclopedia of adolescence. New York:
Garland, 1991. p. 527-531.
101
PACKARD, B.; BABINEAU, M. E. Development: 9-12. In: GOOD, T. L. (Org.).
21st century learning. Thousand Oaks: Sage, 2008. p. 103-112.
PARTNERSHIP for 21st century skills. Framework for 21st century learning.
2009. Disponível em: www.21stcenturyskills.org. Acesso em: 22 mar. 2021.
102
SCHUNK, D. Learning theories: an educational perspective. 7. ed. Boston:
Pearson, 2016.
SLAVIN, R. Educational psychology: theory and practice. 12. ed. New York:
Pearson, 2018.
103
TOUGH, P. Como as crianças aprendem: o papel da garra, da curiosidade e da
personalidade no desenvolvimento infantil. 2 ed. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2017.
104
UNIDADE 2 —
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
105
CHAMADA
106
TÓPICO 1 —
UNIDADE 2
TEORIAS COMPORTAMENTAIS E
SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, vamos introduzir este tópico com um caso que exemplifica
os conceitos das teorias que estudaremos aqui. Convidamos você a ler este relato
hipotético que aconteceu com a professora Julia Eller. Vamos lá?
E
IMPORTANT
107
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Muito bem, caríssimo acadêmico, você está pronto para iniciarmos nossa
jornada nos estudos sobre a psicologia da aprendizagem? Vamos lá.
2 O QUE É A APRENDIZAGEM?
O que é aprendizagem? Esta parece uma pergunta simples até que você
comece a pensar a respeito. Considere os quatro exemplos a seguir. São exemplos
de aprendizagem?
108
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
O problema que você enfrenta como professor não é como fazer os alunos
aprenderem, os alunos já estão empenhados em aprender a cada momento. Em
vez disso, é como ajudá-los a aprender informações, habilidades e conceitos
109
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
específicos que serão úteis em suas vidas. Como apresentamos aos alunos os
estímulos corretos nos quais concentrar sua atenção e esforço mental para que
adquiram habilidades importantes? Esse é o desafio central do ensino.
111
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
ratos consiste em uma barra que é fácil para o rato apertar, um distribuidor de
comida que pode dar ao rato uma bolinha de comida e um distribuidor de água.
O rato não pode ver ou ouvir nada fora da caixa, então todos os estímulos são
controlados pelo experimentador.
• da forma que várias pressões sobre a barra sejam necessárias para obter comida;
• da forma que algumas pressões sobre a barra possam produzir a comida, mas
outras não;
• da forma que as pressões sobre a barra não possam produzir mais comida.
112
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
2.2.2 Reforçadores
Um reforçador é qualquer consequência que fortalece (ou seja, aumenta a
frequência de) um comportamento. Observe que a eficácia do reforçador deve ser
demonstrada. Não podemos presumir que uma determinada consequência seja
um reforçador até que tenhamos evidências de que ela fortalece o comportamento
de um determinado indivíduo. Por exemplo, doces podem geralmente ser
considerados um reforçador para crianças pequenas, mas depois de uma grande
refeição, uma criança pode não achar os doces agradáveis e algumas crianças não
gostam de doces. Um professor que diz: “eu o reforcei com elogios por permanecer
em seu lugar durante o período de matemática, mas não funcionou”, pode estar
usando mal o termo reforço se não houver evidência de que o elogio seja de fato
um reforçador para esse aluno em particular. Nenhuma recompensa pode ser
considerada um reforço para todos em todas as condições (ZIRPOLI, 2016).
113
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
114
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
NOTA
Vamos ver algumas diretrizes para o uso de reforço para aumentar o comportamento
desejado na sala de aula:
1. Decida quais comportamentos você deseja dos alunos e reforce esses comportamentos
quando eles ocorrerem. Por exemplo, elogie ou recompense um bom trabalho. Não
elogie ou recompense o trabalho que não está à altura das capacidades dos alunos.
Conforme os alunos começam uma nova tarefa, eles precisam ser reforçados a cada
passo ao longo do caminho. Aproximações mais próximas do que você espera realizar
como produto final devem receber feedback positivo. Divida os novos comportamentos
(atribuições de sala de aula) em partes menores e forneça recompensas adequadas ao
longo do caminho.
2. Diga aos alunos quais comportamentos você deseja; quando eles exibirem os
comportamentos desejados e você os reforçar, diga-lhes o porquê. Apresente aos alunos
uma rubrica (um instrumento de avaliação apresentado na forma de tabela, construída e
modificada com base nos critérios específicos, relacionados a uma atividade ou qualquer
outra tarefa que se deseja avaliar) que descreva os critérios que você usará ao avaliar
seu trabalho e inclua a pontuação de cada critério. Os alunos, então, serão capazes de
discriminar seus próprios pontos fortes e fracos a partir do feedback que recebem de
você.
3. Reforce o comportamento apropriado o mais rápido possível após sua ocorrência. O
reforço atrasado é menos eficaz do que o reforço imediato. Ao avaliar uma tarefa,
apresente feedback aos alunos o mais rápido possível. É importante que eles saibam
como estão se saindo nas aulas, portanto, não perca tempo em fornecer suas notas.
Ao elaborar uma tarefa, você deve sempre considerar o esquema de notas que usará e
quanto tempo levará para fornecer o feedback pretendido.
115
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
NOTA
Reforçadores práticos
Qualquer coisa de que as crianças gostem pode ser um reforço eficaz, mas existem
limitações práticas óbvias sobre o que deve ser usado nas salas de aula. Um princípio geral
de reforço positivo é que é melhor usar o reforçador menos elaborado ou tangível que
funcione. Em outras palavras, se o elogio, o autorreforço ou o feedback sobre o progresso
funcionam, não use certificados. Se os certificados funcionam, não use brinquedos
pequenos. Se os brinquedos pequenos funcionam, não use comida. Uma forma de
descobrir quais reforços usar é perguntar aos próprios alunos quem são mais propensos
a trabalhar para um reforçador que eles selecionaram. No entanto, não hesite em usar
qualquer reforço prático necessário para motivar as crianças a realizar tarefas importantes.
Em particular, tente todas as estratégias de reforço possíveis antes mesmo de pensar em
punição (descrito a seguir). Algumas categorias de reforçadores e exemplos de cada um
aparecem aqui. Eles são organizados do menos para o mais tangível.
116
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
ser entregue com um sorriso, uma piscadela, ou um sinal como o polegar para cima ou
um tapinha nas costas. Na aprendizagem cooperativa e na tutoria entre pares, os alunos
podem ser encorajados a elogiar uns aos outros pelo comportamento apropriado
(WALKER et al., 2011).
3. Atenção. A atenção de um adulto ou colega valorizado pode ser um reforço muito
eficaz para muitas crianças. Ouvir, balançar a cabeça ou aproximar-se pode dar à criança
a atenção positiva que ela está procurando. Para desempenho excepcional ou para
cumprir metas por um longo período, os alunos podem ter um momento especial para
visitar o zelador, ajudar no escritório ou dar um passeio com o diretor (ZIRPOLI, 2016).
4. Notas e reconhecimento. Boas notas e outras honras (por exemplo, certificados de
realização) podem ser eficazes para dar aos alunos um feedback positivo sobre seus
esforços e para comunicar o progresso às famílias, que provavelmente reforçarão eles
próprios os bons relatórios. Exibições públicas de um bom trabalho, notas do diretor e
outros elogios podem ter o mesmo efeito. As pontuações dos questionários, avaliações
de comportamento e outros feedbacks fornecidos com frequência podem ser mais
eficazes do que as notas do boletim cobrindo meses de trabalho.
5. Ligar para casa. Ligar ou enviar um bilhete para os cuidadores de uma criança para
reconhecer o sucesso pode ser um reforçador poderoso.
6. Reforço domiciliar. As famílias podem ser parceiras eficazes em um sistema de
reforço. Os professores podem chegar a um acordo com as famílias em que as crianças
recebam privilégios especiais em casa quando atendem a padrões bem especificados
de comportamento ou desempenho.
7. Privilégios. As crianças podem ter tempo livre, acesso a equipamentos especiais (como
bolas ou jogos de futebol) ou funções especiais (como fazer recados ou distribuir
materiais). Crianças ou grupos que se comportaram bem podem simplesmente ser
autorizados a se alinhar primeiro para o recesso ou desfrutar de outros pequenos
privilégios.
8. Reforçadores de atividade. Depois de atingir os padrões pré-estabelecidos, os alunos
podem ganhar vídeos, jogos ou acesso a outras atividades divertidas. Os reforçadores
de atividade se prestam particularmente bem a contingências de grupo, nas quais uma
classe inteira pode ganhar tempo livre ou atividades especiais se os alunos coletivamente
atingirem um padrão (SCHEUERMANN; HALL, 2016).
9. Reforçadores tangíveis. As crianças podem ser recompensadas por realizações ou bom
comportamento com pontos que podem trocar por pequenos brinquedos, borrachas,
lápis, bolas de gude, gibis, adesivos e assim por diante. Os reforçadores tangíveis
geralmente funcionam melhor quando as crianças podem escolher entre várias opções
(JONES; JONES, 2016).
10. Alimentos. Uvas, maçãs, cenouras, iogurte ou outros lanches saudáveis podem ser
usados como reforçadores.
2.2.3 Punidores
As consequências que enfraquecem o comportamento são chamadas de
punidores. Observe que há o mesmo problema na definição de punição e na
definição de reforço: se uma consequência aparentemente desagradável não reduz
a frequência do comportamento que segue, não é necessariamente um punidor.
Por exemplo, alguns alunos gostam de ser mandados para a sala do diretor ou
para o corredor porque isso os libera da sala de aula, o que eles veem como uma
situação desagradável (SCHEUERMANN; HALL, 2016). Alguns alunos gostam
de ser repreendidos porque isso lhes chama a atenção e talvez aprimore seu status
entre os colegas. Como acontece com os reforçadores, a eficácia de um punidor
não pode ser presumida, mas deve ser demonstrada. A punição pode assumir
duas formas principais.
117
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
118
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
2.2.5 Modelagem
119
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
2.2.6 Extinção
Por definição, os reforçadores fortalecem o comportamento. O que
acontece quando os reforçadores são retirados? Eventualmente, o comportamento
será enfraquecido e, por fim, desaparecerá. Esse processo é denominado extinção
de um comportamento previamente aprendido (BORICH, 2014).
120
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
não abrirá. Você pode empurrar ainda mais forte por um tempo, sacudir a porta,
girar a maçaneta para os dois lados, talvez até chutar a porta. Você provavelmen-
te se sentirá frustrado e com raiva, porém, depois de um curto período, você per-
ceberá que a porta está trancada e irá embora. Se a porta estiver trancada perma-
nentemente (sem que você saiba), você pode tentar algumas vezes nos próximos
dias e, talvez, uma vez após um mês; apenas eventualmente você desistirá disso.
121
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
122
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
após uma puxada uma vez e após 200 puxadas na próxima vez, e não há como
prever qual puxada vencerá. Na sala de aula, os professores costumam usar um
esquema de razão variável quando os alunos levantam a mão para responder a
perguntas. Embora nunca saibam quando serão reforçados por serem capazes
de dar a resposta correta, os alunos podem esperar ser chamados cerca de
uma em 20 vezes em uma classe de 20 alunos (um esquema RV20) porque, em
média, 20 comportamentos são necessários para um reforçador. Os esquemas de
razão variável tendem a produzir taxas de comportamento altas e estáveis. Na
verdade, quase todos os jogos de azar envolvem esquemas de RV, então, podem
ser literalmente viciantes. Da mesma forma, o uso de verificações aleatórias
frequentes do trabalho do aluno pode ajudar a motivar um trabalho constante e
cuidadoso.
123
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
PADRÕES DE RESPOSTA
DURANTE O DURANTE A
ESQUEMA DEFINIÇÃO
REFORÇAMENTO EXTINÇÃO
Queda rápida na taxa
Número constante Taxa de resposta
de resposta após o
de comportamentos constante; pausa após
Razão Fixa número necessário de
necessários para o reforço
respostas passar sem
reforço
reforço
Número variável
Taxa de resposta alta e A taxa de resposta
Razão de comportamentos
constante permanece alta, depois
Variável necessários para o
cai
reforço
Quantidade
Taxa desigual, com Queda rápida na taxa
constante de tempo
Intervalo rápida aceleração ao de resposta após o
passa antes que
Fixo final de cada intervalo intervalo passar sem
o reforço esteja
reforço
disponível
Quantidade variável
Taxa de resposta alta e Diminuição lenta na
Intervalo de tempo passa antes
constante taxa de resposta
Variável que o reforço esteja
disponível
FONTE: O autor
124
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
2.2.8 Manutenção
O princípio da extinção afirma que, quando o reforço para um
comportamento previamente aprendido é retirado, o comportamento desaparece.
