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a solução para o seu concurso!

SEC-BA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO
DA BAHIA

Mediador (Temporário)

EDITAL SEC/SUDEPE Nº 18/2022,


DE 10 DE NOVEMBRO DE 2022

CÓD: SL-053NV-22
7908433229391
INTRODUÇÃO

Como passar em um concurso público?


Todos nós sabemos que é um grande desafio ser aprovado em concurso público, dessa maneira é muito importante o concurseiro
estar focado e determinado em seus estudos e na sua preparação. É verdade que não existe uma fórmula mágica ou uma regra de como
estudar para concursos públicos, é importante cada pessoa encontrar a melhor maneira para estar otimizando sua preparação.

Algumas dicas podem sempre ajudar a elevar o nível dos estudos, criando uma motivação para estudar. Pensando nisso, a Solução
preparou esta introdução com algumas dicas que irão fazer toda a diferença na sua preparação.

Então mãos à obra!


• Esteja focado em seu objetivo: É de extrema importância você estar focado em seu objetivo: a aprovação no concurso. Você vai ter
que colocar em sua mente que sua prioridade é dedicar-se para a realização de seu sonho;

• Não saia atirando para todos os lados: Procure dar atenção a um concurso de cada vez, a dificuldade é muito maior quando você
tenta focar em vários certames, pois as matérias das diversas áreas são diferentes. Desta forma, é importante que você defina uma
área e especializando-se nela. Se for possível realize todos os concursos que saírem que englobe a mesma área;

• Defina um local, dias e horários para estudar: Uma maneira de organizar seus estudos é transformando isso em um hábito,
determinado um local, os horários e dias específicos para estudar cada disciplina que irá compor o concurso. O local de estudo não
pode ter uma distração com interrupções constantes, é preciso ter concentração total;

• Organização: Como dissemos anteriormente, é preciso evitar qualquer distração, suas horas de estudos são inegociáveis. É
praticamente impossível passar em um concurso público se você não for uma pessoa organizada, é importante ter uma planilha
contendo sua rotina diária de atividades definindo o melhor horário de estudo;

• Método de estudo: Um grande aliado para facilitar seus estudos, são os resumos. Isso irá te ajudar na hora da revisão sobre o assunto
estudado. É fundamental que você inicie seus estudos antes mesmo de sair o edital, buscando editais de concursos anteriores. Busque
refazer a provas dos concursos anteriores, isso irá te ajudar na preparação.

• Invista nos materiais: É essencial que você tenha um bom material voltado para concursos públicos, completo e atualizado. Esses
materiais devem trazer toda a teoria do edital de uma forma didática e esquematizada, contendo exercícios para praticar. Quanto mais
exercícios você realizar, melhor será sua preparação para realizar a prova do certame;

• Cuide de sua preparação: Não são só os estudos que são importantes na sua preparação, evite perder sono, isso te deixará com uma
menor energia e um cérebro cansado. É preciso que você tenha uma boa noite de sono. Outro fator importante na sua preparação, é
tirar ao menos 1 (um) dia na semana para descanso e lazer, renovando as energias e evitando o estresse.

A motivação é a chave do sucesso na vida dos concurseiros. Compreendemos que nem sempre é fácil, e às vezes bate aquele desânimo
com vários fatores ao nosso redor. Porém tenha garra ao focar na sua aprovação no concurso público dos seus sonhos.

Como dissemos no começo, não existe uma fórmula mágica, um método infalível. O que realmente existe é a sua garra, sua dedicação
e motivação para realizar o seu grande sonho de ser aprovado no concurso público. Acredite em você e no seu potencial.

A Solução tem ajudado, há mais de 36 anos, quem quer vencer a batalha do concurso público. Vamos juntos!

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ÍNDICE

Língua Portuguesa
1. Textos: verbais e não-verbais; compreensão e interpretação ..................................................................................................... 7
2. Conhecimentos linguísticos: o nome, seus modificadores e flexões; o verbo e flexões; elementos circunstanciais. Palavras re-
lacionais: preposição e conjunção .............................................................................................................................................. 21
3. Estrutura e formação de palavras ............................................................................................................................................... 26
4. Oração e seus elementos constituintes. Coordenação e subordinação ...................................................................................... 28
5. Equivalência e transformação de estruturas frasais .................................................................................................................... 30
6. Sintaxe de concordância e regência ............................................................................................................................................ 31
7. Semântica. Sinônimos e antônimos ............................................................................................................................................ 32
8. Acentuação gráfica ...................................................................................................................................................................... 33
9. Pontuação .................................................................................................................................................................................. 33

Conhecimentos Contemporâneos
1. Conhecimentos relacionados com a realidade brasileira, envolvendo desigualdades sociais, cultura, educação, saúde
e meio ambiente. Assuntos de interesse geral amplamente veiculado, nos últimos dois anos, pela imprensa falada ou
escrita de circulação nacional ou local - rádio, televisão, jornais e/ou revistas. 39

Noções De Igualdade Racial E De Gênero


1. Constituição da República Federativa do Brasil (art. 1°, 3°, 4° e 5°). ......................................................................................... 41
2. Constituição do Estado da Bahia, (Cap. XXIII “Do Negro” e Capítulo XXIV – “Do índio”); ......................................................... 44
3. Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho sobre Povos Indígenas e Tribais (Preâmbulo e Parte I do Decreto
federal nº.5.051/2004), consolidado pelo DECRETO Nº 10.088, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2019; ............................................. 45
4. Lei federal n° 12.288, de 20 de julho de 2010 (Estatuto da Igualdade Racial). ......................................................................... 47
5. Lei federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989 (Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor) ..................... 53
6. Lei federal n° 9.459, de 13 de maio de 1997 (Tipificação dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor). ............ 54
7. Decreto federal n° 65.810, de 08 de dezembro de 1969 (Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas
de discriminação racial). ............................................................................................................................................................ 54
8. Decreto federal n° 4.377, de 13 de setembro de 2002 (Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação
contra a mulher). ....................................................................................................................................................................... 54
9. Lei federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). ....................................................................................... 59
10. Código Penal Brasileiro (art. 140). ............................................................................................................................................ 65
11. Lei federal n° 9.455, de 7 de abril de 1997 (Crime de Tortura). ................................................................................................ 65
12. Lei federal n° 2.889, de 1º de outubro de 1956 (Define e pune o Crime de Genocídio). .......................................................... 66
13. Lei federal nº 7.437, de 20 de dezembro de 1985 (Lei Caó). ..................................................................................................... 66
14. Lei estadual n° 10.549, de 28 de dezembro de 2006 (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial); alterada pela Lei estadual
n° 12.212, de 04 de maio de 2011. ........................................................................................................................................... 67
15. Lei federal nº 10.678, de 23 de maio de 2003, com as alterações da Lei federal nº 13.341, de 29 de setembro de 2016
(Referente à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República)...................................... 80

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Conhecimentos Específicos
Mediador (Temporário)
1. Noções de administração financeira, de recursos humanos e de material ........................................................................ 95
2. Ética Profissional: o padrão ético no serviço público ............................................................................................................. 120
3. Conflito de Interesses ........................................................................................................................................................ 130
4. Relacionamento Interpessoal: a importância do autoconhecimento, diferenças individuais, temperamento, superação de
conflitos, capacidade de empatia ........................................................................................................................................ 130
5. Relações de trabalho: Liderança, trabalho em equipe. Motivação ......................................................................................... 132
6. Elaboração e gestão de processos administrativos ........................................................................................................... 135
7. Análise e melhoria de processos. Melhores Práticas ......................................................................................................... 137
8. Conhecimentos básicos para o uso de computador, dispositivos móveis e internet ......................................................... 145
9. Mídias e tecnologias educacionais (softwares, vídeos, áudios, jogos, imagens, experimentos) ....................................... 156

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LÍNGUA PORTUGUESA

• Linguagem não-verbal é aquela que utiliza somente imagens,


TEXTOS: VERBAIS E NÃO-VERBAIS; COMPREENSÃO E IN- fotos, gestos... não há presença de nenhuma palavra.
TERPRETAÇÃO

Compreensão e interpretação de textos


Chegamos, agora, em um ponto muito importante para todo o
seu estudo: a interpretação de textos. Desenvolver essa habilidade
é essencial e pode ser um diferencial para a realização de uma boa
prova de qualquer área do conhecimento.
Mas você sabe a diferença entre compreensão e interpretação?
A compreensão é quando você entende o que o texto diz de
forma explícita, aquilo que está na superfície do texto.
Quando Jorge fumava, ele era infeliz.
Por meio dessa frase, podemos entender que houve um tempo
que Jorge era infeliz, devido ao cigarro.
A interpretação é quando você entende o que está implícito,
nas entrelinhas, aquilo que está de modo mais profundo no texto • Linguagem Mista (ou híbrida) é aquele que utiliza tanto as pa-
ou que faça com que você realize inferências. lavras quanto as imagens. Ou seja, é a junção da linguagem verbal
Quando Jorge fumava, ele era infeliz. com a não-verbal.
Já compreendemos que Jorge era infeliz quando fumava, mas
podemos interpretar que Jorge parou de fumar e que agora é feliz.
Percebeu a diferença?

Tipos de Linguagem
Existem três tipos de linguagem que precisamos saber para que
facilite a interpretação de textos.
• Linguagem Verbal é aquela que utiliza somente palavras. Ela
pode ser escrita ou oral.

Além de saber desses conceitos, é importante sabermos iden-


tificar quando um texto é baseado em outro. O nome que damos a
este processo é intertextualidade.

Interpretação de Texto
Interpretar um texto quer dizer dar sentido, inferir, chegar a
uma conclusão do que se lê. A interpretação é muito ligada ao su-
bentendido. Sendo assim, ela trabalha com o que se pode deduzir
de um texto.
A interpretação implica a mobilização dos conhecimentos pré-
vios que cada pessoa possui antes da leitura de um determinado
texto, pressupõe que a aquisição do novo conteúdo lido estabeleça
uma relação com a informação já possuída, o que leva ao cresci-

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mento do conhecimento do leitor, e espera que haja uma aprecia- O primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a iden-
ção pessoal e crítica sobre a análise do novo conteúdo lido, afetan- tificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias
do de alguma forma o leitor. secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explica-
Sendo assim, podemos dizer que existem diferentes tipos de ções, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na
leitura: uma leitura prévia, uma leitura seletiva, uma leitura analíti- prova.
ca e, por fim, uma leitura interpretativa. Compreendido tudo isso, interpretar significa extrair um signi-
ficado. Ou seja, a ideia está lá, às vezes escondida, e por isso o can-
É muito importante que você: didato só precisa entendê-la – e não a complementar com algum
- Assista os mais diferenciados jornais sobre a sua cidade, esta- valor individual. Portanto, apegue-se tão somente ao texto, e nunca
do, país e mundo; extrapole a visão dele.
- Se possível, procure por jornais escritos para saber de notícias
(e também da estrutura das palavras para dar opiniões); IDENTIFICANDO O TEMA DE UM TEXTO
- Leia livros sobre diversos temas para sugar informações orto- O tema é a ideia principal do texto. É com base nessa ideia
gráficas, gramaticais e interpretativas; principal que o texto será desenvolvido. Para que você consiga
- Procure estar sempre informado sobre os assuntos mais po- identificar o tema de um texto, é necessário relacionar as diferen-
lêmicos; tes informações de forma a construir o seu sentido global, ou seja,
- Procure debater ou conversar com diversas pessoas sobre você precisa relacionar as múltiplas partes que compõem um todo
qualquer tema para presenciar opiniões diversas das suas. significativo, que é o texto.
Em muitas situações, por exemplo, você foi estimulado a ler um
Dicas para interpretar um texto: texto por sentir-se atraído pela temática resumida no título. Pois o
– Leia lentamente o texto todo. título cumpre uma função importante: antecipar informações sobre
No primeiro contato com o texto, o mais importante é tentar o assunto que será tratado no texto.
compreender o sentido global do texto e identificar o seu objetivo. Em outras situações, você pode ter abandonado a leitura por-
que achou o título pouco atraente ou, ao contrário, sentiu-se atraí-
– Releia o texto quantas vezes forem necessárias. do pelo título de um livro ou de um filme, por exemplo. É muito
Assim, será mais fácil identificar as ideias principais de cada pa- comum as pessoas se interessarem por temáticas diferentes, de-
rágrafo e compreender o desenvolvimento do texto. pendendo do sexo, da idade, escolaridade, profissão, preferências
pessoais e experiência de mundo, entre outros fatores.
– Sublinhe as ideias mais importantes. Mas, sobre que tema você gosta de ler? Esportes, namoro, se-
Sublinhar apenas quando já se tiver uma boa noção da ideia xualidade, tecnologia, ciências, jogos, novelas, moda, cuidados com
principal e das ideias secundárias do texto. o corpo? Perceba, portanto, que as temáticas são praticamente in-
finitas e saber reconhecer o tema de um texto é condição essen-
– Separe fatos de opiniões. cial para se tornar um leitor hábil. Vamos, então, começar nossos
O leitor precisa separar o que é um fato (verdadeiro, objetivo estudos?
e comprovável) do que é uma opinião (pessoal, tendenciosa e mu- Propomos, inicialmente, que você acompanhe um exercício
tável). bem simples, que, intuitivamente, todo leitor faz ao ler um texto:
reconhecer o seu tema. Vamos ler o texto a seguir?
– Retorne ao texto sempre que necessário.
Além disso, é importante entender com cuidado e atenção os CACHORROS
enunciados das questões. Os zoólogos acreditam que o cachorro se originou de uma
espécie de lobo que vivia na Ásia. Depois os cães se juntaram aos
– Reescreva o conteúdo lido. seres humanos e se espalharam por quase todo o mundo. Essa ami-
Para uma melhor compreensão, podem ser feitos resumos, tó- zade começou há uns 12 mil anos, no tempo em que as pessoas
picos ou esquemas. precisavam caçar para se alimentar. Os cachorros perceberam que,
se não atacassem os humanos, podiam ficar perto deles e comer a
Além dessas dicas importantes, você também pode grifar pa- comida que sobrava. Já os homens descobriram que os cachorros
lavras novas, e procurar seu significado para aumentar seu vocabu- podiam ajudar a caçar, a cuidar de rebanhos e a tomar conta da
lário, fazer atividades como caça-palavras, ou cruzadinhas são uma casa, além de serem ótimos companheiros. Um colaborava com o
distração, mas também um aprendizado. outro e a parceria deu certo.
Não se esqueça, além da prática da leitura aprimorar a compre- Ao ler apenas o título “Cachorros”, você deduziu sobre o pos-
ensão do texto e ajudar a aprovação, ela também estimula nossa sível assunto abordado no texto. Embora você imagine que o tex-
imaginação, distrai, relaxa, informa, educa, atualiza, melhora nos- to vai falar sobre cães, você ainda não sabia exatamente o que ele
so foco, cria perspectivas, nos torna reflexivos, pensantes, além de falaria sobre cães. Repare que temos várias informações ao longo
melhorar nossa habilidade de fala, de escrita e de memória. do texto: a hipótese dos zoólogos sobre a origem dos cães, a asso-
Um texto para ser compreendido deve apresentar ideias se- ciação entre eles e os seres humanos, a disseminação dos cães pelo
letas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela mundo, as vantagens da convivência entre cães e homens.
ideia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão As informações que se relacionam com o tema chamamos de
do texto. subtemas (ou ideias secundárias). Essas informações se integram,
ou seja, todas elas caminham no sentido de estabelecer uma unida-
de de sentido. Portanto, pense: sobre o que exatamente esse texto
fala? Qual seu assunto, qual seu tema? Certamente você chegou à

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conclusão de que o texto fala sobre a relação entre homens e cães. vida, tenta de muitas maneiras alcançar a notoriedade sem suces-
Se foi isso que você pensou, parabéns! Isso significa que você foi so. Após a morte, a personagem se torna conhecida. A ironia é que
capaz de identificar o tema do texto! planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou famoso após a
morte.
Fonte: https://portuguesrapido.com/tema-ideia-central-e-ideias-se-
cundarias/ Ironia dramática (ou satírica)
A ironia dramática é um efeito de sentido que ocorre nos textos
IDENTIFICAÇÃO DE EFEITOS DE IRONIA OU HUMOR EM literários quando o leitor, a audiência, tem mais informações do que
TEXTOS VARIADOS tem um personagem sobre os eventos da narrativa e sobre inten-
ções de outros personagens. É um recurso usado para aprofundar
Ironia os significados ocultos em diálogos e ações e que, quando captado
Ironia  é o recurso pelo qual o emissor diz o contrário do que pelo leitor, gera um clima de suspense, tragédia ou mesmo comé-
está pensando ou sentindo (ou por pudor em relação a si próprio ou dia, visto que um personagem é posto em situações que geram con-
com intenção depreciativa e sarcástica em relação a outrem). flitos e mal-entendidos porque ele mesmo não tem ciência do todo
A ironia consiste na utilização de determinada palavra ou ex- da narrativa.
pressão que, em um outro contexto diferente do usual, ganha um Exemplo: Em livros com narrador onisciente, que sabe tudo o
novo sentido, gerando um efeito de humor. que se passa na história com todas as personagens, é mais fácil apa-
Exemplo: recer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exem-
plo, se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história
irão morrer em decorrência do seu amor. As personagens agem ao
longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem-sucedidos.

Humor
Nesse caso, é muito comum a utilização de situações que pare-
çam cômicas ou surpreendentes para provocar o efeito de humor.
Situações cômicas ou potencialmente humorísticas comparti-
lham da característica do efeito surpresa. O humor reside em ocor-
rer algo fora do esperado numa situação.
Há diversas situações em que o humor pode aparecer. Há as ti-
rinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico;
há anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente
acessadas como forma de gerar o riso.
Os textos com finalidade humorística podem ser divididos em
quatro categorias: anedotas, cartuns, tiras e charges.

Exemplo:

Na construção de um texto, ela pode aparecer em três mo-


dos: ironia verbal, ironia de situação e ironia dramática (ou satírica).

Ironia verbal
Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro sig-
nificado, normalmente oposto ao sentido literal. A expressão e a
intenção são diferentes.
Exemplo: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível! ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DO TEXTO SEGUNDO O GÊ-
NERO EM QUE SE INSCREVE
Ironia de situação Compreender um texto trata da análise e decodificação do que
A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o de fato está escrito, seja das frases ou das ideias presentes. Inter-
resultado é contrário ao que se espera ou que se planeja. pretar um texto, está ligado às conclusões que se pode chegar ao
Exemplo: Quando num texto literário uma personagem planeja conectar as ideias do texto com a realidade. Interpretação trabalha
uma ação, mas os resultados não saem como o esperado. No li- com a subjetividade, com o que se entendeu sobre o texto.
vro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, a
personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da
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Interpretar um texto permite a compreensão de todo e qual- Conto: obra de ficção onde é criado seres e locais totalmente
quer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua ideia imaginário. Com linguagem linear e curta, envolve poucas perso-
principal. Compreender relações semânticas é uma competência nagens, que geralmente se movimentam em torno de uma única
imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos. ação, dada em um só espaço, eixo temático e conflito. Suas ações
Quando não se sabe interpretar corretamente um texto pode- encaminham-se diretamente para um desfecho.
-se criar vários problemas, afetando não só o desenvolvimento pro-
fissional, mas também o desenvolvimento pessoal. Novela: muito parecida com o conto e o romance, diferencia-
do por sua extensão. Ela fica entre o conto e o romance, e tem a
Busca de sentidos história principal, mas também tem várias histórias secundárias. O
Para a busca de sentidos do texto, pode-se retirar do mesmo tempo na novela é baseada no calendário. O tempo e local são de-
os tópicos frasais presentes em cada parágrafo. Isso auxiliará na finidos pelas histórias dos personagens. A história (enredo) tem um
apreensão do conteúdo exposto. ritmo mais acelerado do que a do romance por ter um texto mais
Isso porque é ali que se fazem necessários, estabelecem uma curto.
relação hierárquica do pensamento defendido, retomando ideias já
citadas ou apresentando novos conceitos. Crônica: texto que narra o cotidiano das pessoas, situações que
Por fim, concentre-se nas ideias que realmente foram explici- nós mesmos já vivemos e normalmente é utilizado a ironia para
tadas pelo autor. Textos argumentativos não costumam conceder mostrar um outro lado da mesma história. Na crônica o tempo não
espaço para divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas é relevante e quando é citado, geralmente são pequenos intervalos
entrelinhas. Deve-se ater às ideias do autor, o que não quer dizer como horas ou mesmo minutos.
que o leitor precise ficar preso na superfície do texto, mas é fun-
damental que não sejam criadas suposições vagas e inespecíficas. Poesia: apresenta um trabalho voltado para o estudo da lin-
guagem, fazendo-o de maneira particular, refletindo o momento,
Importância da interpretação a vida dos homens através de figuras que possibilitam a criação de
A prática da leitura, seja por prazer, para estudar ou para se imagens.
informar, aprimora o vocabulário e dinamiza o raciocínio e a inter-
pretação. A leitura, além de favorecer o aprendizado de conteúdos Editorial: texto dissertativo argumentativo onde expressa a
específicos, aprimora a escrita. opinião do editor através de argumentos e fatos sobre um assunto
Uma interpretação de texto assertiva depende de inúmeros fa- que está sendo muito comentado (polêmico). Sua intenção é con-
tores. Muitas vezes, apressados, descuidamo-nos dos detalhes pre- vencer o leitor a concordar com ele.
sentes em um texto, achamos que apenas uma leitura já se faz sufi-
ciente. Interpretar exige paciência e, por isso, sempre releia o texto, Entrevista: texto expositivo e é marcado pela conversa de um
pois a segunda leitura pode apresentar aspectos surpreendentes entrevistador e um entrevistado para a obtenção de informações.
que não foram observados previamente. Para auxiliar na busca de Tem como principal característica transmitir a opinião de pessoas
sentidos do texto, pode-se também retirar dele os tópicos frasais de destaque sobre algum assunto de interesse.
presentes em cada parágrafo, isso certamente auxiliará na apreen-
são do conteúdo exposto. Lembre-se de que os parágrafos não es- Cantiga de roda: gênero empírico, que na escola se materiali-
tão organizados, pelo menos em um bom texto, de maneira aleató- za em uma concretude da realidade. A cantiga de roda permite as
ria, se estão no lugar que estão, é porque ali se fazem necessários, crianças terem mais sentido em relação a leitura e escrita, ajudando
estabelecendo uma relação hierárquica do pensamento defendido, os professores a identificar o nível de alfabetização delas.
retomando ideias já citadas ou apresentando novos conceitos.
Concentre-se nas ideias que de fato foram explicitadas pelo au- Receita: texto instrucional e injuntivo que tem como objetivo
tor: os textos argumentativos não costumam conceder espaço para de informar, aconselhar, ou seja, recomendam dando uma certa li-
divagações ou hipóteses, supostamente contidas nas entrelinhas. berdade para quem recebe a informação.
Devemos nos ater às ideias do autor, isso não quer dizer que você
precise ficar preso na superfície do texto, mas é fundamental que DISTINÇÃO DE FATO E OPINIÃO SOBRE ESSE FATO
não criemos, à revelia do autor, suposições vagas e inespecíficas.
Ler com atenção é um exercício que deve ser praticado à exaustão, Fato
assim como uma técnica, que fará de nós leitores proficientes. O fato é algo que aconteceu ou está acontecendo. A existência
do fato pode ser constatada de modo indiscutível. O fato pode é
Diferença entre compreensão e interpretação uma coisa que aconteceu e pode ser comprovado de alguma manei-
A compreensão de um texto é fazer uma análise objetiva do ra, através de algum documento, números, vídeo ou registro.
texto e verificar o que realmente está escrito nele. Já a interpreta- Exemplo de fato:
ção imagina o que as ideias do texto têm a ver com a realidade. O A mãe foi viajar.
leitor tira conclusões subjetivas do texto.
Interpretação
Gêneros Discursivos É o ato de dar sentido ao fato, de entendê-lo. Interpretamos
Romance: descrição longa de ações e sentimentos de perso- quando relacionamos fatos, os comparamos, buscamos suas cau-
nagens fictícios, podendo ser de comparação com a realidade ou sas, previmos suas consequências.
totalmente irreal. A diferença principal entre um romance e uma Entre o fato e sua interpretação há uma relação lógica: se apon-
novela é a extensão do texto, ou seja, o romance é mais longo. No tamos uma causa ou consequência, é necessário que seja plausível.
romance nós temos uma história central e várias histórias secun- Se comparamos fatos, é preciso que suas semelhanças ou diferen-
dárias. ças sejam detectáveis.
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Exemplos de interpretação: Desenvolvimento: elabora melhor o tema com argumentos e
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- ideias que apoiem o seu posicionamento sobre o assunto. É possí-
tro país. vel usar argumentos de várias formas, desde dados estatísticos até
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão citações de pessoas que tenham autoridade no assunto.
do que com a filha.
Conclusão: faz uma retomada breve de tudo que foi abordado
Opinião e conclui o texto. Esta última parte pode ser feita de várias maneiras
A opinião é a avaliação que se faz de um fato considerando um diferentes, é possível deixar o assunto ainda aberto criando uma
juízo de valor. É um julgamento que tem como base a interpretação pergunta reflexiva, ou concluir o assunto com as suas próprias con-
que fazemos do fato. clusões a partir das ideias e argumentos do desenvolvimento.
Nossas opiniões costumam ser avaliadas pelo grau de coerên-
cia que mantêm com a interpretação do fato. É uma interpretação Outro aspecto que merece especial atenção são  os conecto-
do fato, ou seja, um modo particular de olhar o fato. Esta opinião res. São responsáveis pela coesão do texto e tornam a leitura mais
pode alterar de pessoa para pessoa devido a fatores socioculturais. fluente, visando estabelecer um encadeamento lógico entre as
ideias e servem de ligação entre o parágrafo, ou no interior do perí-
Exemplos de opiniões que podem decorrer das interpretações odo, e o tópico que o antecede.
anteriores: Saber usá-los com precisão, tanto no interior da frase, quanto
A mãe foi viajar porque considerou importante estudar em ou- ao passar de um enunciado para outro, é uma exigência também
tro país. Ela tomou uma decisão acertada. para a clareza do texto.
A mãe foi viajar porque se preocupava mais com sua profissão Sem os conectores (pronomes relativos, conjunções, advér-
do que com a filha. Ela foi egoísta. bios, preposições, palavras denotativas) as ideias não fluem, muitas
Muitas vezes, a interpretação já traz implícita uma opinião. vezes o pensamento não se completa, e o texto torna-se obscuro,
Por exemplo, quando se mencionam com ênfase consequên- sem coerência.
cias negativas que podem advir de um fato, se enaltecem previsões Esta estrutura é uma das mais utilizadas em textos argumenta-
positivas ou se faz um comentário irônico na interpretação, já esta- tivos, e por conta disso é mais fácil para os leitores.
mos expressando nosso julgamento. Existem diversas formas de se estruturar cada etapa dessa es-
É muito importante saber a diferença entre o fato e opinião, trutura de texto, entretanto, apenas segui-la já leva ao pensamento
principalmente quando debatemos um tema polêmico ou quando mais direto.
analisamos um texto dissertativo.
NÍVEIS DE LINGUAGEM
Exemplo:
A mãe viajou e deixou a filha só. Nem deve estar se importando Definição de linguagem
com o sofrimento da filha. Linguagem é qualquer meio sistemático de comunicar ideias
ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos,
ESTRUTURAÇÃO DO TEXTO E DOS PARÁGRAFOS gestuais etc. A linguagem é individual e flexível e varia dependendo
Uma boa redação é dividida em ideias relacionadas entre si da idade, cultura, posição social, profissão etc. A maneira de arti-
ajustadas a uma ideia central que norteia todo o pensamento do cular as palavras, organizá-las na frase, no texto, determina nossa
texto. Um dos maiores problemas nas redações é estruturar as linguagem, nosso estilo (forma de expressão pessoal).
ideias para fazer com que o leitor entenda o que foi dito no texto. As inovações linguísticas, criadas pelo falante, provocam, com
Fazer uma estrutura no texto para poder guiar o seu pensamento o decorrer do tempo, mudanças na estrutura da língua, que só as
e o do leitor. incorpora muito lentamente, depois de aceitas por todo o grupo
social. Muitas novidades criadas na linguagem não vingam na língua
Parágrafo e caem em desuso.
O parágrafo organizado em torno de uma ideia-núcleo, que é
desenvolvida por ideias secundárias. O parágrafo pode ser forma- Língua escrita e língua falada
do por uma ou mais frases, sendo seu tamanho variável. No texto A língua escrita não é a simples reprodução gráfica da língua
dissertativo-argumentativo, os parágrafos devem estar todos rela- falada, por que os sinais gráficos não conseguem registrar grande
cionados com a tese ou ideia principal do texto, geralmente apre- parte dos elementos da fala, como o timbre da voz, a entonação, e
sentada na introdução. ainda os gestos e a expressão facial. Na realidade a língua falada é
mais descontraída, espontânea e informal, porque se manifesta na
Embora existam diferentes formas de organização de parágra- conversação diária, na sensibilidade e na liberdade de expressão
fos, os textos dissertativo-argumentativos e alguns gêneros jornalís- do falante. Nessas situações informais, muitas regras determinadas
ticos apresentam uma estrutura-padrão. Essa estrutura consiste em pela língua padrão são quebradas em nome da naturalidade, da li-
três partes: a ideia-núcleo, as ideias secundárias (que desenvolvem berdade de expressão e da sensibilidade estilística do falante.
a ideia-núcleo) e a conclusão (que reafirma a ideia-básica). Em pa-
rágrafos curtos, é raro haver conclusão. Linguagem popular e linguagem culta
Podem valer-se tanto da linguagem popular quanto da lingua-
Introdução: faz uma rápida apresentação do assunto e já traz gem culta. Obviamente a linguagem popular é mais usada na fala,
uma ideia da sua posição no texto, é normalmente aqui que você nas expressões orais cotidianas. Porém, nada impede que ela esteja
irá identificar qual o problema do texto, o porque ele está sendo presente em poesias (o Movimento Modernista Brasileiro procurou
escrito. Normalmente o tema e o problema são dados pela própria valorizar a linguagem popular), contos, crônicas e romances em que
prova. o diálogo é usado para representar a língua falada.
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Linguagem Popular ou Coloquial Características principais:
Usada espontânea e fluentemente pelo povo. Mostra-se quase • Os recursos formais mais encontrados são os de valor adje-
sempre rebelde à norma gramatical e é carregada de vícios de lin- tivo (adjetivo, locução adjetiva e oração adjetiva), por sua função
guagem (solecismo – erros de regência e concordância; barbarismo caracterizadora.
– erros de pronúncia, grafia e flexão; ambiguidade; cacofonia; pleo- • Há descrição objetiva e subjetiva, normalmente numa enu-
nasmo), expressões vulgares, gírias e preferência pela coordenação, meração.
que ressalta o caráter oral e popular da língua. A linguagem popular • A noção temporal é normalmente estática.
está presente nas conversas familiares ou entre amigos, anedotas, • Normalmente usam-se verbos de ligação para abrir a defini-
irradiação de esportes, programas de TV e auditório, novelas, na ção.
expressão dos esta dos emocionais etc. • Normalmente aparece dentro de um texto narrativo.
• Os gêneros descritivos mais comuns são estes: manual, anún-
A Linguagem Culta ou Padrão cio, propaganda, relatórios, biografia, tutorial.
É a ensinada nas escolas e serve de veículo às ciências em que
se apresenta com terminologia especial. É usada pelas pessoas ins- Exemplo:
truídas das diferentes classes sociais e caracteriza-se pela obediên- Era uma casa muito engraçada
cia às normas gramaticais. Mais comumente usada na linguagem Não tinha teto, não tinha nada
escrita e literária, reflete prestígio social e cultural. É mais artificial, Ninguém podia entrar nela, não
mais estável, menos sujeita a variações. Está presente nas aulas, Porque na casa não tinha chão
conferências, sermões, discursos políticos, comunicações científi- Ninguém podia dormir na rede
cas, noticiários de TV, programas culturais etc. Porque na casa não tinha parede
Ninguém podia fazer pipi
Gíria Porque penico não tinha ali
A gíria relaciona-se ao cotidiano de certos grupos sociais como Mas era feita com muito esmero
arma de defesa contra as classes dominantes. Esses grupos utilizam Na rua dos bobos, número zero
a gíria como meio de expressão do cotidiano, para que as mensa- (Vinícius de Moraes)
gens sejam decodificadas apenas por eles mesmos.
Assim a gíria é criada por determinados grupos que divulgam TIPO TEXTUAL INJUNTIVO
o palavreado para outros grupos até chegar à mídia. Os meios de A injunção indica como realizar uma ação, aconselha, impõe,
comunicação de massa, como a televisão e o rádio, propagam os instrui o interlocutor. Chamado também de texto instrucional, o
novos vocábulos, às vezes, também inventam alguns. A gíria pode tipo de texto injuntivo é utilizado para predizer acontecimentos e
acabar incorporada pela língua oficial, permanecer no vocabulário comportamentos, nas leis jurídicas.
de pequenos grupos ou cair em desuso.
Ex.: “chutar o pau da barraca”, “viajar na maionese”, “galera”, Características principais:
“mina”, “tipo assim”. • Normalmente apresenta frases curtas e objetivas, com ver-
bos de comando, com tom imperativo; há também o uso do futuro
Linguagem vulgar do presente (10 mandamentos bíblicos e leis diversas).
Existe uma linguagem vulgar relacionada aos que têm pouco • Marcas de interlocução: vocativo, verbos e pronomes de 2ª
ou nenhum contato com centros civilizados. Na linguagem vulgar pessoa ou 1ª pessoa do plural, perguntas reflexivas etc.
há estruturas com “nóis vai, lá”, “eu di um beijo”, “Ponhei sal na
comida”. Exemplo:
Impedidos do Alistamento Eleitoral (art. 5º do Código Eleito-
Linguagem regional ral) – Não podem alistar-se eleitores: os que não saibam exprimir-se
Regionalismos são variações geográficas do uso da língua pa- na língua nacional, e os que estejam privados, temporária ou defi-
drão, quanto às construções gramaticais e empregos de certas pala- nitivamente dos direitos políticos. Os militares são alistáveis, desde
vras e expressões. Há, no Brasil, por exemplo, os falares amazônico, que oficiais, aspirantes a oficiais, guardas-marinha, subtenentes ou
nordestino, baiano, fluminense, mineiro, sulino. suboficiais, sargentos ou alunos das escolas militares de ensino su-
perior para formação de oficiais.
Tipos e genêros textuais
Os tipos textuais configuram-se como modelos fixos e abran- Tipo textual expositivo
gentes que objetivam a distinção e definição da estrutura, bem A dissertação é o ato de apresentar ideias, desenvolver racio-
como aspectos linguísticos de narração, dissertação, descrição e cínio, analisar contextos, dados e fatos, por meio de exposição,
explicação. Eles apresentam estrutura definida e tratam da forma discussão, argumentação e defesa do que pensamos. A dissertação
como um texto se apresenta e se organiza. Existem cinco tipos clás- pode ser expositiva ou argumentativa.
sicos que aparecem em provas: descritivo, injuntivo, expositivo (ou A dissertação-expositiva é caracterizada por esclarecer um as-
dissertativo-expositivo) dissertativo e narrativo. Vejamos alguns sunto de maneira atemporal, com o objetivo de explicá-lo de ma-
exemplos e as principais características de cada um deles. neira clara, sem intenção de convencer o leitor ou criar debate.

Tipo textual descritivo Características principais:


A descrição é uma modalidade de composição textual cujo • Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.
objetivo é fazer um retrato por escrito (ou não) de um lugar, uma • O objetivo não é persuadir, mas meramente explicar, infor-
pessoa, um animal, um pensamento, um sentimento, um objeto, mar.
um movimento etc. • Normalmente a marca da dissertação é o verbo no presente.
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• Amplia-se a ideia central, mas sem subjetividade ou defesa Características principais:
de ponto de vista. • O tempo verbal predominante é o passado.
• Apresenta linguagem clara e imparcial. • Foco narrativo com narrador de 1ª pessoa (participa da his-
tória – onipresente) ou de 3ª pessoa (não participa da história –
Exemplo: onisciente).
O texto dissertativo consiste na ampliação, na discussão, no • Normalmente, nos concursos públicos, o texto aparece em
questionamento, na reflexão, na polemização, no debate, na ex- prosa, não em verso.
pressão de um ponto de vista, na explicação a respeito de um de-
terminado tema. Exemplo:
Existem dois tipos de dissertação bem conhecidos: a disserta- Solidão
ção expositiva (ou informativa) e a argumentativa (ou opinativa). João era solteiro, vivia só e era feliz. Na verdade, a solidão era
Portanto, pode-se dissertar simplesmente explicando um as- o que o tornava assim. Conheceu Maria, também solteira, só e fe-
sunto, imparcialmente, ou discutindo-o, parcialmente. liz. Tão iguais, a afinidade logo se transforma em paixão. Casam-se.
Dura poucas semanas. Não havia mesmo como dar certo: ao se uni-
Tipo textual dissertativo-argumentativo rem, um tirou do outro a essência da felicidade.
Este tipo de texto — muito frequente nas provas de concur- Nelson S. Oliveira
sos — apresenta posicionamentos pessoais e exposição de ideias
apresentadas de forma lógica. Com razoável grau de objetividade, Fonte: https://www.recantodasletras.com.br/contossurreais/4835684
clareza, respeito pelo registro formal da língua e coerência, seu in-
tuito é a defesa de um ponto de vista que convença o interlocutor GÊNEROS TEXTUAIS
(leitor ou ouvinte). Já os gêneros textuais (ou discursivos) são formas diferentes
de expressão comunicativa. As muitas formas de elaboração de um
Características principais: texto se tornam gêneros, de acordo com a intenção do seu pro-
• Presença de estrutura básica (introdução, desenvolvimento dutor. Logo, os gêneros apresentam maior diversidade e exercem
e conclusão): ideia principal do texto (tese); argumentos (estraté- funções sociais específicas, próprias do dia a dia. Ademais, são pas-
gias argumentativas: causa-efeito, dados estatísticos, testemunho síveis de modificações ao longo do tempo, mesmo que preservan-
de autoridade, citações, confronto, comparação, fato, exemplo, do características preponderantes. Vejamos, agora, uma tabela que
enumeração...); conclusão (síntese dos pontos principais com su- apresenta alguns gêneros textuais classificados com os tipos textu-
gestão/solução). ais que neles predominam.
• Utiliza verbos na 1ª pessoa (normalmente nas argumentações
informais) e na 3ª pessoa do presente do indicativo (normalmente Tipo Textual Predominante Gêneros Textuais
nas argumentações formais) para imprimir uma atemporalidade e
um caráter de verdade ao que está sendo dito. Descritivo Diário
• Privilegiam-se as estruturas impessoais, com certas modali- Relatos (viagens, históricos, etc.)
zações discursivas (indicando noções de possibilidade, certeza ou Biografia e autobiografia
Notícia
probabilidade) em vez de juízos de valor ou sentimentos exaltados.
Currículo
• Há um cuidado com a progressão temática, isto é, com o de-
Lista de compras
senvolvimento coerente da ideia principal, evitando-se rodeios.
Cardápio
Anúncios de classificados
Exemplo:
A maioria dos problemas existentes em um país em desenvol- Injuntivo Receita culinária
vimento, como o nosso, podem ser resolvidos com uma eficiente Bula de remédio
administração política (tese), porque a força governamental certa- Manual de instruções
mente se sobrepõe a poderes paralelos, os quais – por negligência Regulamento
de nossos representantes – vêm aterrorizando as grandes metró- Textos prescritivos
poles. Isso ficou claro no confronto entre a força militar do RJ e os Expositivo Seminários
traficantes, o que comprovou uma verdade simples: se for do desejo Palestras
dos políticos uma mudança radical visando o bem-estar da popula- Conferências
ção, isso é plenamente possível (estratégia argumentativa: fato- Entrevistas
-exemplo). É importante salientar, portanto, que não devemos ficar Trabalhos acadêmicos
de mãos atadas à espera de uma atitude do governo só quando o Enciclopédia
caos se estabelece; o povo tem e sempre terá de colaborar com uma Verbetes de dicionários
cobrança efetiva (conclusão). Dissertativo-argumentativo Editorial Jornalístico
Carta de opinião
Tipo textual narrativo Resenha
O texto narrativo é uma modalidade textual em que se conta Artigo
um fato, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lu- Ensaio
gar, envolvendo certos personagens. Toda narração tem um enredo, Monografia, dissertação de
personagens, tempo, espaço e narrador (ou foco narrativo). mestrado e tese de doutorado

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Narrativo Romance Se essa é a finalidade última de todo ato de comunicação, todo


Novela texto contém um componente argumentativo. A argumentação é o
Crônica conjunto de recursos de natureza linguística destinados a persuadir
Contos de Fada a pessoa a quem a comunicação se destina. Está presente em todo
Fábula tipo de texto e visa a promover adesão às teses e aos pontos de
Lendas vista defendidos.
As pessoas costumam pensar que o argumento seja apenas
Sintetizando: os tipos textuais são fixos, finitos e tratam da for- uma prova de verdade ou uma razão indiscutível para comprovar a
ma como o texto se apresenta. Os gêneros textuais são fluidos, infi- veracidade de um fato. O argumento é mais que isso: como se disse
nitos e mudam de acordo com a demanda social. acima, é um recurso de linguagem utilizado para levar o interlocu-
tor a crer naquilo que está sendo dito, a aceitar como verdadeiro o
INTERTEXTUALIDADE que está sendo transmitido. A argumentação pertence ao domínio
A  intertextualidade  é um recurso realizado entre textos, ou da retórica, arte de persuadir as pessoas mediante o uso de recur-
seja, é a influência e relação que um estabelece sobre o outro. As- sos de linguagem.
sim, determina o fenômeno relacionado ao processo de produção Para compreender claramente o que é um argumento, é bom
de textos que faz referência (explícita ou implícita) aos elementos voltar ao que diz Aristóteles, filósofo grego do século IV a.C., numa
existentes em outro texto, seja a nível de conteúdo, forma ou de obra intitulada “Tópicos: os argumentos são úteis quando se tem de
ambos: forma e conteúdo. escolher entre duas ou mais coisas”.
Grosso modo, a intertextualidade é o diálogo entre textos, de
forma que essa relação pode ser estabelecida entre as produções Se tivermos de escolher entre uma coisa vantajosa e uma des-
textuais que apresentem diversas linguagens (visual, auditiva, escri- vantajosa, como a saúde e a doença, não precisamos argumentar.
ta), sendo expressa nas artes (literatura, pintura, escultura, música, Suponhamos, no entanto, que tenhamos de escolher entre duas
dança, cinema), propagandas publicitárias, programas televisivos, coisas igualmente vantajosas, a riqueza e a saúde. Nesse caso, pre-
provérbios, charges, dentre outros. cisamos argumentar sobre qual das duas é mais desejável. O argu-
mento pode então ser definido como qualquer recurso que torna
Tipos de Intertextualidade uma coisa mais desejável que outra. Isso significa que ele atua no
• Paródia: perversão do texto anterior que aparece geralmen- domínio do preferível. Ele é utilizado para fazer o interlocutor crer
te, em forma de crítica irônica de caráter humorístico. Do grego que, entre duas teses, uma é mais provável que a outra, mais pos-
(parodès), a palavra “paródia” é formada pelos termos “para” (se- sível que a outra, mais desejável que a outra, é preferível à outra.
melhante) e “odes” (canto), ou seja, “um canto (poesia) semelhante O objetivo da argumentação não é demonstrar a verdade de
a outro”. Esse recurso é muito utilizado pelos programas humorís- um fato, mas levar o ouvinte a admitir como verdadeiro o que o
ticos. enunciador está propondo.
• Paráfrase: recriação de um texto já existente mantendo a Há uma diferença entre o raciocínio lógico e a argumentação.
mesma ideia contida no texto original, entretanto, com a utilização O primeiro opera no domínio do necessário, ou seja, pretende
de outras palavras. O vocábulo “paráfrase”, do grego (paraphrasis), demonstrar que uma conclusão deriva necessariamente das pre-
significa a “repetição de uma sentença”. missas propostas, que se deduz obrigatoriamente dos postulados
• Epígrafe: recurso bastante utilizado em obras e textos cientí- admitidos. No raciocínio lógico, as conclusões não dependem de
ficos. Consiste no acréscimo de uma frase ou parágrafo que tenha crenças, de uma maneira de ver o mundo, mas apenas do encadea-
alguma relação com o que será discutido no texto. Do grego, o ter- mento de premissas e conclusões.
mo “epígrafhe” é formado pelos vocábulos “epi” (posição superior) Por exemplo, um raciocínio lógico é o seguinte encadeamento:
e “graphé” (escrita). A é igual a B.
• Citação: Acréscimo de partes de outras obras numa produção A é igual a C.
textual, de forma que dialoga com ele; geralmente vem expressa Então: C é igual a B.
entre aspas e itálico, já que se trata da enunciação de outro autor.
Esse recurso é importante haja vista que sua apresentação sem re- Admitidos os dois postulados, a conclusão é, obrigatoriamente,
lacionar a fonte utilizada é considerado “plágio”. Do Latim, o termo que C é igual a A.
“citação” (citare) significa convocar. Outro exemplo:
• Alusão: Faz referência aos elementos presentes em outros Todo ruminante é um mamífero.
textos. Do Latim, o vocábulo “alusão” (alludere) é formado por dois A vaca é um ruminante.
termos: “ad” (a, para) e “ludere” (brincar). Logo, a vaca é um mamífero.
• Outras formas de intertextualidade menos discutidas são
o pastiche, o sample, a tradução e a bricolagem. Admitidas como verdadeiras as duas premissas, a conclusão
também será verdadeira.
ARGUMENTAÇÃO No domínio da argumentação, as coisas são diferentes. Nele,
O ato de comunicação não visa apenas transmitir uma informa- a conclusão não é necessária, não é obrigatória. Por isso, deve-se
ção a alguém. Quem comunica pretende criar uma imagem positiva mostrar que ela é a mais desejável, a mais provável, a mais plau-
de si mesmo (por exemplo, a de um sujeito educado, ou inteligente, sível. Se o Banco do Brasil fizer uma propaganda dizendo-se mais
ou culto), quer ser aceito, deseja que o que diz seja admitido como confiável do que os concorrentes porque existe desde a chegada
verdadeiro. Em síntese, tem a intenção de convencer, ou seja, tem da família real portuguesa ao Brasil, ele estará dizendo-nos que um
o desejo de que o ouvinte creia no que o texto diz e faça o que ele banco com quase dois séculos de existência é sólido e, por isso, con-
propõe. fiável. Embora não haja relação necessária entre a solidez de uma
instituição bancária e sua antiguidade, esta tem peso argumentati-
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vo na afirmação da confiabilidade de um banco. Portanto é provável tível, ao verdadeiro e, portanto, é melhor do que aquilo que não
que se creia que um banco mais antigo seja mais confiável do que desfruta dele. Em nossa época, são consensuais, por exemplo, as
outro fundado há dois ou três anos. afirmações de que o meio ambiente precisa ser protegido e de que
Enumerar todos os tipos de argumentos é uma tarefa quase as condições de vida são piores nos países subdesenvolvidos. Ao
impossível, tantas são as formas de que nos valemos para fazer as confiar no consenso, porém, corre-se o risco de passar dos argu-
pessoas preferirem uma coisa a outra. Por isso, é importante enten- mentos válidos para os lugares comuns, os preconceitos e as frases
der bem como eles funcionam. carentes de qualquer base científica.
Já vimos diversas características dos argumentos. É preciso
acrescentar mais uma: o convencimento do interlocutor, o auditó- Argumento de Existência
rio, que pode ser individual ou coletivo, será tanto mais fácil quanto É aquele que se fundamenta no fato de que é mais fácil aceitar
mais os argumentos estiverem de acordo com suas crenças, suas aquilo que comprovadamente existe do que aquilo que é apenas
expectativas, seus valores. Não se pode convencer um auditório provável, que é apenas possível. A sabedoria popular enuncia o ar-
pertencente a uma dada cultura enfatizando coisas que ele abomi- gumento de existência no provérbio “Mais vale um pássaro na mão
na. Será mais fácil convencê-lo valorizando coisas que ele considera do que dois voando”.
positivas. No Brasil, a publicidade da cerveja vem com frequência Nesse tipo de argumento, incluem-se as provas documentais
associada ao futebol, ao gol, à paixão nacional. Nos Estados Unidos, (fotos, estatísticas, depoimentos, gravações, etc.) ou provas concre-
essa associação certamente não surtiria efeito, porque lá o futebol tas, que tornam mais aceitável uma afirmação genérica. Durante
não é valorizado da mesma forma que no Brasil. O poder persuasivo a invasão do Iraque, por exemplo, os jornais diziam que o exérci-
de um argumento está vinculado ao que é valorizado ou desvalori- to americano era muito mais poderoso do que o iraquiano. Essa
zado numa dada cultura. afirmação, sem ser acompanhada de provas concretas, poderia ser
vista como propagandística. No entanto, quando documentada pela
Tipos de Argumento comparação do número de canhões, de carros de combate, de na-
Já verificamos que qualquer recurso linguístico destinado a fa- vios, etc., ganhava credibilidade.
zer o interlocutor dar preferência à tese do enunciador é um argu- Argumento quase lógico
mento. Exemplo: É aquele que opera com base nas relações lógicas, como causa
e efeito, analogia, implicação, identidade, etc. Esses raciocínios são
Argumento de Autoridade chamados quase lógicos porque, diversamente dos raciocínios lógi-
É a citação, no texto, de afirmações de pessoas reconhecidas cos, eles não pretendem estabelecer relações necessárias entre os
pelo auditório como autoridades em certo domínio do saber, para elementos, mas sim instituir relações prováveis, possíveis, plausí-
servir de apoio àquilo que o enunciador está propondo. Esse recur- veis. Por exemplo, quando se diz “A é igual a B”, “B é igual a C”, “en-
so produz dois efeitos distintos: revela o conhecimento do produtor tão A é igual a C”, estabelece-se uma relação de identidade lógica.
do texto a respeito do assunto de que está tratando; dá ao texto a Entretanto, quando se afirma “Amigo de amigo meu é meu amigo”
garantia do autor citado. É preciso, no entanto, não fazer do texto não se institui uma identidade lógica, mas uma identidade provável.
um amontoado de citações. A citação precisa ser pertinente e ver- Um texto coerente do ponto de vista lógico é mais facilmente
dadeira. Exemplo: aceito do que um texto incoerente. Vários são os defeitos que con-
“A imaginação é mais importante do que o conhecimento.” correm para desqualificar o texto do ponto de vista lógico: fugir do
tema proposto, cair em contradição, tirar conclusões que não se
Quem disse a frase aí de cima não fui eu... Foi Einstein. Para fundamentam nos dados apresentados, ilustrar afirmações gerais
ele, uma coisa vem antes da outra: sem imaginação, não há conhe- com fatos inadequados, narrar um fato e dele extrair generalizações
cimento. Nunca o inverso. indevidas.
Alex José Periscinoto.
In: Folha de S. Paulo, 30/8/1993, p. 5-2 Argumento do Atributo
É aquele que considera melhor o que tem propriedades típi-
A tese defendida nesse texto é que a imaginação é mais impor- cas daquilo que é mais valorizado socialmente, por exemplo, o mais
tante do que o conhecimento. Para levar o auditório a aderir a ela, raro é melhor que o comum, o que é mais refinado é melhor que o
o enunciador cita um dos mais célebres cientistas do mundo. Se que é mais grosseiro, etc.
um físico de renome mundial disse isso, então as pessoas devem Por esse motivo, a publicidade usa, com muita frequência, ce-
acreditar que é verdade. lebridades recomendando prédios residenciais, produtos de beleza,
alimentos estéticos, etc., com base no fato de que o consumidor
Argumento de Quantidade tende a associar o produto anunciado com atributos da celebrida-
É aquele que valoriza mais o que é apreciado pelo maior nú- de.
mero de pessoas, o que existe em maior número, o que tem maior Uma variante do argumento de atributo é o argumento da
duração, o que tem maior número de adeptos, etc. O fundamento competência linguística. A utilização da variante culta e formal da
desse tipo de argumento é que mais = melhor. A publicidade faz língua que o produtor do texto conhece a norma linguística social-
largo uso do argumento de quantidade. mente mais valorizada e, por conseguinte, deve produzir um texto
em que se pode confiar. Nesse sentido é que se diz que o modo de
Argumento do Consenso dizer dá confiabilidade ao que se diz.
É uma variante do argumento de quantidade. Fundamenta-se Imagine-se que um médico deva falar sobre o estado de saúde
em afirmações que, numa determinada época, são aceitas como de uma personalidade pública. Ele poderia fazê-lo das duas manei-
verdadeiras e, portanto, dispensam comprovações, a menos que o ras indicadas abaixo, mas a primeira seria infinitamente mais ade-
objetivo do texto seja comprovar alguma delas. Parte da ideia de quada para a persuasão do que a segunda, pois esta produziria certa
que o consenso, mesmo que equivocado, corresponde ao indiscu- estranheza e não criaria uma imagem de competência do médico:
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- Para aumentar a confiabilidade do diagnóstico e levando em A argumentação é a exploração de recursos para fazer parecer
conta o caráter invasivo de alguns exames, a equipe médica houve verdadeiro aquilo que se diz num texto e, com isso, levar a pessoa a
por bem determinar o internamento do governador pelo período que texto é endereçado a crer naquilo que ele diz.
de três dias, a partir de hoje, 4 de fevereiro de 2001. Um texto dissertativo tem um assunto ou tema e expressa um
- Para conseguir fazer exames com mais cuidado e porque al- ponto de vista, acompanhado de certa fundamentação, que inclui
guns deles são barrapesada, a gente botou o governador no hospi- a argumentação, questionamento, com o objetivo de persuadir. Ar-
tal por três dias. gumentar é o processo pelo qual se estabelecem relações para che-
gar à conclusão, com base em premissas. Persuadir é um processo
Como dissemos antes, todo texto tem uma função argumen- de convencimento, por meio da argumentação, no qual procura-se
tativa, porque ninguém fala para não ser levado a sério, para ser convencer os outros, de modo a influenciar seu pensamento e seu
ridicularizado, para ser desmentido: em todo ato de comunicação comportamento.
deseja-se influenciar alguém. Por mais neutro que pretenda ser, um A persuasão pode ser válida e não válida. Na persuasão váli-
texto tem sempre uma orientação argumentativa. da, expõem-se com clareza os fundamentos de uma ideia ou pro-
A orientação argumentativa é uma certa direção que o falante posição, e o interlocutor pode questionar cada passo do raciocínio
traça para seu texto. Por exemplo, um jornalista, ao falar de um empregado na argumentação. A persuasão não válida apoia-se em
homem público, pode ter a intenção de criticá-lo, de ridicularizá-lo argumentos subjetivos, apelos subliminares, chantagens sentimen-
ou, ao contrário, de mostrar sua grandeza. tais, com o emprego de “apelações”, como a inflexão de voz, a mí-
O enunciador cria a orientação argumentativa de seu texto mica e até o choro.
dando destaque a uns fatos e não a outros, omitindo certos episó- Alguns autores classificam a dissertação em duas modalidades,
dios e revelando outros, escolhendo determinadas palavras e não expositiva e argumentativa. Esta, exige argumentação, razões a fa-
outras, etc. Veja: vor e contra uma ideia, ao passo que a outra é informativa, apresen-
“O clima da festa era tão pacífico que até sogras e noras troca- ta dados sem a intenção de convencer. Na verdade, a escolha dos
vam abraços afetuosos.” dados levantados, a maneira de expô-los no texto já revelam uma
“tomada de posição”, a adoção de um ponto de vista na disserta-
O enunciador aí pretende ressaltar a ideia geral de que noras ção, ainda que sem a apresentação explícita de argumentos. Desse
e sogras não se toleram. Não fosse assim, não teria escolhido esse ponto de vista, a dissertação pode ser definida como discussão, de-
fato para ilustrar o clima da festa nem teria utilizado o termo até, bate, questionamento, o que implica a liberdade de pensamento, a
que serve para incluir no argumento alguma coisa inesperada. possibilidade de discordar ou concordar parcialmente. A liberdade
Além dos defeitos de argumentação mencionados quando tra- de questionar é fundamental, mas não é suficiente para organizar
tamos de alguns tipos de argumentação, vamos citar outros: um texto dissertativo. É necessária também a exposição dos fun-
- Uso sem delimitação adequada de palavra de sentido tão am- damentos, os motivos, os porquês da defesa de um ponto de vista.
plo, que serve de argumento para um ponto de vista e seu contrá- Pode-se dizer que o homem vive em permanente atitude argu-
rio. São noções confusas, como paz, que, paradoxalmente, pode ser mentativa. A argumentação está presente em qualquer tipo de dis-
usada pelo agressor e pelo agredido. Essas palavras podem ter valor curso, porém, é no texto dissertativo que ela melhor se evidencia.
positivo (paz, justiça, honestidade, democracia) ou vir carregadas Para discutir um tema, para confrontar argumentos e posições,
de valor negativo (autoritarismo, degradação do meio ambiente, é necessária a capacidade de conhecer outros pontos de vista e
injustiça, corrupção). seus respectivos argumentos. Uma discussão impõe, muitas ve-
- Uso de afirmações tão amplas, que podem ser derrubadas por zes, a análise de argumentos opostos, antagônicos. Como sempre,
um único contra exemplo. Quando se diz “Todos os políticos são essa capacidade aprende-se com a prática. Um bom exercício para
ladrões”, basta um único exemplo de político honesto para destruir aprender a argumentar e contra-argumentar consiste em desenvol-
o argumento. ver as seguintes habilidades:
- Emprego de noções científicas sem nenhum rigor, fora do con- - argumentação: anotar todos os argumentos a favor de uma
texto adequado, sem o significado apropriado, vulgarizando-as e ideia ou fato; imaginar um interlocutor que adote a posição total-
atribuindo-lhes uma significação subjetiva e grosseira. É o caso, por mente contrária;
exemplo, da frase “O imperialismo de certas indústrias não permite - contra-argumentação: imaginar um diálogo-debate e quais os
que outras crescam”, em que o termo imperialismo é descabido, argumentos que essa pessoa imaginária possivelmente apresenta-
uma vez que, a rigor, significa “ação de um Estado visando a reduzir ria contra a argumentação proposta;
outros à sua dependência política e econômica”. - refutação: argumentos e razões contra a argumentação opos-
ta.
A boa argumentação é aquela que está de acordo com a situa-
ção concreta do texto, que leva em conta os componentes envolvi- A argumentação tem a finalidade de persuadir, portanto, ar-
dos na discussão (o tipo de pessoa a quem se dirige a comunicação, gumentar consiste em estabelecer relações para tirar conclusões
o assunto, etc). válidas, como se procede no método dialético. O método dialético
Convém ainda alertar que não se convence ninguém com mani- não envolve apenas questões ideológicas, geradoras de polêmicas.
festações de sinceridade do autor (como eu, que não costumo men- Trata-se de um método de investigação da realidade pelo estudo de
tir...) ou com declarações de certeza expressas em fórmulas feitas sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno em ques-
(como estou certo, creio firmemente, é claro, é óbvio, é evidente, tão e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade.
afirmo com toda a certeza, etc). Em vez de prometer, em seu texto, Descartes (1596-1650), filósofo e pensador francês, criou o mé-
sinceridade e certeza, autenticidade e verdade, o enunciador deve todo de raciocínio silogístico, baseado na dedução, que parte do
construir um texto que revele isso. Em outros termos, essas quali- simples para o complexo. Para ele, verdade e evidência são a mes-
dades não se prometem, manifestam-se na ação. ma coisa, e pelo raciocínio torna-se possível chegar a conclusões
verdadeiras, desde que o assunto seja pesquisado em partes, co-
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meçando-se pelas proposições mais simples até alcançar, por meio - Você concorda que possui uma coisa que não perdeu?
de deduções, a conclusão final. Para a linha de raciocínio cartesiana, - Lógico, concordo.
é fundamental determinar o problema, dividi-lo em partes, ordenar - Você perdeu um brilhante de 40 quilates?
os conceitos, simplificando-os, enumerar todos os seus elementos - Claro que não!
e determinar o lugar de cada um no conjunto da dedução. - Então você possui um brilhante de 40 quilates...
A lógica cartesiana, até os nossos dias, é fundamental para a
argumentação dos trabalhos acadêmicos. Descartes propôs quatro Exemplos de sofismas:
regras básicas que constituem um conjunto de reflexos vitais, uma
série de movimentos sucessivos e contínuos do espírito em busca Dedução
da verdade: Todo professor tem um diploma (geral, universal)
- evidência; Fulano tem um diploma (particular)
- divisão ou análise; Logo, fulano é professor (geral – conclusão falsa)
- ordem ou dedução;
- enumeração. Indução
O Rio de Janeiro tem uma estátua do Cristo Redentor. (parti-
A enumeração pode apresentar dois tipos de falhas: a omissão cular)
e a incompreensão. Qualquer erro na enumeração pode quebrar o Taubaté (SP) tem uma estátua do Cristo Redentor. (particular)
encadeamento das ideias, indispensável para o processo dedutivo. Rio de Janeiro e Taubaté são cidades.
A forma de argumentação mais empregada na redação acadê- Logo, toda cidade tem uma estátua do Cristo Redentor. (geral
mica é o silogismo, raciocínio baseado nas regras cartesianas, que – conclusão falsa)
contém três proposições: duas premissas, maior e menor, e a con-
clusão. As três proposições são encadeadas de tal forma, que a con- Nota-se que as premissas são verdadeiras, mas a conclusão
clusão é deduzida da maior por intermédio da menor. A premissa pode ser falsa. Nem todas as pessoas que têm diploma são profes-
maior deve ser universal, emprega todo, nenhum, pois alguns não sores; nem todas as cidades têm uma estátua do Cristo Redentor.
caracteriza a universalidade. Comete-se erro quando se faz generalizações apressadas ou infun-
Há dois métodos fundamentais de raciocínio: a dedução (silo- dadas. A “simples inspeção” é a ausência de análise ou análise su-
gística), que parte do geral para o particular, e a indução, que vai do perficial dos fatos, que leva a pronunciamentos subjetivos, basea-
particular para o geral. A expressão formal do método dedutivo é o dos nos sentimentos não ditados pela razão.
silogismo. A dedução é o caminho das consequências, baseia-se em Tem-se, ainda, outros métodos, subsidiários ou não fundamen-
uma conexão descendente (do geral para o particular) que leva à tais, que contribuem para a descoberta ou comprovação da verda-
conclusão. Segundo esse método, partindo-se de teorias gerais, de de: análise, síntese, classificação e definição. Além desses, existem
verdades universais, pode-se chegar à previsão ou determinação de outros métodos particulares de algumas ciências, que adaptam os
fenômenos particulares. O percurso do raciocínio vai da causa para processos de dedução e indução à natureza de uma realidade par-
o efeito. Exemplo: ticular. Pode-se afirmar que cada ciência tem seu método próprio
demonstrativo, comparativo, histórico etc. A análise, a síntese, a
Todo homem é mortal (premissa maior = geral, universal) classificação a definição são chamadas métodos sistemáticos, por-
Fulano é homem (premissa menor = particular) que pela organização e ordenação das ideias visam sistematizar a
Logo, Fulano é mortal (conclusão) pesquisa.
Análise e síntese são dois processos opostos, mas interligados;
A indução percorre o caminho inverso ao da dedução, baseia- a análise parte do todo para as partes, a síntese, das partes para o
se em uma conexão ascendente, do particular para o geral. Nesse todo. A análise precede a síntese, porém, de certo modo, uma de-
caso, as constatações particulares levam às leis gerais, ou seja, par- pende da outra. A análise decompõe o todo em partes, enquanto a
te de fatos particulares conhecidos para os fatos gerais, desconheci- síntese recompõe o todo pela reunião das partes. Sabe-se, porém,
dos. O percurso do raciocínio se faz do efeito para a causa. Exemplo: que o todo não é uma simples justaposição das partes. Se alguém
O calor dilata o ferro (particular) reunisse todas as peças de um relógio, não significa que reconstruiu
O calor dilata o bronze (particular) o relógio, pois fez apenas um amontoado de partes. Só reconstruiria
O calor dilata o cobre (particular) todo se as partes estivessem organizadas, devidamente combina-
O ferro, o bronze, o cobre são metais das, seguida uma ordem de relações necessárias, funcionais, então,
Logo, o calor dilata metais (geral, universal) o relógio estaria reconstruído.
Síntese, portanto, é o processo de reconstrução do todo por
Quanto a seus aspectos formais, o silogismo pode ser válido meio da integração das partes, reunidas e relacionadas num con-
e verdadeiro; a conclusão será verdadeira se as duas premissas junto. Toda síntese, por ser uma reconstrução, pressupõe a análise,
também o forem. Se há erro ou equívoco na apreciação dos fatos, que é a decomposição. A análise, no entanto, exige uma decompo-
pode-se partir de premissas verdadeiras para chegar a uma conclu- sição organizada, é preciso saber como dividir o todo em partes. As
são falsa. Tem-se, desse modo, o sofisma. Uma definição inexata, operações que se realizam na análise e na síntese podem ser assim
uma divisão incompleta, a ignorância da causa, a falsa analogia são relacionadas:
algumas causas do sofisma. O sofisma pressupõe má fé, intenção Análise: penetrar, decompor, separar, dividir.
deliberada de enganar ou levar ao erro; quando o sofisma não tem Síntese: integrar, recompor, juntar, reunir.
essas intenções propositais, costuma-se chamar esse processo de
argumentação de paralogismo. Encontra-se um exemplo simples de
sofisma no seguinte diálogo:

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A análise tem importância vital no processo de coleta de ideias - o termo a ser definido;
a respeito do tema proposto, de seu desdobramento e da criação - o gênero ou espécie;
de abordagens possíveis. A síntese também é importante na esco- - a diferença específica.
lha dos elementos que farão parte do texto.
Segundo Garcia (1973, p.300), a análise pode ser formal ou in- O que distingue o termo definido de outros elementos da mes-
formal. A análise formal pode ser científica ou experimental; é ca- ma espécie. Exemplo:
racterística das ciências matemáticas, físico-naturais e experimen-
tais. A análise informal é racional ou total, consiste em “discernir” Na frase: O homem é um animal racional classifica-se:
por vários atos distintos da atenção os elementos constitutivos de
um todo, os diferentes caracteres de um objeto ou fenômeno.
A análise decompõe o todo em partes, a classificação estabe-
lece as necessárias relações de dependência e hierarquia entre as
partes. Análise e classificação ligam-se intimamente, a ponto de se Elemento especiediferença
confundir uma com a outra, contudo são procedimentos diversos: a ser definidoespecífica
análise é decomposição e classificação é hierarquisação.
Nas ciências naturais, classificam-se os seres, fatos e fenôme- É muito comum formular definições de maneira defeituosa,
nos por suas diferenças e semelhanças; fora das ciências naturais, a por exemplo: Análise é quando a gente decompõe o todo em par-
classificação pode-se efetuar por meio de um processo mais ou me- tes. Esse tipo de definição é gramaticalmente incorreto; quando é
nos arbitrário, em que os caracteres comuns e diferenciadores são advérbio de tempo, não representa o gênero, a espécie, a gente é
empregados de modo mais ou menos convencional. A classificação, forma coloquial não adequada à redação acadêmica. Tão importan-
no reino animal, em ramos, classes, ordens, subordens, gêneros e te é saber formular uma definição, que se recorre a Garcia (1973,
espécies, é um exemplo de classificação natural, pelas caracterís- p.306), para determinar os “requisitos da definição denotativa”.
ticas comuns e diferenciadoras. A classificação dos variados itens Para ser exata, a definição deve apresentar os seguintes requisitos:
integrantes de uma lista mais ou menos caótica é artificial. - o termo deve realmente pertencer ao gênero ou classe em
que está incluído: “mesa é um móvel” (classe em que ‘mesa’ está
Exemplo: aquecedor, automóvel, barbeador, batata, caminhão, realmente incluída) e não “mesa é um instrumento ou ferramenta
canário, jipe, leite, ônibus, pão, pardal, pintassilgo, queijo, relógio, ou instalação”;
sabiá, torradeira. - o gênero deve ser suficientemente amplo para incluir todos os
Aves: Canário, Pardal, Pintassilgo, Sabiá. exemplos específicos da coisa definida, e suficientemente restrito
Alimentos: Batata, Leite, Pão, Queijo. para que a diferença possa ser percebida sem dificuldade;
Mecanismos: Aquecedor, Barbeador, Relógio, Torradeira. - deve ser obrigatoriamente afirmativa: não há, em verdade,
Veículos: Automóvel, Caminhão, Jipe, Ônibus. definição, quando se diz que o “triângulo não é um prisma”;
- deve ser recíproca: “O homem é um ser vivo” não constitui
Os elementos desta lista foram classificados por ordem alfabé- definição exata, porque a recíproca, “Todo ser vivo é um homem”
tica e pelas afinidades comuns entre eles. Estabelecer critérios de não é verdadeira (o gato é ser vivo e não é homem);
classificação das ideias e argumentos, pela ordem de importância, é - deve ser breve (contida num só período). Quando a definição,
uma habilidade indispensável para elaborar o desenvolvimento de ou o que se pretenda como tal, é muito longa (séries de períodos
uma redação. Tanto faz que a ordem seja crescente, do fato mais ou de parágrafos), chama-se explicação, e também definição expan-
importante para o menos importante, ou decrescente, primeiro dida;d
o menos importante e, no final, o impacto do mais importante; é - deve ter uma estrutura gramatical rígida: sujeito (o termo) +
indispensável que haja uma lógica na classificação. A elaboração cópula (verbo de ligação ser) + predicativo (o gênero) + adjuntos (as
do plano compreende a classificação das partes e subdivisões, ou diferenças).
seja, os elementos do plano devem obedecer a uma hierarquização.
(Garcia, 1973, p. 302304.) As definições dos dicionários de língua são feitas por meio de
Para a clareza da dissertação, é indispensável que, logo na in- paráfrases definitórias, ou seja, uma operação metalinguística que
trodução, os termos e conceitos sejam definidos, pois, para expres- consiste em estabelecer uma relação de equivalência entre a pala-
sar um questionamento, deve-se, de antemão, expor clara e racio- vra e seus significados.
nalmente as posições assumidas e os argumentos que as justificam. A força do texto dissertativo está em sua fundamentação. Sem-
É muito importante deixar claro o campo da discussão e a posição pre é fundamental procurar um porquê, uma razão verdadeira e
adotada, isto é, esclarecer não só o assunto, mas também os pontos necessária. A verdade de um ponto de vista deve ser demonstrada
de vista sobre ele. com argumentos válidos. O ponto de vista mais lógico e racional do
A definição tem por objetivo a exatidão no emprego da lingua- mundo não tem valor, se não estiver acompanhado de uma funda-
gem e consiste na enumeração das qualidades próprias de uma mentação coerente e adequada.
ideia, palavra ou objeto. Definir é classificar o elemento conforme a Os métodos fundamentais de raciocínio segundo a lógica clás-
espécie a que pertence, demonstra: a característica que o diferen- sica, que foram abordados anteriormente, auxiliam o julgamento
cia dos outros elementos dessa mesma espécie. da validade dos fatos. Às vezes, a argumentação é clara e pode reco-
Entre os vários processos de exposição de ideias, a definição nhecer-se facilmente seus elementos e suas relações; outras vezes,
é um dos mais importantes, sobretudo no âmbito das ciências. A as premissas e as conclusões organizam-se de modo livre, mistu-
definição científica ou didática é denotativa, ou seja, atribui às pa- rando-se na estrutura do argumento. Por isso, é preciso aprender a
lavras seu sentido usual ou consensual, enquanto a conotativa ou reconhecer os elementos que constituem um argumento: premis-
metafórica emprega palavras de sentido figurado. Segundo a lógica sas/conclusões. Depois de reconhecer, verificar se tais elementos
tradicional aristotélica, a definição consta de três elementos: são verdadeiros ou falsos; em seguida, avaliar se o argumento está
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expresso corretamente; se há coerência e adequação entre seus - A declaração que expressa uma verdade universal (o homem,
elementos, ou se há contradição. Para isso é que se aprende os pro- mortal, aspira à imortalidade);
cessos de raciocínio por dedução e por indução. Admitindo-se que - A declaração que é evidente por si mesma (caso dos postula-
raciocinar é relacionar, conclui-se que o argumento é um tipo espe- dos e axiomas);
cífico de relação entre as premissas e a conclusão. - Quando escapam ao domínio intelectual, ou seja, é de nature-
Procedimentos Argumentativos: Constituem os procedimentos za subjetiva ou sentimental (o amor tem razões que a própria razão
argumentativos mais empregados para comprovar uma afirmação: desconhece); implica apreciação de ordem estética (gosto não se
exemplificação, explicitação, enumeração, comparação. discute); diz respeito a fé religiosa, aos dogmas (creio, ainda que
Exemplificação: Procura justificar os pontos de vista por meio parece absurdo).
de exemplos, hierarquizar afirmações. São expressões comuns nes-
se tipo de procedimento: mais importante que, superior a, de maior Comprovação pela experiência ou observação: A verdade de
relevância que. Empregam-se também dados estatísticos, acompa- um fato ou afirmação pode ser comprovada por meio de dados con-
nhados de expressões: considerando os dados; conforme os dados cretos, estatísticos ou documentais.
apresentados. Faz-se a exemplificação, ainda, pela apresentação de Comprovação pela fundamentação lógica: A comprovação se
causas e consequências, usando-se comumente as expressões: por- realiza por meio de argumentos racionais, baseados na lógica: cau-
que, porquanto, pois que, uma vez que, visto que, por causa de, em sa/efeito; consequência/causa; condição/ocorrência.
virtude de, em vista de, por motivo de. Fatos não se discutem; discutem-se opiniões. As declarações,
Explicitação: O objetivo desse recurso argumentativo é expli- julgamento, pronunciamentos, apreciações que expressam opi-
car ou esclarecer os pontos de vista apresentados. Pode-se alcançar niões pessoais (não subjetivas) devem ter sua validade comprova-
esse objetivo pela definição, pelo testemunho e pela interpreta- da, e só os fatos provam. Em resumo toda afirmação ou juízo que
ção. Na explicitação por definição, empregamse expressões como: expresse uma opinião pessoal só terá validade se fundamentada na
quer dizer, denomina-se, chama-se, na verdade, isto é, haja vista, evidência dos fatos, ou seja, se acompanhada de provas, validade
ou melhor; nos testemunhos são comuns as expressões: conforme, dos argumentos, porém, pode ser contestada por meio da contra-
segundo, na opinião de, no parecer de, consoante as ideias de, no -argumentação ou refutação. São vários os processos de contra-ar-
entender de, no pensamento de. A explicitação se faz também pela gumentação:
interpretação, em que são comuns as seguintes expressões: parece, Refutação pelo absurdo: refuta-se uma afirmação demonstran-
assim, desse ponto de vista. do o absurdo da consequência. Exemplo clássico é a contraargu-
Enumeração: Faz-se pela apresentação de uma sequência de mentação do cordeiro, na conhecida fábula “O lobo e o cordeiro”;
elementos que comprovam uma opinião, tais como a enumeração Refutação por exclusão: consiste em propor várias hipóteses
de pormenores, de fatos, em uma sequência de tempo, em que são para eliminá-las, apresentando-se, então, aquela que se julga ver-
frequentes as expressões: primeiro, segundo, por último, antes, de- dadeira;
pois, ainda, em seguida, então, presentemente, antigamente, de- Desqualificação do argumento: atribui-se o argumento à opi-
pois de, antes de, atualmente, hoje, no passado, sucessivamente, nião pessoal subjetiva do enunciador, restringindo-se a universali-
respectivamente. Na enumeração de fatos em uma sequência de dade da afirmação;
espaço, empregam-se as seguintes expressões: cá, lá, acolá, ali, aí, Ataque ao argumento pelo testemunho de autoridade: consis-
além, adiante, perto de, ao redor de, no Estado tal, na capital, no te em refutar um argumento empregando os testemunhos de auto-
interior, nas grandes cidades, no sul, no leste... ridade que contrariam a afirmação apresentada;
Comparação: Analogia e contraste são as duas maneiras de Desqualificar dados concretos apresentados: consiste em de-
se estabelecer a comparação, com a finalidade de comprovar uma sautorizar dados reais, demonstrando que o enunciador baseou-se
ideia ou opinião. Na analogia, são comuns as expressões: da mesma em dados corretos, mas tirou conclusões falsas ou inconsequentes.
forma, tal como, tanto quanto, assim como, igualmente. Para esta- Por exemplo, se na argumentação afirmou-se, por meio de dados
belecer contraste, empregam-se as expressões: mais que, menos estatísticos, que “o controle demográfico produz o desenvolvimen-
que, melhor que, pior que. to”, afirma-se que a conclusão é inconsequente, pois baseia-se em
Entre outros tipos de argumentos empregados para aumentar uma relação de causa-feito difícil de ser comprovada. Para con-
o poder de persuasão de um texto dissertativo encontram-se: traargumentar, propõese uma relação inversa: “o desenvolvimento
Argumento de autoridade: O saber notório de uma autoridade é que gera o controle demográfico”.
reconhecida em certa área do conhecimento dá apoio a uma afir- Apresentam-se aqui sugestões, um dos roteiros possíveis para
mação. Dessa maneira, procura-se trazer para o enunciado a credi- desenvolver um tema, que podem ser analisadas e adaptadas ao
bilidade da autoridade citada. Lembre-se que as citações literais no desenvolvimento de outros temas. Elege-se um tema, e, em segui-
corpo de um texto constituem argumentos de autoridade. Ao fazer da, sugerem-se os procedimentos que devem ser adotados para a
uma citação, o enunciador situa os enunciados nela contidos na li- elaboração de um Plano de Redação.
nha de raciocínio que ele considera mais adequada para explicar ou
justificar um fato ou fenômeno. Esse tipo de argumento tem mais Tema: O homem e a máquina: necessidade e riscos da evolução
caráter confirmatório que comprobatório. tecnológica
Apoio na consensualidade: Certas afirmações dispensam expli- - Questionar o tema, transformá-lo em interrogação, responder
cação ou comprovação, pois seu conteúdo é aceito como válido por a interrogação (assumir um ponto de vista); dar o porquê da respos-
consenso, pelo menos em determinado espaço sociocultural. Nesse ta, justificar, criando um argumento básico;
caso, incluem-se - Imaginar um ponto de vista oposto ao argumento básico e
construir uma contra-argumentação; pensar a forma de refutação
que poderia ser feita ao argumento básico e tentar desqualificá-la
(rever tipos de argumentação);

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- Refletir sobre o contexto, ou seja, fazer uma coleta de ideias ensão textual. Na redação espera-se do autor capacidade de mobili-
que estejam direta ou indiretamente ligadas ao tema (as ideias po- zar conhecimentos e opiniões, argumentar de modo coerente, além
dem ser listadas livremente ou organizadas como causa e conse- de expressar-se com clareza, de forma correta e adequada.
quência);
- Analisar as ideias anotadas, sua relação com o tema e com o Coerência
argumento básico; É uma rede de sintonia entre as partes e o todo de um texto.
- Fazer uma seleção das ideias pertinentes, escolhendo as que Conjunto de unidades sistematizadas numa adequada relação se-
poderão ser aproveitadas no texto; essas ideias transformam-se em mântica, que se manifesta na compatibilidade entre as ideias. (Na
argumentos auxiliares, que explicam e corroboram a ideia do argu- linguagem popular: “dizer coisa com coisa” ou “uma coisa bate com
mento básico; outra”).
- Fazer um esboço do Plano de Redação, organizando uma se- Coerência é a unidade de sentido resultante da relação que se
quência na apresentação das ideias selecionadas, obedecendo às estabelece entre as partes do texto. Uma ideia ajuda a compreen-
partes principais da estrutura do texto, que poderia ser mais ou der a outra, produzindo um sentido global, à luz do qual cada uma
menos a seguinte: das partes ganha sentido. Coerência é a ligação em conjunto dos
elementos formativos de um texto.
Introdução A coerência não é apenas uma marca textual, mas diz respeito
- função social da ciência e da tecnologia; aos conceitos e às relações semânticas que permitem a união dos
- definições de ciência e tecnologia; elementos textuais.
- indivíduo e sociedade perante o avanço tecnológico. A coerência de um texto é facilmente deduzida por um falante
de uma língua, quando não encontra sentido lógico entre as propo-
Desenvolvimento sições de um enunciado oral ou escrito. É a competência linguística,
- apresentação de aspectos positivos e negativos do desenvol- tomada em sentido lato, que permite a esse falante reconhecer de
vimento tecnológico; imediato a coerência de um discurso.
- como o desenvolvimento científico-tecnológico modificou as
condições de vida no mundo atual; A coerência:
- a tecnocracia: oposição entre uma sociedade tecnologica- - assenta-se no plano cognitivo, da inteligibilidade do texto;
mente desenvolvida e a dependência tecnológica dos países sub- - situa-se na subjacência do texto; estabelece conexão concei-
desenvolvidos; tual;
- enumerar e discutir os fatores de desenvolvimento social; - relaciona-se com a macroestrutura; trabalha com o todo, com
- comparar a vida de hoje com os diversos tipos de vida do pas- o aspecto global do texto;
sado; apontar semelhanças e diferenças; - estabelece relações de conteúdo entre palavras e frases.
- analisar as condições atuais de vida nos grandes centros ur-
banos; Coesão
- como se poderia usar a ciência e a tecnologia para humanizar É um conjunto de elementos posicionados ao longo do texto,
mais a sociedade. numa linha de sequência e com os quais se estabelece um vínculo
ou conexão sequencial. Se o vínculo coesivo se faz via gramática,
Conclusão fala-se em coesão gramatical. Se se faz por meio do vocabulário,
- a tecnologia pode libertar ou escravizar: benefícios/conse- tem-se a coesão lexical.
quências maléficas; A coesão textual é a ligação, a relação, a conexão entre pala-
- síntese interpretativa dos argumentos e contra-argumentos vras, expressões ou frases do texto. Ela manifesta-se por elementos
apresentados. gramaticais, que servem para estabelecer vínculos entre os compo-
nentes do texto.
Naturalmente esse não é o único, nem o melhor plano de reda- Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical,
ção: é um dos possíveis. que é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes ge-
Intertextualidade é o nome dado à relação que se estabelece néricos e formas elididas, e a gramatical, que é conseguida a partir
entre dois textos, quando um texto já criado exerce influência na do emprego adequado de artigo, pronome, adjetivo, determinados
criação de um novo texto. Pode-se definir, então, a intertextualida- advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
de como sendo a criação de um texto a partir de outro texto já exis- A coesão:
tente. Dependendo da situação, a intertextualidade tem funções - assenta-se no plano gramatical e no nível frasal;
diferentes que dependem muito dos textos/contextos em que ela - situa-se na superfície do texto, estabele conexão sequencial;
é inserida. - relaciona-se com a microestrutura, trabalha com as partes
O diálogo pode ocorrer em diversas áreas do conhecimento, componentes do texto;
não se restringindo única e exclusivamente a textos literários. - Estabelece relações entre os vocábulos no interior das frases.
Em alguns casos pode-se dizer que a intertextualidade assume
a função de não só persuadir o leitor como também de difundir a PONTO DE VISTA
cultura, uma vez que se trata de uma relação com a arte (pintura, O modo como o autor narra suas histórias provoca diferentes
escultura, literatura etc). Intertextualidade é a relação entre dois sentidos ao leitor em relação à uma obra. Existem três pontos de
textos caracterizada por um citar o outro. vista diferentes. É considerado o elemento da narração que com-
Coesão e coerência fazem parte importante da elaboração de preende a perspectiva através da qual se conta a história. Trata-se
um texto com clareza. Ela diz respeito à maneira como as ideias são da posição da qual o narrador articula a narrativa. Apesar de existir
organizadas a fim de que o objetivo final seja alcançado: a compre-

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diferentes possibilidades de Ponto de Vista em uma narrativa, con- SUBSTANTIVOS PRÓPRIOS: Rodrigo
sidera-se dois pontos de vista como fundamentais: O narrador-ob- designa determinado ser /Brasil
servador e o narrador-personagem. entre outros da mesma /Belo Horizonte/Estátua da
espécie. São sempre iniciados Liberdade
Primeira pessoa por letra maiúscula.
Um personagem narra a história a partir de seu próprio ponto
de vista, ou seja, o escritor usa a primeira pessoa. Nesse caso, lemos SUBSTANTIVOS COMUNS: biscoitos/ruídos/estrelas/
o livro com a sensação de termos a visão do personagem poden- referem-se qualquer ser de cachorro/prima
uma mesma espécie.
do também saber quais são seus pensamentos, o que causa uma
leitura mais íntima. Da mesma maneira que acontece nas nossas SUBSTANTIVOS CONCRETOS: Leão/corrente
vidas, existem algumas coisas das quais não temos conhecimento e nomeiam seres com existência /estrelas/fadas
só descobrimos ao decorrer da história. própria. Esses seres podem /lobisomem
ser animadoso ou inanimados, /saci-pererê
Segunda pessoa reais ou imaginários.
O autor costuma falar diretamente com o leitor, como um diá- SUBSTANTIVOS ABSTRATOS: Mistério/
logo. Trata-se de um caso mais raro e faz com que o leitor se sinta nomeiam ações, estados, bondade/
quase como outro personagem que participa da história. qualidades e sentimentos que confiança/
não tem existência própria, ou lembrança/
Terceira pessoa seja, só existem em função de amor/
Coloca o leitor numa posição externa, como se apenas obser- um ser. alegria
vasse a ação acontecer. Os diálogos não são como na narrativa em SUBSTANTIVOS COLETIVOS: Elenco (de atores)/
primeira pessoa, já que nesse caso o autor relata as frases como al- referem-se a um conjunto acervo (de obras artísticas)/
guém que estivesse apenas contando o que cada personagem disse. de seres da mesma espécie, buquê (de flores)
mesmo quando empregado
Sendo assim, o autor deve definir se sua narrativa será transmi- no singular e constituem um
tida ao leitor por um ou vários personagens. Se a história é contada substantivo comum.
por mais de um ser fictício, a transição do ponto de vista de um para
NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
outro deve ser bem clara, para que quem estiver acompanhando a
QUE NÃO ESTÃO AQUI!
leitura não fique confuso.
Flexão dos Substantivos
• Gênero: Os gêneros em português podem ser dois: masculi-
CONHECIMENTOS LINGUÍSTICOS: O NOME, SEUS MODI-
no e feminino. E no caso dos substantivos podem ser biformes ou
FICADORES E FLEXÕES; O VERBO E FLEXÕES; ELEMENTOS
CIRCUNSTANCIAIS. PALAVRAS RELACIONAIS: PREPOSIÇÃO uniformes
E CONJUNÇÃO – Biformes: as palavras tem duas formas, ou seja, apresenta
uma forma para o masculino e uma para o feminino: tigre/tigresa, o
presidente/a presidenta, o maestro/a maestrina
– Uniformes: as palavras tem uma só forma, ou seja, uma única
CLASSES DE PALAVRAS
forma para o masculino e o feminino. Os uniformes dividem-se em
epicenos, sobrecomuns e comuns de dois gêneros.
Substantivo
a) Epicenos: designam alguns animais e plantas e são invariá-
São as palavras que atribuem nomes aos seres reais ou imagi-
veis: onça macho/onça fêmea, pulga macho/pulga fêmea, palmeira
nários (pessoas, animais, objetos), lugares, qualidades, ações e sen-
macho/palmeira fêmea.
timentos, ou seja, que tem existência concreta ou abstrata. 
b) Sobrecomuns: referem-se a seres humanos; é pelo contexto
que aparecem que se determina o gênero: a criança (o criança), a
Classificação dos substantivos
testemunha (o testemunha), o individuo (a individua).
c) Comuns de dois gêneros: a palavra tem a mesma forma tanto
SUBSTANTIVO SIMPLES: Olhos/água/ para o masculino quanto para o feminino: o/a turista, o/a agente,
apresentam um só radical em muro/quintal/caderno/ o/a estudante, o/a colega.
sua estrutura. macaco/sabão
SUBSTANTIVOS COMPOSTOS: Macacos-prego/ • Número: Podem flexionar em singular (1) e plural (mais de 1).
são formados por mais de um porta-voz/ – Singular: anzol, tórax, próton, casa.
radical em sua estrutura. pé-de-moleque – Plural: anzóis, os tórax, prótons, casas.
SUBSTANTIVOS PRIMITIVOS: Casa/
são os que dão origem a mundo/ • Grau: Podem apresentar-se no grau aumentativo e no grau
outras palavras, ou seja, ela é população diminutivo.
a primeira. /formiga – Grau aumentativo sintético: casarão, bocarra.
– Grau aumentativo analítico: casa grande, boca enorme.
SUBSTANTIVOS DERIVADOS: Caseiro/mundano/ – Grau diminutivo sintético: casinha, boquinha
são formados por outros populacional/formigueiro – Grau diminutivo analítico: casa pequena, boca minúscula. 
radicais da língua.