Isso significa que os professores devem reforçar os comportamentos dos alunos
para sempre?
125
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
126
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
127
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
128
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
129
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
NOTA
Você já tentou ensinar alguém a amarrar os sapatos? Imagine explicar essa tarefa a
alguém sem o uso de um modelo ou imitação! Aprender a amarrar os sapatos é um
exemplo de como funciona a aprendizagem por observação. Adquirir novas habilidades
observando o comportamento de outras pessoas é uma parte comum da vida cotidiana.
Em muitas situações, as crianças observam os outros falando e agindo e testemunham as
consequências dessas atividades. Essas observações fornecem modelos que ensinam às
crianças estratégias para usar em outros momentos e lugares. Embora o foco principal da
pesquisa sobre aprendizagem observacional tenha sido em comportamentos específicos,
estudos mostraram que as atitudes também podem ser adquiridas por meio da observação
(SCHUNK, 2016). Tanto professores como pais estão preocupados com os modelos
emulados pelas crianças. O valor desses modelos vai além das habilidades específicas que
possuem e inclui as atitudes que representam. Na sala de aula, você deve ter a certeza de
exemplificar um padrão de comportamento consistente com as expectativas que você tem
para os alunos. Por exemplo, se a atenção e a ser bem-educado são características que
você deseja estimular nos alunos, certifique-se de ser atento e educado.
130
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
131
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
132
TÓPICO 1 — TEORIAS COMPORTAMENTAIS E SOCIAIS DE APRENDIZAGEM
como mapear seu progresso em direção a uma meta. Por exemplo, Reid e
Lienemann (2006) ensinaram um grupo de alunos com transtornos de déficit de
atenção a listar todas as tarefas necessárias para completar uma tarefa escrita e,
em seguida, marcar essas tarefas à medida que as concluíam. Isso aumentou a
duração e a qualidade de sua escrita. Seguindo linhas semelhantes, Trammel,
Schloss e Alper (1994) descobriram que o fato de crianças com dificuldades de
aprendizagem manterem registros e fazerem gráficos de sua conclusão de dever
de casa aumentava significativamente a quantidade de lição de casa que elas
faziam. Uma revisão feita por Robinson, Robinson e Katayama (1999) descobriu
que as estratégias de modificação cognitiva do comportamento podem ter um
impacto substancial, especialmente na redução de comportamentos hiperativos,
impulsivos e agressivos. Vários estudos revisados descobriram que esses efeitos
são duradouros.
NOTA
Autossuficiência
No século XXI, o sucesso em empregos bem remunerados depende cada vez mais da
capacidade de trabalhar independentemente ou com outras pessoas por longos períodos
sem um superior monitorando de perto o trabalho. Mais do que nunca, os alunos precisam
aprender como dividir as tarefas em pedaços pequenos e monitorar (e reforçar) suas
próprias realizações. Os alunos que aprendem a se motivar têm uma habilidade que os
ajudará a ter sucesso em qualquer desafio que a escola ou a vida traga. Por esse motivo,
as avaliações tendem a enfatizar tarefas maiores (em vez de questões de múltipla escolha
curtas) para garantir que os alunos possam organizar um conteúdo complexo. Os alunos
que se sentem confiantes em sua capacidade de usar comportamentos metacognitivos
e automotivadores tendem a ter alta autoeficácia – a crença de que os próprios esforços
(ao invés da sorte ou de outras pessoas ou outros fatores externos ou incontroláveis)
determinam o sucesso ou fracasso de alguém. As crenças de autoeficácia são talvez o fator
mais importante (depois da habilidade) na determinação do sucesso dos alunos na escola
(BANDURA, 2006).
133
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
DICAS
• Comunicam claramente aos seus alunos quais comportamentos são esperados e quais
devem ser evitados.
• Reforçam aos alunos a se envolverem em comportamentos que levam ao sucesso do
aprendizado.
• Moldam comportamentos dividindo tarefas complexas em tarefas menores e reforçam
o progresso em direção ao objetivo complexo.
• Evitam punição sempre que possível, nunca usam punição física e evitam usar
modificação de comportamento para controlar excessivamente os alunos.
• Reforçam o progresso dos alunos com frequência nos estágios iniciais de aprendizagem
de uma nova habilidade e com menos frequência e menos previsíveis conforme novas
habilidades são estabelecidas.
• Usam muitos exemplos e simulações da vida real para ajudar os alunos a generalizar de
uma situação para outra e da escola para a aplicação prática.
• Ensinam os alunos a monitorar e reforçar seus próprios comportamentos, com a
intenção de se tornarem alunos automotivados e autorregulados.
• Envolvem os alunos na definição de seus próprios padrões e na elaboração de como
organizar seu trabalho e dividir tarefas complexas para atender a esses padrões.
134
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Moldar por meio de feedback oportuno em cada etapa de uma tarefa é uma
prática de ensino eficaz com base na teoria de aprendizagem comportamental.
Extinção é o enfraquecimento e o desaparecimento gradual do comportamento
à medida que o reforço é retirado.
135
• A teoria da aprendizagem social é baseada no reconhecimento da importância
da aprendizagem observacional e da aprendizagem autorregulada. Bandura
(1997) observou que aprender por meio da modelagem – direta ou indiretamente
– envolve quatro fases: prestar atenção, reter o comportamento modelado,
reproduzir o comportamento e ser motivado a repetir o comportamento.
Bandura (1997) propôs que os alunos fossem ensinados a ter expectativas em
relação ao próprio desempenho e a se reforçar. Meichenbaum (1977) propôs
etapas para a aprendizagem autorregulada que representam uma forma de
modificação cognitiva do comportamento.
136
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Comportamentos condicionados.
b) ( ) Comportamentos operantes.
c) ( ) Comportamentos aleatórios.
d) ( ) Comportamentos reforçados.
a) ( ) Princípio de Pavlov.
b) ( ) Princípio do reforço positivo.
c) ( ) Princípio da consequência alternada.
d) ( ) Princípio de Premack.
137
5 As consequências que enfraquecem o comportamento são chamadas de
punidores. Como acontece com os reforçadores, a eficácia de um punidor
não pode ser presumida, mas deve ser demonstrada. A punição pode
assumir duas formas principais. Descreva as duas formas principais de
punição.
138
TÓPICO 2 —
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você lembra do relato da professora Eller do Tópico
1? Então, agora vamos introduzir este segundo tópico com um novo caso que
também exemplifica os conceitos das teorias que estudaremos aqui, as teorias
cognitivas de aprendizagem. Convidamos você a ler este relato hipotético que
aconteceu com a professora Verônica Bispo. Vamos lá?
139
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
DICAS
Aprendizagem cooperativa
Anote duas ou três maneiras pelas quais você tenta memorizar listas e estudar novos
conceitos. Compartilhe com outros alunos uma estratégia que você usa para aprender
melhor as informações. Agora responda, qual é a sua imagem de aprendizagem, memória
e esquecimento? Depois de esboçar sua própria imagem, reúna-se com quatro ou cinco
colegas de classe para compor uma ilustração resumida ou diagrama da memória e
cognição humana com base em suas ideias individuais. Após 10 minutos, compartilhe com
a classe.
141
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
143
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Quando você diz aos alunos: “preste atenção”, você está usando as palavras
“preste” de maneira adequada, como sinônimo de conceder, dar. Como o ocorre
com dar dinheiro, a atenção é um recurso limitado. Quando você pede aos alunos
concedam a você sua capacidade limitada de atenção, o que você está dizendo é
que eles devem desistir de atender ativamente a outros estímulos, mudando suas
prioridades para que outros estímulos sejam excluídos (GREGORY; KAUFELDT,
2015). Por exemplo, quando as pessoas ouvem atentamente um orador
interessante, elas não percebem as pequenas sensações corporais (como coceira
ou fome) e outros sons ou imagens. Um palestrante experiente sabe que quando
o público parece inquieto, sua atenção não está mais focada na palestra, mas pode
estar se voltando para considerações sobre o almoço ou outras atividades. Assim
que seus ouvintes começarem a verificar seus smartphones, você saberá que
está realmente em apuros. É hora de recuperar a atenção dos ouvintes (BUNCE;
FLENS; NEILES, 2010).
144
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
145
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
146
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
cada ingrediente, além do suco de laranja como bebida. Depois de fazer isso, você
pode descartar o café da manhã da memória de trabalho e substituí-lo pelo grupo
do almoço e, em seguida, pelo grupo do jantar, passando pelos mesmos processos.
Observe que tudo o que você fez foi substituir 24 porções de informação por 3
porções grandes que você poderia separar em seus componentes.
147
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
148
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
149
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
150
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
151
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
152
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
153
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
ser mais fácil para um não motorista brasileiro aprender a dirigir na Inglaterra
do que para um experiente motorista, porque este último aprendeu muito a se
manter à direita – um erro potencialmente fatal na Inglaterra.
DICAS
Existem duas maneiras de ajudar a reduzir a inibição retroativa para os alunos. A primeira
é não ensinar conceitos semelhantes e confusos muito próximos no tempo. A segunda é
usar métodos diferentes para ensinar conceitos semelhantes. Ao abordar vários conceitos
confusos ou semelhantes, ensine o primeiro completamente antes de introduzir o próximo.
Por exemplo, os alunos devem ser completamente capazes de reconhecer a letra b antes
154
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
que a letra d seja introduzida. Se essas letras forem introduzidas muito próximas umas
das outras, aprender uma pode interferir no aprendizado da outra. Quando a nova letra
é introduzida, você deve apontar cuidadosamente as diferenças entre b e d e os alunos
devem praticar a discriminação entre os dois até que possam dizer com certeza qual é
qual. Outra forma de reduzir a inibição retroativa é usar métodos diferentes para ensinar
conceitos semelhantes ou variar outros aspectos da instrução para cada conceito. Por
exemplo, em estudos sociais, você pode ensinar sobre a Espanha por meio de palestras e
debates, sobre a França por meio de projetos em grupo e sobre a Itália por meio de vídeos.
Isso ajudaria os alunos a evitar confundir informações sobre um país com as de outro. A
maioria das coisas que são esquecidas nunca foram aprendidas com firmeza em primeiro
lugar. A melhor maneira de garantir a retenção de longo prazo do material ensinado na
escola é garantir que os alunos dominem suas características essenciais. Isso significa
avaliar a compreensão dos alunos com frequência e reaproveitá-las caso eles não tenham
alcançado níveis adequados de compreensão.
EFEITO NA MEMÓRIA
EFEITO NA FACILITAÇÃO
INIBIÇÃO (NEGATIVO)
APRENDIZAGEM (POSITIVO)
Facilitação retroativa
Inibição retroativa (exemplo: aprender
A aprendizagem
(Exemplo: o aprendizado a ensinar matemática
posterior afeta a
de “d” interfere no ajuda com habilidades
aprendizagem anterior
aprendizado de “b”) matemáticas aprendidas
anteriormente)
Inibição proativa
A aprendizagem Facilitação proativa
(exemplo: aprender a
anterior afeta a (exemplo: aprender
dirigir no Brasil interfere
aprendizagem espanhol ajuda a aprender
no aprendizado de dirigir
posterior italiano posteriormente)
na Inglaterra)
FONTE: O autor
155
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
3.2 A PRÁTICA
Caro acadêmico, o método mais comum para guardar informações na
memória também é o mais mundano: a prática. A prática leva à perfeição?
156
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
157
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
158
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
159
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
161
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
162
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
ATENCAO
Explique e modele as etapas do método PQ4R para seus alunos, usando as seguintes
diretrizes:
163
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
DICAS
Aprendendo a aprender
164
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
165
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Você pode aplicar este princípio – que as informações elaboradas são mais
fáceis de entender e lembrar – para ajudar os alunos a compreender as aulas. Os
alunos podem ser solicitados a pensar em conexões entre ideias ou a relacionar
novos conceitos com suas próprias vidas. A elaboração pode ser ensinada como
uma habilidade para ajudar os alunos a compreender o que leem. Ao discutir
uma história ou romance, você pode pedir aos alunos de vez em quando que
parem e visualizem o que está acontecendo ou prestes a acontecer, como um meio
de ajudá-los a elaborar sua compreensão do material.