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Adjetivo
É a palavra variável que especifica e caracteriza o substantivo: imprensa livre, favela ocupada. Locução adjetiva é expressão composta
por substantivo (ou advérbio) ligado a outro substantivo por preposição com o mesmo valor e a mesma função que um adjetivo: golpe de
mestre (golpe magistral), jornal da tarde (jornal vespertino).

Flexão do Adjetivos
• Gênero:
– Uniformes: apresentam uma só para o masculino e o feminino: homem feliz, mulher feliz.
– Biformes: apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino: juiz sábio/ juíza sábia, bairro japonês/ indústria japo-
nesa, aluno chorão/ aluna chorona. 

• Número:
– Os adjetivos simples seguem as mesmas regras de flexão de número que os substantivos: sábio/ sábios, namorador/ namoradores,
japonês/ japoneses.
– Os adjetivos compostos têm algumas peculiaridades: luvas branco-gelo, garrafas amarelo-claras, cintos da cor de chumbo.

• Grau:
– Grau Comparativo de Superioridade: Meu time é mais vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Inferioridade: Meu time é menos vitorioso (do) que o seu.
– Grau Comparativo de Igualdade: Meu time é tão vitorioso quanto o seu.
– Grau Superlativo Absoluto Sintético: Meu time é famosíssimo.
– Grau Superlativo Absoluto Analítico: Meu time é muito famoso.
– Grau Superlativo Relativo de Superioridade: Meu time é o mais famoso de todos.
– Grau Superlativo Relativo de Inferioridade; Meu time é menos famoso de todos.

Artigo
É uma palavra variável em gênero e número que antecede o substantivo, determinando de modo particular ou genérico.
• Classificação e Flexão do Artigos
– Artigos Definidos: o, a, os, as.
O menino carregava o brinquedo em suas costas.
As meninas brincavam com as bonecas.
– Artigos Indefinidos: um, uma, uns, umas.
Um menino carregava um brinquedo.
Umas meninas brincavam com umas bonecas.

Numeral
É a palavra que indica uma quantidade definida de pessoas ou coisas, ou o lugar (posição) que elas ocupam numa série.
• Classificação dos Numerais
– Cardinais: indicam número ou quantidade:
Trezentos e vinte moradores.
– Ordinais: indicam ordem ou posição numa sequência:
Quinto ano. Primeiro lugar.
– Multiplicativos: indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada:
O quíntuplo do preço.
– Fracionários: indicam a parte de um todo:
Dois terços dos alunos foram embora.

Pronome
É a palavra que substitui os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
• Pronomes pessoais vão designar diretamente as pessoas em uma conversa. Eles indicam as três pessoas do discurso.

Pronomes Retos Pronomes Oblíquos


Pessoas do Discurso
Função Subjetiva Função Objetiva
1º pessoa do singular Eu Me, mim, comigo
2º pessoa do singular Tu Te, ti, contigo
3º pessoa do singular Ele, ela,  Se, si, consigo, lhe, o, a
1º pessoa do plural Nós Nos, conosco
2º pessoa do plural Vós Vos, convosco
3º pessoa do plural Eles, elas Se, si, consigo, lhes, os, as

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• Pronomes de Tratamento são usados no trato com as pessoas, normalmente, em situações formais de comunicação.

Pronomes de Tratamento Emprego


Você Utilizado em situações informais.
Senhor (es) e Senhora (s) Tratamento para pessoas mais velhas.
Vossa Excelência Usados para pessoas com alta autoridade
Vossa Magnificência Usados para os reitores das Universidades.
Vossa Senhoria Empregado nas correspondências e textos escritos.
Vossa Majestade Utilizado para Reis e Rainhas
Vossa Alteza Utilizado para príncipes, princesas, duques.
Vossa Santidade Utilizado para o Papa
Vossa Eminência Usado para Cardeais.
Vossa Reverendíssima Utilizado para sacerdotes e religiosos em geral.

• Pronomes Possessivos referem-se às pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de alguma coisa.

Pessoa do Discurso Pronome Possessivo


1º pessoa do singular Meu, minha, meus, minhas
2º pessoa do singular teu, tua, teus, tuas
3º pessoa do singular seu, sua, seus, suas
1º pessoa do plural Nosso, nossa, nossos, nossas
2º pessoa do plural Vosso, vossa, vossos, vossas
3º pessoa do plural Seu, sua, seus, suas

• Pronomes Demonstrativos são utilizados para indicar a posição de algum elemento em relação à pessoa seja no discurso, no tempo
ou no espaço.

Pronomes Demonstrativos Singular Plural


Feminino esta, essa, aquela estas, essas, aquelas
Masculino este, esse, aquele estes, esses, aqueles

• Pronomes Indefinidos referem-se à 3º pessoa do discurso, designando-a de modo vago, impreciso, indeterminado. Os pronomes
indefinidos podem ser variáveis (varia em gênero e número) e invariáveis (não variam em gênero e número).

Classificação Pronomes Indefinidos


algum, alguma, alguns, algumas, nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, muito, muita, muitos, muitas, pouco,
pouca, poucos, poucas, todo, toda, todos, todas, outro, outra, outros, outras, certo, certa, certos, certas, vário, vá-
Variáveis
ria, vários, várias, tanto, tanta, tantos, tantas, quanto, quanta, quantos, quantas, qualquer, quaisquer, qual, quais,
um, uma, uns, umas.
Invariáveis quem, alguém, ninguém, tudo, nada, outrem, algo, cada.

• Pronomes Interrogativos são palavras variáveis e invariáveis utilizadas para formular perguntas diretas e indiretas.

Classificação Pronomes Interrogativos


Variáveis qual, quais, quanto, quantos, quanta, quantas.
Invariáveis quem, que.

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• Pronomes Relativos referem-se a um termo já dito anteriormente na oração, evitando sua repetição. Eles também podem ser
variáveis e invariáveis.

Classificação Pronomes Relativos


Variáveis o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, quanto, quanta, quantos, quantas.
Invariáveis quem, que, onde.

Verbos
São as palavras que exprimem ação, estado, fenômenos meteorológicos, sempre em relação ao um determinado tempo.

• Flexão verbal
Os verbos podem ser flexionados de algumas formas.
– Modo: É a maneira, a forma como o verbo se apresenta na frase para indicar uma atitude da pessoa que o usou. O modo é dividido
em três: indicativo (certeza, fato), subjuntivo (incerteza, subjetividade) e imperativo (ordem, pedido).
– Tempo: O tempo indica o momento em que se dá o fato expresso pelo verbo. Existem três tempos no modo indicativo: presente,
passado (pretérito perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito) e futuro (do presente e do pretérito). No subjuntivo, são três: presente, pre-
térito imperfeito e futuro.
– Número: Este é fácil: singular e plural.
– Pessoa: Fácil também: 1ª pessoa (eu amei, nós amamos); 2º pessoa (tu amaste, vós amastes); 3ª pessoa (ele amou, eles amaram).

• Formas nominais do verbo


Os verbos têm três formas nominais, ou seja, formas que exercem a função de nomes (normalmente, substantivos). São elas infinitivo
(terminado em -R), gerúndio (terminado em –NDO) e particípio (terminado em –DA/DO).

• Voz verbal
É a forma como o verbo se encontra para indicar sua relação com o sujeito. Ela pode ser ativa, passiva ou reflexiva.
– Voz ativa: Segundo a gramática tradicional, ocorre voz ativa quando o verbo (ou locução verbal) indica uma ação praticada pelo
sujeito. Veja:
João pulou da cama atrasado
– Voz passiva: O sujeito é paciente e, assim, não pratica, mas recebe a ação. A voz passiva pode ser analítica ou sintética. A voz passiva
analítica é formada por:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + preposição por/
pelo/de + agente da passiva.
A casa foi aspirada pelos rapazes

A voz passiva sintética, também chamada de voz passiva pronominal (devido ao uso do pronome se) é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador «se» + sujeito paciente.
Aluga-se apartamento.

Advérbio
É a palavra invariável que modifica o verbo, adjetivo, outro advérbio ou a oração inteira, expressando uma determinada circunstância.
As circunstâncias dos advérbios podem ser:
– Tempo: ainda, cedo, hoje, agora, antes, depois, logo, já, amanhã, tarde, sempre, nunca, quando, jamais, ontem, anteontem, breve-
mente, atualmente, à noite, no meio da noite, antes do meio-dia, à tarde, de manhã, às vezes, de repente, hoje em dia, de vez em quando,
em nenhum momento, etc.
– Lugar: Aí, aqui, acima, abaixo, ali, cá, lá, acolá, além, aquém, perto, longe, dentro, fora, adiante, defronte, detrás, de cima, em cima,
à direita, à esquerda, de fora, de dentro, por fora, etc.
– Modo: assim, melhor, pior, bem, mal, devagar, depressa, rapidamente, lentamente, apressadamente, felizmente, às pressas, às
ocultas, frente a frente, com calma, em silêncio, etc.
– Afirmação: sim, deveras, decerto, certamente, seguramente, efetivamente, realmente, sem dúvida, com certeza, por certo, etc. 
– Negação: não, absolutamente, tampouco, nem, de modo algum, de jeito nenhum, de forma alguma, etc.
– Intensidade: muito, pouco, mais, menos, meio, bastante, assaz, demais, bem, mal, tanto, tão, quase, apenas, quanto, de pouco, de
todo, etc.
– Dúvida: talvez, acaso, possivelmente, eventualmente, porventura, etc.

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Preposição
É a palavra que liga dois termos, de modo que o segundo complete o sentido do primeiro. As preposições são as seguintes:

Conjunção
É palavra que liga dois elementos da mesma natureza ou uma oração a outra. As conjunções podem ser coordenativas (que ligam
orações sintaticamente independentes) ou subordinativas (que ligam orações com uma relação hierárquica, na qual um elemento é de-
terminante e o outro é determinado).

• Conjunções Coordenativas

Tipos Conjunções Coordenativas


Aditivas e, mas ainda, mas também, nem...
Adversativas contudo, entretanto, mas, não obstante, no entanto, porém, todavia...
Alternativas já…, já…, ou, ou…, ou…, ora…, ora…, quer…, quer…
Conclusivas assim, então, logo, pois (depois do verbo), por conseguinte, por isso, portanto...
Explicativas pois (antes do verbo), porquanto, porque, que...

• Conjunções Subordinativas

Tipos Conjunções Subordinativas


Causais Porque, pois, porquanto, como, etc.
Concessivas Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, etc.
Condicionais Se, caso, quando, conquanto que, salvo se, sem que, etc.
Conformativas Conforme, como (no sentido de conforme), segundo, consoante, etc.
Finais Para que, a fim de que, porque (no sentido de que), que, etc.
Proporcionais À medida que, ao passo que, à proporção que, etc.
Temporais Quando, antes que, depois que, até que, logo que, etc.
Comparativas Que, do que (usado depois de mais, menos, maior, menor, melhor, etc.
Consecutivas Que (precedido de tão, tal, tanto), de modo que, De maneira que, etc.
Integrantes Que, se.

Interjeição
É a palavra invariável que exprime ações, sensações, emoções, apelos, sentimentos e estados de espírito, traduzindo as reações das
pessoas.
• Principais Interjeições
Oh! Caramba! Viva! Oba! Alô! Psiu! Droga! Tomara! Hum!

Dez classes de palavras foram estudadas agora. O estudo delas é muito importante, pois se você tem bem construído o que é e a fun-
ção de cada classe de palavras, não terá dificuldades para entender o estudo da Sintaxe.

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Afixos
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DE PALAVRAS Os afixos são elementos que se acrescentam antes ou depois do
radical de uma palavra para a formação de outra palavra. Dividem-
se em:
ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Prefixo: Partícula que se coloca antes do radical.
As palavras são formadas por estruturas menores, com Exemplos
significados próprios. Para isso, há vários processos que contribuem DISpor, EMpobrecer, DESorganizar.
para a formação das palavras.
Sufixo
Estrutura das palavras Afixo que se coloca depois do radical.
As palavras podem ser subdivididas em estruturas significativas Exemplos
menores - os morfemas, também chamados de elementos mórficos:  contentaMENTO, reallDADE, enaltECER.
– radical e raiz;
– vogal temática; Processos de formação das palavras
– tema; Composição: Formação de uma palavra nova por meio da
– desinências; junção de dois ou mais vocábulos primitivos. Temos:
– afixos;
– vogais e consoantes de ligação. Justaposição: Formação de palavra composta sem alteração na
Radical: Elemento que contém a base de significação do estrutura fonética das primitivas.
vocábulo. Exemplos
Exemplos passa + tempo = passatempo
VENDer, PARTir, ALUNo, MAR. gira + sol = girassol

Desinências: Elementos que indicam as flexões dos vocábulos. Aglutinação: Formação de palavra composta com alteração da
estrutura fonética das primitivas.
Dividem-se em: Exemplos
em + boa + hora = embora
Nominais vossa + merce = você
Indicam flexões de gênero e número nos substantivos.
Exemplos Derivação:
pequenO, pequenA, alunO, aluna. Formação de uma nova palavra a partir de uma primitiva.
pequenoS, pequenaS, alunoS, alunas. Temos:

Verbais Prefixação: Formação de palavra derivada com acréscimo de


Indicam flexões de modo, tempo, pessoa e número nos verbos um prefixo ao radical da primitiva.
Exemplos Exemplos
vendêSSEmos, entregáRAmos. (modo e tempo) CONter, INapto, DESleal.
vendesteS, entregásseIS. (pessoa e número)
Sufixação: Formação de palavra nova com acréscimo de um
Indica, nos verbos, a conjugação a que pertencem. sufixo ao radical da primitiva.
Exemplos Exemplos
1ª conjugação: – A – cantAr cafezAL, meninINHa, loucaMENTE.
2ª conjugação: – E – fazEr
3ª conjugação: – I – sumIr Parassíntese: Formação de palavra derivada com acréscimo de
um prefixo e um sufixo ao radical da primitiva ao mesmo tempo.
Observação Exemplos
Nos substantivos ocorre vogal temática quando ela não indica EMtardECER, DESanimADO, ENgravidAR.
oposição masculino/feminino.
Exemplos Derivação imprópria: Alteração da função de uma palavra
livrO, dentE, paletó. primitiva.
Exemplo
Tema: União do radical e a vogal temática. Todos ficaram encantados com seu  andar: verbo usado com
Exemplos valor de substantivo.
CANTAr, CORREr, CONSUMIr.
Derivação regressiva: Ocorre a alteração da estrutura fonética
Vogal e consoante de ligação: São os elementos que se de uma palavra primitiva para a formação de uma derivada. Em
interpõem aos vocábulos por necessidade de eufonia. geral de um verbo para substantivo ou vice-versa.
Exemplos Exemplos
chaLeira, cafeZal. combater – o combate
chorar – o choro

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Prefixos Grego: Os principais prefixos de origem grega são:
Os prefixos existentes em Língua Portuguesa são divididos em: a, an – privação, negação: ápode, anarquia.
vernáculos, latinos e gregos. ana – inversão, parecença: anagrama, analogia.
anfi – duplicidade, de um e de outro lado: anfíbio, anfiteatro.
Vernáculos: Prefixos latinos que sofreram modificações ou anti – oposição: antipatia, antagonista.
foram aportuguesados: a, além, ante, aquém, bem, des, em, entre, apo – afastamento: apólogo, apogeu.
mal, menos, sem, sob, sobre, soto. arqui, arque, arce, arc – superioridade: arcebispo, arcanjo.
Nota-se o emprego desses prefixos em palavras como:  caco – mau: cacofonia.
abordar, além-mar, bem-aventurado, desleal, engarrafar, maldição, cata – de cima para baixo: cataclismo, catalepsia.
menosprezar, sem-cerimônia, sopé, sobpor, sobre-humano, etc. deca – dez: decâmetro.
dia – através de, divisão: diáfano, diálogo.
Latinos: Prefixos que conservam até hoje a sua forma latina dis – dualidade, mau: dissílabo, dispepsia.
original: en – sobre, dentro: encéfalo, energia.
a, ab, abs – afastamento: aversão, abjurar. endo – para dentro: endocarpo.
a, ad – aproximação, direção: amontoar. epi – por cima: epiderme, epígrafe.
ambi – dualidade: ambidestro. eu – bom: eufonia, eugênia, eupepsia.
bis, bin, bi – repetição, dualidade: bisneto, binário. hecto – cem: hectômetro.
centum – cem: centúnviro, centuplicar, centígrado. hemi – metade: hemistíquio, hemisfério.
circum, circun, circu – em volta de: circumpolar, circunstante. hiper – superioridade: hipertensão, hipérbole.
cis – aquem de: cisalpino, cisgangético. hipo – inferioridade: hipoglosso, hipótese, hipotermia.
com, con, co – companhia, concomitância: combater, homo – semelhança, identidade: homônimo.
contemporâneo. meta – união, mudança, além de: metacarpo, metáfase.
contra – oposição, posição inferior: contradizer. míria – dez mil: miriâmetro.
de – movimento de cima para baixo, origem, afastamento: mono – um: monóculo, monoculista.
decrescer, deportar. neo – novo, moderno: neologismo, neolatino.
des – negação, separação, ação contrária: desleal, desviar. para – aproximação, oposição: paráfrase, paradoxo.
dis, di – movimento para diversas partes, ideia contrária: penta – cinco: pentágono.
distrair, dimanar. peri – em volta de: perímetro.
entre – situação intermediaria, reciprocidade: entrelinha, poli – muitos: polígono, polimorfo.
entrevista. pro – antes de: prótese, prólogo, profeta.
ex, es, e – movimento de dentro para fora, intensidade,
privação, situação cessante: exportar, espalmar, ex-professor. Sufixos
extra – fora de, além de, intensidade: extravasar, extraordinário. Os sufixos podem ser: nominais, verbais e adverbial.
im, in, i – movimento para dentro; ideia contraria: importar,
ingrato. Nominais
inter – no meio de: intervocálico, intercalado. Coletivos: -aria, -ada, -edo, -al, -agem, -atro, -alha, -ama.
intra – movimento para dentro: intravenoso, intrometer. Aumentativos e diminutivos: -ão, -rão, -zão, -arrão, -aço, -astro,
justa – perto de: justapor. -az.
multi – pluralidade: multiforme. Agentes: -dor, -nte, -ário, -eiro, -ista.
ob, o – oposição: obstar, opor, obstáculo. Lugar: -ário, -douro, -eiro, -ório.
pene – quase: penúltimo, península. Estado: -eza, -idade, -ice, -ência, -ura, -ado, -ato.
per – movimento através de, acabamento de ação; ideia Pátrios: -ense, -ista, -ano, -eiro, -ino, -io, -eno, -enho, -aico.
pejorativa: percorrer. Origem, procedência: -estre, -este, -esco.
post, pos – posteridade: postergar, pospor.
pre – anterioridade: predizer, preclaro. Verbais
preter – anterioridade, para além: preterir, preternatural. Comuns: -ar, -er, -ir.
pro – movimento para diante, a favor de, em vez de: prosseguir, Frequentativos: -açar, -ejar, -escer, -tear, -itar.
procurador, pronome. Incoativos: -escer, -ejar, -itar.
re – movimento para trás, ação reflexiva, intensidade, repetição: Diminutivos: -inhar, -itar, -icar, -iscar.
regressar, revirar.
retro – movimento para trás: retroceder. Adverbial = há apenas um
satis – bastante: satisdar. MENTE: mecanicamente, felizmente etc.
sub, sob, so, sus – inferioridade: subdelegado, sobraçar, sopé.
subter – por baixo: subterfúgio.
super, supra – posição superior, excesso: super-homem,
superpovoado.
trans, tras, tra, tres – para além de, excesso: transpor.
tris, três, tri – três vezes: trisavô, tresdobro.
ultra – para além de, intensidade: ultrapassar, ultrabelo.
uni – um: unânime, unicelular.

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ORAÇÃO E SEUS ELEMENTOS CONSTITUINTES. COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Agora chegamos no assunto que causa mais temor em muitos estudantes. Mas eu tenho uma boa notícia para te dar: o estudo da
sintaxe é mais fácil do que parece e você vai ver que sabe muita coisa que nem imagina. Para começar, precisamos de classificar algumas
questões importantes:
• Frase: Enunciado que estabelece uma comunicação de sentido completo. 
Os jornais publicaram a notícia.
Silêncio! 

• Oração: Enunciado que se forma com um verbo ou com uma locução verbal.
Este filme causou grande impacto entre o público.
A inflação deve continuar sob controle.

• Período Simples: formado por uma única oração.


O clima se alterou muito nos últimos dias.

• Período Composto: formado por mais de uma oração.


O governo prometeu/ que serão criados novos empregos.

Bom, já está a clara a diferença entre frase, oração e período. Vamos, então, classificar os elementos que compõem uma oração:
• Sujeito: Termo da oração do qual se declara alguma coisa.
O problema da violência preocupa os cidadãos.

• Predicado: Tudo que se declara sobre o sujeito.


A tecnologia permitiu o resgate dos operários.

• Objeto Direto: Complemento que se liga ao verbo transitivo direto ou ao verbo transitivo direto e indireto sem o auxílio da prepo-
sição.
A tecnologia tem possibilitado avanços notáveis.
Os pais oferecem ajuda financeira ao filho.

• Objeto Indireto: Complemento que se liga ao verbo transitivo indireto ou ao verbo transitivo direto e indireto por meio de preposi-
ção. 
Os Estados Unidos resistem ao grave momento.
João gosta de beterraba.

• Adjunto Adverbial: Termo modificador do verbo que exprime determinada circunstância (tempo, lugar, modo etc.) ou intensifica um
verbo, adjetivo ou advérbio.
O ônibus saiu à noite quase cheio, com destino a Salvador.
Vamos sair do mar.

• Agente da Passiva: Termo da oração que exprime quem pratica a ação verbal quando o verbo está na voz passiva.
Raquel foi pedida em casamento por seu melhor amigo.

• Adjunto Adnominal: Termo da oração que modifica um substantivo, caracterizando-o ou determinando-o sem a intermediação de
um verbo.
Um casal de médicos eram os novos moradores do meu prédio.
• Complemento Nominal: Termo da oração que completa nomes, isto é, substantivos, adjetivos e advérbios, e vem preposicionado.
A realização do torneio teve a aprovação de todos.

• Predicativo do Sujeito: Termo que atribui característica ao sujeito da oração.


A especulação imobiliária me parece um problema.

• Predicativo do Objeto: Termo que atribui características ao objeto direto ou indireto da oração.
O médico considerou o paciente hipertenso.

• Aposto: Termo da oração que explica, esclarece, resume ou identifica o nome ao qual se refere (substantivo, pronome ou equivalen-
tes). O aposto sempre está entre virgulas ou após dois-pontos.
A praia do Forte, lugar paradisíaco, atrai muitos turistas.

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• Vocativo: Termo da oração que se refere a um interlocutor a quem se dirige a palavra.
Senhora, peço aguardar mais um pouco.

Tipos de orações
As partes de uma oração já está fresquinha aí na sua cabeça, não é?!?! Estudar os tipos de orações que existem será moleza, moleza.
Vamos comigo!!!
Temos dois tipos de orações: as coordenadas, cuja as orações de um período são independentes (não dependem uma da outra para
construir sentido completo); e as subordinadas, cuja as orações de um período são dependentes (dependem uma da outra para construir
sentido completo).
As orações coordenadas podem ser sindéticas (conectadas uma a outra por uma conjunção) e assindéticas (que não precisam da
conjunção para estar conectadas. O serviço é feito pela vírgula).

Tipos de orações coordenadas

Orações Coordenadas Sindéticas Orações Coordenadas Assindéticas

Aditivas Fomos para a escola e fizemos o exame final. • Lena estava triste, cansada, decepcionada.
Adversativas Pedro Henrique estuda muito, porém não passa no •
vestibular. • Ao chegar à escola conversamos, estudamos,
lanchamos.
Alternativas Manuela ora quer comer hambúrguer, ora quer comer
pizza. Alfredo está chateado, pensando em se mudar.
Conclusivas Não gostamos do restaurante, portanto não iremos
mais lá. Precisamos estar com cabelos arrumados, unhas feitas.

Explicativas Marina não queria falar, ou seja, ela estava de mau João Carlos e Maria estão radiantes, alegria que dá inveja.
humor.

Tipos de orações subordinadas


As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas e adverbiais. Cada uma delas tem suas subclassificações, que veremos
agora por meio do quadro seguinte.

Orações Subordinadas
Subjetivas É certo que ele trará os a sobremesa do
Exercem a função de sujeito jantar.
Completivas Nominal Estou convencida de que ele é solteiro.
Exercem a função de complemento nominal
Predicativas O problema é que ele não entregou a
Orações Exercem a função de predicativo refeição no lugar.
Subordinadas
Substantivas Apositivas Eu lhe disse apenas isso: que não se
Exercem a função de aposto aborrecesse com ela.
Objetivas Direta Espero que você seja feliz.
Exercem a função de objeto direto
Objetivas Indireta Lembrou-se da dívida que tem com ele.
Exercem a função de objeto indireto

Explicativas Os alunos, que foram mal na prova de


Explicam um termo dito anteriormente. SEMPRE serão quinta, terão aula de reforço.
Orações acompanhadas por vírgula.
Subordinadas
Adjetivas Restritivas Os alunos que foram mal na prova de quinta
Restringem o sentido de um termo dito anteriormente. NUNCA terão aula de reforço.
serão acompanhadas por vírgula.

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Causais Estou vestida assim porque vou sair.


Assumem a função de advérbio de causa
Consecutivas Falou tanto que ficou rouca o resto do dia.
Assumem a função de advérbio de consequência
Comparativas A menina comia como um adulto come.
Assumem a função de advérbio de comparação
Condicionais Desde que ele participe, poderá entrar na
Assumem a função de advérbio de condição reunião.
Orações
Conformativas O shopping fechou, conforme havíamos
Subordinadas
Assumem a função de advérbio de conformidade previsto.
Adverbiais
Concessivas Embora eu esteja triste, irei à festa mais
Assumem a função de advérbio de concessão tarde.
Finais Vamos direcionar os esforços para que todos
Assumem a função de advérbio de finalidade tenham acesso aos benefícios.
Proporcionais Quanto mais eu dormia, mais sono tinha.
Assumem a função de advérbio de proporção
Temporais Quando a noite chega, os morcegos saem de
Assumem a função de advérbio de tempo suas casas.

Olha como esse quadro facilita a vida, não é?! Por meio dele, conseguimos ter uma visão geral das classificações e subclassificações
das orações, o que nos deixa mais tranquilos para estudá-las.

EQUIVALÊNCIA E TRANSFORMAÇÃO DE ESTRUTURAS FRASAIS

Equivalência de Estruturas
A equivalência e transformação de estruturas consiste em saber mudar uma sentença ou parte dela de modo a que fique gramatical-
mente correta. Poderíamos explicitar as regras morfológicas e sintáticas em linguagem natural. Um exemplo disso seria a seguinte defini-
ção de período: O período é composto por uma frase e opcionalmente pela sua concatenação com outras frases em número indefinido
relacionadas duas a duas por sintagma conectivo. A definição de regras sintáticas em linguagem natural tem suas vantagens.

A Ordem dos Termos na Frase


Há diferentes maneiras de se organizar gramaticalmente uma frase. Tudo depende da necessidade ou da vontade do redator em man-
ter o sentido, ou mantê-lo, porém, acrescentado ênfase a algum dos seus termos.Significa dizer que, ao escrever, podemos fazer uma série
de inversões e intercalações em nossas frases, conforme a nossa vontade e estilo. Tudo depende da maneira como queremos transmitir
uma ideia, do nosso estilo.
Entre os sinais de pontuação, a vírgula é o mais usado e o que mais nos auxilia na organização de um período, pois facilita as boas
“sintaxes”, boas misturas, ou seja, a vírgula ajuda-nos a não “embolar” o sentido quando produzimos frases complexas. Com isto, “entre-
gamos” frases bem organizadas aos nossos leitores.
O básico para a organização sintática das frases é a ordem direta dos termos da oração. Os gramáticos estruturam tal ordem da se-
guinte maneira:

SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTO VERBAL + CIRCUNSTÂNCIAS

Nem todas as orações mantêm esta ordem e nem todas contêm todos estes elementos

Paralelismo
Os paralelismos sintático e semântico se caracterizam pelas relações de semelhança existente entre palavras e expressões que se
efetivam tanto de ordem morfológica (quando pertencem à mesma classe gramatical), sintática (quando há semelhança entre frases ou
orações) e semântica (quando há correspondência de sentido entre os termos).
Casos recorrentes se manifestam no momento da escrita indicando que houve a quebra destes recursos, tornando-se imperceptíveis
aos olhos de quem a produz, interferindo de forma negativa na textualidade como um todo. Ampliando a noção sobre a correta utilização
destes recursos, analisemos alguns casos em que eles se aplicam:
- não só... mas (como) também: tal construção confere-nos a ideia de adição.
- Quanto mais... (tanto) mais: noção de progressão, podemos identificar a construção paralelística.
- Seja... Seja; Quer... Quer; Ora... Ora: ideia de alternância.
- Tanto... Quanto: ideia de adição, acrescida àquela de equivalência, constata-se a estrutura paralelística.
- Não... E não/nem: recurso empregado quando se quer atribuir uma sequência negativa.
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- Por um lado... Por outro: referência a aspectos negativos e • Silepse de pessoa trata-se da concordância feita com a pes-
positivos relacionados a um determinado fato. soa gramatical que está subentendida no contexto.
- Tempos verbais: concordância de sentido proferida pelos ver- O povo temos memória curta em relação às promessas dos po-
bos e seus respectivos tempos. líticos.

• Regência Nominal 
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA E REGÊNCIA A regência nominal estuda os casos em que nomes (substan-
tivos, adjetivos e advérbios) exigem outra palavra para completar-
-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu comple-
Concordância Nominal mento é estabelecida por uma preposição.
Os adjetivos, os pronomes adjetivos, os numerais e os artigos
concordam em gênero e número com os substantivos aos quais se • Regência Verbal
referem. A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o
Os nossos primeiros contatos começaram de maneira amisto- verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). 
sa. Isto pertence a todos.

Casos Especiais de Concordância Nominal Regência de algumas palavras


• Menos e alerta são invariáveis na função de advérbio:
Colocou menos roupas na mala./ Os seguranças continuam Esta palavra combina com Esta preposição
alerta.
Acessível a
• Pseudo e todo são invariáveis quando empregados na forma- Apto a, para
ção de palavras compostas:
Atencioso com, para com
Cuidado com os pseudoamigos./ Ele é o chefe todo-poderoso.
Coerente com
• Mesmo, próprio, anexo, incluso, quite e obrigado variam de Conforme a, com
acordo com o substantivo a que se referem:
Dúvida acerca de, de, em, sobre
Elas mesmas cozinhavam./ Guardou as cópias anexas.
Empenho de, em, por
• Muito, pouco, bastante, meio, caro e barato variam quando Fácil a, de, para,
pronomes indefinidos adjetivos e numerais e são invariáveis quan-
do advérbios: Junto a, de
Muitas vezes comemos muito./ Chegou meio atrasada./ Usou Pendente de
meia dúzia de ovos.
Preferível a
• Só varia quando adjetivo e não varia quando advérbio: Próximo a, de
Os dois andavam sós./ A respostas só eles sabem. Respeito a, com, de, para com, por
Situado a, em, entre
• É bom, é necessário, é preciso, é proibido variam quando o
substantivo estiver determinado por artigo: Ajudar (a fazer algo) a
É permitida a coleta de dados./ É permitido coleta de dados. Aludir (referir-se) a

Concordância Verbal Aspirar (desejar, pretender) a


O verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa: Assistir (dar assistência) Não usa preposição
O público aplaudiu o ator de pé./ A sala e quarto eram enor- Deparar (encontrar) com
mes.
Implicar (consequência) Não usa preposição
Concordância ideológica ou silepse Lembrar Não usa preposição
• Silepse de gênero trata-se da concordância feita com o gêne-
Pagar (pagar a alguém) a
ro gramatical (masculino ou feminino) que está subentendido no
contexto. Precisar (necessitar) de
Vossa Excelência parece satisfeito com as pesquisas. Proceder (realizar) a
Blumenau estava repleta de turistas.
Responder a
• Silepse de número trata-se da concordância feita com o nú- Visar ( ter como objetivo a
mero gramatical (singular ou plural) que está subentendido no con- pretender)
texto. NÃO DEIXE DE PESQUISAR A REGÊNCIA DE OUTRAS PALAVRAS
O elenco voltou ao palco e [os atores] agradeceram os aplau- QUE NÃO ESTÃO AQUI!
sos.

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SEMÂNTICA. SINÔNIMOS E ANTÔNIMOS

Significação de palavras
As palavras podem ter diversos sentidos em uma comunicação. E isso também é estudado pela Gramática Normativa: quem cuida
dessa parte é a Semântica, que se preocupa, justamente, com os significados das palavras. Veremos, então, cada um dos conteúdos que
compõem este estudo.

Antônimo e Sinônimo
Começaremos por esses dois, que já são famosos.
O Antônimo são palavras que têm sentidos opostos a outras. Por exemplo, felicidade é o antônimo de tristeza, porque o significado
de uma é o oposto da outra. Da mesma forma ocorre com homem que é antônimo de mulher.
Já o sinônimo são palavras que têm sentidos aproximados e que podem, inclusive, substituir a outra. O uso de sinônimos é muito im-
portante para produções textuais, porque evita que você fique repetindo a mesma palavra várias vezes. Utilizando os mesmos exemplos,
para ficar claro: felicidade é sinônimo de alegria/contentamento e homem é sinônimo de macho/varão.

Hipônimos e Hiperônimos
Estes conceitos são simples de entender: o hipônimo designa uma palavra de sentido mais específico, enquanto que o hiperônimo
designa uma palavra de sentido mais genérico. Por exemplo, cachorro e gato são hipônimos, pois têm sentido específico. E animais domés-
ticos é uma expressão hiperônima, pois indica um sentido mais genérico de animais. Atenção: não confunda hiperônimo com substantivo
coletivo. Hiperônimos estão no ramo dos sentidos das palavras, beleza?!?!

Outros conceitos que agem diretamente no sentido das palavras são os seguintes:

Conotação e Denotação
Observe as frases:
Amo pepino na salada.
Tenho um pepino para resolver.

As duas frases têm uma palavra em comum: pepino. Mas essa palavra tem o mesmo sentido nos dois enunciados? Isso mesmo, não!
Na primeira frase, pepino está no sentido denotativo, ou seja, a palavra está sendo usada no sentido próprio, comum, dicionarizado.
Já na segunda frase, a mesma palavra está no sentindo conotativo, pois ela está sendo usada no sentido figurado e depende do con-
texto para ser entendida.
Para facilitar: denotativo começa com D de dicionário e conotativo começa com C de contexto.
Por fim, vamos tratar de um recurso muito usado em propagandas:

Ambiguidade
Observe a propaganda abaixo:

https://redacaonocafe.wordpress.com/2012/05/22/ambiguidade-na-propaganda/

Perceba que há uma duplicidade de sentido nesta construção. Podemos interpretar que os móveis não durarão no estoque da loja, por
estarem com preço baixo; ou que por estarem muito barato, não têm qualidade e, por isso, terão vida útil curta.
Essa duplicidade acontece por causa da ambiguidade, que é justamente a duplicidade de sentidos que podem haver em uma palavra,
frase ou textos inteiros.
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Ponto ( . )
ACENTUAÇÃO GRÁFICA O ponto simples final, que é dos sinais o que denota maior pau-
sa, serve para encerrar períodos que terminem por qualquer tipo
de oração que não seja a interrogativa direta, a exclamativa e as
Acentuação é o modo de proferir um som ou grupo de sons reticências.
com mais relevo do que outros. Os sinais diacríticos servem para Estaremos presentes na festa.
indicar, dentre outros aspectos, a pronúncia correta das palavras.
Vejamos um por um: Ponto de interrogação ( ? )
Acento agudo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre Põe-se no fim da oração enunciada com entonação interrogati-
aberto. va ou de incerteza, real ou fingida, também chamada retórica.
Já cursei a Faculdade de História. Você vai à festa?
Acento circunflexo: marca a posição da sílaba tônica e o timbre
fechado. Ponto de exclamação ( ! )
Meu avô e meus três tios ainda são vivos. Põe-se no fim da oração enunciada com entonação exclama-
Acento grave: marca o fenômeno da crase (estudaremos este tiva.
caso afundo mais à frente). Ex: Que bela festa!
Sou leal à mulher da minha vida.
Reticências ( ... )
As palavras podem ser: Denotam interrupção ou incompletude do pensamento (ou
– Oxítonas: quando a sílaba tônica é a última (ca-fé, ma-ra-cu- porque se quer deixar em suspenso, ou porque os fatos se dão com
-já, ra-paz, u-ru-bu...) breve espaço de tempo intervalar, ou porque o nosso interlocutor
– Paroxítonas: quando a sílaba tônica é a penúltima (me-sa, nos toma a palavra), ou hesitação em enunciá-lo.
sa-bo-ne-te, ré-gua...) Ex: Essa festa... não sei não, viu.
– Proparoxítonas: quando a sílaba tônica é a antepenúltima
(sá-ba-do, tô-ni-ca, his-tó-ri-co…) Dois-pontos ( : )
Marcam uma supressão de voz em frase ainda não concluída.
As regras de acentuação das palavras são simples. Vejamos: Em termos práticos, este sinal é usado para: Introduzir uma citação
• São acentuadas todas as palavras proparoxítonas (médico, (discurso direto) e introduzir um aposto explicativo, enumerativo,
íamos, Ângela, sânscrito, fôssemos...) distributivo ou uma oração subordinada substantiva apositiva.
• São acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em L, N, Ex: Uma bela festa: cheia de alegria e comida boa.
R, X, I(S), US, UM, UNS, OS, ÃO(S), Ã(S), EI(S) (amável, elétron, éter,
fênix, júri, oásis, ônus, fórum, órfão...) Ponto e vírgula ( ; )
• São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em A(S), Representa uma pausa mais forte que a vírgula e menos que o
E(S), O(S), EM, ENS, ÉU(S), ÉI(S), ÓI(S) (xarás, convéns, robô, Jô, céu, ponto, e é empregado num trecho longo, onde já existam vírgulas,
dói, coronéis...) para enunciar pausa mais forte, separar vários itens de uma enume-
• São acentuados os hiatos I e U, quando precedidos de vogais ração (frequente em leis), etc.
(aí, faísca, baú, juízo, Luísa...) Ex: Vi na festa os deputados, senadores e governador; vi tam-
bém uma linda decoração e bebidas caras.
Viu que não é nenhum bicho de sete cabeças? Agora é só trei-
nar e fixar as regras. Travessão ( — )
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com
o traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-
PONTUAÇÃO -men-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão inter-
calada e pode indicar a mudança de interlocutor, na transcrição de
Pontuação um diálogo, com ou sem aspas.
Com Nina Catach, entendemos por pontuação um “sistema Ex: Estamos — eu e meu esposo — repletos de gratidão.
de reforço da escrita, constituído de sinais sintáticos, destinados a
organizar as relações e a proporção das partes do discurso e das Parênteses e colchetes ( ) – [ ]
pausas orais e escritas. Estes sinais também participam de todas as Os parênteses assinalam um isolamento sintático e semântico
funções da sintaxe, gramaticais, entonacionais e semânticas”. (BE- mais completo dentro do enunciado, além de estabelecer maior in-
CHARA, 2009, p. 514) timidade entre o autor e o seu leitor. Em geral, a inserção do parên-
A partir da definição citada por Bechara podemos perceber a tese é assinalada por uma entonação especial. Intimamente ligados
importância dos sinais de pontuação, que é constituída por alguns aos parênteses pela sua função discursiva, os colchetes são utiliza-
sinais gráficos assim distribuídos: os separadores (vírgula [ , ], pon- dos quando já se acham empregados os parênteses, para introduzi-
to e vírgula [ ; ], ponto final [ . ], ponto de exclamação [ ! ], reti- rem uma nova inserção.
cências [ ... ]), e os de comunicação ou “mensagem” (dois pontos Ex: Vamos estar presentes na festa (aquela organizada pelo go-
[ : ], aspas simples [‘ ’], aspas duplas [ “ ” ], travessão simples [ – ], vernador)
travessão duplo [ — ], parênteses [ ( ) ], colchetes ou parênteses
retos [ [ ] ], chave aberta [ { ], e chave fechada [ } ]).

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Aspas ( “ ” ) • Separa certas expressões explicativas, retificativas, exempli-
As aspas são empregadas para dar a certa expressão sentido ficativas, como: isto é, ou seja, ademais, a saber, melhor dizendo,
particular (na linguagem falada é em geral proferida com entoação ou melhor, quer dizer, por exemplo, além disso, aliás, antes, com
especial) para ressaltar uma expressão dentro do contexto ou para efeito, digo.
apontar uma palavra como estrangeirismo ou gíria. É utilizada, ain- O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara,
da, para marcar o discurso direto e a citação breve. ou seja, de fácil compreensão.
Ex: O “coffe break” da festa estava ótimo.
• Marca a elipse de um verbo (às vezes, de seus complemen-
Vírgula tos).
São várias as regras que norteiam o uso das vírgulas. Eviden- O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particula-
ciaremos, aqui, os principais usos desse sinal de pontuação. Antes res. (= ... a portaria regulamenta os casos particulares)
disso, vamos desmistificar três coisas que ouvimos em relação à
vírgula: • Separa orações coordenadas assindéticas.
1º – A vírgula não é usada por inferência. Ou seja: não “senti- Levantava-me de manhã, entrava no chuveiro, organizava as
mos” o momento certo de fazer uso dela. ideias na cabeça...
2º – A vírgula não é usada quando paramos para respirar. Em
alguns contextos, quando, na leitura de um texto, há uma vírgula, o • Isola o nome do lugar nas datas.
leitor pode, sim, fazer uma pausa, mas isso não é uma regra. Afinal, Rio de Janeiro, 21 de julho de 2006.
cada um tem seu tempo de respiração, não é mesmo?!?!
3º – A vírgula tem sim grande importância na produção de tex- • Isolar conectivos, tais como: portanto, contudo, assim, dessa
tos escritos. Não caia na conversa de algumas pessoas de que ela é forma, entretanto, entre outras. E para isolar, também, expressões
menos importante e que pode ser colocada depois. conectivas, como: em primeiro lugar, como supracitado, essas infor-
Agora, precisamos saber que a língua portuguesa tem uma or- mações comprovam, etc.
dem comum de construção de suas frases, que é Sujeito > Verbo > Fica claro, portanto, que ações devem ser tomadas para ame-
Objeto > Adjunto, ou seja, (SVOAdj). nizar o problema.
Maria foi à padaria ontem.
Sujeito Verbo Objeto Adjunto
QUESTÕES
Perceba que, na frase acima, não há o uso de vírgula. Isso ocor-
re por alguns motivos:
1) NÃO se separa com vírgula o sujeito de seu predicado. 1. (FEMPERJ – VALEC – JORNALISTA – 2012) Intertextualidade é
2) NÃO se separa com vírgula o verbo e seus complementos. a presença de um texto em outro; o pensamento abaixo que NÃO
3) Não é aconselhável usar vírgula entre o complemento do se fundamenta em intertextualidade é:
verbo e o adjunto. (A) “Se tudo o que é bom dura pouco, eu já deveria ter morrido
há muito tempo.”
Podemos estabelecer, então, que se a frase estiver na ordem (B) “Nariz é essa parte do corpo que brilha, espirra, coça e se
comum (SVOAdj), não usaremos vírgula. Caso contrário, a vírgula mete onde não é chamada.”
é necessária: (C) “Une-te aos bons e será um deles. Ou fica aqui com a gente
Ontem, Maria foi à padaria. mesmo!”
Maria, ontem, foi à padaria. (D) “Vamos fazer o feijão com arroz. Se puder botar um ovo,
À padaria, Maria foi ontem. tudo bem.”
(E) “O Neymar é invendável, inegociável e imprestável.”
Além disso, há outros casos em que o uso de vírgulas é neces-
sário: Leia o texto abaixo para responder a questão.
• Separa termos de mesma função sintática, numa enumera- A lama que ainda suja o Brasil
ção. Fabíola Perez(fabiola.perez@istoe.com.br)
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a
serem observadas na redação oficial. A maior tragédia ambiental da história do País escancarou um
dos principais gargalos da conjuntura política e econômica brasilei-
• Separa aposto. ra: a negligência do setor privado e dos órgãos públicos diante de
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. um desastre de repercussão mundial. Confirmada a morte do Rio
Doce, o governo federal ainda não apresentou um plano de recu-
• Separa vocativo. peração efetivo para a área (apenas uma carta de intenções). Tam-
Brasileiros, é chegada a hora de votar. pouco a mineradora Samarco, controlada pela brasileira Vale e pela
anglo-australiana BHP Billiton. A única medida concreta foi a aplica-
• Separa termos repetidos. ção da multa de R$ 250 milhões – sendo que não há garantias de
Aquele aluno era esforçado, esforçado. que ela será usada no local. “O leito do rio se perdeu e a calha pro-
funda e larga se transformou num córrego raso”, diz Malu Ribeiro,
coordenadora da rede de águas da Fundação SOS Mata Atlântica,
sobre o desastre em Mariana, Minas Gerais. “O volume de rejeitos
se tornou uma bomba relógio na região.”

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Para agravar a tragédia, a empresa declarou que existem ris- — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha.
cos de rompimento nas barragens de Germano e de Santarém. Se- Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem
gundo o Departamento Nacional de Produção Mineral, pelo menos o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos
16 barragens de mineração em todo o País apresentam condições outros.
de insegurança. “O governo perdeu sua capacidade de aparelhar — Mas você é orgulhosa.
órgãos técnicos para fiscalização”, diz Malu. Na direção oposta — Decerto que sou.
Ao caminho da segurança, está o projeto de lei 654/2015, — Mas por quê?
do senador Romero Jucá (PMDB-RR) que prevê licença única em um — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa
tempo exíguo para obras consideradas estratégicas. O novo marco ama, quem é que os cose, senão eu?
regulatório da mineração, por sua vez, também concede priorida- — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora
de à ação de mineradoras. “Ocorrerá um aumento dos conflitos ju- que quem os cose sou eu, e muito eu?
diciais, o que não será interessante para o setor empresarial”, diz — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pe-
Maurício Guetta, advogado do Instituto Sócio Ambiental (ISA). Com daço ao outro, dou feição aos babados…
o avanço dessa legislação outros danos irreversíveis podem ocorrer. — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante,
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e
FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/441106_A+LA MA+- mando…
QUE+AINDA+SUJA+O+BRASIL — Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
2. Observe as assertivas relacionadas ao texto lido: — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel su-
I. O texto é predominantemente narrativo, já que narra um balterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o
fato. trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto…
II. O texto é predominantemente expositivo, já que pertence ao Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.
gênero textual editorial. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que
III. O texto é apresenta partes narrativas e partes expositivas, já tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a
que se trata de uma reportagem. costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, en-
IV. O texto apresenta partes narrativas e partes expositivas, já fiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando
se trata de um editorial. orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre
os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a
Analise as assertivas e responda: isto uma cor poética. E dizia a agulha:
(A) Somente a I é correta. — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco?
(B) Somente a II é incorreta. Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é
(C) Somente a III é correta que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo
(D) A III e IV são corretas. e acima…
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela
3. Observe as assertivas relacionadas ao texto “A lama que ain- agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe
da suja o Brasil”: o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que
I- O texto é coeso, mas não é coerente, já que tem problemas ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
no desenvolvimento do assunto. tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-pli-
II- O texto é coerente, mas não é coeso, já que apresenta pro- c-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a
blemas no uso de conjunções e preposições. costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até
III- O texto é coeso e coerente, graças ao bom uso das classes que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
de palavras e da ordem sintática. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que
IV- O texto é coeso e coerente, já que apresenta progressão a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para
temática e bom uso dos recursos coesivos. dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da
bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali,
Analise as assertivas e responda: alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha,
(A) Somente a I é correta. perguntou-lhe:
(B) Somente a II é incorreta. — Ora agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da
(C) Somente a III é correta. baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que
(D) Somente a IV é correta. vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para
a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas?
Leia o texto abaixo para responder as questões. Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de ca-
UM APÓLOGO beça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
Machado de Assis. — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é
Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrola- como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam,
da, para fingir que vale alguma coisa neste mundo? fico.
— Deixe-me, senhora. Contei esta história a um professor de melancolia, que me dis-
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está se, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a
com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me muita linha ordinária!
der na cabeça.
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4. De acordo com o texto “Um Apólogo” de Machado de Assis 7. Em relação à classe e ao emprego de palavras no texto, na
e com a ilustração abaixo, e levando em consideração as persona- oração “A abordagem social constitui-se em um processo de traba-
gens presentes nas narrativas tanto verbal quanto visual, indique lho planejado de aproximação” (linhas 1 e 2), os vocábulos subli-
a opção em que a fala não é compatível com a associação entre os nhados classificam-se, respectivamente, em
elementos dos textos: (A) preposição, pronome, artigo, adjetivo e substantivo.
(B) pronome, preposição, artigo, substantivo e adjetivo.
(C) conjunção, preposição, numeral, substantivo e pronome.
(D) pronome, conjunção, artigo, adjetivo e adjetivo.
(E) conjunção, conjunção, numeral, substantivo e advérbio.

8. (CONSULPLAN – ANALISTA DE INFORMÁTICA (SDS-SC) –


2008) A alternativa em que todas as palavras são formadas pelo
mesmo processo de formação é:
(A) responsabilidade, musicalidade, defeituoso;
(B) cativeiro, incorruptíveis, desfazer;
(C) deslealdade, colunista, incrível;
(D) anoitecer, festeiro, infeliz;
(E) reeducação, dignidade, enriquecer.

9. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –


(A) “- Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda en- 2010) No verso “Para desentristecer, leãozinho”, Caetano Veloso
rolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?” (L.02) cria um neologismo. A opção que contém o processo de formação
(B) “- Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. utilizado para formar a palavra nova e o tipo de derivação que a
Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar?” (L.06) palavra primitiva foi formada respectivamente é:
(C) “- Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, (A) derivação prefixal (des + entristecer); derivação parassinté-
puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço tica (en + trist + ecer);
e mando...” (L.14-15) (B) derivação sufixal (desentriste + cer); derivação imprópria
(D) “- Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? (en + triste + cer);
Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; (C) derivação regressiva (des + entristecer); derivação parassin-
eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando tética (en + trist + ecer);
abaixo e acima.” (L.25-26) (D) derivação parassintética (en + trist + ecer); derivação prefi-
(E) “- Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela xal (des + entristecer);
e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de (E) derivação prefixal (en + trist + ecer); derivação parassintéti-
costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. ca (des + entristecer).
Onde me espetam, fico.” (L.40-41)
10. (IMA – PREF. BOA HORA/PI – PROCURADOR MUNICIPAL –
5. (CESGRANRIO – BNDES – ADVOGADO – 2004) No título do 2010) A palavra “Olhar” em (meu olhar) é um exemplo de palavra
artigo “A tal da demanda social”, a classe de palavra de “tal” é: formada por derivação:
(A) pronome; (A) parassintética;
(B) adjetivo; (B) prefixal;
(C) advérbio; (C) sufixal;
(D) substantivo; (D) imprópria;
(E) preposição. (E) regressiva.

6. Assinale a alternativa que apresenta a correta classificação 11. Levando-se em consideração os conceitos de frase, oração
morfológica do pronome “alguém” (l. 44). e período, é correto afirmar que o trecho abaixo é considerado um
(A) Pronome demonstrativo. (a):
(B) Pronome relativo. “A expectativa é que o México, pressionado pelas mudanças
(C) Pronome possessivo. americanas, entre na fila.”
(D) Pronome pessoal. (A) Frase, uma vez que é composta por orações coordenadas e
(E) Pronome indefinido. subordinadas.
(B) Período, composto por três orações.
(C) Oração, pois possui sentido completo.
(D) Período, pois é composto por frases e orações.

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12. (AOCP – PREF. DE CATU/BA – MECÂNICO DE VEÍCULOS – 18. (CESGRANRIO – FINEP – TÉCNICO – 2011) A vírgula pode
2007) Leia a seguinte sentença: Joana tomou um sonífero e não dor- ser retirada sem prejuízo para o significado e mantendo a norma
miu. Assinale a alternativa que classifica corretamente a segunda padrão na seguinte sentença:
oração. (A) Mário, vem falar comigo depois do expediente.
(A) Oração coordenada assindética aditiva. (B) Amanhã, apresentaremos a proposta de trabalho.
(B) Oração coordenada sindética aditiva. (C) Telefonei para o Tavares, meu antigo chefe.
(C) Oração coordenada sindética adversativa. (D) Encomendei canetas, blocos e crachás para a reunião.
(D) Oração coordenada sindética explicativa. (E) Entrou na sala, cumprimentou a todos e iniciou o discurso.
(E) Oração coordenada sindética alternativa.
19. (CESGRANRIO – PETROBRAS – TÉCNICO DE ENFERMAGEM
13. (FCC – TRE/MG – TÉCNICO JUDICIÁRIO – 2005) As liberda- DO TRABALHO – 2011) Há ERRO quanto ao emprego dos sinais de
des ...... se refere o autor dizem respeito a direitos ...... se ocupa a pontuação em:
nossa Constituição. Preenchem de modo correto as lacunas da frase (A) Ao dizer tais palavras, levantou-se, despediu-se dos convi-
acima, na ordem dada, as expressões: dados e retirou-se da sala: era o final da reunião.
(A) a que – de que; (B) Quem disse que, hoje, enquanto eu dormia, ela saiu sorra-
(B) de que – com que; teiramente pela porta?
(C) a cujas – de cujos; (C) Na infância, era levada e teimosa; na juventude, tornou-se
(D) à que – em que; tímida e arredia; na velhice, estava sempre alheia a tudo.
(E) em que – aos quais. (D) Perdida no tempo, vinham-lhe à lembrança a imagem mui-
to branca da mãe, as brincadeiras no quintal, à tarde, com os
14. (VUNESP – TJ/SP – ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO – irmãos e o mundo mágico dos brinquedos.
2011) Assinale a alternativa em que a concordância verbal está cor- (E) Estava sempre dizendo coisas de que mais tarde se arre-
reta. penderia. Prometia a si própria que da próxima vez, tomaria
(A) Haviam cooperativas de catadores na cidade de São Paulo. cuidado com as palavras, o que entretanto, não acontecia.
(B) O lixo de casas e condomínios vão para aterros.
(C) O tratamento e a destinação corretos do lixo evitaria que 20. (FCC – INFRAERO – ADMINISTRADOR – 2011) Está inteira-
35% deles fosse despejado em aterros. mente correta a pontuação do seguinte período:
(D) Fazem dois anos que a prefeitura adia a questão do lixo. (A) Os personagens principais de uma história, responsáveis
(E) Somos nós quem paga a conta pelo descaso com a coleta pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes, de peque-
de lixo. nas providências que, tomadas por figurantes aparentemente
sem importância, ditam o rumo de toda a história.
15. (CESGRANRIO – SEPLAG/BA – PROFESSOR PORTUGUÊS – (B) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
2010) Estabelece relação de hiperonímia/hiponímia, nessa ordem, pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes, de pequenas
o seguinte par de palavras: providências que tomadas por figurantes, aparentemente sem
(A) estrondo – ruído; importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) pescador – trabalhador; (C) Os personagens principais de uma história, responsáveis
(C) pista – aeroporto; pelo sentido maior dela dependem muitas vezes de pequenas
(D) piloto – comissário; providências, que, tomadas por figurantes aparentemente,
(E) aeronave – jatinho. sem importância, ditam o rumo de toda a história.
(D) Os personagens principais, de uma história, responsáveis
16. (FUNIVERSA – CEB – ADVOGADO – 2010) Assinale a alter- pelo sentido maior dela, dependem, muitas vezes de pequenas
nativa em que todas as palavras são acentuadas pela mesma razão. providências, que tomadas por figurantes aparentemente sem
(A) “Brasília”, “prêmios”, “vitória”. importância, ditam o rumo de toda a história.
(B) “elétrica”, “hidráulica”, “responsáveis”. (E) Os personagens principais de uma história, responsáveis,
(C) “sérios”, “potência”, “após”. pelo sentido maior dela, dependem muitas vezes de peque-
(D) “Goiás”, “já”, “vários”. nas providências, que tomadas por figurantes, aparentemente,
(E) “solidária”, “área”, “após”. sem importância, ditam o rumo de toda a história.

17. (CESGRANRIO – CMB – ASSISTENTE TÉCNICO ADMINISTRA-


TIVO – 2012) Algumas palavras são acentuadas com o objetivo ex-
clusivo de distingui-las de outras. Uma palavra acentuada com esse
objetivo é a seguinte:
(A) pôr.
(B) ilhéu.
(C) sábio.
(D) também.
(E) lâmpada.

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a solução para o seu concurso!
LÍNGUA PORTUGUESA
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GABARITO
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1 E
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2 C
3 D ______________________________________________________
4 E ______________________________________________________
5 A
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6 E
7 B ______________________________________________________
8 A ______________________________________________________
9 A
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10 D
11 B ______________________________________________________
12 C ______________________________________________________
13 A
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14 E
15 E ______________________________________________________
16 A ______________________________________________________
17 A
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18 B
19 E ______________________________________________________

20 A ______________________________________________________

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ANOTAÇÕES ______________________________________________________

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS
CONTEMPORÂNEOS

Ainda assim, mesmo que tentemos nos manter atualizados


CONHECIMENTOS RELACIONADOS COM A REALIDADE através de revistas e telejornais, o fluxo interminável e ininterrupto
BRASILEIRA, ENVOLVENDO DESIGUALDADES SOCIAIS, de informações veiculados impede que saibamos de fato como es-
CULTURA, EDUCAÇÃO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE. AS- tudar. Apostilas e livros de concursos impressos também se tornam
SUNTOS DE INTERESSE GERAL AMPLAMENTE VEICULA- rapidamente desatualizados e obsoletos, pois atualidades é uma
DO, NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS, PELA IMPRENSA FALADA disciplina que se renova a cada instante.
OU ESCRITA DE CIRCULAÇÃO NACIONAL OU LOCAL - O mundo da informação está cada vez mais virtual e tecnoló-
RÁDIO, TELEVISÃO, JORNAIS E/OU REVISTAS. gico, as sociedades se informam pela internet e as compartilham
em velocidades incalculáveis. Pensando nisso, a editora prepara
mensalmente o material de atualidades de mais diversos campos
A importância do estudo de atualidades do conhecimento (tecnologia, Brasil, política, ética, meio ambiente,
Dentre todas as disciplinas com as quais concurseiros e estu- jurisdição etc.) na “Área do Cliente”.
dantes de todo o país se preocupam, a de atualidades tem se tor- Lá, o concurseiro encontrará um material completo de aula pre-
nado cada vez mais relevante. Quando pensamos em matemática, parado com muito carinho para seu melhor aproveitamento. Com
língua portuguesa, biologia, entre outras disciplinas, inevitavelmen- o material disponibilizado online, você poderá conferir e checar os
te as colocamos em um patamar mais elevado que outras que nos fatos e fontes de imediato através dos veículos de comunicação vir-
parecem menos importantes, pois de algum modo nos é ensinado a tuais, tornando a ponte entre o estudo desta disciplina tão fluida e
hierarquizar a relevância de certos conhecimentos desde os tempos a veracidade das informações um caminho certeiro.
de escola.
No, entanto, atualidades é o único tema que insere o indivíduo
no estudo do momento presente, seus acontecimentos, eventos ANOTAÇÕES
e transformações. O conhecimento do mundo em que se vive de
modo algum deve ser visto como irrelevante no estudo para concur-
sos, pois permite que o indivíduo vá além do conhecimento técnico ______________________________________________________
e explore novas perspectivas quanto à conhecimento de mundo.
Em sua grande maioria, as questões de atualidades em con- ______________________________________________________
cursos são sobre fatos e acontecimentos de interesse público, mas
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podem também apresentar conhecimentos específicos do meio po-
lítico, social ou econômico, sejam eles sobre música, arte, política, ______________________________________________________
economia, figuras públicas, leis etc. Seja qual for a área, as questões
de atualidades auxiliam as bancas a peneirarem os candidatos e se- ______________________________________________________
lecionarem os melhores preparados não apenas de modo técnico.
Sendo assim, estudar atualidades é o ato de se manter cons- ______________________________________________________
tantemente informado. Os temas de atualidades em concursos são
sempre relevantes. É certo que nem todas as notícias que você vê ______________________________________________________
na televisão ou ouve no rádio aparecem nas questões, manter-se
______________________________________________________
informado, porém, sobre as principais notícias de relevância nacio-
nal e internacional em pauta é o caminho, pois são debates de ex- ______________________________________________________
trema recorrência na mídia.
O grande desafio, nos tempos atuais, é separar o joio do trigo. ______________________________________________________
Com o grande fluxo de informações que recebemos diariamente, é
preciso filtrar com sabedoria o que de fato se está consumindo. Por ______________________________________________________
diversas vezes, os meios de comunicação (TV, internet, rádio etc.)
adaptam o formato jornalístico ou informacional para transmitirem ______________________________________________________
outros tipos de informação, como fofocas, vidas de celebridades,
futebol, acontecimentos de novelas, que não devem de modo al- ______________________________________________________
gum serem inseridos como parte do estudo de atualidades. Os in-
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teresses pessoais em assuntos deste cunho não são condenáveis de
modo algum, mas são triviais quanto ao estudo. ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS CONTEMPORÂNEOS
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE
RACIAL E DE GÊNERO

TÍTULO I
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
(ART. 1°, 3°, 4° E 5°)
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, consti-
Forma, Sistema e Fundamentos da República tui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
• Papel dos Princípios e o Neoconstitucionalismo II - a cidadania
Os princípios abandonam sua função meramente subsidiária III - a dignidade da pessoa humana;
na aplicação do Direito, quando serviam tão somente de meio de IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
integração da ordem jurídica (na hipótese de eventual lacuna) e ve- V - o pluralismo político.
tor interpretativo, e passam a ser dotados de elevada e reconhecida Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
normatividade. meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
• Princípio Federativo
Significa que a União, os Estados-membros, o Distrito Federal Objetivos Fundamentais da República
e os Municípios possuem autonomia, caracteriza por um determi- Os Objetivos Fundamentais da República estão elencados no
nado grau de liberdade referente à sua organização, à sua adminis- Artigo 3º da CF/88. Vejamos:
tração, à sua normatização e ao seu Governo, porém limitada por Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Fede-
certos princípios consagrados pela Constituição Federal. rativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
• Princípio Republicano II - garantir o desenvolvimento nacional;
É uma forma de Governo fundada na igualdade formal entre as III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desi-
pessoas, em que os detentores do poder político exercem o coman- gualdades sociais e regionais;
do do Estado em caráter eletivo, representativo, temporário e com IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
responsabilidade. raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

• Princípio do Estado Democrático de Direito Princípios de Direito Constitucional Internacional


O Estado de Direito é aquele que se submete ao império da lei. Os Princípios de Direito Constitucional Internacional estão
Por sua vez, o Estado democrático caracteriza-se pelo respeito ao elencados no Artigo 4º da CF/88. Vejamos:
princípio fundamental da soberania popular, vale dizer, funda-se na Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas rela-
noção de Governo do povo, pelo povo e para o povo. ções internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
• Princípio da Soberania Popular II - prevalência dos direitos humanos;
O parágrafo único do Artigo 1º da Constituição Federal reve- III - autodeterminação dos povos;
la a adoção da soberania popular como princípio fundamental ao IV - não-intervenção;
prever que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio V - igualdade entre os Estados;
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Cons- VI - defesa da paz;
tituição”. VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
• Princípio da Separação dos Poderes IX - cooperação entre os povos para o progresso da humani-
A visão moderna da separação dos Poderes não impede que dade;
cada um deles exerça atipicamente (de forma secundária), além de X - concessão de asilo político.
sua função típica (preponderante), funções atribuídas a outro Po- Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a in-
der. tegração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Vejamos abaixo, os dispositivos constitucionais corresponden- Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana
tes ao tema supracitado: de nações.

Referências Bibliográficas:
DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e
Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Os direitos individuais estão elencados no caput do Artigo 5º TÍTULO II
da CF. São eles: DOS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

Direito à Vida CAPÍTULO I


O direito à vida deve ser observado por dois prismas: o direito DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
de permanecer vivo e o direito de uma vida digna.
O direito de permanecer vivo pode ser observado, por exem- Artigo 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de
plo, na vedação à pena de morte (salvo em caso de guerra decla- qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
rada). residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
Já o direito à uma vida digna, garante as necessidades vitais igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
básicas, proibindo qualquer tratamento desumano como a tortura, I- homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
penas de caráter perpétuo, trabalhos forçados, cruéis, etc. termos desta Constituição;
II- ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
Direito à Liberdade coisa senão em virtude de lei;
O direito à liberdade consiste na afirmação de que ninguém III- ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desu-
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em vir- mano ou degradante;
tude de lei. Tal dispositivo representa a consagração da autonomia IV- é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o ano-
privada. nimato;
Trata-se a liberdade, de direito amplo, já que compreende, V- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
dentre outros, as liberdades: de opinião, de pensamento, de loco- além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
moção, de consciência, de crença, de reunião, de associação e de VI- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
expressão. assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na for-
ma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Direito à Igualdade VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
A igualdade, princípio fundamental proclamado pela Constitui- religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
ção Federal e base do princípio republicano e da democracia, deve VIII- ninguém será privado de direitos por motivo de crença reli-
ser encarada sob duas óticas, a igualdade material e a igualdade giosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para
formal. eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
A igualdade formal é a identidade de direitos e deveres conce- prestação alternativa, fixada em lei;
didos aos membros da coletividade por meio da norma. IX - é livre a expressão de atividade intelectual, artística, cientí-
Por sua vez, a igualdade material tem por finalidade a busca fica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
da equiparação dos cidadãos sob todos os aspectos, inclusive o X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a ima-
jurídico. É a consagração da máxima de Aristóteles, para quem o gem das pessoas, assegurado o direito à indenização por dano ma-
princípio da igualdade consistia em tratar igualmente os iguais e terial ou moral decorrente de sua violação;
desigualmente os desiguais na medida em que eles se desigualam. XI- a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo
Sob o pálio da igualdade material, caberia ao Estado promover penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagran-
a igualdade de oportunidades por meio de políticas públicas e leis te delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por
que, atentos às características dos grupos menos favorecidos, com- determinação judicial;
pensassem as desigualdades decorrentes do processo histórico da XII- é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações
formação social. telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no úl-
timo caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei
Direito à Privacidade estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução proces-
Para o estudo do Direito Constitucional, a privacidade é gênero, sual penal;
do qual são espécies a intimidade, a honra, a vida privada e a ima- XIII- é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
gem. De maneira que, os mesmos são invioláveis e a eles assegura- atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer;
-se o direito à indenização pelo dano moral ou material decorrente XIV- é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado
de sua violação. o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
XV- é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz,
Direito à Honra podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
O direito à honra almeja tutelar o conjunto de atributos perti- cer ou dele sair com seus bens;
nentes à reputação do cidadão sujeito de direitos, exatamente por XVI- todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em lo-
tal motivo, são previstos no Código Penal. cais abertos ao público, independentemente de autorização, desde
que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o
Direito de Propriedade mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade com-
É assegurado o direito de propriedade, contudo, com restri- petente;
ções, como por exemplo, de que se atenda à função social da pro- XVII- é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
priedade. Também se enquadram como espécies de restrição do a de caráter paramilitar;
direito de propriedade, a requisição, a desapropriação, o confisco XVIII- a criação de associações e, na forma da lei, a de coope-
e o usucapião. rativas independem de autorização, sendo vedada a interferência
Do mesmo modo, é no direito de propriedade que se assegu- estatal em seu funcionamento;
ram a inviolabilidade do domicílio, os direitos autorais (propriedade
intelectual) e os direitos reativos à herança. XIX- as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvi-
Destes direitos, emanam todos os incisos do Art. 5º, da CF/88, das ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-
conforme veremos abaixo: -se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
XX- ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a perma- XXXIX- não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
necer associado; sem prévia cominação legal;
XXI- as entidades associativas, quando expressamente autori- XL- a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
zadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou XLI- a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos
extrajudicialmente; e liberdades fundamentais;
XXII- é garantido o direito de propriedade; XLII- a prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
XXIII- a propriedade atenderá a sua função social; critível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
XXIV- a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação XLIII- a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de
por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, me- graça ou anistia a prática de tortura, o tráfico ilícito de entorpecen-
diante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos tes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hedion-
previstos nesta Constituição; dos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que,
XXV- no caso de iminente perigo público, a autoridade compe- podendo evitá-los, se omitirem;
tente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao pro- XLIV- constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de gru-
prietário indenização ulterior, se houver dano; pos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o
XXVI- a pequena propriedade rural, assim definida em lei, des- Estado Democrático;
de que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para XLV- nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, dis- a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de
pondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento; bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdei- XLVI- a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre
ros pelo tempo que a lei fixar; outras, as seguintes:
XXVIII- são assegurados, nos termos da lei: a) privação ou restrição de liberdade;
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e b) perda de bens;
à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades c) multa;
desportivas; d) prestação social alternativa;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das e) suspensão ou interdição de direitos;
obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intér- XLVII- não haverá penas:
pretes e às respectivas representações sindicais e associativas; a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do
artigo 84, XIX;
XXIX- a lei assegurará aos autores de inventos industriais privi-
b) de caráter perpétuo;
légio temporário para sua utilização, bem como às criações indus-
c) de trabalhos forçados;
triais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros
d) de banimento;
signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvi-
e) cruéis;
mento tecnológico e econômico do País;
XLVIII- a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de
XXX- é garantido o direito de herança;
acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XXXI- a sucessão de bens de estrangeiros situados no País será
XLIX- é assegurado aos presos o respeito à integridade física e
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos
moral;
brasileiros, sempre que não lhes seja mais favorável à lei pessoal L- às presidiárias serão asseguradas condições para que pos-
do de cujus; sam permanecer com seus filhos durante o período de amamenta-
XXXII- o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do con- ção;
sumidor; LI- nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado,
XXXIII- todos têm direito a receber dos órgãos públicos informa- em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
ções de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e dro-
que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, gas afins, na forma da lei;
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da LII- não será concedida extradição de estrangeiro por crime po-
sociedade e do Estado; lítico ou de opinião;
XXXIV- são a todos assegurados, independentemente do paga- LIII- ninguém será processado nem sentenciado senão por au-
mento de taxas: toridade competente;
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direi- LIV- ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o
tos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; devido processo legal;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa LV- aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
XXXV- a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão com os meios e recursos a ela inerentes;
ou ameaça a direito; LVI- são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios
XXXVI- a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico ilícitos;
perfeito e a coisa julgada; LVII- ninguém será considerado culpado até o trânsito em julga-
XXXVII- não haverá juízo ou tribunal de exceção; do da sentença penal condenatória;
XXXVIII- é reconhecida a instituição do júri, com a organização LVIII- o civilmente identificado não será submetido à identifica-
que lhe der a lei, assegurados: ção criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei;
a) a plenitude da defesa; LIX- será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se
b) o sigilo das votações; esta não for intentada no prazo legal;
c) a soberania dos veredictos; LX- a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;
a vida;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
LXI- ninguém será preso senão em flagrante delito ou por or- §1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamen-
dem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, tais têm aplicação imediata.
salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente mi- §2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não ex-
litar, definidos em lei; cluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adota-
LXII- a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre dos, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa
serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do Brasil seja parte.
ou à pessoa por ele indicada; §3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos hu-
LXIII- o preso será informado de seus direitos, entre os quais o manos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional,
de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da famí- em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos
lia e de advogado; §4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Interna-
LXIV- o preso tem direito a identificação dos responsáveis por cional a cuja criação tenha manifestado adesão.
sua prisão ou por seu interrogatório policial;
LXV- a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autori- O tratado foi equiparado no ordenamento jurídico brasileiro às
dade judiciária; leis ordinárias. Em que pese tenha adquirido este caráter, o men-
LXVI- ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a cionado tratado diz respeito a direitos humanos, porém não possui
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; característica de emenda constitucional, pois entrou em vigor em
LXVII- não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável nosso ordenamento jurídico antes da edição da Emenda Constitu-
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimen- cional nº 45/04. Para que tal tratado seja equiparado às emendas
tícia e a do depositário infiel; constitucionais deverá passar pelo mesmo rito de aprovação destas.
LXVIII- conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer
ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberda- Referências Bibliográficas:
de de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder; DUTRA, Luciano. Direito Constitucional Essencial. Série Provas e
LXIX- conceder-se-á mandado de segurança para proteger di- Concursos. 2ª edição – Rio de Janeiro: Elsevier.
reito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri- CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA, (CAP. XXIII “DO NE-
buições de Poder Público; GRO” E CAPÍTULO XXIV – “DO ÍNDIO”)
LXX- o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legal- CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DA BAHIA DE 05 OUTUBRO DE
mente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em 1989
defesa dos interesses de seus membros ou associados;
LXXI- conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta PREÂMBULO
de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e Nós, Deputados Estaduais Constituintes, investidos no pleno
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à naciona- exercício dos poderes conferidos pela Constituição da República Fe-
lidade, à soberania e à cidadania; derativa do Brasil, sob a proteção de Deus e com o apoio do povo
LXXII- conceder-se-á habeas data: baiano, unidos indissoluvelmente pelos mais elevados propósitos
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à de preservar o Estado de Direito, o culto perene à liberdade e a
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados igualdade de todos perante a lei, intransigentes no combate a toda
de entidades governamentais ou de caráter público; forma de opressão, preconceito, exploração do homem pelo ho-
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo mem e velando pela Paz e Justiça sociais, promulgamos a Constitui-
por processo sigiloso, judicial ou administrativo; ção do Estado da Bahia.
LXXIII- qualquer cidadão é parte legítima para propor ação
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de TÍTULO VI
entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, DA ORDEM ECONÔMICA E SOCIAL
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o CAPÍTULO XXIII
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus DO NEGRO
da sucumbência;
LXXIV- o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita Art. 286 - A sociedade baiana é cultural e historicamente mar-
aos que comprovarem insuficiência de recursos; cada pela presença da comunidade afro-brasileira, constituindo
LXXV- o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, as- a prática do racismo crime inafiançável e imprescritível, sujeito a
sim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; pena de reclusão, nos termos da Constituição Federal.
LXXVI- são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na for- Art. 287 - Com países que mantiverem política oficial de discri-
ma da lei: minação racial, o Estado não poderá:
a) o registro civil de nascimento; I - admitir participação, ainda que indireta, através de empre-
b) a certidão de óbito. sas neles sediadas, em qualquer processo licitatório da Administra-
LXXVII- são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data ção Pública direta ou indireta;
e, na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania; II - manter intercâmbio cultural ou desportivo, através de dele-
LXXVIII- a todos, no âmbito judicial e administrativo, são asse- gações oficiais.
gurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a Art. 288 - A rede estadual de ensino e os cursos de formação
celeridade de sua tramitação. e aperfeiçoamento do servidor público civil e militar incluirão em
LXXIX - é assegurado, nos termos da lei, o direito à proteção dos seus programas disciplina que valorize a participação do negro na
dados pessoais, inclusive nos meios digitais. (Incluído pela Emenda formação histórica da sociedade brasileira.
Constitucional nº 115, de 2022)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 289 - Sempre que for veiculada publicidade estadual com ANEXO LXXII
mais de duas pessoas, será assegurada a inclusão de uma da raça CONVENÇÃO Nº 169 DA OIT SOBRE POVOS INDÍGENAS E TRI-
negra. BAIS
Art. 290 - O dia 20 de novembro será considerado, no calendá-
rio oficial, como Dia da Consciência Negra. A Conferência Geral da Organização Internacional do Trabalho,
Convocada em Genebra pelo Conselho Administrativo da Re-
CAPÍTULO XXIV partição Internacional do Trabalho e tendo ali se reunido a 7 de ju-
DO ÍNDIO nho de 1989, em sua septuagésima sexta sessão;
Observando as normas internacionais enunciadas na Conven-
Art. 291 - É dever do Estado colaborar com a União em benefí- ção e na Recomendação sobre populações indígenas e tribais, 1957;
cio dos índios sendo-lhe vedada qualquer ação, omissão ou dilação Lembrando os termos da Declaração Universal dos Direitos Hu-
que possa resultar em detrimento de seus direitos originários. manos, do Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e
§ 1º - O Estado preservará, na forma da lei, os recursos naturais Culturais, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e dos
situados fora das terras indígenas, cuja deterioração ou destruição numerosos instrumentos internacionais sobre a prevenção da dis-
possa prejudicar o ecossistema e a sobrevivência biológica, social e criminação;
cultural dos índios. Considerando que a evolução do direito internacional desde
§ 2º - Aos povos indígenas que ocupam terras escassas em re- 1957 e as mudanças sobrevindas na situação dos povos indígenas e
cursos hídricos é assegurado, sem ônus, o acesso à água. tribais em todas as regiões do mundo fazem com que seja aconse-
§ 3º - Será incluído no currículo das escolas públicas e privadas, lhável adotar novas normas internacionais nesse assunto, a fim de
de 1º e 2º graus, o estudo da cultura e história do Índio. se eliminar a orientação para a assimilação das normas anteriores;
§ 4º - Lei instituirá, junto aos poderes Legislativo e Executivo, Reconhecendo as aspirações desses povos a assumir o controle
canais permanentes de comunicação com as lideranças legítimas, de suas próprias instituições e formas de vida e seu desenvolvimen-
livremente emanadas dos povos e das organizações indígenas, que to econômico, e manter e fortalecer suas identidades, línguas e re-
facultem a manifestação da sua vontade política perante o Estado; ligiões, dentro do âmbito dos Estados onde moram;
§ 5º - Para efeito do parágrafo anterior, a legitimidade das li- Observando que em diversas partes do mundo esses povos não
deranças indígenas, em obediência às normas da Constituição Fe- podem gozar dos direitos humanos fundamentais no mesmo grau
deral, deriva única e exlusivamente de sua emergência e indicação, que o restante da população dos Estados onde moram e que suas
nos termos da organização e da cultura das coletividades a que per- leis, valores, costumes e perspectivas têm sofrido erosão frequen-
tencem. temente;
§ 6º - O Estado facilitará a relocação de posseiros não-índios Lembrando a particular contribuição dos povos indígenas e tri-
em suas terras devolutas, quando a União os retirar das terras indí- bais à diversidade cultural, à harmonia social e ecológica da huma-
genas que ocupem ilegalmente. nidade e à cooperação e compreensão internacionais;
§ 7º - Serão beneficiados, pelo disposto no parágrafo anterior, Observando que as disposições a seguir foram estabelecidas
os posseiros não-índios qualificáveis para receber área de terra do com a colaboração das Nações Unidas, da Organização das Nações
processo de reforma agrária. Unidas para a Agricultura e a Alimentação, da Organização das Na-
§ 8º - A relocação, prevista no §6º, destinará aos posseiros reti- ções Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura e da Organização
rados terras qualitativa e quantitativamente equivalentes ou supe- Mundial da Saúde, bem como do Instituto Indigenista Interameri-
riores às que tenham desocupado. cano, nos níveis apropriados e nas suas respectivas esferas, e que
existe o propósito de continuar essa colaboração a fim de promover
e assegurar a aplicação destas disposições;
CONVENÇÃO 169 DA ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO Após ter decidido adotar diversas propostas sobre a revisão
TRABALHO SOBRE POVOS INDÍGENAS E TRIBAIS (PREÂM- parcial da Convenção sobre populações Indígenas e Tribais, 1957
BULO E PARTE I DO DECRETO FEDERAL Nº.5.051/2004), (n.º 107), o assunto que constitui o quarto item da agenda da ses-
CONSOLIDADO PELO DECRETO Nº 10.088, DE 5 DE NO- são, e
VEMBRO DE 2019 Após ter decidido que essas propostas deveriam tomar a for-
ma de uma Convenção Internacional que revise a Convenção Sobre
Populações Indígenas e Tribais, 1957, adota, neste vigésimo sétimo
DECRETO Nº 5.051, DE 19 DE ABRIL DE 2004 dia de junho de mil novecentos e oitenta e nove, a seguinte Con-
(Revogado pelo Decreto nº 10.088, de 2019 venção, que será denominada Convenção Sobre os Povos Indígenas
e Tribais, 1989:

DECRETO Nº 10.088, DE 5 DE NOVEMBRO DE 2019 PARTE 1


POLÍTICA GERAL
Consolida atos normativos editados pelo Poder Executivo Fe-
deral que dispõem sobre a promulgação de convenções e reco- Artigo 1º
mendações da Organização Internacional do Trabalho - OIT ratifi- 1. A presente convenção aplica-se:
cadas pela República Federativa do Brasil. a) aos povos tribais em países independentes, cujas condições
sociais, culturais e econômicas os distingam de outros setores da
(...) coletividade nacional, e que estejam regidos, total ou parcialmente,
por seus próprios costumes ou tradições ou por legislação especial;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
b) aos povos em países independentes, considerados indígenas c) deverão ser adotadas, com a participação e cooperação dos
pelo fato de descenderem de populações que habitavam o país ou povos interessados, medidas voltadas a aliviar as dificuldades que
uma região geográfica pertencente ao país na época da conquista esses povos experimentam ao enfrentarem novas condições de
ou da colonização ou do estabelecimento das atuais fronteiras es- vida e de trabalho.
tatais e que, seja qual for sua situação jurídica, conservam todas as
suas próprias instituições sociais, econômicas, culturais e políticas, Artigo 6º
ou parte delas. 1. Ao aplicar as disposições da presente Convenção, os gover-
2. A consciência de sua identidade indígena ou tribal deverá ser nos deverão:
considerada como critério fundamental para determinar os grupos a) consultar os povos interessados, mediante procedimentos
aos que se aplicam as disposições da presente Convenção. apropriados e, particularmente, através de suas instituições repre-
3. A utilização do termo “povos” na presente Convenção não sentativas, cada vez que sejam previstas medidas legislativas ou ad-
deverá ser interpretada no sentido de ter implicação alguma no que ministrativas suscetíveis de afetá-los diretamente;
se refere aos direitos que possam ser conferidos a esse termo no b) estabelecer os meios através dos quais os povos interessa-
direito internacional. dos possam participar livremente, pelo menos na mesma medida
que outros setores da população e em todos os níveis, na adoção
Artigo 2º de decisões em instituições efetivas ou organismos administrativos
1. Os governos deverão assumir a responsabilidade de desen- e de outra natureza responsáveis pelas políticas e programas que
volver, com a participação dos povos interessados, uma ação coor- lhes sejam concernentes;
denada e sistemática com vistas a proteger os direitos desses povos c) estabelecer os meios para o pleno desenvolvimento das ins-
e a garantir o respeito pela sua integridade. tituições e iniciativas dos povos e, nos casos apropriados, fornecer
2. Essa ação deverá incluir medidas: os recursos necessários para esse fim.
a) que assegurem aos membros desses povos o gozo, em con- 2. As consultas realizadas na aplicação desta Convenção deve-
dições de igualdade, dos direitos e oportunidades que a legislação rão ser efetuadas com boa fé e de maneira apropriada às circuns-
nacional outorga aos demais membros da população; tâncias, com o objetivo de se chegar a um acordo e conseguir o
b) que promovam a plena efetividade dos direitos sociais, eco- consentimento acerca das medidas propostas.
nômicos e culturais desses povos, respeitando a sua identidade so-
cial e cultural, os seus costumes e tradições, e as suas instituições; Artigo 7º
c) que ajudem os membros dos povos interessados a eliminar 1. Os povos interessados deverão ter o direito de escolher suas,
as diferenças sócio - econômicas que possam existir entre os mem- próprias prioridades no que diz respeito ao processo de desenvol-
bros indígenas e os demais membros da comunidade nacional, de vimento, na medida em que ele afete as suas vidas, crenças, insti-
maneira compatível com suas aspirações e formas de vida. tuições e bem-estar espiritual, bem como as terras que ocupam ou
utilizam de alguma forma, e de controlar, na medida do possível,
Artigo 3º o seu próprio desenvolvimento econômico, social e cultural. Além
1. Os povos indígenas e tribais deverão gozar plenamente dos disso, esses povos deverão participar da formulação, aplicação e
direitos humanos e liberdades fundamentais, sem obstáculos nem avaliação dos planos e programas de desenvolvimento nacional e
discriminação. As disposições desta Convenção serão aplicadas sem regional suscetíveis de afetá-los diretamente.
discriminação aos homens e mulheres desses povos. 2. A melhoria das condições de vida e de trabalho e do nível de
2. Não deverá ser empregada nenhuma forma de força ou de saúde e educação dos povos interessados, com a sua participação e
coerção que viole os direitos humanos e as liberdades fundamen- cooperação, deverá ser prioritária nos planos de desenvolvimento
tais dos povos interessados, inclusive os direitos contidos na pre- econômico global das regiões onde eles moram. Os projetos espe-
sente Convenção. ciais de desenvolvimento para essas regiões também deverão ser
elaborados de forma a promoverem essa melhoria.
Artigo 4º 3. Os governos deverão zelar para que, sempre que for possí-
1. Deverão ser adotadas as medidas especiais que sejam ne- vel, sejam efetuados estudos junto aos povos interessados com o
cessárias para salvaguardar as pessoas, as instituições, os bens, as objetivo de se avaliar a incidência social, espiritual e cultural e sobre
culturas e o meio ambiente dos povos interessados. o meio ambiente que as atividades de desenvolvimento, previstas,
2. Tais medidas especiais não deverão ser contrárias aos dese- possam ter sobre esses povos. Os resultados desses estudos deve-
jos expressos livremente pelos povos interessados. rão ser considerados como critérios fundamentais para a execução
3. O gozo sem discriminação dos direitos gerais da cidadania das atividades mencionadas.
não deverá sofrer nenhuma deterioração como consequência des- 4. Os governos deverão adotar medidas em cooperação com os
sas medidas especiais. povos interessados para proteger e preservar o meio ambiente dos
territórios que eles habitam.
Artigo 5º
Ao se aplicar as disposições da presente Convenção: Artigo 8º
a) deverão ser reconhecidos e protegidos os valores e práticas 1. Ao aplicar a legislação nacional aos povos interessados deve-
sociais, culturais religiosos e espirituais próprios dos povos men- rão ser levados na devida consideração seus costumes ou seu direi-
cionados e dever-se-á levar na devida consideração a natureza dos to consuetudinário.
problemas que lhes sejam apresentados, tanto coletiva como indi- 2. Esses povos deverão ter o direito de conservar seus costu-
vidualmente; mes e instituições próprias, desde que eles não sejam incompatí-
b) deverá ser respeitada a integridade dos valores, práticas e veis com os direitos fundamentais definidos pelo sistema jurídico
instituições desses povos; nacional nem com os direitos humanos internacionalmente reco-
nhecidos. Sempre que for necessário, deverão ser estabelecidos
procedimentos para se solucionar os conflitos que possam surgir na
aplicação deste princípio.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
3. A aplicação dos parágrafos 1 e 2 deste Artigo não deverá Parágrafo único. Para efeito deste Estatuto, considera-se:
impedir que os membros desses povos exerçam os direitos reco- I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclu-
nhecidos para todos os cidadãos do país e assumam as obrigações são, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou
correspondentes. origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir
o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições,
Artigo 9º de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos políti-
1. Na medida em que isso for compatível com o sistema jurídico co, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida
nacional e com os direitos humanos internacionalmente reconheci- pública ou privada;
dos, deverão ser respeitados os métodos aos quais os povos inte- II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferen-
ressados recorrem tradicionalmente para a repressão dos delitos ciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas
cometidos pelos seus membros. esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou
2. As autoridades e os tribunais solicitados para se pronuncia- origem nacional ou étnica;
rem sobre questões penais deverão levar em conta os costumes dos III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no
povos mencionados a respeito do assunto. âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres
negras e os demais segmentos sociais;
Artigo 10 IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autode-
1. Quando sanções penais sejam impostas pela legislação geral claram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela
a membros dos povos mencionados, deverão ser levadas em conta Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou
as suas características econômicas, sociais e culturais. que adotam autodefinição análoga;
2. Dever-se-á dar preferência a tipos de punição outros que o V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adota-
encarceramento. dos pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais;
VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais ado-
Artigo 11 tados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das de-
A lei deverá proibir a imposição, a membros dos povos inte- sigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportuni-
ressados, de serviços pessoais obrigatórios de qualquer natureza, dades.
remunerados ou não, exceto nos casos previstos pela lei para todos Art. 2o É dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade
os cidadãos. de oportunidades, reconhecendo a todo cidadão brasileiro, inde-
pendentemente da etnia ou da cor da pele, o direito à participação
Artigo 12 na comunidade, especialmente nas atividades políticas, econômi-
Os povos interessados deverão ter proteção contra a violação
cas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, defendendo
de seus direitos, e poder iniciar procedimentos legais, seja pesso-
sua dignidade e seus valores religiosos e culturais.
almente, seja mediante os seus organismos representativos, para
Art. 3o Além das normas constitucionais relativas aos prin-
assegurar o respeito efetivo desses direitos. Deverão ser adota-
cípios fundamentais, aos direitos e garantias fundamentais e aos
das medidas para garantir que os membros desses povos possam
direitos sociais, econômicos e culturais, o Estatuto da Igualdade
compreender e se fazer compreender em procedimentos legais,
Racial adota como diretriz político-jurídica a inclusão das vítimas
facilitando para eles, se for necessário, intérpretes ou outros meios
de desigualdade étnico-racial, a valorização da igualdade étnica e o
eficazes.
fortalecimento da identidade nacional brasileira.
( )
Art. 4o A participação da população negra, em condição de
igualdade de oportunidade, na vida econômica, social, política e
LEI FEDERAL N° 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010 (ESTATUTO cultural do País será promovida, prioritariamente, por meio de:
DA IGUALDADE RACIAL) I - inclusão nas políticas públicas de desenvolvimento econô-
mico e social;
II - adoção de medidas, programas e políticas de ação afirma-
LEI Nº 12.288, DE 20 DE JULHO DE 2010 tiva;
III - modificação das estruturas institucionais do Estado para o
Institui o Estatuto da Igualdade Racial; altera as Leis nos 7.716, adequado enfrentamento e a superação das desigualdades étnicas
de 5 de janeiro de 1989, 9.029, de 13 de abril de 1995, 7.347, de 24 decorrentes do preconceito e da discriminação étnica;
de julho de 1985, e 10.778, de 24 de novembro de 2003. IV - promoção de ajustes normativos para aperfeiçoar o com-
bate à discriminação étnica e às desigualdades étnicas em todas as
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- suas manifestações individuais, institucionais e estruturais;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: V - eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais e insti-
tucionais que impedem a representação da diversidade étnica nas
TÍTULO I esferas pública e privada;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES VI - estímulo, apoio e fortalecimento de iniciativas oriundas da
sociedade civil direcionadas à promoção da igualdade de oportuni-
Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, desti- dades e ao combate às desigualdades étnicas, inclusive mediante
nado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de a implementação de incentivos e critérios de condicionamento e
oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos prioridade no acesso aos recursos públicos;
e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de into- VII - implementação de programas de ação afirmativa destina-
lerância étnica. dos ao enfrentamento das desigualdades étnicas no tocante à edu-
cação, cultura, esporte e lazer, saúde, segurança, trabalho, moradia,
meios de comunicação de massa, financiamentos públicos, acesso à
terra, à Justiça, e outros.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Parágrafo único. Os programas de ação afirmativa constituir-se- CAPÍTULO II
-ão em políticas públicas destinadas a reparar as distorções e desi- DO DIREITO À EDUCAÇÃO, À CULTURA,
gualdades sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas AO ESPORTE E AO LAZER
esferas pública e privada, durante o processo de formação social SEÇÃO I
do País. DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5o Para a consecução dos objetivos desta Lei, é instituído
o Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir), con- Art. 9o A população negra tem direito a participar de atividades
forme estabelecido no Título III. educacionais, culturais, esportivas e de lazer adequadas a seus inte-
resses e condições, de modo a contribuir para o patrimônio cultural
TÍTULO II de sua comunidade e da sociedade brasileira.
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS Art. 10. Para o cumprimento do disposto no art. 9o, os gover-
CAPÍTULO I nos federal, estaduais, distrital e municipais adotarão as seguintes
DO DIREITO À SAÚDE providências:
I - promoção de ações para viabilizar e ampliar o acesso da po-
Art. 6o O direito à saúde da população negra será garantido pulação negra ao ensino gratuito e às atividades esportivas e de
pelo poder público mediante políticas universais, sociais e econômi- lazer;
cas destinadas à redução do risco de doenças e de outros agravos. II - apoio à iniciativa de entidades que mantenham espaço para
§ 1o O acesso universal e igualitário ao Sistema Único de Saúde promoção social e cultural da população negra;
(SUS) para promoção, proteção e recuperação da saúde da popu- III - desenvolvimento de campanhas educativas, inclusive nas
lação negra será de responsabilidade dos órgãos e instituições pú- escolas, para que a solidariedade aos membros da população negra
blicas federais, estaduais, distritais e municipais, da administração faça parte da cultura de toda a sociedade;
direta e indireta. IV - implementação de políticas públicas para o fortalecimento
§ 2o O poder público garantirá que o segmento da população da juventude negra brasileira.
negra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado sem
discriminação. SEÇÃO II
Art. 7o O conjunto de ações de saúde voltadas à população DA EDUCAÇÃO
negra constitui a Política Nacional de Saúde Integral da População
Negra, organizada de acordo com as diretrizes abaixo especificadas: Art. 11. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de en-
I - ampliação e fortalecimento da participação de lideranças sino médio, públicos e privados, é obrigatório o estudo da história
dos movimentos sociais em defesa da saúde da população negra geral da África e da história da população negra no Brasil, observa-
nas instâncias de participação e controle social do SUS; do o disposto na Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
II - produção de conhecimento científico e tecnológico em saú- § 1o Os conteúdos referentes à história da população negra no
de da população negra; Brasil serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, res-
III - desenvolvimento de processos de informação, comunica- gatando sua contribuição decisiva para o desenvolvimento social,
ção e educação para contribuir com a redução das vulnerabilidades econômico, político e cultural do País.
da população negra. § 2o O órgão competente do Poder Executivo fomentará a for-
Art. 8o Constituem objetivos da Política Nacional de Saúde In- mação inicial e continuada de professores e a elaboração de mate-
tegral da População Negra: rial didático específico para o cumprimento do disposto no caput
I - a promoção da saúde integral da população negra, priorizan- deste artigo.
do a redução das desigualdades étnicas e o combate à discrimina- § 3o Nas datas comemorativas de caráter cívico, os órgãos res-
ção nas instituições e serviços do SUS; ponsáveis pela educação incentivarão a participação de intelectuais
II - a melhoria da qualidade dos sistemas de informação do SUS e representantes do movimento negro para debater com os estu-
no que tange à coleta, ao processamento e à análise dos dados de- dantes suas vivências relativas ao tema em comemoração.
sagregados por cor, etnia e gênero; Art. 12. Os órgãos federais, distritais e estaduais de fomento à
III - o fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racis- pesquisa e à pós-graduação poderão criar incentivos a pesquisas e a
mo e saúde da população negra; programas de estudo voltados para temas referentes às relações ét-
IV - a inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos nicas, aos quilombos e às questões pertinentes à população negra.
processos de formação e educação permanente dos trabalhadores Art. 13. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos com-
da saúde; petentes, incentivará as instituições de ensino superior públicas e
V - a inclusão da temática saúde da população negra nos pro- privadas, sem prejuízo da legislação em vigor, a:
cessos de formação política das lideranças de movimentos sociais I - resguardar os princípios da ética em pesquisa e apoiar gru-
para o exercício da participação e controle social no SUS. pos, núcleos e centros de pesquisa, nos diversos programas de pós-
Parágrafo único. Os moradores das comunidades de remanes- -graduação que desenvolvam temáticas de interesse da população
centes de quilombos serão beneficiários de incentivos específicos negra;
para a garantia do direito à saúde, incluindo melhorias nas condi- II - incorporar nas matrizes curriculares dos cursos de formação
ções ambientais, no saneamento básico, na segurança alimentar e de professores temas que incluam valores concernentes à pluralida-
nutricional e na atenção integral à saúde. de étnica e cultural da sociedade brasileira;
III - desenvolver programas de extensão universitária destina-
dos a aproximar jovens negros de tecnologias avançadas, assegu-
rado o princípio da proporcionalidade de gênero entre os benefi-
ciários;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
IV - estabelecer programas de cooperação técnica, nos esta- CAPÍTULO III
belecimentos de ensino públicos, privados e comunitários, com as DO DIREITO À LIBERDADE DE CONSCIÊNCIA E DE CRENÇA E
escolas de educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e AO LIVRE EXERCÍCIO DOS CULTOS RELIGIOSOS
ensino técnico, para a formação docente baseada em princípios de
equidade, de tolerância e de respeito às diferenças étnicas. Art. 23. É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sen-
Art. 14. O poder público estimulará e apoiará ações socioedu- do assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na
cacionais realizadas por entidades do movimento negro que desen- forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
volvam atividades voltadas para a inclusão social, mediante coope- Art. 24. O direito à liberdade de consciência e de crença e ao
ração técnica, intercâmbios, convênios e incentivos, entre outros livre exercício dos cultos religiosos de matriz africana compreende:
mecanismos. I - a prática de cultos, a celebração de reuniões relacionadas à
Art. 15. O poder público adotará programas de ação afirmativa. religiosidade e a fundação e manutenção, por iniciativa privada, de
Art. 16. O Poder Executivo federal, por meio dos órgãos res- lugares reservados para tais fins;
ponsáveis pelas políticas de promoção da igualdade e de educação, II - a celebração de festividades e cerimônias de acordo com
acompanhará e avaliará os programas de que trata esta Seção. preceitos das respectivas religiões;
III - a fundação e a manutenção, por iniciativa privada, de ins-
SEÇÃO III tituições beneficentes ligadas às respectivas convicções religiosas;
DA CULTURA IV - a produção, a comercialização, a aquisição e o uso de ar-
tigos e materiais religiosos adequados aos costumes e às práticas
Art. 17. O poder público garantirá o reconhecimento das so- fundadas na respectiva religiosidade, ressalvadas as condutas veda-
ciedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva das por legislação específica;
da população negra, com trajetória histórica comprovada, como V - a produção e a divulgação de publicações relacionadas ao
patrimônio histórico e cultural, nos termos dos arts. 215 e 216 da exercício e à difusão das religiões de matriz africana;
Constituição Federal. VI - a coleta de contribuições financeiras de pessoas naturais
Art. 18. É assegurado aos remanescentes das comunidades dos e jurídicas de natureza privada para a manutenção das atividades
quilombos o direito à preservação de seus usos, costumes, tradi- religiosas e sociais das respectivas religiões;
ções e manifestos religiosos, sob a proteção do Estado. VII - o acesso aos órgãos e aos meios de comunicação para di-
Parágrafo único. A preservação dos documentos e dos sítios vulgação das respectivas religiões;
detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, VIII - a comunicação ao Ministério Público para abertura de
tombados nos termos do § 5o do art. 216 da Constituição Federal, ação penal em face de atitudes e práticas de intolerância religiosa
receberá especial atenção do poder público. nos meios de comunicação e em quaisquer outros locais.
Art. 19. O poder público incentivará a celebração das perso- Art. 25. É assegurada a assistência religiosa aos praticantes de
nalidades e das datas comemorativas relacionadas à trajetória do religiões de matrizes africanas internados em hospitais ou em ou-
samba e de outras manifestações culturais de matriz africana, bem tras instituições de internação coletiva, inclusive àqueles submeti-
como sua comemoração nas instituições de ensino públicas e pri- dos a pena privativa de liberdade.
vadas. Art. 26. O poder público adotará as medidas necessárias para
Art. 20. O poder público garantirá o registro e a proteção da
o combate à intolerância com as religiões de matrizes africanas e
capoeira, em todas as suas modalidades, como bem de natureza
à discriminação de seus seguidores, especialmente com o objetivo
imaterial e de formação da identidade cultural brasileira, nos ter-
de:
mos do art. 216 da Constituição Federal.
I - coibir a utilização dos meios de comunicação social para a
Parágrafo único. O poder público buscará garantir, por meio
difusão de proposições, imagens ou abordagens que exponham
dos atos normativos necessários, a preservação dos elementos for-
pessoa ou grupo ao ódio ou ao desprezo por motivos fundados na
madores tradicionais da capoeira nas suas relações internacionais.
religiosidade de matrizes africanas;
II - inventariar, restaurar e proteger os documentos, obras e
SEÇÃO IV
DO ESPORTE E LAZER outros bens de valor artístico e cultural, os monumentos, manan-
ciais, flora e sítios arqueológicos vinculados às religiões de matrizes
Art. 21. O poder público fomentará o pleno acesso da popula- africanas;
ção negra às práticas desportivas, consolidando o esporte e o lazer III - assegurar a participação proporcional de representantes
como direitos sociais. das religiões de matrizes africanas, ao lado da representação das
Art. 22. A capoeira é reconhecida como desporto de criação demais religiões, em comissões, conselhos, órgãos e outras instân-
nacional, nos termos do art. 217 da Constituição Federal. cias de deliberação vinculadas ao poder público.
§ 1o A atividade de capoeirista será reconhecida em todas as
modalidades em que a capoeira se manifesta, seja como esporte, CAPÍTULO IV
luta, dança ou música, sendo livre o exercício em todo o território DO ACESSO À TERRA E À MORADIA ADEQUADA
nacional. SEÇÃO I
§ 2o É facultado o ensino da capoeira nas instituições públicas DO ACESSO À TERRA
e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e for-
malmente reconhecidos. Art. 27. O poder público elaborará e implementará políticas pú-
blicas capazes de promover o acesso da população negra à terra e
às atividades produtivas no campo.
Art. 28. Para incentivar o desenvolvimento das atividades pro-
dutivas da população negra no campo, o poder público promoverá
ações para viabilizar e ampliar o seu acesso ao financiamento agrí-
cola.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 29. Serão assegurados à população negra a assistência téc- III - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con-
nica rural, a simplificação do acesso ao crédito agrícola e o forta- venção no 111, de 1958, da Organização Internacional do Trabalho
lecimento da infraestrutura de logística para a comercialização da (OIT), que trata da discriminação no emprego e na profissão;
produção. IV - os demais compromissos formalmente assumidos pelo Bra-
Art. 30. O poder público promoverá a educação e a orientação sil perante a comunidade internacional.
profissional agrícola para os trabalhadores negros e as comunida- Art. 39. O poder público promoverá ações que assegurem a
des negras rurais. igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a popu-
Art. 31. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos lação negra, inclusive mediante a implementação de medidas visan-
que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade de- do à promoção da igualdade nas contratações do setor público e o
finitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. incentivo à adoção de medidas similares nas empresas e organiza-
Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá po- ções privadas.
líticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentá- § 1o A igualdade de oportunidades será lograda mediante a
vel dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitan- adoção de políticas e programas de formação profissional, de em-
do as tradições de proteção ambiental das comunidades. prego e de geração de renda voltados para a população negra.
Art. 33. Para fins de política agrícola, os remanescentes das co- § 2o As ações visando a promover a igualdade de oportunida-
munidades dos quilombos receberão dos órgãos competentes tra- des na esfera da administração pública far-se-ão por meio de nor-
tamento especial diferenciado, assistência técnica e linhas especiais mas estabelecidas ou a serem estabelecidas em legislação específi-
de financiamento público, destinados à realização de suas ativida- ca e em seus regulamentos.
des produtivas e de infraestrutura. § 3o O poder público estimulará, por meio de incentivos, a ado-
Art. 34. Os remanescentes das comunidades dos quilombos se ção de iguais medidas pelo setor privado.
beneficiarão de todas as iniciativas previstas nesta e em outras leis § 4o As ações de que trata o caput deste artigo assegurarão
para a promoção da igualdade étnica. o princípio da proporcionalidade de gênero entre os beneficiários.
§ 5o Será assegurado o acesso ao crédito para a pequena pro-
SEÇÃO II dução, nos meios rural e urbano, com ações afirmativas para mu-
DA MORADIA lheres negras.
§ 6o O poder público promoverá campanhas de sensibilização
Art. 35. O poder público garantirá a implementação de políticas contra a marginalização da mulher negra no trabalho artístico e cul-
públicas para assegurar o direito à moradia adequada da população tural.
negra que vive em favelas, cortiços, áreas urbanas subutilizadas, § 7o O poder público promoverá ações com o objetivo de ele-
degradadas ou em processo de degradação, a fim de reintegrá-las à var a escolaridade e a qualificação profissional nos setores da eco-
dinâmica urbana e promover melhorias no ambiente e na qualidade nomia que contem com alto índice de ocupação por trabalhadores
de vida. negros de baixa escolarização.
Parágrafo único. O direito à moradia adequada, para os efeitos Art. 40. O Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Traba-
desta Lei, inclui não apenas o provimento habitacional, mas tam- lhador (Codefat) formulará políticas, programas e projetos voltados
bém a garantia da infraestrutura urbana e dos equipamentos comu- para a inclusão da população negra no mercado de trabalho e orien-
nitários associados à função habitacional, bem como a assistência tará a destinação de recursos para seu financiamento.
técnica e jurídica para a construção, a reforma ou a regularização Art. 41. As ações de emprego e renda, promovidas por meio de
fundiária da habitação em área urbana. financiamento para constituição e ampliação de pequenas e médias
Art. 36. Os programas, projetos e outras ações governamentais empresas e de programas de geração de renda, contemplarão o es-
realizadas no âmbito do Sistema Nacional de Habitação de Interes- tímulo à promoção de empresários negros.
se Social (SNHIS), regulado pela Lei no 11.124, de 16 de junho de Parágrafo único. O poder público estimulará as atividades vol-
2005, devem considerar as peculiaridades sociais, econômicas e tadas ao turismo étnico com enfoque nos locais, monumentos e ci-
culturais da população negra. dades que retratem a cultura, os usos e os costumes da população
Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios negra.
estimularão e facilitarão a participação de organizações e movimen- Art. 42. O Poder Executivo federal poderá implementar crité-
tos representativos da população negra na composição dos conse- rios para provimento de cargos em comissão e funções de confiança
lhos constituídos para fins de aplicação do Fundo Nacional de Habi- destinados a ampliar a participação de negros, buscando reproduzir
tação de Interesse Social (FNHIS). a estrutura da distribuição étnica nacional ou, quando for o caso,
Art. 37. Os agentes financeiros, públicos ou privados, promove- estadual, observados os dados demográficos oficiais.
rão ações para viabilizar o acesso da população negra aos financia-
mentos habitacionais. CAPÍTULO VI
DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
CAPÍTULO V
DO TRABALHO Art. 43. A produção veiculada pelos órgãos de comunicação va-
lorizará a herança cultural e a participação da população negra na
Art. 38. A implementação de políticas voltadas para a inclusão história do País.
da população negra no mercado de trabalho será de responsabili- Art. 44. Na produção de filmes e programas destinados à vei-
dade do poder público, observando-se: culação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográficas,
I - o instituído neste Estatuto; deverá ser adotada a prática de conferir oportunidades de empre-
II - os compromissos assumidos pelo Brasil ao ratificar a Con- go para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e
venção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Dis- qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou
criminação Racial, de 1965; artística.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Parágrafo único. A exigência disposta no caput não se aplica CAPÍTULO III
aos filmes e programas que abordem especificidades de grupos ét- DA ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA
nicos determinados.
Art. 45. Aplica-se à produção de peças publicitárias destinadas Art. 49. O Poder Executivo federal elaborará plano nacional de
à veiculação pelas emissoras de televisão e em salas cinematográfi- promoção da igualdade racial contendo as metas, princípios e dire-
cas o disposto no art. 44. trizes para a implementação da Política Nacional de Promoção da
Art. 46. Os órgãos e entidades da administração pública federal Igualdade Racial (PNPIR).
direta, autárquica ou fundacional, as empresas públicas e as socie- § 1o A elaboração, implementação, coordenação, avaliação e
dades de economia mista federais deverão incluir cláusulas de par- acompanhamento da PNPIR, bem como a organização, articulação
ticipação de artistas negros nos contratos de realização de filmes, e coordenação do Sinapir, serão efetivados pelo órgão responsável
programas ou quaisquer outras peças de caráter publicitário. pela política de promoção da igualdade étnica em âmbito nacional.
§ 1o Os órgãos e entidades de que trata este artigo incluirão, § 2o É o Poder Executivo federal autorizado a instituir fórum
nas especificações para contratação de serviços de consultoria, intergovernamental de promoção da igualdade étnica, a ser co-
conceituação, produção e realização de filmes, programas ou peças ordenado pelo órgão responsável pelas políticas de promoção da
publicitárias, a obrigatoriedade da prática de iguais oportunidades igualdade étnica, com o objetivo de implementar estratégias que vi-
de emprego para as pessoas relacionadas com o projeto ou serviço sem à incorporação da política nacional de promoção da igualdade
contratado. étnica nas ações governamentais de Estados e Municípios.
§ 2o Entende-se por prática de iguais oportunidades de empre- § 3o As diretrizes das políticas nacional e regional de promoção
go o conjunto de medidas sistemáticas executadas com a finalidade da igualdade étnica serão elaboradas por órgão colegiado que asse-
de garantir a diversidade étnica, de sexo e de idade na equipe vin- gure a participação da sociedade civil.
culada ao projeto ou serviço contratado. Art. 50. Os Poderes Executivos estaduais, distrital e municipais,
§ 3o A autoridade contratante poderá, se considerar necessário no âmbito das respectivas esferas de competência, poderão insti-
para garantir a prática de iguais oportunidades de emprego, reque- tuir conselhos de promoção da igualdade étnica, de caráter perma-
rer auditoria por órgão do poder público federal. nente e consultivo, compostos por igual número de representantes
§ 4o A exigência disposta no caput não se aplica às produções de órgãos e entidades públicas e de organizações da sociedade civil
publicitárias quando abordarem especificidades de grupos étnicos representativas da população negra.
determinados. Parágrafo único. O Poder Executivo priorizará o repasse dos re-
cursos referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei aos
TÍTULO III Estados, Distrito Federal e Municípios que tenham criado conselhos
DO SISTEMA NACIONAL DE PROMOÇÃO de promoção da igualdade étnica.
DA IGUALDADE RACIAL (SINAPIR)
CAPÍTULO I CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÃO PRELIMINAR DAS OUVIDORIAS PERMANENTES E DO ACESSO À JUSTIÇA E
À SEGURANÇA
Art. 47. É instituído o Sistema Nacional de Promoção da Igual-
dade Racial (Sinapir) como forma de organização e de articulação Art. 51. O poder público federal instituirá, na forma da lei e
voltadas à implementação do conjunto de políticas e serviços desti- no âmbito dos Poderes Legislativo e Executivo, Ouvidorias Perma-
nados a superar as desigualdades étnicas existentes no País, presta- nentes em Defesa da Igualdade Racial, para receber e encaminhar
dos pelo poder público federal.
denúncias de preconceito e discriminação com base em etnia ou
§ 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
cor e acompanhar a implementação de medidas para a promoção
participar do Sinapir mediante adesão.
da igualdade.
§ 2o O poder público federal incentivará a sociedade e a inicia-
Art. 52. É assegurado às vítimas de discriminação étnica o aces-
tiva privada a participar do Sinapir.
so aos órgãos de Ouvidoria Permanente, à Defensoria Pública, ao
Ministério Público e ao Poder Judiciário, em todas as suas instân-
CAPÍTULO II
cias, para a garantia do cumprimento de seus direitos.
DOS OBJETIVOS
Parágrafo único. O Estado assegurará atenção às mulheres ne-
Art. 48. São objetivos do Sinapir: gras em situação de violência, garantida a assistência física, psíqui-
I - promover a igualdade étnica e o combate às desigualdades ca, social e jurídica.
sociais resultantes do racismo, inclusive mediante adoção de ações Art. 53. O Estado adotará medidas especiais para coibir a vio-
afirmativas; lência policial incidente sobre a população negra.
II - formular políticas destinadas a combater os fatores de mar- Parágrafo único. O Estado implementará ações de ressocializa-
ginalização e a promover a integração social da população negra; ção e proteção da juventude negra em conflito com a lei e exposta
III - descentralizar a implementação de ações afirmativas pelos a experiências de exclusão social.
governos estaduais, distrital e municipais; Art. 54. O Estado adotará medidas para coibir atos de discrimi-
IV - articular planos, ações e mecanismos voltados à promoção nação e preconceito praticados por servidores públicos em detri-
da igualdade étnica; mento da população negra, observado, no que couber, o disposto
V - garantir a eficácia dos meios e dos instrumentos criados na Lei no 7.716, de 5 de janeiro de 1989.
para a implementação das ações afirmativas e o cumprimento das Art. 55. Para a apreciação judicial das lesões e das ameaças de
metas a serem estabelecidas. lesão aos interesses da população negra decorrentes de situações
de desigualdade étnica, recorrer-se-á, entre outros instrumentos,
à ação civil pública, disciplinada na Lei no 7.347, de 24 de julho de
1985.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
CAPÍTULO V TÍTULO IV
DO FINANCIAMENTO DAS INICIATIVAS DE PROMOÇÃO DA DISPOSIÇÕES FINAIS
IGUALDADE RACIAL
Art. 58. As medidas instituídas nesta Lei não excluem outras
Art. 56. Na implementação dos programas e das ações constan- em prol da população negra que tenham sido ou venham a ser ado-
tes dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deve- tadas no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos
rão ser observadas as políticas de ação afirmativa a que se refere o Municípios.
inciso VII do art. 4o desta Lei e outras políticas públicas que tenham Art. 59. O Poder Executivo federal criará instrumentos para
como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão aferir a eficácia social das medidas previstas nesta Lei e efetuará
social da população negra, especialmente no que tange a: seu monitoramento constante, com a emissão e a divulgação de
I - promoção da igualdade de oportunidades em educação, em- relatórios periódicos, inclusive pela rede mundial de computadores.
prego e moradia; Art. 60. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 7.716, de 1989, passam a
II - financiamento de pesquisas, nas áreas de educação, saúde vigorar com a seguinte redação:
e emprego, voltadas para a melhoria da qualidade de vida da popu- “Art. 3o ........................................................................
lação negra; Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de
III - incentivo à criação de programas e veículos de comunica- discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional,
ção destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interes- obstar a promoção funcional.” (NR)
ses da população negra; “Art. 4o ........................................................................
IV - incentivo à criação e à manutenção de microempresas ad- § 1º Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimina-
ministradas por pessoas autodeclaradas negras; ção de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de des-
V - iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das cendência ou origem nacional ou étnica:
pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe- I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre-
rior; gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores;
VI - apoio a programas e projetos dos governos estaduais, dis- II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar outra
trital e municipais e de entidades da sociedade civil voltados para a forma de benefício profissional;
promoção da igualdade de oportunidades para a população negra; III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no
VII - apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário.
tradições africanas e brasileiras. § 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços
§ 1o O Poder Executivo federal é autorizado a adotar medidas à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra-
que garantam, em cada exercício, a transparência na alocação e na cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento
execução dos recursos necessários ao financiamento das ações pre- de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou
vistas neste Estatuto, explicitando, entre outros, a proporção dos etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên-
recursos orçamentários destinados aos programas de promoção da cias.” (NR)
igualdade, especialmente nas áreas de educação, saúde, emprego Art. 61. Os arts. 3o e 4o da Lei nº 9.029, de 13 de abril de 1995,
e renda, desenvolvimento agrário, habitação popular, desenvolvi- passam a vigorar com a seguinte redação:
mento regional, cultura, esporte e lazer. “Art. 3o Sem prejuízo do prescrito no art. 2o e nos dispositivos
§ 2o Durante os 5 (cinco) primeiros anos, a contar do exercí- legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito de etnia,
raça ou cor, as infrações do disposto nesta Lei são passíveis das se-
cio subsequente à publicação deste Estatuto, os órgãos do Poder
guintes cominações:
Executivo federal que desenvolvem políticas e programas nas áreas
...................................................................................” (NR)
referidas no § 1o deste artigo discriminarão em seus orçamentos
“Art. 4o O rompimento da relação de trabalho por ato discri-
anuais a participação nos programas de ação afirmativa referidos
minatório, nos moldes desta Lei, além do direito à reparação pelo
no inciso VII do art. 4o desta Lei.
dano moral, faculta ao empregado optar entre:
§ 3o O Poder Executivo é autorizado a adotar as medidas ne-
...................................................................................” (NR)
cessárias para a adequada implementação do disposto neste artigo,
Art. 62. O art. 13 da Lei no 7.347, de 1985, passa a vigorar
podendo estabelecer patamares de participação crescente dos pro-
acrescido do seguinte § 2o, renumerando-se o atual parágrafo úni-
gramas de ação afirmativa nos orçamentos anuais a que se refere o co como § 1o:
§ 2o deste artigo. “Art. 13. ........................................................................
§ 4o O órgão colegiado do Poder Executivo federal responsável § 1o ...............................................................................
pela promoção da igualdade racial acompanhará e avaliará a pro- § 2º Havendo acordo ou condenação com fundamento em
gramação das ações referidas neste artigo nas propostas orçamen- dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do dis-
tárias da União. posto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá dire-
Art. 57. Sem prejuízo da destinação de recursos ordinários, po- tamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações
derão ser consignados nos orçamentos fiscal e da seguridade social de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho
para financiamento das ações de que trata o art. 56: Nacional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão
I - transferências voluntárias dos Estados, do Distrito Federal e nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial esta-
dos Municípios; duais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou
II - doações voluntárias de particulares; local, respectivamente.” (NR)
III - doações de empresas privadas e organizações não governa- Art. 63. O § 1o do art. 1o da Lei nº 10.778, de 24 de novembro
mentais, nacionais ou internacionais; de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
IV - doações voluntárias de fundos nacionais ou internacionais; “Art. 1o .......................................................................
V - doações de Estados estrangeiros, por meio de convênios,
tratados e acordos internacionais.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
§ 1º Para os efeitos desta Lei, entende-se por violência contra Art. 5º Recusar ou impedir acesso a estabelecimento comer-
a mulher qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, inclusi- cial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
ve decorrente de discriminação ou desigualdade étnica, que cause Pena: reclusão de um a três anos.
morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de
tanto no âmbito público quanto no privado. aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qual-
...................................................................................” (NR) quer grau.
Art. 64. O § 3o do art. 20 da Lei nº 7.716, de 1989, passa a vigo- Pena: reclusão de três a cinco anos.
rar acrescido do seguinte inciso III: Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de de-
“Art. 20. ...................................................................... zoito anos a pena é agravada de 1/3 (um terço).
............................................................................................. Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel,
§ 3o ............................................................................... pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
............................................................................................. Pena: reclusão de três a cinco anos.
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendimento em restauran-
mação na rede mundial de computadores. tes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.
...................................................................................” (NR)
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 65. Esta Lei entra em vigor 90 (noventa) dias após a data
Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendimento em estabele-
de sua publicação.
cimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos
ao público.
LEI FEDERAL Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989 (DEFINE Pena: reclusão de um a três anos.
OS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO DE RAÇA OU Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendimento em salões de
DE COR) cabeleireiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabe-
lecimento com as mesmas finalidades.
Pena: reclusão de um a três anos.
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989 Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públi-
cos ou residenciais e elevadores ou escada de acesso aos mesmos:
Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transportes públicos, como
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na- aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer ou-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: tro meio de transporte concedido.
Pena: reclusão de um a três anos.
Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em
de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou pro- qualquer ramo das Forças Armadas.
cedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) Pena: reclusão de dois a quatro anos.
Art. 2º (Vetado). Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casa-
Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente ha- mento ou convivência familiar e social.
bilitado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta, bem Pena: reclusão de dois a quatro anos.
como das concessionárias de serviços públicos. Art. 15. (Vetado).
Pena: reclusão de dois a cinco anos. Art. 16. Constitui efeito da condenação a perda do cargo ou
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, por motivo de função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcio-
discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, namento do estabelecimento particular por prazo não superior a
obstar a promoção funcional. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) três meses.
(Vigência) Art. 17. (Vetado).
Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.
Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e 17 desta Lei não
Pena: reclusão de dois a cinco anos.
são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sen-
§ 1o Incorre na mesma pena quem, por motivo de discrimi-
tença.
nação de raça ou de cor ou práticas resultantes do preconceito de
Art. 19. (Vetado).
descendência ou origem nacional ou étnica: (Incluído pela Lei nº
12.288, de 2010) (Vigência) Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon-
I - deixar de conceder os equipamentos necessários ao empre- ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação
gado em igualdade de condições com os demais trabalhadores; (In- dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
cluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência) Pena: reclusão de um a três anos e multa.(Redação dada pela
II - impedir a ascensão funcional do empregado ou obstar ou- Lei nº 9.459, de 15/05/97)
tra forma de benefício profissional; (Incluído pela Lei nº 12.288, de § 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em-
2010) (Vigência) blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz
III - proporcionar ao empregado tratamento diferenciado no suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação
ambiente de trabalho, especialmente quanto ao salário. (Incluído dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência) Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei
§ 2o Ficará sujeito às penas de multa e de prestação de serviços nº 9.459, de 15/05/97)
à comunidade, incluindo atividades de promoção da igualdade ra- § 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por
cial, quem, em anúncios ou qualquer outra forma de recrutamento intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qual-
de trabalhadores, exigir aspectos de aparência próprios de raça ou quer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)
etnia para emprego cujas atividades não justifiquem essas exigên- Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.(Incluído pela Lei
cias. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigência) nº 9.459, de 15/05/97)
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, Art. 2º O art. 140 do Código Penal fica acrescido do seguinte
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in- parágrafo:
quérito policial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela Lei “Art. 140. ...................................................................
nº 9.459, de 15/05/97) ...................................................................................
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos § 3º Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
exemplares do material respectivo;(Incluído pela Lei nº 9.459, de a raça, cor, etnia, religião ou origem:
15/05/97) Pena: reclusão de um a três anos e multa.”
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas, tele- Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
visivas, eletrônicas ou da publicação por qualquer meio; (Redação Art. 4º Revogam-se as disposições em contrário, especialmente
dada pela Lei nº 12.735, de 2012) (Vigência) o art. 1º da Lei nº 8.081, de 21 de setembro de 1990, e a Lei nº
III - a interdição das respectivas mensagens ou páginas de in- 8.882, de 3 de junho de 1994.
formação na rede mundial de computadores. (Incluído pela Lei nº
12.288, de 2010) (Vigência)
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após DECRETO FEDERAL N° 65.810, DE 08 DE DEZEMBRO DE 1969
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen- (CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A ELIMINAÇÃO DE
dido. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97) TODAS AS FORMAS DE DISCRIMINAÇÃO RACIAL)
Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Re-
numerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)
Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado Prezado candidato, o tema supracitado foi abordado na maté-
pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990) ria de “Educação Brasileira - Temas Educacionais E Pedagógicos”.
Não deixe de conferir!
Bons estudos!
LEI FEDERAL N° 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997 (TIPIFICA-
ÇÃO DOS CRIMES RESULTANTES DE PRECONCEITO DE
RAÇA OU DE COR) DECRETO FEDERAL N° 4.377, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002
(CONVENÇÃO SOBRE A ELIMINAÇÃO DE TODAS AS FOR-
MAS DE DISCRIMINAÇÃO CONTRA A MULHER)
LEI Nº 9.459, DE 13 DE MAIO DE 1997

Altera os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, DECRETO Nº 4.377, DE 13 DE SETEMBRO DE 2002
que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor,
e acrescenta parágrafo ao art. 140 do Decreto-lei nº 2.848, de 7 de Promulga a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
dezembro de 1940. de Discriminação contra a Mulher, de 1979, e revoga o Decreto no
89.460, de 20 de março de 1984.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe
confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e
Art. 1º Os arts. 1º e 20 da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, Considerando que o Congresso Nacional aprovou, pelo Decreto
passam a vigorar com a seguinte redação: Legislativo no 93, de 14 de novembro de 1983, a Convenção sobre a
“Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultan- Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher,
tes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou assinada pela República Federativa do Brasil, em Nova York, no dia
procedência nacional.” 31 de março de 1981, com reservas aos seus artigos 15, parágrafo
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou precon- 4o, e 16, parágrafo 1o, alíneas (a), (c), (g) e (h);
ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Considerando que, pelo Decreto Legislativo no 26, de 22 de ju-
Pena: reclusão de um a três anos e multa. nho de 1994, o Congresso Nacional revogou o citado Decreto Legis-
§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, em- lativo no 93, aprovando a Convenção sobre a Eliminação de Todas
blemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz as Formas de Discriminação contra a Mulher, inclusive os citados
suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. artigos 15, parágrafo 4o, e 16, parágrafo 1o , alíneas (a), (c), (g) e (h);
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. Considerando que o Brasil retirou as mencionadas reservas em
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por 20 de dezembro de 1994;
intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qual- Considerando que a Convenção entrou em vigor, para o Brasil,
quer natureza: em 2 de março de 1984, com a reserva facultada em seu art. 29,
Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa. parágrafo 2;
§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar,
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in- DECRETA:
quérito policial, sob pena de desobediência: Art. 1o A Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exem- Discriminação contra a Mulher, de 18 de dezembro de 1979, apensa
plares do material respectivo; por cópia ao presente Decreto, com reserva facultada em seu art.
II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou te- 29, parágrafo 2, será executada e cumprida tão inteiramente como
levisivas. nela se contém.
§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após
o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen-
dido.”

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quais- ocupação estrangeira, à autodeterminação e independência, bem
quer atos que possam resultar em revisão da referida Convenção, como o respeito da soberania nacional e da integridade territorial,
assim como quaisquer ajustes complementares que, nos termos do promoverão o progresso e o desenvolvimento sociais, e, em conse-
art. 49, inciso I, da Constituição, acarretem encargos ou compromis- quência, contribuirão para a realização da plena igualdade entre o
sos gravosos ao patrimônio nacional. homem e a mulher,
Art. 3o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. CONVENCIDOS de que a participação máxima da mulher, em
Art. 4o Fica revogado o Decreto no 89.460, de 20 de março de igualdade de condições com o homem, em todos os campos, é in-
1984. dispensável para o desenvolvimento pleno e completo de um país,
o bem-estar do mundo e a causa da paz,
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discri- TENDO presente a grande contribuição da mulher ao bem-es-
minação contra a Mulher tar da família e ao desenvolvimento da sociedade, até agora não
Os Estados Partes na presente convenção, plenamente reconhecida, a importância social da maternidade e a
CONSIDERANDO que a Carta das Nações Unidas reafirma a fé função dos pais na família e na educação dos filhos, e conscientes
nos direitos fundamentais do homem, na dignidade e no valor da de que o papel da mulher na procriação não deve ser causa de dis-
pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da mulher, criminação mas sim que a educação dos filhos exige a responsabili-
CONSIDERANDO que a Declaração Universal dos Direitos Hu- dade compartilhada entre homens e mulheres e a sociedade como
manos reafirma o princípio da não-discriminação e proclama que um conjunto,
todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e di- RECONHECENDO que para alcançar a plena igualdade entre o
reitos e que toda pessoa pode invocar todos os direitos e liberdades homem e a mulher é necessário modificar o papel tradicional tanto
proclamados nessa Declaração, sem distinção alguma, inclusive de do homem como da mulher na sociedade e na família,
sexo, RESOLVIDOS a aplicar os princípios enunciados na Declaração
CONSIDERANDO que os Estados Partes nas Convenções Inter- sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher e, para isto, a
nacionais sobre Direitos Humanos tem a obrigação de garantir ao adotar as medidas necessárias a fim de suprimir essa discriminação
homem e à mulher a igualdade de gozo de todos os direitos econô- em todas as suas formas e manifestações,
micos, sociais, culturais, civis e políticos, CONCORDARAM no seguinte:
OBSEVANDO as convenções internacionais concluídas sob os
auspícios das Nações Unidas e dos organismos especializados em PARTE I
favor da igualdade de direitos entre o homem e a mulher, Artigo 1°
OBSERVANDO, ainda, as resoluções, declarações e recomen- Para os fins da presente Convenção, a expressão «discrimina-
dações aprovadas pelas Nações Unidas e pelas Agências Especia- ção contra a mulher» significará toda a distinção, exclusão ou res-
lizadas para favorecer a igualdade de direitos entre o homem e a trição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado preju-
mulher, dicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher,
PREOCUPADOS, contudo, com o fato de que, apesar destes di- independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do
homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamen-
versos instrumentos, a mulher continue sendo objeto de grandes
tais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em
discriminações,
qualquer outro campo.
RELEMBRANDO que a discriminação contra a mulher viola os
princípios da igualdade de direitos e do respeito da dignidade hu-
Artigo 2°
mana, dificulta a participação da mulher, nas mesmas condições
Os Estados Partes condenam a discriminação contra a mulher
que o homem, na vida política, social, econômica e cultural de seu
em todas as suas formas, concordam em seguir, por todos os meios
país, constitui um obstáculo ao aumento do bem-estar da socieda-
apropriados e sem dilações, uma política destinada a eliminar a dis-
de e da família e dificulta o pleno desenvolvimento das potenciali-
criminação contra a mulher, e com tal objetivo se comprometem a:
dades da mulher para prestar serviço a seu país e à humanidade, a) Consagrar, se ainda não o tiverem feito, em suas constitui-
PREOCUPADOS com o fato de que, em situações de pobreza, a ções nacionais ou em outra legislação apropriada o princípio da
mulher tem um acesso mínimo à alimentação, à saúde, à educação, igualdade do homem e da mulher e assegurar por lei outros meios
à capacitação e às oportunidades de emprego, assim como à satis- apropriados a realização prática desse princípio;
fação de outras necessidades, b) Adotar medidas adequadas, legislativas e de outro caráter,
CONVENCIDOS de que o estabelecimento da Nova Ordem Eco- com as sanções cabíveis e que proíbam toda discriminação contra
nômica Internacional baseada na equidade e na justiça contribuirá a mulher;
significativamente para a promoção da igualdade entre o homem c) Estabelecer a proteção jurídica dos direitos da mulher numa
e a mulher, base de igualdade com os do homem e garantir, por meio dos tri-
SALIENTANDO que a eliminação do apartheid, de todas as for- bunais nacionais competentes e de outras instituições públicas, a
mas de racismo, discriminação racial, colonialismo, neocolonialis- proteção efetiva da mulher contra todo ato de discriminação;
mo, agressão, ocupação estrangeira e dominação e interferência d) Abster-se de incorrer em todo ato ou prática de discrimina-
nos assuntos internos dos Estados é essencial para o pleno exercício ção contra a mulher e zelar para que as autoridades e instituições
dos direitos do homem e da mulher, públicas atuem em conformidade com esta obrigação;
AFIRMANDO que o fortalecimento da paz e da segurança in- e) Tomar as medidas apropriadas para eliminar a discrimina-
ternacionais, o alívio da tensão internacional, a cooperação mútua ção contra a mulher praticada por qualquer pessoa, organização ou
entre todos os Estados, independentemente de seus sistemas eco- empresa;
nômicos e sociais, o desarmamento geral e completo, e em par- f) Adotar todas as medidas adequadas, inclusive de caráter le-
ticular o desarmamento nuclear sob um estrito e efetivo controle gislativo, para modificar ou derrogar leis, regulamentos, usos e prá-
internacional, a afirmação dos princípios de justiça, igualdade e ticas que constituam discriminação contra a mulher;
proveito mútuo nas relações entre países e a realização do direi- g) Derrogar todas as disposições penais nacionais que constitu-
to dos povos submetidos a dominação colonial e estrangeira e a am discriminação contra a mulher.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Artigo 3° Artigo 9°
Os Estados Partes tomarão, em todas as esferas e, em particu- 1. Os Estados-Partes outorgarão às mulheres direitos iguais aos
lar, nas esferas política, social, econômica e cultural, todas as me- dos homens para adquirir, mudar ou conservar sua nacionalidade.
didas apropriadas, inclusive de caráter legislativo, para assegurar o Garantirão, em particular, que nem o casamento com um estran-
pleno desenvolvimento e progresso da mulher, com o objetivo de geiro, nem a mudança de nacionalidade do marido durante o casa-
garantir-lhe o exercício e gozo dos direitos humanos e liberdades mento, modifiquem automaticamente a nacionalidade da esposa,
fundamentais em igualdade de condições com o homem. convertam-na em apátrida ou a obriguem a adotar a nacionalidade
do cônjuge.
Artigo 4° 2. Os Estados-Partes outorgarão à mulher os mesmos direitos
1. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais de ca- que ao homem no que diz respeito à nacionalidade dos filhos.
ráter temporário destinadas a acelerar a igualdade de fato entre o
homem e a mulher não se considerará discriminação na forma de- PARTE III
finida nesta Convenção, mas de nenhuma maneira implicará, como Artigo 10
consequência, a manutenção de normas desiguais ou separadas; Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas para
essas medidas cessarão quando os objetivos de igualdade de opor- eliminar a discriminação contra a mulher, a fim de assegurar-lhe a
tunidade e tratamento houverem sido alcançados. igualdade de direitos com o homem na esfera da educação e em
2. A adoção pelos Estados-Partes de medidas especiais, inclu- particular para assegurarem condições de igualdade entre homens
sive as contidas na presente Convenção, destinadas a proteger a e mulheres:
maternidade, não se considerará discriminatória. a) As mesmas condições de orientação em matéria de carrei-
ras e capacitação profissional, acesso aos estudos e obtenção de
Artigo 5° diplomas nas instituições de ensino de todas as categorias, tanto
Os Estados-Partes tornarão todas as medidas apropriadas para: em zonas rurais como urbanas; essa igualdade deverá ser assegu-
a) Modificar os padrões socioculturais de conduta de homens rada na educação pré-escolar, geral, técnica e profissional, incluída
e mulheres, com vistas a alcançar a eliminação dos preconceitos e a educação técnica superior, assim como todos os tipos de capaci-
práticas consuetudinárias e de qualquer outra índole que estejam tação profissional;
baseados na ideia da inferioridade ou superioridade de qualquer b) Acesso aos mesmos currículos e mesmos exames, pessoal
docente do mesmo nível profissional, instalações e material escolar
dos sexos ou em funções estereotipadas de homens e mulheres.
da mesma qualidade;
b) Garantir que a educação familiar inclua uma compreensão
c) A eliminação de todo conceito estereotipado dos papéis
adequada da maternidade como função social e o reconhecimento
masculino e feminino em todos os níveis e em todas as formas de
da responsabilidade comum de homens e mulheres no que diz res-
ensino mediante o estímulo à educação mista e a outros tipos de
peito à educação e ao desenvolvimento de seus filhos, entendendo- educação que contribuam para alcançar este objetivo e, em par-
-se que o interesse dos filhos constituirá a consideração primordial ticular, mediante a modificação dos livros e programas escolares e
em todos os casos. adaptação dos métodos de ensino;
d) As mesmas oportunidades para obtenção de bolsas-de-estu-
Artigo 6° do e outras subvenções para estudos;
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas, in- e) As mesmas oportunidades de acesso aos programas de edu-
clusive de caráter legislativo, para suprimir todas as formas de tráfi- cação supletiva, incluídos os programas de alfabetização funcional e
co de mulheres e exploração da prostituição da mulher. de adultos, com vistas a reduzir, com a maior brevidade possível, a
diferença de conhecimentos existentes entre o homem e a mulher;
PARTE II f) A redução da taxa de abandono feminino dos estudos e a
Artigo 7° organização de programas para aquelas jovens e mulheres que te-
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas para nham deixado os estudos prematuramente;
eliminar a discriminação contra a mulher na vida política e pública g) As mesmas oportunidades para participar ativamente nos
do país e, em particular, garantirão, em igualdade de condições com esportes e na educação física;
os homens, o direito a: h) Acesso a material informativo específico que contribua para
a) Votar em todas as eleições e referenda públicos e ser elegí- assegurar a saúde e o bem-estar da família, incluída a informação e
vel para todos os órgãos cujos membros sejam objeto de eleições o assessoramento sobre planejamento da família.
públicas;
b) Participar na formulação de políticas governamentais e na Artigo 11
execução destas, e ocupar cargos públicos e exercer todas as fun- 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas
ções públicas em todos os planos governamentais; para eliminar a discriminação contra a mulher na esfera do empre-
c) Participar em organizações e associações não-governamen- go a fim de assegurar, em condições de igualdade entre homens e
tais que se ocupem da vida pública e política do país. mulheres, os mesmos direitos, em particular:
a) O direito ao trabalho como direito inalienável de todo ser
humano;
Artigo 8°
b) O direito às mesmas oportunidades de emprego, inclusive
Os Estados-Partes tomarão todas as medidas apropriadas para
a aplicação dos mesmos critérios de seleção em questões de em-
garantir, à mulher, em igualdade de condições com o homem e sem
prego;
discriminação alguma, a oportunidade de representar seu governo
c) O direito de escolher livremente profissão e emprego, o di-
no plano internacional e de participar no trabalho das organizações reito à promoção e à estabilidade no emprego e a todos os benefí-
internacionais. cios e outras condições de serviço, e o direito ao acesso à formação
e à atualização profissionais, incluindo aprendizagem, formação
profissional superior e treinamento periódico;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
d) O direito a igual remuneração, inclusive benefícios, e igual- 2. Os Estados-Partes adotarão todas as medias apropriadas
dade de tratamento relativa a um trabalho de igual valor, assim para eliminar a discriminação contra a mulher nas zonas rurais a fim
como igualdade de tratamento com respeito à avaliação da quali- de assegurar, em condições de igualdade entre homens e mulheres,
dade do trabalho; que elas participem no desenvolvimento rural e dele se beneficiem,
e) O direito à seguridade social, em particular em casos de apo- e em particular as segurar-lhes-ão o direito a:
sentadoria, desemprego, doença, invalidez, velhice ou outra inca- a) Participar da elaboração e execução dos planos de desenvol-
pacidade para trabalhar, bem como o direito de férias pagas; vimento em todos os níveis;
f) O direito à proteção da saúde e à segurança nas condições de b) Ter acesso a serviços médicos adequados, inclusive infor-
trabalho, inclusive a salvaguarda da função de reprodução. mação, aconselhamento e serviços em matéria de planejamento
2. A fim de impedir a discriminação contra a mulher por razões familiar;
de casamento ou maternidade e assegurar a efetividade de seu di- c) Beneficiar-se diretamente dos programas de seguridade so-
reito a trabalhar, os Estados-Partes tomarão as medidas adequadas cial;
para: d) Obter todos os tipos de educação e de formação, acadêmica
a) Proibir, sob sanções, a demissão por motivo de gravidez ou e não acadêmica, inclusive os relacionados à alfabetização funcio-
licença de maternidade e a discriminação nas demissões motivadas nal, bem como, entre outros, os benefícios de todos os serviços co-
pelo estado civil; munitário e de extensão a fim de aumentar sua capacidade técnica;
b) Implantar a licença de maternidade, com salário pago ou be- e) Organizar grupos de autoajuda e cooperativas a fim de obter
nefícios sociais comparáveis, sem perda do emprego anterior, anti- igualdade de acesso às oportunidades econômicas mediante em-
guidade ou benefícios sociais; prego ou trabalho por conta própria;
c) Estimular o fornecimento de serviços sociais de apoio ne- f) Participar de todas as atividades comunitárias;
cessários para permitir que os pais combinem as obrigações para g) Ter acesso aos créditos e empréstimos agrícolas, aos servi-
com a família com as responsabilidades do trabalho e a participa- ços de comercialização e às tecnologias apropriadas, e receber um
ção na vida pública, especialmente mediante fomento da criação e tratamento igual nos projetos de reforma agrária e de reestabele-
desenvolvimento de uma rede de serviços destinados ao cuidado cimentos;
das crianças; h) gozar de condições de vida adequadas, particularmente nas
d) Dar proteção especial às mulheres durante a gravidez nos esferas da habitação, dos serviços sanitários, da eletricidade e do
tipos de trabalho comprovadamente prejudiciais para elas. abastecimento de água, do transporte e das comunicações.
3. A legislação protetora relacionada com as questões compre-
PARTE IV
endidas neste artigo será examinada periodicamente à luz dos co-
Artigo 15
nhecimentos científicos e tecnológicos e será revista, derrogada ou
1. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher a igualdade com o
ampliada conforme as necessidades.
homem perante a lei.
2. Os Estados-Partes reconhecerão à mulher, em matérias civis,
Artigo 12 uma capacidade jurídica idêntica do homem e as mesmas oportu-
1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas nidades para o exercício dessa capacidade. Em particular, reconhe-
para eliminar a discriminação contra a mulher na esfera dos cuida- cerão à mulher iguais direitos para firmar contratos e administrar
dos médicos a fim de assegurar, em condições de igualdade entre bens e dispensar-lhe-ão um tratamento igual em todas as etapas do
homens e mulheres, o acesso a serviços médicos, inclusive os refe- processo nas cortes de justiça e nos tribunais.
rentes ao planejamento familiar. 3. Os Estados-Partes convém em que todo contrato ou outro
2. Sem prejuízo do disposto no parágrafo 1o, os Estados-Partes instrumento privado de efeito jurídico que tenda a restringir a ca-
garantirão à mulher assistência apropriadas em relação à gravidez, pacidade jurídica da mulher será considerado nulo.
ao parto e ao período posterior ao parto, proporcionando assistên- 4. Os Estados-Partes concederão ao homem e à mulher os
cia gratuita quando assim for necessário, e lhe assegurarão uma nu- mesmos direitos no que respeita à legislação relativa ao direito das
trição adequada durante a gravidez e a lactância. pessoas à liberdade de movimento e à liberdade de escolha de re-
sidência e domicílio.
Artigo 13
Os Estados-Partes adotarão todas as medidas apropriadas para Artigo 16
eliminar a discriminação contra a mulher em outras esferas da vida 1. Os Estados-Partes adotarão todas as medidas adequadas
econômica e social a fim de assegurar, em condições de igualdade para eliminar a discriminação contra a mulher em todos os assun-
entre homens e mulheres, os mesmos direitos, em particular: tos relativos ao casamento e às ralações familiares e, em particular,
a) O direito a benefícios familiares; com base na igualdade entre homens e mulheres, assegurarão:
b) O direito a obter empréstimos bancários, hipotecas e outras a) O mesmo direito de contrair matrimônio;
formas de crédito financeiro; b) O mesmo direito de escolher livremente o cônjuge e de con-
c) O direito a participar em atividades de recreação, esportes e trair matrimônio somente com livre e pleno consentimento;
em todos os aspectos da vida cultural. c) Os mesmos direitos e responsabilidades durante o casamen-
to e por ocasião de sua dissolução;
d) Os mesmos direitos e responsabilidades como pais, qual-
Artigo 14
quer que seja seu estado civil, em matérias pertinentes aos filhos.
1. Os Estados-Partes levarão em consideração os problemas es-
Em todos os casos, os interesses dos filhos serão a consideração
pecíficos enfrentados pela mulher rural e o importante papel que
primordial;
desempenha na subsistência econômica de sua família, incluído seu
e) Os mesmos direitos de decidir livre a responsavelmente so-
trabalho em setores não-monetários da economia, e tomarão todas bre o número de seus filhos e sobre o intervalo entre os nascimen-
as medidas apropriadas para assegurar a aplicação dos dispositivos tos e a ter acesso à informação, à educação e aos meios que lhes
desta Convenção à mulher das zonas rurais. permitam exercer esses direitos;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
f) Os mesmos direitos e responsabilidades com respeito à tu- 8. Os membros do Comitê, mediante aprovação da Assembleia
tela, curatela, guarda e adoção dos filhos, ou institutos análogos, Geral, receberão remuneração dos recursos das Nações Unidas, na
quando esses conceitos existirem na legislação nacional. Em todos forma e condições que a Assembleia Geral decidir, tendo em vista a
os casos os interesses dos filhos serão a consideração primordial; importância das funções do Comitê;
g) Os mesmos direitos pessoais como marido e mulher, inclusi- 9. O Secretário-Geral das Nações Unidas proporcionará o pes-
ve o direito de escolher sobrenome, profissão e ocupação; soal e os serviços necessários para o desempenho eficaz das fun-
h) Os mesmos direitos a ambos os cônjuges em matéria de pro- ções do Comitê em conformidade com esta Convenção.
priedade, aquisição, gestão, administração, gozo e disposição dos
bens, tanto a título gratuito quanto à título oneroso. Artigo 18
2. Os esponsais e o casamento de uma criança não terão efeito 1. Os Estados-Partes comprometem-se a submeter ao Secretá-
legal e todas as medidas necessárias, inclusive as de caráter legis- rio-Geral das Nações Unidas, para exame do Comitê, um relatório
lativo, serão adotadas para estabelecer uma idade mínima para o sobre as medidas legislativas, judiciárias, administrativas ou outras
casamento e para tornar obrigatória a inscrição de casamentos em que adotarem para tornarem efetivas as disposições desta Conven-
registro oficial. ção e sobre os progressos alcançados a esse respeito:
a) No prazo de um ano a partir da entrada em vigor da Conven-
PARTE V ção para o Estado interessado; e
Artigo 17 b) Posteriormente, pelo menos cada quatro anos e toda vez
1. Com o fim de examinar os progressos alcançados na aplica- que o Comitê a solicitar.
ção desta Convenção, será estabelecido um Comitê sobre a Elimi- 2. Os relatórios poderão indicar fatores e dificuldades que in-
nação da Discriminação contra a Mulher (doravante denominado fluam no grau de cumprimento das obrigações estabelecidos por
o Comitê) composto, no momento da entrada em vigor da Conven- esta Convenção.
ção, de dezoito e, após sua ratificação ou adesão pelo trigésimo-
-quinto Estado-Parte, de vinte e três peritos de grande prestígio Artigo 19
moral e competência na área abarcada pela Convenção. Os peritos 1. O Comitê adotará seu próprio regulamento.
serão eleitos pelos Estados-Partes entre seus nacionais e exercerão 2. O Comitê elegerá sua Mesa por um período de dois anos.
suas funções a título pessoal; será levada em conta uma repartição
geográfica equitativa e a representação das formas diversas de civi- Artigo 20
lização assim como dos principais sistemas jurídicos; 1. O Comitê se reunirá normalmente todos os anos por um
2. Os membros do Comitê serão eleitos em escrutínio secreto período não superior a duas semanas para examinar os relatórios
de uma lista de pessoas indicadas pelos Estados-Partes. Cada um que lhe sejam submetidos em conformidade com o Artigo 18 desta
dos Estados-Partes poderá indicar uma pessoa entre seus próprios Convenção.
nacionais; 2. As reuniões do Comitê realizar-se-ão normalmente na sede
das Nações Unidas ou em qualquer outro lugar que o Comitê de-
3. A eleição inicial realizar-se-á seis meses após a data de entra-
termine.
da em vigor desta Convenção. Pelo menos três meses antes da data
de cada eleição, o Secretário-Geral das Nações Unidas dirigirá uma
Artigo 21
carta aos Estados-Partes convidando-os a apresentar suas candida-
1. O Comitê, através do Conselho Econômico e Social das Na-
turas, no prazo de dois meses. O Secretário-Geral preparará uma ções Unidas, informará anualmente a Assembleia Geral das Nações
lista, por ordem alfabética de todos os candidatos assim apresenta- Unidas de suas atividades e poderá apresentar sugestões e reco-
dos, com indicação dos Estados-Partes que os tenham apresentado mendações de caráter geral baseadas no exame dos relatórios e em
e comunicá-la-á aos Estados Partes; informações recebidas dos Estados-Partes. Essas sugestões e reco-
4. Os membros do Comitê serão eleitos durante uma reunião mendações de caráter geral serão incluídas no relatório do Comi-
dos Estados-Partes convocado pelo Secretário-Geral na sede das tê juntamente com as observações que os Estados-Partes tenham
Nações Unidas. Nessa reunião, em que o quórum será alcançado porventura formulado.
com dois terços dos Estados-Partes, serão eleitos membros do Co- 2. O Secretário-Geral transmitirá, para informação, os relató-
mitê os candidatos que obtiverem o maior número de votos e a rios do Comitê à Comissão sobre a Condição da Mulher.
maioria absoluta de votos dos representantes dos Estados-Partes As Agências Especializadas terão direito a estar representadas
presentes e votantes; no exame da aplicação das disposições desta Convenção que cor-
5. Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de respondam à esfera de suas atividades. O Comitê poderá convidar
quatro anos. Entretanto, o mandato de nove dos membros eleitos as Agências Especializadas a apresentar relatórios sobre a aplicação
na primeira eleição expirará ao fim de dois anos; imediatamente da Convenção nas áreas que correspondam à esfera de suas ativi-
após a primeira eleição os nomes desses nove membros serão es- dades.
colhidos, por sorteio, pelo Presidente do Comitê;
6. A eleição dos cinco membros adicionais do Comitê realizar- PARTE VI
-se-á em conformidade com o disposto nos parágrafos 2, 3 e 4 deste Artigo 23
Artigo, após o depósito do trigésimo-quinto instrumento de ratifica- Nada do disposto nesta Convenção prejudicará qualquer dispo-
ção ou adesão. O mandato de dois dos membros adicionais eleitos sição que seja mais propícia à obtenção da igualdade entre homens
nessa ocasião, cujos nomes serão escolhidos, por sorteio, pelo Pre- e mulheres e que seja contida:
sidente do Comitê, expirará ao fim de dois anos; a) Na legislação de um Estado-Parte ou
7. Para preencher as vagas fortuitas, o Estado-Parte cujo perito b) Em qualquer outra convenção, tratado ou acordo internacio-
tenha deixado de exercer suas funções de membro do Comitê no- nal vigente nesse Estado.
meará outro perito entre seus nacionais, sob reserva da aprovação
do Comitê;

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Artigo 24 Artigo 30
Os Estados-Partes comprometem-se a adotar todas as medidas Esta convenção, cujos textos em árabe, chinês, espanhol, fran-
necessárias em âmbito nacional para alcançar a plena realização cês, inglês e russo são igualmente autênticos será depositada junto
dos direitos reconhecidos nesta Convenção. ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
Em testemunho do que, os abaixo-assinados devidamente au-
Artigo 25 torizados, assinaram esta Convenção.
1. Esta Convenção estará aberta à assinatura de todos os Es-
tados.
2. O Secretário-Geral das Nações Unidas fica designado deposi- LEI FEDERAL Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MA-
tário desta Convenção. RIA DA PENHA)
3. Esta Convenção está sujeita a ratificação. Os instrumentos de
ratificação serão depositados junto ao Secretário-Geral das Nações
Unidas. LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006
4. Esta Convenção estará aberta à adesão de todos os Estados.
A adesão efetuar-se-á através do depósito de um instrumento de Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar
adesão junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas.
contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição
Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Artigo 26
Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana
1. Qualquer Estado-Parte poderá, em qualquer momento, for-
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dis-
mular pedido de revisão desta revisão desta Convenção, mediante
notificação escrita dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas. põe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar
2. A Assembleia Geral das Nações Unidas decidirá sobre as me- contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Pe-
didas a serem tomadas, se for o caso, com respeito a esse pedido. nal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.