166
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE APRENDIZAGEM
NOTA
167
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Outro meio que você pode usar para ajudar os alunos a compreender
tópicos complexos é a introdução de modelos conceituais ou diagramas que
mostram como os elementos de um processo estão relacionados entre si. O uso
de tais modelos organiza e integra informações. Exemplos de tópicos que se
prestam ao uso de modelos conceituais são eletricidade, mecânica, programação
de computadores e os processos pelos quais as leis são aprovadas. Quando os
modelos fazem parte de uma aula, os alunos não apenas aprendem mais, mas
também são mais capazes de aplicar o que aprenderam para resolver problemas de
forma criativa. Os mapas de conhecimento, uma variação dos modelos conceituais,
podem ser usados para ensinar uma variedade mais ampla de conteúdo. Um
mapa do conhecimento mostra graficamente os principais conceitos de um tópico
de estudo e as ligações entre eles. Demonstrou-se que dar aos alunos mapas de
conhecimento após uma aula aumenta a retenção do conteúdo da aula (NESBIT;
ADESOPE, 2006).
168
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Uma vez que a informação é recebida, ela é processada pela mente de acordo
com nossas experiências e estados mentais. Essa atividade é chamada de
percepção.
169
• A teoria da interferência afirma que duas situações causam esquecimento:
inibição retroativa, quando aprender uma segunda tarefa faz a pessoa esquecer
algo que foi aprendido anteriormente, e inibição proativa, quando aprender
uma coisa interfere na retenção de coisas aprendidas posteriormente.
• Informações que fazem sentido e são significativas para os alunos são mais
significativas do que o conhecimento inerte e as informações aprendidas
mecanicamente. De acordo com a teoria do esquema, o conhecimento
significativo dos indivíduos é construído de redes e hierarquias de esquemas.
170
• Fazer anotações, sublinhar, resumir, escrever para aprender, delinear e mapear
podem efetivamente promover a aprendizagem. O método PQ4R é um exemplo
de estratégia que foca na organização significativa da informação.
171
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Registro sensorial.
b) ( ) Memória de trabalho.
c) ( ) Memória de curto prazo.
d) ( ) Memória de longo prazo.
a) ( ) Ensaio.
b) ( ) Elaboração.
c) ( ) Retenção.
d) ( ) Registro processual.
172
5 Ao contrário da crença popular, as pessoas retêm grande parte do que
aprenderam na escola. A retenção de longo prazo, entretanto, varia muito
de acordo com o tipo de informação. Disserte sobre fatores que contribuem
para a retenção de longo prazo.
173
174
TÓPICO 3 —
UNIDADE 2
ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, bem-vindo ao Tópico 3 desta unidade do nosso livro
didático. Vamos introduzir este terceiro tópico com mais um caso que exemplifica
os conceitos das teorias aqui descritas, as teorias construtivistas e centradas no
aluno do processo de ensino-aprendizagem. Convidamos você a ler este relato
hipotético que aconteceu com o professor Daniel Santos. Vamos lá?
175
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
"Formidável!" ele diz. “Vocês não apenas descobriram uma solução, mas
todos no grupo participaram e entenderam o que você fez. Agora eu gostaria
que vocês me ajudassem. Eu tenho alguns grupos que estão realmente perplexos.
Vocês acham que poderiam ajudá-los? Não dê a eles a resposta, mas ajude-os a
entrar no caminho certo. Que tal Yolanda e Miguel ajudarem com os Cérebros
Vivos e Davi e Margarida ajudarem com o Equipe dos Sonhos. Ok? Obrigado!"
E
IMPORTANT
176
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
177
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
178
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
179
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
180
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
181
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
2.6 ANDAIME
Conforme observado no Tópico 2 da Unidade 1, o andaime é uma
prática baseada no conceito de aprendizagem assistida de Vygotsky. De acordo
com Vygotsky, as funções mentais superiores, incluindo a capacidade de
direcionar a memória e a atenção de forma proposital e pensar em símbolos,
são comportamentos mediados (MAHN; JOHN-STEINER, 2013). Mediados
externamente pela cultura, esses e outros comportamentos são internalizados na
mente do aluno como ferramentas psicológicas. Na aprendizagem assistida, ou
aprendizagem mediada, o professor é o agente cultural que orienta a instrução
para que os alunos dominem e internalizem as habilidades que permitem um
funcionamento cognitivo superior. Essa capacidade de internalizar ferramentas
culturais é uma função da idade do aluno ou do estágio de desenvolvimento
cognitivo. Uma vez adquiridos, os mediadores internos permitem uma maior
aprendizagem automediada.
182
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
Em termos práticos, o andaime pode incluir dar aos alunos mais estrutura
no início de um conjunto de aulas e gradualmente passar a responsabilidade para
que operem por conta própria. Por exemplo, os alunos podem ser ensinados a
gerar suas próprias perguntas sobre o material que estão lendo. No início, você
pode sugerir as perguntas, modelando os tipos de perguntas que os alunos
podem fazer, mas depois, os alunos assumem a tarefa de geração de perguntas.
Para outro exemplo de andaime, consulte a Figura 5.
FIGURA 5 – ANDAIME
FONTE: O autor
DDEE e TEJ têm sido usados em uma ampla variedade de disciplinas,
de matemática a artes da linguagem e estudos sociais, têm sido usados desde a
terceiro ano escolar até a faculdade. O método DDEE é mais apropriado para o
ensino de objetivos bem definidos, como cálculos e aplicações matemáticas, uso
da linguagem e mecânica, geografia e habilidades de mapas e fatos e conceitos
científicos. No entanto, pode ser facilmente adaptado para uso com objetivos
menos bem definidos, incorporando avaliações mais abertas, como ensaios
ou apresentações. Muitos estudos encontraram efeitos positivos do DDEE na
aprendizagem de uma variedade de assuntos (SLAVIN, 2013). O DDEE é descrito
em mais detalhes no UNI a seguir.
184
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
NOTA
1. Designe os alunos para equipes de quatro ou cinco membros. Grupos de quatro são
preferíveis; faça equipes de cinco membros apenas se a classe não for divisível por
quatro. Para atribuir os alunos, classifique-os de cima para baixo em alguma medida
de desempenho acadêmico (por exemplo, notas anteriores, notas de testes) e divida
a lista de classificação em quatro partes, colocando todos os alunos extras nas partes
intermediárias. Em seguida, coloque um aluno de cada quarto da lista dividida em cada
equipe, certificando-se de que as equipes sejam bem equilibradas em gênero e etnia.
Alunos extras (intermediários) podem se tornar quintos membros das equipes.
2. Faça uma folha de trabalho e um pequeno questionário para a lição que você planeja
ensinar. Diga à classe que durante o estudo em equipe (um ou dois períodos de aula),
as tarefas dos membros da equipe são dominar o material que você apresentou em sua
lição e ajudar seus companheiros de equipe a dominar o material. Informe aos alunos
que eles terão planilhas ou outros materiais de estudo que podem usar para praticar
a habilidade que está sendo ensinada e para avaliar a si próprios e a seus colegas de
equipe.
3. Faça com que os colegas de equipe movam suas carteiras juntos ou movam-se para
as mesas da equipe, dê aos alunos cerca de 10 minutos para decidir o nome do time.
Em seguida, distribua planilhas ou outros materiais de estudo (dois de cada por equipe).
Certifique-se de que os alunos entendam os seguintes pontos antes de começar:
• Sugira que os alunos de cada equipe trabalhem em pares ou trios. Se eles estão
resolvendo problemas (como em matemática), cada aluno em um par ou trio deve
resolver o problema e então verificar com seu(s) parceiro(s). Se alguém perder uma
pergunta, os colegas de equipe desse aluno têm a responsabilidade de explicá-la. Se os
alunos estiverem trabalhando com perguntas de resposta curta, eles podem questionar
uns aos outros, com os parceiros se revezando, segurando alternadamente a folha de
respostas e, em seguida, trocando de papéis e tentando responder às perguntas.
• Enfatize para que eles não terminem de estudar até que tenham certeza de que todos
os seus colegas vão acertar 100 % no questionário.
• Certifique-se de que os alunos compreendam que as folhas de trabalho são para estudar
– não para preencher e entregar. Por isso, é importante que eles tenham as folhas de
respostas para verificarem a si próprios e aos colegas de equipe enquanto estudam.
• Peça que expliquem as respostas uns aos outros, em vez de apenas verificarem uns aos
outros na folha de respostas.
185
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
• Quando os alunos tiverem dúvidas, eles devem perguntar a um colega de equipe antes
de perguntar a você.
4. Enquanto os alunos estão trabalhando em equipes, circule pela classe, elogiando as
equipes que estão trabalhando bem e sentando-se com cada equipe para ouvir como
estão os membros.
5. Distribua o questionário ou outra avaliação e dê aos alunos tempo adequado para
concluí-lo. Não os deixe trabalharem juntos no questionário; neste ponto, eles devem
mostrar o que aprenderam como indivíduos. Peça que separem suas carteiras, se
possível. Permita que troquem papéis com membros de outras equipes ou colha os
questionários para pontuar após a aula.
6. Atribua pontuações individuais e de equipe. As pontuações da equipe no DDEE são
baseadas nas melhorias dos membros da equipe em relação aos seus próprios registros
anteriores. Assim que possível, após cada teste, você deve computar as pontuações
das equipes individuais e escrever um boletim informativo para a turma (ou preparar
um quadro de avisos da turma) para anunciar as pontuações das equipes. Se possível,
o anúncio das pontuações das equipes deve ser feito no primeiro período após o
questionário. Isso torna a conexão entre fazer bem e receber reconhecimento clara para
os alunos, aumentando sua motivação para fazer o melhor. Calcule as pontuações da
equipe somando os pontos de melhoria ganhos pelos membros da equipe e dividindo
essa soma pelo número de membros da equipe que estavam presentes no dia do
questionário.
7. Reconheça as realizações da equipe. Assim que você tiver calculado os pontos
de cada aluno e calculado as pontuações da equipe, deverá fornecer algum tipo
de reconhecimento a todas as equipes que obtiverem uma média de 20 pontos de
melhoria ou mais. Você pode dar certificados aos membros da equipe ou preparar uma
exibição de quadro de avisos. É importante ajudar os alunos a valorizar o sucesso da
equipe. Seu próprio entusiasmo com as pontuações da equipe ajudará. Se você der
mais de um questionário por semana, combine os resultados do questionário em uma
única pontuação semanal. Após cinco ou seis semanas de DDEE, reatribua alunos a
novas equipes. Isso permite que os alunos trabalhem com outros colegas e mantém o
programa atualizado.
186
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
Muitos alunos acham útil reunir-se com os colegas para discutir o material
que leram ou ouviram em sala de aula. Essa prática milenar foi formalizada
em um método em que os alunos trabalham em pares e se revezam resumindo
seções do material uns para os outros. Enquanto um aluno resume, o outro ouve
e corrige quaisquer erros ou omissões. Em seguida, os dois alunos trocam de
papéis, continuando dessa maneira até que tenham coberto todo o material a ser
aprendido. Uma série de estudos desse método de script cooperativo constatou
consistentemente que os alunos que estudam dessa forma aprendem e retêm
muito mais do que os alunos que resumem por conta própria ou simplesmente
leem o material (O’DONNELL, 2006). Um método relacionado, em que as crianças
se revezam na leitura e na síntese umas das outras, também se mostrou eficaz
nos estudos de Keer e Vanderlinde (2013). É interessante que, embora ambos os
participantes nos pares cooperativos ganhem com a atividade, os ganhos maiores
são vistos nas seções que os alunos ensinam aos seus parceiros, ao invés daquelas
nas seções onde eles atuam como ouvintes.
188
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
189
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
E
IMPORTANT
Aprendizagem Cooperativa
• Que tipo de problemas você pode encontrar no local de trabalho em que a experiência
de trabalhar em grupos na escola pode ajudar os participantes a encontrar uma boa
solução?
• Indo um passo adiante, olhando para o choque de partidos e ideologias políticas, quais
habilidades adquiridas em grupos de aprendizagem cooperativa podem ser aplicáveis à
resolução de conflitos em uma escala ampla?