Artigo 27 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-


1. Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a partir da cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
data do depósito do vigésimo instrumento de ratificação ou adesão
junto ao Secretário-Geral das Nações Unidas. TÍTULO I
2. Para cada Estado que ratificar a presente Convenção ou a DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
ela aderir após o depósito do vigésimo instrumento de ratificação
ou adesão, a Convenção entrará em vigor no trigésimo dia após o Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a vio-
depósito de seu instrumento de ratificação ou adesão. lência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do
art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação
Artigo 28 de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da Convenção
1. O Secretário-Geral das Nações Unidas receberá e enviará a Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
todos os Estados o texto das reservas feitas pelos Estados no mo- a Mulher e de outros tratados internacionais ratificados pela Re-
mento da ratificação ou adesão. pública Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de
2. Não será permitida uma reserva incompatível com o objeto Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medi-
e o propósito desta Convenção. das de assistência e proteção às mulheres em situação de violência
3. As reservas poderão ser retiradas a qualquer momento por doméstica e familiar.
uma notificação endereçada com esse objetivo ao Secretário-Geral Art. 2º Toda mulher, independentemente de classe, raça, etnia,
das Nações Unidas, que informará a todos os Estados a respeito. A orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e reli-
notificação surtirá efeito na data de seu recebimento. gião, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana,
sendo-lhe asseguradas as oportunidades e facilidades para viver
Artigo 29
sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoa-
1. Qualquer controvérsia entre dois ou mais Estados-Partes re-
mento moral, intelectual e social.
lativa à interpretação ou aplicação desta Convenção e que não for
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as condições para o
resolvida por negociações será, a pedido de qualquer das Partes na
exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimen-
controvérsia, submetida a arbitragem. Se no prazo de seis meses
a partir da data do pedido de arbitragem as Partes não acordarem tação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao es-
sobre a forma da arbitragem, qualquer das Partes poderá submeter porte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade,
a controvérsia à Corte Internacional de Justiça mediante pedido em ao respeito e à convivência familiar e comunitária.
conformidade com o Estatuto da Corte. § 1º O poder público desenvolverá políticas que visem garantir
2. Qualquer Estado-Parte, no momento da assinatura ou rati- os direitos humanos das mulheres no âmbito das relações domésti-
ficação desta Convenção ou de adesão a ela, poderá declarar que cas e familiares no sentido de resguardá-las de toda forma de negli-
não se considera obrigado pelo parágrafo anterior. Os demais Esta- gência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
dos-Partes não estarão obrigados pelo parágrafo anterior perante § 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar as con-
nenhum Estado-Parte que tenha formulado essa reserva. dições necessárias para o efetivo exercício dos direitos enunciados
3. Qualquer Estado-Parte que tenha formulado a reserva pre- no caput.
vista no parágrafo anterior poderá retirá-la em qualquer momento Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão considerados os fins
por meio de notificação ao Secretário-Geral das Nações Unidas. sociais a que ela se destina e, especialmente, as condições pecu-
liares das mulheres em situação de violência doméstica e familiar.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
TÍTULO II TÍTULO III
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
CAPÍTULO I DOMÉSTICA E FAMILIAR
DISPOSIÇÕES GERAIS CAPÍTULO I
DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica
e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no Art. 8º A política pública que visa coibir a violência doméstica
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psi- e familiar contra a mulher far-se-á por meio de um conjunto arti-
cológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº culado de ações da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
150, de 2015) Municípios e de ações não-governamentais, tendo por diretrizes:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o I - a integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério
espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo Público e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,
familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e outras
formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, informações relevantes, com a perspectiva de gênero e de raça ou
unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; etnia, concernentes às causas, às consequências e à frequência da
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor violência doméstica e familiar contra a mulher, para a sistematiza-
conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente ção de dados, a serem unificados nacionalmente, e a avaliação pe-
de coabitação. riódica dos resultados das medidas adotadas;
Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos valores
independem de orientação sexual. éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a coibir os papéis
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a mulher consti- estereotipados que legitimem ou exacerbem a violência doméstica
tui uma das formas de violação dos direitos humanos. e familiar, de acordo com o estabelecido no inciso III do art. 1º , no
inciso IV do art. 3º e no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal
CAPÍTULO II ;
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CON- IV - a implementação de atendimento policial especializado
TRA A MULHER para as mulheres, em particular nas Delegacias de Atendimento à
Mulher;
Art. 7º São formas de violência doméstica e familiar contra a V - a promoção e a realização de campanhas educativas de pre-
mulher, entre outras: venção da violência doméstica e familiar contra a mulher, voltadas
I - a violência física, entendida como qualquer conduta que ao público escolar e à sociedade em geral, e a difusão desta Lei e
ofenda sua integridade ou saúde corporal; dos instrumentos de proteção aos direitos humanos das mulheres;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer condu- VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes, termos ou
ta que lhe cause dano emocional e diminuição da autoestima ou outros instrumentos de promoção de parceria entre órgãos gover-
que lhe prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento ou que namentais ou entre estes e entidades não-governamentais, tendo
vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças por objetivo a implementação de programas de erradicação da vio-
e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, ma-
lência doméstica e familiar contra a mulher;
nipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
insulto, chantagem, violação de sua intimidade, ridicularização, ex-
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e Militar, da
ploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio
Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos profissionais per-
que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
tencentes aos órgãos e às áreas enunciados no inciso I quanto às
(Redação dada pela Lei nº 13.772, de 2018)
questões de gênero e de raça ou etnia;
III - a violência sexual, entendida como qualquer conduta que
VIII - a promoção de programas educacionais que disseminem
a constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexu-
valores éticos de irrestrito respeito à dignidade da pessoa humana
al não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da
força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, com a perspectiva de gênero e de raça ou etnia;
a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contra- IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os níveis de
ceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à ensino, para os conteúdos relativos aos direitos humanos, à equida-
prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipula- de de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência domés-
ção; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e tica e familiar contra a mulher.
reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer condu- CAPÍTULO II
ta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA
de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, DOMÉSTICA E FAMILIAR
bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os desti-
nados a satisfazer suas necessidades; Art. 9º A assistência à mulher em situação de violência domés-
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta que tica e familiar será prestada de forma articulada e conforme os prin-
configure calúnia, difamação ou injúria. cípios e as diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social,
no Sistema Único de Saúde, no Sistema Único de Segurança Pública,
entre outras normas e políticas públicas de proteção, e emergen-
cialmente quando for o caso.
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da mulher
em situação de violência doméstica e familiar no cadastro de pro-
gramas assistenciais do governo federal, estadual e municipal.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de violência do- Art. 10-A. É direito da mulher em situação de violência do-
méstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicoló- méstica e familiar o atendimento policial e pericial especializado,
gica: ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo
I - acesso prioritário à remoção quando servidora pública, inte- feminino - previamente capacitados. (Incluído pela Lei nº 13.505,
grante da administração direta ou indireta; de 2017)
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o § 1º A inquirição de mulher em situação de violência domésti-
afastamento do local de trabalho, por até seis meses. ca e familiar ou de testemunha de violência doméstica, quando se
III - encaminhamento à assistência judiciária, quando for o tratar de crime contra a mulher, obedecerá às seguintes diretrizes:
caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução I - salvaguarda da integridade física, psíquica e emocional da
de união estável perante o juízo competente.(Incluído pela Lei nº depoente, considerada a sua condição peculiar de pessoa em situ-
13.894, de 2019) ação de violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.505,
§ 3º A assistência à mulher em situação de violência domésti- de 2017)
ca e familiar compreenderá o acesso aos benefícios decorrentes do II - garantia de que, em nenhuma hipótese, a mulher em si-
desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo os serviços de tuação de violência doméstica e familiar, familiares e testemunhas
contracepção de emergência, a profilaxia das Doenças Sexualmente terão contato direto com investigados ou suspeitos e pessoas a eles
Transmissíveis (DST) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida relacionadas; (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
(AIDS) e outros procedimentos médicos necessários e cabíveis nos III - não revitimização da depoente, evitando sucessivas inquiri-
casos de violência sexual. ções sobre o mesmo fato nos âmbitos criminal, cível e administrati-
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar lesão, violência vo, bem como questionamentos sobre a vida privada. (Incluído pela
física, sexual ou psicológica e dano moral ou patrimonial a mulher Lei nº 13.505, de 2017)
fica obrigado a ressarcir todos os danos causados, inclusive ressarcir § 2º Na inquirição de mulher em situação de violência domés-
ao Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com a tabela SUS, os
tica e familiar ou de testemunha de delitos de que trata esta Lei,
custos relativos aos serviços de saúde prestados para o total trata-
adotar-se-á, preferencialmente, o seguinte procedimento: (Incluído
mento das vítimas em situação de violência doméstica e familiar,
pela Lei nº 13.505, de 2017)
recolhidos os recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde do
I - a inquirição será feita em recinto especialmente projetado
ente federado responsável pelas unidades de saúde que prestarem
os serviços.(Vide Lei nº 13.871, de 2019) (Vigência) para esse fim, o qual conterá os equipamentos próprios e adequa-
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao uso em caso dos à idade da mulher em situação de violência doméstica e familiar
de perigo iminente e disponibilizados para o monitoramento das ou testemunha e ao tipo e à gravidade da violência sofrida; (Incluí-
vítimas de violência doméstica ou familiar amparadas por medidas do pela Lei nº 13.505, de 2017)
protetivas terão seus custos ressarcidos pelo agressor.(Vide Lei nº II - quando for o caso, a inquirição será intermediada por pro-
13.871, de 2019) (Vigência) fissional especializado em violência doméstica e familiar designado
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 5º deste arti- pela autoridade judiciária ou policial; (Incluído pela Lei nº 13.505,
go não poderá importar ônus de qualquer natureza ao patrimônio de 2017)
da mulher e dos seus dependentes, nem configurar atenuante ou III - o depoimento será registrado em meio eletrônico ou mag-
ensejar possibilidade de substituição da pena aplicada.(Vide Lei nº nético, devendo a degravação e a mídia integrar o inquérito. (Inclu-
13.871, de 2019) (Vigência) ído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 7º A mulher em situação de violência doméstica e familiar Art. 11. No atendimento à mulher em situação de violência do-
tem prioridade para matricular seus dependentes em instituição méstica e familiar, a autoridade policial deverá, entre outras provi-
de educação básica mais próxima de seu domicílio, ou transferi-los dências:
para essa instituição, mediante a apresentação dos documentos I - garantir proteção policial, quando necessário, comunicando
comprobatórios do registro da ocorrência policial ou do processo de imediato ao Ministério Público e ao Poder Judiciário;
de violência doméstica e familiar em curso.(Incluído pela Lei nº II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de saúde e ao
13.882,de 2019) Instituto Médico Legal;
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de seus dependen- III - fornecer transporte para a ofendida e seus dependentes
tes matriculados ou transferidos conforme o disposto no § 7º deste para abrigo ou local seguro, quando houver risco de vida;
artigo, e o acesso às informações será reservado ao juiz, ao Minis- IV - se necessário, acompanhar a ofendida para assegurar a
tério Público e aos órgãos competentes do poder público.(Incluído retirada de seus pertences do local da ocorrência ou do domicílio
pela Lei nº 13.882,de 2019) familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos nesta Lei e
CAPÍTULO III
os serviços disponíveis, inclusive os de assistência judiciária para o
DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
eventual ajuizamento perante o juízo competente da ação de sepa-
ração judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de disso-
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de violência do-
lução de união estável.(Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
méstica e familiar contra a mulher, a autoridade policial que tomar
conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e familiar
legais cabíveis. contra a mulher, feito o registro da ocorrência, deverá a autoridade
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao policial adotar, de imediato, os seguintes procedimentos, sem pre-
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida. juízo daqueles previstos no Código de Processo Penal:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e tomar a
representação a termo, se apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento
do fato e de suas circunstâncias;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
III - remeter, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, expediente § 2º Nos casos de risco à integridade física da ofendida ou à
apartado ao juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de efetividade da medida protetiva de urgência, não será concedida
medidas protetivas de urgência; liberdade provisória ao preso. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de delito da
ofendida e requisitar outros exames periciais necessários; TÍTULO IV
V - ouvir o agressor e as testemunhas; DOS PROCEDIMENTOS
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar aos autos CAPÍTULO I
sua folha de antecedentes criminais, indicando a existência de man- DISPOSIÇÕES GERAIS
dado de prisão ou registro de outras ocorrências policiais contra
ele; Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das causas
VI-A - verificar se o agressor possui registro de porte ou pos- cíveis e criminais decorrentes da prática de violência doméstica e
se de arma de fogo e, na hipótese de existência, juntar aos autos familiar contra a mulher aplicar-se-ão as normas dos Códigos de
essa informação, bem como notificar a ocorrência à instituição res- Processo Penal e Processo Civil e da legislação específica relativa
ponsável pela concessão do registro ou da emissão do porte, nos à criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com o
termos da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 (Estatuto do estabelecido nesta Lei.
Desarmamento);(Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito policial ao Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com competência cível e crimi-
juiz e ao Ministério Público. nal, poderão ser criados pela União, no Distrito Federal e nos Terri-
§ 1º O pedido da ofendida será tomado a termo pela autorida- tórios, e pelos Estados, para o processo, o julgamento e a execução
de policial e deverá conter: das causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar
I - qualificação da ofendida e do agressor; contra a mulher.
II - nome e idade dos dependentes; Parágrafo único. Os atos processuais poderão realizar-se em
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas solicita- horário noturno, conforme dispuserem as normas de organização
das pela ofendida. judiciária.
IV - informação sobre a condição de a ofendida ser pessoa com Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor ação de divórcio
deficiência e se da violência sofrida resultou deficiência ou agrava- ou de dissolução de união estável no Juizado de Violência Domésti-
mento de deficiência preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.836, de ca e Familiar contra a Mulher. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
2019) § 1º Exclui-se da competência dos Juizados de Violência Do-
§ 2º A autoridade policial deverá anexar ao documento referi- méstica e Familiar contra a Mulher a pretensão relacionada à parti-
do no § 1º o boletim de ocorrência e cópia de todos os documentos lha de bens. (Incluído pela Lei nº 13.894, de 2019)
disponíveis em posse da ofendida. § 2º Iniciada a situação de violência doméstica e familiar após o
§ 3º Serão admitidos como meios de prova os laudos ou pron- ajuizamento da ação de divórcio ou de dissolução de união estável,
tuários médicos fornecidos por hospitais e postos de saúde.
a ação terá preferência no juízo onde estiver. (Incluído pela Lei nº
Art. 12-A. Os Estados e o Distrito Federal, na formulação de
13.894, de 2019)
suas políticas e planos de atendimento à mulher em situação de
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os proces-
violência doméstica e familiar, darão prioridade, no âmbito da Po-
sos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
lícia Civil, à criação de Delegacias Especializadas de Atendimento
I - do seu domicílio ou de sua residência;
à Mulher (Deams), de Núcleos Investigativos de Feminicídio e de
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
equipes especializadas para o atendimento e a investigação das vio-
III - do domicílio do agressor.
lências graves contra a mulher.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à representa-
Art. 12-B. (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017)
§ 1º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) ção da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à
§ 2º (VETADO. (Incluído pela Lei nº 13.505, de 2017) representação perante o juiz, em audiência especialmente designa-
§ 3º A autoridade policial poderá requisitar os serviços públicos da com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido
necessários à defesa da mulher em situação de violência doméstica o Ministério Público.
e familiar e de seus dependentes. (Incluído pela Lei nº 13.505, de Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência doméstica
2017) e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que impli-
vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de que o pagamento isolado de multa.
violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor
será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivên- CAPÍTULO II
cia com a ofendida: (Redação dada pela Lei nº 14.188, de 2021) DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
I - pela autoridade judicial; (Incluído pela Lei nº 13.827, de SEÇÃO I
2019) DISPOSIÇÕES GERAIS
II - pelo delegado de polícia, quando o Município não for sede
de comarca; ou (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da ofendida, ca-
III - pelo policial, quando o Município não for sede de comarca berá ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas:
e não houver delegado disponível no momento da denúncia. (Inclu- I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre as me-
ído pela Lei nº 13.827, de 2019) didas protetivas de urgência;
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput deste artigo, o II - determinar o encaminhamento da ofendida ao órgão de as-
juiz será comunicado no prazo máximo de 24 (vinte e quatro) horas sistência judiciária, quando for o caso, inclusive para o ajuizamento
e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamen-
medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério Público conco- to ou de dissolução de união estável perante o juízo competente;
mitantemente. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019) (Redação dada pela Lei nº 13.894, de 2019)
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
III - comunicar ao Ministério Público para que adote as provi- § 1º As medidas referidas neste artigo não impedem a aplica-
dências cabíveis. ção de outras previstas na legislação em vigor, sempre que a segu-
IV - determinar a apreensão imediata de arma de fogo sob a rança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem, devendo a provi-
posse do agressor. (Incluído pela Lei nº 13.880, de 2019) dência ser comunicada ao Ministério Público.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser conce- § 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-se o
didas pelo juiz, a requerimento do Ministério Público ou a pedido agressor nas condições mencionadas no caput e incisos do art. 6º
da ofendida. da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz comunicará
§ 1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedi- ao respectivo órgão, corporação ou instituição as medidas proteti-
das de imediato, independentemente de audiência das partes e de vas de urgência concedidas e determinará a restrição do porte de
manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente armas, ficando o superior imediato do agressor responsável pelo
comunicado. cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer nos
§ 2º As medidas protetivas de urgência serão aplicadas isolada crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme o caso.
ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a qualquer tempo § 3º Para garantir a efetividade das medidas protetivas de ur-
por outras de maior eficácia, sempre que os direitos reconhecidos gência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento, auxílio da
nesta Lei forem ameaçados ou violados. força policial.
§ 3º Poderá o juiz, a requerimento do Ministério Público ou a § 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no que cou-
pedido da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgên- ber, o disposto no caput e nos §§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869,
cia ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à prote- de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil).
ção da ofendida, de seus familiares e de seu patrimônio, ouvido o
Ministério Público. SEÇÃO III
Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da instrução DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA À OFENDIDA
criminal, caberá a prisão preventiva do agressor, decretada pelo
juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de ou-
representação da autoridade policial. tras medidas:
Parágrafo único. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa ofi-
no curso do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, cial ou comunitário de proteção ou de atendimento;
bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifi- II - determinar a recondução da ofendida e a de seus depen-
quem. dentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor;
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos processuais III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo
relativos ao agressor, especialmente dos pertinentes ao ingresso e à dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos;
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do advogado constituído IV - determinar a separação de corpos.
ou do defensor público. V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em
Parágrafo único. A ofendida não poderá entregar intimação ou instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou
notificação ao agressor . a transferência deles para essa instituição, independentemente da
existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019)
SEÇÃO II
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA QUE OBRIGAM O
conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz
AGRESSOR
poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre ou-
tras:
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor
contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de ime-
à ofendida;
diato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes
II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos
medidas protetivas de urgência, entre outras:
de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo ex-
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com
comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei nº 10.826, pressa autorização judicial;
de 22 de dezembro de 2003 ; III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao
II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com agressor;
a ofendida; IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial,
III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemu- doméstica e familiar contra a ofendida.
nhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente
b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
qualquer meio de comunicação;
c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a SEÇÃO IV
integridade física e psicológica da ofendida; (INCLUÍDO PELA LEI Nº 13.641, DE 2018)
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes meno- DO CRIME DE DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS
res, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço si- DE URGÊNCIA
milar; DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
VI – comparecimento do agressor a programas de recuperação Art. 24-A. Descumprir decisão judicial que defere medidas pro-
e reeducação; e(Incluído pela Lei nº 13.984, de 2020) tetivas de urgência previstas nesta Lei: (Incluído pela Lei nº 13.641,
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, por meio de de 2018)
atendimento individual e/ou em grupo de apoio.(Incluído pela Lei Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos. (Incluído
nº 13.984, de 2020) pela Lei nº 13.641, de 2018)
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
§ 1º A configuração do crime independe da competência ci- TÍTULO VI
vil ou criminal do juiz que deferiu as medidas. (Incluído pela Lei nº DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
13.641, de 2018)
§ 2º Na hipótese de prisão em flagrante, apenas a autorida- Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de Violência
de judicial poderá conceder fiança. (Incluído pela Lei nº 13.641, de Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumula-
2018) rão as competências cível e criminal para conhecer e julgar as cau-
§ 3º O disposto neste artigo não exclui a aplicação de outras sas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra
sanções cabíveis. (Incluído pela Lei nº 13.641, de 2018) a mulher, observadas as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada
pela legislação processual pertinente.
CAPÍTULO III Parágrafo único. Será garantido o direito de preferência, nas va-
DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ras criminais, para o processo e o julgamento das causas referidas
no caput.
Art. 25. O Ministério Público intervirá, quando não for parte,
nas causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e TÍTULO VII
familiar contra a mulher. DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 26. Caberá ao Ministério Público, sem prejuízo de outras
atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar contra a Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fa-
mulher, quando necessário: miliar contra a Mulher poderá ser acompanhada pela implantação
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde, de edu- das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária.
cação, de assistência social e de segurança, entre outros; Art. 35. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares de poderão criar e promover, no limite das respectivas competências:
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e fami- (Vide Lei nº 14.316, de 2022)
liar, e adotar, de imediato, as medidas administrativas ou judiciais I - centros de atendimento integral e multidisciplinar para mu-
cabíveis no tocante a quaisquer irregularidades constatadas; lheres e respectivos dependentes em situação de violência domés-
tica e familiar;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar contra
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos dependentes me-
a mulher.
nores em situação de violência doméstica e familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços de saú-
CAPÍTULO IV
de e centros de perícia médico-legal especializados no atendimento
DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA à mulher em situação de violência doméstica e familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da violência do-
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mu- méstica e familiar;
lher em situação de violência doméstica e familiar deverá estar V - centros de educação e de reabilitação para os agressores.
acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Art. 36. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
Lei. promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus programas às
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de violência do- diretrizes e aos princípios desta Lei.
méstica e familiar o acesso aos serviços de Defensoria Pública ou de Art. 37. A defesa dos interesses e direitos transindividuais pre-
Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da lei, em sede policial e vistos nesta Lei poderá ser exercida, concorrentemente, pelo Mi-
judicial, mediante atendimento específico e humanizado. nistério Público e por associação de atuação na área, regularmente
constituída há pelo menos um ano, nos termos da legislação civil.
TÍTULO V Parágrafo único. O requisito da pré-constituição poderá ser
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR dispensado pelo juiz quando entender que não há outra entidade
com representatividade adequada para o ajuizamento da demanda
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a coletiva.
Mulher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e familiar
de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissionais contra a mulher serão incluídas nas bases de dados dos órgãos ofi-
especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde. ciais do Sistema de Justiça e Segurança a fim de subsidiar o sistema
Art. 30. Compete à equipe de atendimento multidisciplinar, nacional de dados e informações relativo às mulheres.
entre outras atribuições que lhe forem reservadas pela legislação Parágrafo único. As Secretarias de Segurança Pública dos Esta-
local, fornecer subsídios por escrito ao juiz, ao Ministério Público dos e do Distrito Federal poderão remeter suas informações crimi-
e à Defensoria Pública, mediante laudos ou verbalmente em audi- nais para a base de dados do Ministério da Justiça.
ência, e desenvolver trabalhos de orientação, encaminhamento, Art. 38-A. O juiz competente providenciará o registro da me-
prevenção e outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e dida protetiva de urgência. (Incluído pela Lei nº 13.827, de 2019)
Parágrafo único. As medidas protetivas de urgência serão, após
os familiares, com especial atenção às crianças e aos adolescentes.
sua concessão, imediatamente registradas em banco de dados man-
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir avaliação mais
tido e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça, garantido
aprofundada, o juiz poderá determinar a manifestação de profissio-
o acesso instantâneo do Ministério Público, da Defensoria Pública e
nal especializado, mediante a indicação da equipe de atendimento
dos órgãos de segurança pública e de assistência social, com vistas
multidisciplinar. à fiscalização e à efetividade das medidas protetivas. (Redação dada
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua proposta or- Lei nº 14.310, de 2022) Vigência
çamentária, poderá prever recursos para a criação e manutenção
da equipe de atendimento multidisciplinar, nos termos da Lei de
Diretrizes Orçamentárias.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,
no limite de suas competências e nos termos das respectivas leis de CÓDIGO PENAL BRASILEIRO (ART. 140)
diretrizes orçamentárias, poderão estabelecer dotações orçamen-
tárias específicas, em cada exercício financeiro, para a implementa-
ção das medidas estabelecidas nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem outras PARTE ESPECIAL
decorrentes dos princípios por ela adotados. (VIDE LEI Nº 7.209, DE 1984)
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e fami- TÍTULO I
liar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se DOS CRIMES CONTRA A PESSOA
aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. CAPÍTULO V
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro DOS CRIMES CONTRA A HONRA
de 1941 (Código de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do
seguinte inciso IV: Injúria
“Art. 313. ................................................. Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o de-
................................................................ coro:
IV - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
mulher, nos termos da lei específica, para garantir a execução das § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
medidas protetivas de urgência.” (NR) I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou direta-
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei nº 2.848, mente a injúria;
de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
seguinte redação: § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por
“Art. 61. .................................................. sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
................................................................. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da
II - ............................................................ pena correspondente à violência.
................................................................. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa
domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência ou portadora de deficiência:(Redação dada pela Lei nº 10.741, de
contra a mulher na forma da lei específica; 2003)
........................................................... ” (NR) Pena - reclusão de um a três anos e multa.(Incluído pela Lei nº
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 9.459, de 1997)
de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129. .................................................. Os crimes contra a honra subdividem-se entre Calúnia, Difama-
.................................................................. ção e Injúria. Em um primeiro momento, eles nos assustam, pois
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, são crimes simples mas com muita bagagem que certamente, irá
irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha ser muito usado para quem pretende seguir o ramo do Direito Penal
convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domés- futuramente.
ticas, de coabitação ou de hospitalidade: Partiremos para a Injúria, um crime corriqueiro nos dias de
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos. hoje. Podemos dizer que, a injúria é o menos-grave do rol dos cri-
.................................................................. mes contra a honra existentes no Código Penal, porém, pode se tor-
§ 11. Na hipótese do § 9º deste artigo, a pena será aumentada nar uma infração grave, se atingida a raça, a etnia, a religião etc. No
de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de artigo 140 do Código Penal dispõe que: Injuriar alguém, ofendendo
deficiência.” (NR) lhe a dignidade ou decoro. Por exemplo: Chamar uma pessoa de
Art. 45. O art. 152 da Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei burra e incapaz nas atividades profissionais.
de Execução Penal), passa a vigorar com a seguinte redação: A Injúria é basicamente um “xingamento”, que se consuma
“Art. 152. ................................................... quando a própria vítima toma o conhecimento e é somente de hon-
Parágrafo único. Nos casos de violência doméstica contra a ra subjetiva. Entretanto, este crime possui situações em que o juiz
mulher, o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do pode deixar de aplicar a pena, quando por exemplo, houve uma
agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR) provocação, ou no caso de retorsão imediata. Caberá tentativa de-
Art. 46. Esta Lei entra em vigor 45 (quarenta e cinco) dias após pendendo dos meios de execução e não cabe exceção da verdade.
sua publicação.

LEI FEDERAL N° 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 (CRIME DE


TORTURA)

LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997

Define os crimes de tortura e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-


cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 1º Constitui crime de tortura: d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio
I - constranger alguém com emprego de violência ou grave do grupo;
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para
a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da outro grupo;
vítima ou de terceira pessoa; Será punido:
b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; Com as penas do art. 121, § 2º, do Código Penal, no caso da
c) em razão de discriminação racial ou religiosa; letra a;
II - submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, Com as penas do art. 129, § 2º, no caso da letra b;
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento Com as penas do art. 270, no caso da letra c;
físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida Com as penas do art. 125, no caso da letra d;
de caráter preventivo. Com as penas do art. 148, no caso da letra e;
Pena - reclusão, de dois a oito anos. Art. 2º Associarem-se mais de 3 (três) pessoas para prática dos
§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou crimes mencionados no artigo anterior: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)
sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por Pena: Metade da cominada aos crimes ali previstos.
intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qual-
de medida legal. quer dos crimes de que trata o art. 1º: (Vide Lei nº 7.960, de 1989)
§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando Pena: Metade das penas ali cominadas.
tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção § 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime
de um a quatro anos. incitado, se este se consumar.
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, § 2º A pena será aumentada de 1/3 (um terço), quando a inci-
a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclu- tação for cometida pela imprensa.
são é de oito a dezesseis anos. Art. 4º A pena será agravada de 1/3 (um terço), no caso dos
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: arts. 1º, 2º e 3º, quando cometido o crime por governante ou fun-
I - se o crime é cometido por agente público; cionário público.
II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de Art. 5º Será punida com 2/3 (dois terços) das respectivas penas
deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; ‘(Redação a tentativa dos crimes definidos nesta lei.
dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Art. 6º Os crimes de que trata esta lei não serão considerados
III - se o crime é cometido mediante sequestro. crimes políticos para efeitos de extradição.
§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou em- Art. 7º Revogam-se as disposições em contrário.
prego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo
da pena aplicada. Rio de Janeiro, 1 de outubro de 1956; 135º da Independência
§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça e 68º da República.
ou anistia.
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese
do § 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. LEI FEDERAL Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985 (LEI
Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não CAÓ)
tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasi-
leira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. LEI Nº 7.437, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1985
Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de
1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Inclui, entre as contravenções penais a prática de atos resul-
tantes de preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado civil,
dando nova redação à Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 - Lei
LEI FEDERAL N° 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956 (DEFINE Afonso Arinos.
E PUNE O CRIME DE GENOCÍDIO)
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Na-
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
LEI Nº 2.889, DE 1º DE OUTUBRO DE 1956. Art. 1º. Constitui contravenção, punida nos termos desta lei, a
prática de atos resultantes de preconceito de raça, de cor, de sexo
Define e pune o crime de genocídio. ou de estado civil.
Art. 2º. Será considerado agente de contravenção o diretor,
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: gerente ou empregado do estabelecimento que incidir na prática
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a referida no artigo 1º. desta lei.
seguinte Lei: Das Contravenções
Art. 3º. Recusar hospedagem em hotel, pensão, estalagem ou
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, estabelecimento de mesma finalidade, por preconceito de raça, de
grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal: (Vide Lei nº cor, de sexo ou de estado civil.
7.960, de 1989) Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa
a) matar membros do grupo; de 3 (três) a 10 (dez) vezes o maior valor de referência (MVR).
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de mem- Art. 4º. Recusar a venda de mercadoria em lojas de qualquer
bros do grupo; gênero ou o atendimento de clientes em restaurantes, bares, con-
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existên- feitarias ou locais semelhantes, abertos ao público, por preconceito
cia capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial; de raça, de cor, de sexo ou de estado civil.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Pena - Prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e II - Secretaria de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais
multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR). - SECOMP, para Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à
Art. 5º. Recusar a entrada de alguém em estabelecimento pú- Pobreza - SEDES;
blico, de diversões ou de esporte, por preconceito de raça, de cor, III - Secretaria de Governo - SEGOV para Casa Civil;
de sexo ou de estado civil. IV - Secretaria de Cultura e Turismo - SCT, para
Pena - Prisão simples, de 15 (quinze dias a 3 (três) meses, e V - Secretaria da Justiça e Direitos Humanos - SJDH, para Secre-
multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR). taria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH.
Art. 3º - Ficam criadas as seguintes Secretarias:
Art. 6º. Recusar a entrada de alguém em qualquer tipo de esta- I - Secretaria de Relações Institucionais - SERIN;
belecimento comercial ou de prestação de serviço, por preconceito II - Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI;
de raça, de cor, de sexo ou de estado civil. III - Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional SE-
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias e 3 (três) meses, e DIR;
multa de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR). IV - Secretaria de Turismo - SETUR.
Art. 7º. Recusar a inscrição de aluno em estabelecimento de Art. 4º - Ficam transferidas as seguintes atividades, funções,
ensino de qualquer curso ou grau, por preconceito de raça, de cor, fundos, órgãos e entidades:
de sexo ou de estado civil. I - da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte - SE-
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa TRE, para a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Po-
de 1(uma) a três) vezes o maior valor de referência (MVR). breza - SEDES:
Parágrafo único. Se se tratar de estabelecimento oficial de ensi- a) a Superintendência de Assistência Social;
no, a pena será a perda do cargo para o agente, desde que apurada b) o Fundo Estadual de Assistência Social, de que trata a Lei
em inquérito regular. 6.930/95;
c) o Fundo Estadual de Atendimento à Criança e ao Adolescen-
Art. 8º. Obstar o acesso de alguém a qualquer cargo público
te, de que trata a Lei 6975/96;
civil ou militar, por preconceito de raça, de cor, de sexo ou de estado
d) a Fundação da Criança e do Adolescente - FUNDAC;
civil.
e) o Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS;
Pena - perda do cargo, depois de apurada a responsabilidade
f) o Conselho Estadual da Criança e do Adolescente - CECA;
em inquérito regular, para o funcionário dirigente da repartição de g) a Comissão Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC;
que dependa a inscrição no concurso de habilitação dos candidatos. h) a Coordenação de Defesa Civil - CORDEC;
Art. 9º. Negar emprego ou trabalho a alguém em autarquia, II - da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Po-
sociedade de economia mista, empresa concessionária de serviço breza - SEDES, para a Casa Civil, o Fundo Estadual de Combate
público ou empresa privada, por preconceito de raça, de cor, de e Erradicação da Pobreza - FUNCEP, instituído pelo art. 4º da Lei
sexo ou de estado civil. 7.988/2001;
Pena - prisão simples, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa III - da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Po-
de 1 (uma) a 3 (três) vezes o maior valor de referência (MVR), no breza - SEDES, para a Casa Civil:
caso de empresa privada; perda do cargo para o responsável pela a) a Diretoria Executiva do Fundo Estadual de Combate e Erra-
recusa, no caso de autarquia, sociedade de economia mista e em- dicação da Pobreza FUNCEP, criada pelo art. 2º, inciso II, alínea c, da
presa concessionária de serviço público. Lei nº 7.988, de 21 de dezembro de 2001, com as alterações intro-
Art. 10. Nos casos de reincidência havidos em estabelecimen- duzidas pela Lei nº 9.509, de 20 de maio de 2005, exceto a Diretoria
tos particulares, poderá o juiz determinar a pena adicional de sus- de Orçamento Público e a Diretoria de Finanças;
pensão do funcionamento, por prazo não superior a 3 (três) meses. Redação de acordo com o art. 46 da Lei nº 10.955, de 12 de
Art. 11. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. dezembro de 2007.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário. Redação original: “a) a Diretoria Executiva do FUNCEP criada
pelo art. 2º, II, c e § 8º da Lei 7.988/2001, com as alterações intro-
duzidas pela Lei 9.509/2005, exceto a Coordenação de Orçamento
LEI ESTADUAL N° 10.549, DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006 (SE- e Finanças;”
CRETARIA DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL); ALTE- b) o Conselho de Políticas de Inclusão Social;
RADA PELA LEI ESTADUAL N° 12.212, DE 04 DE MAIO DE c) a Câmara Técnica de Gestão de Programas;
2011 IV - da Casa Civil:
a) para a Secretaria de Relações Institucionais SERIN: as fun-
ções de coordenação de assuntos legislativos;
b) para o Gabinete do Governador, órgão vinculado diretamen-
LEI Nº 10.549 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2006
te ao Governador: a Ouvidoria Geral do Estado, a Secretaria Parti-
cular do Governador, o Escritório de Representação do Governo, o
Modifica a estrutura organizacional da Administração Pública
Cerimonial e a Assessoria Especial do Governador;
do Poder Executivo Estadual e dá outras providências.
V - da Secretaria de Cultura para a Secretaria de Turismo - SE-
TUR:
O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a As- a) a Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos;
sembléia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei: b) a Empresa de Turismo da Bahia S/A BAHIATURSA;
Art. 1º - A Administração Pública Estadual fica modificada na VI - da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJ-
forma da presente Lei. CDH, para a Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI:
Art. 2º - Ficam alteradas as denominações das seguintes Secre- a) o Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra;
tarias de Estado: b) o Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher;
I - Secretaria do Trabalho, Assistência Social e Esporte - SETRAS, VII - da Secretaria do Planejamento - SEPLAN para a Secretaria
para Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte - SETRE; de Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR:
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
a) os Conselhos Regionais de Desenvolvimento; Art. 8º - A Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regio-
b) a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional CAR. nal - SEDIR tem por finalidade planejar e coordenar a execução da
Art. 5º - As estruturas básicas da Secretaria de Relações Institu- política estadual de desenvolvimento regional integrado; formular,
cionais - SERIN, da Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI em parceria com o Conselho Estadual de Desenvolvimento Econô-
e da Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional - SEDIR, mico e Social, os planos e programas regionais de desenvolvimen-
não conterão a Diretoria Geral prevista no art. 2º da Lei 7.435/98. to; estabelecer estratégias de integração das economias regionais;
Parágrafo único - Fica criada a Diretoria de Administração e acompanhar e avaliar os programas integrados de desenvolvimento
Finanças em cada uma das Secretarias referidas neste artigo e no regional.
Gabinete do Governador, tendo por finalidade o planejamento e co- § 1º - A Secretaria de Desenvolvimento e Integração Regional -
ordenação das atividades de programação, orçamentação, acompa- SEDIR tem a seguinte estrutura básica:
nhamento, avaliação, estudos e análises, administração financeira I - Órgãos Colegiados:
e de contabilidade, material, patrimônio, serviços, recursos huma- a) Conselhos Regionais de Desenvolvimento.
nos, modernização administrativa e informática. II - Órgãos da Administração Direta:
Art. 6º - A Secretaria de Relações Institucionais - SERIN tem por a) Gabinete do Secretário;
finalidade a coordenação política do Poder Executivo e de suas rela- b) Diretoria de Administração e Finanças;
ções com os demais Poderes das diversas esferas de Governo, com c) Coordenação de Políticas do Desenvolvimento Regional;
a sociedade civil e suas instituições. d) Coordenação de Programas Regionais;
§ 1º - A Secretaria de Relações Institucionais - SERIN tem a se- III - Entidade da Administração Indireta:
guinte estrutura básica: a) Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional - CAR.
a) Gabinete do Secretário; § 2º - As coordenações têm por objetivo o planejamento, a
b) Diretoria de Administração e Finanças; execução e o controle das atividades a cargo da Secretaria de De-
c) Coordenação de Assuntos Legislativos; senvolvimento e Integração Regional - SEDIR, conforme dispuser o
d) Coordenação de Assuntos Federativos; regulamento.
e) Coordenação de Articulação Social. Art. 9º - O Gabinete do Governador, órgão de assistência direta
Parágrafo único - As Coordenações têm por objetivo o planeja- e imediata ao Governador, tem a seguinte estrutura básica:
mento, a execução e o controle das atividades a cargo da Secretaria a) Chefia do Gabinete;
de Relações Institucionais SERIN, conforme dispuser o Regulamen- b) Secretaria Particular do Governador;
to. c) Cerimonial;
Art. 7º - A Secretaria de Promoção da Igualdade - SEPROMI tem d) Assessoria Especial do Governador;
por finalidade planejar e executar políticas de promoção da igual- e) Assessoria Internacional;
dade racial e proteção dos direitos de indivíduos e grupos étnicos f) Escritório de Representação do Governo.
atingidos pela discriminação e demais formas de intolerância, bem Parágrafo único - Fica criado o cargo de Chefe do Gabinete do
assim, planejar e executar as políticas públicas de caráter transver- Governador, ao qual são atribuídas as atividades de supervisão e
sal para as mulheres. coordenação dos órgãos integrantes da estrutura do Gabinete do
§ 1º - A Secretaria de Promoção à Igualdade - SEPROMI tem a Governador, bem como a elaboração da agenda e o exercício de
seguinte estrutura básica: outras atribuições designadas pelo Governador.
I - Órgãos Colegiados: Redação de acordo como o art. 39 da Lei nº 13.204, de 11 de
a) Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra; dezembro de 2014.
b) Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher; Redação original: “Art. 9º - O Gabinete do Governador, órgão
II - Órgãos da Administração Direta: de assistência direta e imediata ao Governador, tem a seguinte es-
a) Gabinete do Secretário; trutura básica:
b) Diretoria de Administração e Finanças; a) Chefia do Gabinete;
c) Superintendência de Políticas para as Mulheres; b) Ouvidoria Geral do Estado;
d) Superintendência de Promoção da Igualdade Racial. c) Secretaria Particular do Governador;
§ 2º - A Superintendência de Políticas para as Mulheres tem d) Cerimonial;
por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, controlar e) Assessoria Especial do Governador;
f) Assessoria Internacional;
e executar programas e atividades voltadas à implementação de
g) Escritório de Representação do Governo;
políticas para as mulheres, implementar ações afirmativas e definir
h) Diretoria de Administração e Finanças.
ações públicas de promoção da igualdade entre homens e mulheres
Parágrafo único - Fica criado o cargo de Chefe de Gabinete do
e de combate à discriminação.
Governador, ao qual são asseguradas as prerrogativas, represen-
§ 3º - A Superintendência de Promoção da Igualdade Racial
tação, remuneração e impedimentos de Secretário de Estado, ca-
tem por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, contro-
bendo-lhe a supervisão e a coordenação dos órgãos integrantes da
lar e executar programas e atividades voltadas à implementação de
estrutura do Gabinete do Governador, a elaboração da agenda e o
políticas e diretrizes para a promoção da igualdadee da proteção
exercício de outras atribuições designadas pelo Governador.”
dos direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos, afetados por
Art. 10 - A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte
discriminação racial e demais formas de intolerância. - SETRE tem por finalidade planejar e executar as políticas de em-
§ 4º - Fica acrescida à composição do Conselho de Desenvol- prego e renda e de apoio à formação do trabalhador, de economia
vimento da Comunidade Negra e do Conselho Estadual de Defesa solidária e de fomento ao esporte.
dos Diretos da Mulher, de que tratam as alíneas a e b do art. 17 Parágrafo único - Fica criada na Secretaria do Trabalho, Empre-
da Lei nº 4.697/87, a representação da Secretaria de Promoção da go, Renda e Esporte - SETRE a Superintendência de Economia Soli-
Igualdade - SEPROMI. dária, com a finalidade de planejar, coordenar, executar e acompa-
nhar as ações e programas de fomento à economia solidária.
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 11 - A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Art. 15 - Para atender à implantação dos novos órgãos criados
Pobreza - SEDES tem por finalidade planejar, coordenar, executar e por esta Lei e às adequações na estrutura da Administração Pública
fiscalizar as políticas de desenvolvimento social, segurança alimen- Estadual, ficam criados 04 (quatro) cargos de Secretário de Estado e
tar e nutricional e de assistência social. os cargos em comissão constantes do Anexo Único desta Lei.
§ 1º - A Superintendência de Apoio à Inclusão Social, passa a Art. 16 - Ficam extintos os cargos em comissão constantes do
ser denominada Superintendência de Inclusão e Assistência Ali- Anexo Único desta Lei.
mentar, com a finalidade de promover as ações de inclusão social e Art. 17 - Fica o Chefe do Poder Executivo autorizado a promo-
de assistência alimentar, conforme dispuser o regulamento. ver, no prazo de 120 (cento e vinte) dias:
§ 2º - Fica extinta a Superintendência de Articulação e Progra- I - a revisão e a elaboração dos regimentos, estatutos e outros
mas Especiais. instrumentos regulamentadores para adequação das alterações or-
Art. 12 - A Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à ganizacionais decorrentes desta Lei;
Pobreza - SEDES tem a seguinte estrutura básica: II - as modificações orçamentárias necessárias ao cumprimento
I - Órgãos Colegiados: desta Lei, respeitados os valores globais constantes do orçamento
a) Comissão Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC; do exercício de 2007.
b) Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente Parágrafo único - As modificações de que trata o inciso II deste
- CECA; artigo incluem a abertura de créditos especiais destinados, exclusi-
c) Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS; vamente, à criação de categorias de programação indispensáveis ao
d) Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Estado da funcionamento de órgãos criados ou decorrentes desta Lei, respei-
Bahia - CONSEA BA; tado o Art. 7º da Lei Orçamentária de 2007.
II - Órgãos da Administração Direta: Art. 18 - Fica o Poder Executivo autorizado a praticar os atos ne-
a) Gabinete do Secretário; cessários à continuidade dos serviços, até a definitiva estruturação
b) Diretoria Geral; dos órgãos criados ou reorganizados por esta Lei.
c) Superintendência de Assistência Social; Art. 19 - Esta Lei entrará em vigor em 1º de janeiro de 2007.
d) Superintendência de Inclusão e Assistência Alimentar; Art. 20 - Revogam-se as disposições em contrário.
III - Órgão em Regime Especial de Administração Direta:
a) Coordenação de Defesa Civil - CORDEC. LEI Nº 12.212 DE 04 DE MAIO DE 2011
IV - Entidade da Administração Indireta:
a) Fundação da Criança e do Adolescente - FUNDAC. Modifica a estrutura organizacional e de cargos em comissão
Parágrafo único - O Secretário do Desenvolvimento Social e da Administração Pública do Poder Executivo Estadual, e dá outras
Combate à Pobreza - SEDES passa a integrar na condição de presi- providências.
dente, o Conselho Estadual de Assistência Social - CEAS, o Conselho
Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CECA e a Comis- O GOVERNADOR DO ESTADO DA BAHIA, faço saber que a As-
são Interinstitucional de Defesa Civil - CIDEC. sembleia Legislativa decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 13 - A Secretaria de Turismo - SETUR tem por finalidade Art. 1º - A estrutura da Administração Pública do Poder Executi-
planejar, coordenar e executar políticas de promoção e fomento ao vo Estadual fica modificada, na forma da presente Lei.
turismo. Art. 2º - Fica criada a Secretaria de Políticas para as Mulheres -
§ 1º - A Secretaria de Turismo - SETUR tem a seguinte estrutura SPM, com a finalidade de planejar, coordenar e articular a execução
básica: de políticas públicas para as mulheres, tendo a seguinte estrutura
I - Órgãos da Administração Direta: organizacional básica:
a) Gabinete do Secretário; I - Órgão Colegiado:
b) Diretoria Geral; a) Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher - CDDM;
II - Órgãos da Administração Direta:
c) Superintendência de Investimentos em Pólos Turísticos;
a) Gabinete da Secretária;
d) Superintendência de Serviços Turísticos.
b) Diretoria de Administração e Finanças;
II - Entidade da Administração Indireta:
c) Coordenação de Articulação Institucional e Ações Temáticas;
a) Empresa de Turismo da Bahia S/A - BAHIATURSA.
d) Coordenação de Planejamento e Gestão de Políticas para as
§ 2º - A Superintendência de Serviços Turísticos tem por fina-
Mulheres.
lidade planejar e executar programas e projetos de qualificação de
Art. 3º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher
serviços e mão-de-obra, capacitação empresarial, certificação de
- CDDM, órgão consultivo, tem por finalidade estabelecer diretrizes
qualidade, regulação e fiscalização de atividades turísticas.
e normas relativas às políticas e medidas que visem eliminar a dis-
Art. 14 - Ficam criadas:
criminação e garantir condições de liberdade e equidade de direitos
I - na Secretaria da Agricultura - SEAGRI: a Superintendência de para a mulher, assegurando sua plena participação nas atividades
Agricultura Familiar, com a finalidade de orientar, apoiar, coordenar, políticas, sociais, econômicas e culturais do Estado.
acompanhar, controlar e executar programas e atividades voltados Parágrafo único - As normas de funcionamento do CDDM serão
ao fortalecimento da agricultura familiar. estabelecidas em Regimento próprio.
II - na Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJ- Art. 4º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher
CDH: - CDDM tem a seguinte composição:
a) a Coordenação Executiva de Defesa dos Direitos da Pessoa I - a Secretária de Políticas para as Mulheres, que o presidirá;
com Deficiência, com a finalidade de promover e fortalecer o de- II - 06 (seis) servidoras estaduais, representantes das Secreta-
senvolvimento dos programas e ações voltados para a defesa dos rias de Promoção da Igualdade Racial, da Educação, da Saúde, da
direitos da pessoa portadora de deficiência; Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, do Trabalho, Emprego, Ren-
b) a Coordenação de Políticas para os Povos Indígenas, vincu- da e Esporte e da Segurança Pública;
lada à Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos. III - 12 (doze) representantes da sociedade civil, sendo:
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
a) 05 (cinco) membros de organizações de mulheres, legalmen- Art. 13 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar
te constituídas; assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis-
b) 02 (duas) de notória atuação na luta pela defesa dos direitos trativas.
da mulher; Art. 14 - A Diretoria de Administração e Finanças tem por fi-
c) 01 (uma) da comunidade acadêmica vinculada ao estudo da nalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro-
condição feminina; gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e
d) 01 (uma) das trabalhadoras rurais; análises, administração financeira e de contabilidade, material, pa-
e) 01 (uma) das trabalhadoras urbanas; trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa
f) 01 (uma) das mulheres negras; e informática.
g) 01 (uma) indígena. Art. 15 - A Coordenação de Promoção da Igualdade Racial tem
§ 1º - As titulares do Conselho e suas suplentes serão nomea- por finalidade orientar, apoiar, coordenar, acompanhar, controlar e
das pelo Governador do Estado, sendo que as referidas nos incisos executar programas e atividades voltadas à implementação de po-
II e III, deste artigo, serão indicadas pelos respectivos órgãos e en- líticas e diretrizes para a promoção da igualdade e da proteção dos
tidades. direitos de indivíduos e grupos raciais e étnicos, afetados por discri-
§ 2º - O Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher minação racial e demais formas de intolerância.
manterá a atual composição até a definitiva indicação e nomeação Art. 16 - A Coordenação de Políticas para as Comunidades Tra-
dos representantes dos órgãos e entidades que o compõem, con- dicionais tem por finalidade formular políticas de promoção da de-
forme estabelecido nos incisos II e III deste artigo. fesa dos direitos e interesses das comunidades tradicionais, inclusi-
Art. 5º - O Gabinete da Secretária tem por finalidade prestar ve quilombolas, no Estado da Bahia, reduzindo as desigualdades e
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- eliminando todas as formas de discriminação identificadas.
trativas. Art. 17 - A estrutura de cargos em comissão da SEPROMI fica
Art. 6º - A Diretoria de Administração e Finanças tem por fi- alterada, na forma a seguir indicada:
nalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro- I - ficam extintos 02 (dois) cargos de Superintendente, símbolo
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e DAS-2A;
análises, administração financeira e de contabilidade, material, pa- II - ficam criados 02 (dois) cargos de Coordenador Executivo,
trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa símbolo DAS-2B;
e informática. III - ficam remanejados, da extinta Superintendência de Políti-
Art. 7º - A Coordenação de Articulação Institucional e Ações cas para as Mulheres para a Coordenação de Políticas para as Co-
Temáticas tem por finalidade integrar as políticas para as mulhe- munidades Tradicionais, ora criada, 01 (um) cargo de Coordenador
res nas áreas de educação, saúde, trabalho e participação política, I, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3,
visando o combate à violência contra a mulher e a redução das de- 01 (um) cargo de Coordenador III, símbolo DAI-4 e 01 (um) cargo de
sigualdades de gênero e a eliminação de todas as formas de discri- Secretário Administrativo I, símbolo DAI-5.
minação identificadas. Art. 18 - Fica criado, na estrutura de cargos em comissão da SE-
Art. 8º - A Coordenação de Planejamento e Gestão de Políticas PROMI, alocado na Diretoria de Administração e Finanças, 01 (um)
para as Mulheres tem por finalidade apoiar a formulação e a im- cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3.
plementação de políticas públicas de gênero, de forma transversal. Art. 19 - Fica criada a Secretaria de Administração Penitenciá-
Art. 9º - Fica alterada a denominação da Secretaria de Promo- ria e Ressocialização - SEAP, com a finalidade de formular políticas
ção da Igualdade - SEPROMI para Secretaria de Promoção da Igual- de ações penais e de ressocialização de sentenciados, bem como
dade Racial - SEPROMI, que passa a ter por finalidade planejar e de planejar, coordenar e executar, em harmonia com o Poder Ju-
executar políticas de promoção da igualdade racial e de proteção diciário, os serviços penais do Estado, tendo a seguinte estrutura
dos direitos de indivíduos e grupos étnicos atingidos pela discrimi- organizacional básica:
nação e demais formas de intolerância. I - Órgãos Colegiados:
Art. 10 - Ficam excluídas da finalidade e competências da SE- a) Conselho Penitenciário - CP;
PROMI as atividades pertinentes ao planejamento e execução das b) Conselho de Operações do Sistema Prisional;
políticas públicas de caráter transversal para as mulheres. II - Órgãos da Administração Direta:
Parágrafo único - Fica transferido da SEPROMI para a Secretaria a) Gabinete do Secretário;
de Políticas para as Mulheres - SPM o Conselho Estadual de Defesa b) Ouvidoria;
dos Direitos da Mulher - CDDM. c) Corregedoria do Sistema Penitenciário;
Art. 11 - A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial passa a d) Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sistema Pri-
ter a seguinte estrutura organizacional básica: sional;
I - Órgão Colegiado: e) Diretoria Geral;
a) Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra - f) Superintendência de Ressocialização Sustentável;
CDCN; g) Superintendência de Gestão Prisional:
II - Órgãos da Administração Direta: 1.Sistema Prisional;
a) Gabinete do Secretário; h) Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas
b) Diretoria de Administração e Finanças; Alternativas da Bahia - CEAPA:
c) Coordenação de Promoção da Igualdade Racial; 1.Núcleos de Apoio e Acompanhamento às Penas e Medidas
d) Coordenação de Políticas para as Comunidades Tradicionais. Alternativas.
Art. 12 - O Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Ne- Art. 20 - O Conselho Penitenciário - CP, órgão consultivo e fisca-
gra - CDCN, órgão colegiado, tem por finalidade estudar, propor e lizador da execução penal, tem por finalidade estabelecer diretrizes
acompanhar medidas de relacionamento dos órgãos governamen- e normas relativas à política criminal e penitenciária no Estado.
tais com a comunidade negra, visando resgatar o direito à sua plena Parágrafo único - As normas de funcionamento do CP serão es-
cidadania e participação na sociedade. tabelecidas em Regimento próprio.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 21 - O Conselho Penitenciário - CP tem a seguinte compo- Parágrafo único - O Sistema Prisional é composto pelos Pre-
sição: sídios, Penitenciárias, Colônias Penais, Conjuntos Penais, Cadeias
I - o Secretário de Administração Penitenciária e Ressocializa- Públicas, Hospital de Custódia e Tratamento, Casa do Albergado e
ção; Egressos, Centro de Observação Penal, Central Médica Penitenciá-
II - 01 (um) representante da Defensoria Pública da União; ria e Unidade Especial Disciplinar.
III - 01 (um) representante da Defensoria Pública do Estado da Art. 30 - A Central de Apoio e Acompanhamento às Penas e Me-
Bahia; didas Alternativas da Bahia - CEAPA tem por finalidade acompanhar
IV - 01 (um) representante do Ministério Público Federal; a execução de medidas e penas alternativas aplicadas pelos órgãos
V - 01 (um) representante do Ministério Público do Estado da do Poder Judiciário do Estado da Bahia.
Bahia; Parágrafo único - Os Núcleos de Apoio e Acompanhamento às
VI - 01 (um) representante da Ordem dos Advogados do Brasil - Penas e Medidas Alternativas de que trata o art. 1º da Lei nº 11.042,
OAB, Secção Bahia, indicado pelo seu Conselho Estadual; de 09 de maio de 2008, ficam vinculados à Central de Apoio e Acom-
VII - 02 (dois) professores ou profissionais notoriamente espe- panhamento às Penas e Medidas Alternativas da Bahia - CEAPA.
cializados em Direito Penal, Processual Penal ou Penitenciário; Art. 31 - Ficam excluídas da finalidade e competências da Se-
VIII - 02 (dois) professores ou profissionais notoriamente espe- cretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos - SJCDH, as ati-
cializados em Medicina Legal ou Psiquiatria; vidades pertinentes à execução da política e da administração do
IX - 02 (dois) representantes da comunidade, de livre escolha Sistema Penitenciário do Estado.
do Governador. Art. 32 - Fica extinta, na SJCDH, a Superintendência de Assuntos
§ 1º - O Presidente do Conselho será um de seus membros, Penais - SAP, ficando os seus bens patrimoniais e acervo transferi-
nomeado pelo Governador do Estado, mediante indicação do Cole- dos para a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressociali-
giado, em lista tríplice, através de votação secreta. zação - SEAP.
§ 2º - Os membros do Conselho e seus suplentes serão nome- Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste ar-
ados pelo Governador do Estado, sendo que os referidos nos inci- tigo, fica extinto o Quadro de Cargos em Comissão da Superinten-
sos II a VI deste artigo, serão indicados pelos respectivos órgãos e dência de Assuntos Penais - SAP, da Secretaria da Justiça, Cidadania
entidades. e Direitos Humanos - SJCDH.
§ 3º - Os membros indicados nos incisos VII, VIII e IX deste arti- Art. 33 - Fica transferida da Secretaria da Justiça, Cidadania e
go, serão escolhidos pelo Governador do Estado. Direitos Humanos - SJCDH para a Secretaria de Administração Pe-
Art. 22 - O Conselho de Operações do Sistema Prisional, órgão nitenciária e Ressocialização - SEAP, a vinculação do Conselho Pe-
de integração e avaliação das ações operacionais, é composto pelo nitenciário - CP, ficando extintos, da estrutura de cargos em comis-
Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, que o são da SJCDH, 01 (um) cargo de Presidente de Conselho, símbolo
presidirá e pelos Dirigentes da Superintendência de Gestão Prisio- DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3 e 01 (um)
nal, da Corregedoria do Sistema Penitenciário e da Coordenação de cargo de Coordenador IV, símbolo DAI-5.
Monitoramento e Avaliação do Sistema Prisional, bem como das Art. 34 - Ficam criadas, na estrutura organizacional e de cargos
Unidades Prisionais. em comissão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Huma-
Art. 23 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar nos - SJCDH, as seguintes Unidades, na forma a seguir indicada:
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- I - a Superintendência dos Direitos das Pessoas com Deficiên-
trativas. cia, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar, avaliar e
Art. 24 - A Ouvidoria tem por finalidade receber e examinar fiscalizar a execução das políticas públicas estaduais voltadas para
denúncias, reclamações e sugestões dos cidadãos, relacionadas à a promoção e proteção dos direitos das pessoas com deficiência;
atuação da Secretaria. II - a Superintendência de Prevenção e Acolhimento aos Usu-
Art. 25 - A Corregedoria do Sistema Penitenciário tem por fina- ários de Drogas e Apoio Familiar, com a finalidade de planejar, co-
lidade acompanhar, controlar e avaliar a regularidade da atuação ordenar, supervisionar, avaliar e fiscalizar a execução das políticas
funcional e da conduta dos servidores da Secretaria de Administra- públicas preventivas às drogas e de atendimento aos dependentes
ção Penitenciária e Ressocialização - SEAP, em estreita articulação e suas famílias, promovendo a reinserção social de usuários de dro-
com o Sistema de Correição Estadual. gas.
Art. 26 - A Coordenação de Monitoramento e Avaliação do Sis- § 1º - Para atender ao disposto no inciso I deste artigo, ficam
tema Prisional tem por finalidade coordenar e acompanhar o fluxo criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo DAS-2A, 02
de dados e informações, visando ao aprimoramento das práticas (dois) cargos de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Assessor
das Unidades Prisionais. Técnico, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Assessor Administrati-
Art. 27 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordenação vo, símbolo DAI-4 e 01 (um) cargo de Secretário Administrativo I,
dos órgãos setoriais e seccionais, dos sistemas formalmente insti- símbolo DAI-5.
tuídos, responsáveis pela execução das atividades de programação, § 2º - Para atender ao disposto no inciso II deste artigo, ficam
orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e análises, criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo DAS-2A, 02
material, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização (dois) cargos de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Assessor
administrativa e informática, e administração financeira e de con- Técnico, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário Administrati-
tabilidade. vo I, símbolo DAI-5.
Art. 28 - A Superintendência de Ressocialização Sustentável tem § 3º - Fica extinta, da estrutura organizacional e de cargos em
por finalidade implantar atividades que possibilitem a ressocializa- comissão da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos -
ção e reabilitação do indivíduo sob custódia, através do desenvol- SJCDH, a Coordenação Executiva de Defesa dos Direitos da Pessoa
vimento de programas de educação, cultura e trabalho produtivo. com Deficiência, bem como 01 (um) cargo de Coordenador Execu-
Art. 29 - A Superintendência de Gestão Prisional tem por fina- tivo, símbolo DAS-2B.
lidade administrar e supervisionar o cumprimento das atividades
alusivas à execução penal, em conformidade com ações de huma-
nização, bem como administrar e supervisionar o Sistema Prisional.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 35 - Fica extinta, da estrutura organizacional e de cargos IX - estimular o fortalecimento da rede pública de comunica-
em comissão da SJCDH, a Corregedoria, bem como 01 (um) cargo ção, de modo que ela tenha uma participação ativa na execução das
de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordena- políticas de comunicação do Estado da Bahia;
dor II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário Administrativo X - articular ações para que a distribuição das verbas publicitá-
I, símbolo DAI-5. rias do Estado seja baseada em critérios técnicos de audiência e que
Art. 36 - Ficam extintos, da estrutura de cargos em comissão garantam a diversidade e pluralidade;
da SJCDH, 01 (um) cargo de Coordenador Técnico, símbolo DAS-2D, XI - estimular a implementação e promover o fortalecimento
01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de dos veículos de comunicação comunitária, para facilitar o acesso
Coordenador III, símbolo DAI-4, alocados na Diretoria Geral. à produção e à comunicação social em todo o território estadual;
Art. 37 - Fica alterada a denominação do Centro de Educação XII - estimular a adoção dos recursos tecnológicos proporcio-
em Direitos Humanos e Assuntos Penais - CEDHAP, criado pela Lei nados pela digitalização da radiodifusão privada, pública e comuni-
nº 10.955 , de 21 de dezembro de 2007, para Centro de Educação tária, no incentivo à regionalização da produção cultural, artística e
em Direitos Humanos, com a finalidade de executar programas, pro- jornalística, e democratização dos meios de comunicação;
jetos e atividades de formação e educação em Direitos Humanos. XIII - recomendar a convocação e participar da execução da
Art. 38 - Fica criada a Secretaria de Comunicação Social - SE- Conferência Estadual de Comunicação e suas etapas preparatórias;
COM, com a finalidade de propor, coordenar e executar a política de XIV - elaborar e aprovar o seu Regimento Interno, para poste-
comunicação social do Governo, bem como de promover a radio- rior homologação por ato do Chefe do Poder Executivo;
difusão pública, tendo a seguinte estrutura organizacional básica: XV - convocar audiências e consultas públicas sobre comunica-
I - Órgão Colegiado: ção e políticas públicas do setor;
a) Conselho Estadual de Comunicação Social; XVI - acompanhar a criação e o funcionamento de conselhos
II - Órgãos da Administração Direta: municipais de comunicação;
a) Gabinete do Secretário; XVII - fomentar a inclusão digital e o acesso às redes digitais
b) Assessoria de Imprensa do Governador; em todo o território baiano, como forma de democratizar a comu-
c) Diretoria Geral; nicação;
d) Coordenação de Comunicação Integrada; XVIII - fomentar a adoção de programas de capacitação e for-
e) Coordenação de Jornalismo; mação, assegurando a apropriação social de novas tecnologias da
III - Entidade de Administração Indireta: comunicação.
a) Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB. Art. 41 - O Conselho Estadual de Comunicação Social tem a se-
Art. 39 - O Conselho Estadual de Comunicação Social, órgão guinte composição:
consultivo e deliberativo, tem por finalidade formular a Política de I - o Secretário de Comunicação Social, que o presidirá;
Comunicação Social do Estado, observada a competência que lhe II - 06 (seis) representantes do Poder Público Estadual, indica-
confere o art. 277 da Constituição do Estado da Bahia e o disposto dos pelo Titular da respectiva Pasta, sendo:
na Constituição Federal. a) 01 (um) representante da Secretaria de Comunicação Social
Parágrafo único - O Regimento do Conselho, por ele aprovado e - SECOM;
homologado por ato do Governador do Estado, fixará suas normas b) 01 (um) representante da Secretaria de Cultura - SECULT;
de funcionamento. c) 01 (um) representante da Secretaria da Educação - SEC;
Art. 40 - O Conselho Estadual de Comunicação Social tem as d) 01 (um) representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia
seguintes competências, dentre outras conferidas em Lei: e Inovação - SECTI;
I - formular e acompanhar a execução da Política de Comunica- e) 01 (um) representante da Secretaria da Justiça, Cidadania e
ção Social do Estado e desenvolver canais institucionais e democrá- Direitos Humanos - SJCDH;
ticos de comunicação permanente com a sociedade baiana; f) 01 (um) representante do Instituto de Radiodifusão Educati-
II - formular propostas que contemplem o cumprimento do dis- va da Bahia - IRDEB;
posto nos capítulos referentes à comunicação social das Constitui- III - 20 (vinte) representantes da sociedade civil, sendo:
ções Federal e Estadual; a) 01 (um) representante da entidade profissional de classe;
III - propor medidas que visem o aperfeiçoamento de uma b) 01 (um) representante das universidades públicas, com atu-
política estadual de comunicação social, com base nos princípios ação no Estado da Bahia;
democráticos e na comunicação como direito fundamental, estimu- c) 01 (um) representante do segmento de televisão aberta e
lando o acesso, a produção e a difusão da informação de interesse por assinatura comercial;
coletivo; d) 01 (um) representante do segmento de rádio comercial;
IV - participar da elaboração do Plano Estadual de Políticas Pú- e) 01 (um) representante das empresas de jornais e revistas;
blicas de Comunicação Social, bem como acompanhar a sua exe- f) 01 (um) representante das agências de publicidade;
cução; g) 01 (um) representante das empresas de telecomunicações;
V - orientar e acompanhar as atividades dos órgãos públicos de h) 01 (um) representante das empresas de mídia exterior;
radiodifusão sonora e radiodifusão de sons e imagem do Estado; i) 01 (um) representante das produtoras de audiovisual ou ser-
VI - atuar na defesa dos direitos difusos e coletivos da socieda- viços de comunicação;
de baiana no que tange a comunicação social; j) 01 (um) representante do movimento de radiodifusão comu-
VII - receber e reencaminhar denúncias sobre abusos e viola- nitária;
ções de direitos humanos nos veículos de comunicação no Estado k) 01 (um) representante das entidades de classe dos trabalha-
da Bahia, aos órgãos competentes, para adoção de providências dores do segmento de comunicação social;
nos seus respectivos âmbitos de atuação; l) 01 (um) representante dos veículos comunitários ou alter-
VIII - fomentar a produção e difusão de conteúdos de iniciativa nativos;
estadual, observadas as diversidades artísticas, culturais, regionais m) 03 (três) representantes das Organizações Não-Governa-
e sociais da Bahia; mentais - ONGS ou entidades sociais vinculadas à comunicação;
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n) 01 (um) representante dos movimentos sociais de comuni- Art. 50 - A Diretoria de Operações passa a ter por finalidade
cação; promover, coordenar e supervisionar a execução das atividades de
o) 03 (três) representantes de entidades de movimentos sociais radiodifusão, TV e engenharia de operação do Instituto.
organizados; Art. 51 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão do
p) 01 (um) representante de entidades de jornalismo digital. Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, 01 (um) cargo
§ 1º - A SECOM convocará, por meio de edital, publicado no de Diretor, símbolo DAS-2B, 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete,
Diário Oficial do Estado, reunião para eleição dos representantes, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-
citados no inciso III deste artigo, cabendo-lhe, ao final, encaminhar -2C, e 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação Social I, símbolo
o resultado das indicações para deliberação do Governador do Es- DAS-3.
tado. Art. 52 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão do
§ 2º - Os membros do Conselho e seus suplentes serão nome- Instituto de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, 01 (um) cargo
ados pelo Governador do Estado e tomarão posse na 1ª (primeira) de Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 05 (cinco) cargos de Gerente,
reunião do Colegiado, e serão substituídos, em suas ausências e im- símbolo DAS-3, 05 (cinco) cargos de Assistente III, símbolo DAI-4, e
pedimentos, pelos respectivos suplentes, previamente indicados. 04 (quatro) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4.
§ 3º - O mandato dos Conselheiros e de seus respectivos su- Art. 53 - O Quadro de Cargos em comissão do Instituto de Ra-
plentes será de 02 (dois) anos, permitida uma recondução por igual diodifusão Educativa da Bahia - IRDEB passa a ser o constante do
período. Anexo I desta Lei.
Art. 42 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar Art. 54 - Fica extinta, da estrutura organizacional da Casa Civil,
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- a Assessoria Geral de Comunicação Social - AGECOM.
trativas. Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste arti-
Art. 43 - A Assessoria de Imprensa do Governador tem por fi- go, ficam extintos, do quadro de cargos em comissão da Casa Civil,
nalidade divulgar os atos e expressar a opinião do Governador do 01 (um) cargo de Assessor Geral, símbolo DAS-1, 01 (um) cargo de
Estado em comunicações à sociedade e à imprensa, em articulação Assessor Especial, símbolo DAS-2B, 06 (seis) cargos de Coordena-
com as demais Unidades da Secretaria. dor I, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Gerente, símbolo DAS-3,
Art. 44 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordenação 15 (quinze) cargos de Assessor de Comunicação Social I, símbolo
dos órgãos setoriais, dos sistemas formalmente instituídos, respon- DAS-3, 08 (oito) cargos de Assessor de Comunicação Social II, sím-
sáveis pela execução das atividades de programação, orçamenta- bolo DAI-4, 02 (dois) cargos de Assessor Administrativo, símbolo
ção, acompanhamento, avaliação, estudos e análises, material, pa- DAI-4, 01 (um) cargo de Assistente Orçamentário, símbolo DAI-4, 01
trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa (um) cargo de Assessor de Comunicação Social III, símbolo DAI-5,
e informática, e administração financeira e de contabilidade.
13 (treze) cargos de Assistente IV, símbolo DAI-5, 04 (quatro) car-
Art. 45 - A Coordenação de Comunicação Integrada tem por
gos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 01 (um) cargo de Secretário
finalidade coordenar e acompanhar o desenvolvimento de campa-
Administrativo I, símbolo DAI-5, 04 (quatro) cargos de Assistente V,
nhas publicitárias institucionais do Governo, bem como avaliar a
símbolo DAI-6 e 05 (cinco) cargos de Secretário Administrativo II,
sua publicidade.
símbolo DAI-6.
Art. 46 - A Coordenação de Jornalismo tem por finalidade divul-
Art. 55 - Ficam excluídas da finalidade da Casa Civil as ativida-
gar os atos do Governo para a sociedade e a imprensa, bem como
des de comunicação social.
articular-se com os órgãos e entidades governamentais, para fins de
Art. 56 - A estrutura organizacional da Casa Civil fica alterada,
comunicação social.
na forma a seguir indicada:
Art. 47 - As Secretarias de Estado e demais órgãos e entidades
da Administração Pública Estadual prestarão o apoio e os recursos I - fica extinta a Coordenação de Acompanhamento de Políticas
técnicos, quando solicitados pelo Secretário de Comunicação So- Governamentais;
cial, necessários à implementação do Plano Estadual de Comuni- II - fica criada a Coordenação de Acompanhamento de Políticas
cação Social, a ser estabelecido pelo Conselho Estadual de Comu- de Infraestrutura, com a finalidade de fornecer subsídios ao Gover-
nicação Social. nador, na análise das políticas relativas à infraestrutura, promoven-
Art. 48 - Fica transferida a vinculação estrutural do Instituto de do a sua coordenação e integração, em articulação com os órgãos e
Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, da Secretaria de Cultura entidades executoras;
- SECULT para a Secretaria de Comunicação Social - SECOM, man- III - fica criada a Coordenação de Acompanhamento de Políti-
tendo a mesma natureza jurídica. cas Sociais, com a finalidade de fornecer subsídios ao Governador,
Parágrafo único - Ficam excluídas da finalidade e competências na análise das políticas sociais, promovendo a sua coordenação e
da SECULT as atividades/funções de radiodifusão cultural e educa- integração, em articulação com os órgãos e entidades executoras.
tiva. Art. 57 - A estrutura de cargos em comissão da Casa Civil fica
Art. 49 - Ficam criadas, na estrutura organizacional do Instituto alterada, na forma a seguir indicada:
de Radiodifusão Educativa da Bahia - IRDEB, as seguintes Unidades: I - ficam criados 02 (dois) cargos de Assessor Especial, símbolo
I - Diretoria de Programação e Conteúdos, com a finalidade de DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-2C e 03
planejar, coordenar, acompanhar e avaliar a programação da Rádio (três) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3;
Educadora, TV Educativa, do Portal e da produção jornalística do II - fica extinto 01 (um) cargo de Assessor Técnico, símbolo DAS-
IRDEB, bem como promover e apoiar as ações relacionadas à pro- 3, alocado no Gabinete do Secretário.
dução e conteúdo radiofônico e audiovisual para compor a progra- Art. 58 - Ficam extintos, do Quadro Especial de Cargos em Co-
mação do Instituto; missão da Casa Civil, 02 (dois) cargos de Assistente I, símbolo DAS-
II - Coordenação de Planejamento e Relacionamento Institucio- -2C, 02 (dois) cargos de Assistente III, símbolo DAI-4 e 04 (quatro)
nal, com a finalidade de coordenar, promover, desenvolver, acom- cargos de Assistente IV, símbolo DAI-5.
panhar e avaliar as ações do IRDEB, visando incentivar e aprimorar Parágrafo único - O Quadro Especial de Cargos em Comissão da
a interlocução e a interatividade com a sociedade. Casa Civil é o constante do Anexo II, que integra esta Lei.
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Art. 59 - Fica criada a Secretaria Estadual para Assuntos da Art. 69 - A Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração -
Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 - SECOPA, com a finalidade de SICM passa a ter por finalidade formular e executar a política de
coordenar, articular, promover, acompanhar e integrar as ações e desenvolvimento e apoio à indústria, ao comércio, aos serviços e à
projetos prioritários da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014. mineração do Estado.
Parágrafo único - Para cumprimento de sua finalidade, a SECO- Art. 70 - O Conselho de Desenvolvimento Industrial - CDI pas-
PA atuará diretamente e em apoio a programas, projetos e ações sa a denominar-se Conselho de Desenvolvimento da Indústria e do
executados por outros órgãos ou entidades da Administração Públi- Comércio - CDIC, órgão de natureza consultiva, com a finalidade de
ca de quaisquer esferas governamentais. opinar sobre a formulação da política de desenvolvimento indus-
Art. 60 - A Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mun- trial e comercial do Estado.
do da FIFA Brasil 2014 - SECOPA tem a seguinte estrutura organiza- Art. 71 - Fica criada, na estrutura organizacional da Secretaria
cional básica: da Indústria, Comércio e Mineração, a Superintendência de Desen-
I - Órgão Colegiado: volvimento Econômico, com a finalidade de viabilizar a implemen-
a) Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014; tação das políticas de desenvolvimento produtivo, competitividade
II - Órgãos da Administração Direta: e comércio exterior, acompanhando e avaliando os seus projetos
a) Gabinete do Secretário; estratégicos, relacionados às atividades finalísticas da Secretaria.
b) Diretoria de Administração e Finanças; Art. 72 - A Superintendência de Comércio e Serviços passa a ter
por finalidade propor políticas relativas ao desenvolvimento comer-
c) Coordenação de Projetos para Assuntos da Copa;
cial e de serviços, e das micro, pequenas e médias empresas, bem
d) Coordenação de Marketing para Assuntos da Copa.
como planejar e elaborar estudos e projetos.
Art. 61 - O Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA Brasil
Art. 73 - A estrutura de cargos em comissão da Secretaria da
2014, presidido pelo Secretário da SECOPA, tem por finalidade mo-
Indústria, Comércio e Mineração fica alterada, na forma a seguir
nitorar as ações necessárias ao cumprimento do calendário defini- indicada:
do pela Federation Internationale de Football Association - FIFA e I -ficam criados 01 (um) cargo de Superintendente, símbolo
pelo Comitê Organizador Local - COL para a realização da Copa do DAS-2A, 06 (seis) cargos de Diretor, símbolo DAS-2B, 03 (três) cargos
Mundo da FIFA Brasil 2014 na Cidade de Salvador. de Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordena-
Parágrafo único - O Comitê Gestor da Copa do Mundo da FIFA dor II, símbolo DAS-3 e 06 (seis) cargos de Assessor Administrativo,
Brasil 2014 tem sua composição e funcionamento estabelecidos em símbolo DAI-4;
Regimento próprio. II - ficam extintos 02 (dois) cargos de Assistente III, símbolo DAI-
Art. 62 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar 4, 02 (dois) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4, 04 (quatro)
assistência ao Titular da Pasta, em suas tarefas técnicas e adminis- cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 01 (um) cargo de Secre-
trativas. tário Administrativo I, símbolo DAI-5 e 06 (seis) cargos de Secretário
Art. 63 - A Diretoria de Administração e Finanças tem por fi- Administrativo II, símbolo DAI-6.
nalidade o planejamento e coordenação das atividades de pro- Art. 74 - O Quadro de Cargos em Comissão da Secretaria da
gramação, orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e Indústria, Comércio e Mineração é o constante do Anexo VII, que
análises, administração financeira e de contabilidade, material, pa- integra esta Lei.
trimônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa Art. 75 - Fica criada, na estrutura organizacional da Secretaria
e informática. de Relações Institucionais - SERIN, a Coordenação de Políticas de Ju-
Art. 64 - A Coordenação de Projetos para Assuntos da Copa tem ventude, com a finalidade de coordenar, articular e integrar os pro-
por finalidade acompanhar e monitorar a implementação dos pro- gramas e ações do Governo do Estado, voltados à população jovem.
jetos e ações relacionadas ao evento esportivo, bem como a coor- Parágrafo único - Para atender ao disposto no caput deste ar-
denação dos Grupos Executivos de Trabalho da Copa 2014. tigo, ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da SERIN,
Art. 65 - A Coordenação de Marketing para Assuntos da Copa 01 (um) cargo de Coordenador Executivo, símbolo DAS-2B, 01 (um)
tem por finalidade planejar e viabilizar a estratégia de marketing cargo de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coor-
relacionada aos projetos e ações da Copa e ao fomento das relações denador II, símbolo DAS-3 e 01 (um) cargo de Secretário Adminis-
públicas da Secretaria. trativo I, símbolo DAI-5.
Art. 76 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da
Art. 66 - A SECOPA funcionará, a partir da data de publicação
SERIN, 02 (dois) cargos de Coordenador I, símbolo DAS-2C, alocados
desta Lei, até 31 de dezembro de 2014, ficando extinta em 01 de
na Coordenação de Assuntos Federativos e na Coordenação de Ar-
janeiro de 2015.
ticulação Social, respectivamente.
Art. 67 - Para atender à implantação da Secretaria de Políticas
Art. 77 - A estrutura de cargos em comissão do Gabinete do
para as Mulheres - SPM, da Secretaria de Administração Penitenci- Governador do Estado fica alterada, na forma a seguir indicada:
ária e Ressocialização - SEAP, da Secretaria de Comunicação Social I -ficam criados 01 (um) cargo de Chefe de Gabinete, símbo-
- SECOM e da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa do Mundo lo DAS-2A, 01 (um) cargo de Coordenador de Escritório, símbolo
da FIFA Brasil 2014 - SECOPA, ficam criados 04 (quatro) cargos de DAS-2A, 01 (um) cargo de Chefe de Cerimonial, símbolo DAS-2A, 07
Secretário de Estado, sendo que os Quadros de Cargos em Comis- (sete) cargos de Assessor Especial, símbolo DAS-2B, 01 (um) cargo
são das Secretarias de Estado, ora criadas, são os constantes dos de Coordenador Executivo, símbolo DAS-2B, 04 (quatro) cargos de
Anexos III, IV, V e VI, respectivamente, que integram esta Lei. Assessor Especial, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador
Art. 68 - Com a extinção da SECOPA, conforme data prevista no I, símbolo DAS-2C, 13 (treze) cargos de Coordenador Técnico, sím-
art. 66 desta Lei, serão extintos os cargos em comissão constantes bolo DAS-2D, 03 (três) cargos de Assessor Técnico, símbolo DAS-3,
do Anexo VI desta Lei, bem como transferidos para os órgãos da Ad- 02 (dois) cargos de Secretário de Gabinete, símbolo DAS-3, 01 (um)
ministração Pública do Poder Executivo Estadual os bens adquiridos cargo de Assessor Administrativo, símbolo DAI-4, 02 (dois) cargos
para o desenvolvimento das ações e projetos a critério do Poder de Assistente III, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Assistente Orça-
Executivo Estadual. mentário, símbolo DAI-4 e 04 (quatro) cargos de Coordenador III,
símbolo DAI-4.
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II - ficam extintos 01 (um) cargo de Assessor Especial do Gover- I -Centro de Memória da Bahia, com a finalidade de exercer
nador, símbolo DAS-2A, 01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2A e a coordenação e supervisão geral dos acervos documentais para
01 (um) cargo de Coordenador de Escritório, símbolo DAS-2B. subsidiar a realização de pesquisas e estudos na área da história
Art. 78 - Os cargos em comissão de Secretário Particular do Go- política e administrativa da Bahia;
vernador, símbolo DAS-2A e de Chefe de Cerimonial, símbolo DAS- II - Diretoria do Livro e da Leitura, com a finalidade de plane-
-2A, alocadas no Gabinete do Governador, serão ocupados, prefe- jar, coordenar, avaliar e apoiar programas e ações relacionadas ao
rencialmente, por portadores de diploma de nível superior. desenvolvimento da leitura, da produção literária e da cadeia pro-
Art. 79 - O Quadro de Cargos em Comissão do Gabinete do Go- dutiva do livro, no âmbito do Estado da Bahia, bem como incentivar
vernador - GABGOV é o constante do Anexo VIII que integra esta Lei. estas ações;
Art. 80 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da III -Diretoria do Arquivo Público do Estado da Bahia, com a fi-
Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária - SEAGRI, 01 nalidade de planejar, coordenar, promover, acompanhar, avaliar e
(um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2C, 08 (oito) cargos de Coorde- apoiar as ações pertinentes ao processo de preservação de docu-
nador II, símbolo DAS-3, 03 (três) cargos de Coordenador III, sím-
mentos de valor histórico e cultural do Estado da Bahia.
bolo DAI-4 e 02 (dois) cargos de Assessor Administrativo, símbolo
Art. 89 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da
DAI-4, alocados na Superintendência de Agricultura Familiar - SUAF.
Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da
Art. 81 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da
Bahia - FPC, 02 (dois) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3, 01
Secretaria da Segurança Pública - SSP, 01 (um) cargo de Assessor de
Comunicação Social, símbolo DAS-2C, na Polícia Militar da Bahia - (um) cargo de Coordenador III, símbolo DAI-4, e 02 (dois) cargos de
PM/BA, 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação Social, símbolo Secretário Administrativo II, símbolo DAI-6.
DAS-2C e 01 (um) cargo de Assessor de Comunicação Social I, sím- Art. 90 - Fica extinto, na estrutura de cargos em comissão da
bolo DAS-3 e, na Polícia Civil do Estado da Bahia - PC/BA, 01 (um) Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da
cargo de Assessor de Comunicação Social I, símbolo DAS-3. Bahia - FPC, 01 (um) cargo de Assistente III, símbolo DAI-4.
Art. 82 - A estrutura de cargos em comissão da Secretaria da Art. 91 - Ficam criadas, na estrutura organizacional do Institu-
Saúde - SESAB fica modificada, na forma a seguir indicada: to do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, as seguintes
I -ficam criados 01 (um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2C e 01 Unidades:
(um) cargo de Diretor, símbolo DAS-2D; I -Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural, com a fi-
II - ficam extintos 01 (um) cargo de Coordenador II, símbolo nalidade de planejar, coordenar e promover ações para o resgate
DAS-3 e 03 (três) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4. e preservação da memória cultural baiana em todas as suas mani-
Art. 83 - Fica alterada a estrutura organizacional e de cargos festações;
em comissão da Secretaria de Cultura - SECULT, da Fundação Pedro II - Diretoria de Projetos, Obras e Restauro, com a finalidade de
Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia - FPC, do planejar, coordenar, executar e avaliar as atividades pertinentes a
Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC e da Fun- projetos, obras, conservação e restauração dos bens móveis e imó-
dação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB. veis culturais do Estado da Bahia.
Art. 84 - A Superintendência de Cultura da SECULT passa a de- Art. 92 - Ficam extintas, na estrutura organizacional do Institu-
nominar-se Superintendência de Desenvolvimento Territorial da to do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, as seguintes
Cultura, com a finalidade de propor políticas e programas para o Unidades:
desenvolvimento da cultura territorializada, bem como coordenar, I -Diretoria de Preservação do Patrimônio Artístico e Cultural;
desenvolver e acompanhar estudos, pesquisas e ações de apoio à II -Diretoria de Ações Culturais.
criação, produção, difusão e ao consumo dos bens culturais no Es- Art. 93 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão
tado da Bahia. do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, 04
Art. 85 - Fica criada, na estrutura organizacional da SECULT, o (quatro) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3, 02 (dois) cargos
Centro de Culturas Populares e Identitárias, com a finalidade de
de Coordenador III, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo de Coordenador
planejar, coordenar, fomentar e difundir informações sobre cultu-
IV, símbolo DAI-5, e 01 (um) cargo de Secretário Administrativo II,
ras populares indígenas e afro-descendentes e sedimentar o pro-
símbolo DAI-6.
cesso de desenvolvimento da cultura regional do Estado, bem como
Art. 94 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão do
promover a dinamização e gestão cultural do Centro Histórico de
Salvador. Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia - IPAC, 02 (dois)
Art. 86 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da cargos de Gerente, símbolo DAS-3, e 01 (um) cargo de Supervisor,
Secretaria de Cultura, 02 (dois) cargos de Assessor Especial, símbolo símbolo DAI-5.
DAS-2C, 01 (um) cargo de Coordenador I, símbolo DAS-2C, 01 (um) Art. 95 - Ficam extintas, na estrutura organizacional da Funda-
cargo de Diretor, símbolo DAS-2C, 01 (um) cargo de Assessor Téc- ção Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, as seguintes Unidades:
nico, símbolo DAS-3, 17 (dezessete) cargos de Coordenador II, sím- I -Diretoria de Literatura;
bolo DAS-3, 02 (dois) cargos de Assessor Administrativo, símbolo II -Diretoria de Música e Artes Cênicas.
DAI-4, 17 (dezessete) cargos de Coordenador de Centro de Cultura, Art. 96 - Ficam criadas, na estrutura organizacional da Funda-
símbolo DAI-4, 07 (sete) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4, ção Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, as seguintes Unidades:
02 (dois) cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 01 (um) cargo I -Diretoria das Artes, com a finalidade de propor e estimular
de Secretário Administrativo I, símbolo DAI-5 e 18 (dezoito) cargos políticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à
de Secretário Administrativo II, símbolo DAI-6. dança e à literatura;
Art. 87 - Fica extinto, na estrutura de cargos em comissão da II - Centro de Formação em Artes, com a finalidade de planejar,
Secretaria de Cultura, 01 (um) cargo de Assistente de Execução Or- coordenar, executar e avaliar ações e projetos artístico-educativos,
çamentária, símbolo DAI-5. promovendo a democratização do acesso aos cursos, o funciona-
Art. 88 - Ficam criadas, na estrutura organizacional da Funda- mento regular e a dinamização das diversas linguagens artísticas.
ção Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia
- FPC, as seguintes Unidades:
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Art. 97 - A Diretoria de Administração, Orçamento e Finanças Art. 105 - O Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
passa a denominar-se Diretoria de Administração e Finanças, com - INEMA tem por finalidade executar a Política Estadual de Meio
a finalidade de executar as atividades de administração geral, mo- Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, a Política Estadual de
dernização e informática, administração financeira e contabilidade Recursos Hídricos, a Política Estadual sobre Mudança do Clima e a
da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, em articulação Política Estadual de Educação Ambiental.
com a Diretoria Geral da Secretaria de Cultura e os respectivos Sis- Art. 106 - O INEMA tem as seguintes competências:
temas formalmente instituídos. I -executar as ações e programas relacionados à Política Esta-
Art. 98 - A Assessoria Técnica passa a ter por finalidade desem- dual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, da Política
penhar as atividades de planejamento, programação e orçamenta- Estadual de Recursos Hídricos, da Política Estadual sobre Mudança
ção, em articulação com o respectivo Sistema Estadual de Planeja- do Clima e da Política Estadual de Educação Ambiental;
mento. II - participar da elaboração e da implementação do Plano Es-
Art. 99 - Ficam criados, na estrutura de cargos em comissão da tadual de Meio Ambiente, do Plano Estadual de Recursos Hídricos e
Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, 01 (um) cargo de do Plano Estadual sobre Mudança do Clima;
Diretor, símbolo DAS-2B, 06 (seis) cargos de Coordenador I, símbolo III -realizar ações de Educação Ambiental, considerando as prá-
DAS-2C, 02 (dois) cargos de Coordenador II, símbolo DAS-3, e 11 ticas de desenvolvimento sustentável;
(onze) cargos de Coordenador III, símbolo DAI-4. IV - promover a gestão florestal e do patrimônio genético, bem
Art. 100 - Ficam extintos, na estrutura de cargos em comissão como a restauração de ecossistemas, com vistas à proteção e pre-
da Fundação Cultural do Estado da Bahia - FUNCEB, 02 (dois) cargos servação da flora e da fauna;
de Diretor, símbolo DAS-2C, 04 (quatro) cargos de Coordenador Téc- V -promover as ações relacionadas com a criação, a implanta-
ção e a gestão das Unidades de Conservação, em consonância com
nico, símbolo DAS-2D, 01 (um) cargo de Assessor Técnico, símbolo
o Sistema Estadual de Unidades de Conservação - SEUC, bem como
DAS-3, 02 (dois) cargos de Gerente, símbolo DAS-3, 06 (seis) cargos
elaborar e implementar os Planos de Manejo;
de Administrador de Espaço Cultural, símbolo DAI-4, 01 (um) cargo
VI - promover a gestão das águas superficiais e subterrâneas de
de Assistente III, símbolo DAI-4, 15 (quinze) cargos de Coordenador
domínio do Estado;
de Centro de Cultura, símbolo DAI-4, 03 (três) cargos de Diretor, VII -fomentar a criação e organização de Comitês de Bacia Hi-
símbolo DAI-4, 05 (cinco) cargos de Subgerente, símbolo DAI-4, 01 drográfica, visando garantir o seu funcionamento, bem como acom-
(um) cargo de Assistente Administrativo-Financeiro, símbolo DAI-5, panhar a implementação dos seus respectivos planos;
02 (dois) cargos de Assistente de Apoio Técnico, símbolo DAI-5, 05 VIII - executar programas, projetos e ações voltadas à proteção
(cinco) cargos de Coordenador IV, símbolo DAI-5, 02 (dois) cargos e melhoria do meio ambiente, da biodiversidade e dos recursos hí-
de Supervisor, símbolo DAI-5, e 15 (quinze) cargos de Secretário Ad- dricos;
ministrativo II, símbolo DAI-6. IX - propor ao Conselho Estadual de Meio Ambiente - CEPRAM
Art. 101 - O Quadro de Cargos em Comissão da Secretaria de e ao Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH normas para
Cultura - SECULT, da Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória a proteção, conservação, defesa e melhoria do meio ambiente e dos
e Arquivo Público da Bahia - FPC, do Instituto do Patrimônio Artís- recursos hídricos;
tico e Cultural da Bahia - IPAC e da Fundação Cultural do Estado da X -expedir licenças ambientais, emitir anuência prévia para im-
Bahia - FUNCEB passam a ser os constantes dos Anexos IX, X, XI e plantação de empreendimentos e atividades em unidades de con-
XII, respectivamente, desta Lei. servação estaduais, autorizar a supressão de vegetação, conceder
Art. 102 - Ficam extintos, na estrutura da Administração Pública outorga de direito de uso de recursos hídricos e praticar outros atos
do Poder Executivo Estadual: autorizativos, na forma da lei;
I -o Instituto do Meio Ambiente - IMA, previsto no art. 5 da , de XI - efetuar a cobrança pelo uso de recursos hídricos, de bens
06 de junho de 2008, anteriormente denominado Centro de Recur- da biodiversidade e de outras receitas previstas na legislação am-
sos Ambientais, autarquia estadual criada pela Lei Delegada nº 31 , biental e de recursos hídricos;
de 03 de março de 1983; XII -elaborar e gerenciar os cadastros ambientais e de recursos
II - o Instituto de Gestão das Águas e Clima - INGÁ, previsto no hídricos;
art. 10 da , de 06 de junho de 2008, anteriormente denominado XIII - coordenar, executar, acompanhar, monitorar e avaliar a
Superintendência de Recursos Hídricos - SRH, autarquia estadual qualidade ambiental e de recursos hídricos;
criada pela Lei nº 6.812 , de 18 de janeiro de 1995. XIV - pesquisar e monitorar o tempo, o clima e as mudanças
Art. 103 - Fica criado o Instituto do Meio Ambiente e Recursos climáticas, bem como a ocorrência da desertificação;
XV -efetuar a previsão meteorológica e os monitoramentos hi-
Hídricos - INEMA, como autarquia vinculada à Secretaria do Meio
drológicos, hidrogeológicos, climáticos e hidrometeorológicos;
Ambiente - SEMA, dotada de personalidade jurídica de direito pú-
XVI - realizar estudos e pesquisas destinados à elaboração e
blico, autonomia administrativa e financeira e patrimônio próprio, o
execução de programas, projetos e ações voltadas à melhoria da
qual reger-se-á por esta Lei e demais normas legais aplicáveis.
qualidade ambiental e de recursos hídricos;
§ 1º - O INEMA terá sede e foro na cidade de Salvador, Estado XVII -celebrar convênios, contratos, ajustes e protocolos com
da Bahia e prazo de duração indeterminado. instituições públicas e privadas, nacionais, estrangeiras e interna-
§ 2º - O INEMA gozará, no que couber, de todas as franquias e cionais, bem como termos de compromisso, observada a legislação
privilégios concedidos aos órgãos da Administração Direta do Es- pertinente;
tado. XVIII - exercer o poder de polícia administrativa, preventiva ou
Art. 104 - Os recursos orçamentários e financeiros, bem como repressiva, fiscalizando o cumprimento da legislação ambiental e de
os acervos e obrigações do IMA e do INGÁ passam a ser transferidos recursos hídricos.
para o INEMA, que os sucederá ainda nos direitos, créditos e obri-
gações decorrentes de lei, ato administrativo ou contrato, inclusive
nas respectivas receitas.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 107 - O INEMA atuará em articulação com os órgãos e enti- Art. 113 - A Coordenação de Ações Estratégicas tem por fina-
dades da Administração Pública Estadual e com a sociedade civil or- lidade coordenar ações que promovam a melhoria da gestão e do
ganizada, para consecução de seus objetivos, em consonância com aperfeiçoamento do Sistema Estadual de Informações Ambientais e
as diretrizes das Políticas Nacionais do Meio Ambiente, de Recursos de Recursos Hídricos - SEIA, de acordo com as diretrizes e priorida-
Hídricos, sobre Mudança do Clima e de Educação Ambiental. des estabelecidas pela SEMA, voltadas à otimização do desempe-
Art. 108 - O INEMA tem a seguinte estrutura organizacional bá- nho organizacional e fortalecimento dos resultados institucionais,
sica: em articulação com as unidades do INEMA.
I -Conselho de Administração; Art. 114 - A Coordenação de Atendimento Ambiental tem por
II - Diretoria Geral. finalidade executar a triagem técnica e administrativa de documen-
Art. 109 - O Conselho de Administração, órgão consultivo, deli- tos, formar, exercer o acompanhamento, controle e guarda de pro-
berativo, de orientação e supervisão superior, tem por finalidade o cessos, bem como realizar o controle e a expedição de correspon-
acompanhamento, controle e avaliação das ações executadas pelo dências destinadas ao Instituto ou geradas por este.
INEMA, sendo integrado pelos seguintes membros: Art. 115 - A Coordenação de Interação Social tem por finalidade
I -o Secretário do Meio Ambiente, que o presidirá; coordenar, gerir e executar, de forma descentralizada e participati-
II -o Diretor Geral do INEMA; va, as ações relativas à implementação e funcionamento dos Conse-
III -01 (um) representante da Casa Civil; lhos Gestores das Unidades de Conservação, dos Comitês de Bacia
IV -01 (um) representante da Secretaria da Administração; Hidrográfica e das Audiências Públicas.
V -01 (um) representante da Procuradoria Geral do Estado; Art. 116 - A Coordenação de Gestão Descentralizada tem por
VI -01 (um) representante dos servidores do INEMA. finalidade promover a articulação, a gestão e a integração das Uni-
§ 1º - Os membros do Conselho de Administração e seus su-
dades Regionais, bem como apoiar a desconcentração e descentra-
plentes serão nomeados pelo Governador do Estado, para um man-
lização da gestão ambiental do Estado.
dato de 02 (dois) anos, permitida uma recondução, sendo que os
Parágrafo único - As Unidades Regionais são unidades de des-
referidos nos incisos III a V serão indicados pelos respectivos órgãos.
concentração da gestão das atividades da Autarquia, que têm por fi-
§ 2º - O representante dos servidores do INEMA e seu respec-
tivo suplente serão escolhidos por votação, mediante escrutínio nalidade executar a Política Estadual do Meio Ambiente e de Prote-
secreto, realizada por entidade dos servidores ou, na sua falta, por ção à Biodiversidade e a Política Estadual de Recursos Hídricos, nas
comissão de servidores especialmente constituída para este fim. suas respectivas regiões, através do licenciamento, monitoramento
§ 3º - O Diretor Geral do INEMA participará das reuniões do e fiscalização ambiental, além de prestar apoio aos municípios no
Conselho, porém, sem direito a voto, quando forem deliberadas desenvolvimento da gestão ambiental local, em articulação com a
matérias referentes a relatórios e prestações de contas da Autar- SEMA.
quia ou assuntos do seu interesse próprio. Art. 117 - A Diretoria de Regulação tem por finalidade plane-
§ 4º - Os membros do Conselho serão substituídos, em suas jar, organizar e coordenar as ações necessárias para emissão das
ausências e impedimentos, pelos respectivos suplentes. licenças ambientais e dos atos autorizativos de meio ambiente e de
§ 5º - O Regimento do Conselho de Administração, por ele recursos hídricos, na forma da lei.
aprovado e homologado por ato do Governador do Estado, fixará as Art. 118 - A Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Am-
normas de seu funcionamento. biental tem por finalidade fiscalizar o cumprimento da legislação
Art. 110 - A Diretoria Geral do INEMA, composta pelo conjunto ambiental e de recursos hídricos, bem como coordenar, executar,
de órgãos de planejamento, assessoramento, execução, avaliação e acompanhar, monitorar e avaliar a qualidade ambiental e de recur-
controle, tem a seguinte organização: sos hídricos.
I -Gabinete do Diretor Geral; Art. 119 - A Diretoria de Águas tem por finalidade implementar
II - Procuradoria Jurídica; os planos de recursos hídricos, bem como promover estudos, im-
III -Coordenação de Ações Estratégicas; plementar e avaliar medidas, ações, programas e projetos, visando
IV -Coordenação de Atendimento Ambiental; assegurar o gerenciamento do uso, a qualidade e conservação dos
V -Coordenação de Interação Social; recursos hídricos e o atendimento da demanda e da oferta hídrica
VI -Coordenação de Gestão Descentralizada: estadual.
a)Unidades Regionais; Art. 120 - A Diretoria de Biodiversidade tem por finalidade co-
VII -Diretoria de Regulação; ordenar a gestão florestal e do patrimônio genético, bem como a
VIII - Diretoria de Fiscalização e Monitoramento Ambiental; execução de programas e projetos de proteção e restauração de
IX -Diretoria de Águas;
ecossistemas.
X -Diretoria de Biodiversidade;
Art. 121 - A Diretoria de Unidades de Conservação tem por fina-
XI -Diretoria de Unidades de Conservação;
lidade coordenar as ações relacionadas com a criação, a implanta-
XII -Diretoria Administrativa e Financeira.
ção e a gestão das Unidades de Conservação, em consonância com
Art. 111 - O Gabinete do Diretor Geral tem por finalidade pres-
tar assistência ao Diretor Geral em suas tarefas técnicas e adminis- o SEUC, bem como elaborar e implementar os Planos de Manejo.
trativas. Art. 122 - A Diretoria Administrativa e Financeira tem por fi-
Art. 112 - A Procuradoria Jurídica tem por finalidade exercer a nalidade executar as atividades de programação, orçamentação,
representação judicial e extrajudicial, a consultoria e o assessora- acompanhamento, avaliação, estudos e análises, material, patri-
mento jurídico ao INEMA, mediante a vinculação técnica à Procura- mônio, serviços, recursos humanos, modernização administrativa
doria Geral do Estado e, de acordo com a legislação das Procurado- e informática, administração financeira e de contabilidade, e de
rias Jurídicas das Autarquias e Fundações do Estado da Bahia. arrecadação.
Art. 123 - Ato do Chefe do Poder Executivo estabelecerá as Uni-
dades Regionais, definindo as suas áreas de abrangência.
Art. 124 - O Diretor Geral será nomeado pelo Governador do
Estado.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Art. 125 - Aos Diretores e demais dirigentes do INEMA incum- Art. 129 - O exercício financeiro do INEMA coincidirá com o ano
be planejar, dirigir, avaliar o desempenho, coordenar, controlar e civil.
orientar a execução das atividades de sua área de competência e Art. 130 - O regime jurídico do pessoal do INEMA é o estabele-
exercer outras atribuições que lhes forem cometidas pelo Diretor cido para o serviço público estadual.
Geral da entidade. § 1º - A admissão de servidores do INEMA dar-se-á mediante
Art. 126 - Constituem patrimônio do INEMA, os bens móveis e concurso público e com observância ao plano de cargos e salários e
imóveis, valores, rendas e direitos atualmente pertencentes ao IMA benefícios previstos em lei.
e ao INGÁ ou que lhe venham a ser adjudicados ou transferidos. § 2º - Os cargos efetivos do INGÁ e do IMA passam a integrar
§ 1º - Os bens, diretos e valores do INEMA serão utilizados, o quadro do INEMA, onde desempenharão as suas respectivas atri-
exclusivamente, no cumprimento dos seus objetivos, permitida, a buições legais.
critério da Diretoria Geral, a utilização de uns e outros para obten- § 3º - Ficam transferidos da estrutura de cargos efetivos do IMA
ção de rendas destinadas ao atendimento de suas finalidades. e do INGÁ para o INEMA os cargos de Procurador Jurídico e suas
§ 2º - Em caso de extinção do INEMA, seus bens e direitos re- respectivas classes, previstos no Anexo II da Lei nº 8.208, de 04 de
verterão ao patrimônio do Estado da Bahia, salvo disposição em fevereiro de 2002.
contrário expressa em lei. § 4º - O Poder Executivo poderá colocar à disposição do INEMA
Art. 127 - Constituem receitas do INEMA: servidores públicos do seu quadro para auxiliar no desempenho de
I -os créditos orçamentários que lhe forem consignados pelo programas ou projetos específicos.
Orçamento Geral do Estado; Art. 131 - Fica criado o Sistema Estadual de Informações Am-
II - os recursos correspondentes a 95% (noventa e cinco por bientais e de Recursos Hídricos - SEIA, que absorverá o Sistema Es-
cento) dos valores das multas administrativas por atos lesivos ao tadual de Informações Ambientais - SEIA e o Sistema Estadual de
meio ambiente, a serem repassados pelo Fundo de Recursos para o Informações de Recursos Hídricos - SEIRH.
Meio Ambiente - FERFA; Art. 132 - A Secretaria do Meio Ambiente - SEMA, criada pela
III -os valores correspondentes às multas administrativas por Lei n° 8.538, de 20 de dezembro de 2002, alterada pelas Leis nº
descumprimento da legislação estadual de recursos hídricos; 9.525, de 21 de junho de 2005, nº 10.431, de 20 de dezembro de
IV -os valores da arrecadação da Taxa de Controle e Fiscalização 2006 e nº 11.050, de 06 de junho de 2008, tem por finalidade pla-
Ambiental, incidente sobre as atividades utilizadoras de recursos nejar, coordenar, supervisionar e controlar a política estadual e as
naturais e atividades potencialmente poluidoras do meio ambien- diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, a biodiver-
te, prevista no art. 3º da Lei Estadual nº 11.631, de 30 de dezembro sidade e os recursos hídricos.
de 2009; Art. 133 - A SEMA passa a ter as seguintes competências:
V -os recursos correspondentes a até 25% (vinte e cinco por I -planejar, coordenar, supervisionar e controlar a Política Esta-
cento) dos previstos no inciso III do art. 1º da Lei Estadual nº 9.281, dual de Meio Ambiente e de Proteção à Biodiversidade, da Política
de 07 de outubro de 2004, referentes às compensações financeiras Estadual de Recursos Hídricos, da Política Estadual sobre Mudança
previstas no § 1º do art. 20 da Constituição Federal, a serem repas- do Clima e da Política Estadual de Educação Ambiental;
sados pelo FERFA; II - planejar, coordenar, orientar e integrar as ações relativas ao
VI - os recursos correspondentes a 20% (vinte por cento) da Sistema Estadual do Meio Ambiente - SISEMA e ao Sistema Estadual
cobrança pelo fornecimento de água bruta dos reservatórios; de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SEGREH;
VII -os valores provenientes da remuneração pela análise dos III -promover a integração das políticas ambientais do Estado
processos de licenciamento ambiental e pela prestação de serviços; entre si e com as políticas públicas setoriais, bem como a articu-
VIII -os valores provenientes da cobrança de emolumentos lação de sua atuação com o Sistema Nacional do Meio Ambiente -
administrativos para expedição das outorgas de direito de uso dos SISNAMA e com o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
recursos hídricos; Hídricos - SINGREH;
IX -os valores correspondentes às multas aplicadas pelo des- IV - elaborar o Plano Estadual de Meio Ambiente, o Plano Es-
cumprimento de Termo de Compromisso celebrado pela Entidade; tadual de Recursos Hídricos e o Plano Estadual sobre Mudança do
X -os valores provenientes da venda de publicações ou outros Clima, supervisionando a sua implementação;
materiais educativos e técnicos produzidos pela Entidade; V -gerir o Fundo de Recursos para o Meio Ambiente - FERFA, o
XI - os recursos oriundos de convênios, acordos ou contratos Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FERHBA e a Câmara de Com-
celebrados com entidades públicas ou privadas, organismos ou em- pensação Ambiental, exercendo o controle orçamentário, financei-
presas nacionais, estrangeiras ou internacionais; ro e patrimonial dos mesmos;
XII -as doações, legados, subvenções e quaisquer outras fontes VI - exercer a Secretaria Executiva do CEPRAM e do CONERH;
ou atividades. VII -gerir e operacionalizar o SEIA, promovendo a integração
§ 1º - Será destinado a projetos de melhoria ambiental o per- com os demais sistemas relacionados com a sua área de atuação;
centual de 80% (oitenta por cento) do valor resultante do recurso VIII - planejar, coordenar e executar ações para a promoção
previsto no inciso II do caput deste artigo. de estudos e pesquisas voltados ao desenvolvimento tecnológico e
§ 2º - Fica mantida a destinação de 80% (oitenta por cento) dos científico para o uso sustentável e racional dos recursos ambientais
recursos previstos no inciso VI do caput deste artigo para o órgão e hídricos;
responsável pela administração, operação e manutenção do reser- IX - apoiar o fortalecimento da gestão ambiental municipal, po-
vatório. dendo delegar competência;
Art. 128 - A prestação de contas do INEMA, relativa à admi- X -promover e estimular a celebração de convênios e acordos
nistração dos bens e recursos obtidos, no exercício ou na gestão, entre entidades públicas, privadas e organizações não-governa-
será elaborada em conformidade com as disposições constitucio- mentais, nacionais, estrangeiras e internacionais, com vistas à oti-
nais sobre a matéria, com o disposto em lei, no Regimento e demais mização da gestão ambiental e de recursos hídricos no Estado.
normas legais aplicáveis, devendo ser encaminhadas ao Tribunal de Art. 134 - A SEMA tem a seguinte estrutura organizacional bá-
Contas do Estado. sica:
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
I -Órgãos Colegiados: Art. 144 - A Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos
a)Conselho Estadual do Meio Ambiente - CEPRAM; Hídricos da Bahia - CERB, sociedade de economia mista de capital
b)Conselho Estadual de Recursos Hídricos - CONERH; autorizado, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, tem a fi-
II -Órgãos da Administração Direta: nalidade de executar programas, projetos e ações de engenharia
a)Gabinete do Secretário; ambiental e aproveitamento dos recursos hídricos, perenização de
b)Coordenação de Ações Estratégicas; rios, perfuração de poços, construção, operação e manutenção de
c)Coordenação de Gestão dos Fundos; barragens e obras para mitigação dos efeitos da seca e convivência
d)Diretoria Geral; com o semi-árido, bem como a execução de outros programas, pro-
e)Superintendência de Estudos e Pesquisas Ambientais; jetos e ações relativas a obras de infraestrutura que lhe venham a
f)Superintendência de Políticas e Planejamento Ambiental; ser atribuídas dentro da política de Governo do Estado para o setor.
III -Entidades da Administração Indireta: Parágrafo único - A estrutura organizacional e funcional da
a)Instituto Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos - CERB, bem como a definição de suas competências, inclusive das
INEMA; unidades organizacionais que a compõem, serão definidas em seu
b)Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia - CERB. Estatuto Social e Regimento Interno.
Art. 135 - O CEPRAM, órgão superior do Sistema Estadual do Art. 145 - O Quadro de Cargos em Comissão do INEMA é o
Meio Ambiente, com funções de natureza consultiva, normativa, constante do Anexo XIII desta Lei.
deliberativa e recursal, tem por finalidade o planejamento e acom- Art. 146 - Ficam extintos os cargos em comissão previstos nos
panhamento da política e das diretrizes governamentais voltadas Quadros de Cargos em Comissão do IMA e do INGÁ, constantes dos
para o meio ambiente, a biodiversidade e a definição de normas Anexos II e III da Lei nº 11.050, 06 de junho de 2008.
e padrões relacionados à preservação e conservação dos recursos Art. 147 - Fica alterado o Quadro de Cargos em Comissão da
naturais. SEMA, que passa a ser o constante do Anexo XIV desta Lei.
Art. 136 - O CONERH, órgão superior do Sistema Estadual de Art. 148 - Fica o Poder Executivo autorizado a promover, no
Gerenciamento de Recursos Hídricos, com caráter consultivo, nor- prazo de 180 (cento e oitenta) dias, os atos necessários:
mativo, deliberativo, recursal e de representação, tem por finalida- I -à elaboração dos atos regulamentares e regimentais que de-
de o planejamento e acompanhamento da política e das diretrizes corram, implícita ou explicitamente, das disposições desta Lei, in-
governamentais voltadas para a gestão dos recursos hídricos. clusive os que se relacionam com pessoal, material e patrimônio,
Art. 137 - O Gabinete do Secretário tem por finalidade prestar bem como as alterações organizacionais e de cargos em comissão
assistência ao Titular da Pasta em suas tarefas técnicas e adminis- decorrentes desta Lei;
trativas. II - à utilização, para o funcionamento das Secretarias de Esta-
Art. 138 - A Coordenação de Ações Estratégicas tem por fina- do, ora criadas, mediante processo formal de cessão, de servido-
lidade coordenar ações que promovam a melhoria da gestão e do res das demais Secretarias, Autarquias e Fundações do Estado da
aperfeiçoamento do SEIA, de acordo com as diretrizes e prioridades Bahia, bem como de servidores de outras esferas governamentais,
estabelecidas nas políticas governamentais voltadas para a otimiza- por meio de instrumento próprio adequado;
ção do desempenho organizacional e fortalecimento dos resultados III -à abertura de créditos adicionais, necessários ao funciona-
institucionais, em articulação com a Diretoria Geral. mento das Secretarias e demais órgãos e entidades da Administra-
Art. 139 - A Coordenação de Gestão dos Fundos tem por fina- ção Pública Indireta do Poder Executivo Estadual;
lidade exercer a gestão orçamentária, financeira e patrimonial do IV -à continuidade dos serviços, até a definitiva estruturação
FERFA, do FERHBA e da Câmara de Compensação Ambiental. das Secretarias e demais órgãos e entidades da Administração Pú-
Art. 140 - A Diretoria Geral tem por finalidade a coordenação blica Indireta do Poder Executivo Estadual, em especial os proces-
dos órgãos setoriais e seccionais dos sistemas formalmente institu- sos licitatórios;
ídos, responsáveis pela execução das atividades de programação, V -à transferência dos contratos, convênios, protocolos e de-
orçamentação, acompanhamento, avaliação, estudos e análises, mais instrumentos vigentes, necessária à implementação das al-
material, patrimônio, serviços, recursos humanos, modernização terações das competências definidas nesta Lei, procedendo-se às
administrativa e informática, e de administração financeira e de devidas adequações orçamentárias;
contabilidade. VI - à elaboração de estudos sobre o quadro de cargos efeti-
Art. 141 - A Superintendência de Estudos e Pesquisas Ambien- vos para atendimento às atividades inerentes às competências da
tais tem por finalidade planejar, coordenar e executar ações para a SEMA e do INEMA, a ser definido em lei;
promoção do conhecimento, informação e inovação, direcionadas VII -às modificações orçamentárias que se fizerem necessárias
ao desenvolvimento tecnológico e científico em gestão ambiental, ao cumprimento do disposto nesta Lei, respeitados os valores glo-
bem como aprimorar seus instrumentos de gestão ambiental na bais constantes do orçamento vigente e no Plano Plurianual.
busca do desenvolvimento sustentável e da qualidade ambiental. Art. 149 - Revogam-se as disposições em contrário, em especial
Art. 142 - A Superintendência de Políticas e Planejamento Am- a Lei nº 11.050 , de 06 de junho de 2008, os artigos 49, 51 e 52 da
bientais tem por finalidade planejar as políticas de meio ambien- Lei nº 11.612 , de 08 de outubro de 2009, e o artigo 171, caput e
te e de recursos hídricos, bem como coordenar e supervisionar a parágrafo único da Lei nº 10.431 , de 20 de dezembro de 2006.
execução de seus programas e projetos de gestão, promovendo a Art. 150 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
articulação institucional e a educação ambiental. PALÁCIO DO GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA, em 04 de maio
Art. 143 - A Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia - de 2011.
CERB, criada pela Lei nº 2.929, de 11 de maio de 1971, alterada
pelas Leis nº 6.074, de 22 de maio de 1991, nº 8.538, de 20 de de- Prezado candidato, a lei na íntegra com seus respectivos ane-
zembro de 2002 e nº 11.050, de 06 de junho de 2008, passa a deno- xos está disponível para consulta em: http://www.legislabahia.
minar-se Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos ba.gov.br/documentos/lei-no-12212-de-04-de-maio-de-2011
da Bahia - CERB.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
VII - a Casa Militar da Presidência da República; e
LEI FEDERAL Nº 10.678, DE 23 DE MAIO DE 2003, COM AS VIII - a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re-
ALTERAÇÕES DA LEI FEDERAL Nº 13.341, DE 29 DE SETEM- pública.
BRO DE 2016 (REFERENTE À SECRETARIA DE POLÍTICAS DE Art. 2º Ficam transformados:
PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL DA PRESIDÊNCIA DA I - o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-
REPÚBLICA) rior em Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços;
II - o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação em Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
LEI N° 10.678, DE 23 DE MAIO DE 2003 III - o Ministério do Trabalho e Previdência Social em Ministério
do Trabalho;
Cria a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualda- IV - o Ministério da Justiça em Ministério da Justiça e Cidadania;
de Racial, da Presidência da República, e dá outras providências. V - o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
em Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário;
Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida VI - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão em Mi-
Provisória nº 111, de 2003, que o Congresso Nacional aprovou, e nistério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão; e
eu, Eduardo Siqueira Campos, Segundo Vice-Presidente, no exercí- VII - o Ministério dos Transportes em Ministério dos Transpor-
cio da Presidência da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos tes, Portos e Aviação Civil.
do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada Art. 3º Ficam criados:
pela Emenda constitucional nº 32, combinado com o art. 12 da Re- I - o Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-
solução nº 1, de 2002-CN, promulgo a seguinte Lei: -Geral da União - CGU; e
Art. 1° Fica criada, como órgão de assessoramento imediato ao II - o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da Re-
Presidente da República, a Secretaria Especial de Políticas de Pro- pública.
moção da Igualdade Racial. Art. 4º Ficam extintos os cargos de:
Art. 2° (Revogado pela Lei nº 12.314, de 2010) I - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Portos da Presi-
Art. 3° O CNPIR será presidido pelo titular da Secretaria Espe- dência da República;
cial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da II - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Aviação Civil da
República, e terá a sua composição, competências e funcionamento Presidência da República;
estabelecidos em ato do Poder Executivo, a ser editado até 31 de III - Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Comunicação So-
agosto de 2003. cial da Presidência da República;
Parágrafo único.A Secretaria Especial de Políticas de Promo- IV - Ministro de Estado Chefe da Controladoria-Geral da União;
ção da Igualdade Racial, da Presidência da República, constituirá, V - Ministro de Estado das Comunicações;
no prazo de noventa dias, contado da publicação desta Lei, grupo VI - Ministro de Estado do Desenvolvimento Agrário;
de trabalho integrado por representantes da Secretaria Especial e VII - Ministro de Estado das Mulheres, da Igualdade Racial, da
da sociedade civil, para elaborar proposta de regulamentação do Juventude e dos Direitos Humanos;
CNPIR, a ser submetida ao Presidente da República. VIII - Secretário-Executivo da Secretaria de Portos da Presidên-
Art. 4º Fica criado, na Secretaria Especial de Políticas de Promo- cia da República;
ção da Igualdade Racial da Presidência da República, 1(um) cargo IX - Secretário-Executivo da Secretaria de Aviação Civil da Pre-
de Secretário-Adjunto, código DAS 101.6. (Redação dada pela Lei nº sidência da República;
11.693, de 2008) X – (VETADO);
Art. 4º-A. Fica transformado o cargo de Secretário Especial de XI - Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento
Políticas de Promoção da Igualdade Racial no cargo de Ministro de Agrário;
Estado Chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da XII - Secretário-Executivo do Ministério das Mulheres, da Igual-
Igualdade Racial. (Incluído pela Lei nº 11.693, de 2008) dade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos;
Art. 5° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. XIII - Chefe da Casa Militar da Presidência da República;
XIV - Secretário Especial da Previdência Social do Ministério do
LEI Nº 13.341, DE 29 DE SETEMBRO DE 2016. Trabalho e Previdência Social; e
XV - Secretário Especial do Trabalho do Ministério do Trabalho
Altera as Leis n º 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe e Previdência Social.
sobre a organização da Presidência da República e dos Ministé- Art. 5º Ficam criados os cargos de:
rios, e 11.890, de 24 de dezembro de 2008, e revoga a Medida I - Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e Controla-
Provisória nº 717, de 16 de março de 2016. doria-Geral da União - CGU;
II - Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institu-
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- cional da Presidência da República;
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: III - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Gabinete de
Segurança Institucional da Presidência da República;
Art. 1 o Ficam extintos: IV - Natureza Especial de Secretário Especial de Agricultura Fa-
I - a Secretaria de Portos da Presidência da República; miliar e do Desenvolvimento Agrário do Ministério do Desenvolvi-
II - a Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República; mento Social e Agrário.
III - a Controladoria-Geral da União; Art. 6º Ficam transferidas as competências:
IV - o Ministério das Comunicações; I - da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e
V - o Ministério do Desenvolvimento Agrário; da Secretaria de Portos da Presidência da República para o Ministé-
VI - o Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventu- rio dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
de e dos Direitos Humanos; II - da Controladoria-Geral da União para o Ministério da Trans-
parência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU;
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
III - do Ministério das Comunicações para o Ministério da Ciên- III - Ministro de Estado do Trabalho e Previdência Social em car-
cia, Tecnologia, Inovações e Comunicações; go de Ministro de Estado do Trabalho;
IV - do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven- IV - Ministro de Estado da Justiça em cargo de Ministro de Esta-
tude e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça e Cidada- do da Justiça e Cidadania;
nia, ressalvadas as competências sobre políticas para a juventude; V - Ministro de Estado do Desenvolvimento Social e Combate
V - do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o Ministério à Fome em cargo de Ministro de Estado do Desenvolvimento Social
do Desenvolvimento Social e Agrário; e Agrário;
VI - da Casa Militar da Presidência da República para o Gabinete VI - Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
de Segurança Institucional da Presidência da República; e em cargo de Ministro de Estado do Planejamento, Desenvolvimento
VII - da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re- e Gestão;
pública para a Casa Civil da Presidência da República. VII - Ministro de Estado dos Transportes em cargo de Ministro
Art. 7º Ficam transferidos os órgãos e as entidades supervisio- de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
nadas, no âmbito: VIII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério
I - da Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior em cargo de Na-
da Secretaria de Portos da Presidência da República para o Ministé- tureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da Indústria,
rio dos Transportes, Portos e Aviação Civil; Comércio Exterior e Serviços;
II - da Controladoria-Geral da União para o Ministério da Trans- IX - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da
parência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU; Ciência, Tecnologia e Inovação em cargo de Natureza Especial de
III - do Ministério das Comunicações para o Ministério da Ciên- Secretário-Executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inova-
cia, Tecnologia, Inovações e Comunicações; ções e Comunicações;
IV - do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven- X - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério do
tude e dos Direitos Humanos para o Ministério da Justiça e Cida- Trabalho e Previdência Social em cargo de Natureza Especial de Se-
dania, ressalvados aqueles com competências relativas a políticas cretário-Executivo do Ministério do Trabalho;
para a juventude; XI - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério da
V - do Ministério do Desenvolvimento Agrário para o Ministério Justiça em cargo de Natureza Especial de Secretário-Executivo do
do Desenvolvimento Social e Agrário; Ministério da Justiça e Cidadania;
VI - da Casa Militar da Presidência da República para o Gabinete XII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério do
de Segurança Institucional da Presidência da República; e Desenvolvimento Social e Combate à Fome em cargo de Natureza
VII - da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da Re- Especial de Secretário-Executivo do Ministério do Desenvolvimento
pública para a Casa Civil da Presidência da República. Social e Agrário;
Parágrafo único. Mantidos os demais órgãos e entidades super- XIII - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério
visionadas que lhe componham a estrutura organizacional ou que do Planejamento, Orçamento e Gestão em cargo de Natureza Espe-
lhe estejam vinculados, ficam transferidos: cial de Secretário-Executivo do Ministério do Planejamento, Desen-
I - o Conselho de Recursos da Previdência Social, que passa a se volvimento e Gestão;
chamar Conselho de Recursos do Seguro Social, e o Instituto Nacio- XIV - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério
nal do Seguro Social - INSS, do Ministério do Trabalho e Previdência dos Transportes em cargo de Natureza Especial de Secretário-Exe-
Social para o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário; cutivo do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
XV - Natureza Especial de Secretário-Executivo da Controlado-
II - a Superintendência Nacional de Previdência Complementar
ria-Geral da União em cargo de Natureza Especial de Secretário-
- PREVIC, o Conselho Nacional de Previdência Complementar e a
-Executivo do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla-
Câmara de Recursos da Previdência Complementar para o Ministé-
doria-Geral da União - CGU;
rio da Fazenda;
XVI - Natureza Especial de Subchefe-Executivo da Secretaria de
III - o Conselho Nacional de Previdência Social e a Empresa de
Comunicação Social da Presidência da República em cargo de Natu-
Tecnologia e Informações da Previdência Social - DATAPREV, que
reza Especial de Secretário Especial da Secretaria de Comunicação
passam a se chamar, respectivamente, Conselho Nacional de Pre-
Social da Casa Civil da Presidência da República;
vidência e Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência -
XVII - Natureza Especial de Secretário Especial de Direitos Hu-
DATAPREV, para o Ministério da Fazenda; manos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juven-
IV - a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Ga- tude e dos Direitos Humanos em cargo de Natureza Especial de
rantias S.A. - ABGF e o Banco Nacional do Desenvolvimento Econô- Secretário Especial de Direitos Humanos do Ministério da Justiça
mico e Social - BNDES para o Ministério do Planejamento, Desen- e Cidadania;
volvimento e Gestão; XVIII - Natureza Especial de Secretário Especial de Políticas de
V - o Conselho Deliberativo do Sistema de Proteção da Ama- Promoção da Igualdade Racial do Ministério das Mulheres, da Igual-
zônia - CONSIPAM da Casa Civil da Presidência da República para o dade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos em cargo de Na-
Ministério da Defesa; tureza Especial de Secretário Especial de Políticas de Promoção da
VI – (VETADO); e Igualdade Racial do Ministério da Justiça e Cidadania;
VII - a Câmara de Comércio Exterior - CAMEX para a Presidência XIX - Natureza Especial de Secretário Especial de Políticas para
da República. as Mulheres do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da
Art. 8º Ficam transformados os cargos de: Juventude e dos Direitos Humanos em cargo de Natureza Especial
I - Ministro de Estado do Desenvolvimento, Indústria e Comér- de Secretário Especial de Políticas para as Mulheres do Ministério
cio Exterior em cargo de Ministro de Estado da Indústria, Comércio da Justiça e Cidadania; e
Exterior e Serviços; XX - Natureza Especial de Secretário-Executivo do Ministério
II - Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação em das Comunicações em Natureza Especial de Secretário Especial dos
cargo de Ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Co- Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Justiça e Ci-
municações; dadania.
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Art. 9º Para fins do disposto no art. 1º, os cargos inerentes aos p) na divulgação de atos e de documentação para órgãos pú-
órgãos comuns, nos termos em que os define o art. 28 da Lei nº blicos;
10.683, de 28 de maio de 2003 , serão suprimidos por ocasião da q) no apoio aos órgãos integrantes da Presidência da República
publicação dos decretos das estruturas regimentais dos órgãos que no relacionamento com a imprensa; e
incorporarem as respectivas competências. .....................................................................................
Art. 10. O acervo patrimonial e o quadro de servidores efeti- Parágrafo único. ..........................................................
vos dos órgãos e entidades extintos, transformados, transferidos, I - (revogado);
incorporados ou desmembrados por esta Lei serão transferidos aos ......................................................................................
órgãos que absorverem as suas competências, bem como os res- IV - a Secretaria Executiva;
pectivos direitos, créditos e obrigações decorrentes de lei, atos ad- V - até três Subchefias;
ministrativos ou contratos, inclusive as receitas e despesas. VI - a Secretaria Especial de Comunicação Social; e
Parágrafo único. Aplica-se às dotações orçamentárias dos ór- VII - até três Secretarias.” (NR)
gãos e entidades de que trata o caput o disposto no art. 52 da Lei nº “Art. 3º .................................................................
13.242, de 30 de dezembro de 2015 . .....................................................................................
Art. 11. Ficam transferidas aos órgãos que recebam as atribui- XII - (revogado);
ções correspondentes e a seus titulares as competências e as in- XIII - (revogado);
cumbências, estabelecidas em lei, dos órgãos transformados e de .....................................................................................
seus titulares, transferidos ou extintos por esta Lei. § 1º .......................................................................
Art. 12. A Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003 , passa a vigorar I - supervisão e execução das atividades administrativas da
com as seguintes alterações: Presidência da República e, supletivamente, da Vice-Presidência da
“Art. 1º ....................................................................... República;
..................................................................................... II - avaliação da ação governamental e do resultado da gestão
IV - (revogado); dos administradores, no âmbito dos órgãos integrantes da Presidên-
..................................................................................... cia da República e Vice-Presidência da República, além de outros
VI - pelo Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da determinados em legislação específica, por intermédio da fiscaliza-
República; ção contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial;
..................................................................................... III - formulação, supervisão, coordenação, integração e articu-
XI - (revogado); lação de políticas públicas para a juventude;
XII - (revogado); IV - articulação, promoção e execução de programas de coope-
...................................................................................... ração com organismos nacionais e internacionais, públicos e priva-
§ 1º .............................................................................. dos, voltados à implementação de políticas de juventude;
...................................................................................... V - elaboração da agenda futura do Presidente da República;
X - (revogado). VI - articulação e supervisão dos órgãos e entidades envolvidos
...................................................................................... na integração para o registro e legalização de empresas.
§ 3º (VETADO). § 2º .............................................................................
I - (revogado); ......................................................................................
............................................................................” (NR) IV-A - a Secretaria Nacional de Juventude;
“Art. 2º ................................................................. .....................................................................................
I - .......................................................................... VIII - (revogado);
...................................................................................... IX - (revogado);
e) na formulação e implementação da política de comunicação X - o Conselho Nacional de Juventude;
e divulgação social do Governo Federal; XI - a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa.
f) na implementação de programas informativos; § 3º Caberá ao Secretário-Executivo da Secretaria de Governo
g) na organização e desenvolvimento de sistemas de informa- da Presidência da República exercer, além da supervisão e da co-
ção e pesquisa de opinião pública; ordenação das Secretarias integrantes da estrutura regimental da
h) na coordenação da comunicação interministerial e das ações Secretaria de Governo da Presidência da República subordinadas
de informação e difusão das políticas de governo; ao Ministro de Estado da Secretaria de Governo da Presidência da
i) na coordenação, normatização, supervisão e controle da pu- República, as funções que lhe forem por este atribuídas.” (NR)
blicidade e de patrocínios dos órgãos e das entidades da adminis- “ Art. 6º Ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência
tração pública federal, direta e indireta, e de sociedades sob con- da República compete:
trole da União; .......................................................................................
j) na convocação de redes obrigatórias de rádio e televisão; III - analisar e acompanhar questões com potencial de risco,
k) na coordenação e consolidação da implementação do siste- prevenir a ocorrência e articular o gerenciamento de crises, em
ma brasileiro de televisão pública; caso de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional;
l) na assistência ao Presidente da República relativamente à co- IV - coordenar as atividades de inteligência federal;
municação com a sociedade; V - realizar o assessoramento pessoal em assuntos militares e
m) no relacionamento do Presidente da República com a im- de segurança;
prensa nacional, regional e internacional; VI - coordenar as atividades de segurança da informação e das
n) na coordenação do credenciamento de profissionais de im- comunicações;
prensa e do acesso e do fluxo a locais onde ocorram atividades de VII - zelar, assegurado o exercício do poder de polícia, pela se-
que participe o Presidente da República; gurança pessoal do Presidente da República, do Vice-Presidente da
o) na prestação de apoio jornalístico e administrativo ao comitê República e respectivos familiares, dos titulares dos órgãos essen-
de imprensa do Palácio do Planalto; ciais da Presidência da República e de outras autoridades ou perso-
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nalidades, quando determinado pelo Presidente da República, bem IX - propor medidas legislativas ou administrativas e sugerir
como pela segurança dos palácios presidenciais e das residências ações que visem evitar a repetição de irregularidades constatadas;
do Presidente da República e do Vice-Presidente da República; X - receber as reclamações relativas à prestação de serviços pú-
VIII - coordenar as atividades do Sistema de Proteção Nuclear blicos em geral e promover a apuração do exercício negligente de
Brasileiro como seu órgão central; e cargo, emprego ou função na administração pública federal, quan-
IX - planejar e coordenar viagens presidenciais no País e, no do não houver disposição legal que atribua a competência a outros
exterior, em articulação com o Ministério das Relações Exteriores. órgãos; e
...................................................................................... XI - desenvolver outras atribuições de que o incumba o Presi-
§ 3º Os locais onde o Presidente da República e o Vice-Presiden- dente da República.
te da República trabalham, residem, estejam ou haja a iminência de § 1º (Revogado).
virem a estar, e adjacências, são áreas consideradas de segurança § 2º (Revogado).
das referidas autoridades e cabe ao Gabinete de Segurança Institu- § 3º (Revogado).
cional da Presidência da República, para os fins do disposto neste § 4º (Revogado).
artigo, adotar as necessárias medidas para a sua proteção e coor- § 5º (Revogado).” (NR)
denar a participação de outros órgãos de segurança nessas ações. “Art. 25. ...............................................................
§ 4º O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da .....................................................................................
República tem como estrutura básica: II - da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações;
....................................................................................... III - da Defesa;
IV - a Secretaria-Executiva e até três Secretarias; e IV - da Cultura;
V - a Agência Brasileira de Inteligência - ABIN.” (NR) V - da Fazenda;
“ Art. 11-A . Ao Conselho de Aviação Civil, presidido pelo Minis- VI - da Indústria, Comércio Exterior e Serviços;
tro de Estado dos Transportes, Portos e Aviação Civil, com composi- VII - da Integração Nacional;
ção e funcionamento estabelecidos pelo Poder Executivo, compete VIII - da Justiça e Cidadania;
estabelecer as diretrizes da política relativa ao setor de aviação ci- IX - da Saúde;
vil.” (NR) X - da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da
“Art. 16. ............................................................... União - CGU;
§ 1º O Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional XI - das Cidades;
terão como Secretários-Executivos, respectivamente, o Ministro de XII - das Relações Exteriores;
Estado Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República XIII - de Minas e Energia;
e o Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança Institucio- XIV - do Desenvolvimento Social e Agrário;
nal da Presidência da República. XV - do Esporte;
§ 2º A Câmara de Relações Exteriores e Defesa Nacional será XVI - do Meio Ambiente;
presidida pelo Ministro de Estado Chefe do Gabinete de Segurança XVII - do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão;
Institucional da Presidência da República.” (NR) .......................................................................................
“ Art. 18. Ao Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização XIX - do Trabalho;
e Controladoria-Geral da União - CGU, no exercício da sua compe- XX - do Turismo;
tência, incumbe, especialmente: XXI - dos Transportes, Portos e Aviação Civil;
I - decidir, preliminarmente, sobre as representações ou de- XXII - (revogado);
núncias fundamentadas que receber, indicando as providências XXIII - (revogado);
cabíveis; .......................................................................................
II - instaurar os procedimentos e processos administrativos a XXV - (revogado);
seu cargo, constituindo comissões, e requisitar a instauração da- XXVI - da Educação.
queles que venham sendo injustificadamente retardados pela au- Parágrafo único. ...........................................................
toridade responsável; .......................................................................................
III - acompanhar procedimentos e processos administrativos II - o Chefe da Secretaria de Governo da Presidência da Repú-
em curso em órgãos ou entidades da administração pública federal; blica;
IV - realizar inspeções e avocar procedimentos e processos em III - o Advogado-Geral da União, até que seja aprovada emenda
curso na administração pública federal, para exame de sua regulari- constitucional para incluí-lo no rol das alíneas c e d do inciso I do
dade, propondo a adoção de providências ou a correção de falhas; caput do art. 102 da Constituição Federal;
V - efetivar ou promover a declaração da nulidade de proce- .......................................................................................
dimento ou processo administrativo e, se for o caso, a imediata e VI - (revogado);
regular apuração dos fatos mencionados nos autos e na nulidade VII - o Presidente do Banco Central do Brasil, até que seja apro-
declarada; vada emenda constitucional para incluí-lo, juntamente com os dire-
VI - requisitar procedimentos e processos administrativos já ar- tores do Banco Central do Brasil, no rol das alíneas c e d do inciso I
quivados por autoridade da administração pública federal; do caput do art. 102 da Constituição Federal; e
VII - requisitar a órgão ou entidade da administração pública VIII - o Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presi-
federal ou, quando for o caso, propor ao Presidente da República dência da República.” (NR)
que sejam solicitados as informações e os documentos necessários “Art. 27. ......................................................................
a trabalhos do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla- ......................................................................................
doria-Geral da União - CGU; II - Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunica-
VIII - requisitar aos órgãos e às entidades federais servidores ções:
e empregados necessários à constituição das comissões referidas a) política nacional de telecomunicações;
no inciso II, e de outras análogas, bem como qualquer servidor ou b) política nacional de radiodifusão;
empregado indispensável à instrução do processo; c) serviços postais, telecomunicações e radiodifusão;
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d) políticas nacionais de pesquisa científica e tecnológica e de c) regulação de direitos autorais; e
incentivo à inovação; d) assistência e acompanhamento do Ministério do Desenvol-
e) planejamento, coordenação, supervisão e controle das ativi- vimento Social e Agrário e do Instituto Nacional de Colonização e
dades de ciência, tecnologia e inovação; Reforma Agrária - INCRA nas ações de regularização fundiária, para
f) política de desenvolvimento de informática e automação; garantir a preservação da identidade cultural dos remanescentes
g) política nacional de biossegurança; das comunidades dos quilombos;
h) política espacial; e) (revogada);
i) política nuclear; f) (revogada);
j) controle da exportação de bens e serviços sensíveis; e g) (revogada);
k) articulação com os Governos dos Estados, do Distrito Federal h) (revogada);
e dos Municípios, com a sociedade civil e com órgãos do Governo V - Ministério da Fazenda:
Federal para estabelecimento de diretrizes para as políticas nacio- a) moeda, crédito, instituições financeiras, capitalização, pou-
nais de ciência, tecnologia e inovação; pança popular, seguros privados e previdência privada aberta;
l) (revogada); b) política, administração, fiscalização e arrecadação tributária
III - Ministério da Defesa: e aduaneira;
a) política de defesa nacional, estratégia nacional de defesa e c) administração financeira e contabilidade públicas;
elaboração do Livro Branco de Defesa Nacional; d) administração das dívidas públicas interna e externa;
b) políticas e estratégias setoriais de defesa e militares; e) negociações econômicas e financeiras com governos, orga-
c) doutrina, planejamento, organização, preparo e emprego nismos multilaterais e agências governamentais;
conjunto e singular das Forças Armadas; f) preços em geral e tarifas públicas e administradas;
d) projetos especiais de interesse da defesa nacional; g) fiscalização e controle do comércio exterior;
e) inteligência estratégica e operacional no interesse da defesa; h) realização de estudos e pesquisas para acompanhamento da
f) operações militares das Forças Armadas; conjuntura econômica;
g) relacionamento internacional de defesa; i) autorização, ressalvadas as competências do Conselho Mo-
h) orçamento de defesa; netário Nacional:
i) legislação de defesa e militar; 1. da distribuição gratuita de prêmios a título de propaganda
j) política de mobilização nacional; quando efetuada mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou ope-
k) política de ensino de defesa; ração assemelhada;
l) política de ciência, tecnologia e inovação de defesa; 2. das operações de consórcio, fundo mútuo e outras formas
m) política de comunicação social de defesa; associativas assemelhadas, que objetivem a aquisição de bens de
n) política de remuneração dos militares e pensionistas; qualquer natureza;
o) política nacional: 3. da venda ou da promessa de venda de mercadorias a varejo,
1. de indústria de defesa, abrangendo a produção; mediante oferta pública e com recebimento antecipado, parcial ou
2. de compra, contratação e desenvolvimento de Produto de total, do preço;
Defesa - PRODE, abrangendo as atividades de compensação tecno- 4. da venda ou da promessa de venda de direitos, inclusive co-
lógica, industrial e comercial; tas de propriedade de entidades civis, como hospital, motel, clube,
3. de inteligência comercial de Prode; e hotel, centro de recreação ou alojamento e organização de serviços
4. de controle da exportação e importação de Prode e em áreas de qualquer natureza, com ou sem rateio de despesas de manu-
de interesse da defesa; tenção, mediante oferta pública e com pagamento antecipado do
p) atuação das Forças Armadas, quando couber, na garantia da preço;
lei e da ordem, visando à preservação da ordem pública e da in- 5. da venda ou promessa de venda de terrenos loteados a pres-
columidade das pessoas e do patrimônio, na garantia da votação tações mediante sorteio; e
e da apuração eleitoral e sua cooperação com o desenvolvimento 6. da exploração de loterias, inclusive os sweepstakes e outras
nacional e a defesa civil e no combate a delitos transfronteiriços e modalidades de loterias realizadas por entidades promotoras de
ambientais; corridas de cavalos;
q) logística de defesa; j) previdência; e
r) serviço militar; k) previdência complementar;
s) assistência à saúde, social e religiosa das Forças Armadas; VI - Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços:
t) constituição, organização, efetivos, adestramento e apresta- a) política de desenvolvimento da indústria, do comércio e dos
mento das forças navais, terrestres e aéreas; serviços;
u) política marítima nacional; b) propriedade intelectual e transferência de tecnologia;
v) segurança da navegação aérea e do tráfego aquaviário e sal- c) metrologia, normalização e qualidade industrial;
vaguarda da vida humana no mar; d) políticas de comércio exterior;
w) patrimônio imobiliário administrado pelas Forças Armadas, e) regulamentação e execução dos programas e atividades rela-
sem prejuízo das competências atribuídas ao Ministério do Planeja- tivas ao comércio exterior;
mento, Desenvolvimento e Gestão; f) aplicação dos mecanismos de defesa comercial;
x) política militar aeronáutica e atuação na política aeroespa- g) participação em negociações internacionais relativas ao co-
cial nacional; mércio exterior; e
y) infraestrutura aeroespacial e aeronáutica; e h) execução das atividades de registro do comércio;
z) operacionalização do Sistema de Proteção da Amazônia - SI- VII - Ministério da Integração Nacional:
PAM; a) formulação e condução da política de desenvolvimento na-
IV - Ministério da Cultura: cional integrada;
a) política nacional de cultura; b) formulação dos planos e programas regionais de desenvol-
b) proteção do patrimônio histórico e cultural; vimento;
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c) estabelecimento de estratégias de integração das economias n) formulação de políticas e diretrizes voltadas à promoção dos
regionais; direitos da cidadania, da criança, do adolescente, do idoso e das
d) estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação minorias e à defesa dos direitos das pessoas com deficiência e à
dos recursos dos programas de financiamento de que trata a alínea promoção da sua integração à vida comunitária;
c do inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal; o) articulação de iniciativas e apoio a projetos voltados à prote-
e) estabelecimento das diretrizes e prioridades na aplicação ção e à promoção dos direitos humanos em âmbito nacional, tanto
dos recursos do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia - FDA e por organismos governamentais, incluindo os Poderes Executivo,
do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste - FDNE; Legislativo e Judiciário, quanto por organizações da sociedade;
f) estabelecimento de normas para cumprimento dos progra- p) exercício da função de ouvidoria nacional de direitos huma-
mas de financiamento dos fundos constitucionais e das programa- nos, da criança, do adolescente, do idoso e das minorias;
ções orçamentárias dos fundos de investimentos regionais; q) atuação em favor da ressocialização e da proteção dos de-
g) acompanhamento e avaliação dos programas integrados de pendentes químicos, sem prejuízo das atribuições dos órgãos in-
desenvolvimento nacional; tegrantes do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas
h) defesa civil; - SISNAD;
i) obras contra as secas e de infraestrutura hídrica; r) formulação, coordenação, definição de diretrizes e articula-
j) formulação e condução da política nacional de irrigação; ção de políticas para a promoção da igualdade racial;
k) ordenação territorial; e s) formulação, coordenação e avaliação das políticas públicas
l) obras públicas em faixas de fronteiras; afirmativas de promoção da igualdade e da proteção dos direitos
m) (revogada); de indivíduos e grupos raciais e étnicos, com ênfase na população
n) (revogada); negra, afetados por discriminação racial e demais formas de into-
o) (revogada): lerância;
1. (revogado); t) articulação, promoção e acompanhamento da execução dos
2. (revogado); programas de cooperação com organismos nacionais e internacio-
3. (revogado); nais, públicos e privados, voltados à implementação da promoção
p) (revogada); da igualdade racial;
q) (revogada); u) formulação, coordenação e acompanhamento das políticas
r) (revogada); transversais de governo para a promoção da igualdade racial;
s) (revogada); v) planejamento, coordenação da execução e avaliação do Pro-
t) (revogada); grama Nacional de Ações Afirmativas;
u) (revogada); w) acompanhamento da implementação de legislação de ação
v) (revogada); afirmativa e definição de ações públicas que visem ao cumprimento
w) (revogada); de acordos, convenções e outros instrumentos congêneres firma-
x) (revogada); dos pelo País, nos aspectos relativos à promoção da igualdade e ao
y) (revogada); combate à discriminação racial ou étnica;
z) (revogada); x) assistência ao Presidente da República em matérias não afe-
VIII - Ministério da Justiça e Cidadania: tas a outro Ministério; e
a) defesa da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garan- y) formulação, coordenação, definição de diretrizes e articula-
tias constitucionais; ção de políticas para as mulheres, incluindo:
b) política judiciária; 1. elaboração e implementação de campanhas educativas e an-
c) direitos dos índios; tidiscriminatórias de caráter nacional;
d) políticas sobre drogas, segurança pública, polícias federal, 2. planejamento que contribua na ação do Governo Federal e
rodoviária, ferroviária federal e do Distrito Federal; das demais esferas de governo para a promoção da igualdade entre
e) defesa da ordem econômica nacional e dos direitos do con- mulheres e homens;
sumidor; 3. promoção, articulação e execução de programas de coopera-
f) planejamento, coordenação e administração da política pe- ção com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados,
nitenciária nacional; voltados à implementação das políticas; e
g) nacionalidade, imigração e estrangeiros; 4. acompanhamento da implementação de legislação de ação
h) ouvidoria-geral dos índios e do consumidor; afirmativa e definição de ações públicas que visem ao cumprimento
i) ouvidoria das polícias federais; de acordos, convenções e planos de ação firmados pelo País, nos
j) prevenção e repressão à lavagem de dinheiro e cooperação aspectos relativos à igualdade entre mulheres e homens e ao com-
jurídica internacional; bate à discriminação;
k) defesa dos bens e dos próprios da União e das entidades IX - Ministério da Saúde:
integrantes da administração pública federal indireta; a) política nacional de saúde;
l) articulação, coordenação, supervisão, integração e proposi- b) coordenação e fiscalização do Sistema Único de Saúde - SUS;
ção das ações do Governo e do Sistema Nacional de Políticas sobre c) saúde ambiental e ações de promoção, proteção e recupe-
Drogas nos aspectos relacionados com as atividades de prevenção, ração da saúde individual e coletiva, inclusive a dos trabalhadores
repressão ao tráfico ilícito e à produção não autorizada de drogas e dos índios;
e aquelas relacionadas com o tratamento, a recuperação e a rein- d) informações de saúde;
serção social de usuários e dependentes e ao Plano Integrado de e) insumos críticos para a saúde;
Enfrentamento ao Crack e outras Drogas; f) ação preventiva em geral, vigilância e controle sanitário de
m) política nacional de arquivos; fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;
g) vigilância de saúde, especialmente quanto a drogas, medica-
mentos e alimentos;
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i) pesquisa científica e tecnologia na área de saúde; XII - Ministério das Relações Exteriores:
X - Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria- a) política internacional;
-Geral da União - CGU: b) relações diplomáticas e serviços consulares;
a) adoção das providências necessárias à defesa do patrimô- c) participação nas negociações comerciais, econômicas, técni-
nio público, ao controle interno, à auditoria pública, à correição, à cas e culturais com governos e entidades estrangeiras;
prevenção e combate à corrupção, às atividades de ouvidoria e ao d) programas de cooperação internacional;
incremento da transparência da gestão no âmbito da administração e) promoção do comércio exterior, de investimentos e da com-
pública federal; petitividade internacional do País, em coordenação com as políticas
b) decisão preliminar acerca de representações ou denúncias governamentais de comércio exterior; e
fundamentadas que receber, indicando as providências cabíveis; f) apoio a delegações, comitivas e representações brasileiras
c) instauração de procedimentos e processos administrativos a em agências e organismos internacionais e multilaterais;
seu cargo, constituindo comissões, e requisição de instauração da- g) (revogada);
queles injustificadamente retardados pela autoridade responsável; h) (revogada);
d) acompanhamento de procedimentos e processos adminis- i) (revogada):
trativos em curso em órgãos ou entidades da administração pública 1. (revogado);
federal; 2. (revogado);
e) realização de inspeções e avocação de procedimentos e pro- 3. (revogado);
cessos em curso na administração pública federal, para exame de 4. (revogado);
sua regularidade, propondo a adoção de providências ou a correção 5. (revogado);
de falhas; .....................................................................................
f) efetivação ou promoção da declaração da nulidade de pro- 7. (revogado);
cedimento ou processo administrativo e, se for o caso, da imediata XIII - Ministério de Minas e Energia:
e regular apuração dos fatos envolvidos nos autos e na nulidade a) geologia, recursos minerais e energéticos;
declarada; b) aproveitamento da energia hidráulica;
g) requisição de dados, informações e documentos relativos a c) mineração e metalurgia; e
procedimentos e processos administrativos já arquivados por auto- d) petróleo, combustível e energia elétrica, inclusive nuclear;
ridade da administração pública federal; e) (revogada);
h) requisição a órgão ou entidade da administração pública fe- f) (revogada);
deral de informações e documentos necessários a seus trabalhos g) (revogada);
ou atividades; h) (revogada);
i) requisição a órgãos ou entidades da administração pública i) (revogada);
federal de servidores ou empregados necessários à constituição de j) (revogada);
comissões, inclusive as que são objeto do disposto na alínea c , e l) (revogada);
de qualquer servidor ou empregado indispensável à instrução de m) (revogada);
processo ou procedimento; XIV - Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário:
j) proposição de medidas legislativas ou administrativas e su- a) política nacional de desenvolvimento social;
gestão de ações necessárias a evitar a repetição de irregularidades b) política nacional de segurança alimentar e nutricional;
constatadas; c) política nacional de assistência social;
k) recebimento de reclamações relativas à prestação de servi- d) política nacional de renda de cidadania;
ços públicos, em geral, e apuração do exercício negligente de cargo, e) articulação com os governos federal, estaduais, do Distrito
emprego ou função na administração pública federal, quando não Federal e municipais e a sociedade civil no estabelecimento de di-
houver disposição legal que atribua competências específicas a ou- retrizes para as políticas nacionais de desenvolvimento social, de
tros órgãos; e segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e de as-
l) execução das atividades de controladoria no âmbito do Poder sistência social;
Executivo federal; f) articulação entre as políticas e programas dos governos fede-
XI - Ministério das Cidades: ral, estaduais, do Distrito Federal e municipais e as ações da socie-
a) política de desenvolvimento urbano; dade civil ligadas ao desenvolvimento social, à produção alimentar,
b) políticas setoriais de habitação, saneamento ambiental, à alimentação e nutrição, à renda de cidadania e à assistência social;
transporte urbano e trânsito; g) orientação, acompanhamento, avaliação e supervisão de
c) promoção, em articulação com as diversas esferas de gover- planos, programas e projetos relativos às áreas de desenvolvimento
no, com o setor privado e organizações não governamentais, de social, segurança alimentar e nutricional, de renda de cidadania e
ações e programas de urbanização, de habitação, de saneamento de assistência social;
básico e ambiental, transporte urbano, trânsito e desenvolvimento h) normatização, orientação, supervisão e avaliação da execu-
urbano; ção das políticas de desenvolvimento social, segurança alimentar e
d) política de subsídio à habitação popular, saneamento e nutricional, de renda de cidadania e de assistência social;
transporte urbano; i) gestão do Fundo Nacional de Assistência Social;
e) planejamento, regulação, normatização e gestão da aplica- j) coordenação, supervisão, controle e avaliação da operacio-
ção de recursos em políticas de desenvolvimento urbano, urbaniza- nalização de programas de transferência de renda;
ção, habitação, saneamento básico e ambiental, transporte urbano k) aprovação dos orçamentos gerais do Serviço Social da Indús-
e trânsito; e tria - SESI, do Serviço Social do Comércio - SESC e do Serviço Social
f) participação na formulação das diretrizes gerais para con- do Transporte - SEST;
servação dos sistemas urbanos de água e para a adoção de bacias l) reforma agrária;
hidrográficas como unidades básicas do planejamento e gestão do m) promoção do desenvolvimento sustentável do segmento
saneamento; rural constituído pelos agricultores familiares; e
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
n) delimitação das terras dos remanescentes das comunidades a) política nacional de transportes ferroviário, rodoviário, aqua-
dos quilombos e determinação de suas demarcações, a serem ho- viário e aeroviário;
mologadas por decreto; b) marinha mercante e vias navegáveis;
o) (revogada); c) formulação de políticas e diretrizes para o desenvolvimento
XV - Ministério do Esporte: e o fomento do setor de portos e instalações portuárias marítimos,
a) política nacional de desenvolvimento da prática dos espor- fluviais e lacustres e execução e avaliação de medidas, programas
tes; e projetos de apoio ao desenvolvimento da infraestrutura e da su-
b) intercâmbio com organismos públicos e privados, nacionais, perestrutura dos portos e instalações portuárias marítimos, fluviais
internacionais e estrangeiros, voltados à promoção do esporte; e lacustres;
c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às ati- d) formulação, coordenação e supervisão das políticas nacio-
vidades esportivas; e nais do setor de portos e instalações portuárias marítimos, fluviais
d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos pla- e lacustres;
nos e programas de incentivo aos esportes e de ações de demo- e) participação no planejamento estratégico, no estabeleci-
cratização da prática esportiva e inclusão social por intermédio do mento de diretrizes para sua implementação e na definição das
esporte; prioridades dos programas de investimentos em transportes;
e) (revogada); f) elaboração dos planos gerais de outorgas;
f) (revogada); g) estabelecimento de diretrizes para a representação do País
XVI - Ministério do Meio Ambiente: nos organismos internacionais e em convenções, acordos e tratados
a) política nacional do meio ambiente e dos recursos hídricos; referentes às suas competências;
b) política de preservação, conservação e utilização sustentável h) desenvolvimento da infraestrutura e da superestrutura
de ecossistemas, e biodiversidade e florestas; aquaviária dos portos e instalações portuárias em sua esfera de
c) proposição de estratégias, mecanismos e instrumentos eco- competência, com a finalidade de promover a segurança e a efici-
nômicos e sociais para a melhoria da qualidade ambiental e do uso ência do transporte aquaviário de cargas e de passageiros; e
sustentável dos recursos naturais; i) aviação civil e infraestruturas aeroportuária e de aeronáutica
d) políticas para integração do meio ambiente e produção; civil, em articulação, no que couber, com o Ministério da Defesa;
e) políticas e programas ambientais para a Amazônia Legal; e j) (revogada);
f) zoneamento ecológico-econômico; XXII - (revogado);
XVII - Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão: XXIII - (revogado);
..................................................................................... .....................................................................................
f) formulação de diretrizes, coordenação das negociações e XXV - (revogado);
acompanhamento e avaliação dos financiamentos externos de XXVI - Ministério da Educação:
a) política nacional de educação;
projetos públicos com organismos multilaterais e agências gover-
b) educação infantil;
namentais;
c) educação em geral, compreendendo ensino fundamental,
......................................................................................
ensino médio, ensino superior, educação de jovens e adultos, edu-
j) administração patrimonial; e
cação profissional, educação especial e educação a distância, exce-
......................................................................................
to ensino militar;
XIX - Ministério do Trabalho:
d) avaliação, informação e pesquisa educacional;
a) política e diretrizes para a geração de emprego e renda e de
e) pesquisa e extensão universitária;
apoio ao trabalhador;
f) magistério; e
b) política e diretrizes para a modernização das relações de tra- g) assistência financeira a famílias carentes para a escolarização
balho; de seus filhos ou dependentes.
c) fiscalização do trabalho, inclusive do trabalho portuário, e .....................................................................................
aplicação das sanções previstas em normas legais ou coletivas; § 3º A competência atribuída ao Ministério da Integração Na-
d) política salarial; cional de que trata a alínea k do inciso VII do caput será exercida em
e) formação e desenvolvimento profissional; conjunto com o Ministério da Defesa.
f) segurança e saúde no trabalho; § 4º A competência atribuída ao Ministério do Meio Ambiente,
g) política de imigração; e nos termos da alínea f do inciso XVI do caput , será exercida em con-
h) cooperativismo e associativismo urbanos; junto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o
XX - Ministério do Turismo: Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, o Minis-
a) política nacional de desenvolvimento do turismo; tério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e o Ministério da
b) promoção e divulgação do turismo nacional, no País e no Integração Nacional.
exterior; § 5º A competência relativa aos direitos dos índios atribuída ao
c) estímulo às iniciativas públicas e privadas de incentivo às ati- Ministério da Justiça e Cidadania na alínea c do inciso VIII do caput
vidades turísticas; inclui o acompanhamento das ações de saúde desenvolvidas em
d) planejamento, coordenação, supervisão e avaliação dos pla- prol das comunidades indígenas.
nos e programas de incentivo ao turismo; .....................................................................................
e) gestão do Fundo Geral de Turismo; e § 8º As competências atribuídas ao Ministério dos Transportes,
f) desenvolvimento do Sistema Brasileiro de Certificação e Clas- Portos e Aviação Civil, nos termos das alíneas a , b e i do inciso XXI
sificação das atividades, empreendimentos e equipamentos dos do caput , compreendem:
prestadores de serviços turísticos; .....................................................................................
g) (revogada); III - a elaboração e a aprovação dos planos de outorgas, ouvida,
h) (revogada); tratando-se da exploração da infraestrutura aeroportuária, a Agên-
XXI - Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil: cia Nacional de Aviação Civil - ANAC;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
..................................................................................... Capítulo V da Lei n o 8.429, de 2 de junho de 1992 , e outros a serem
V - a formulação e a supervisão da execução da política referen- desenvolvidos ou já em curso em órgão ou entidade da administra-
te ao Fundo da Marinha Mercante, destinado à renovação, recupe- ção pública federal, desde que relacionados a lesão ou ameaça de
ração e ampliação da frota mercante nacional, em articulação com lesão ao patrimônio público.
os Ministérios da Fazenda e do Planejamento, Desenvolvimento e § 19. Os titulares dos órgãos do sistema de controle interno do
Gestão; Poder Executivo federal devem cientificar o Ministro de Estado da
VI - o estabelecimento de diretrizes para afretamento de em- Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU
barcações estrangeiras por empresas brasileiras de navegação e acerca de irregularidades que, registradas em seus relatórios, tra-
para liberação do transporte de cargas prescritas; tem de atos ou fatos atribuíveis a agentes da administração públi-
VII - a elaboração de estudos e projeções relativos aos assun- ca federal e das quais haja resultado ou possa resultar prejuízo ao
tos de aviação civil e de infraestruturas aeroportuária e aeronáutica erário de valor superior ao limite fixado pelo Tribunal de Contas da
civil e sobre a logística do transporte aéreo e do transporte inter- União para efeito da tomada de contas especial elaborada de forma
modal e multimodal, ao longo de eixos e fluxos de produção, em simplificada.
articulação com os demais órgãos governamentais competentes, § 20. O Ministro de Estado da Transparência, Fiscalização e
com atenção às exigências de mobilidade urbana e acessibilidade; Controladoria-Geral da União - CGU poderá requisitar servidores na
VIII - a formulação e a implementação do planejamento estra- forma do art. 2º da Lei nº 9.007, de 17 de março de 1995 .
tégico do setor aeroviário, definindo prioridades dos programas de § 21. Para efeito do disposto no § 19, os órgãos e as entidades
investimentos; da administração pública federal estão obrigados a atender, no pra-
zo indicado, às requisições e solicitações do Ministro de Estado da
IX - a proposição de que se declare a utilidade pública, para fins
Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU
de desapropriação ou instituição de servidão administrativa, dos
e a comunicar-lhe a instauração de sindicância ou outro processo
bens necessários à construção, manutenção e expansão da infraes-
administrativo e o respectivo resultado.
trutura aeronáutica e aeroportuária;
§ 22. Fica autorizada a manutenção no Ministério da Transpa-
X - a coordenação dos órgãos e das entidades do sistema de rência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU das Grati-
aviação civil, em articulação com o Ministério da Defesa, no que ficações de Representação da Presidência da República alocadas à
couber; e Controladoria-Geral da União da Presidência da República na data
XI - a transferência, para Estados, o Distrito Federal ou Muni- de publicação desta Lei.
cípios, da implantação, da administração, da operação, da manu- § 23. O INSS é vinculado ao Ministério do Desenvolvimento So-
tenção e da exploração de aeródromos públicos, direta ou indire- cial e Agrário e, quanto às questões previdenciárias, segue as dire-
tamente. trizes gerais estabelecidas pelo Conselho Nacional de Previdência.
..................................................................................... § 24. (VETADO).” (NR)
§ 14. Ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Contro- “Art. 29. ...............................................................
ladoria-Geral da União - CGU, no exercício de suas competências, I - do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o
cabe dar o devido andamento às representações ou denúncias fun- Conselho Nacional de Política Agrícola, o Conselho Deliberativo
damentadas que receber, relativas a lesão ou ameaça de lesão ao da Política do Café, o Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca, a
patrimônio público, velando por seu integral deslinde. Comissão Especial de Recursos, a Comissão Executiva do Plano da
§ 15. Ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla- Lavoura Cacaueira, o Instituto Nacional de Meteorologia e até cinco
doria-Geral da União - CGU, por seu titular, sempre que constatar Secretarias;
omissão da autoridade competente, cumpre requisitar a instaura- II - do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, o Con-
ção de sindicância, procedimentos e processos administrativos, e selho Nacional de Assistência Social, o Conselho de Articulação de
avocar aqueles já em curso perante órgão ou entidade da adminis- Programas Sociais, o Conselho Gestor do Programa Bolsa Família, o
tração pública federal, visando à correção do andamento, inclusive Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, o Conse-
mediante a aplicação da penalidade administrativa cabível. lho Curador do Banco da Terra, o Conselho de Recursos do Seguro
§ 16. Cumpre ao Ministério da Transparência, Fiscalização e Social, a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvi-
Controladoria-Geral da União - CGU, na hipótese do § 15, instaurar mento Agrário e até seis Secretarias;
sindicância ou processo administrativo ou, conforme o caso, repre- ....................................................................................
sentar a autoridade competente para apurar a omissão das autori- IV - do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comu-
nicações, o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, o Centro
dades responsáveis.
de Tecnologias Estratégicas do Nordeste, o Instituto Nacional de
§ 17. O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controlado-
Pesquisa do Pantanal, o Instituto Nacional de Águas, o Instituto
ria-Geral da União - CGU encaminhará à Advocacia-Geral da União
Nacional da Mata Atlântica, o Conselho Nacional de Informática e
os casos que configurarem improbidade administrativa e aqueles
Automação, a Comissão de Coordenação das Atividades de Meteo-
que recomendarem a indisponibilidade de bens, o ressarcimento ao rologia, Climatologia e Hidrologia, o Instituto Nacional de Pesquisas
erário e outras providências a cargo da Advocacia-Geral da União e Espaciais, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, o Institu-
provocará, sempre que necessária, a atuação do Tribunal de Contas to Nacional de Tecnologia, o Instituto Brasileiro de Informação em
da União, da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dos órgãos do Ciência e Tecnologia, o Instituto Nacional do Semiárido, o Centro de
sistema de controle interno do Poder Executivo federal e, quando Tecnologia da Informação Renato Archer, o Centro Brasileiro de Pes-
houver indícios de responsabilidade penal, do Departamento de quisas Físicas, o Centro de Tecnologia Mineral, o Laboratório Nacio-
Polícia Federal e do Ministério Público, inclusive quanto a represen- nal de Astrofísica, o Laboratório Nacional de Computação Científica,
tações ou denúncias que se afigurarem manifestamente caluniosas. o Museu de Astronomia e Ciências Afins, o Museu Paraense Emílio
§ 18. Os procedimentos e processos administrativos de instau- Goeldi, o Observatório Nacional, a Comissão Técnica Nacional de
ração e avocação facultados ao Ministério da Transparência, Fiscali- Biossegurança, o Conselho Nacional de Controle de Experimenta-
zação e Controladoria-Geral da União - CGU incluem aqueles de que ção Animal, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de De-
tratam o Título V da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 , e o sastres Naturais e até cinco Secretarias;
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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
V - (revogado); XXI - do Ministério do Trabalho, o Conselho Nacional do Tra-
VI - (revogado); balho, o Conselho Nacional de Imigração, o Conselho Curador do
VII - do Ministério da Defesa, o Conselho Militar de Defesa, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o Conselho Deliberativo
Comando da Marinha, o Comando do Exército, o Comando da Aero- do Fundo de Amparo ao Trabalhador, o Conselho Nacional de Eco-
náutica, o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, a Secretaria- nomia Solidária e até três Secretarias;
-Geral, a Escola Superior de Guerra, o Centro Gestor e Operacional XXII - do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, o
do Sistema de Proteção da Amazônia, o Hospital das Forças Arma- Conselho Nacional de Aviação Civil, o Instituto Nacional de Pesqui-
das, a Representação Brasileira na Junta Interamericana de Defe- sas Hidroviárias e até cinco Secretarias;
sa, o Conselho Deliberativo do Sistema de Proteção da Amazônia .....................................................................................
- CONSIPAM, até três Secretarias e um órgão de controle interno; XXV - (revogado);
VIII - (revogado); XXVI - do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controla-
IX - do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, o doria-Geral da União - CGU, o Conselho de Transparência Pública
Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Indus- e Combate à Corrupção, a Comissão de Coordenação de Controle
trial, o Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exporta- Interno, a Corregedoria-Geral da União, a Ouvidoria-Geral da União
ção e até quatro Secretarias; e duas Secretarias, sendo uma a Secretaria Federal de Controle In-
X - do Ministério da Cultura, o Conselho Superior do Cinema, terno;
o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão Nacional de XXVII - do Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Edu-
Incentivo à Cultura e até seis Secretarias; cação, o Instituto Benjamin Constant, o Instituto Nacional de Educa-
..................................................................................... ção de Surdos e até seis Secretarias.
XII - do Ministério da Fazenda, o Conselho Monetário Nacional, .....................................................................................
o Conselho Nacional de Política Fazendária, o Conselho de Recursos § 7º Ao Conselho Nacional de Aquicultura e Pesca, presidido
do Sistema Financeiro Nacional, o Conselho Nacional de Seguros pelo Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
Privados, o Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros composto na forma estabelecida em regulamento pelo Poder Exe-
Privados, o Conselho de Previdência Privada Aberta e de Capitaliza-
cutivo, compete subsidiar a formulação da política nacional para a
ção, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Conselho
pesca e aquicultura, propondo diretrizes para o desenvolvimento e
Administrativo de Recursos Fiscais, o Conselho Diretor do Fundo de
fomento da produção pesqueira e aquícola, apreciar as diretrizes
Garantia à Exportação, o Comitê Brasileiro de Nomenclatura, o Co-
para o desenvolvimento do plano de ação da pesca e aquicultura e
mitê de Avaliação de Créditos ao Exterior, a Secretaria da Receita
Federal do Brasil, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a Esco- propor medidas destinadas a garantir a sustentabilidade da ativida-
la de Administração Fazendária, o Conselho Nacional de Previdên- de pesqueira e aquícola.
cia Complementar, a Câmara de Recursos da Previdência Comple- ......................................................................................
mentar, o Conselho Nacional de Previdência e até seis Secretarias; § 9º O Conselho de Transparência Pública e Combate à Cor-
..................................................................................... rupção será presidido pelo Ministro de Estado da Transparência,
XIV - do Ministério da Justiça e Cidadania, o Conselho Nacio- Fiscalização e Controladoria-Geral da União - CGU e composto, pa-
nal de Política Criminal e Penitenciária, o Conselho Nacional de ritariamente, por representantes da sociedade civil organizada e
Segurança Pública, o Conselho Federal Gestor do Fundo de Defesa representantes do Governo Federal.” (NR)
dos Direitos Difusos, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria Art. 13. A criação, a extinção, a transformação, a transferência,
e Delitos contra a Propriedade Intelectual, o Conselho Nacional de a incorporação ou o desmembramento de órgãos ou unidades ad-
Arquivos, o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, o Departa- ministrativas integrantes das entidades e dos órgãos, para fins do
mento de Polícia Federal, o Departamento de Polícia Rodoviária Fe- disposto nesta Lei, ocorrerá mediante a edição de decreto, desde
deral, o Departamento Penitenciário Nacional, o Arquivo Nacional, que não implique aumento de despesa, que também disporá sobre
o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial, o Conselho a estrutura regimental e a distribuição do pessoal e de cargos ou
Nacional dos Direitos Humanos, o Conselho Nacional de Combate funções no âmbito do órgão ou da unidade administrativa.
à Discriminação, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Art. 14. Enquanto não forem publicados os decretos de estru-
Adolescente, o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com De- tura regimental dos Ministérios que absorverão as competências
ficiência, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, o Conselho dos órgãos de que trata o art. 1º, as estruturas remanescentes dos
Nacional dos Direitos da Mulher, a Secretaria Especial de Políticas órgãos a serem extintos na forma do art. 9º ficarão subordinadas
para as Mulheres, a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da aos Ministros de Estado titulares dos órgãos que irão assumir as
Igualdade Racial, a Secretaria Especial de Direitos Humanos e até competências respectivas.
seis Secretarias; Art. 15. A estrutura organizacional dos órgãos extintos e trans-
..................................................................................... formados, assim como as entidades que lhes sejam vinculadas, in-
XVII - do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Ges- tegrarão os órgãos resultantes das transformações ou daqueles que
tão, a Comissão de Financiamentos Externos, a Assessoria Econômi-
absorveram as respectivas competências, bem como serão man-
ca e até dez Secretarias;
tidas as gratificações devidas em virtude de exercício nos órgãos
.....................................................................................
transformados ou extintos.
XIX - do Ministério das Relações Exteriores, o Cerimonial, a Se-
Art. 16. É aplicável o disposto no art. 2º da Lei nº 9.007, de 17
cretaria de Planejamento Diplomático, a Inspetoria-Geral do Servi-
ço Exterior, a Secretaria-Geral das Relações Exteriores, composta de de março de 1995 , para os servidores, os militares e os empregados
até nove Subsecretarias-Gerais, a Secretaria de Controle Interno, o em exercício no Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil
Instituto Rio Branco, as missões diplomáticas permanentes, as re- ou no Ministério da Justiça e Cidadania requisitados para a Secreta-
partições consulares, o Conselho de Política Externa, a Comissão de ria de Aviação Civil da Presidência da República, para a Secretaria de
Promoções e a Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exte- Portos da Presidência da República ou para o Ministério das Mulhe-
rior; res, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos até a
..................................................................................... data de entrada em vigor desta Lei.

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a solução para o seu concurso!
NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
Parágrafo único. Os servidores, os militares e os empregados III. apoio a iniciativas em defesa da cultura, da memória e das
de que trata o caput poderão ser designados para o exercício de tradições africanas e brasileiras.
Gratificações de Representação da Presidência da República ou de Está correto o que se afirma em
Gratificação de Exercício em Cargo de Confiança nos órgãos da Pre- (A) III, apenas.
sidência da República devida aos militares enquanto permanece- (B) I, II e III
rem em exercício nos sucessores dos órgãos para os quais foram (C) I e II, apenas.
requisitados. (D) I e III, apenas.
Art. 17. O art. 18 da Lei nº 11.890, de 24 de dezembro de 2008 (E) II e III, apenas.
, passa a vigorar com a seguinte alteração:
“Art. 18. ................................................................ 2. De acordo com Estatuto da Igualdade Racial (Lei n°
...................................................................................... 12.288/2010) a eliminação dos obstáculos históricos, socioculturais
II - .......................................................................... e institucionais que impedem a representação da diversidade ét-
a) ............................................................................ nica nas esferas pública e privada é uma das formas de promover
...................................................................................... (A) a informação para os jovens que buscam melhores condi-
5. Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior; ções econômicas e sociais.
...........................................................................” (NR) (B) a ação de adolescentes e jovens universitários nos diversos
Art. 18. Ficam revogados: espaços sociais garantindo a promoção da igualdade racial.
I - os seguintes dispositivos da Lei nº 10.683, de 28 de maio de (C) a participação da população negra, em condição de igual-
2003 : dade de oportunidade, na vida econômica, social, política e
a) os incisos IV , XI e XII do caput do art. 1º ; cultural do País.
b) o inciso X do § 1º do art. 1º ; (D) o acesso aos recursos financeiros para jovens com alto ren-
c) o inciso I do parágrafo único do art. 2º ; dimento escolar visando a melhoria de sua organização fami-
d) o art. 2º-B ; liar.
e) os incisos XII e XIII do caput do art. 3º; (E) a inclusão de meninas nos programas de apoio ao combate
f) os incisos VIII e IX do § 2º do art. 3º; às drogas nas escolas das grandes metrópoles.
g) os §§ 1º a 5º do art. 18 ;
h) os arts. 17 , 19 , 20 , 24-A e 24-D ; 3. João, 15 anos, negro, é vítima de várias piadas de outros ado-
i) os incisos XXII , XXIII e XXV do caput do art. 25 ; lescentes pela textura do cabelo e forma de penteá-lo. Na escola é
j) o inciso VI do parágrafo único do art. 25 ; excluído das atividades pelos próprios colegas e sempre recebe um
k) os incisos XXII , XXIII e XXV do caput do art. 27 ; e apelido diferente pela cor da pele. A atitude das pessoas para com o
l) os incisos V , VI , VIII e XXV do caput do art. 29 ; e João é definida no Estatuto da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010)
II - a Medida Provisória nº 717, de 16 de março de 2016 . como
Art. 19. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, pro- (A) desigualdade de gênero.
duzindo efeitos: (B) política pública.
I - quanto à alteração das estruturas dos órgãos abrangidos, (C) discriminação racial.
a partir da data de entrada em vigor dos respectivos decretos de (D) ação afirmativa.
estrutura regimental; e (E) discriminação sexual.
II - quanto às transformações, às extinções de cargos, às alte-
rações de supervisão ministerial de entidades e às demais disposi- 4. Conforme Lei Federal nº 12.288/2010, em relação aos ob-
ções, de imediato. jetivos da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra,
Parágrafo único. A competência sobre Previdência e Previdên- analise as assertivas abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se
cia Complementar será exercida, de imediato, pelo Ministério da falsas.
Fazenda, com apoio das estruturas que atualmente dão suporte a ( ) Fomento à realização de estudos e pesquisas sobre racismo
elas. e saúde da população negra.
( ) Inclusão do conteúdo da saúde da população negra nos pro-
Brasília, 29 de setembro de 2016; 195º da Independência e cessos de formação e educação permanente dos trabalhadores da
128º da República. saúde.
( ) Promoção da saúde integral da população negra, priorizando
a redução das desigualdades étnicas e o combate à discriminação
QUESTÕES nas instituições e serviços do SUS.
A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima
para baixo, é:
1. Na implementação dos programas e das ações constantes (A) F – F – F.
dos planos plurianuais e dos orçamentos anuais da União, deverão (B) F – V – V.
ser observadas as políticas de ação afirmativa conforme o Estatuto (C) V – F – F.
de Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010) e outras políticas públicas (D) V – F – V.
que tenham como objetivo promover a igualdade de oportunidades (E) V – V – V.
e a inclusão social da população negra, entre elas:
I. incentivo à criação de programas e veículos de comunicação 5. De acordo com a Lei nº 12.288/2010, que institui o Estatuto
destinados à divulgação de matérias relacionadas aos interesses da da Igualdade Racial, assinale a alternativa correta.
população negra. (A)O Estatuto da Igualdade Racial adota como diretriz político-
II. iniciativas que incrementem o acesso e a permanência das -jurídica a ressocialização dos autores de desigualdade étnico-
pessoas negras na educação fundamental, média, técnica e supe- -racial, a valorização da igualdade étnica e o fortalecimento da
rior. identidade nacional brasileira.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
(B) O poder público garantirá que o segmento da população ne- 8. Segundo a Lei nº 7.716/1989, é crime resultante de discri-
gra vinculado aos seguros privados de saúde seja tratado com minação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência
prioridade no atendimento. nacional, impedir
(C) A capoeira é reconhecida como desporto de criação nacio- (A) a ascensão funcional de servidores públicos estatutários,
nal. excluindo-se os prestadores de serviço em regime celetista.
(D) Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino (B) a ascensão funcional do empregado ou obstar outra forma
médio, desde que públicos, é obrigatório o estudo da história de benefício profissional, excluídos os cargos da administração
geral da África e da história da população negra no Brasil. pública indireta.
(E) Os moradores de comunidades carentes serão beneficiários (C) o acesso de pessoa habilitada, a qualquer cargo da admi-
de incentivos específicos para a garantia do direito à saúde. nistração pública, bem como das concessionárias de serviços
públicos.
6. Sobre o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288/2010) e (D) o acesso de pessoa devidamente habilitada a cargo da ad-
os conceitos estabelecidos por ele, relacione as colunas e assinale a ministração direta, o que não se aplica aos entes privados em
alternativa com a sequência correta. regime de concessão de serviços públicos.
1. Desigualdade racial.
2. Desigualdade de gênero e raça. 9. De acordo com a Lei nº 7.716/1989, que define os crimes
3. Políticas públicas. resultantes de preconceito de raça ou de cor, aquele que incitar o
4. Ações afirmativas. preconceito de raça por intermédio dos meios de comunicação so-
( ) Ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cum- cial está sujeito à pena de
(A) reclusão de dois a cinco anos e multa.
primento de suas atribuições institucionais.
(B) trabalho voluntário e restrições de finais de semana.
( ) Assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a
(C) reclusão de um a três anos.
distância social entre mulheres negras e os demais segmentos so-
(D) detenção de seis meses a 1 ano e multa.
ciais.
(E) somente multa.
( ) Programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela
iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a 10. Constituem crimes resultantes de discriminação ou precon-
promoção da igualdade de oportunidades. ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, EXCETO
( ) Toda situação injustificada de diferenciação de acesso e frui- (A) impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habi-
ção de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e priva- litado, a qualquer cargo da Administração Direta ou Indireta,
da, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou bem como das concessionárias de serviços públicos.
étnica. (B) negar ou obstar emprego em empresa privada.
(A) 4 – 2 – 3 – 1. (C) recusar ou impedir acesso a estabelecimento comercial,
(B) 3 –1 – 4 – 2 negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.
(C) 3 – 2 – 4 – 1. (D) impedir o acesso ou recusar hospedagem em hotel, pensão,
(D) 4 – 1 – 3 – 2. estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.
(E) 1 – 2 – 3 – 4. (E) injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro,
utilizando-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião
7. Assinale a alternativa correta acerca do que prevê o Estatuto e origem.
da Igualdade Racial (Lei n° 12.288/2010).
(A) Denominam-se políticas públicas para integração racial os 11. A respeito das disposições da Convenção sobre a elimina-
programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela ção de todas as formas de discriminação contra a mulher, assinale a
iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e alternativa INCORRETA.
para a promoção da igualdade de oportunidades. (A) Devem ser tomadas medidas apropriadas, inclusive de cará-
(B) Os programas de ação afirmativa constituir-se-ão em políti- ter legislativo, para suprimir todas as formas de tráfico de mu-
cas públicas destinadas a reparar as distorções e desigualdades lheres e exploração da prostituição da mulher
sociais e demais práticas discriminatórias adotadas, nas esferas (B) Os Estados-Partes convém que todo contrato ou outro ins-
pública e privada, durante o processo de formação social do trumento privado de efeito jurídico que tenda a restringir a ca-
País. pacidade jurídica da mulher será considerado anulável, salvo se
a própria mulher referendar o ato.
(C) Os moradores das comunidades de remanescentes de qui-
(C) Nada do disposto nesta Convenção prejudicará qualquer
lombos serão beneficiários de incentivos específicos para a
disposição que seja mais propícia à obtenção da igualdade
garantia do direito à saúde, excluindo- -se apenas as melho-
entre homens e mulheres e que seja contida na legislação de
rias nas condições ambientais, garantindo-se porém obras de
um Estado-Parte ou em qualquer outra convenção, tratado ou
saneamento básico, de segurança alimentar e nutricional e na acordo internacional vigente nesse Estado.
atenção integral à saúde. (D) É assegurado às mulheres o direito às mesmas oportunida-
(D) É obrigatório o ensino da capoeira nas instituições públicas des de emprego, inclusive a aplicação dos mesmos critérios de
e privadas pelos capoeiristas e mestres tradicionais, pública e seleção em questões de emprego.
formalmente reconhecidos, para crianças de 04 a 07 anos de (E) Os Estados-Partes outorgarão à mulher os mesmos direitos
idade. que ao homem no que diz respeito à nacionalidade dos filhos.
(E) Os Poderes Executivos Estaduais elaborarão plano de pro-
moção da igualdade racial contendo as metas, princípios e dire-
trizes para a implementação da Política Nacional de Promoção
da Igualdade Racial.

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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
12. Assinale a alternativa que apresenta a Convenção Interna- V - Singularidade e unicidade política. Quais são fundamentos
cional ainda não ratificada pelo Estado brasileiro. previstos na Constituição Federal de 1988, que regula a República
(A) Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar Federativa do Brasil?
a Violência contra a Mulher. (A) Apenas I, II, III e IV.
(B) Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. (B) Apenas I e V.
(C) Convenção Interamericana sobre a Proteção dos Direitos (C) Apenas IV e V.
Humanos dos Idosos. (D) Apenas I e III.
(D) Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência. (E) I, II, III, IV e V.
(E) Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Dis-
criminação contra a Mulher. 17. (Prefeitura de Esteio/RS – Sepultador – FUNDATEC/2022)
Segundo a Constituição Federal de 1988, a República Federativa
13. Assinale a alternativa correta sobre as previsões expressas do Brasil, formada pela união indissolúvel dos ________________,
da Lei Federal n° 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Pe- constitui-se em ______________ e tem como um dos seus funda-
nha). mentos a __________.
(A) O Ministério Público atuará apenas quando for parte nas Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamen-
causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica e te, as lacunas do trecho acima.
familiar contra a mulher (A) Estados e Municípios e do Distrito Federal – Estado Demo-
(B) Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher crático de Direito – dignidade da pessoa humana.
em situação de violência doméstica e familiar deverá estar (B) Estados e Municípios e do Distrito Federal – Estado Demo-
acompanhada de advogado crático de Direito – não intervenção.
(C) Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mu- (C) Estados e Municípios – Estado Democrático de Direito –
lher que vierem a ser criados poderão contar com uma equipe concessão de asilo político.
de atendimento multidisciplinar, a ser integrada por profissio- (D) Estados e Municípios – Estado Liberal – defesa da paz.
nais especializados nas áreas psicossocial, jurídica e de saúde (E) Estados e do Distrito Federal – Estado Absoluto – cidadania.
(D) A instituição dos Juizados de Violência Doméstica e Fami-
liar contra a Mulher deverá ser acompanhada pela implantação 18. (MPE/BA - Estagiário de Direito – FGV/2022) João, policial
das curadorias necessárias e do serviço de assistência judiciária militar, recebeu comunicação da corporação, pelo rádio, no sentido
de que deveria comparecer à casa de Antônio e ali cumprir uma
14. (Prefeitura de Florianópolis/SC - Procurador Municipal – diligência.
FEPESE/2022) Conforme disposto na Constituição Federal de 1988, À luz da sistemática constitucional, João:
pode se dizer que (i) fundamento, (ii) objetivo fundamental, e (iii) (A) somente pode ingressar na casa de Antônio com o seu con-
princípio norteador das relações internacionais da República Fede- sentimento, inexistindo exceção constitucional para a inviolabi-
rativa do Brasil, constituem, respectivamente: lidade do domicílio.
(A) (i) prevalência dos direitos humanos; (ii) pluralismo político; (B) por ser policial, pode ingressar na casa de Antônio, ainda
(iii) igualdade entre os Estados. que sem o seu consentimento, desde que durante o dia, veda-
(B) (i) independência nacional; (ii) valores sociais do trabalho e da qualquer atividade noturna.
da livre iniciativa; (iii) autodeterminação dos povos. (C) pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu consentimen-
(C) (i) dignidade da pessoa humana; (ii) construir uma socie- to, entre outras situações, no caso de desastre ou, durante o
dade livre, justa e solidária; (iii) solução pacífica dos conflitos. dia, por determinação judicial.
(D) (i) soberania; (ii) erradicar a pobreza e a marginalização e (D) pode ingressar na casa de Antônio, ainda que sem o seu
reduzir as desigualdades sociais e regionais; (iii) construir uma consentimento, durante o dia ou à noite, mediante determi-
sociedade livre, justa e solidária. nação judicial.
(E) (i) cidadania; (ii) não-intervenção; (iii) promover o bem de (E) somente pode ingressar na casa de Antônio, sem o seu con-
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e sentimento, mediante determinação judicial e desde que du-
quaisquer outras formas de discriminação. rante o dia.

15. (DPE/RO - Oficial de Diligência - CESPE/CEBRASPE/2022) 19. (SES/RS - Terapeuta Ocupacional – FAURGS/2022) Assinale
Entre as pessoas jurídicas de direito público que compõem o Estado a alternativa correta em relação ao disposto no artigo 5º da Consti-
brasileiro, a República Federativa do Brasil é a única titular de tuição da República.
(A) legislação própria. (A) A prática do racismo constitui crime inafiançável e impres-
(B) autonomia. critível, sujeito à pena de detenção, nos termos da lei.
(C) auto-organização. (B) No caso de iminente perigo público, a autoridade compe-
(D) autogoverno. tente poderá usar de propriedade particular, mediante prévia
(E) soberania. indenização ao proprietário.
(C) As associações só poderão ter suas atividades compulso-
16. (SES/RS - Assessor Jurídico – FAURGS/2022)A República Fe- riamente suspensas por decisão judicial transitada em julgado.
derativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e (D) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela poden-
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democráti- do penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de
co de Direito. Analise os elementos seguintes. flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, du-
I - Soberania. rante o dia, por determinação judicial.
II - Cidadania. (E) É livre a manifestação do pensamento, sendo garantido o
III- Dignidade da pessoa humana. anonimato.
IV - Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa.
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NOÇÕES DE IGUALDADE RACIAL E DE GÊNERO
20. (Prefeitura de Laguna/SC - Procurador Municipal –
UNESC/2022) De acordo com a Constituição Federal de 1988, anali-
ANOTAÇÕES
se as assertivas em relação aos direitos e garantias fundamentais e
identifique as corretas. ______________________________________________________
I.É livre a manifestação do pensamento, sendo facultativo o
anonimato. ______________________________________________________
II.É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem. ______________________________________________________
III.É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva. ______________________________________________________
É CORRETO o que se afirma em:
______________________________________________________
(A) I, II e III.
(B) III, apenas. ______________________________________________________
(C) II e III, apenas.
(D) II, apenas. ______________________________________________________
(E) I e III, apenas.
______________________________________________________

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GABARITO
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1 B ______________________________________________________
2 C ______________________________________________________
3 C
______________________________________________________
4 E
______________________________________________________
5 C
6 C ______________________________________________________
7 B ______________________________________________________
8 C
______________________________________________________
9 A
10 E ______________________________________________________

11 B ______________________________________________________
12 C
______________________________________________________
13 C
______________________________________________________
14 C
15 E ______________________________________________________
16 A _____________________________________________________
17 A
_____________________________________________________
18 C
19 D ______________________________________________________

20 C ______________________________________________________

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CONHECIMENTOS
LÍNGUA PORTUGUESA
ESPECÍFICOS
Mediador (Temporário)
Visão Operacional e Visão Estratégica
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, DE RECUR- Na visão operacional busca-se a melhoria relacionada a ativida-
SOS HUMANOS E DE MATERIAL des específicas. Melhorar algo que já existe.
Na visão estratégica busca-se o diferencial. Fazer as coisas de
um modo novo. Aqui se preocupa em garantir a alta performance
ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS de maneira sistêmica. Ou seja, envolvendo toda a organização de
Recurso – Conceito = É aquele que gera, potencialmente ou de maneira interrelacional.
forma efetiva, riqueza. Com relação à Fábula de La Fontaine, a preocupação do autor
era, conforme sua época, garantir a melhoria quantitativa das ações
Administração de Recursos - Conceitos - Atividade que plane- dos empregados. Aqueles que mantêm uma padronização de são
ja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, recompensados pela Organização. Na moderna interpretação da
o fluxo de material, partindo das especificações dos artigos e com- Fábula a autora passa a idéia de que precisamos além de trabalhar
prar até a entrega do produto terminado para o cliente. investir no nosso talento de maneira diferencial. Assim, poderemos
É um sistema integrado com a finalidade de prover à adminis- não só garantir a sustentabilidade da Organização para os diversos
tração, de forma contínua, recursos, equipamentos e informações invernos como, também, fazê-los em Paris.
essenciais para a execução de todas as atividades da Organização. Historicamente, a administração de recursos materiais e patri-
moniais tem seu foco na eficiência de processos – visão operacio-
Evolução da Administração de Recursos Materiais e Patrimo- nal. Hoje em dia, a administração de materiais passa a ser chamada
niais de área de logística dentro das Organizações devido à ênfase na
A evolução da Administração de Materiais processou-se em melhor maneira de facilitar o fluxo de produtos entre produtores
várias fases: e consumidores, de forma a obter o melhor nível de rentabilidade
- A Atividade exercida diretamente pelo proprietário da empre- para a organização e maior satisfação dos clientes.
sa, pois comprar era a essência do negócio; A Administração de Materiais possui hoje uma Visão Estraté-
- Atividades de compras como apoio às atividades produtivas gica. Ou seja, foco em ser a melhor por meio da INOVAÇÃO e não
se, portanto, integradas à área de produção; baseado na melhor no que já existe. A partir da visão estratégica a
- Condenação dos serviços envolvendo materiais, começando Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais passa ser co-
com o planejamento das matérias-primas e a entrega de produtos nhecida por LOGISTICA.
acabados, em uma organização independente da área produtiva; Sendo assim:
- Agregação à área logística das atividades de suporte à área
de marketing. VISÃO OPERACIONAL VISÃO ESTRATÉGICA

Com a mecanização, racionalização e automação, o excedente EFICIENCIA EFETIVIDADE


de produção se torna cada vez menos necessário, e nesse caso a ESPECIFICA SISTEMICA
Administração de Materiais é uma ferramenta fundamental para
QUANTITATIVA QUANTITATIVA E QUALTAITIVA
manter o equilíbrio dos estoques, para que não falte a matéria-pri-
ma, porém não haja excedentes. MELHORAR O QUE JÁ EXISTE INOVAÇÃO
Essa evolução da Administração de Materiais ao longo dessas QUANTO QUANDO
fases produtivas baseou-se principalmente, pela necessidade de
produzir mais, com custos mais baixos. Atualmente a Administração Princípios da Administração de Recursos Materiais e Patrimo-
de Materiais tem como função principal o controle de produção e niais
estoque, como também a distribuição dos mesmos. - Qualidade do material;
- Quantidade necessária;
As Três Fases da Administração de Recursos Materiais e Patri- - Prazo de entrega
moniais - Preço;
1 – Aumentar a produtividade. Busca pela eficiência. - Condições de pagamento.
2 – Aumentar a qualidade sem preocupação em prejudicar ou-
tras áreas da Organização. Busca pela eficácia. Qualidade do Material
3 – Gerar a quantidade certa, no momento certo par atender O material deverá apresentar qualidade tal que possibilite sua
bem o cliente, sem desperdício. Busca pela efetividade. aceitação dentro e fora da empresa (mercado).

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aa solução
solução para
para oo seu
seu concurso!
concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Quantidade serviço a que se destinam (manutenção, limpeza, etc.), ou à nature-
Deverá ser estritamente suficiente para suprir as necessidades za dos materiais que neles são relacionados (tintas, ferragens, etc.),
da produção e estoque, evitando a falta de material para o abasteci- ou do tipo de demanda, estocagem, etc.
mento geral da empresa bem como o excesso em estoque.
Classificação de Materiais
Prazo de Entrega Classificar um material então é agrupá-lo segundo sua forma,
Deverá ser o menor possível, a fim de levar um melhor atendi- dimensão, peso, tipo, uso etc. A classificação não deve gerar confu-
mento aos consumidores e evitar falta do material. são, ou seja, um produto não poderá ser classificado de modo que
seja confundido com outro, mesmo sendo semelhante. A classifica-
Menor Preço ção, ainda, deve ser feita de maneira que cada gênero de material
O preço do produto deverá ser tal que possa situá-lo em posi- ocupe seu respectivo local. Por exemplo: produtos químicos pode-
ção da concorrência no mercado, proporcionando à empresa um rão estragar produtos alimentícios se estiverem próximos entre si.
lucro maior. Classificar material, em outras palavras, significa ordená-lo segundo
critérios adotados, agrupando-o de acordo com a semelhança, sem,
Condições de pagamento contudo, causar confusão ou dispersão no espaço e alteração na
Deverão ser as melhores possíveis para que a empresa tenha qualidade.
maior flexibilidade na transformação ou venda do produto. O objetivo da classificação de materiais é definir uma catalo-
gação, simplificação, especificação, normalização, padronização
Diferença Básica entre Administração de Materiais e Adminis- e codificação de todos os materiais componentes do estoque da
tração Patrimonial empresa.
A diferença básica entre Administração de Materiais e Admi- O sistema de classificação é primordial para qualquer Departa-
nistração Patrimonial é que a primeira se tem por produto final a mento de Materiais, pois sem ele não poderia existir um controle
distribuição ao consumidor externo e a área patrimonial é respon- eficiente dos estoques, armazenagem adequada e funcionamento
sável, apenas, pela parte interna da logística. Seu produto final é a correto do almoxarifado.
conservação e manutenção de bens.
A Administração de Materiais é, portanto um conjunto de ativi- O princípio da classificação de materiais está relacionado à:
dades desenvolvidas dentro de uma empresa, de forma centralizada
ou não, destinadas a suprir as diversas unidades, com os materiais Catalogação
necessários ao desempenho normal das respectivas atribuições. A Catalogação é a primeira fase do processo de classificação de
Tais atividades abrangem desde o circuito de reaprovisionamento, materiais e consiste em ordenar, de forma lógica, todo um conjun-
inclusive compras, o recebimento, a armazenagem dos materiais, o to de dados relativos aos itens identificados, codificados e cadas-
fornecimento dos mesmos aos órgãos requisitantes, até as opera- trados, de modo a facilitar a sua consulta pelas diversas áreas da
ções gerais de controle de estoques etc. empresa.
A Administração de Materiais destina-se a dotar a administração Simplificar material é, por exemplo, reduzir a grande diversi-
dos meios necessários ao suprimento de materiais imprescindíveis ao dade de um item empregado para o mesmo fim. Assim, no caso
funcionamento da organização, no tempo oportuno, na quantidade de haver duas peças para uma finalidade qualquer, aconselha-se a
necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo. simplificação, ou seja, a opção pelo uso de uma delas. Ao simplifi-
A oportunidade, no momento certo para o suprimento de carmos um material, favorecemos sua normalização, reduzimos as
materiais, influi no tamanho dos estoques. Assim, suprir antes do despesas ou evitamos que elas oscilem. Por exemplo, cadernos com
momento oportuno acarretará, em regra, estoques altos, acima das capa, número de folhas e formato idênticos contribuem para que
necessidades imediatas da organização. Por outro lado, a providên- haja a normalização. Ao requisitar uma quantidade desse material,
cia do suprimento após esse momento poderá levar a falta do ma- o usuário irá fornecer todos os dados (tipo de capa, número de
terial necessário ao atendimento de determinada necessidade da folhas e formato), o que facilitará sobremaneira não somente sua
administração. aquisição, como também o desempenho daqueles que se servem
São tarefas da Administração de Materiais: do material, pois a não simplificação (padronização) pode confundir
- Controle da produção; o usuário do material, se este um dia apresentar uma forma e outro
- Controle de estoque; dia outra forma de maneira totalmente diferente.
- Compras;
- Recepção; Especificação
- Inspeção das entradas; Aliado a uma simplificação é necessária uma especificação do
- Armazenamento; material, que é uma descrição minuciosa para possibilitar melhor
- Movimentação; entendimento entre consumidor e o fornecedor quanto ao tipo de
- Inspeção de saída material a ser requisitado.
- Distribuição.
Normalização
Sem o estoque de certas quantidades de materiais que aten- A normalização se ocupa da maneira pela qual devem ser utili-
dam regularmente às necessidades dos vários setores da organiza- zados os materiais em suas diversas finalidades e da padronização
ção, não se pode garantir um bom funcionamento e um padrão de e identificação do material, de modo que o usuário possa requisitar
atendimento desejável. Estes materiais, necessários à manutenção, e o estoquista possa atender os itens utilizando a mesma termino-
aos serviços administrativos e à produção de bens e serviços, for- logia. A normalização é aplicada também no caso de peso, medida
mam grupos ou classes que comumente constituem a classificação e formato.
de materiais. Estes grupos recebem denominação de acordo com o

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Codificação Os materiais de estoque se subdividem ainda;
É a apresentação de cada item através de um código, com as Quanto à aplicação eles podem ser: Materiais produtivos que
informações necessárias e suficientes, por meio de números e/ou compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao
letras. É utilizada para facilitar a localização de materiais armazena- processo produtivo. Matéria prima que são materiais básicos e in-
dos no estoque, quando a quantidade de itens é muito grande. Em sumos que constituem os itens iniciais e fazem parte do processo
função de uma boa classificação do material, poderemos partir para produtivo. Produtos em fabricação que são também conhecidos
a codificação do mesmo, ou seja, representar todas as informações como materiais em processamento que estão sendo processados
necessárias, suficientes e desejadas por meios de números e/ou le- ao longo do processo produtivo. Não estão mais no estoque por-
tras. Os sistemas de codificação mais comumente usados são: o al- que já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque
fabético (procurando aprimorar o sistema de codificação, passou-se ainda não são produtos acabados. Produtos acabados: produtos já
a adotar de uma ou mais letras o código numérico), alfanumérico e prontos. Materiais de manutenção: materiais aplicados em manu-
numérico, também chamado “decimal”. A escolha do sistema utili- tenção com utilização repetitiva. Materiais improdutivos: materiais
zado deve estar voltada para obtenção de uma codificação clara e não incorporados ao produto no processo produtivo da empresa.
precisa, que não gere confusão e evite interpretações duvidosas a Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em
respeito do material. Este processo ficou conhecido como “código diversos setores da empresa.
alfabético”. Entre as inúmeras vantagens da codificação está a de
afastar todos os elementos de confusão que porventura se apresen- Quanto ao valor de consumo: Para que se alcance a eficácia na
tarem na pronta identificação de um material. gestão de estoque é necessário que se separe de forma clara, aquilo
O sistema classificatório permite identificar e decidir priorida- que é essencial do que é secundário em termos de valor de consu-
des referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de mo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta
estoques, em que os materiais necessários ao funcionamento da chamada de Curva ABC ou Curva de Pareto, ela determina a im-
empresa não faltam, depende de uma boa classificação dos mate- portância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio
riais. consumo em determinado período. Curva ABC é um importante
Para Viana um bom método de classificação deve ter algumas instrumento para se examinar estoques, permitindo a identifica-
características: ser abrangente, flexível e prático. ção daqueles itens que justificam atenção e tratamento adequados
- Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, quanto à sua administração. Ela consiste na verificação, em certo
em vez de reunir apenas materiais para serem classificados; espaço de tempo (normalmente 6 meses ou 1 ano), do consumo
- Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos em valor monetário, ou quantidade dos itens do estoque, paraque
de classificação de modo que se obtenha ampla visão do gerencia- eles possam ser classificados em ordem decrescente de importân-
mento do estoque; cia.
- Praticidade: a classificação deve ser simples e direta. Os materiais são classificados em:
- Classe A: Grupo de itens mais importante que devem ser tra-
Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária balhados com uma atenção especial pela administração. Os dados
uma divisão que norteie os vários tipos de classificação. aqui classificados correspondem, em média, a 80% do valor mone-
Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de tário total e no máximo 20% dos itens estudados (esses valores são
materiais. orientativos e não são regra).
- Classe B: São os itens intermediários que deverão ser tratados
Para o autor Viana os principais tipos de classificação são: logo após as medidas tomadas sobre os itens de classe A; são os se-
- Por tipo de demanda gundos em importância. Os dados aqui classificados correspondem em
- Materiais críticos média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo 30%
- Pericibilidade dos itens estudados (esses valores são orientadores e não são regra).
- Quanto à periculosidade - Classe C: Grupo de itens menos importantes em termos de
- Possibilidade de fazer ou comprar movimentação, no entanto, requerem atenção pelo fato de gera-
- Tipos de estocagem rem custo de manter estoque. Deverão ser tratados, somente, após
- Dificuldade de aquisição todos os itens das classes A e B terem sido avaliados. Em geral, so-
- Mercado fornecedor. mente 5% do valor monetário total representam esta classe, po-
rém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esses valores são
- Por tipo de demanda: A classificação por tipo de demanda se orientadores e não são regra).
divide em materiais não de estoque e materiais de estoque. Mate-
riais não de estoque: são materiais de demanda imprevisível para Metodologia de cálculo da curva ABC
os quais não são definidos parâmetros para o ressuprimento. Esses A Curva ABC é muito usada para a administração de estoques,
materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a inexistência de para a definição de políticas de vendas, para estabelecimento de
regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais prioridades, para a programação da produção.
somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em
que isso se faça necessário. O usuário é que solicita sua aquisição
quando necessário. Devem ser comprados para uso imediato e se
forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no
estoque. A outra divisão são os Materiais de estoques: são mate-
riais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para
que não haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimen-
to automático. Deve existir no estoque, seu ressuprimento deve ser
automático, com base na demanda prevista e na importância para
a empresa.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Analisar em profundidade milhares de itens num estoque é uma tarefa extremamente difícil e, na grande maioria das vezes, desne-
cessária. É conveniente que os itens mais importantes, segundo algum critério, tenham prioridade sobre os menos importantes. Assim,
economiza-se tempo e recursos.
Para simplificar a construção de uma curva ABC, separamos o processo em 6 etapas a seguir:
1º) Definir a variável a ser analisada: A análise dos estoques pode ter vários objetivos e a variável deverá ser adequada para cada um
deles. No nosso caso, a variável a ser considerada é o custo do estoque médio, mas poderia ser: o giro de vendas, o mark-up, etc.
2º) Coleta de dados: Os dados necessários neste caso são: quantidade de cada item em estoque e o seu custo unitário. Com esses
dados obtemos o custo total de cada item, multiplicando a quantidade pelo custo unitário.
3º) Ordenar os dados: Calculado o custo total de cada item, é preciso organizá-los em ordem decrescente de valor.
4º) Calcular os percentuais: Na tabela a seguir, os dados foram organizados pela coluna “Ordem” e calcula-se o custo total acumulado
e os percentuais do custo total acumulado de cada item em relação ao total.
5º) Construir a curva ABC

Desenha-se um plano cartesiano, onde no eixo “x” são distribuídos os itens do estoque e no eixo “y”, os percentuais do custo total
acumulado.

6º) Análise dos resultados


Os itens em estoque devem ser analisados segundo o critério ABC. Na verdade, esse critério é qualitativo, mas a tabela abaixo mostra
algumas indicações para sua elaboração:

Classe % itens Valor acumulado Importância


A 20 80% Grande
B 30 15% Intermediária
C 50 5% Pequena

Pelo nosso exemplo, chegamos à seguinte distribuição:

Classe Nº itens % itens Valor acumulado Itens em estoque


A 2 16,7% 80,1% Faca, Jarro
B 3 25,0% 15,6% Apontador, Esquadro, Dado
C 7 58,3% 4,3% Key, Livro, Herói, Caixa, Bola, Giz, Isqueiro.

A aplicação prática dessa classificação ABC pode ser vista quando, por exemplo, reduzimos 20% do valor em estoque dos itens A
(apenas 2 itens), representando uma redução de 16% no valor total, enquanto que uma redução de 50% no valor em estoque dos itens C
(sete itens), impactará no total em apenas 2,2%. Logo, reduzir os estoques do grupo A, desde que calculadamente, seria uma ação mais
rentável para a empresa do nosso exemplo.

Quanto à importância operacional: Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade para se obter
o material.
Os materiais são classificados em materiais:
- Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;
- Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;
- Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam a paralisação de atividades essenciais e podem
colocar em risco o ambiente, pessoas e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo. Os materiais
classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
em curto prazo. Os itens “X” por sua vez são aqueles que não pa- de: há alteração da oferta do material em determinados períodos
ralisam atividades essenciais, não oferecem riscos à segurança das do ano; Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um
pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da organização e são facil- único fornecedor; Logística sofisticada: material de transporte es-
mente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de serem pecial, ou difícil acesso; Importações: os materiais sofrer entraves
encontrados. burocráticos, liberação de verbas ou financiamentos externos.
Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as
seguintes perguntas: O material é imprescindível à empresa? Pode - Mercado fornecedor: Esta classificação está intimamente li-
ser adquirido com facilidade? Existem similares? O material ou seu gada à anterior e a complementa. Assim temos: Materiais do mer-
similar podem ser encontrados facilmente? cado nacional: materiais fabricados no próprio país; Materiais do
mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país; Materiais
Ainda em relação aos tipos de materiais temos; em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvol-
- Materiais Críticos: São materiais de reposição específica, cuja vendo fornecedores nacionais.
demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o
risco. Por serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, Recebimento e Armazenagem
devem permanecer estocados até sua utilização, não estando, por- Recebimento é a atividade intermediária entre as tarefas de
tanto, sujeitos ao controle de obsolescência. compra e pagamento ao fornecedor, sendo de sua responsabilidade
A quantidade de material cadastrado como material crítico a conferência dos materiais destinados à empresa.
dentro de uma empresa deve ser mínimo. As atribuições básicas do Recebimento são:
Os materiais são classificados como críticos segundo os seguin- - Coordenar e controlar as atividades de recebimento e devo-
tes critérios: Críticos por problemas de obtenção de material impor- lução de materiais;
tado, único fornecedor, falta no mercado, estratégico e de difícil ob- - Analisar a documentação recebida, verificando se a compra
tenção ou fabricação; Críticos por razões econômicas de materiais está autorizada;
de valor elevado com alto custo de armazenagem ou de transporte; - Controlar os volumes declarados na nota fiscal e no manifesto
Críticos por problemas de armazenagem ou transporte de materiais de transporte com os volumes a serem efetivamente recebidos;
perecíveis, de alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimen- - Proceder a conferência visual, verificando as condições de
sões; Críticos por problema de previsão, por ser difícil prever seu embalagem quanto a possíveis avarias na carga transportada e, se
uso; Críticos por razões de segurança de materiais de alto custo de for o caso, apontando as ressalvas de praxe nos respectivos docu-
reposição ou para equipamento vital da produção. mentos;
- Proceder a conferência quantitativa e qualitativa dos mate-
- Perecibilidade: Os materiais também podem ser classificados
riais recebidos;
de acordo com a possibilidade de extinção de suas propriedades
- Decidir pela recusa, aceite ou devolução, conforme o caso;
físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia na classifica-
ção; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado - Providenciar a regularização da recusa, devolução ou da libe-
em um período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utiliza- ração de pagamento ao fornecedor;
ção poderá não ser mais necessária, o que inviabiliza a estocagem - Liberar o material desembaraçado para estoque no almoxa-
por longos períodos. Ex. alimentos, remédios; rifado;

- Quanto à periculosidade: O uso dessa classificação permite A análise do Fluxo de Recebimento de Materiais permite dividir
a identificação de materiais que devido a suas características físico- a função em quatro fases:
-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio, trans-
porte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis. 1a fase - Entrada de Materiais
A recepção dos veículos transportadores efetuada na portaria
- Possibilidade de fazer ou comprar: Esta classificação visa de- da empresa representa o início do processo de Recebimento e tem
terminar quais os materiais que poderão ser recondicionados, fabri- os seguintes objetivos:
cados internamente ou comprados: - A recepção dos veículos transportadores;
- Fazer internamente: fabricados na empresa; - A triagem da documentação suporte do recebimento;
- Comprar: adquiridos no mercado; - Constatação se a compra, objeto da nota fiscal em análise,
- Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos; está autorizada pela empresa;
- Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeitos a - Constatação se a compra autorizada está no prazo de entrega
análise de custos. contratual;
- Constatação se o número do documento de compra consta
- Tipos de estocagem: Os materiais podem ser classificados em na nota fiscal;
materiais de estocagem permanente e temporária. - Cadastramento no sistema das informações referentes a com-
- Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis pras autorizadas, para as quais se inicia o processo de recebimento;
de estoque e que necessitam de ressuprimento constantes. - O encaminhamento desses veículos para a descarga;
- Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressupri-
mento, ou seja, é um material não de estoque. As compras não autorizadas ou em desacordo com a programa-
ção de entrega devem ser recusadas, transcrevendo-se os motivos
- Dificuldade de aquisição: Os materiais podem ser classifica- no verso da Nota Fiscal. Outro documento que serve para as opera-
dos por suas dificuldades de compra em materiais de difícil aquisi- ções de análise de avarias e conferência de volumes é o “Conheci-
ção e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de: mento de Transporte Rodoviário de Carga”, que é emitido quando
Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronogra- do recebimento da mercadoria a ser transportada.
ma de fabricação longo; Escassez no mercado: há pouca oferta no
mercado e pode colocar em risco o processo produtivo; Sazonalida-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As divergências e irregularidades insanáveis constatadas em Este processo envolve mercadorias, e apenas produz resulta-
relação às condições de contrato devem motivar a recusa do rece- dos quando é realizado uma operação com o objetivo de lhe acres-
bimento, anotando-se no verso da 1a via da Nota Fiscal as circuns- centar valor. A armazenagem pode ser definida como o compromis-
tâncias que motivaram a recusa, bem como nos documentos do so entre os custos e a melhor solução para as empresas. Na prática
transportador. O exame para constatação das avarias é feito através isso só é possível se tiver em conta todos os fatores que influenciam
da análise da disposição das cargas, da observação das embalagens, os custos de armazenagem, bem como a importância relativa dos
quanto a evidências de quebras, umidade e amassados. mesmos.
Os materiais que passaram por essa primeira etapa devem ser A função de armazenamento de material é agir com maior agi-
encaminhados ao Almoxarifado. Para efeito de descarga do mate- lidade entre suprimento e as necessidades de produção.
rial no Almoxarifado, a recepção é voltada para a conferência de vo- O armazenamento incorpora diversos aspectos diferentes das
lumes, confrontando-se a Nota Fiscal com os respectivos registros operações logísticas. Devido à interação, o armazenamento não
e controles de compra. Para a descarga do veículo transportador se enquadra nitidamente em esquemas de classificação utilizados
é necessária a utilização de equipamentos especiais, quais sejam: quando se fala em gerenciamento de pedidos, inventário ou trans-
paleteiras, talhas, empilhadeiras e pontes rolantes. porte.
O cadastramento dos dados necessários ao registro do rece-
bimento do material compreende a atualização dos seguintes sis- As atividades que compõem a armazenagem são:
temas: - Recebimento: é o conjunto de operações que envolvem a
- Sistema de Administração de Materiais e gestão de esto- identificação do material recebido, analisar o documento fiscal com
ques: dados necessários à entrada dos materiais em estoque, vi- o pedido, a inspeção do material e a sua aceitação formal.
sando ao seu controle; - Estocagem: é o conjunto de operações relacionadas à guarda
- Sistema de Contas a pagar : dados referentes à liberação de do material. A classificação dos estoques constitui-se em: estoque
pendências com fornecedores, dados necessários à atualização da de produtos em processo, estoque de matéria – prima e materiais
posição de fornecedores; auxiliares ,estoque operacional, estoque de produtos acabados e
- Sistema de Compras : dados necessários à atualização de sal- estoques de materiais administrativos.
dos e baixa dos processos de compras; - Distribuição: está relacionada à expedição do material, que
envolve a acumulação do que foi recebido da parte de estocagem,
a embalagem que deve ser adequada e assim a entrega ao seu des-
2a fase - Conferência Quantitativa
É a atividade que verifica se a quantidade declarada pelo forne- tino final. Nessa atividade normalmente precisa-se de nota fiscal de
saída para que haja controle do estoque.
cedor na Nota Fiscal corresponde efetivamente à recebida. A confe-
rência por acusação também conhecida como “contagem cega “ é
Tipos de armazenagem:
aquela no qual o conferente aponta a quantidade recebida, desco-
nhecendo a quantidade faturada pelo fornecedor. A confrontação A armanezagem temporária tem como função conseguir uma
forma de arrumação fácil de material, como por exemplo, a coloca-
do recebido versus faturado é efetuada a posteriori por meio do Re-
ção de estrados para uma armazenagem direta entre outros. Já a ar-
gularizador que analisa as distorções e providencia a recontagem.
mazenagem permanente tem um local pré-definido para o depósito
Dependendo da natureza dos materiais envolvidos, estes po-
de materiais, assim o fluxo do material determina a disposição do
dem ser contados utilizando os seguintes métodos:
armazém, onde os acessórios do armazém ficarão, assim, garantin-
- Manual: para o caso de pequenas quantidades;
do a organização do mesmo.
- Por meio de cálculos: para o caso que envolve embalagens
padronizadas com grandes quantidades;
Vantagens da armazenagem:
- Por meio de balanças contadoras pesadoras: para casos que A armazenagem quando efetuada de maneira correta pode
envolvem grande quantidade de pequenas peças como parafusos, trazer muitos benefícios, nos quais traz diretamente a redução de
porcas, arruelas; custos.
- Pesagem: para materiais de maior peso ou volume, a pesa- - Redução dos custos de movimentação bem como das exis-
gem pode ser feita através de balanças rodoviárias ou ferroviárias; tências;
- Medição: em geral as medições são feitas por meio de trenas; - Facilidade na fiscalização do processo;
- Redução de perdas e inutilidades.
3a fase - Conferência Qualitativa - Aproxima a empresa de seus clientes e fornecedores;
Visa garantir a adequação do material ao fim que se destina. A - Agiliza o processo de entrega;
análise de qualidade efetuada pela inspeção técnica, por meio da - Compensa defasagens de produção
confrontação das condições contratadas na Autorização de Forneci-
- Melhor aproveitamento do espaço;
mento com as consignadas na Nota Fiscal pelo Fornecedor, visa ga-
rantir o recebimento adequado do material contratado pelo exame
Desvantagens da armazenagem:
dos seguintes itens:
Algumas desvantagens segundo:
- Características dimensionais;
- Imobilização de capital;
- Características específicas;
- A armazenagem requer serviços administrativos de controles
- Restrições de especificação;
e gerenciamento;
- A mercadoria tem prazo de validade nos quais devem ser res-
A armazenagem nada mais é do que um conjunto de funções
que tem nele a recepção, descarga, carregamento, arrumação e peitados;
conservação de matérias – primas, produtos acabados ou semi – - Um armazém de grande porte requer máquinas com tecno-
acabados. logia.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Armazenagem em função das prioridades Armazenagem interior/exterior
Não existe nenhuma norma que regule o modo como os ma- A armazenagem ao ar livre representa uma clara vantagem a
teriais devem estar dispostos no armazém, porém essa decisão de- nível econômico, sendo esta muito utilizada para material de ferra-
pende de vários fatores. Senão veja-se: gens e essencialmente material pesado.