190
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
191
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Decidir qual é o problema e o que precisa ser feito envolve uma análise
de meio-fim. Aprender a resolver problemas requer muita prática com diferentes
tipos de problemas que exigem reflexão. Com muita frequência, os textos
de matemática e outras disciplinas que incluem muitos problemas deixam de
apresentar exemplos que farão os alunos pensar. Eles podem dar aos alunos um
conjunto de problemas de palavras cujas soluções requerem a multiplicação de
dois números. Os alunos logo aprendem que podem resolver esses problemas
procurando por dois números quaisquer e multiplicando-os. Na vida real,
entretanto, os problemas não se alinham ordenadamente em categorias. Podemos
ouvir: “João Silva obteve um aumento de 5 % na semana passada, que totalizou
R$ 1.200”. Se quisermos descobrir quanto o João estava ganhando antes de seu
aumento, a parte difícil não é fazer o cálculo, mas saber qual cálculo é necessário.
Na vida real, esse problema não estaria em uma página intitulada “Dividindo por
porcentagem”. Quanto mais diferentes tipos de problemas os alunos aprendem a
resolver e quanto mais eles têm que pensar para resolver esses problemas, maior a
chance de que, quando confrontados com problemas da vida real, os alunos sejam
capazes de transferir suas habilidades ou conhecimentos para a nova situação.
192
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
193
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
194
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
195
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
PASSO
QUANDO... TÁTICAS
ESTRATÉGICO
• Identifique as diferentes
dimensões da situação.
Quando você
Declare o problema, • Identifique as partes da situação
precisa ser claro
a situação ou seu(s) em que você se concentrará.
sobre o que está
objetivo(s). • Declare precisamente o que você
fazendo ou para
deseja mudar ou o que deseja que
onde está indo.
seja o seu resultado.
• Seja específico!
• Brainstorm.
• Procure por diferentes tipos de
Pesquise por ideias,
ideias.
opções, possibilidades,
Quando você • Veja as coisas de diferentes
propósitos, recursos,
precisa pensar pontos de vista.
suposições, causas,
amplamente • Procure ideias ocultas.
efeitos, questões,
sobre algo. • Baseie-se nas ideias de outras
dimensões, hipóteses,
pessoas.
fatos ou interpretações.
• Use categorias para ajudá-lo a
pesquisar.
• Procure por muitos motivos.
• Considere o imediato e o longo
prazo
consequências.
Quando você
Avalie opções, planos, • Liste todos os prós e contras,
precisa avaliar,
ideias, teorias ou prestando atenção
classificar ou
objetos. para ambos.
decidir algo.
• Tente ser objetivo; evite o
preconceito.
• Use sua imaginação: como isso
afetará outras pessoas?
• Faça um plano detalhado: diga o
que acontecerá em cada etapa.
• Visualize a aparência/sensação/
aparência em detalhes.
• Pergunte a si mesmo: quais
Quando você
Elabore possibilidades, recursos serão usados?
precisa pensar
planos, opções, • Como isso vai acontecer?
nos detalhes de
hipóteses ou ideias. • Quem será afetado?
algo.
• Quanto tempo vai demorar?
• Pense nas diferentes partes.
• Faça um desenho ou escreva uma
descrição; imagine contar a alguém
sobre isso.
FONTE: Adaptado de Tishman et al. (1995)
196
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
NOTA
198
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
LEITURA COMPLEMENTAR
Josieli Piovesan
Juliana Cerutti Ottonelli
Jussania Basso Bordin
Laís Piovesan
199
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
FONTE: As autoras
200
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
201
UNIDADE 2 — PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
202
TÓPICO 3 — ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
Paín (1985, p. 19) aponta para dois tipos de elementos: o elemento alfa
“são captados em uma experiência emocional e integrados ao conhecimento
como partes da pessoa”, e o elemento beta que “entrariam no sujeito como coisas
não digeridas” e, como tal, formando uma base sem utilidade para imaginação
e inteligência. Esses elementos formalizam a diferença entre o pré-consciente de
representações e de objetos inconscientes não verbalizados.
203
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O andaime, com base nas visões de Vygotsky, exige que os professores ajudem
os alunos em pontos críticos de seu aprendizado.
204
• A solução criativa de problemas requer tempo de incubação, suspensão
de julgamento, ambientes propícios, análise de problemas, aplicação de
habilidades de pensamento e feedback.
CHAMADA
205
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Piaget e Vygotsky.
b) ( ) Watson e Skinner.
c) ( ) Bruner e Maslow.
d) ( ) Freire e Lyotard.
a) ( ) Andaime.
b) ( ) Aprendizagem cognitiva/artesanal.
c) ( ) Aprendizagem mediada.
d) ( ) Aprendizagem situada.
a) ( ) Aprendizagem artesanal.
b) ( ) Aprendizagem cognitiva.
c) ( ) Aprendizagem mediada.
d) ( ) Aprendizagem por descoberta.
FONTE: BRANSFORD, J. D.; STEIN, B. S. The ideal problem solver. 2. ed. New York: Freeman, 1993.
207
208
REFERÊNCIAS
ADAMS, A.; CARNINE, D.; GERSTEN, R. Instructional strategies for studying
content area texts in the intermediate grades. Reading Research Quarterly, v.
18, p. 27-53, 1982.
ARMONY, J. et al. Laugh (or cry) and you will be remembered. Psychological
Science, v. 18, p. 1027-1029, 2007.
BAILEY, J.; BURCH, M. Ethics for behavior analysis. Mahwah: Erlbaum, 2005.
209
BANDURA, A. Toward a psychology of human agency. Perspectives on
Psychological Science, v. 1, p. 2-10, 2006.
BRANSFORD, J. D.; STEIN, B. S. The ideal problem solver. 2. ed. New York:
Freeman, 1993.
210
BRUNER, J. S. Toward a theory of instruction. New York: Norton, 1966.
BUNCE, D. M.; FLENS, E. A.; NEILES, K. Y. How long can students pay
attention? A study of student attention decline using clickers. Journal of
Chemical Education, v. 87, n. 2, p. 1438-1443, 2010.
CARROLL, L. Alice no país das Maravilhas. 2 ed. São Paulo: [s.n.], 2000.
CORKUM, P. et al. Private speech in children with ADHD and their typically
developing peers during problem-solving and inhibition tasks. Contemporary
Educational Psychology, v. 33, n. 1, p. 97-115, 2008.
211
DRAPEAU, P. Sparing student creativity: practical ways to promote innovative
thinking and problem solving. Alexandria: ASCD, 2014.
GREENE, R. L. Repetition and spacing effects. In: BYRNE, J. (ed.). Learning and
memory. Oxford, England: Elsevier, 2008. p. 65-78.
212
GREGORY, G.; KAUFELDT, M. The motivated brain: improving student
attention, engagement, and perseverance. Alexandria: ASCD, 2015.
HALL, R.; GREENO, J. Conceptual learning. In: GOOD, T. L. (ed.). 21st century
learning. Thousand Oaks: Sage, 2008. p. 212-224. (Volume 1).
213
KOLB, B.; WHISHAW, I. An introduction to brain and behavior. 3. ed. New
York: Worth, 2011.
214
MAZUR, J. E. Learning and behavior. 7. ed. Upper Saddle River: Pearson, 2013.
NESBIT, J.; ADESOPE, O. Learning with concept and knowledge maps: a meta-
analysis. Review of Educational Research, v. 76, n. 3, p. 413-448, 2006.
PARIS, S.; CROSS, D.; LIPSON, M. Informal strategies for learning: a program
to improve children’s reading awareness and comprehension. Journal of
Educational Psychology, v. 76, p. 1239-1252, 1984.
PRESSLEY, M.; HARRIS, K. R.; MARKS, M. B. But good strategy instructors are
constructivists! Educational Psychology Review, v. 4, p. 3-31, 1992.
PURVES, D. Brains: how they seem to work. Upper Saddle River: Pearson, 2010.
215
ROBINSON, D. H.; ROBINSON, S. L.; KATAYAMA, A. D. When words are
represented in memory like pictures: evidence for spatial encoding of study
materials. Contemporary Educational Psychology, v. 24, n. 1, p. 38-54, 1999.
SCHWARTZ, D. et al. Practicing vs. inventing with contrasting cases: the effects
of telling first on learning and transfer. Journal of Educational Psychology, v.
103, n. 4, p. 759-775, 2011.
216
SENN, D.; MARZANO, R. Organizing for learning: classroom techniques to
help students interact within small groups. West Palm Beach: Learning Sciences
International, 2015.
TISHMAN, S. et al. The thinking classroom. Boston: Allyn & Bacon, 1995.
217
KEER, van H.; VANDERLINDE, R. A book for two. Phi Delta Kappan, v. 94, n.
8, p. 54-58, 2013.
218
UNIDADE 3 —
ELEMENTOS DE ENSINO-
APRENDIZAGEM EFETIVOS:
MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade,
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
219
CHAMADA
220
TÓPICO 1 —
UNIDADE 3
AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, introduziremos este tópico com um caso que exemplifica
os conceitos das teorias que estudaremos aqui. Convido você, agora, a ler este
relato hipotético que aconteceu com o Prof. Artur Nogueira. Vamos lá?
O Prof. Artur Nogueira está em ótima forma. Ele está apresentando uma
aula sobre divisão longa para sua turma da quarta série e sente que nunca foi tão
claro, tão interessante e tão bem-organizado. Quando ele faz perguntas, vários
alunos levantam a mão; quando ele os chama, eles sempre sabem as respostas.
“Artur, meu velho”, ele diz para si mesmo, “acho que você está realmente afetando
essas crianças!”.
No final do período, ele distribui um pequeno teste para ver como seus
alunos aprenderam a aula de divisão longa. Quando os trabalhos são pontuados,
ele descobre, para seu choque e decepção, que apenas cerca de um terço da turma
acertou todos os problemas. Outro terço não percebeu todos os problemas; os
alunos restantes ficaram em algum ponto intermediário. "O que deu errado?" ele
pensa. "Bem, não importa, vou definir a situação certa na aula de amanhã."
No dia seguinte, o Prof. Artur Nogueira está ainda mais bem preparado,
usa exemplos e diagramas vívidos para mostrar como fazer uma divisão longa e
dá uma aula ativa e emocionante. Ele usa um quadro interativo para ilustrar os
conceitos-chave. Em seguida, ainda mais mãos do que antes se levantam quando
ele faz perguntas, e as respostas geralmente estão corretas. No entanto, alguns
dos alunos estão começando a parecer entediados, principalmente aqueles que
obtiveram resultados perfeitos no teste e os que não acertaram. Perto do final do
período, ele dá outro breve questionário. As notas são melhores desta vez, mas
ainda há um grupo de alunos que não acertou nenhum dos problemas. Ele está
cabisbaixo. “Eu os tinha na palma da minha mão”, pensa. “Como eles poderiam
deixar de aprender?”
Para tentar descobrir o que deu errado, o Prof. Artur Nogueira repassa os
testes dos alunos que perderam todos os problemas. Ele imediatamente vê um
padrão. Na segunda aula, quase todos os alunos estavam procedendo corretamente
na configuração dos problemas de divisão longa. No entanto, alguns estavam
cometendo erros consistentes na subtração. Outros aparentemente esqueceram
seus fatos de multiplicação. Seus problemas não eram de forma alguma com
divisão; os alunos simplesmente não tinham as habilidades de pré-requisito.
“Bem”, pensa o Prof. Artur Nogueira, “pelo menos eu estava indo muito bem com
221
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
algumas das crianças”. Ocorre a ele que um dos alunos que obteve um trabalho
perfeito após a primeira aula pode ser capaz de lhe dar uma ideia de como ensinar
melhor os outros. Ele pergunta a Teresa como ela entendeu a divisão longa tão
rapidamente. “Foi fácil”, diz ela. “Aprendemos divisão longa no ano passado!”.
AUTOATIVIDADE
Pensamento Crítico: liste todas as maneiras pelas quais o Prof. Artur Nogueira
poderia ser mais eficaz para lidar com as diferenças individuais dos alunos.
Em seguida, relacione todas as maneiras pelas quais ele é eficaz para atender
às necessidades dos alunos.
222
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
do mundo, gravar suas aulas e mostrar os vídeos aos alunos. Mas se você
pensar sobre porque as videoaulas não funcionariam muito bem sozinhas, você
perceberá o quanto mais está envolvido em uma instrução e ensino eficaz do que
simplesmente dar boas palestras. Primeiro, o professor em um vídeo não teria
ideia do que os alunos já sabiam. Uma aula específica pode ser muito avançada
ou muito fácil para um determinado grupo de alunos. Em segundo lugar, alguns
alunos podem estar aprendendo a aula muito bem, enquanto outros estariam
perdendo conceitos-chave e ficando para trás. O professor do vídeo não teria
como saber quais alunos precisariam de ajuda adicional e, em qualquer caso, não
teria como fornecê-la. Não haveria como questionar os alunos para descobrir se
eles estavam entendendo os pontos principais e, em seguida, repetir qualquer
conceito que haviam perdido. Terceiro, o professor do vídeo não teria como
motivar os alunos a prestarem atenção à aula ou a realmente tentarem aprendê-
la. Se os alunos não prestassem atenção ou se comportassem mal, o professor do
vídeo não poderia fazer nada a respeito. Finalmente, o professor do vídeo nunca
saberia, ao final de uma aula, se os alunos realmente aprenderam os conceitos ou
habilidades principais.