Armazenagem por agrupamento: Armazenagem em função dos materiais


Esta espécie de armazenagem facilita a arrumação e busca de A armazenagem deve ter em conta a natureza dos materiais
materiais, podendo prejudicar o aprovisionamento do espaço. É o de modo a obter-se uma disposição racional do armazém, sendo
caso dos moldes, peças, lotes de aprovisionamento aos quais se importante classificá-los.
atribui um número que por sua vez pertence a um grupo, identifi- - Armazém de commodities: Madeira, algodão, tabaco e ce-
cando-os com a divisão da estante respectiva . reais;
- Armazém para granel: A armazenagem deste material deve
Armazenagem por tamanho, peso e característica do mate- ocorrer nas imediações do local de utilização, pois o transporte des-
rial. te tipo de material é dispendioso. Para grandes quantidades deste
Neste critério o talão de saída deve conter a informação relati- material a armazenagem faz-se em silos ou reservatórios de gran-
va ao setor do armazém onde o material se encontra. Este critério des dimensões. Para quantidades menores utilizam-se bidões, latas
permite um melhor aprovisionamento do espaço, mas exige um e caixas. Armazena-se grãos, produtos líquidos, etc;
controlo rigoroso de todas as movimentações. - Armazéns frigorificados: Produtos perecíveis, frutas, comida
congelada, etc;
Armazenagem por frequência - Armazéns para utilidades domésticas e mobiliário: Produtos
O controle através da ficha técnica permite determinar o local domésticos e mobiliário;
onde o material deverá ser colocado, consoante a frequência com - Armazéns de mercadorias em geral: Produtos diversos. O
que este é movimentado. A ficha técnica também consegue veri- principal objetivo é agregar o material em unidades de transporte e
ficar o tamanho das estantes, de modo a racionalizar o aproveita-
armazenagem tão grandes quanto possíveis, de modo a preencher
mento do espaço.
o veiculo por completo.
- Gases - Os gases obedecem a medidas especiais de precau-
Armazenagem com separação entre lote de reserva e lote di-
ção, uma vez que tornam-se perigosos ao estarem sujeitos a altas
ário
pressões e serem inflamáveis. Por sua vez a armazenagem de gar-
Esta armazenagem é constituída por um segundo armazém de
pequenos lotes o qual se destina a cobrir as necessidades do dia- rafas de gás está sujeita a regras específicas e as unidades de trans-
-a-dia. Este armazém de movimento possui uma variada gama de porte são por norma de grandes dimensões.
materiais.
Critérios de Armazenagem
Armazenagem por setores de montagem Dependendo das características do material, a armazenagem
Neste tipo de armazenagem as peças de série são englobadas pode dar-se em função dos seguintes parâmetros:
num só grupo, de forma a constituir uma base de uma produção por - Fragilidade;
família de peças. Este critério conduz à organização das peças por - Combustibilidade;
prioridades dentro de cada grupo. - Volatilização;
- Oxidação;
A mecanização dos processos de armazenagem fará com que o - Explosividade;
critério do percurso mais breve e de menor frequência seja imple- - Intoxicação;
mentado na elaboração de novas técnicas de armazenagem - Radiação;
- Corrosão;
Tipos de Armazenagem - Inflamabilidade;
- Volume;
Armazenagem temporária - Peso;
Aqui podem ser criadas armações corridas de modo a conse- - Forma.
guir uma arrumação fácil do material, colocação de estrados para
uma armazenagem direta, pranchas entre outros. Aqui a força da Os materiais sujeitos à armazenagem não obedecem regras ta-
gravidade joga a favor. xativas que regulem o modo como os materiais devem ser dispostos
no Almoxarifado. Por essa razão, deve-se analisar, em conjunto, os
Armazenagem permanente parâmetros citados anteriormente, para depois decidir pelo tipo de
É um processo predefinido num local destinado ao depósito de arranjo físico mais conveniente, selecionando a alternativa que me-
matérias. lhor atenda ao fluxo de materiais:
O fluxo de material determina: 1. armazenagem por tamanho: esse critério permite bom apro-
- A disposição do armazém - critério de armazenagem; veitamento do espaço;
- A técnica de armazenagem - espaço físico no armazém; 2. armazenamento por frequência: esse critério implica arma-
- Os acessórios do armazém; zenar próximo da saída do almoxarifado os materiais que tenham
- A organização da armazenagem. maior frequência de movimento;
3. armazenagem especial, onde destacam-se:
a) os ambientes climatizados;
b) os produtos inflamáveis, que são armazenados sob rígidas
normas de segurança;
c) os produtos perecíveis (método FIFO)
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
4. Armazenagem em área externa: devido à sua natureza, mui- intermediários que são as organizações que constituem o canal de
tos materiais podem ser armazenados em áreas externas, o que distribuição, ou seja, são empresas comerciais que operam entre os
diminui os custos e amplia o espaço interno para materiais que ne- produtores e os clientes finais.
cessitam de proteção em área coberta. Podem ser colocados nos - Distribuição Física: refere-se à movimentação de produtos
pátios externos os materiais a granel, tambores e “containers”, pe- para o local adequado, nas quantidades e tempos (prazos) corretos,
ças fundidas e chapas metálicas. de maneira eficiente e eficaz em termos de custo, ou seja, refere-se
5. Coberturas alternativas: não sendo possível a expansão do ao uso correto das estratégias de logística relacionadas ao processo
almoxarifado, a solução é a utilização de galpões plásticos, que dis- de distribuição, tais como, armazenagem/estocagem, embalagem,
pensam fundações, permitindo a armazenagem a um menor custo. transporte, movimentação interna de materiais, bem como dos sis-
temas e equipamentos necessários para essas funções.
Independentemente do critério ou método de armazenamento
adotado é oportuno observar as indicações contidas nas embala- INTERMEDIÁRIOS
gens em geral. Relacionam-se abaixo, alguns exemplos dos principais interme-
diários atuantes em um canal de distribuição:
Estudo do layout
- Varejista: tipo de intermediário cujo principal objetivo é reali-
Alguns cuidados devem ser tomados durante o projeto do la-
zar a venda de bens e/ou serviços diretamente ao cliente final. Ex.:
yout de um almoxarifado, de forma que se possa obter as seguintes Supermercado, papelaria, farmácia, bazar, loja de calçados, etc.
condições: - Atacadista: intermediário que compra e revende mercadorias
1. Máxima utilização do espaço; para os varejistas e a outros comerciantes e/ou para estabelecimen-
2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis (mão de obra e tos industriais, institucionais e usuários comerciantes, mas que não
equipamentos); vende em pequenas quantidades para clientes finais. Ex.: Martins,
3. Pronto acesso a todos os itens; Atacadão
4. Máxima proteção aos itens estocados;
- Distribuidor: geralmente, esse termo é confundido com o
5. Boa organização;
Atacadista. Porém, para bens industriais, o mesmo agrega, além
6. Satisfação das necessidades dos clientes. da venda, armazenagem e assistência técnica dentro de uma área
geográfica delimitada de atuação, ou seja, busca atender deman-
No projeto de um almoxarifado devem ser verificados os se- das mais regionalizadas. Ex.: Distribuidor de tratores e implementos
guintes aspectos: agrícolas em uma determinada região.
1. Itens a serem estocados (itens de grande circulação, grande - Agentes (relações de longo prazo) e Corretores (relações de
peso e volume); curto prazo): pessoas jurídicas comissionadas que vendem uma li-
2. Corredores (facilidades de acesso); nha de produtos de uma empresa sob relação contratual. Podem
3. Portas de acesso (altura, largura); trabalhar com exclusividade apenas os produtos de uma única em-
4. Prateleiras e estruturas (altura x peso); presa (agentes exclusivos) ou trabalham com produtos similares de
5. Piso (resistência). empresas diferentes (agentes não exclusivos).
Distribuição De Materiais IMPORTÂNCIA DOS INTERMÉDIARIOS
Pode-se identificar diversos aspectos que justificam a impor-
O processo de distribuição: conceitos e estratégias tância dos intermediários no canal de distribuição, dentre esses
Ter um bom produto (bem ou serviço) não basta! Há a necessi- destacam-se:
dade que esse produto chegue até o cliente da melhor forma possí- - Aumento da eficiência do processo de distribuição, pois não
vel, seja esse um produto de consumo ou industrial. Nesse sentido, seria eficiente para um fabricante ou produtor buscar atender clien-
é necessário identificar adequadamente os meios para distribuir o tes individualmente;
produto, para que esse chegue ao cliente certo, na quantidade cer- - Transformação das transações em processos repetitivos e ro-
ta e no momento certo.
tineiros, simplificando atividades e os processos de pedido, paga-
Um bom produto pode não ter aceite do mercado, caso esse
mento, etc.
não esteja disponível nos lugares certos para o consumo. Portan-
- Facilitação do processo de busca de produtos, ampliando o
to, o sucesso ou fracasso de um produto no mercado depende de
sua disponibilidade para consumo, no tempo e quantidade certa. O acesso dos clientes a uma gama maior de produtos.
cliente ao procurar uma determinada marca, não encontrando-a,
esse tenderá comprar uma outra marca qualquer. Dessa forma, um FUNÇÕES DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
dos instrumentos da Logística que busca solucionar esse problema As funções objetivam tornar o canal de distribuição mais efe-
e o desenvolvimento e utilização de um correto Processo de Distri- tivo (eficiente e eficaz), podendo ser dividida em três categorias:
buição. Transacionais: compreendem a compra, a venda dos produtos,
bem como assumir os riscos comerciais envolvidos no processo;
Facilitação: relacionam-se com o financiamento de crédito,
Dimensões do processo de distribuição: canal de distribuição
o controle de produtos (inspecionar e classificar produtos), bem
e distribuição física
como a coleta de informações de marketing, tornando mais fáceis
- Canal de distribuição está relacionado ao conjunto de orga-
os processos de compra e venda. Produtores e intermediários po-
nizações interdependentes envolvidas na disponibilização de um dem trabalhar juntos para criar valor para seus clientes por meio
produto (bem e/ou serviço) para uso e/ou consumo. Dessa forma, de previsões de vendas, análises competitivas e relatórios sobre as
entende-se canal de distribuição como sendo, o conjunto de or- condições do mercado, focando atingir as reais necessidades dos
ganizações que executam as funções necessárias para deslocar os clientes;
produtos da produção até o consumo. Nesse contexto surgem os Logísticas: envolvem a movimentação e a combinação de pro-
dutos em quantidades que os tornem fáceis de comprar.
DECISÕES DE PROJETO DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Para se projetar um canal de distribuição é necessário avaliar ou o atacadista (aqueles que realmente compram os bens) na busca
alguns atributos: de mercados à produção dos fabricantes ou na localização de fontes
Avaliar claramente os mercados (reais e potenciais) a serem de suprimento para esses fabricantes.
trabalhados. Prestador de Serviço Usuário Final: A distribuição de serviços
- Determinar as características dos clientes (segmentação), em para usuários finais ou empresariais é mais simples e direta do que
termos de números de clientes, dispersão geográfica, frequência de a distribuição de bens tangíveis, em função das características dos
compra, etc. serviços. O profissional de Marketing de Serviços está menos preo-
- Determinar as características dos produtos quanto à perecibi- cupado com a armazenagem, transporte e controle do estoque e,
lidade, dimensões, grau de padronização e necessidades dos clien- normalmente usa canais mais curtos. Outra consideração é a contí-
tes. nua necessidade de manutenção de relacionamentos pessoais en-
- Determinar as características dos intermediários, quanto ao tre produtores e usuários de serviços.
tipo de transporte, sistema de equipamentos e armazenagem utili-
zado, sistemas de TI, etc. Prestador de ServiçoAgente Usuário Final: Na prestação de ser-
- Diagnosticar as características ambientais quanto às condi- viços também há a possibilidade da utilização de agentes, os quais
ções locais, legislação, etc. nesse caso são denominados de corretores. Os exemplos mais co-
- Avaliar as características das empresas envolvidas quanto so- muns incluem os corretores de seguro, corretores de fundo de in-
lidez financeira, composto de produtos (bens e serviços), nível de vestimentos, agentes de viagem, etc.
serviço, estratégias de marketing, etc.
GESTÃO DAS RELAÇÕES NO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO
TIPOLOGIAS DO CANAL DE DISTRIBUIÇÃO Conflitos no Canal
FabricanteCliente Final/Cliente Empresarial (NÍVEL ZERO) - é Conflito é um fenômeno que resulta da natureza social dos
o canal de distribuição mais simples e direto do fabricante até o relacionamentos. Especificamente, no caso dos canais de distribui-
usuário final, sendo também o mais comum no cenário empresa- ção, o conflito surge quando um membro do canal crê que outro
rial. Quando essse canal de distribuição é usado em mercados de membro esteja impedindo a realização de seus objetivos especí-
consumo, pode assumir duas formas. A primeira é a Venda Direta ficos. Diversos fatores podem favorecer o surgimento de conflito
que envolve contatos de vendas pessoais entre o comprador e o entre os membros do canal:
vendedor, como aqueles que ocorrem com os produtos agrícolas - Incongruência de papéis entre os membros;
(feiras), processo Avon, Yakult, etc. Já a segunda forma é o Marke- - Escassez de recursos e discordância na sua alocação;
ting Direto, o qual abrange uma comunicação direta entre o com- - Diferenças de percepção e interpretação dos estímulos am-
prador e o vendedor, conforme ocorre nas vendas por meio de ca- bientais;
tálogos ou mala direta. Pode-se considerar que os canais diretos - Diferenças de expectativas em relação ao comportamento es-
são mais importantes no mercado empresarial (B2B), onde a maior perado dos outros membros;
parte dos equipamentos, peças e matéria-prima são vendidas por - Discordância no domínio da decisão;
meio de contatos diretos entre vendedores e compradores. Esse - Incompatibilidade de metas específicas dos membros;
canal é requisitado quando o fabricante prefere não utilizar os in- - Dificuldades de comunicação.
termediários disponíveis no mercado, optando pela força de venda
própria e providenciando a movimentação física dos produtos até Há três principais tipos de conflitos que podem ocorrer nos
o cliente final. O mesmo oferece às empresas a vantagem de maior canal de distribuição:
controle das funções de Marketing a serem desempenhadas, sem
- O conflito Vertical – tipo de conflito que ocorre entre mem-
a necessidade de motivar intermediários e depender de resultados
bros de diferentes níveis no canal. Ex.: Fabricantes versus Ataca-
de terceiros. Uma das desvantagens é a exigência de maiores inves-
distas ou Varejistas. Quando um fabricante vende seus produtos
timentos, uma vez que as funções mercadológicas são assumidas.
diretamente aos clientes via internet, poderá gerar algum tipo de
FabricanteVarejistaCliente Final (NÍVEL UM) - é um dos canais conflito vertical entre esse e seus varejistas.
mais utilizados pelos fabricantes de produtos de escolha, como - O conflito Horizontal, conflito que envolve divergências entre
alimentação, vestuário, livros, eletrodomésticos. Nesse caso, o fa- membros do mesmo nível no canal, como Atacadistas versus Ata-
bricante transfere ao intermediário grande parte das funções mer- cadistas ou franqueados (lojas) pertencentes a uma certa franquia
cadológicas (venda, transporte, crédito, embalagens). Ex.: Lojas competindo em uma mesma região. Esses conflitos podem ocorrer,
Bahia, Supermercado Extra, etc. devido as diferenças quanto aos limites de território ou em termos
dos preços praticados.
FabricanteAtacadista Varejista Cliente Final (NÍVEL DOIS) - esse - Conflito Multicanal – é o conflito que surge quando um fabri-
tipo de canal é utilizado no mercado de bens de consumo, quando cante utiliza dois ou mais canais simultâneos que vendem para o
a distribuição visa atingir um número muito grande e disperso de mesmo mercado. Ex. loja virtual versus loja física ou uso de repre-
clientes (ampliar capilaridade). sentantes.
Uma empresa que visa cobrir um mercado de forma intensiva
pode utilizar esse canal que, além das vendas, oferece financiamen- Poder no canal
to, transportes, promoções, etc. É um dos sistemas mais tradicio- Poder é a capacidade que um dos membros do canal tem de
nais para alguns tipos de produtos como bebidas, limpeza, etc. influenciar as variáveis do mix mercadológico de um outro membro.
Nesse sentido, o membro que exerce Poder está interferindo ou até
FabricanteAgente(Atacadista) Varejista Cliente Final (NÍVEL modificando os objetivos mercadológicos do outro membro. De
TRES): Nesse sistema, o agente (broker) desempenha a função de uma forma mais geral, conceito de Poder está associado à capaci-
reunir o comprador e o vendedor. O agente é na verdade, um inter- dade de um membro particular do canal de controlar ou influenciar
mediário que não compra produtos, apenas representa o fabricante o comportamento de outro(s) membro(s) do canal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Fontes de Poder no canal dutos. Esse tipo de estratégia é utilizada quando um determinado
Em geral, existem cinco tipos de fontes de poder que são exer- produto requer um esforço especializado de venda ou investimen-
cidos no canal: tos em estoques e instalações específicas. A distribuição exclusiva é
- Recompensa: é a capacidade de um agente recompensar um oposta à distribuição intensiva, sendo mais adequada à medida em
outro quando esse último conforma-se à influência do primeiro. A que se deseja operar apenas com “parceiros” exclusivos de canal
recompensa, normalmente está associada com fontes econômicas. que possam apoiar ou servir o produto de forma adequada, ou seja,
- Coerção: é o oposto do Poder de recompensa, onde o exer- enfatizando uma determinada imagem que possa caraterizar luxo
cício do Poder está associado à expectativa de um dos agentes em ou exclusividade.
relação à capacidade de retaliação do outro, caso esse não se sub-
meta às tentativas de influência do primeiro. A definição mais detalhada dos objetivos dos canais de dis-
- Legítimo: deriva de normas internalizadas em um membro tribuição depende essencialmente de cada organização, da forma
(contrato) e que estabelecem que outro membro tem o direito de com que ela compete no mercado e da estrutura geral da cadeia
influenciá-lo, existindo a obrigação de aceitar essa influência. de suprimentos. Porém, é possível identificar alguns fatores gerais,
- Informacional: origina-se pela posse de um membro de infor- comum na maioria deles:
mações valorizadas por outros membros do canal. - Assegurar a rápida disponibilidade do produto no mercado
- Experiência: deriva do conhecimento (know-how) que um identificado como prioritários, ou seja, o produto precisa estar dis-
membro detem em relação a outro membro. ponível para a venda nos estabelecimentos varejistas do tipo cor-
reto;
Liderança do canal - Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto sob
Quando os conflitos se reduzem e há um aumento de coo- enfoque, isto é buscar parcerias entre fabricante e varejista que
peração entre os membros do canal, essas características podem possibilitem a exposição mais adequada da mercadoria nas lojas;
resultar no surgimento de membros que, devido a fatores como, - Promover cooperação entre os participantes da cadeia de su-
alto poder de barganha, poder legítimo, poder de informação, tor- primentos, principalmente relacionada aos fatores mais significati-
nam-se líderes do canal.Por ouro lado, alguns autores identificaram vos associados à distribuição física, ou seja, buscar lotes mínimos
um padrão consistente de condições que determinam o surgimento dos pedidos, uso ou não de paletização ou de tipos especiais de
de uma liderança no canal: o líder do canal tende emergir quando acondicionamentos em embalagens, condições de descarga, restri-
o canal de distribuição enfrenta ambientes ameaçadores, aqueles ções de tempo de espera, etc.
onde a demanda é declinante, a concorrência aumenta e a incer- - Assegurar nível de serviço estabelecido previamente pelos
teza é elevada. parceiros da cadeia de suprimentos;
- Garantir rápido e preciso fluxo de informações entre os par-
Construindo a confiança no canal
ceiros; e
Muitos canais estão rumando para a construção da confiança
- Procurar redução de custos, de maneira integrada, atuando
mútua como base para o sucesso das relações entre os membros
em conjunto com os parceiros, analisando a cadeia de suprimentos
do canal. Geralmente essa confiança requer que esses membros re-
conheçam sua interdependência e saibam compartilhar processos na sua totalidade.
e informações.
Os canais de distribuição podem desempenhar quatro funções
ESTRATÉGIAS DE DISTRIBUIÇÃO básicas, segundo as modernas concepções trazidas pelo supply
Em termos gerais, existem três tipos de estratégias de distri- chain management:
buição: - Indução da demanda – as empresas da cadeia de suprimentos
- Distribuição intensiva – essa estratégia torna um certo produ- necessitam gerar ou induzir a demanda de seus serviços ou merca-
to disponível no maior número de estabelecimentos de uma região, dorias;
visando obter maior exposição e ampliar a oportunidade de venda. - Satisfação da demanda – é necessário comercializar os servi-
Produtos com baixo valor unitário e alta frequência de compra são ços ou mercadorias para satisfazer a demanda;
vendidos intensivamente, de modo que os clientes considerem con- - Serviço de pós-venda – uma vez comercializados os serviços
veniente comprá-los. Assim, por meio da distribuição intensiva, os ou mercadorias, precisa-se oferecer os serviços de pós-venda; e
clientes podem encontrar os produtos no maior número de locais - Troca de informações – o canal viabiliza a troca de informa-
possíveis. ções ao longo de toda a cadeia de suprimentos, acrescendo-se tam-
- Distribuição seletiva – estratégia que consiste no fato do fabri- bém os consumidores que disponibilizam um retorno importante
cante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários tanto para os fabricantes quanto para os varejistas.
disponíveis em uma região, mas não em todos. Sendo assim, os in-
termediários escolhidos são considerados osmelhores para vender Entre fatores estratégicos importantes no sistema distributivo
os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e podem ser levantadas as seguintes questões:
outros pontos fortes. A distribuição seletiva é empregada quando - Se o número, o tamanho e a localização das unidades fabris
osclientes buscam produtos de compra comparada. Cabe ainda atendem às necessidades de mercado,
- Se a localização geográfica dos mercados e os seus respectivos
destacar que, nesse caso, havendo menos “parceiros” de canal,
custos de abastecimento são compatíveis,
torna-se possível desenvolver relacionamentos mais estreitos com
- Se a frequência de compras dos clientes, o número e o tama-
cada um desses, permitindo que o fabricante obtenha boa cobertu-
nho dos pedidos justificam o esforço distributivo,
ra do mercado com mais controle e menos custos, comparado com - Se o custo do pedido e o custo de distribuição estão em bases
a distribuição intensiva. compatíveis com o mercado,
- Distribuição exclusiva - ocorre quando o fabricante vende seus
produtos por meio de um único intermediário em uma determina-
da região, onde esserecebe o direito exclusivo de distribuir tais pro-
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Se os métodos de armazenagem e os seus custos são justificá- a. Nível Estratégico
veis com os resultados operacionais gerados, Neste nível, a alta administração da empresa decide o modo
- Se os métodos de transporte adotados são adequados, que deve ter a configuração do sistema de distribuição. Podem ser
relacionadas às seguintes preocupações:
Em conformidade com o potencial do mercado, é importante • Localização dos armazéns;
analisar a demanda de cada mercado atendido pela empresa e se o • Seleção dos modais de transportes;
tipo de sistema de distribuição adotado é adequado. • Sistema de processamento de pedidos etc.

DISTRIBUIÇÃO FÍSICA b. Nível Tático


A distribuição física de produtos ou distribuição física são os É o nível em que a média gerência da empresa estará envolvida
processos operacionais e decontrole que permitem transferir os em utilizar seus recursos da melhor e maior forma possível. Suas
produtos desde o ponto de fabricação, até o ponto em que a mer- preocupações são:
cadoria é finalmente entregue ao consumidor. (NOVAES, 1994). • Ociosidade do equipamento de transmissão de pedidos ser
Pode-se dizer que seu objetivo geral é levar os produtos certos, a mínima;
para os lugares certos, no momento certo e com o nível de serviço • Ocupação otimizada da área de armazéns;
desejado, pelo menor custo possível. • Otimização dos meios de transportes, sempre em níveis má-
A distribuição física tem, como foco principal, todos os produ- ximos possíveis à carga etc.
tos que a companhia oferece para vender, ou seja, desde o instante
em que a produção é terminada até o momento em que o cliente c. Nível Operacional
recebe a mercadoria (produto). É o nível em que a supervisão garante a execução das tarefas
Toda produção visa a um ponto final, que é chegar às mãos do diárias para assegurar que os produtos se movimentem pelo canal
consumidor. de distribuição até o último cliente. Podem ser citadas:
“Nadar e morrer na praia” não é objetivo de nenhuma institui- • Carregar caminhões;
ção que vise ao lucro. Nem entidades sem fins lucrativos desejam • Embalar produtos;
que seus feitos não alcancem os objetivos, mesmo que estes não • Manter registros dos níveis de inventário etc.
sejam financeiros.
Uma boa distribuição, associada a um produto de boa qualida- MODALIDADES DE TRANSPORTE
de, a uma propaganda eficaz e a um preço justo, faz com que os pro- O transporte de mercadorias é parte fundamental do comér-
dutos sejam disponibilizados a seus consumidores, de modo que cio. Como o produto é entregue e a qualidade com que chega até o
estes possam fazer a opção pela compra. Estando nas prateleiras, o cliente final é o que define a satisfação do comprador e a possibili-
produto passa a fazer parte de uma gama de produtos concorrentes dade de um cliente fiel. Sendo assim, deve-se usar o modal – meio
que podem ser comprados ou não. de transporte – que atenda às expectativas do comprador.
O primeiro passo para ele poder fazer parte dessa opção de Dados mostram que o transporte representa 60% dos custos
compra é estar disponível nas prateleiras. logísticos, 3,5% do faturamento e tem papel preponderante na qua-
Outros fatores como propaganda, preço e qualidade do produ- lidade dos serviços logísticos, impactando diretamente no tempo
to, podem variar entre produtos concorrentes, mas a distribuição de entrega, confiabilidade e segurança dos produtos.
é uma condição obrigatória para todas as empresas que querem
vender seus produtos.
Qual o melhor modal?
Se o produto não está disponível na prateleira, independente
São basicamente cinco os modais: rodoviário, ferroviário, aqua-
de todos os outros fatores que influenciam a compra, este não po-
viário, aéreo e dutoviário.
derá ser comprado.
Imagine um produto com uma qualidade maravilhosa, com Para o transporte de mercadorias, cada modal possui suas van-
uma estratégia de propaganda primorosa, com um preço imbatível, tagens e desvantagens. Para cada rota há possibilidade de escolha
mas não disponível no mercado. e esta deve ser feita mediante análise profunda dos custos e carac-
A distribuição física acontece em vários níveis dentro de uma terísticas do serviço.
instituição. Isso ocorre em razão de que a posição hierárquica inter-
fere no processo. Uma decisão tomada pela alta administração de O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior
uma empresa é chamada de decisão estratégica e deve ser seguida classifica o Sistema de Transporte, quanto à forma, em:
pelos demais níveis hierárquicos. - Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);
A decisão tática é tomada e imposta pela média gerência e a - Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário
operacional diz respeito à supervisão que se encarregará de fazer e Ferroviário);
com que os projetos sejam cumpridos e executados. - Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido
por um único contrato;
Para um melhor entendimento, seguem os níveis da adminis- - Segmentados: envolve diversos contratos para diversos mo-
tração da distribuição física. dais;
• Estratégico; - Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino fi-
• Tático; nal, necessita ser transbordada para prosseguimento em veículo da
• Operacional. mesma modalidade de transporte (regido por um único contrato).

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS TIPOS DE TRANSPORTE • Melhores condições
de segurança da • Necessita de
Transporte Rodoviário carga. entrepostos especializados.
É aquele que se realiza em estradas, com utilização de cami-
nhões e carretas. Trata-se do transporte mais utilizado no Brasil, • Menor flexibilidade
apesar do custo operacional e do alto consumo de óleo diesel. • Menor poluição no trajeto (nem sempre
chega ao destino final,
do meio ambiente
dependendo de outros
Vantagens Desvantagens modais.)
• Capacidade de • Menor
tráfego por qualquer rodovia capacidade de cargas Quando usar o Transporte Ferroviário - Grandes volumes de
(flexibilidade operacional) entre todos os modais; cargas / Grandes distâncias a transportar (800 km) / Trajetos exclu-
• Usado em qualquer tipo • Alto custo de sivos (não há vias para outros modais)
de carga. operação
• Agilidade no transporte • Alto risco de Transporte Aquaviário
roubo/Frota antiga- Realizado por meio de barcos, navios ou balsas. Engloba tanto
e no acesso às cargas o transporte marítimo, utilizando como via de comunicação os ma-
acidentes
res abertos, como o transporte fluvial, por lagos e rios. É o transpor-
• Vias com te mais utilizado no comércio internacional.
• Não necessita de gargalos gerando
entrepostos especializados gastos extras e maior
tempo para entrega. Vantagens Desvantagens
• • Alto grau de • Maior capacida- • Necessidade de
Amplamente disponível
poluição
de de carga transbordo nos portos
• Fácil contratação e • Alto valor de
gerenciamento. transporte. • Menor custo de • Longas distâncias
• Adequado para curtas e • Menos transporte (Frete de custo
dos centros de produção
competitivo à longa relativamente baixo)
médias distâncias
distância;
• Apesar de limi- • Menor flexibilidade
Quando usar o Transporte Rodoviário - Mercadorias perecíveis, tado às zonas costeiras,
nos serviços aliado a fre-
mercadorias de alto valor agregado, pequenas distâncias (até 400 registra grande compe-
quentes congestionamentos
Km), trajetos exclusivos onde não há vias para outros modais, quan- titividade para longas
nos portos
do o tempo de trânsito for valor agregado. distâncias

Transporte Ferroviário • É de
Transporte ferroviário é aquele realizado sobre linhas férreas, • Mercadoria de gerenciamento complexo,
para transportar pessoas e mercadorias. As mercadorias transpor- baixo valor agregado. exigindo muitos
tadas neste modal são de baixo valor agregado e em grandes quan- documentos.
tidades como: minério, produtos agrícolas, fertilizantes, carvão, de-
rivados de petróleo, etc. Quando usar o Transporte Aquaviário- Grandes volumes de
carga / Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não
há vias para outros modais) / Tempo de trânsito não é importante /
Vantagens Desvantagens
Encontra-se uma redução de custo de frete.
• Grande • Alto custo de
capacidade de cargas implantação Tipos de navios:
Navios para cargas gerais ou convencionais:
• Baixo custo Navios dotados de porões (holds) e pisos (decks), utilizados
de transporte • Transporte lento devido para carga seca ou refrigerada, embaladas ou não.
(Inexistência de às suas operações de
pedágios) carga e descarga Navios especializados:
• Adequado para • Pouca flexibilidade Graneleiros (bulk vessels): carga a granél (líquido, gasoso e só-
lido), sem decks.
longas distâncias de equipamentos. Ro-ro (roll-on roll-off): cargas rolantes, veículos entram por
• Baixíssimo nível de • Malha ferroviária rampa, vários decks de diversas alturas.
acidentes. insuficiente.
Navios Multipropósito:
• Alta eficiência • Malha ferroviária Transportam cargas de navios de cargas gerais e especializados
energética. sucateada ao mesmo tempo.
Granel sólido + líquido
Minério + óleo
Ro-ro + container

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Navios porta-container:
• • Requer mais licenças
Transportam exclusivamente cargas em container. Alta confiabilidade.
ambientais.
Sólido, líquido, gasoso
Desde que seja em container • Simplificação de carga e
Tem apenas 01 (um) deck (o principal) descarga
• Transporte de volumes
Transporte Aéreo granéis muito elevados.
O transporte aéreo é aquele realizado através de aeronaves e
pode ser dividido em Nacional e Internacional. Tipos de dutos
- Subterrâneos
Vantagens Desvantagens - Aparentes

• É o transporte mais • Menor capacidade - Submarinos


de carga (Limite de volume Oleodutos = gasolina, álcool, nafta, glp, diesel.
rápido
e peso|) Minerodutos = sal-gema, ferro, concentr.fosfático.
• Não necessita • Valor do frete mais Gasodutos = gás natural.
embalagem mais
elevado em relação aos
reforçada (manuseio mais Observa-se que os meios de transportes estão cada vez mais
outros modais
cuidadoso); inter-relacionados buscando compartilhar e gerar economia em es-
• Os aeroportos cala, capacidade no movimento de cargas e diferencial na oferta
normalmente estão • Depende de de serviços logísticos. Porém, o crescimento dessa integração multi-
localizados mais próximos terminais de acesso modal muitas vezes é dificultado pela infraestrutura ofertada pelos
aos centros de produção. setores privados e públicos.
• Transporte de Estoques
grandes distâncias. “Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas
• Seguro de nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que
transporte é muito baixo. descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de
estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab-
Quando usar o Transporte Ferroviário - Pequenos volumes de sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção
cargas / Mercadorias com curto prazo de validade e/ou frágeis / substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta
Grandes distâncias a transportar / Trajetos exclusivos (não há via compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge-
para outros modais) / Tempo de trânsito é muito importante. renciados”.

Tipos de Aeronaves: Razões para manter estoque


Full pax = somente de passageiros. A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exi-
Full cargo = somente de cargas. ge investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita
Combi = misto de carga e passageiros sincronização entre a oferta e a demanda, de maneira a tornar a
manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impos-
Transporte Dutoviário sível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre
Esta modalidade de transporte não apresenta nenhuma flexi- os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se
bilidade, visto que há uma limitação no número de produtos que acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias
podem utilizar este modal. O transporte é feito através de dutos e minimizar os custos totais de produção e distribuição.
cilíndricos. Pode ser utilizado para transporte de petróleo, produtos
derivados do minério, gases e grãos. Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades,
ou seja:
- Melhoram o nível de serviço.
Vantagens Desvantagens - Incentivam economias na produção.
• Muitas dutovias são - Permitem economias de escala nas compras e no transporte.
subterrâneas e/ou • Pode ocasionar um - Agem como proteção contra aumentos de preços.
submarinas, considerado grande acidente - Protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo
uma vantagem, pois ambiental caso de ressuprimento.
minimizam os riscos suas tubulações se - Servem como segurança contra contingências.
causados por outros rompam
veículos; Abrangência da Administração de Estoques
• O dutoviário transporta • Possui uma A administração de estoques é de importância significativa na
de forma segura e para capacidade de serviço maioria das empresas, tanto em função do próprio valor dos itens
longas distancias muito limitada mantidos em estoque, associação direta com o ciclo operacional da
• Proporciona um menor • Custos fixos são mais
empresa. Da mesma forma como as contas a receber, os níveis de
estoques também dependem em grande parte do nível de vendas,
índice de perdas e roubos elevados com uma diferença: enquanto os valores a receber surgem após a
• Baixo consumo de • Investimento inicial realização das vendas, os estoques precisam ser adquiridos antes
energia. elevado. das realizações das vendas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Essa é uma diferença crítica e a necessidade de prever as ven- de da manutenção de um item de estoque por umdeterminado pe-
das antes de se estabelecer os níveis desejados de estoques, torna ríodo (custo de armazenagem) segundo, “oportunidade” de outros
sua administração uma tarefa difícil. Deve se observar também que investimentos.
os erros na fixação dos níveis de estoque podem levar à perda das
vendas (caso tenham sido subdimensionados) ou a custos de es- Custo total = custo de pedir + custo de manter
tocagem excessivos (caso tenham sido superdimensionados), resi-
dindo, portanto, na correta determinação dos níveis de estoques, PONTO DE PEDIDO
a importância da sua administração. Seu objetivo é garantir que os Determina em que ponto os estoques serão pedidos levando
estoques necessários estejam disponíveis quando necessários para em consideração o tempo de entrega dos principais itens.
manutenção do ritmo de produção, ao mesmo tempo em que os
custos de encomenda e manutenção de estoques sejam minimiza- Ponto de pedido = tempo de reposição em dias x demanda
dos. diária
Os estoques podem ser classificados como:
- Matéria-prima SISTEMAS DE GERENCIAMENTO DE ESTOQUES
- Produtos em processo Os Sistemas básicos utilizados na administração de estoques
- Materiais de embalagem são:
- Produtos acabados
- Suprimentos 1. FMS (Flexible Manufacturing System)
Nesse sistema, os computadores comandam as operações das
A razão para manutenção de estoques depende fundamental- máquinas de produção e, inclusive, comandam a troca de ferramen-
mente da natureza desses materiais. tas das operações de manuseio de materiais, ferramentas, acessó-
Para manutenção dos estoques de matérias primas, são utiliza- rios e estoques. Pode-se incluir no software módulos de monitora-
das justificativas como a facilidade para o planejamento do proces- ção do controle estatístico da qualidade. Normalmente, é aplicado
so produtivo, a manutenção do melhor preço deste produto, a pre- em fábricas com grande diversidade de peças de produtos finais
venção quanto à falta de materiais e, eventualmente, a obtenção de montados em lotes. Podemos destacar entre as vantagens do FMS,
descontos por aquisição de grandes quantidades. as seguintes:
Essas razões são contra-argumentadas de várias formas. • Permite maior produtividade das máquinas, que passam
Atualmente, as modernas técnicas de administração de estoques, a ter utilização de 80% a 90% do tempo disponível.
o conceito do “Supply Chain Management” que ajuda a reduzir • Possibilita maior atenção aos consumidores em função
custos, representam alternativas eficientes para evitar-se falta de da flexibilidade proporcionada.
materiais. Adicionalmente, a realização de contratos futuros pode • Diminui os tempos de fabricação.
representar um instrumento eficiente para proteger a empresa de • Em função do aumento da flexibilidade, permite aumen-
eventual oscilação de preços de seus insumos básicos. tar a variedade dos produtos ofertados.
Para manutenção de estoques de materiais em processos, jus-
tifica-se a maior flexibilidade do processo produtivo, caso ocorra 2. MRP-Material Requirement Planing
interrupção em alguma das linhas de produção da empresa. Obvia- O MRP é um sistema completo para emitir ordens de fabri-
mente, essa questão deve ser substituída pela adoção de proces- cação, de compras, controlar estoques e administrar a carteira de
sos de produção mais confiáveis, para evitar a ocorrências destas
pedidos dos clientes. Opera em base semanal, impondo com isso
interrupções. uma previsão de vendas no mesmo prazo, de modo a permitir a ge-
A manutenção de estoques de produtos acabados é justificada ração de novas ordens de produção para a fábrica. O sistema pode
por duas razões: garantir atendimentos efetuados para as vendas operar com diversas fórmulas para cálculo dos lotes de compras,
realizadas e diminuir os custos de mudança na linha de produção.
fabricação e montagem, operando ainda com diversos estoques de
material em processo, como estoque de matérias primas, partes,
Técnicas de Administração de estoques submontagens e produtos acabados.A maior vantagem do MRP
consiste em utilizar programas de computadores complexos, levan-
CURVA ABC do em consideração todos os fatores relevantes para conseguir o
Segrega os estoques em três grupos, demonstrando grafica- melhor cumprimento de prazos de entrega, com estoques baixos,
mente com eixos de valores e quantidades, que considera os mate- mesmo que a fábrica tenha muitos produtos em quantidade, de
riais divididos em três grandes grupos, de acordo com seus valores uma semana para outra.
de preço/custo e quantidades, sendo assim materiais “classe A” re- Um ponto fundamental para o correto funcionamento do sis-
presentam a minoria da quantidade total e a maioria do valor total, tema é a rigorosa disciplina a ser observada pelos funcionários que
“classe C” a maioria da quantidade total e a minoria do valor total, interagem com o sistema MRP, em relação à informação de dados
“classe B” valores e quantidades intermediárias. para computador. Sem essadisciplina, a memória do MRP vai acu-
O controle da “classe A” é mais intenso e o controle da “classe mulando erros nos saldos em estoques e nas quantidades neces-
B e C” menos sofisticados. sárias.

MODELO DE LOTE ECONÔMICO 3. Sistema Periódico


Permite determinar a quantidade ótima que minimiza os cus- A característica básica deste sistema é a divisão da fábrica em
tos totais de estocagem de pedido para um item do estoque. Con- vários setores de processamento sucessivo de vários produtos simi-
siderando os custo de pedir e os custos de manter os materiais. lares. Cada setor recebe um conjunto de ordens de fabricação para
Sendo os custos de pedir, os fixos, administrativos ao se efetuar e serem iniciados e terminados no período. Com isso, no fim de cada
receber um pedido e o custo de manter são os variáveis por unida- período, se todos os setores cumprirem sua carga de trabalho, não
haverá qualquer material em aberto. Isso facilita o controle de cada
setor da fábrica, atribuindo responsabilidades bem definidas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Esse sistema com período fixo é antigo, mas devido às suas ca- rocrático de reposição de material (bujão de gás). A denominação
racterísticas, não se tornou obsoleto face aos sistemas modernos, “DUAS GAVETAS” decorre da ideia de guardar um mesmo lote em
nos quais é possível à adoção de períodos curtos, menores que uma duas gavetas distintas.
semana.
Sistema de Estoque Mínimo - É usado principalmente quando
4. OPT-Optimezed Production Technology a separação entre as duas partes do estoque não é feita fisicamen-
O sistema OPT foi desenvolvido com uma abordagem diferen- te, mas apenas registrada na ficha de controle de estoque, com o
te dos sistemas anteriores, enfatizando a racionalidade do fluxo ponto de separação entre as partes. Enquanto o estoque mínimo
de materiais pelos diversos postos de trabalho de uma fábrica. Os estiver sendo utilizado, o Departamento de Compras terá prazo su-
pressupostos básicos do OPT foram originados por formulações ma- ficiente para adquirir e repor o material no estoque.
temáticas. Nesse sistema, as ordens de fabricação são vistas como
tendo de passar por filas de espera de atendimento nos diversos Sistema de Renovação Periódica - Consiste em fazer pedidos
postos de trabalho na fábrica. O conjunto de postos de trabalho para reposição dos estoques em intervalos de tempo pré-estabe-
forma então uma rede de filas de espera. lecidos para cada item. Estes intervalos, para minimizar o custo de
O sistema OPT usa um conjunto de coeficientes gerenciais para estoque, devem variar de item para item. A quantidade a ser com-
ajudar a determinar o Lote ótimo para cada componente ou sub- prada em cada encomenda é tal que, somada com a quantidade
montagem a ser processado em cada posto de trabalho. Muita ên- existente em estoque, seja suficiente para atender a demanda até
fase é dedicada aos pontos de gargalo da produção. o recebimento da encomenda seguinte. Logicamente, este siste-
ma obriga a manutenção de um estoque reserva. Deve-se adotar
5. Sistema KANBAN-JIT períodos iguais para um grande número de itens em estoque pois,
O sistema Kanban foi desenvolvido para ser utilizado onde os procedendo a compra simultânea de diversos itens, pode-se obter
empregados possuem motivação e mobilização, com grande liber- condições vantajosas na transação (compra e transporte).
dade de ação. Nessas fábricas, na certeza de que os empregados
trabalham com dedicação e responsabilidade, é legítimo um traba- Sistema de Estocagem para um Fim Específico - Apresenta duas
lhador parar a linha de montagem ou produção porque achou algo subdivisões:
errado, os empregados mantém-se ocupados todo o tempo, aju- a) Estocagem para atender a um programa de produção pré-
dando-se mutuamente ou trocando de tarefas conforme as neces- -determinado:
sidades. O sistema Kanban-JIT é um sistema que “puxa” a produção É utilizada nas indústrias de tipo contínuo ou semicontínuo que
da fábrica, inclusive até o nível de compras, pelas necessidades ge- estabelece, com antecedência de vários meses, os níveis de produ-
radas na montagem final. As peças ou submontagens são colocadas ção. A programação (para vários períodos, semanas e meses) elabo-
em caixa feitas especialmente para cada uma dessas partes, que, ao rada pelo P.C.P. deverá ser coerente para todos os segmentos, des-
serem esvaziadas na montagem, são remetidas ao posto de traba- de o recebimento do material até o embarque do produto acabado.
lho que faz a última operação a essa remessa, que funciona como
uma ordem de produção. Vantagens:
* Estoques menores, sem riscos de se esgotarem, objetivamen-
6. Sistema Just in Time te controlados por se conhecer a demanda futura.
É preciso que haja um sistema integrado de planejamento de * Melhores condições de compra de materiais, pois pode-se
distribuição. É assim que surge o Just in Time, que é derivado do aceitarcontratos de grandes volumes para entregas parceladas. Aa-
sistema Kanban. De acordo com Henrique Corrêa e Irineu Gianesi, a tividade de compra fica reduzida, sem a necessidade de emitirpedi-
responsável pela implantação do Just in Time foi a Toyota, criando dos de fornecimento para cada lote de material.
esse sistema em 1970 e impondo-o para quem quisesse trabalhar
em parceria. Com isso, diminuiu muito seu estoque, passando a res- b) Estocagem para atender especificamente a uma ordem de
ponsabilidade e o comprometimento de não parar sua produção produção ou a uma requisição: É o método empregado nas produ-
para seus terceirizados. ções do tipo intermitente, onde a indústria fabrica sob encomenda,
O Just in Time visa o “estoque zero”. O objetivo principal é sendo justificável no caso de materiais especiais ou necessários es-
suprir produtos para a linha de produção e clientes da empresa, poradicamente. Os pedidos de material neste sistema são baseadas
somente quando for necessário. Ao longo da cadeia logística, as re- principalmente na lista material (“ROW MATERIAL”) e na programa-
lações entre as empresas - inclusive com o emprego de recursos de ção geral (AP = “ANNUAL PLANNING”). Existem casos em que o pe-
comunicação e tecnologias de informação, devem ser garantidas de dido para compra precisa ser feito mesmo antes do projeto do pro-
tal forma que os resultados, e, portanto, os serviços prestados pela duto estar detalhado, ou seja, antes da listagem do material estar
logística obedeçam exatamente às necessidades de serviços ex- pronta, pois os itens necessários podem ter um ciclo de fabricação
pressas pelos clientes. É muito importante, portanto que haja uma excessivamente longo. Ex.: grandes motores, turbinas e navios.
cooperação, um bom relacionamento entre a empresa e seus for-
necedores externos e internos. Um ponto muito favorável no Just Enfim, o controle de estoques exerce influência muito grande
in Time é que ele diminui a probabilidade de que ocorram perdas na rentabilidade da empresa. Eles absorvem capital que poderia
de produtos. estar sendo investido de outras maneiras. Portanto, aumentar a ro-
tatividade do estoque auxilia a liberar ativos e economiza o custo
Outros sistemas de estoques de manutenção e controle que podem absorver de 25 a 40% dos
Sistema de Duas Gavetas - Consiste na separação física em custos totais, conforme mencionado anteriormente.
duas partes. Uma parte será utilizada totalmente até a data da en-
comenda de um novo lote e a outra será utilizada entre a data da Gestão patrimonial
encomenda e a data do recebimento do novo lote. A grande van- O patrimônio é o objeto administrado que serve para propi-
tagem deste sistema está na substancial redução do processo bu- ciar às entidades a obtenção de seus fins. Para que um patrimônio
seja considerado como tal, este deve atender a dois requisitos: o

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
elemento ser componente de um conjunto que possua conteúdo em separado. Caso o local padrão para a colagem da plaqueta seja
econômico avaliável em moeda; e exista interdependência dos ele- de difícil acesso, como, por exemplo, nos arquivos ou estantes en-
mentos componentes do patrimônio e vinculação do conjunto a costadas na parede, que não possam ser movimentados devido ao
uma entidade que vise alcançar determinados fins. peso excessivo, a plaqueta deverá ser colada no lugar mais próximo
Do ponto de vista econômico, o patrimônio é considerado uma ao local padrão. Em caso de perda, descolagem ou deterioração da
riqueza ou um bem suscetível de cumprir uma necessidade coletiva, plaqueta, o responsável pelo setor onde o bem está localizado de-
sendo este observado sob o aspecto qualitativo, enquanto que sob verá comunicar, impreterivelmente, o fato ao Setor de Patrimônio.
o enfoque contábil observa-se o aspecto quantitativo (Ativo =Pas- A seguir, são apresentadas algumas sugestões para fixação de
sivo + Situação Líquida). Exceção a alguns casos, quando se utiliza plaquetas (ou adesivos):
o termo “substância patrimonial” é que a contabilidade visualiza o a) estantes, armários, arquivos e bens semelhantes: a plaqueta
patrimônio de forma qualitativa. deve ser fixada na parte frontal superior direita, no caso de arqui-
A Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – conhecida vos de aço, e na parte lateral superior direita, no caso de armários,
como Lei de Responsabilidade Fiscal – apresentam em seus artigos estantes e bens semelhantes, sempre com relação a quem olha o
44, 45 e 46, medidas destinadas à preservação do patrimônio públi- móvel;
co. Uma delas estabelece que o resultado da venda de bens móveis b) mesas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada na
e imóveis e de direitos que integram o patrimônio público não po- parte frontal central, contrária à posição de quem usa o bem, com
derá mais ser aplicado em despesas correntes, exceto se a lei auto- exceção das estações de trabalho e/ou àqueles móveis que foram
rizativa destiná-la aos financiamentos dos regimes de previdência projetados para ficarem encostados em paredes, nos quais as pla-
social, geral e própria dos servidores. quetas serão fixadas em parte de fácil visualização;
Dessa forma, os recursos decorrentes da desincorporação de c) motores: a plaqueta deve ser fixada na parte fixa inferior do
ativos por venda, que é receita de capital, deverão ser aplicados em motor;
despesa de capital, provocando a desincorporação de dívidas (pas- d) máquinas e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada no
sivo), por meio da despesa de amortização da dívida ou o incremen- lado externo direito, em relação a quem opera a máquina;
to de outro ativo, com a realização de despesas de investimento, de e) cadeiras, poltronas e bens semelhantes: neste caso a plaque-
forma a manter preservado o valor do patrimônio público. ta nunca deve ser colocada em partes revestidas por courvin, couro
ou tecido, pois estes revestimentos não oferecem segurança. A pla-
TOMBAMENTO DE BENS queta deverá ser fixada na base, nos pés ou na parte mais sólida;
O tombamento dos bens públicos inicia-se com recebimento f) aparelhos de ar condicionado e bens semelhantes: em apa-
dos bens móveis pelos órgãos, como visto anteriormente, pela con- relhos de ar condicionado, o local indicado é sempre na parte mais
ferência física dos bens pelo Almoxarifado. Após registro de entrada fixa e permanente do aparelho, nunca no painel removível ou na
do bem no sistema de gerenciamento de material no estoque, o carcaça;
responsável por este encaminhará uma comunicação ao Setor de g) automóveis e bens semelhantes: a plaqueta deve ser fixada
Patrimônio (com cópia da nota de empenho, documentos fiscais e na parte lateral direita do painel de direção, em relação ao motoris-
outros que se fizerem necessários), informando o destino (centros ta, na parte mais sólida e nãoremovível, nunca em acessórios;
de responsabilidades) dos bens. Se eles permanecerem em esto- h) quadros e obras de arte: a colocação da plaqueta, neste
que, o Setor de Patrimônio deverá aguardar comunicação de saí- caso, deve ser feita de tal forma que não lhes tire a estética, nem
da deste, através de uma Guia de Baixa de Materiais emitida pelo diminua seu valor comercial;
Almoxarifado. Caso o bem seja entregue diretamente ao destino i) esculturas: nas esculturas a plaqueta deve ser fixada na base.
final, o Almoxarifado encaminhará a Guia de Saída ao Patrimônio, Nos quadros ela deve ser colocada na parte de trás, na lateral di-
juntamente com os demais documentos do processo de empenho. reita;
O tombamento consiste na formalização da inclusão física de j) quadros magnéticos: nos quadros magnéticos a plaqueta
um bem patrimonial no acervo do órgão, com a atribuição de um deverá ser colocada na parte frontal inferior direita, caso não seja
único número por registro patrimonial, ou agrupando-se uma se- possível a colagem neste local, colar nesta mesma posição na parte
quência de registros patrimoniais quando for por lote, que é de- posterior do quadro; e
nominado “número de tombamento”. Pelo tombamento aplica-se k) fixação de plaquetas em outros bens: entende-se como ou-
uma conta patrimonial do Plano de Contas do órgão a cada mate- tros bens aqueles materiais que não podem ser classificados cla-
rial, de acordo com a finalidade para a qual foi adquirido. O valor do ramente como aparelhos, máquinas, motores, etc. Em tais bens, a
bem a ser registrado é o valor constante do respectivo documento plaqueta deve ser fixada na base, na parte onde são manuseados.
de incorporação (valor de aquisição).
A marcação física caracteriza-se pela aplicação, no bem, de pla- A seguir são elencados, como sugestões, dados necessários
queta de identificação, por colagem ou rebitamento, a qual conterá ao registro dos bens no sistema de patrimônio: número do tomba-
o número de registro patrimonial. mento; data do tombo; descrição padronizada do bem (descrição
Na colocação da plaqueta deverão ser observados os seguintes básica pré-definida em um sistema de patrimônio); marca/modelo/
aspectos: local de fácil visualização para efeito de identificação por série (também pré-definidos em um sistema de patrimônio); carac-
meio de leitor óptico, preferencialmente na parte frontal do bem; terísticas (descrição detalhada); valor unitário de aquisição (valor
evitar áreas que possam curvar ou dobrar a plaqueta ou que pos- histórico); agregação (acessório ou componente); forma de ingres-
sam acarretar sua deterioração; evitar fixar a plaqueta em partes so (compra, fabricação própria, doação, permuta, cessão, outras);
que não ofereçam boa aderência, por apenas uma das extremida- classificação contábil/patrimonial; número do empenho e data
des ou sobre alguma indicação importante do bem. de emissão; fonte de recurso; número do processo de aquisição e
Os bens patrimoniais recebidos sofrerão marcação física antes ano; tipo/número do documento de aquisição (nota fiscal/fatura,
de serem distribuídos aos diversos centros de responsabilidade do comercial invoice, Guia de Produção Interna, Termo de Doação, Ter-
órgão. Os bens patrimoniais cujas características físicas ou a sua mo de Cessão, Termo de Cessão em Comodato, outros); nome do
própria natureza impossibilitem a aplicação de plaqueta também fornecedor (código); garantia (data limite da garantia e empresa de
terão número de tombamento, mas serão marcados e controlados manutenção); localização (identificação do centro de responsabili-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
dade); situação do bem (registrado, alocado, cedido em comodato, do bem. Os bens que foram restituídos ao Setor de Patrimônio do
em manutenção, em depósito para manutenção, em depósito para órgão também ficam sob a guarda dos servidores deste setor (fiéis
triagem, em depósito para redistribuição, em depósito para aliena- depositários), e serão objetos de análise para a determinação da
ção, em sindicância, desaparecido, baixado, outros); estado de con- baixa ou transferência a outros setores. É importante colocar que
servação (bom, regular, precário, inservível, recuperável); histórico uma cópia do Termo de Responsabilidade de cada setor deverá
do bem vinculado a um sistema de manutenção, quando existir. Tal ser fixada em local visível a todos, dentro de seu recinto de traba-
informação permitirá o acompanhamento da manutenção dos bens lho, visando facilitar o controle dos bens (sugestão: atrás da porta de
e identificação de todos os problemas ocorridos nestes números acesso ao setor). Para que ocorra a transferência de responsabilida-
do Termo de Responsabilidade; e plaquetável ou não plaquetável. de entre dois setores pertencentes a um mesmo órgão, deverão ser
O registro dos bens imóveis no órgão inicia-se com o recebi- observados os seguintes parâmetros:solicitação, por escrito, do inte-
mento da documentação hábil, pelo Setor de Patrimônio, que pro- ressado em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo”
cederá ao tombamento e cadastramento em sistema específico, do setor cedente com a autorização de transferência ; solicitação do
utilizando diversos dados, tais como: número do registro; tipo de agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão do Termo de
imóvel; denominação do imóvel; características (descrição detalha- Responsabilidade; após a emissão do Termo de Responsabilidade, o
da do bem); valor de aquisição (valor histórico); forma de ingresso Setor de Patrimônio remeterá o mesmo ao agente patrimonial, para
(compra, doação, permuta, comodato, construção, usucapião, de- que este colha assinaturas do cedente e do recebedor.
sapropriação, cessão, outras); classificação contábil/patrimonial; Para que ocorra a transferência de responsabilidade entre dois
número do empenho e data de emissão; fonte de recurso; núme- setores pertencentes órgãos diferentes, deverão ser observados
ro do processo de aquisição e ano; tipo/número do documento de os seguintes parâmetros: solicitação, por escrito, do interessado
aquisição (nota fiscal/fatura, comercial invoice, Guia de Produção em receber o bem, dirigida ao possível cedente; “de acordo” do
Interna, Termo de Doação, Termo de Cessão, Termo de Cessão setor cedente com a autorização de transferência e anuência das
em Comodato, outros); nome do fornecedor (código); localização unidades de controle do patrimônio e do titular do órgão; solici-
(identificação do centro de responsabilidade); situação do bem (re- tação do agente patrimonial ao Setor de Patrimônio para emissão
gistrado, alocado, cedido em comodato, em manutenção, em depó- do Termo de Transferência de Responsabilidade; após a emissão do
sito para manutenção, em depósito para triagem, em depósito para Termo de Responsabilidade, o Setor de Patrimônio o remeterá ao
redistribuição, em depósito para alienação, em sindicância, desa- agente patrimonial, para que este colha assinaturas do cedente e
parecido, baixado, outros); estado de conservação (bom, regular, do recebedor. Quando a transferência de responsabilidade do bem
precário, inservível); data da incorporação; unidade da federação; ocorrer sem a movimentação deste, isto é, quando ocorrer a mu-
tipo de logradouro; número; complemento;bairro/distrito; municí- dança da responsabilidade patrimonial de um servidor para outro,
pio; cartório de registro; matrícula; livro; folhas; data do registro; desde que não pressuponha mudança de local do bem, deverão ser
data da reavaliação; moeda da reavaliação; valor do aluguel; valor observados os seguintes procedimentos: o Setor de Recursos Hu-
do arrendamento; valor de utilização; valor de atualização; moeda manos (ou equivalente) deverá encaminhar ao Setor de Patrimônio
de atualização; data da atualização; reavaliador; e CPF/CNPJ do rea- cópia da portaria que substitui o servidor responsável; de posse das
valiador. informações contidas na portaria, o Setor de Patrimônio emite o
respectivo Termo de Transferência de Responsabilidade; emitido o
CONTROLE DE BENS Termo, este será encaminhado ao agente patrimonial da unidade,
Caracteriza-se como movimentação de bens patrimoniais o que providenciará a conferência dos bens e assinatura do Termo;
conjunto de procedimentos relativos à distribuição, transferência, uma vez assinado o Termo, o agente providenciará para que uma
saída provisória, empréstimo e arrendamento a que estão sujeitos das vias seja arquivada no setor onde os bens se encontram e outra
no período decorrido entre sua incorporação e desincorporação. encaminhada ao Setor de Patrimônio.
Compete ao Setor de Patrimônio a primeira distribuição de Saída provisória: A saída provisória caracteriza-se pela movi-
material permanente recém adquirido, de acordo com a destinação mentação de bens patrimoniais para fora da instalação ou depen-
dada no processo administrativo de aquisição correspondente. dência onde estão localizados, em decorrência da necessidade de
A movimentação de qualquer bem móvel será feita mediante o conserto, manutenção ou da sua utilização temporária por outro
preenchimento do Termo de Responsabilidade, que deverá conter centro de responsabilidade ou outro órgão, quando devidamente
no mínimo, as seguintes informações: número do Termo de Res- autorizado. Qualquer que seja o motivo da saída provisória, esta
ponsabilidade; nome do local de lotação do bem (incluindo tam- deverá ser autorizada pelo dirigente do órgão gestor ou por outro
bém o nome do sublocal de lotação); declaração de responsabilida- servidor que recebeu delegação para autorizar tal ato. Toda a ma-
de; número do tombamento; descrição; quantidade; indicação se é nutenção de bem incorporado ao patrimônio de um órgão deverá
plaquetável; valor unitário; valor total; total de bens arrolados no ser solicitada pelos agentes patrimoniais ou responsáveis e resulta-
Termo de Responsabilidade; data do Termo; nome e assinatura do rá na emissão de uma Ordem de Serviço pelo Setor de Manutenção,
responsável patrimonial; e data de assinatura do Termo. que tomará todas as providências para proceder à assistência de
A transferência é a operação de movimentação de bens, com a bem em garantia ou utilizando-se de seus recursos próprios.
consequente alteração da carga patrimonial. A autoridade transfe- Empréstimo: O empréstimo é a operação de remanejamento
ridora solicita ao setor competente do órgão a oficialização do ato, de bens entre órgãos por um período determinado de tempo, sem
por meio das providências preliminares. É importante destacar que envolvimento de transação financeira. O empréstimo deve ser evi-
a transferência de responsabilidade com movimentação de bens tado. Porém, se não houver alternativa, os órgãos envolvidos devem
somente será efetivada pelo Setor de Patrimônio mediante solicita- manter um rigoroso controle, de modo a assegurar a devolução do
ção do responsável pela carga cedente com anuência do recebedor. bem na mesma condição em que estava na ocasião do empréstimo.
A devolução ao Setor de Patrimônio de bens avariados, obsoletos Já o empréstimo a terceiros de bens pertencentes ao poder público
ou sem utilização também se caracteriza como transferência. Neste é vedado, salvo exceções previstas em leis.
caso, a autoridade da unidade onde o bem está localizado devolve- Arrendamento a terceiros: O arrendamento a terceiros tam-
-o com a observância das normas regulamentares, a fim de que a o bém deve ser evitado, por não encontrar, a princípio, nenhum res-
Setor Patrimonial possa manter rigoroso controle sobre a situação paldo legal.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
INVENTÁRIO Os bens serão inventariados pelos respectivos valores históri-
O Inventário determina a contagem física dos itens de estoque cos ou de aquisição, quando conhecidos, ou pelos valores constan-
e em processos, para comparar a quantidade física com os dados tes de inventários já existentes, com indicação da data de aquisição.
contabilizados em seus registros, a fim de eliminar as discrepâncias Durante a realização de qualquer tipo de inventário, fica ve-
que possam existir entre os valores contábeis, dos livros, e o que dada toda e qualquer movimentação física de bens localizados nos
realmente existe em estoque. endereços individuais abrangidos pelos trabalhos, exceto mediante
O inventário pode ser geral ou rotativo: O inventário geral é autorização específica das unidades de controle patrimonial, ou do
elaborado no fim de cada exercício fiscal de cada empresa, com a dirigente do órgão, com subsequente comunicação formal a Comis-
contagem física de todos os itens de uma só vez. O inventário ro- são de Inventário de Bens.
tativo é feito no decorrer do ano fiscal da empresa, sem qualquer Nas fases do inventário dois pontos devem ser destacados
sobre as fases do inventário: o levantamento pode ser físico e/ou
tipo de parada no processo operacional, concentrando-se em cada
contábil: Levantamento físico, material ou de fato é o levantamento
grupo de itens em determinados períodos.
efetuado diretamente pela identificação e contagem ou medida dos
Inventário na administração pública: Inventário são a discrimi-
componentes patrimoniais.
nação organizada e analítica de todos os bens (permanentes ou de
Levantamento contábil é o levantamento pelo apanhado de
consumo) e valores de um patrimônio, num determinado momen-
elementos registrados nos livros e fichas de escrituração. O simples
to, visando atender uma finalidade específica. É um instrumento
arrolamento não interessa para a contabilidade se não for comple-
de controle para verificação dos saldos de estoques nos almoxari-
tado pela avaliação. Sem a expressão econômica, o arrolamento
fados e depósitos, e da existência física dos bens em uso no órgão
serve apenas para controle da existência dos componentes patri-
ou entidade, informando seu estado de conservação, e mantendo
moniais.
atualizados e conciliados os registros do sistema de administração
O inventário é dividido em três fases: Levantamento: compreen-
patrimonial e os contábeis, constantes do sistema financeiro. Além
de a coleta de dados sobre todos os elementos ativos e passivos
disso, o inventário também pode ser utilizado para subsidiar as to-
do patrimônio e é subdividido nas seguintes partes: identificação,
madas de contas indicando saldos existentes, detectar irregularida-
agrupamento e mensuração. Arrolamento: é o registro das carac-
des e providenciar as medidas cabíveis.
terísticas e quantidades obtidas no levantamento. O arrolamento
Através do inventário pode-se confirmar a localização e atribui-
pode apresentar os componentes patrimoniais deforma resumida
ção da carga de cada material permanente, permitindo a atualiza-
e recebe a denominação “sintética”. Quando tais componentes são
ção dos registros dos bens permanentes bem como o levantamento
relacionados individualmente, o arrolamento é analítico; Avaliação:
da situação dos equipamentos e materiais em uso, apurando a ocor-
é nesta fase que é atribuída uma unidade de valor ao elemento pa-
rência de dano, extravio ou qualquer outra irregularidade. Podem-
trimonial. Os critérios de avaliação dos componentes patrimoniais
-se verificar também no inventário as necessidades de manutenção
devem ter sempre por base o custo. A atribuição do valor aos com-
e reparo e constatação de possíveis ociosidades de bens móveis,
ponentes patrimoniais obedece a critérios que se ajustam a sua na-
possibilitando maior racionalização e minimização de custos, bem
tureza, função na massa patrimonial e a sua finalidade.
como a correta fixação da plaqueta de identificação. Na Adminis-
tração Pública, o inventário é entendido como o arrolamento dos
ALIENAÇÃO DE BENS
direitos e comprometimentos da Fazenda Pública, feito periodica-
De acordo com o direito administrativo brasileiro, entende-se
mente, com o objetivo de se conhecer a exatidão dos valores que
como alienação a transferência de propriedade, remunerada ou
são registrados na contabilidade e que formam o Ativo e o Passivo
gratuita, sob a forma de venda, permuta, doação, dação em paga-
ou, ainda, com o objetivo de apurar a responsabilidade dos agen-
mento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio.
tes sob cuja guarda se encontram determinados bens. Os diversos
Qualquer dessas formas de alienação pode ser usada pela
tipos de inventários são realizados por determinação de autorida-
Administração, desde que satisfaça as exigências administrativas.
de competente, por iniciativa própria do Setor de Patrimônio e das
Muito embora as Constituições Estaduais possam determinar que
unidades de controle patrimonial ou de qualquer detentor de car-
a autorização de doação de bens móveis seja submetida à Assem-
ga dos diversos centros de responsabilidade, periodicamente ou a
bleia Legislativa, a Lei Federal n° 8.666, de 21 de junho de 1993, que
qualquer tempo. Os inventários na Administração Pública devem
institui normas para licitações e contratos da Administração Pública
ser levantados não apenas por uma questão de rotina ou de dispo-
37 e dá outras providências, faculta a obrigação de licitação especí-
sição legal, mas também como medida de controle, tendo em vis-
fica para doação de bens para fins sociais e dispõe sobre a alienação
ta que os bens nele arrolados não pertencem a uma pessoa física,
por leilão.
mas ao Estado, e precisam estar resguardados quanto a quaisquer
Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subor-
danos. Na Administração Pública o inventário é obrigatório, pois a
dinada à existência de interesse público devidamente justificado.
legislação estabelece que o levantamento geral de bens móveis e
A alienação de bens está sujeita à existência de interesse públi-
imóveis terá por base o inventário analítico de cada unidade gestora
co e à autorização da Assembleia Legislativa (para os casos previs-
e os elementos da escrituração sintética da contabilidade (art. 96 da
tos em lei), e dependerá de avaliação prévia, que será efetuada por
Lei Federal n° 4.320, de 17 de março de 1964).
comissão de licitação de leilão ou outra modalidade prevista para a
A fim de manter atualizados os registros dos bens patrimoniais,
Administração Pública.
bem como a responsabilidade dos setores onde se localizam tais
A seguir, são sugeridos alguns procedimentos voltados à alie-
bens, a Administração Pública deve proceder ao inventário me-
nação dos bens: o requerimento de baixa deverá ser remetido ao
diante verificações físicas pelo menos uma vez por ano. Para fins
Setor de Patrimônio, o qual instaurará o procedimento respectivo;
de atualização física e monetária e de controle, a época da inventa-
sempre que possível, os bens serão agrupados em lotes para que
riação será: anual para todos os bens móveis e imóveis sob-respon-
seja procedida a sua baixa; os bens objeto de baixa serão vistoria-
sabilidade da unidade gestora em 31 de dezembro (confirmação
dos in loco por uma Comissão Interna de Avaliação de Bens, no pró-
dos dados apresentados no Balanço Geral); e no início e término da
prio órgão, os quais, observando o estado de conservação, a vida
gestão, isto é, na substituição dos respectivos responsáveis, no caso
útil, o valor de mercado e o valor contábil, formalizando laudo de
de bens móveis.
avaliação dos bens, classificando-os em: a) bens móveis permanen-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
tes inservíveis: quando for constatado serem os bens danificados, “Devemos sempre ter o produto de que você necessita, mas
obsoletos, fora do padrão ou em desuso devido ao seu estado pre- nunca podemos ser pego com algum estoque”. É uma frase que
cário de conservação; e b) bens móveis permanentes excedentes descreve bem o dilema da descrição de estoques. O controle de
ou ociosos: quando for constatado estarem os bens em perfeitas estoques é parte vital do composto logístico, pois estes podem ab-
condições de uso e operação, porém sem utilização. sorver de 25 a 40% dos custos totais, representando uma porção
Os bens móveis permanentes considerados excedentes ou substancial do capital da empresa. Portanto, é importante a correta
ociosos serão recolhidos para o Almoxarifado Central, ficando proi- compreensão do seu papel na logística e de como devem ser ge-
bida a retirada de peças e dos periféricos a ele relacionados, exceto renciados”.
nos casos autorizados pelo chefe da unidade gestora.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
ALTERAÇÕES E BAIXA DE BENS Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos
O desfazimento é a operação de baixa de um bem pertencente para maximizar a riqueza ou valor total de um negócio. Mais especi-
ao acervo patrimonial do órgão e consequente retirada do seu valor ficamente, maximizar a riqueza significa obter o lucro mais elevado
do ativo imobilizado. Considera-se baixa patrimonial, a retirada de possível ao menor risco (GROPPELLI e NIKBAKT, 2006).
bem da carga patrimonial do órgão, mediante registro da transfe- Para Gitman finanças são a arte e a ciência para administrar
rência deste para o controle de bens baixados, feita exclusivamente fundos.
pelo Setor de Patrimônio, devidamente autorizado pelo gestor. O Se observarmos os dois conceitos, verificamos que dizem a
número de patrimônio de um bem baixado não deverá ser utilizado mesma coisa com palavras diferentes. Groppelli diz ter o maior lu-
em outro bem. cro com o menor risco, enquanto Gitman diz que finanças adminis-
A baixa patrimonial pode ocorrer por quaisquer das formas a tram fundos.
seguir: alienação; permuta; perda total; extravio; destruição; como- A administração financeira e orçamentária é uma área que tra-
dato; transferência; sinistro; e exclusão de bens no cadastro. Em ta dos assuntos relacionados às operações financeiras das organi-
qualquer uma das situações expostas, deve-se proceder à baixa zações, tais como as operações de fluxo de caixa, transações finan-
definitiva dos bens considerados inservíveis por obsoletismo, por ceiras, operações de crédito, pagamentos, etc. A maioria dos casos
seu estado irrecuperável e inaproveitável em instituições do serviço de falência das organizações ocorre, principalmente, devido a falta
público. As orientações administrativas devem ser obedecidas, em de informações financeiras precisas sobre o balanço patrimonial da
cada caso, para não ocorrer prejuízo à harmonia do sistema de ges- empresa e problemas decorrentes do setor financeiro.
tão patrimonial, que, além da Contabilidade, é parte interessada. Muitas vezes as falhas derivam de um controle inadequado,
Sendo o bem considerado obsoleto ou não havendo interesse em e acometem em grande parte um gestor de finanças (CFO) pouco
utilizá-lo no órgão onde se encontra, mas estando em condições qualificado e despreparado. O setor financeiro é considerado por
de uso (em estado regular de conservação), o dirigente do órgão muitos o principal combustível de uma empresa, pois se o mesmo
deverá, primeiramente, colocá-lo em disponibilidade. Para tanto, não estiver bem das pernas, com certeza a organização não apre-
o detentor da carga deverá preencher formulário próprio criado sentará um crescimento adequado e autossuficiente. A administra-
pelo órgão normatizador e encaminhar ao órgão competente que ção financeira e orçamentária visa a melhor rentabilidade possível
poderá verificar, antecipadamente, junto às entidades filantrópicas sobre o investimento efetuado pelos sócios e acionistas, através de
reconhecidas como de interesse público, delegacias, escolas ou bi- métodos otimizados de utilização de recursos, que por muitas ve-
bliotecas municipais e estaduais, no âmbito de sua jurisdição, se zes, são escassos. Por isso, todos os aspectos de uma empresa estão
existe interesse pelos bens. sob a ótica deste setor.
Se houver interesse, a autoridade competente deverá efetuar
o Termo de Doação. Enquanto isso, o bem a ser baixado permane- Objetivos da administração financeira
cerá guardado em local apropriado, sob a responsabilidade de um Primeiramente, é necessário dizer que o objetivo primário da
servidor público, até a aprovação de baixa, ficando expressamente administração financeira e orçamentária é a maximização do lucro,
proibido o uso do bem desde o início da tramitação do processo de ou seja, o valor de mercado do capital investido. Não importa o tipo
baixa até sua destinação final. de empresa, pois em qualquer delas, as boas decisões financeiras
O registro no sistema patrimonial será efetivado com base no tendem a aumentar o valor de mercado da organização em si. De-
Termo de Baixa de Bens, onde deverão constar os seguintes dados: vido a esse aspecto, a administração financeira deve se dedicar a
número do tombamento; descrição; quantidade baixada (quando avaliar e tomar decisões financeiras que impulsionem a criação de
se tratar de lote de bens não plaquetados); forma de baixa; motivo valor para a companhia. Pode-se dizer que a administração finan-
de baixa; data de baixa; número da Portaria ou Termo de Baixa. Vi- ceira e orçamentária possui três objetivos distintos, que são:
sando o correto processo de baixa de bens do sistema patrimonial, > Criar valor para os acionistas: Como dito acima, o lucro é
faz-se necessário a adoção dos procedimentos a seguir: o Setor de uma excelente maneira de medir a eficácia organizacional, ou seja,
Patrimônio, ao receber o processo que autoriza a baixa, emitirá por seu desempenho. Contudo, esse indicador está sujeito a diversas
processamento o Termo de Baixa dos Bens; o Setor de Patrimônio restrições, uma vez que é determinado por princípios contábeis,
verificará junto ao Setor Financeiro quanto à existência do compro- mas que não evidenciam a capacidade real da organização. É im-
vante de pagamento, em caso de licitação e, em seguida, procede- portante salientar também que o lucro contábil não mensura o risco
rá à entrega do mesmo mediante recibo próprio; emitido o Termo, inerente à atividade empresarial, pois suas projeções não levam em
o Setor de Patrimônio providenciará o documento de quitação de conta as variações no rendimento.
responsabilidade patrimonial e entregará uma via a quem detinha a > Maximizar o valor de mercado: O valor de mercado é consi-
responsabilidade do bem. derado um dos melhores critérios para a tomada de decisão finan-
Compete às unidades de controle dos bens patrimoniais e ao ceira. A taxa mínima de atratividade deve representar a remunera-
dirigente do órgão, periodicamente, provocar expedientes para que
seja efetuado levantamento de bens suscetíveis de alienação ou distribuição física. Trad. Hugo T. Y. Yoshizaki/ FOINA, Paulo Rogério. Tecnologia
desfazimento.1 de informação: planejamento e gestão/www.administradores.com.br /www.
itsmnapratica.com.br/www.purainfo.com.br – por DiegoDuarte/ por Rogerio
1 Fonte: BRASIL Revista TECHOJE/Ttransportes, administração de materiais e Araujo)
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
ção mínima aceitável para os acionistas diante do risco assumido. > Gestão financeira: Trata-se das obrigações do administrador
Nesse objetivo, duas variáveis são importantes de se levar em con- financeiro nas empresas, ou seja, as finanças corporativas. Ques-
sideração: o retorno esperado e a taxa de oportunidade. O impor- tões como, concessão de crédito, avaliações de investimentos,
tante é a capacidade da empresa de gerar resultado, promovendo a obtenção de recursos e operações financeiras, fazem parte dessas
maximização do valor de mercado de suas ações e a satisfação dos obrigações. Reflete principalmente as decisões tomadas diante das
stakeholders. atividades operacionais e de investimentos. Alguns consideram a
> Maximizar a riqueza: Como último objetivo nós temos a ma- função financeira (corporativa) e a contábil como sendo virtualmen-
ximização da riqueza, ou seja, a elevação da receita obtida pelos te a mesma. Embora existe uma certa relação entre as duas, uma é
acionistas. Esse objetivo é alcançado mediante o incremento do va- vista como um insumo necessário à outra.
lor de mercado (sucede os objetivos anteriores). O alcance desse
objetivo fica por conta dos investimentos em gestão, tecnologia e Todas as atividades empresariais envolvem recursos e, portan-
inovação, assim como no descobrimento de oportunidades futuras. to, devem ser conduzidas para obtenção de lucro (criação de valor
A geração de riqueza não deve ser vista de forma isolada, mas como é o objetivo máximo da administração financeira e orçamentária).
uma consequência determinada pelos objetivos secundários. As atividades financeiras de uma empresa possuem como base as
informações retiradas de seu balanço patrimonial e do fluxo de cai-
Áreas e funções da administração financeira e orçamentária xa (onde se percebe o disponível circulante para investimentos e fi-
nanciamentos). As funções típicas da administração financeira são:
planejamento financeiro (seleção de ativos rentáveis), controlado-
ria (avaliação do desempenho financeiro), administração de Ativos
(gestão do capital de giro), administração de Passivos (gestão da
estrutura do capital - financiamentos).

Administração de caixa (Gestão Financeira)


A Administração do caixa, ou gestão financeira compreende
uma atividade muito importante para a organização. O principal
fator de fracassos nas organizações vem sendo apontado como a
inabilidade financeira gerencial de seus administradores. É funda-
mental que o administrador tenha conhecimento acerca dos pro-
cedimentos financeiros e contábeis disponíveis, bem como realize
o acompanhamento, o controle, reajuste e projeção dos resultados
da companhia. O fluxo de caixa é o instrumento que evidencia o
equilíbrio entre a entrada e saída de recursos.
É o fluxo de caixa que permite a antecipação de medidas que
permitam assegurar a disponibilidade dos recursos financeiros or-
ganizacionais. Elaborado em períodos o fluxo de caixa compreende
um resumo das despesas, investimentos, receitas, pagamentos, etc.
Uma boa administração financeira do caixa, constitui pedra funda-
mental para a saúde da companhia. Nós podemos dividir a correta
A administração financeira e orçamentária está estritamente li-
administração de caixa em três etapas, que são: o controle sobre
gada à Economia e Contabilidade, podendo ser vista como uma for-
as movimentações financeiras (recursos materiais e humanos), a
ma de economia aplicada, que se baseia amplamente em conceitos
montagem do fluxo de caixa e o custo de capital (que nós falare-
econômicos, como também em dados contábeis para suas análises.
mos um pouco a seguir).
As áreas mais importantes da administração financeira podem
O Custo de capital pode ser definido como os custos por re-
ser resumidas ao se analisar as oportunidades profissionais desse
cursos próprios ou de terceiros usados pela organização. Por isso,
setor. Essas oportunidades em geral caem em três categorias inter-
a boa administração financeira e orçamentária propõe que para
dependentes:o operacional, os serviços financeiros e a administra-
todo investimento deve preceder uma análise de viabilidade econô-
ção financeira.
mica-financeira, com o intuito de avaliar as possíveis alternativas ao
> Operacional: As atividades operacionais de uma organização
custo capital. É extremamente importante que o administrador fi-
existem de acordo com os setores da empresa. Ela visa propor-
nanceiro procure estudar os custos do ciclo operacional e do capital
cionar por meio de operações viáveis um retorno ensejado pelos
de giro, uma vez que suas alternativas são inúmeras. Vale salientar
acionistas. A atividade operacional também também reflete no que
também que, a utilização de capital de terceiros é vantajosa apenas
acontece na demonstração de resultados, uma vez que é parte inte-
no momento em que esta apresentar um custo inferior a taxa de
grante da maioria dos processos empresariais e caso não demons-
retorno prevista.
tra retorno pode sofrer certo enxugamento. Por outro lado, quando
a operação demonstra um retorno acima do esperado ela tende a
ser ampliada.
> Serviços Financeiros: Essa é área de finanças voltada à con-
cepção e prestação de assessoria, como também, na entrega de
produtos financeiros a indivíduos, empresas e governos. Envolve
oportunidades em bancos (instituições financeiras), investimentos,
bem imóveis e seguros. É importante ressaltar que, é necessário o
conhecimento de economia para se entender o ambiente financei-
ro e assim poder prestar um serviço de qualidade. As teorias (macro
e microeconômicas) constituem a base da administração financeira
contemporânea.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O Profissional da administração financeira e orçamentária do fluxo de caixa da companhia, visando sempre o desenvolvimento
por meio dos melhores caminhos para a boa condução financeira
da empresa, além de evitar os gastos desnecessários e o desper-
dício de recursos (financeiros e materiais). Sua finalidade principal
é o alcance do lucro empresarial, através de um controle eficaz da
entrada e saída de recursos financeiros.
É importante ressaltar que, diante da crescente complexidade
do mercado empresarial (principalmente no que tange o lado finan-
ceiro do negócio), o administrador financeiro não deve ficar restrito
apenas aos aspectos econômicos. As decisões financeiras precisam
levar em consideração a empresa como um todo, uma vez que to-
das as atividades empresariais possuem participação direta ou in-
direta nas questões financeiras da organização. Acima de tudo, os
resultados financeiros de uma empresa são reflexos das decisões e
ações empresariais que são tomadas, independentemente do setor
responsável pela ação. Portanto a administração financeira e orça-
mentária deve apresentar uma postura questionadora, ampliando
sua esfera de atuação e importância dentro do negócio.2

O principal papel do administrador financeiro é o relativo à te- Relação entre a demonstração de resultado e as atividades
souraria (setor de finanças), no qual ele é o responsável pela pre- empresariais
servação do dinheiro, entrada e saída do mesmo, e logicamente, Como podemos constatar as atividades empresariais que não se-
do retorno exigido pelos acionistas. A função da administração fi- jam de investimentos e ou de financiamentos, são chamadas de ati-
nanceira geralmente é associada à um alto executivo denominado vidades operacionais. As atividades operacionais são executadas de-
diretor financeiro, ou vice presidente de finanças. Comumente a pendendo do ramo de atividade da entidade e geram receitas, custos
controladoria ocupa-se com o controle dos custos e a contabilidade e despesas.
financeira com o pagamento de impostos e sistemas de informação Mas no âmbito gerencial, algumas atividades operacionais,
gerencial. Por fim, o setor de tesouraria é o responsável pela gestão são reclassificadas como não operacionais, tais como: as receitas e
do caixa da empresa. despesas financeiras, pois, as mesmas originam-se de atividades de
A administração financeira e orçamentária é vista como uma investimentos temporários e financiamentos.
das áreas mais promissoras em termos de oportunidades no merca-
do de trabalho. A gestão financeira de uma empresa pode ser reali-
zada por pessoas ou grupos de pessoas, tais como: vice presidente
de finanças (CFO), controller, analista financeiro, gerente financeiro
e fiscal de finanças. O maior desafio do administrador financeiro
é conciliar o equilíbrio entre liquidez e rentabilidade. O primeiro é
fundamental para a oxigenação das finanças da empresa, através da
utilização do fluxo de caixa que permite a projeção das entradas e
saídas dos recursos. Já o segundo, é a capacidade do administrador
de investir recursos e conseguir retornar com os lucros desejados.
Todos os administradores de uma empresa, sem levar em con-
sideração as descrições de seu trabalho, atuam com o pessoal de
finanças para justificar necessidades de sua área, negociar orça-
mentos, etc. Aqueles administradores que entendem o processo
de tomada de decisões financeiras, estarão mais capacitados a li-
dar com tais questões e consequentemente captar mais recursos
para a execução de seus projetos e metas. Portanto, é evidente a
necessidade do conhecimento financeiro para todo administrador
que trabalhe de forma direta ou indireta com a administração finan-
ceira, uma vez que sabemos, que se trata de uma área vital para o
funcionamento de toda e qualquer organização.
Resumindo, a administração financeira e orçamentária é uma
ciência objetivada a determinar o processo empresarial mais efi-
ciente de captação e alocação de recursos e capital. Como dito ao
longo do texto, a geração de valor é o objetivo máximo da adminis-
tração financeira, já que fazer com que os ganhos do investimento Administração Financeira e Áreas Afins
sejam superior aos custos de seu financiamento é essencial à todo A Administração Financeira está estritamente ligada à Econo-
acionista, ou proprietário. Criar valor é uma das responsabilidades mia e à Contabilidade, pode ser vista como uma forma de Economia
do administrador financeiro que vem sendo cada vez mais exigido aplicada, que se baseia amplamente em conceitos econômicos e
diante do mercado e da concorrência acirrada. em dados contábeis para suas análises. No ambiente macro a
Em geral, a administração financeira e orçamentária é uma
ferramenta utilizada para controlar de forma mais eficaz a conces-
são de créditos, o planejamento e a análise de investimentos, as
viabilidades financeiras e econômicas das operações e o equilíbrio
2 Fonte: www.portal-administracao.com
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Administração Financeira enfoca o estudo das instituições fi- Finanças e contabilidade também diferem com respeito à to-
nanceiras e dos mercados financeiros e ainda, de como eles operam mada de decisão, enquanto a contabilidade está preocupada prin-
dentro do sistema financeiro nacional e global. A nível micro aborda cipalmente com a apresentação correta dos dados financeiros, o
o estudo de planejamento financeiro, administração de recursos, e administrador financeiro enfoca a analise e a interpretação dessas
capital de empresas e instituições financeiras. informações, ou seja, um se refere ao tratamento de fundos e o ou-
É necessário conhecimento de Economia para se entender o tro à tomada de decisão. Os dados são utilizados como uma ferra-
ambiente financeiro e as teorias de decisão que constituem a base menta essencial para tomar decisões sobre os aspectos financeiros
da Administração Financeira contemporânea. A Macroeconomia da organização
fornece ao Administrador Financeiro uma visão clara das políticas Além dessas áreas, a administração financeira tem ainda estrei-
do Governo e instituições privadas, através da quais a atividade to relacionamento com o Direito, analisa o reflexo das legislações
econômica é controlada. Operando no “campo econômico” criado tributária, societária, trabalhista. Interessa-se pelas naturezas jurí-
por tais instituições, o Administrador Financeiro vale-se das teorias dicas básicas, práticas de comércio, formas de constituição societá-
Microeconômicas de operação da firma e maximização do lucro rias mais adequadas aos interesses da organização e os caminhos
para desenvolver um plano que seja bem-sucedido. Precisa enfren- para uma adequada administração tributária.
tar não só outros concorrentes em seu setor, mas também as condi-
ções econômicas vigentes. Finanças Empresariais e o Administrador Financeiro
As teorias microeconômicas fornecem a base para a operação A administração financeira cuida da viabilidade financeira da
eficiente da empresa. São extraídos daí os conceitos envolvidos nas empresa, portanto da sua existência. A maioria das decisões to-
relações de oferta e demanda e as estratégias de maximização do madas dentro da empresa é medida em termos financeiros, desta
lucro. A composição de fatores produtivos, níveis ótimos de vendas forma o administrador financeiro desempenha um papel-chave na
e estratégias e determinação de preço do produto são todas afeta- operação da empresa. É esse profissional quem administra os negó-
das por teorias do nível Microeconômico. cios financeiros de qualquer tipo de empreendimento, seja privado
A mensuração de preferências através do conceito de utilidade, ou público, grande ou pequeno, com ou sem fins lucrativos. A com-
risco e determinação de valor está fundamentada na teoria Microe- preensão básica da função financeira é necessária aos executivos
conômica. As razões para depreciar ativos derivam dessa área da responsáveis por decisões em todas as áreas, como administração,
Economia. A análise marginal é o princípio básico que se aplica em contabilidade, pesquisa, marketing, produção, pessoal, etc.
Administração Financeira; a predominância desse princípio sugere Nas micro e pequenas empresas a função de finanças pode ser
que apenas se deve tomar decisões e adotar medidas quando as executada pelo proprietário, por um dos sócios ou pelo departa-
receitas marginais excederem os custos marginais. Quando se veri- mento de contabilidade. Quando o negócio se expande, normal-
ficar essa condição, é de se esperar que uma dada decisão ou ação mente a função ocupa um departamento separado ligado direta-
resulte num aumento nos lucros da empresa. mente ao presidente, já que as freqüentes mudanças econômicas
Alguns consideram a função financeira e a contábil dentro de e nas leis interferem diretamente nas decisões da administração
uma empresa como sendo virtualmente a mesma. Embora haja financeira com vistas a preservar o desempenho da organização. Ao
uma relação íntima entre essas funções, exatamente como há um Diretor Financeiro normalmente cabe a coordenação das atividades
vínculo estreito entre a Administração Financeira e Economia, a de tesouraria e controladoria. A controladoria lida com contabili-
função contábil é visualizada como um insumo necessário à função dade de custos e financeira, pagamento de impostos e sistemas de
financeira – isto é, como uma subfunção da Administração Finan- informações gerenciais. A tesouraria é responsável pela administra-
ceira. ção do caixa e dos créditos da empresa, pelo planejamento finan-
O Administrador financeiro está mais preocupado em manter a ceiropelas despesas de capital.
solvência da empresa, proporcionando os fluxos de caixa necessá-
rios para honrar as suas obrigações e adquirir e financiar os ativos Funções do Administrador Financeiro
circulantes e fixos, necessários para atingir as metas da empresa. As funções do Administrador Financeiro dentro da empresa po-
Ao invés de reconhecer receitas na hora da venda e despesas dem ser avaliadas em relação às demonstrações financeiras básicas
quando incorridas, reconhece receitas e despesas somente comres- da empresa. Três são primordiais;
peito às entradas e saídas de caixa. É justamente essa a diferença _ Análise e Planejamento Financeiro = Esta função envolve a
principal entre as duas, O Contador usando certos princípios padro- transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser
nizados e geralmente aceitos, prepara as demonstrações financei- usada para orientar a posição financeira da empresa, avaliar a ne-
ras com base na premissa de que as receitas devem ser reconheci- cessidade de aumento da capacidade produtiva e determinar que
das por ocasião das vendas e as despesas quando incorridas. tipo de financiamento adicional deve ser feito.
Esse método contábil é geralmente chamado de Regime de _ Administração da Estrutura de Ativo da Empresa = O Admi-
Competência dos exercícios contábeis, enquanto em finanças, o en- nistrador Financeiro determina a composição e os tipos de ativos
foque está em fluxos monetários, equivalente ao regime de caixa. encontrados no balanço da empresa. A composição refere-se ao va-
lor dos ativos circulantes e fixos. Depois que a composição estiver
fixada, o Administrador Financeiro precisa determinar certos níveis
“ótimos” de cada tipo de ativo circulante e tentar mantê-los. Deve
também detectar quais são os melhores ativos fixos a serem adqui-
ridos e saber quando os ativos fixos existentes se tornarão obsole-
tos e precisarão ser modificados ou substituídos. A determinação
da melhor estrutura de ativo para a empresa não é um processo
simples; requer o conhecimento das operações passadas e futura
da empresa, e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcan-
çados a longo prazo.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
_ Administração da Estrutura Financeira da Empresa = Esta fun- Meta do Administrador Financeiro
ção é relacionada com o lado direito do balanço da empresa. Em O Administrador Financeiro deve visar atingir os objetivos dos
primeiro lugar, a composição mais adequada de financiamento a proprietários da empresa. No caso de sociedades anônimas, os pro-
curto e longo prazo precisa ser determinada. Esta é uma decisão prietários da empresa normalmente não são os administradores.
importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua A função destes não é realizar seus próprios objetivos (que podem
liquidez global. Um segundo problema igualmente importante é sa- incluir o aumento de seus ordenados, a obtenção de prestígio ou a
ber quais as melhores fontes de financiamento a curto ou longo manutenção de sua posição). Antes, é maximizar a satisfação dos
prazo para a empresa, num dado momento. Muitas destas decisões proprietários (acionistas). Presumivelmente, se forem bem-sucedi-
são impostas por necessidade, mas algumas exigem uma análise dos nesta tarefa, também atingirão seus objetivos pessoais. Alguns
profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas im- acreditam que o objetivo dos proprietários é sempre a maximização
plicações a longo prazo. do lucro; outros crêem que é a maximização da riqueza. A maximi-
As três funções do Administrador Financeiro descritas acima zação da riqueza é a abordagem preferida por cinco razões básicas:
são claramente refletidas no balanço, que mostra a posição finan- considera
ceira da empresa num dado instante. A avaliação dos dados do (1) o retorno realizável do proprietário,
balanço pelo Administrador Financeiro reflete a posição financeira (2) uma perspectiva a longo prazo,
global da empresa. Ao fazer tal avaliação, ele precisa inspecionar as (3) a época de ocorrência dos retornos,
operações da empresa, procurando áreas que mostrem problemas (4) risco e
e áreas que podem ser melhoradas. (5) a distribuição dos retornos.
Ao administrar a estrutura de ativo da empresa, na realidade
ele está determinando a formação do lado esquerdo de seu Balan- O Retorno Realizável do Proprietário
ço. Ao administrar sua estrutura financeira, está elaborando o lado O Proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu
direito do Balanço da empresa. retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos, ou
A figura a seguir, demonstra a relação das funções financeiras através de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de
com as informações contábeis de um balanço estruturado. mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros es-
perados bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionis-
ta (proprietário) na empresa em qualquer instante é medida pelo
preço demercado de suas ações. Se um acionista numa empresa
desejar liquidar sua participação, irá vender a ação ao preço vigente
no mercado ou bem próximo a este. Uma vez que o preço de mer-
cado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietá-
rio numa empresa, num dado momento, a meta do Administrador
Financeiro deve ser maximizar essa riqueza.