Esta análise de um ensino que utiliza apenas a videoaula ilustra por que
você deve se preocupar com muitos elementos do ensino, além da apresentação
das informações. Você deve saber como adaptar sua instrução aos níveis de
conhecimento dos alunos. Você deve motivar os alunos a aprender, gerenciar
o comportamento dos alunos, agrupar alunos para instrução e avaliar a
aprendizagem dos alunos.
Slavin (1995) descreveu um modelo com foco nos elementos alteráveis do
modelo de Carroll, aqueles que o professor ou a escola podem alterar diretamente.
É chamado de modelo QAIT, para qualidade, adequação, incentivo e tempo.
223
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
Para que o ensino seja eficaz, cada um desses quatro elementos deve
ser adequado. Não importa quão alta é a qualidade do ensino, os alunos não
aprenderão uma aula se não tiverem as habilidades ou informações prévias
necessárias, se não tiverem motivação ou se não tiverem o tempo de que precisam
para aprender o conteúdo. No entanto, se a qualidade do ensino for baixa, não
faz diferença o quanto os alunos já sabem, o quão motivados eles estão ou quanto
tempo eles têm. A Figura 1 ilustra a relação entre os elementos no modelo QAIT.
Cada um dos elementos do modelo QAIT é como um elo de uma corrente, e a
corrente é tão forte quanto o elo mais fraco.
224
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
225
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
226
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
Este era o problema do Prof. Artur: alguns de seus alunos não estavam
prontos para aprender a divisão longa, enquanto outros já tinham aprendido
antes dele começar. Alguns de seus alunos não tinham as habilidades básicas de
multiplicação e subtração, essenciais para uma divisão longa. Outros aprenderam
durante a primeira aula e não precisaram da segunda. Se o Prof. Artur parasse
para revisar a multiplicação e a divisão, ele estaria perdendo o tempo dos alunos
mais bem preparados. Se ele estabelecesse seu ritmo de instrução de acordo
com as necessidades de seus alunos mais capazes, aqueles com problemas de
aprendizagem talvez nunca o alcançassem. Como o Prof. Artur pode dar uma
aula que funcione para todos os seus alunos, que estão tendo um desempenho
dentro da faixa normal, mas diferem em conhecimentos, habilidades e taxas de
aprendizagem prévias?
227
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
228
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
229
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
Por que o agrupamento por habilidades entre turmas é tão ineficaz? Vários
pesquisadores exploraram essa questão. O objetivo principal do agrupamento por
habilidade é reduzir a gama de níveis de desempenho dos alunos com os quais
os professores devem lidar, para que possam adaptar o ensino às necessidades de
um grupo bem definido. No entanto, o agrupamento costuma ser feito com base
em pontuações de testes padronizados ou outras medidas de habilidade geral, e
não de acordo com o desempenho em um determinado assunto. Como resultado,
a redução na gama de diferenças que são realmente importantes para uma turma
específica pode ser muito pequena para fazer muita diferença (OAKES, 2005).
230
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
uma rápida perda de autoestima. Slavin (1996) descobriu que os alunos do quinto
e sexto ano nas escolas primárias urbanas estavam ausentes em cerca de oito por
cento do tempo. Quando esses mesmos alunos ingressaram na escola secundária
monitorada, o absenteísmo aumentou quase imediatamente para 26%, e a evasão
foi concentrada entre os alunos designados para as turmas inferiores. A mudança
aconteceu rápido demais para ser atribuída inteiramente às características dos
alunos. Algo sobre a organização da escola secundária aparentemente convenceu
um número substancial de alunos de que a escola não era mais um lugar
gratificante para se estar.
3.2 DESRASTREAR
Por muitos anos, educadores e pesquisadores desafiaram o agrupamento
de habilidades entre classes em todos os níveis. Uma série de guias para
“desrastrear” (desvincular) e exemplos de desrastramento bem-sucedido foram
231
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
publicados, por exemplo, por Burris, Heubert e Levin (2004) e Kugler e Albright
(2005). As recomendações de desrastramento se concentram em colocar os alunos
em grupos de habilidades mistas e mantê-los em altos padrões, mas fornecendo
muitas maneiras para que eles atinjam esses padrões, incluindo assistência extra
para alunos que estão tendo dificuldade em acompanhar. As formas apropriadas
de aprendizagem cooperativa e abordagens baseadas em projetos têm sido
frequentemente recomendadas como um meio de abrir mais caminhos para o
alto desempenho para todas as crianças (SLAVIN, 2013). No entanto, o caminho
para desvendar está longe de ser fácil, especialmente nas escolas de ensino
fundamental e médio. Em particular, o desrastreamento muitas vezes esbarra
em séria oposição dos pais de alunos com alto desempenho. Oakes et al. (2000)
apontaram que o desrastreamento requer mudanças no pensamento sobre o
potencial das crianças, não apenas mudanças na escola ou nas práticas de sala de
aula. Professores, pais e os próprios alunos, afirmam esses pesquisadores, devem
vir a ver o objetivo da escolaridade como um sucesso para todas as crianças, não
como classificá-las em categorias, se quisermos que o desrastreamento aconteça
(OAKES et al., 2000). Essa mudança de percepção é difícil de realizar; talvez
como resultado, o movimento em direção ao desrastreamento esteja ocorrendo
lentamente no nível secundário.
233
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
3.5 RETENÇÃO
Uma das questões mais controversas na educação é se os alunos com baixo
desempenho deve ser obrigados a repetir o ano escolar. Em 2018, segundo dados
do INEP, 5,1% dos alunos dos anos iniciais e 9,5% dos alunos dos anos finais do
Ensino Fundamental, reprovaram. No Ensino Médio, a reprovação no mesmo
ano foi de 10,5%. (INEP, 2019).
234
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
235
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
236
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
A tutoria entre pares entre alunos da mesma idade pode ser mais fácil de
organizar e foi considerada muito eficaz (ROHRBECK et al., 2003). Entre pares da
mesma idade e nível de desempenho, a tutoria recíproca entre colegas, em que os
alunos se revezam como tutores e tutorados, pode ser prática e eficaz. Entretanto,
não se pode esquecer que o treinamento adequado e monitoramento de tutores
são essenciais. Alguns estudos encontraram maiores ganhos de desempenho
para tutores do que para tutorados (REKRUT, 1992). Como muitos professores já
notaram, a melhor maneira de aprender algo completamente é ensinando a outra
pessoa.
237
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
DICAS
A tutoria entre pares é uma forma eficaz de melhorar a aprendizagem do aluno tutorado
e do tutor, e ninguém duvida do valor desta estratégia para atender às necessidades
individuais em uma sala de aula. No entanto, é preciso mais do que simplesmente formar
pares de alunos para que a tutoria entre pares resulte em um aprendizado aprimorado. Para
estabelecer um programa de tutoria, reconheça que habilidades específicas precisam ser
desenvolvidas tanto nos tutores quanto nos tutorados. Sejam os tutores da mesma idade,
alunos mais velhos ou mesmo adultos, tenha cuidado ao selecionar tutores. Considere
não apenas a base de conhecimento dos tutores (ou seja, sua comprovada proficiência
com o assunto), mas também sua capacidade de transmitir o conhecimento com clareza.
Normalmente, o treinamento incluirá instrução básica em modelagem, solicitando
respostas de alunos tutorados, usando feedback corretivo e elogios/reforço, métodos
de ensino alternativos e materiais (ou seja, usando métodos multissensoriais) e registro
e relatório de progresso. Os alunos que recebem tutoria precisam ter clareza sobre seu
papel nesse processo. Seria contraproducente forçar qualquer aluno a um relacionamento
tutorial. Portanto, inicialmente selecione apenas alunos que expressem vontade de trabalhar
com um tutor. Constantemente, torne as tutorias uma parte das atividades naturais de
aprendizagem em uma sala de aula ou em uma escola inteira. Os alunos tutorados e tutores
devem compreender que o objetivo da atividade é fazer com que cada aluno tutorado
alcance uma compreensão clara dos conceitos, não apenas completar uma tarefa. Para
aumentar a preparação, você pode querer usar várias atividades de simulação durante o
processo de treinamento. Demonstrar formas apropriadas de instrução, feedback, reforço
e assim por diante; em seguida, permita que os participantes pratiquem sob condições
supervisionadas. O feedback corretivo dentro deste ambiente controlado permitirá que
você se sinta mais confiante enquanto os pares tutores-tutorados trabalham juntos sem a
sua supervisão direta.
238
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
240
TÓPICO 1 — AGRUPAMENTOS E DIFERENCIAÇÃO
podem acabar em uma educação especial ou podem ser retidas. Faz mais sentido
focar na prevenção e intervenção precoce do que na remediação no atendimento
a crianças em risco de fracasso escolar (GOODWIN, 2012). Os programas que
enfatizam a estimulação infantil, o treinamento dos pais e outros serviços para
crianças desde o nascimento até os cinco anos de idade têm efeitos de longo
prazo no sucesso escolar dos alunos em risco. Um exemplo é o Nurse-Family
Partnerships, um programa no qual enfermeiras treinadas visitam novas mães
em situação de pobreza para ajudá-las a aprender como ajudar seus filhos a
se desenvolverem física, emocional e mentalmente (MILLER, 2015). Além de
programas preventivos, há evidências de que a intervenção precoce pode evitar
que as crianças fiquem para trás nas séries iniciais. Por exemplo, Whitehurst et al.
(1999) descobriram efeitos duradouros de um programa de intervenção precoce
enfatizando a consciência fonêmica (conhecimento de como os sons se combinam
com as palavras) e outras estratégias de pré-alfabetização.
241
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
As atividades de escola de verão também são cada vez mais vistas nas
escolas, especialmente como uma última chance para os alunos evitarem a
retenção em suas séries. A pesquisa sobre a escola de verão geralmente encontra
benefícios para o desempenho das crianças (ZVOCH; STEVENS, 2013). Estudos
de Allington et al. (2010) descobriram que simplesmente enviar livros para casa
durante o verão com alunos do quinto ano escolar, junto com o incentivo à leitura,
aumenta seu desempenho de leitura.
DICAS
Uma revisão feita por Lauer et al. (2006) analisou a pesquisa sobre os dois
tipos de programas fora da escola: escola de verão e programas pós-escola. Eles
descobriram pequenos efeitos positivos de programas fora da escola para leitura
e matemática quando as crianças que frequentaram esses programas foram
comparadas com as que não o fizeram. Quando os programas incluíam aulas
particulares, os efeitos eram muito mais positivos. Os efeitos foram quase os
mesmos para programas pós-escola e de verão. A importância dessas descobertas
é a indicação de que crianças com dificuldades podem ser ajudadas estendendo o
tempo de instrução para elas, especialmente se o tempo adicional for usado para
atividades instrucionais direcionadas.
242
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• O modelo QAIT de ensino eficaz identifica quatro elementos que estão sujeitos
ao controle direto do professor: qualidade do ensino, nível apropriado de
ensino, incentivo e quantidade de tempo. O modelo propõe que o ensino
deficiente em qualquer um desses elementos será ineficaz.
• Diferenciação, tutoria por pares e tutoria por professores são métodos para
individualizar a instrução. A pesquisa apoia todas essas soluções.
243
• Os programas educacionais para alunos em risco incluem educação
compensatória, programas de intervenção precoce e educação especial.
• Atividades pós-escola e escola de verão são cada vez utilizados para estender o
tempo de aprendizagem dos alunos.
244
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Ensino automatizado.
b) ( ) Ensino diferenciado.
c) ( ) Ensino dirigido.
d) ( ) Ensino ativo.
2 Os alunos podem ajudar uns aos outros a aprender. Na tutoria entre pares,
um aluno ensina outro. Existem dois tipos principais de tutoria entre pares.
Assinale a alternativa CORRETA que contempla estes dois tipos:
3 Alunos que vêm de lares pobres ou caóticos, aqueles que apresentam atrasos
de desenvolvimento marcantes e aqueles que exibem comportamento
agressivo ou retraído têm maior probabilidade de ter problemas na escola
do que outros alunos. Essas crianças são frequentemente chamadas de
alunos em risco. Boykin (2000) defendeu o uso de outro termo ao invés de
alunos em risco, para enfatizar o fato de que muitas vezes é uma resposta
inadequada às necessidades da criança pela escola, família ou comunidade
que coloca a criança em risco. Qual é o termo defendido por Boykin?
FONTE: BOYKIN, A. W. The talent development model of schooling: placing students at promise
for academic success. Journal of Education for Students Placed at Risk, v. 5, n.1-2, p. 3-25, 2000.
a) ( ) Alunos especiais.
b) ( ) Alunos emergentes.
c) ( ) Alunos em situação de ajuda.
d) ( ) Alunos postos em risco.
FONTE: SLAVIN, R. E. Cooperative learning and intergroup relations. In: BANKS, J. (Ed.).
Handbook of research on multicultural education. New York: Macmillan, 1995.
245
5 O reagrupamento é uma forma de agrupamento por habilidade
frequentemente usada nas séries do ensino fundamental. Descreva o que é
um reagrupamento e qual a sua vantagem em relação ao agrupamento por
habilidades de um dia inteiro.
246
TÓPICO 2 —
UNIDADE 3
MOTIVANDO OS ALUNOS
PARA A APRENDIZAGEM
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, introduziremos, neste segundo tópico, um novo caso
que também exemplifica os conceitos das teorias que estudaremos aqui: as teorias
motivacionais para a aprendizagem. Convidamos você agora a ler um relato
hipotético que aconteceu com o professor Carlos Levi. Vamos lá?
247
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
DICAS
• Pensamento crítico: o prof. Ricardo inácio parece preocupado que a aula do prof. Carlos
não esteja cobrindo o material bem o suficiente. Quais você acha que são as vantagens,
desvantagens e aspectos interessantes ou pouco claros da estratégia de ensino do prof.
Carlos?
• Aprendizagem cooperativa: com outro aluno, conte histórias de um professor do ensino
médio que tentou métodos semelhantes ao método de ensino do prof. Carlos. Em dupla,
reconte suas histórias para um aluno de outro par.
248
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
Este tópico apresenta muitas das maneiras pelas quais você pode aumentar
o desejo dos alunos de aprender o material acadêmico e as teorias e pesquisas por
trás de cada método.
2 O QUE É MOTIVAÇÃO?
Um dos componentes mais críticos da aprendizagem, a motivação
também é um dos mais difíceis de medir. O que faz um aluno querer aprender?
A vontade de colocar esforço na aprendizagem é um produto de muitos fatores,
que vão desde a personalidade e habilidades do aluno às características de
tarefas de aprendizagem específicas, incentivos para a aprendizagem, ambientes
e comportamentos do professor.
249
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
250
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
outros para tirar boas notas e outros ainda por interesse no material que estão
aprendendo? Por que alguns alunos alcançam muito mais do que seria previsto
com base em sua capacidade e alguns alcançam muito menos? O exame das
histórias e esquemas de reforçamento pode fornecer respostas a tais perguntas,
mas geralmente é mais fácil falar em termos de motivações para satisfazer várias
necessidades.
1. O Sr. Sarney oferece a Bruno R$ 250 para pintar sua cerca. Bruno acha que isso
é mais do que suficiente para o trabalho, então ele faz seu melhor trabalho.
No entanto, quando ele termina, o Sr. Sarney diz: "Não acho que você fez um
trabalho de R$ 250 reais. Aqui estão apenas R$ 200”.
2. Agora considere a mesma situação, exceto que o Sr. Sarney originalmente
ofereceu a Bruno R$ 150 e, quando Bruno terminou, o elogiou por um excelente
trabalho e deu-lhe R$ 200.
3. Davi e Bárbara se encontram em uma festa, gostam um do outro imediatamente
e, depois da festa, caminham ao luar. Quando eles chegam à casa de Bárbara,
Davi diz: “Bárbara, gostei de passar um tempo com você. Aqui estão R$ 200
reais que eu gostaria que você tivesse”.
4. A tia de Marta oferece a ela R$ 200 reais para dar uma aula de piano para a
pequena Penélope no próximo sábado. No entanto, se Marta concordar em
fazê-lo, ela perderá a chance de fazer um teste para o time de beisebol da escola.
251
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
que todos vocês tenham a certeza de entregar seus relatórios dos livros a tempo,
porque eles contarão para sua nota”, você pode estar presumindo que as notas
são incentivos eficazes para a maioria dos alunos. No entanto, alguns alunos
podem não se preocupar com as notas, talvez porque seus pais não se preocupam
ou porque têm um histórico de reprovação na escola e decidiram que as notas não
são importantes. Dizer a um aluno: “Bom trabalho! Eu sabia que você conseguiria
se tentasse!” pode ser motivador para um aluno que acabou de concluir uma
tarefa que ele considerou difícil, mas pode ser um insulto para alguém que achou
que a tarefa era fácil (porque seu elogio implica que ele teve que trabalhar muito
para concluir a tarefa). Como no caso de Bruno e o Sr. Sarney, as expectativas
dos alunos por recompensas determinam o valor motivacional de qualquer
recompensa em particular. E muitas vezes é difícil determinar as motivações
dos alunos a partir de seu comportamento, porque muitas motivações diferentes
podem influenciar o comportamento. Às vezes, um tipo de motivação determina
claramente o comportamento; em outras ocasiões, várias (talvez conflitantes)
motivações são influentes (WENTZEL; BROPHY, 2014).
252
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
253
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
Teresa está lutando para encontrar um motivo para suas notas ruins que
não exija que ela mude sua percepção de si mesma como uma boa aluna. Ela
atribui seu fraco desempenho ao professor, ao assunto em questão ou a outros
alunos – fatores externos sobre os quais ela não tem controle. Ou, se ela reconhece
que seu mau desempenho é sua própria culpa, ela decide que deve ser um lapso
de curto prazo baseado em uma momentânea (mas reversível) falta de motivação
ou atenção em relação a esta unidade de ensino.
254
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
bem-sucedidos), aqueles que ouvirem que falharam dirão que seu fracasso foi
devido a sorte, enquanto aqueles que foram informados de que tiveram sucesso
atribuirão seu sucesso à habilidade e inteligência (WEINER, 2000).
Esforço Sorte
Instável “Eu me esforcei”. “Eu dei sorte”.
“I realmente nem tentei”. “Tive uma má sorte”.
Valor (Orgulho)
FONTE: Adaptado de Weiner (2010)
255
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
um aluno que tira uma nota ruim provavelmente atribui a má sorte ou alguma
outra causa externa instável. Depois de várias notas ruins, no entanto, uma
atribuição instável se torna difícil de manter; ninguém pode ter azar nos testes
semana após semana. Portanto, uma aluna como Teresa pode mudar para uma
atribuição estável, mas ainda externa. Por exemplo, ela pode decidir que o curso é
muito difícil ou que o professor é injusto ou fazer alguma outra atribuição externa
estável que a permite evitar fazer uma atribuição interna estável que abalaria sua
autoestima: "Eu fracassei porque eu não tenho a habilidade” (WEINER, 2010). Ela
pode até reduzir seu nível de esforço para que ela possa manter a crença de que
ela poderia ter sucesso se ela realmente quisesse.
256
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
257
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
Por exemplo, alunos com alta motivação para leitura são mais propensos
a ler por conta própria e a usar estratégias eficazes de compreensão (MILLER;
PARTELOW; SEN, 2004). Essa motivação pode vir de várias fontes. Os alunos
podem aprender estratégias específicas de autorregulação nas quais aprendem
a pensar estrategicamente e a avaliar seus próprios esforços e resultados. Foi
demonstrado que tais estratégias aumentam a aprendizagem (DUCKWORTH
et al., 2016). Outra fonte pode ser a modelagem social, como ocorre quando
os alunos veem outros alunos usando estratégias autorreguladas. Outro é o
estabelecimento de metas, em que os alunos são incentivados a estabelecer seus
próprios objetivos de aprendizagem. Um quarto é o feedback que mostra aos
alunos que eles estão fazendo um bom progresso em direção aos seus objetivos
de aprendizagem, especialmente se o feedback enfatizar os esforços e habilidades
dos alunos (ZIMMERMAN, 2013).
259
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
DICAS
260
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
261
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
lado, eles podem não obter notas que reflitam seu aprendizado, porque eles
podem focar seus estudos no que lhes interessa, e não no que lhes dá boas notas
(SENKO; MILES, 2008).
262
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
ENSINAR PARA
ALUNOS COM METAS ALUNOS COM METAS
DESENVOLVER METAS
DE APRENDIZAGEM DE DESEMPENHO
DE APRENDIZAGEM
Aumente o interesse
intrínseco; discuta o valor
Valoriza a aprendizagem Valoriza notas, elogios,
de conhecer e ser capaz de
por si mesma classificação.
fazer coisas novas, ao invés
do valor das notas.
Motivado pelo desafio, Motivado por fazer melhor Ofereça desafios difíceis e
interesse do que os outros. emocionantes.
Refira os erros honestos
Erros fazem parte do Erros levam à ansiedade, como uma contribuição
processo de aprendizagem perda de autoestima. para o aprendizado e o
crescimento.
Enfatize o valor de
Avaliação em relação
novos conhecimentos e
aos próprios padrões Avaliação em relação aos
habilidades; incentive os
dos alunos e valor de níveis de desempenho de
alunos a estabelecerem
novos conhecimentos e outros alunos.
seus próprios padrões altos
habilidades
de aprendizagem.
Valoriza o processo
Enfatize o processo de
de obtenção de novos
Valoriza um caminho claro aprendizagem e as várias
conhecimentos e
para uma única resposta maneiras de se chegar a
habilidades, não apenas
certa. boas respostas ou produtos.
a resposta certa. Valoriza
Incentive a criatividade e a
a criatividade e várias
diversão na aprendizagem.
soluções.
Use aprendizagem
Valoriza trabalhar com
Valoriza fazer melhor do cooperativa; evite
outras pessoas e trocar
que outros. classificação altamente
ideias
competitiva.
FONTE: Adaptado de Wentzel e Brophy (2014)
263
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
DICAS
264
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
“William Clemente?”
"Aqui!"
"Você tem um irmão chamado Victor?"
"Sim."
“Eu me lembro de Victor. Ele era um terror. Vou ficar de olho em você! "
266
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
um teste e verificar seu trabalho. Testes que começam com problemas fáceis e
só gradualmente introduzem problemas mais difíceis são melhores para alunos
ansiosos, e testes com formatos de resposta padronizados e consistentes também
ajudam esses alunos. Crianças ansiosas em testes podem ser treinadas em
habilidades para fazer testes e em técnicas de relaxamento, e estas podem ter um
impacto positivo em seu desempenho no teste.
O restante deste Tópico discute os meios pelos quais os alunos podem ser
motivados a exercer o esforço que a aprendizagem exige.
267
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
268
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
269
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
270
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
271
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
DICAS
272
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
AUTOATIVIDADE
Observe que você tem clareza sobre o que os alunos devem escrever,
quanto material é esperado, como o trabalho será avaliado e como o trabalho
será importante para as notas dos alunos. Essa clareza garante aos alunos que os
esforços direcionados para escrever uma boa composição valerão a pena. Se você
tivesse acabado de dizer: "Gostaria que todos escrevessem sobre o que Getúlio
Vargas pensaria sobre o governo do Brasil hoje", os alunos poderiam escrever a
coisa errada, escrever muito ou pouco ou talvez enfatizar o aspecto de se o Getúlio
estivesse vido hoje, em vez do aspecto comparativo do governo. Eles não teriam
certeza de quanta importância você pretende atribuir à mecânica da composição
em comparação com seu conteúdo. Finalmente, eles não teriam como saber como
seus esforços seriam recompensados, por falta de qualquer indicação de quanta
ênfase você daria às composições nas notas.
274
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
275
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
276
TÓPICO 2 — MOTIVANDO OS ALUNOS PARA A APRENDIZAGEM
DICAS
Os professores intencionais sabem que, embora os alunos possam ser motivados por
incentivos diferentes e em graus variados, todos os alunos são motivados. Eles entendem
que muitos elementos de motivação podem ser influenciados pelo professor e capitalizam
sua capacidade de descobrir e direcionar a motivação dos alunos. Eles fornecem instruções
que ajudam os alunos a encontrar significado na aprendizagem e a se orgulhar de suas
próprias realizações.
• Eles fazem o que podem para garantir que as necessidades básicas dos alunos para
conforto e segurança sejam atendidas para que eles possam dedicar suas energias ao
aprendizado.
• Eles reforçam constantemente a ideia de que o sucesso na escola e na vida é baseado
no esforço, que está sob o controle dos próprios alunos, não em características inatas
como a inteligência.
• Eles ensinam os alunos a se autorregular, dando-lhes oportunidades de trabalhar por
conta própria e ensinando estratégias de aprendizagem, como estabelecimento de
metas, autoavaliação e autorreforço.
• Eles expressam expectativas positivas para todos os alunos e planejam como ajudarão
os alunos que lutam para atender a essas expectativas. Eles evitam fazer comparações
entre os alunos que comuniquem maiores expectativas para alguns do que para outros.
• Eles atribuem tarefas que são difíceis e desafiadoras para todos, mas não impossíveis.
Eles definem tarefas que os alunos terão orgulho de realizar e que eles acreditam que
valem a pena seus esforços.
277
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
278
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
279
• Você pode enfatizar metas de aprendizagem e atribuições positivas ou
fortalecedoras. Os alunos com metas de aprendizagem veem o objetivo da
escola como adquirir conhecimento e competência; esses alunos tendem a ter
maior motivação para aprender do que os alunos cujas metas de desempenho
são julgamentos positivos e boas notas.
• Os incentivos intrínsecos são aspectos de certas tarefas que, por si só, têm valor
suficiente para motivar os alunos a fazerem as tarefas por conta própria. Os
incentivos extrínsecos incluem notas, estrelas douradas e outras recompensas.
• As recompensas em sala de aula incluem elogios, que são mais eficazes quando
são contingentes, específicos e confiáveis.
280
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Motivação.
b) ( ) Memória.
c) ( ) Emoção.
d) ( ) Pulsão.
a) ( ) Necessidades de crescimento.
b) ( ) Necessidades de autorrealização.
c) ( ) Necessidades de deficiência.
d) ( ) Necessidades do corpo.
a) ( ) Autoatualização.
b) ( ) Experiência Plato.
c) ( ) Plenitude socioemocional.
d) ( ) Atribuição plena.
281
282
TÓPICO 3 —
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
O sino toca fora da sala de aula de português do primeiro ano do ensino
médio da Profa. Julia Carvalho. O som ainda está ecoando no corredor quando a
Profa. Julia começa sua aula.
“Hoje”, ela começa, “vocês vão se tornar ladrões. Pior do que ladrões.
Os ladrões roubam apenas seu dinheiro ou sua propriedade. Você” – ela olha
ao redor da turma e faz uma pausa para dar ênfase – “vai roubar algo muito
mais valioso. Você vai roubar o estilo de um autor. Um autor constrói seu estilo,
palavra por palavra, frase por frase, ao longo de muitos anos. Roubar o estilo de
um autor é como roubar uma obra de arte que alguém levou anos para criar. É
desprezível, mas você vai fazer.”
A Profa. Julia Carvalho pede aos alunos que revisem elementos do estilo
de Machado de Assis, que a classe já estudou antes. “Todos pensem por um
momento. Como Machado de Assis descreveria uma velha subindo as escadas
no final de um longo dia de trabalho? Maira, o que você acha?”. A Mairai dá sua
breve descrição da velha. “Parece ótimo para mim. Gosto do seu uso de frases
curtas e descrições físicas. Alguma outra ideia? Kevin?”.
283
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
No final do dia, Marcos retorna para a sala de aula da Profa. Julia. “Marcos”,
ela diz, “precisamos fazer algo a respeito do seu atraso e das suas palhaçadas
na aula. Como você sugere que resolvamos este problema?”. “A Glória também
estava atrasada”, protesta Marcos. “Não estamos falando sobre a Glória. Estamos
falando de você. Você é responsável pelo seu próprio comportamento.” "Ok,
ok, prometo que chegarei na hora." "Isso não é bom o suficiente. Já tivemos essa
conversa antes. Precisamos de um plano diferente desta vez. Eu sei que você pode
ter sucesso nesta aula, mas você está dificultando para si mesmo, assim como
atrapalhando seus colegas.” “Vamos tentar um experimento”, continua a Profa.
Julia. “Todos os dias, gostaria que você avaliasse seu próprio comportamento. Eu
vou fazer o mesmo. Se nós dois concordarmos no final de cada semana que você
foi pontual e se comportou de maneira adequada, tudo bem. Caso contrário, vou
precisar ligar para seus pais e ver se podemos fazer um plano com eles. Você está
disposto a tentar?”. "OK, acho que sim." "Excelente. Espero ver um novo Marcos
a partir de amanhã. Eu sei que você não vai me decepcionar!”.
284
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
AUTOATIVIDADE
285
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
O que parece ser mais importante do que o total de horas do relógio é como
o tempo é usado nas aulas. O tempo envolvido, ou tempo na tarefa, o número de
minutos realmente gastos na aprendizagem, é o tempo que mais frequentemente
contribui para a aprendizagem. Em outras palavras, o aspecto mais importante
do tempo é aquele que está sob seu controle direto como professor: a organização
e o uso do tempo na sala de aula.
Fazer bom uso de todo o tempo da sala de aula é menos uma questão de
espremer alguns minutos ou horas a mais de ensino a cada ano do que comunicar
aos alunos que aprender é um negócio importante que vale seu tempo e esforço.
Se você encontrar desculpas para não ensinar, os alunos podem aprender que
aprender não é um empreendimento sério. Ao estudar uma escola primária
excepcionalmente eficaz, Salganik (1980) descreve uma professora do quarto
ano escolar que levou sua turma para a biblioteca da escola, que ela encontrou
287
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
Qualquer coisa que você possa adiar até depois da aula deve ser adiado.
Por exemplo, se você iniciou uma aula e um aluno chega atrasado, prossiga com
a aula e lide com o atraso mais tarde.
Você pode gastar muito tempo em rotinas simples de sala de aula. Por
exemplo, alguns professores do ensino fundamental gastam muitos minutos
preparando os alunos para a merenda ou para o recreio porque chamam os
alunos para fazerem fila pelo nome, um de cada vez. Isso pode ser desnecessário.
No início do ano letivo, muitos professores estabelecem a prática de chamar
os alunos para fazerem fila somente quando a mesa inteira (ou fileira) estiver
silenciosa e pronta para ir. A fila para a merenda leva segundos, não minutos.
288
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
1. Ao fazer uma transição, você deve dar um sinal claro ao qual seus alunos
foram ensinados a responder. Por exemplo, no ensino fundamental, alguns
professores usam um sino ou um sinal de mão para indicar aos alunos que eles
devem ficar quietos imediatamente e ouvir as instruções.
2. Antes de fazer a transição, os alunos devem ter certeza do que farão quando o
sinal for dado. Por exemplo, você pode dizer: “Quando eu disser ‘agora’, quero
que todos vocês ponham seus livros de lado e finalizem as composições que
começaram ontem. Estão todos prontos? Tudo bem, ‘agora!’”.
3. Faça transições de uma só vez. Os alunos devem ser ensinados a fazer transições
como um grupo, ao invés de um aluno por vez. Você deve dar instruções para a
turma como um todo ou para grupos bem definidos: “Turma, quero que todos
vocês guardem seus materiais de laboratório e se preparem para o recreio o
mais rápido e silenciosamente que puderem!"
290
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
291
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
292
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
293
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
1. Gerentes mais eficazes têm um plano claro e específico para apresentar aos
alunos as regras e procedimentos da sala de aula e passam tantos dias quanto
necessário realizando seu plano até que os alunos saibam como se alinhar,
pedir ajuda e assim por diante.
2. Gerentes mais eficazes trabalham com toda a turma inicialmente (mesmo que
planejem agrupar alunos mais tarde). Eles permanecem envolvidos com toda
a turma o tempo todo, raramente deixando algum aluno sem o que fazer ou
sem supervisão. Por exemplo, gerentes mais eficazes raramente trabalham com
um aluno individual, a menos que o resto da turma esteja ocupada de forma
produtiva.
3. Gerentes mais eficazes gastam tempo extra durante os primeiros dias de aula
introduzindo procedimentos e discutindo as regras da turma (muitas vezes
encorajando os alunos a sugerir regras eles próprios). Esses professores
geralmente lembram os alunos das regras da aula todos os dias durante pelo
menos a primeira semana de aula.
4. Gerentes mais eficazes ensinam procedimentos específicos aos alunos.
Por exemplo, alguns fazem os alunos praticarem enfileirar-se rápida e
silenciosamente; outros ensinam os alunos a responder a um sinal como uma
campainha, um movimento rápido do interruptor de luz ou um pedido de
atenção.
5. Gerentes mais eficazes usam tarefas simples e agradáveis como primeiras
atividades. Os materiais para as primeiras aulas são bem-preparados,
apresentados de forma clara e variados. Esses professores pedem aos alunos
que trabalhem logo no primeiro dia de aula e lhes oferecem instruções sobre
os procedimentos aos poucos, para evitar sobrecarregá-los com muitas
informações ao mesmo tempo.
6. Gerentes mais eficazes respondem imediatamente para impedir qualquer mau
comportamento.
294
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
1. Seja cortês com os outros. Esta regra proíbe interromper outras pessoas ou
falar fora de hora, provocar ou rir dos outros, intimidar, brigar e assim por
diante.
2. Respeite a propriedade dos outros.
3. Esteja atento à tarefa. Isso inclui ouvir quando o professor ou outros alunos estão
falando, trabalhando sentando, continuando a trabalhar durante quaisquer
interrupções, permanecendo em seu assento e seguindo as instruções.
4. Levante as mãos para ser reconhecido. Esta é uma regra contra gritar ou sair
da cadeira por assistência sem permissão.
DICAS
As novas tecnologias estão tornando mais fácil para os professores criar ambientes
de aprendizagem produtivos. Além de adicionar motivação intrínseca por meio do uso
de vídeos breves, dispositivos interativos e outros meios de tornar as aulas divertidas e
envolventes, agora está se tornando possível usar dispositivos de resposta eletrônica para
obter constantemente feedback sobre os níveis de aprendizagem dos alunos, para que
você pode direcionar as aulas para as necessidades exatas de seus alunos, e os alunos
podem ver imediatamente seus próprios níveis de aprendizado. Usando esses dispositivos,
todos os alunos podem responder rapidamente a uma pergunta ou inserir uma opinião ao
295
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
AUTOATIVIDADE
No entanto, aulas eficazes e bom uso do tempo das aulas não são os
únicos meios de prevenir ou lidar com comportamentos inadequados. Além
de estruturar aulas para reduzir a frequência de má conduta, os professores
devem ter estratégias para lidar com esses problemas quando eles ocorrem
(BENDER, 2015).
296
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
297
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
• Prevenção
298
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
DICAS
Uma das abordagens mais extensivamente avaliadas em toda a escola para gestão de sala
de aula é Gestão de Consistência e Disciplina Cooperativa (GCDC) (FREIBERG; CONNELL;
LORENTZ, 2001). A GCDC se concentra na prevenção de problemas de comportamento,
envolvendo todos os alunos em papéis de liderança dentro da turma, usando cronômetros
para garantir que as atividades de transição sejam tratadas rapidamente e estabelecendo
rotinas previsíveis. Os alunos têm a oportunidade de compartilhar opiniões e resolver
disputas em reuniões em sala de aula. Os professores designam aleatoriamente os nomes
dos alunos em para garantir a justiça no questionamento durante as aulas. Vários estudos
de GCDC descobriram que o programa melhora não apenas o comportamento dos alunos,
mas também sua aprendizagem de leitura e matemática.
• Lembretes Verbais
• Lembretes Repetidos
Na maioria das vezes, uma dica não verbal, elogios a outros alunos
ou um simples lembrete serão suficientes para acabar com o pequeno mau
comportamento. No entanto, às vezes, os alunos testam sua determinação
deixando de fazer o que foi pedido a eles ou argumentando ou dando desculpas.
Esse teste diminuirá com o tempo se os alunos aprenderem que você está falando
sério e usarão medidas apropriadas para garantir um ambiente de sala de aula
organizado e produtivo.
• Aplicando Consequências
Quando todas as etapas anteriores foram ineficazes para fazer com que
o aluno cumpra uma solicitação razoável e claramente declarada, a etapa final é
apresentar uma escolha ao aluno: ou cumprir ou sofrer as consequências (BENDER,
2015). Exemplos de consequências são enviar o aluno para uma área de “tempo
limite”, fazer o aluno perder alguns minutos de recreio ou algum outro privilégio,
manter o aluno depois da escola ou ligar para os pais do aluno. Uma consequência
por não atender ao pedido do professor deve ser ligeiramente desagradável, de
curta duração e aplicada o mais rápido possível após o comportamento ocorrer. A
certeza é muito mais importante do que a severidade; os alunos devem saber que
as consequências seguem o mau comportamento assim como a noite segue o dia.
Uma desvantagem de usar punição severa ou de longa duração (por exemplo,
sem recesso por uma semana) é que isso pode criar ressentimento no aluno e uma
atitude desafiadora. Além disso, pode ser difícil seguir as consequências graves
ou de longa duração. Consequências leves, mas certas comunicam: "Não posso
tolerar esse tipo de comportamento, mas me importo com você e quero que você
volte para a turma assim que estiver pronto."
300
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
na sala de aula durante o recesso. Ameaças vagas ou vazias (“Você pare com
isso ou eu farei você desejar que já tivesse!” Ou “Você começa a trabalhar ou
eu o suspenderei por um mês!”) são piores do que inúteis. Se você não estiver
preparado para levar adiante as consequências, os alunos aprenderão a ignorá-
las. Além disso, a incerteza sobre as consequências pode convidar a lutas de poder
(MENDLER; MENDLER, 2011). Mantenha as regras simples e certas.
Depois que uma consequência foi aplicada, você deve evitar referir-se ao
incidente. Por exemplo, quando o aluno retorna de uma exclusão de dez minutos
da aula, você deve aceitá-lo de volta sem qualquer sarcasmo ou recriminações. O
aluno agora merece um novo começo.
DICAS
Os professores intencionais são líderes em suas salas de aula que assumem a responsabilidade
pelo gerenciamento de tempo, atividades e comportamentos. No centro de seu sucesso
como gerentes de sala de aula está um ensino significativo e de alto interesse. Os professores
intencionais usam o tempo de ensino ao máximo, estruturando um ambiente positivo e
consistente com regras razoáveis e procedimentos conscientes do tempo. Eles previnem
proativamente o mau comportamento e têm uma gama planejada de respostas ao mau
comportamento, caso ele ocorra, apesar dos esforços de prevenção. As ações intencionais
dos professores refletem sua compreensão de que ambientes de aprendizagem eficazes
resultam de um planejamento cuidadoso e monitoramento vigilante.
• Eles planejam cuidadosamente o tempo de ensino para garantir que haja tempo
adequado para um ensino de alta qualidade.
• Eles minimizam interrupções e atividades que causam perda de tempo.
• Eles se concentram em aumentar o tempo de engajamento, ensinando aulas em ritmo
acelerado, desafiadoras e envolventes, em vez de confiar em estratégias disciplinares
para manter o tempo dedicado às tarefas.
• Eles começam o ano adequadamente, envolvendo os alunos na definição das regras de
aula e no estabelecimento de procedimentos eficientes para lidar com a gestão diária.
• Eles gerenciam o mau comportamento rotineiro usando a intervenção menos intrusiva
que funcione.
• Eles usam métodos de gerenciamento de sala de aula que são positivos e não interrompem
o ensino, como prevenir o mau comportamento usando métodos envolventes, usando
dicas não verbais para lembrar os alunos das expectativas e elogiando os alunos que
estão fazendo o que é esperado.
• Se necessário, eles aplicam métodos comprovados de modificação de comportamento
prático para melhorar o comportamento dos alunos. Esses métodos devem enfatizar o
reforço ao invés do castigo e nunca devem incluir o castigo físico.
• Eles podem usar métodos comprovados, como contingências de grupo e reforço
domiciliar, para resolver problemas de comportamento.
• Eles evitam problemas de comportamento mais sérios, envolvendo os pais, usando a
mediação de pares e melhorando a frequência.
• Eles estão preparados para aplicar consequências leves, mas certas se os problemas de
comportamento persistirem.
301
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
LEITURA COMPLEMENTAR
302
TÓPICO 3 — AMBIENTES DE APRENDIZAGEM EFETIVA
Outro caminho é o feedback dado pelo professor nas várias tarefas, que
deve ser correctivo e informativo, assinalando o problema detectado, mas que
indique também orientações claras para resolver o mesmo, a fim de alcançar a
meta estabelecida. Os professores necessitam de aprender a monitorizar o grau
de dificuldade da tarefa, desenvolvendo a cultura da qualidade. Se o professor
faz transparecer ao aluno que algo não é exequível, certamente vai desmotivá-lo.
303
UNIDADE 3 — ELEMENTOS DE ENSINO-APRENDIZAGEM EFETIVOS: MOTIVAÇÃO E AMBIENTE
304
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• As práticas que contribuem para uma gestão eficaz da sala de aula incluem
começar o ano de forma adequada e desenvolver regras e procedimentos. As
regras e procedimentos da aula devem ser explicitamente apresentadas aos
alunos e aplicadas de forma rápida e justa.
305
• Existe um continuum de estratégias para lidar com comportamento de menos
para o mais perturbador: prevenção do mau comportamento; pistas não
verbais, como contato visual, que podem desencorajar um pequeno mau
comportamento; elogios de comportamento correto e incompatível; elogios de
outros alunos que estão se comportando bem; lembretes verbais simples dados
imediatamente após os alunos se comportarem mal; repetição de lembretes
verbais; e aplicação de consequências quando os alunos se recusam a cumprir.
CHAMADA
306
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Tempo alocado.
b) ( ) Tempo real.
c) ( ) Tempo transitivo.
d) ( ) Tempo efetivo.
a) ( ) Transições.
b) ( ) Alertas de grupo.
c) ( ) Sobreposições.
d) ( ) Prevenção de foco.
a) ( ) Prevenção.
b) ( ) Lembretes.
c) ( ) Dicas verbais.
d) ( ) Sobreposição.
307
5 As transições são mudanças de uma atividade para outra – por exemplo,
de palestra para trabalho nas carteiras, de um assunto para outro ou da
aula para o recreio. Constatou-se que as turmas do ensino fundamental
atingem, em média, 31 grandes transições por dia, ocupando 15% do tempo
das aulas. As transições são os pontos de gerenciamento de turma em que a
ordem da sala de aula tem mais probabilidade de se desintegrar. Descreva
pelo menos duas estratégias para o gerenciamento de transições.
308
REFERÊNCIAS
ALLENSWORTH, E. Dropout rates after high-stakes testing in elementary
school: a study of the contradictory effects of Chicago’s efforts to end social
promotion. Evaluation and Policy Analysis, v. 27, n. 4, p. 341-364, 2005.
ANDERMAN, E.; GRAY, D.; CHANG, Y. Motivation and classroom learning. In:
REYNOLDS, W.; MILLER, G.; WEINER, I. (Eds.). Handbook of psychology. 2.
ed. Hoboken: Wiley, 2013. v. 7. p. 99-116.
ATKINS, J.; ELLSESSER, J. Tracking: the good, the bad, and the questions.
Educational Leadership, v. 61, n. 2, p. 44-47, 2003.
309
BENSON, J. Hanging In: strategies for teaching the students who challenge us
most. Alexandria: ASCD, 2014.
310
BURRIS, C.; HEUBERT, J.; LEVIN, H. Math acceleration for all. Educational
Leadership, v. 61, n. 5, p. 68-71, 2004.
CLARK, D. et al. Digital games for learning: a systematic review and meta-
anlaysis. Menlo Park: SRI International, 2013.
DECI, E.; KOESTNER, R.; RYAN, R. Extrinsic rewards and intrinsic motivation
in education: reconsidered once again. Review of Educational Research, v. 71,
n. 1, p. 1-27, 2001.
311
DOTTERER, A.; MCHALE, S.; CROUTER, A. The development and correlates of
academic interests from childhood through adolescence. Journal of Educational
Psychology, v. 101, n. 2, p. 509-519, 2009.
EVERSON, H. et al. Test anxiety and the curriculum: the subject matters.
Anxiety, Stress, and Coping, v. 6, p. 1-8, 1993.
312
FRIEDMAN, L. Promoting opportunity after school. Educational Leadership, v.
60, n. 4, p. 79-82, 2003.
GREENE, D.; LEPPER, M. R. How to turn play into work. Psychology Today, v.
8, p. 49-54, 1974.
313
HERNANDEZ, D. Double jeopardy: how third-grade reading skills and
poverty influence high school graduation. Baltimore: Annie E. Casey
Foundation, 2012.
HUGHES, J.; KWOK, O.; IM, M. Effect of retention in first grade on parents’
educational expectations and children’s academic outcomes. American
Educational Research Journal, v. 50, n. 6, p. 1336-1359, 2013.
INEP. Censo Escolar, 2018. Brasília: MEC, 2019. Disponível em: http://portal.
inep.gov.br/artigo/-/asset_publisher/B4AQV9zFY7Bv/content/inep-divulga-
taxas-de-rendimento-escolar-numeros-mostram-tendencia-historica-de-
melhora/21206. Acesso em: 14 out. 2021.
KAGAN, S.; KYLE, P.; SCOTT, S. Win-win discipline. San Clemente: Kagan,
2004
314
KUGLER, E.; ALBRIGHT, E. Increasing diversity in challenging classes.
Educational Leadership, v. 62, n. 5, p. 42-45, 2005.
LUCAS, S. R.; GAMORAN, A. Tracking and the achievement gap. In: CHUBB, J.
E.; LOVELESS, T. (Eds.). Bridging the achievement gap. Washinton: Brookings,
2002. p. 171-198.
MARKS, H.; DOANE, K.; SECADA, W. Support for student achievement. In:
NEWMANN, F. et al. (Eds.). Restructuring for student achievement: the impact
of structure and culture in 24 schools. San Francisco: Jossey-Bass, 1998.
MASLOW, A. H. Motivation and personality. New York: Harper & Row, 1954.
315
MCGILL-FRANZEN, A.; ALLINGTON, R. Contamination of current
accountability systems. Phi Delta Kappan, v. 87, n. 10, p. 762-766, 2006.
OAKES, J. Keeping track: how schools structure inequality. 2. ed. New Haven,
CT: Yale University, 2005.
OAKES, J. et al. Becoming good american schools: the struggle for civic virtue
in school reform. San Francisco: Jossey-Bass, 2000.
316
PERKS, K.; MIDDLETON, M. Navigating the classroom current. Educational
Leadership, v. 72, n. 1, p. 48-52, 2014.
QUINT, J. C. et al. Scaling up the Success for All model of school reform. New
York: MDRC, 2015.
REDD, Z. et al. Expanding time for learning both inside and outside the
classroom: a review of the evidence base. Bethesda, MD: ChildTrends, 2012.
ROSS, S. M. et al. Math and reading instruction in tracked first grade classes.
The Elementary School Journal, v. 95, n. 2, p. 105-119, 1994.
317
SCHUNK, D.; ZIMMERMAN, B. Self-regulation and learning. In: REYNOLDS,
W.; MILLER, G.; WEINER, I. (Eds.). Handbook of psychology. 2. ed. Hoboken,
NJ: Wiley, 2013. v. 7. p. 45-69.
SENKO, C.; MILES, K. Pursuing their own learning agenda: how master-
oriented students jeopardize their class performance. Contemporary
Educational Psychology, v. 33, n. 4, p. 561-583, 2008.
SHIH, S.; ALEXANDER, J. Interacting effects of goal setting and self- or other-
referenced feedback on children’s development of self-efficacy and cognitive
skill within the Taiwanese classroom. Journal of Educational Psychology, v. 92,
n. 3, p. 536-543, 2000.
SLAVIN, R. E. et al. (Eds.). Two million children: success for all. Thousand
Oaks: Corwin, 2009.
318
STIPEK, D. Motivation to learn: integrating theory and practice. 4. ed. Boston:
Allyn and Bacon, 2002.
TOPPING, K.; DURAN, D.; VAN KEER, H. (Eds.). Using peer tutoring to
improve reading skills. New York: Routledge, 2015.
TOUGH, P. What if the secret to success is failure? New York Times, September
14, 2011. Disponível em: https://www.nytimes.com/2011/09/18/magazine/what-
if-the-secret-to-success-is-failure.html. Acesso em: 13 jun. 2021.
VACCA, R. They can because they think they can. Educational Leadership, v.
63, n. 5, p. 56-59, 2006.
319
WADE, S. E. Research on importance and interest: Implications for curriculum
development and future research. Educational Psychology Review, v. 13, n. 3,
p. 243-261, 2001
320
WORMELI, R. Redos and retakes done right. Educational Leadership, v. 69, n.
3, p. 22-26, 2011
321