Perspectiva de Longo Prazo


A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a
maximização da riqueza considera o longo prazo. Existem vários
exemplos que mostram uma valorização no preço da ação de Com-
panhias resultante do fato de que as decisões de curto prazo re-
lacionadas com o desenvolvimento de novo produto, embora bai-
xando os lucros a curto prazo, tenham produzido maiores retornos
Principais áreas de decisão financeira na empresa: futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia com-
_ Investimentos; prar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais de baixa qua-
_ Financiamento de Clientes; lidade, ao mesmo tempo que faria um tremendo esforço de venda
_ Utilização de Lucro Líquido; para vender seus produtos por um preço que rendesse um elevado
_ Obtenção de Recursos Financeiros; lucro por unidade.
_ Análise de Utilização e Capitação de Recursos Externos e Essa é uma estratégia de curto prazo que poderia resultar em
Próprios. lucros elevados para o primeiro ano, porém, em anos subsequentes
os lucros declinariam significativamente pois os compradores cons-
Estrutura Organizacional Típica da Função Financeira: tatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manuten-
ção associado à maquinaria de baixa qualidade.
O impacto de vendas decrescentes e custos crescentes tende-
ria a reduzir os lucros a longo prazo e, se não houvesse cuidado,
poderia resultar na eventual falência da empresa. As consequências
potenciais de maximização do lucro a curto prazo provavelmente
estejam refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor
do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo
mais longo.

A Ocorrência dos Retornos


A abordagem de maximização do lucro não consegue refletir
diferenças na época de ocorrência de retornos, ao passo que a ma-
ximização da riqueza tende a considerar tais diferenças. O objetivo
de maximização do lucro dá maior importância a um investimento

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
que ofereça os maiores retornos totais, enquanto que a abordagem Problemas de Administração Financeira
da maximização da riqueza considera explicitamente a época de a) Mercado
ocorrência dos retornos e seu impacto no preço da ação. _ Mercado Comprador;
_ Preço, prazo, e outras condições de venda;
Risco _ Manutenção e ampliação da quota da empresa no mercado;
A maximização do lucro não considera o risco, porém, a maximi- _ Efeitos da concorrência;
zação da riqueza considera explicitamente no risco. Uma premissa _ Vendas cíclicas ou de época.
básica na Administração Financeira é que existe uma relação entre _ Mercado Fornecedor;
risco e retorno: os acionistas esperam perceber maiores retornos _ Preços, prazos e outras condições de compra;
de investimento de maior risco e vice-versa. Os Administradores Fi- _ Compras cíclicas ou de época;
nanceiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliarem _ Necessidade de importação.
investimentos potenciais.
Considerando que os acionistas exigem maiores retornos para b) Aplicação do Capital
maiores riscos, é importante que o Administrador Financeiro consi- _ Renovação e ampliação de máquinas, equipamentos e insta-
dere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A lações;
abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto _ Manutenção de estoques e produção em andamento;
que a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, _ Concessão de crédito a clientes; vendas a prazo;
portanto, a abordagem preferida. _ Adiantamento a fornecedores.
c) Capital Alheio
Distribuição de Retornos _ Limites para compra a prazo;
O uso do objetivo da maximização do lucro não permite con- _ Limites para operações bancárias;
siderar que os acionistas possam desejar receber uma parte dos _ Custo do capital alheio;
retornos da empresa sob a forma de dividendos periódicos. Na au- _ Financiamentos especiais.
sência de qualquer preferência por dividendos, a empresa poderia
maximizar lucros de um período a outro, reinvestindo todos os lu- d) Capital Próprio
cros, usando-os para adquirir novos ativos que elevarão os lucros _ Capitalização de lucros;
futuros. _ Distribuição de lucros;
A estratégia da maximização da riqueza leva em conta o fato _ Destinação das reservas e provisões;
de que muitos proprietários apreciam receber o dividendo regular, _ Entrada de capital novo.
independente do seu montante. Os Administradores financeiros
devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta e) Expansão
a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. _ Expansão em pequena escala;
Este efeito clientela é usado para explicar o efeito de uma política _ Expansão em grande escala.
de dividendos sobre o valor de mercado de ação. Acredita-se que o
retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, isto terá A percepção desses e de outros problemas só será possível
um efeito positivo sobre o preço das ações. às empresas que mantém adequado sistema de processamento e
Já que a riqueza de cada acionista, em qualquer instante, é análise de dados, determinando as diversas situações de solvência,
igual ao valor de mercado de todos os seus ativos, menos o valor liquidez e rentabilidade.
de suas dívidas, um aumento no preço de mercado da ação da em- A maioria das empresas concentra suas atenções apenas no
presa deve aumentar a sua riqueza. Uma empresa interessada em propósito de obter recursos, para cobrir a falta de numerário, não
maximizar a riqueza da acionista poderá pagar-lhe dividendos numa se preocupando com os meios que ocasionaram esta deficiência.
base regular. Uma empresa que deseja maximizar lucros pode pre-
ferir não pagar dividendos. Porém, os acionistas certamente prefe- Causam mais comuns da falta de numerário
ririam um aumento na sua riqueza, a longo prazo, do que a geração a) Expansão descontrolada das vendas, implicando em maior
de um fluxo crescente de lucros, sem se preocupar com o valor de volume de compras e de gastos;
mercado de suas ações. b) Ampliação dos prazos de vendas, para a conquista de mer-
Uma vez que o preço da ação reflete explicitamente o retorno cados;
realizável dos proprietários, considera as perspectivas a longo prazo c) Diferenças acentuadas na velocidade dos ciclos de pagamen-
da empresa, reflete diferenças na época de ocorrência dos retor- tos e de recebimentos, em função dos prazos de compra e de ven-
nos, considera o risco e reconhece à importância da distribuição das;
de retornos, a maximização da riqueza refletida no preço da ação é d) Insuficiência do capital próprio e utilização do capital alheio
considerada a meta da Administração Financeira. A maximização do em proporções excessivas;
lucro pode ser parte de uma estratégia de maximização da riqueza. e) Baixa velocidade na rotação dos estoques e nos processos
Muitas vezes, os dois objetivos podem ser perseguidos simultanea- de produção;
mente. Porém, não se deve nunca permitir que a maximização dos f) Necessidade de compras de vultos de caráter cíclico ou para
lucros obscureça o objetivo mais amplo da maximização da riqueza. reserva, exigindo maiores disponibilidades;
g) Distribuição de lucros, além das possibilidades de caixa;
Definições e Problemas de Administração Financeira h) Imobilização excessiva, diminuindo o capital circulante ou
A Função Financeira compreende os esforços dispensados, ob- utilizando capital de terceiros.
jetivando a formulação de um esquema que seja adequado àmaxi-
mização dos retornos (lucro) aos proprietários das ações ou cotas
da empresa, proporcionando a liquidez da mesma perante seus cre-
dores. A premissa está assentada no equilíbrio entre Rentabilidade
(lucro) e Liquidez.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
As empresas financeiramente equilibradas apresentam as se- O movimento de valorização dasrelações humanas no trabalho
guintes características: surgiu a partir da constatação da necessidade de considerar a rele-
a) Há permanente equilíbrio entre os recursos e os encargos vânciados fatores psicológicos e sociais na produtividade.
financeiros; A descoberta da relevância do fator humano na empresa veio pro-
b) O capital próprio tende a aumentar em relação ao capital porcionar o refinamento da ideologia da harmonização entre o capital
alheio; e o trabalho, definida pelos teóricos da Administração Cientifica. Com
c) A rentabilidade do capital é satisfatória, não a prejudicando efeito, pode-se dizer que as Relações Humanas constituem um proces-
as vendas forçadas para a obtenção de numerário, nem pesadas so de integração de indivíduos numa situação de trabalho, de modo a
parcelas de juros; fazer com que os trabalhadores colaborem com a empresa e até en-
d) Há tendência para aumentar a rotatividade dos estoques, contrem satisfação de suas necessidades sociais e psicológicas.
cujo valor não se eleva na mesma proporção em que cresce o valor Os primeiros órgãos de Recursos Humanos como setor definido
das vendas, e maior freqüência de vendas para um número cada da administração das organizações, tiveram seu aparecimento no
vez maior de produtos. início deste século, tendo tido sua evolução acelerada, na década
e) Há tendência para estabilizar-se o prazo médio de recebi- de vinte. Com o advento da primeira guerra mundial, estabeleceu-
mento das vendas; -se uma carência efetiva de mão-de-obra nas empresas, obrigando
f) Não há imobilização excessiva de capital, nem ela é insufi- estas, a estabelecerem padrões de racionalização e otimização da
ciente para o volume necessário de produção. mão-de-obra existente e desenvolverem processos de formação de
g) Não há falta de mercadoria para atendimento das vendas. mão-de-obra nova, através dos primeiros métodos organizados de
recrutamento e seleção. O fator humano já tinha que ser tratado
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS com atenção específica. A revolução industrial que ocorria na épo-
Podemos definir Administração de Recursos Humanos o ramo ca, também foi fator determinante para a formação e desenvolvi-
especializado da ciência da administração que envolve todas as mento do período inicial da administração de recursos humanos.
ações que tem como objetivo a integração do trabalhador no con- Os movimentos filosóficos dos anos trinta, de maneira especial, o
texto da organização e o aumento de sua produtividade. Área que pensamento existencial, aliados aos primeiros trabalhos de Socio-
trata de recrutamento, seleção, treinamento, desenvolvimento, logia do Trabalho, forneceram direcionamentos e subsídios éticos e
manutenção, controle e avaliação de pessoas. científicos para a evolução da administração de recursos humanos.
Mas para entender melhor a aplicação desse conceito na atua- O marco mais significativo dessa evolução, foram os experimentos
lidade, precisamos entender que durante a maior parte de nossas de Hawtorne, na Western Electric, em Chicago, nos Estados Uni-
vidas, fazemos parte de algum tipo de organização, tais como: uma dos da América. As pesquisas de Hawtorne, vieram surpreender os
escola, um time relacionado a esporte, um grupo artístico, uma Tayloristas que tentavam, sair da sua órbita inicial, combinar dentro
instituição religiosa, uma organização militar, ou mesmo uma em- das mesmas constantes, matéria-prima, máquinas e pessoas. Nas pes-
presa. Algumas organizações como um time de futebol, são estru- quisas de Hawtorne ficaram evidenciadas que as relações humanas,
turadas de modo informal, enquanto que as grandes corporações tanto entre si como com os elementos ambientais, tinham significativa
militares, possuem estruturas bastante formalizadas. Porém todas influência na produtividade. Mais que qualquer outro órgão da admi-
as estruturas organizadas, sejam elas formais ou informais, pos- nistração das organizações, o de Recursos Humanos, contribuiu para
suem elementos comuns. verdadeiras revoluções da atividade gerencial. Desde 1930, as ciências
Utilizando uma visão mais simplista possível, podemos ver uma comportamentais fornecem em rítmo crescente, subsídios para o de-
organização, como sendo, duas ou mais pessoas trabalhando jun- senvolvimento da Administração de Recursos Humanos, e esta por sua
tas, de modo estruturado, visando alcançar um objetivo específico, vez vem contribuindo para verdadeiras revoluções da atividade geren-
ou um conjunto de objetivos, de modo que haja entre elas a comu- cial.
nicação, a cooperação, e a sintonia dos objetivos.
As organizações são importantes porque também podem ser Desenvolvimento da administração de recursos humanos
vistas como instituições sociais que refletem alguns valores e ne- Não podemos deixar de reconhecer que a atividade de recur-
cessidades culturalmente aceitos. Elas permitem que vivamos jun- sos humanos, tem contribuído de forma crescente para a humani-
tos e de modo relativamente civilizado e que realizemos objetivos zação das relações de trabalho. O humanismo é parte integrante
enquanto sociedade. Das delegacias de polícia dos bairros onde nas atividades e evolução da área de Recursos Humanos. Os prin-
moramos, às grandes corporações multinacionais, as organizações cipais autores clássicos da atualidade, com estudos de destaque,
servem à sociedade, transformando o mundo num lugar melhor, na área da Psicologia Organizacional, tais como McGrecor, Maslow,
mais seguro e mais agradável de viver. Bennis, Bekhart e outros, apesar de terem abordagens diferentes,
Para que as organizações sobrevivam, são necessários alguns todos apontam para a necessidade de se criar clima de trabalho
elementos básicos: os objetivos, os planos ou métodos para a con- que permita a realização cada vez mais plena, do ser humano, como
secução desses objetivos, os recursos necessários para serem utili- pessoa, ou seja da auto-realização pessoal. Essa tendência hu-
zados e o processo que possibilita a interação dos elementos, pro- manística está bem clara no atual movimento organizacional, que
piciando a obtenção dos resultados desejados. não se restringe a agir dentro do ambiente organizacional clássico,
Este processo de planejar, organizar, liderar e controlar o traba- porém se propõe a reformular os critérios tradicionais de divisão do
lho dos membros da organização e de usar os recursos disponíveis trabalho, de modelos organizacionais, de sistemas tradicionais de
da organização para alcançar objetivos pré-estabelecidos, denomi- planejamento e controle, do estilo predominante e autoritário de
na-se administração. liderança, a fim de que no grupo exista clima sadio que proporcione
o desenvolvimento e motivação das pessoas, proporcionando dire-
Histórico de administração de recursos humanos tamente resultados benéficos para a organização.
O movimento da Administração Cientifica difundiu-se ampla-
mente e tornou-se um dos princípios bases da organização indus-
trial nas primeiras décadasdo século.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Sistema de administração de recursos humanos: Para o filósofo alemão Hegel, a moral apresenta duas verten-
A mudança deve ser a única constante na força de trabalho tes, a moral subjetiva associada ao cumprimento de dever por von-
de qualquer organização. As pessoas eficazes são promovidas ou tade e a moral objetiva que é a obediência de leis e normas impos-
saem para ocupar outros cargos melhores em outra organização. tas pelo meio.
As pessoas ineficazes são rebaixadas, remanejadas, ou até mesmo No entanto, ética e moral caminham juntas, uma vez que a mo-
despedidas. Além disso, a organização poderá a qualquer tempo ral se submete a um valor ético. Desta forma, uma ética individual,
precisar de mais pessoas ou até mesmo reduzir seus quadros de quando enraizada na sociedade, passa a ser um valor social que é
pessoal e sempre precisará aperfeiçoar as capacidades das pessoas instituído como uma lei moral.
que trabalham cotidianamente. Desta forma é que podemos ver A consequência de um comportamento antiético afronta os va-
que o Sistema de Administração de Recursos Humanos, possui um lores, caráter e o princípio de uma pessoa, enquanto a quebra de
dinamismo contínuo, como um organismo vivo, tentando manter um valor moral é punida e justificada de acordo com a lei que rege
a organização suprida das pessoas certas, nas posições certas, na o meio.
hora certa.
A Administração de Recursos Humanos consiste em planejar, Características fundamentais de uma conduta ética
organizar, desenvolver, coordenar e controlar os métodos capazes Alguns conceitos são fundamentais para constituir o comporta-
de promover o desempenho eficiente do pessoal, ao mesmo tem- mento ético. São eles:
po em que a organização representa o meio que permita às pes- Altruísmo: a preocupação com os interesses do outro de uma
soas que com ela colaborem para alcançar os objetivos individuais forma espontânea e positivista.
relacionados direta ou indiretamente com o trabalho, ao mesmo Moralidade: conjunto de valores que conduzem o comporta-
tempo em que também significa conquistar e manter as pessoas mento, as escolhas, decisões e ações.
na organização, trabalhando sempre com eficiência para produzir Virtude: essa característica pode ser definida como a “excelên-
resultados eficazes. cia humana” ou aquilo que nos faz plenos e autênticos.
Solidariedade: princípios que se aplicados às relações sociais e
que orientam a vivência e convívio em harmonia do individuo com
ÉTICA PROFISSIONAL: O PADRÃO ÉTICO NO SERVIÇO PÚ- os demais.
BLICO Consciência: capacidade ou percepção em distinguir o que é
certo ou errado de acordo com as virtudes ou moralidade.
Responsabilidade ética: consenso entre responsabilidade (as-
A ética profissional é um dos critérios mais valorizados no mer- sumir consequências dos atos praticados) pessoal e coletiva.
cado de trabalho. Ter uma boa conduta no ambiente de trabalho
pode ser o passaporte para uma carreira de sucesso. O que é Ética Profissional?
A vida em sociedade, que preza e respeita o bem-estar do ou- A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas
tro, requer alguns comportamentos que estão associados à condu- que conduzem e conscientizam as atitudes e o comportamento de
ta ética de cada indivíduo. A ética profissional é composta pelos um profissional na organização. Desta forma, a ética profissional é
padrões e valores da sociedade e do ambiente de trabalho que a de interesse e importância da empresa e também do profissional
pessoa convive. que busca o desenvolvimento de sua carreira.
No meio corporativo, a ética profissional traz maior produti- Além da experiência e autonomia em sua área de atuação, o
vidade e integração dos colaboradores e, para o profissional, ela profissional que apresenta uma conduta ética conquista mais res-
agrega credibilidade, confiança e respeito ao trabalho. peito, credibilidade, confiança e reconhecimento de seus superio-
Contudo, há ainda muitas dúvidas acerca do que é ética, por res e de seus colegas de trabalho.
isso, antes falar sobre ética profissional, é importante entender um A conduta ética também contribui para o andamento dos pro-
pouco sobre o que é ética e qual a diferença entre ética e moral. cessos internos, aumento de produtividade, realização de metas e
a melhora dos relacionamentos interpessoais e do clima organiza-
O que é ética? cional.
A palavra Ética é derivada do grego e apresenta uma translite- Quando profissionais e empresa prezam por valores e princí-
ração de duas grafias distintas, êthos que significa “hábito”, “costu- pios éticos como gentileza, temperança, amizade e paciência, exis-
mes” e ethos que significa “morada”, “abrigo protetor”. tem bons relacionamentos, mais autonomia, satisfação, proativida-
Dessa raiz semântica, podemos definir ética como uma estrutu- de e inovação.
ra global, que representa a casa, feita de paredes, vigas e alicerces Para isso, é conveniente que a empresa tenha um código de
que representam os costumes. Assim, se esses costumes se perde- conduta ética, para orientar o comportamento de seus colaborado-
rem, a estrutura enfraquece e a casa é destruída. res de acordo com as normas e postura da organização. O código de
Em uma visão mais abrangente e contemporânea, podemos ética empresarial facilita a adaptação do colaborar e serve como um
definir ética como um conjunto de valores e princípios que orien- manual para boa convivência no .
tam o comportamento de um indivíduo dentro da sociedade. A éti-
ca está relacionada ao caráter, uma conduta genuinamente humana Ética profissional e valor estratégico
e enraizada, que vêm de dentro para fora. Em meio ao cenário caótico nacional, problemas políticos, de-
sigualdade social, falta de infraestrutura para educação e saúde, a
Qual a diferença de ética e moral? ética tornou-se um dos principais assuntos abordados em escolas,
Embora ética e moral sejam usados, muitas vezes, de maneira universidades, trabalho e até mesmo nas ruas.
similar, ambas possuem significados distintos. A moral é regida por Com a população mais consciente das questões morais e da
leis, regras, padrões e normas que são adquiridos por meio da edu- responsabilidade social com que as autoridades e as empresas de-
cação, do âmbito social, familiar e cultural, ou seja, mas algo que vem prestar à sociedade e ao meio ambiente, houve um aumento
vem de fora para dentro. da fiscalização e cobrança pelo comprometimento ético destes ór-
gãos.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Com isso, a ética ganhou um novo valor, o valor estratégico. As Ética profissional: Sigilo das informações
empresas se viram obrigadas a modificar seus conceitos, quebrar Sigilo é a condição de algo que é mantido como oculto e secre-
paradigmas e apresentar uma postura mais transparente, humana to, fazendo com que poucas pessoas saibam da sua existência.
e coerente para não perder público. Quando uma pessoa pede sigilo sobre determinado assunto,
Neste contexto, a ética profissional que deveria ser uma virtude está implícito que a informação não deve ser reproduzida para ou-
enraizada do individuo tornou-se parte da estratégia organizacional tras pessoas, mas sim reservada exclusivamente para aquela que a
e, consequentemente, um diferencial competitivo no mercado de está recebendo.
trabalho. Um conteúdo sigiloso é aquele que está sob regime de sigilo,
No entanto, quando a empresa adota a ética profissional como devendo ser mantido em privacidade. Todas as pessoas têm direito
uma estratégia de mercado, ela também contribui com desenvolvi- ao sigilo pessoal, ou seja, de não cederem informações indesejadas
mento do profissional, que precisa melhoras suas habilidades com sobre as suas vidas privadas.
relacionamentos interpessoais e liderança.
Um profissional com habilidades de liderança e relacionamen- Sigilo profissional
to difunde valores éticos , preza pela harmonia no ambiente de tra- Este é um comportamento previsto no Código de Ética de todas
balho e coloca em primeiro lugar o respeito às pessoas e o compro- as profissões. Consiste na condição de manter o sigilo das informa-
metimento com o trabalho. ções cedidas pelo usuário / cliente ao profissional que o recepciou
/ atendeu.
Benefícios da ética no trabalho O sigilo profissional também diz respeito ao comprometimen-
O profissional ético é, naturalmente, admirado, pois o respeito to que o profissional deve ter para com a empresa que trabalha,
pelos colegas e pelos clientes é o que dá destaque a esse colabora- evitando a divulgação de informações para companhias rivais que
dor. A ética seria uma espécie de filtro que não permite a passagem possam, de alguma forma, prejudicar a sua empresa.
da fofoca, da mentira, do desejo de prejudicar um colaborador, en- Quando o profissional não segue estas regras, ocorre a chama-
tre outros aspectos negativos. da “quebra do sigilo profissional”.
E é necessário ressaltar que os líderes são profissionais éticos, O sigilo profissional não é absoluto, em muitos casos, esse ele-
ou devem ser, para desenvolver as competências do cargo com êxi- mento abre a possibilidade do profissional avaliar, subjetivamente,
to. Os que optam pela ética preferem oferecer feedbacks, em vez de se deve manter ou divulgar o fato sigiloso, devendo prevalecer o
deixar o ambiente de trabalho desarmônico, e são honestos quanto disposto no Código de ética Profissional da área de atuação em que
às próprias condições, ou seja: não inventam mentiras para se au- o profissional trabalha.
sentar das falhas. É importante que o sigilo profissional é encontrado em diversos
Cultivar a ética profissional no ambiente de trabalho traz bene- dispositivos legais como a Constituição Federal, Código Civil, Código
fícios e vantagens a todos, uma vez que ela proporciona crescimen- Penal, entre outros.
to à empresa e a todos os envolvidos. Com uma conduta ética bem Constitucionalmente, ninguém será obrigado a fazer ou dei-
estruturada é possível , do trabalho em equipe e respeito mútuo xar de fazer algo, senão em virtude da lei, e que são invioláveis a
entre todos colaboradores. intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas. Esse
E com um é possível ter profissionais mais engajados, motiva- entendimento norteia os dispositivos legais que se referem ao sigilo
dos e satisfeitos. profissional.

Como está a sua relação com a ética no trabalho? Estado e o Sigilo Profissional
Alguns eventos corriqueiros podem levar à reflexão de como O Estado é a forma social mais abrangente, a sociedade de fins
lidamos com a ética profissional em nosso dia a dia no trabalho. O gerias que permite o desenvolvimento, em seu seio, das individua-
famoso “jeitinho brasileiro”, enraizado em nossa cultura, faz com lidades e das demais sociedades, chamadas de fins particulares. O
que, muitas vezes, improvisemos soluções antiéticas para situações Estado, como pessoa, é uma ficção, é um arranjo formulado pelos
difíceis ou proibidas. homens para organizar a sociedade e disciplinar o poder visando
Por exemplo, surgiu a oportunidade de uma viagem no fim de que todos possam se realizar em plenitude, atingindo suas finalida-
semana, mas, infelizmente, para aproveitar os dias fora da cidade, des particulares.
será preciso viajar na sexta-feira. O profissional ético, que se sen- O Estado tem um valor ético, de modo que sua atuação deve
te responsável pelo desenvolvimento do seu trabalho, não usará o se guiar pela moral idônea. Mas não é propriamente o Estado que
jeitinho brasileiro e inventar casos: ida ao médico, visita a alguém é aético, porque ele é composto por homens. Assim, falta ética ou
doente, etc. não aos homens que o compõem.
Ele tentará negociar com o chefe a reposição de horas ou a pos- Alguns cidadãos recebem poderes e funções específicas dentro
sibilidade de fazer home office durante a viagem. Porque ele reco- da administração pública, passando a desempenhar um papel de
nhece o trabalho como um compromisso e sabe que deve encontrar fundamental interesse para o Estado. Quando estiver nessa condi-
uma alternativa honesta para os imprevistos, quando necessário. ção, mais ainda, será exigido o respeito à ética. Afinal, o Estado é
Outra situação que evidencia a falta de ética pode ocorrer na responsável pela manutenção da sociedade, que espera dele uma
relação com o cliente. Para não perdê-lo, muitas vezes, o funcioná- conduta ilibada e transparente.
rio promete soluções que não existem e que não podem ser desen-
volvidas no tempo necessário. Caso isso ocorra, a parceria estará, Responsabilidade social das empresas
em breve, desgastada. A responsabilidade social compreende ações que são desen-
O profissional ético não oferece o que não é possível entregar volvidas por empresas que buscam contribuir para a construção de
e procura reverter as deficiências afirmando que tentará encontrar uma sociedade mais justa e para a preservação do meio ambiente.
alternativas rápidas.Por isso, é muito importante refletir sempre so- Trata-se do somatório de atos voluntários das organizações que
bre o que faríamos em um tipo de situação como as que citamos, direcionam suas atividades para o bem-estar social, conduzem seus
pois nunca se sabe quando acontecerá com a gente. negócios visando o interesse coletivo e não somente os lucros, uma
vez que priorizam o todo.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Está ligada ao conceito de liderança sustentável, que se baseia éticos, atuam com transparência, responsabilidade social e de for-
em três âmbitos: cultural, social e ambiental. O primeiro está ligado ma sustentável. Esses pontos representam a “chave do jogo” e re-
à construção da cultura ética organizacional; o segundo está rela- metem à garantia de perenidade.
cionado à ideia de que a empresa existe para servir à sociedade e
o lucro é o resultado dos esforços empregados com esse fim; já o Por que é importante para sua empresa ser socialmente res-
terceiro vem a ser a preocupação da empresa em preservar o meio ponsável em seus negócios?
ambiente. Para ser capaz de: superar a permanente crise social e econô-
Uma empresa socialmente responsável está constantemente mica; construir um ambiente onde impera a cooperatividade nos
envolvida em ações sociais, o que não se confunde com assisten- negócios; aumentar a vantagem competitiva e fazer frente ao mer-
cialismo, e sim com total comprometimento da instituição com sua cado que está cada vez mais exigente; construir decisões que gerem
função social, razão primeira para a sua existência. soluções de benefícios mútuos; gerar valor à companhia, com mais
A organização se responsabiliza pelos impactos de suas deci- retorno dos seus investimentos em forma de benefícios sociais e
sões e atividades na sociedade e no meio ambiente, sempre ado- financeiros; promover melhorias contínuas em sua imagem reputa-
tando um comportamento ético, agindo com transparência e levan- cional; e criar um senso de pertencimento junto aos seus colabora-
do em consideração as expectativas de seus stakeholders. dores e stakeholders, gerando assim um espírito coletivo.
Os negócios são geridos em conformidade com leis, normas e As ações adotadas visam também a atender às necessidades da
diretrizes. Além disso, os processos são estruturados de forma inte- população e suas próprias, pois, em um ambiente de negócios com
grada com todos os grupos de interesses. crises, conflitos e desigualdades, a empresa será atingida seja de
Vale ressaltar que não se trata de meras atitudes com vistas a forma direta, seja de forma indireta.
prevenir sanções e a reduzir seus impostos, tampouco para atender Contextos de conflitos e crises levam os indivíduos a entrarem
à legislação vigente. Na verdade, os ganhos da empresa socialmen- no modo sobrevivência e isso afeta a saúde, a educação, a seguran-
te responsável são inestimáveis e alcançados a longo prazo, tema ça pública e consequentemente os negócios. Ademais, o consumo
que será abordado mais adiante. também é afetado, em decorrência disso, a economia se retrai, os
Ações voltadas às áreas de saúde, assistência social, cultura, negócios minguam e a população carece de recursos indispensá-
fomento à educação e à moradia, dentre outros, são exemplos de veis.
responsabilidade social. Estas podem ser voltadas tanto para o pú-
blico interno, quanto para o externo, bem como para a comunidade Então, quais ações devem ser incorporadas?
na qual a empresa está inserida. Para melhor atender às exigências do mercado, é mister haver
Para que uma empresa exerça suas atividades com responsa- um programa de compliance efetivo e não um programa meramen-
bilidade social, é importante que busque o engajamento de todos te de fachada.
os colaboradores. Inclusive, seus familiares podem ser inseridos no Para ilustrar melhor, um bom programa de integridade requer
processo, pois são partes relevantes para a instituição. o comprometimento absoluto da alta liderança, que garanta a to-
O movimento também precisa englobar a comunidade. Todos tal autonomia ao compliance officer, a realização do mapeamento
funcionam como verdadeiros agentes multiplicadores de valores, de valores da companhia, a revisão de sua visão, missão e valores
formando a tríade: colaboradores, familiares e sociedade. declarados que obedeçam aos padrões atualmente exigidos pelo
O empresário, por sua vez, tem dupla responsabilidade ao con- mercado, a elaboração de um Código Ético e de Conduta que este-
duzir um negócio, pois atua simultaneamente como pessoa física e ja alinhado com os interesses da companhia e da sociedade e que
como pessoa jurídica, o que dá ainda mais sentido ao tema. preveja sanções a serem aplicadas quando as políticas forem des-
cumpridas, a criação de um canal específico e independente para
Mas qual papel sua empresa pode desempenhar na socieda- recebimento e tratamento de denúncias, bem como controles in-
de? ternos e externos que visem a prevenir. Requer ainda detectar e
Em razão da função social que exercem, as organizações são tratar seus riscos, comunicação e treinamentos periódicos, além de
chamadas a contribuir com a qualidade de vida e com o bem-estar um sistema de gestão próprio para o setor de compliance.
social. Pois suas ações podem gerar inúmeros impactos na vida das Outros pontos que merecem destaque são ações que visem a:
pessoas, sejam eles positivos ou negativos. fomentar o consumo consciente; combater o desperdício de papel;
Um ponto interessante para ser trabalhado é questionar o im- trabalhar a destinação correta dos resíduos para não causar prejuí-
pacto que sua empresa gera na vida das pessoas e na comunidade zo ao meio ambiente; aumentar a participação da empresa em pro-
a nível local e global. Outra questão é saber se as políticas ambien- jetos sociais; organizar doações de itens usados; construir parcerias
tais adotadas estão compatíveis com a realidade do negócio e do com iniciativas de sustentabilidade; participar de projetos desporti-
mercado. vos e culturais; dentre outras atividades.

E quais os problemas que ocorrem em sua companhia que re- Quais os benefícios de tornar sua empresa em uma empresa
percutem na sociedade? cidadã?
Atualmente, as empresas não visam tão somente aos lucros, Uma empresa cidadã é aquela que tem suas ações voltadas
pois para alcançá-los elas precisam preencher o quesito sustentabi- para a sociedade, ou seja, é uma empresa socialmente sustentável.
lidade. Isso significa que os objetivos sociais caminham lado a lado Seus líderes compreendem que seu propósito maior é servir e não
com os objetivos econômicos, de modo que não basta apenas atuar se apegam à antiga ideia de que precisam ser servidos.
em alguns poucos projetos sociais, é imprescindível haver uma mu- Os benefícios obtidos pela empresa socialmente responsável
dança na cultura da organização. são incalculáveis, entretanto, cabe destacar alguns, tais como:
Indubitavelmente, as organizações precisam atuar na constru- a) melhoria na reputação da marca, atraindo mais investidores;
ção de um mundo melhor. As empresas consideradas bem sucedi- b) elevação do grau de engajamento dentro do ambiente de
das perante o mercado são aquelas que adotam elevados padrões trabalho, com colaboradores mais comprometidos com o sucesso
do negócio;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
c) aumento da credibilidade, gerando mais confiança no mer- 6. Respeito pelas Normas Internacionais: cumprir acordos e
cado; tratados mundiais
d) aumento exponencial da competitividade; 7. Direito aos humanos: reconhecer a universalidade dos direi-
e) maior capacidade de atrair talentos para a empresa; tos humanos.
f) favorece mais parcerias de negócios;
g) alcance de maiores níveis de satisfação de seus clientes; Desse modo, a ISO 26000 é um instrumento importante para
h) obtenção do retorno dos seus investimentos; promover a RSE em empresas de todos os portes e segmentos.
i) redução dos riscos das atividades;
j) e melhoria na alocação dos seus recursos. Temas básicos indicados pela ISO 26000
Para incentivar a responsabilidade social empresarial, a norma
Percebe-se que os benefícios são muitos e favorecem as em- ISO 26000 trata de diversos temas cruciais à gestão ética e trans-
presas em múltiplos fatores. Além disso, incorporar o conceito de parente.
responsabilidade social dará aos colaboradores ainda mais senso de Vamos acompanhar alguns dos principais pontos abordados:
pertencimento à empresa, visto que eles se sentirão parte de algo
maior, gerando significado para as atividades que realizam. Práticas Trabalhistas
Concluindo, a responsabilidade social é tema de alta relevân- As práticas trabalhistas correspondem a todas as políticas re-
cia, que deve estar inserido no planejamento de toda e qualquer ferentes ao trabalho realizado na empresa, inclusive o terceirizado.
empresa moderna que queira ser perene, sustentável e lucrativa. Segundo a norma, o emprego pleno e seguro é a base da quali-
Os líderes que buscam um objetivo maior são capazes de alicer- dade de vida e bem-estar social.
çar a cultura ética organizacional, promovendo, assim, um elevado Por isso, o papel da empresa é essencial na sociedade.
padrão de engajamento dos seus grupos de interesses (stakehol- Para manter relações de trabalho justas e dentro da lei, a em-
ders). Eles valorizam as pessoas e seus talentos e tomam decisões presa deve:
que visam a estabelecer relações confiáveis, garantindo a integrida- - Cumprir rigorosamente a legislação trabalhista vigente
de da companhia. - Não utilizar manobras legais para deslegitimar vínculos em-
O resultado é o sucesso duradouro da organização. E a maior pregatícios
beneficiária é a nossa sociedade. - Eliminar qualquer prática arbitrária ou discriminatória de de-
missão
O que é a norma ISO 26000 - Garantir a igualdade de oportunidades para todos os traba-
A norma ISO 26000 ou Norma Internacional de Responsabili- lhadores
dade Social fornece orientações para a adequação das empresas - Supervisionar as condições do trabalho terceirizado
à RSE. - Jamais obter benefícios de práticas de trabalho exploratórias
O termo ISO corresponde à Organização Internacional de Nor- e abusivas
malização, que tem como objetivo criar normas que promovam - Proteger os dados pessoas e privacidade dos trabalhadores.
boas práticas de gestão nas empresas.
A ISO 26000 não tem fins de certificação, servindo basicamente Meio Ambiente
como um guia para que as organizações adotem a RSE. As empresas são as principais responsáveis pelos impactos no
Segundo a norma, a responsabilidade social empresarial de- meio ambiente, que vão desde o uso de recursos naturais até a ge-
pende dos seguintes critérios: ração de poluição e resíduos.
- Contribuição com o desenvolvimento sustentável e promoção Não é novidade que o mundo enfrenta desafios ambientais
do bem-estar seríssimos, com inúmeras espécies extintas e ameaçadas, recursos
- Consideração de todas as partes interessadas escassos e mudanças climáticas em curso.
- Conformidade com a legislação aplicável Para reverter esse quadro alarmante, a empresa deve se com-
- Consistência com as normas internacionais de comportamen- prometer com os seguintes princípios:
to - Responsabilidade ambiental: obediência à lei e responsabili-
- Integração das práticas em toda a organização e suas relações. dade pelo impacto
- Princípio da precaução: suspender qualquer ação com chan-
Aqui, desenvolvimento sustentável é entendido como alta qua- ces de danos
lidade de vida, saúde e prosperidade, além de justiça social e ma- - Gestão de risco: implementar programas específicos para sus-
nutenção das capacidades do planeta em sustentar sua diversidade. tentabilidade
Ainda de acordo com o texto oficial da norma publicado no site - Poluidor pagador: arcar com os custos de qualquer poluição
do INMETRO, estes são os sete princípios da responsabilidade social causada.
empresarial:
1. Accountability: responsabilidade pelas consequências de Direitos Humanos
suas ações Os direitos humanos são fundamentais e inalienáveis para
2. Transparência: informações claras, acessíveis e compreensí- qualquer ser humano do planeta, e preservam a própria essência
veis a todos da humanidade.
3. Comportamento ético: honestidade, integridade e equidade Entre eles, estão o direito à vida, à liberdade, igualdade, traba-
perante todos lho, saúde, educação e demais necessidades básicas.
4. Respeito pelos interesses: ouvir, considerar e responder aos Na ISO 26000, os direitos humanos são abordados em 8 ques-
interessados tões centrais:
5. Respeito pelo Estado de Direito: cumprimento integral da - Due diligence: criação de políticas de direitos humanos na or-
legislação vigente ganização
- Situações de risco: assegurar os direitos humanos em situa-
ções extremas

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Evitar cumplicidade: não ter relação com entidades que vio- As Diretrizes das Nações Unidas para a Proteção do Consumi-
lem os direitos dor determinam que as empresas devem garantir a segurança, in-
- Resolução de queixas: garantir o atendimento a queixas rela- formação de qualidade, liberdade de escolha, indenização e outros
cionadas direitos fundamentais.
- Discriminação: garantir tratamento igualitário a grupos vul- Nesse contexto, as principais medidas que a organização pode
neráveis tomar são:
- Direitos civis e políticos: respeitar o direito à opinião, reunião - Não perpetuar estereótipos ofensivos na publicidade e pro-
e propriedade paganda
- Direitos sociais: facilitar o acesso à educação, lazer, cultura, - Fornecer informações completas, precisas e compreensíveis
saúde e cidadania a todos
- Direitos no trabalho: respeitar as leis trabalhistas e igualdade - Instruir os consumidores sobre o uso adequado dos produtos
de oportunidades. - Garantir a segurança dos produtos e serviços em primeiro lu-
gar
Práticas de funcionamento justas - Oferecer produtos e serviços ecologicamente corretos e sus-
As práticas de funcionamento justas dizem respeito à conduta tentáveis
ética nos negócios da organização, seja com clientes, fornecedores, - Promover ações educacionais para um consumo consciente.
parceiros ou concorrentes.
Afinal, a responsabilidade social empresarial passa pelo com- Responsabilidade social empresarial vs. Sustentabilidade
bate à corrupção e adoção da transparência. A responsabilidade social empresarial está alicerçada na sus-
As principais recomendações da norma para esse critério são: tentabilidade, pois são dois conceitos complementares.
- Identificar riscos de corrupção e implementar políticas de Apesar de sua utilização no contexto ambiental, o termo sus-
combate efetivas tentabilidade diz respeito a qualquer processo ou sistema que seja
- Incentivar as denúncias a qualquer violação ou irregularidade capaz de manter sua permanência em longo prazo.
- Assegurar que a liderança dê o exemplo anticorrupção No caso, estamos falando da permanência e sobrevivência da
- Ter um comportamento responsável no envolvimento em ati- própria humanidade, que envolve questões sociais, ambientais, po-
vidades políticas líticas e culturais.
- Praticar a transparência em relação aos lobbys, doações e Logo, as empresas comprometidas com a RSE utilizam os recur-
contribuições sos para satisfazer as necessidades presentes de modo a não com-
- Cumprir rigorosamente as leis de concorrência leal prometer as gerações futuras, como determina o desenvolvimento
- Promover a responsabilidade social empresarial em toda a sustentável.
cadeia de valor Para que um empreendimento seja sustentável, ele deve ser:
- Respeitar o direito à propriedade intelectual e física. - Ecologicamente correto
- Economicamente viável
Participação e desenvolvimento da comunidade - Socialmente justo
O envolvimento das empresas no desenvolvimento da comu- - Culturalmente diverso.
nidade fortalece a sociedade civil e reforça os valores democráticos
e cívicos. Ou seja, a empresa comprometida com o planeta não enxer-
Por essa razão, a norma ressalta o papel das organizações na ga separação entre comunidade e meio ambiente, fazendo da RSE
melhoria da qualidade de vida da população, desde a geração de um sistema de gestão que favorece o capital financeiro, humano e
empregos até a criação de programas de capacitação, cultura, edu- natural.
cação e saúde. É por isso que a sustentabilidade permeia todas as ações e po-
líticas da responsabilidade social empresarial.
Algumas das principais práticas sugeridas são: Um bom exemplo são os critérios da Corporate Knights para
- Consultar grupos da comunidade para determinar prioridades selecionar as 100 empresas mais sustentáveis do mundo em 2018,
de investimento conforme publicado na revista Exame.
- Participação nas associações locais para contribuir com o bem A seleção levou em conta indicadores como emissões de car-
comum bono, consumo de água, capacidade de inovação, pagamento de
- Promover a capacitação de grupos vulneráveis ou discrimi- impostos e relação entre salário do trabalhador e do CEO.
nados Afinal, ações como preservar a natureza e combater a pobreza
- Promover atividades culturais, educacionais e profissionali- partem de questões diferentes, mas visam um objetivo comum: a
zantes construção de um futuro sustentável.
- Considerar o impacto da terceirização na geração de empre-
gos RSE na teoria e na prática
- Dar preferência a fornecedores locais de produtos e serviços Até a década de 1950, a responsabilidade social empresarial só
- Eliminar impactos negativos à saúde causados pelos proces- existia no cumprimento das obrigações legais, pagamento de im-
sos produtivos postos e geração de empregos.
- Considerar a promoção da boa saúde com acesso a medica- Com o surgimento das sociedades industriais, o Estado passou
mentos e vacinas a intervir na economia e elevar o nível de bem-estar social, aumen-
- Evitar ações que perpetuem a dependência da comunidade. tando a demanda por qualidade de vida e condições mais justas.
Então, a partir dos anos 1970, a sociedade civil se mobilizou e
Problemas do consumidor começou a cobrar o envolvimento das empresas, que responderam
A responsabilidade social empresarial está diretamente ligada com novas concepções sobre negócios e responsabilidade social.
aos direitos do consumidor, uma vez que a empresa tem a obriga-
ção de respeitar e atender prontamente seus clientes.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Inicialmente, a RSE se tratava apenas de projetos sociais, ao · Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gra-
passo que hoje o conceito se estende a todas as atividades da em- dativamente vai perdendo simultaneamente sua autoconfiança e o
presa e relações com acionistas, governo, consumidor, trabalhado- interesse pelo trabalho. · Destruir a vítima (desencadeamento ou
res e sociedade. agravamento de doenças pré-existentes). A destruição da vítima en-
Assim, as empresas abandonaram a antiga ideia filantrópica e globa vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da família
paternalista para assumirem a real responsabilidade pelos seus im- e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o
pactos sociais e ambientais. álcool.
Hoje, a RSE vai muito além do obrigatório por lei, compreen- · Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou
dendo ações que reverberam por toda a cadeia de valor. são demitidos/as, frequentemente, por insubordinação. · Impor ao
A pesquisa 2018 Global Human Capital Trends da consultoria coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade.
Deloitte retrata esse momento, anunciando a chegada da “era das
empresas sociais”. As manifestações do assédio segundo o sexo:
De acordo com o levantamento, as empresas serão avaliadas Com as mulheres: os controles são diversificados e visam inti-
com base em seu impacto social, ao invés de critérios como desem- midar, submeter, proibir a fala, interditar a fisiologia, controlando
penho financeiro ou qualidade dos produtos e serviços. tempo e frequência de permanência nos banheiros. Relaciona ates-
Logo, a responsabilidade social empresarial não é mais um tados médicos e faltas a suspensão de cestas básicas ou promoções.
mero protocolo, mas uma exigência para a validação da empresa e Com os homens: atingem a virilidade, preferencialmente.
crescimento dos negócios.
IMPORTANTE
E o que é assédio moral no trabalho? Se você é testemunha de cena(s) de humilhação no trabalho
É a exposição dos trabalhadores e trabalhadoras a situações supere seu medo, seja solidário com seu colega. Você poderá ser “a
humilhantes e constrangedoras, repetitivas e prolongadas durante próxima vítima” e nesta hora o apoio dos seus colegas também será
a jornada de trabalho e no exercício de suas funções, sendo mais precioso. Não esqueça que o medo reforça o poder do agressor!
comuns em relações hierárquicas autoritárias e sem simetrias, em
que predominam condutas negativas, relações desumanas e aéticas LEMBRE - SE
de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais su- O assédio moral no trabalho não é um fato isolado, como vi-
bordinado(s), desestabilizando a relação da vítima com o ambiente mos ele se baseia na repetição ao longo do tempo de práticas cons-
de trabalho e a organização, forçando-o a desistir do emprego. trangedoras, explicitando o estrago de determinar as condições
Caracteriza-se pela degradação deliberada das condições de de trabalho num contexto de desemprego, dessindicalização e au-
trabalho em que prevalecem atitudes e condutas negativas dos che- mento da pobreza urbana. A batalha para recuperar a dignidade,
fes em relação a seus subordinados, constituindo uma experiência a identidade, o respeito no trabalho e a autoestima, deve passar
subjetiva que acarreta prejuízos práticos e emocionais para o traba- pela organização de forma coletiva através dos representantes dos
lhador e a organização. A vítima escolhida é isolada do grupo sem trabalhadores do seu sindicato e das CIPAS e procura dos Centros
explicações, passando a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada, de Referência em Saúde dos Trabalhadores (CRST e CEREST), Co-
culpabilizada e desacreditada diante dos pares. Estes, por medo do missão de Direitos Humanos e dos Núcleos de Promoção de Igual-
desemprego e a vergonha de serem também humilhados associado dade e Oportunidades e de Combate a Discriminação, em matéria
ao estímulo constante à competitividade, rompem os laços afetivos de Emprego e Profissão, que existem nas Delegacias Regionais do
com a vítima e, frequentemente, reproduzem e reatualizam ações e Trabalho.
atos do agressor no ambiente de trabalho, instaurando o pacto da O BASTA À HUMILHAÇÃO depende também da informação,
tolerância e do silêncio no coletivo, enquanto a vítima vai gradativa- organização e mobilização dos trabalhadores. Um ambiente de
mente se desestabilizando e fragilizando, perdendo sua autoestima. trabalho saudável é uma conquista diária possível na medida em
O desabrochar do individualismo reafirma o perfil do ‘novo’ que haja “vigilância constante” objetivando condições de trabalho
trabalhador: autônomo, flexível’, capaz, competitivo, criativo, dignas, baseadas no respeito “ao outro como legítimo outro”, no
agressivo, qualificado e empregável. Estas habilidades o qualificam incentivo a criatividade, na cooperação.
para a demanda do mercado que procura a excelência e saúde per- O combate de forma eficaz ao assédio moral no trabalho, exige
feita. Estar ‘apto’ significa responsabilizar os trabalhadores pela for- a formação de um coletivo multidisciplinar, envolvendo diferentes
mação/qualificação e culpabilizá-los pelo desemprego, aumento da atores sociais: sindicatos, advogados, médicos do trabalho e outros
pobreza urbana e miséria, desfocando a realidade e impondo aos profissionais de saúde, sociólogos, antropólogos e grupos de refle-
trabalhadores um sofrimento perverso. xão sobre o assédio moral. Estes são passos iniciais para conquistar-
A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida mos um ambiente de trabalho saneado de riscos e violências e que
do trabalhador e trabalhadora de modo direto, comprometendo seja sinônimo de cidadania.
sua identidade, dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionan-
do graves danos à saúde física e mental, que podem evoluir para a Assédio Sexual
incapacidade laborativa, desemprego ou mesmo a MORTE, consti- Já assédio sexual é o pedido de favores sexuais pelo superior
tuindo um risco invisível, porém concreto, nas relações e condições hierárquico, com promessa de tratamento diferenciado em caso de
de trabalho. aceitação e/ou de ameaças, ou atitudes concretas de represálias
no caso de recusa, como a perda do emprego, ou de benefícios.
Estratégias do agressor É necessário que haja uma ameaça concreta de demissão do em-
· Escolher a vítima e isolar do grupo. · Impedir de se expressar prego, ou da perda de promoções, ou de outros prejuízos, como a
e não explicar o porquê. transferência indevida, e/ou pela insistência e inoportunidade. É a
· Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos “cantada” desfigurada pelo abuso de poder, que ofende a honra e a
pares. · Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os co- dignidade do assediado (LIPPMANN, 2005, p. 21).
mentários de sua incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Segundo conceito da OIT (Organização Internacional do Tra- do aos poucos, com mesquinharias e agressões perversas, sendo
balho), o assédio sexual deve apresentar pelo menos uma das se- pressionado a pedir demissão, ou a aceitar proposta de demissões
guintes características: pode ser uma condição para dar ou manter incentivadas.
emprego; influir nas promoções ou na carreira do assediado; pre- Tudo isso prejudica o funcionário e, em consequência, a em-
judicar o rendimento profissional, humilhar, insultar ou intimidar a presa vê sua produção diminuída pela falta de interesse deste. O
vítima (LOPES, 2001, p 15). funcionário assediado torna-se um elemento deficiente, devido ao
O assédio sexual é um caso concreto de violação do direito de clima hostil gerado no ambiente de trabalho. Perde o ânimo de tra-
uma pessoa na mesma relação de trabalho com outra, que tem uma balhar, se desinteressa, se sente ameaçado. Aumentam os índices
importância particular por sua gravidade e pela frequência com que de falta, de queda da produtividade, os atrasos... Por isso, quando
acontece. caracterizado o assédio, este deve ser banido, a fim de evitar para o
O assédio sexual no trabalho tem um ingrediente peculiar, que dono da empresa (que muitas vezes não é o assediador) um prejuí-
o distingue de outras formas de abuso: a chantagem. O assédio zo desnecessário (LOPES, 2001, p. 22).
ocorre quando uma pessoa tenta usar o seu poder para obter fa-
vores da outra. Trata-se, portanto, de uma ação unilateral e assimé- Características
trica. O assediador deseja obter, por chantagem, o que o assediado
não quer proporcionar. Sujeitos:
As principais características do assédio sexual são: abordagem O agente da conduta assediante ou sujeito ativo pode ser um
com propostas de conotação sexual; confidências de assuntos ínti- superior hierárquico, gerentes, chefes, supervisores, assessores, di-
mos e embaraçosos sem que haja incentivo; presentes de maneira retores que exercem posição de poder e mando, um colega ou o
insistente e indiscreta; compra de favores com uma generosidade próprio subordinado em relação ao chefe. Já o sujeito passivo é a
suspeita ou com ameaças de chantagens afetivas; prometer vanta- vítima, ou seja, é quem sofre a violência, as agressões (ALKIMIN,
gens ou promoções condicionadas à aceitação de suas investidas 2005, p. 41).
(DAMIAN, 1999, p. 16). As mulheres, as pessoas com maior idade e os empregados
O próprio Código Penal define o assédio sexual: subordinados estão mais expostos ao assédio moral. São raras as
Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter van- práticas de assédio moral por colegas da mesma hierarquia e mais
tagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua raras ainda as práticas de assédio moral por subordinados (AGUIAR,
condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exer- 2005, p. 20).
cício de emprego, cargo ou função. Através de uma pesquisa feita por Aguiar e Hirigoyen, pode-se
A diferença básica entre os dois institutos é que o assédio se- verificar que (AGUIAR, 2005, p. 20):
xual pode ser caracterizado por uma única conduta do ofensor en- a) 70% são mulheres, 30% homens;
quanto que, no caso do assédio moral, essa conduta precisa ocorrer b) a faixa etária entre 46 e 55 anos possui o maior número de
repetidas vezes, de forma reiterada e duradoura. pessoas atingidas com o percentual de 43%;
No assédio sexual, as manobras do ofensor podem ser perce- c) o ataque proveniente da hierarquia responde por 58% dos
bidas pelas pessoas não envolvidas, enquanto que no caso do as- casos; praticado por diversas pessoas 29% dos casos; por colegas da
sédio moral, as condutas do ofensor podem passar despercebidas; mesma hierarquia 12% dos casos; e por subordinados 1% dos casos;
o que o caracteriza é a reiteração da ofensa sendo que o ofensor d) 4% das pessoas tiveram interrupção do trabalho por afasta-
age silenciosamente e, em muitos casos, as pessoas ao redor, não mento para tratamento de saúde;
envolvidas, não percebem que tais condutas têm a finalidade de e) em 36% dos casos, o assédio é seguido da saída do empre-
desestruturar o ofendido, até mesmo o próprio ofendido pode não gado da organização;
perceber que está sendo assediado e passa a sofrer as consequên- f) O assédio moral ocorre em maior incidência nos empregados
cias do tal fenômeno. lotados em área de gestão, contabilidade e funções administrativas,
O assédio moral tem como objetivo levar o assediado ao dese- com 26% casos.
quilíbrio emocional para que este fique sob controle do ofensor ou O assédio sexual, em regra, deriva de uma relação de poder.
fazer com que ele ceda às vontades do ofensor ou até que desista Constata-se em várias atividades, ocorrendo com maior frequência
do trabalho. Ao contrário, no assédio sexual, o ofensor visa à sa- nas relações laborais, onde o empregado é dependente hierárquico
tisfação de seus desejos sexuais, impondo represálias no caso de do empregador.
insucesso na investida. Segundo SILVA (1996) e BARROS (1998), o sujeito ativo de as-
Um fato que ocorre com frequência é a conversão do assédio sédio sexual é geralmente o homem, porém o contrário também
sexual malsucedido em assédio moral. Não tendo obtido sucesso ocorre, mesmo que em pequenas proporções, da mesma forma
no assédio sexual, o agressor passa a prejudicar a vítima profissio- que entre pessoas do mesmo sexo (LOPES, 2001, p. 41).
nalmente. Revoltado com a recusa da vítima, o ofensor aproveita-se Os casos de assédio sexual masculino são muito raros e dificil-
novamente do ambiente de trabalho para desenvolver a sua vin- mente vêm à tona, pois, quando surgem, o assediado é tendente a
gança através da tortura psicológica, levando a vítima ao desequilí- sentir-se lisonjeado, de preferência a ofendido.
brio emocional, a ponto de fazer com que esta, até mesmo, desista O crescimento das relações homossexuais remete a sociedade
do seu emprego e, em alguns casos, levando-a à hospitalização e, à reprovação das pretensões de assédio também nesta categoria.
no extremo, ao suicídio. Neste caso, a denúncia fica emperrada pelo preconceito, pois o
No assédio sexual acontece também do ofensor acreditar que crivo popular tende a rotular o denunciante como sendo também
suas atitudes e condutas não sejam condenáveis uma vez que, en- optante pela condição homossexual, mesmo que este assédio não
tre homens, muitas dessas atitudes condenáveis são consideradas tenha culminado nos objetivos do assediante.
normais e aceitas por eles.
Nas situações de assédio moral é comum um chefe usar o seu
poder para, publicamente, hostilizar, isolar, ameaçar, menosprezar
e ridicularizar o subordinado. É comum impedi-lo de trabalhar di-
reito e de se expressar ou de se defender. O empregado é tortura-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Elementos Como bem esclarece o acórdão proferido no TRT da 17ª Região:
Os elementos caracterizadores do assédio moral são (ALKIMIN, “A humilhação repetitiva e de longa duração interfere na vida
2005, p. 41-42): do assediado de modo direto, comprometendo sua identidade,
a) Sujeitos: sujeito ativo (assediador) – empregador ou qual- dignidade e relações afetivas e sociais, ocasionando graves danos
quer superior hierárquico, colega de serviço ou subordinado em à saúde física e mental, que podem evoluir para a incapacidade
relação ao superior hierárquico; sujeito passivo (vítima/assediado) laborativa, desemprego ou mesmo a morte, constituindo um risco
– empregado ou superior hierárquico no caso de assédio praticado invisível, porém concreto, nas relações e condições de trabalho”.
por subordinado; (Acórdão nº 9029/2002 - TRT 17ª Região - 1142.2001.006.17.00.9 -
b) Conduta, comportamento e atos atentatórios aos direitos de Publicado no D. O. E: 15/10/2002).
personalidade; Como condutas típicas do agente assediador podem ser desta-
c) Reiteração e sistematização; cadas as seguintes: impossibilitar uma comunicação adequada com
d) Consciência do agente. a vítima, recusando a comunicação direta; isolar a vítima; atacar a
reputação da vítima; degradar as condições de trabalho e atacar di-
Os elementos caracterizadores do assédio sexual são quatro, a retamente a saúde da vítima com uma efetiva violência (DOLORES,
saber (MIRABETE, 2004, p. 430-431): 2004, p. 64).
a) Sujeitos: sujeito ativo ou agente (assediador) - Trata-se de cri- Já as condutas mais comuns no assédio sexual são: falar de
me bipróprio, ou seja, exige uma situação especial tanto do sujeito assuntos picantes ou íntimos; contar piadas de conotação sexual;
ativo como do sujeito passivo. Para sua caracterização, é necessário fazer convites ou propostas indecorosas; tentar a compra de favo-
que o agente seja superior hierárquico ou tenha ascendência com res sexuais da vítima, oferecendo benefícios trabalhistas em troca;
relação ao ofendido, estando, portanto, em posição de mando com fazer cantadas mais agressivas; repetir todos estes procedimentos
relação à vítima. É indispensável que haja a referida superioridade, com insistência e contra a vontade da vítima (DAMIAN, 1999, p. 17).
ou seja, de poder, decorrente de uma relação administrativa ou de As condutas podem ser inúmeras e podem ser verificadas isola-
uma ascendência própria de relação trabalhista. O agente pode ser damente ou em conjunto.
homem ou mulher; assim como o sujeito passivo (vítima/assedia-
do). Refere-se à lei ao que está relacionado em razão de emprego, Causas
cargo ou função pública ou particular, subordinado hierárquico ou O assédio decorre de um desvio no exercício do poder nas rela-
empregado em relação ao sujeito ativo, ou seja, dependente do ções de trabalho, sendo que este pode originar-se de diversas cau-
mando de superior hierárquico, de direito administrativo, ou de sas, dentre elas: suposta ameaça que o futuro assediado representa
empregadores, patrões, chefes de serviço. É irrelevante o sexo do para o assediador; dificuldade por parte do assediador em aceitar
sujeito passivo, podendo a conduta ter conotação heterossexual ou diferenças, sejam referentes a gênero, idade, raça, nacionalidade,
homossexual. posições políticas, opções religiosas e sexuais; antipatia pessoal
b) Tipo objetivo – A conduta típica é constranger alguém, o que provinda de razões diversas; retaliação contra trabalhadores que
significa, além de forçar, coagir, obrigar, compelir, sentido em que é questionam políticas de gestão, bem como longas jornadas e sobre-
empregado o verbo em outros dispositivos do Código Penal (arts. carga de trabalho; inveja por parte do assediador da suposta pro-
146, 213 e 214), incomodar, tolher a liberdade, cercear, embaraçar teção gozada pelo futuro assediado, da beleza, juventude, riqueza,
a pessoa da vítima, o que pode ser feito por palavras, oralmente ou relações influentes e nível de estudos do futuro assediado; decisão
por escrito, e/ou por gestos. A conduta pode ser praticada aberta- por parte do assediador de impedir ascensão hierárquica do futu-
mente, com convites expressos ou mesmo com insinuações implí- ro assediado; personalidade narcisística do assediador; estratégia
citas que traduzem matéria que implica motivos sexuais. Tais atos empresarial para provocar demissões voluntárias que geram menos
não podem ser confundidos com o simples flerte, o gracejo. Para custo à empresa (BARRETO, 2003, p. 209).
que haja o crime, é indispensável que o sujeito ativo se prevaleça Como causas indiretas estão: uma economia submetida às in-
de sua condição de superioridade, de sua relação de mando no tra- fluências do neoliberalismo, a flexibilização das relações de traba-
balho público ou particular e que exista o temor por parte da vítima lho, o ritmo pressionante da economia, o interesse por reduzir os
de que venha a ser demitida, que não consiga obter promoção ou custos de trabalho, a existência do desemprego, as manifestações
outro emprego pela conduta expressa ou implícita do agente. da terceirização, o crescimento do setor informal, a migração con-
c) Tipo subjetivo – Trata-se de crime doloso em que a vontade tinuada, a tendência à contratação por tempo determinado verso à
do agente é de forçar, compelir, coagir a vítima, ou seja, de impor estabilidade do trabalho, a desregulação a favor da desproteção de
seus desejos, de abusar, de aproveitar-se da vulnerabilidade ou fra- determinadas camadas e setores populacionais.
gilidade da vítima. Exige-se, porém, o elemento subjetivo do tipo, O assédio sexual tem como causa a existência de uma intenção
ou seja, que tenha o sujeito ativo a finalidade de obter vantagem pura e simples de alcançar um relacionamento carnal, dominando
ou favorecimento de natureza sexual. Inclui-se nesse fim não só a o assediado que, por diferença circunstancial, é o mais fraco (DA-
conjunção carnal, como qualquer outro ato libidinoso, ainda que MIAN, 1999, p. 11).
não seja ele praticado efetivamente.
d) Consumação e tentativa – Consuma-se o crime com a prática Tipos
do ato constrangedor, sendo desnecessário que ocorra qualquer ato Assédio vertical, bossing ou mesmo mobbing descendente é a
de caráter sexual (beijos, abraços lascivos, toques). Embora rara, é utilização do poder de chefia para fins de verdadeiro abuso de di-
possível a ocorrência de tentativa, que ocorrerá, por exemplo, com reito do poder diretivo e disciplinar, bem como para esquivar-se de
a palavra escrita que não chega ao conhecimento da vítima (reite- consequências trabalhistas. Tal é o exemplo do empregador que,
ração da conduta). para não ter que arcar com as despesas de uma dispensa imotivada
de um funcionário, tenta convencê-lo a demitir-se ou cria situações
Conduta constrangedoras, como retirar sua autonomia no departamento,
Um elemento imprescindível para que seja caracterizado o as- transferir todas suas atividades a outras pessoas, isolá-lo do am-
sédio moral é que a conduta ofensiva ou humilhante seja reiterada biente, para que o empregado sinta-se de algum modo culpado
e prolongada. pela situação, pedindo sua demissão.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O fenômeno percebido entre os próprios colegas de trabalho Ao sentir os sinais da doença, a vítima, normalmente, oculta
que, motivados pela inveja do trabalho muito apreciado do outro seu problema com medo de perder o emprego e prefere sofrer so-
colega, o qual pode vir a receber uma promoção, ou ainda pela zinho.
mera discriminação motivada por fatores raciais, políticos, religio- O médico Mauro Azevedo de Moura afirma que:
sos, sexuais, entre outros, submetem o sujeito “incômodo” a situa- Todos os quadros apresentados como efeitos à saúde física e
ções de humilhação perante comentários ofensivos, boatos sobre mental podem surgir nos trabalhadores vítimas de assédio moral,
sua vida pessoal, acusações que podem denegrir sua imagem pe- devendo, ser, evidentemente, consideradas como doenças do tra-
rante a empresa, sabotando seus planos de trabalho, é o denomi- balho. Os primeiros sintomas são problemas clínicos devido ao es-
nado assédio horizontal. tresse. Depois, começa a ser afetada a parte psicológica. A autoesti-
Ainda são enumerados como espécie de assédio moral: o mob- ma da pessoa começa a entrar em declínio.
bing combinado e o mobbing ascendente. Aquele se daria com a Segundo Hirigoyen, quando o assédio moral é recente, os sin-
união, tanto do chefe, quanto dos colegas no objetivo de excluir um tomas são parecidos com os do estresse – cansaço, nervosismo,
funcionário, enquanto o último seria o assédio praticado por um distúrbios do sono, enxaquecas, distúrbios digestivos, dores na co-
subalterno que se julga merecedor do cargo do chefe, bem como luna. Porém quando ele se prolonga por mais tempo, um estado
por um grupo de funcionários que quer sabotar o novo chefe, pois depressivo mais forte pode se solidificar. A vítima apresenta apatia,
não o julgam tão tolerante quanto o antigo ou tão capacitado para tristeza, complexo de culpa, obsessão e desinteresse por seus pró-
tal cargo (SCHMIDT, 2002, p. 177-226). prios valores (HIRIGOYEN, 2005, p. 20).
Quanto ao modo, o assédio sexual pode se dar por chantagem Mulheres e homens costumam reagir de formas diferentes.
e por intimidação (ou ambiental): Os danos mais encontrados em mulheres vítimas de assédio são:
mágoas, ressentimentos, vontade de chorar, isolamento, angústia,
ASSÉDIO SEXUAL POR CHANTAGEM E POR INTIMIDAÇÃO OU ansiedade, alterações do sono e insônia, sonhos frequentes com o
AMBIENTAL agressor, alterações da memória, distúrbios digestivos e náuseas,
Configura-se assédio sexual por chantagem aquele praticado diminuição da libido, cefaleia, dores generalizadas, palpitações, hi-
por superior hierárquico consubstanciado na troca de vantagens pertensão arterial, tremores e medo ao avistar o agressor, ingestão
advindas do vínculo empregatício por favores de cunho sexual. O de bebida alcoólica para esquecer a agressão, pensamentos repeti-
assédio ambiental ou por intimidação dá-se por uma atuação gene- tivos. Já os homens têm dificuldades em verbalizar a agressão sofri-
ralizada violando o direito a um meio ambiente de trabalho sexual- da e ficam em silêncio com sua dor, pois predomina o sentimento
mente sadio e concretiza-se por frases ofensivas de cunho sexista, de fracasso. Sentem-se confusos, sobressaindo os pensamentos
apalpadas, gestos, criando situações humilhantes ou embaraçosas, repetitivos. Envergonhados, isolam-se evitando comentar o acon-
tecido com a família ou amigos mais próximos. Aumenta o uso das
sempre de cunho libidinoso no ambiente de trabalho. No caso sub
drogas, principalmente o álcool. Sobressai o sentimento de culpa,
oculi, as ações do gerente administrativo e financeiro da reclamada
ele se imagina um inútil. A dor masculina é desesperadora e devas-
se caracterizam nas duas modalidades acima apontadas. Além de
tadora, pois os homens, via de regra, não expõem suas emoções,
chantagear a obreira condicionando a percepção de aumento sala- não choram em público e isolam-se perdendo a interação com o
rial e vantagens fornecidas pela empregadora a seus empregados, outro.
ao cumprimento de favores de natureza sexual, valendo-se da sua São danos à saúde que acarretam desequilíbrio interno e sofri-
condição de superioridade hierárquica, tornou o ambiente de tra- mento profundo, exigindo, muitas vezes, um longo período de tra-
balho envenenado na medida em que não se acanhava em postar- tamento médico ou psicológico. A desvalorização persiste mesmo
-se na porta para se esfregar nas trabalhadoras que ali passassem, que a pessoa esteja afastada de seu agressor.
fazendo questão de demonstrar sua devassidão perante as colegas Hirigoyen enfatiza, ainda, que as consequências, o impacto dos
de trabalho da obreira, quando as convocava para sua sala e em seu procedimentos, serão mais fortes se partirem de um grupo aliado
computador passava filmes de conteúdo pornográfico, mediante os contra uma só pessoa do que se vier de um único indivíduo (HIRI-
quais exibia cenas de sexo explícito e ainda as submetia à humilha- GOYEN, 2005, p. 118).
ção de ter que ouvir “que era para elas aprenderem a fazer direiti-
nho”. Ditas condutas produziram constrangimento no ambiente de Meios de prova
trabalho da obreira e transtorno em sua vida pessoal, gerando dano Provar um assédio não é tão simples quanto um homicídio,
moral que deve ser indenizado (RO 0001063). onde a arma usada e impressões digitais deixadas podem ser usa-
Quanto ao sexo, o assédio verbal pode ocorrer entre pessoas das como meios de prova, por exemplo. No assédio, tudo é mais
de sexos opostos ou do mesmo sexo, o que tem se tornado cada vez subjetivo, as armas são as palavras, sinais ou gestos.
mais comum. De acordo com a classificação quanto à forma, este No assédio sexual, dificilmente existirão testemunhas, pois o
assédio divide-se em verbal ou físico (LOPES, 2001, p. 28). assediador dificilmente expõe-se ao público. Além disso, a vítima
nem sempre é lesionada de modo físico (LOPES, 2001, p. 29).
Dano psíquico No caso do assédio moral, como ele acaba por gerar muitos
O assédio moral induz o assediado a sentimentos de raiva, hu- atestados médicos ao assediado, em especial de cunho psicológico,
milhação, inferioridade, vulnerabilidade que minimizam a confiança estes podem ser usados como meio de prova.
em si mesmo, ou seja, afetam, essencialmente, a sua autoestima. Prova testemunhal com relatos que comprovem a falta de pa-
A principal implicação do terrorismo psicológico é a afetação ciência do assediado no ambiente familiar, gerando problemas nos
da saúde mental e física da vítima, mais comumente acometida de relacionamentos com outras pessoas, cansaço excessivo, falta de
doenças como depressão e estresse, chegando, por vezes, ao sui- interesse pelos programas coletivos, crises de choro, insônia, fal-
cídio. ta de apetite ou excesso de peso, diminuição da capacidade de se
O trabalhador moralmente assediado internaliza sua culpa e concentrar e de memorizar também podem servir para comprovar
acredita que tem uma efetiva participação na sua doença. a agressão sofrida no trabalho.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Segundo Mirabete, na busca da verdade real, não há limitação Finalmente, destaca-se que a melhor forma de prevenção con-
dos meios de prova, desde que obtidas licitamente. Desta forma, a tra assédio moral e assédio sexual seria os trabalhadores fugirem
vítima pode contar com o avanço tecnológico para provar o assédio: do silêncio, do medo de represálias, utilizando-se das entidades de
Nada impede, portanto, que se utilizem provas com aplicação classes e dos Sindicados para aproximação entre empregados e em-
de meios técnicos ou científicos, como gravações em fita magné- pregadores.
tica, fotos, filmes, videofonogramas etc., desde que obtidas licita- Entretanto, de nada adiantam a conscientização dos trabalha-
mente (MIRABETE, 1998, p. 259). dores ou o estabelecimento de regras éticas ou disciplinares se não
Obviamente, recursos como gravador e filmadora são sujeitos a se criarem, na empresa, espaços de confiança, para que possam as
eventual perícia para comprovar que não há sinais de adulteração. vítimas dar vazão às suas queixas. Tais espaços podem ser repre-
Desta forma, mesmo que pareça ser mais difícil obter-se a prova sentados por esquemas de ouvidoria ou comitês formados nas em-
nestes casos, há meios idôneos para tal, principalmente se o assédio presas, especialmente indicados para receberem denúncias sobre
ocorre repetidamente, quando a vítima poderá munir-se de meios intimidações e constrangimentos, garantindo-se sempre o sigilo das
para provar o assédio que venha sofrendo (DAMIAN, 1999, p. 394). informações, ou, ainda, por caixas postais para as vítimas deposita-
rem denúncias de forma anônima.
Ônus da prova
Segundo o TST, no Direito do Trabalho, o ônus da prova não Reparação
cabe necessariamente à parte que alega o fato: Caso a vítima deseje, ela pode pleitear ação na Justiça do Tra-
balho que é a justiça competente para julgar os casos que envolvam
DIFERENÇA DE COMISSÕES ÔNUS DA PROVA relação de trabalho. Porém, para que a indenização seja devida são
O processo do Trabalho é um processo diferenciado do proces- necessários três requisitos: violação de direito, culpa do agente e
so civil e dotado de princípios próprios. A singularidade do processo dano, ainda que exclusivamente moral. Não é necessária a presença
do trabalho justifica-se pela singularidade do direito do trabalho, das consequências na saúde do trabalhador para determinação do
daí observar-se a atuação dos princípios da adequação e do trata- direito de indenização por danos morais ocasionados por processo
mento desigual, mormente no que se refere à valoração e ao ônus de assédio moral (DOLORES, 2004, p. 117).
da prova. É neste contexto que o presente caso se situa. Trata-se de A responsabilidade de tais danos é do empregador que respon-
inversão do ônus da prova, a partir de quem tinha a aptidão para de de forma objetiva pelos atos causados pelos seus prepostos, ou
produzi-la (RR 649939/2000). demais empregados, no exercício das suas atividades laborais, con-
A inversão do ônus da prova deve ser aplicada quando somente forme súmula número 341 do STF e artigo 932, inciso III do Código
a parte contrária é detentora de documentos ou informações que Civil:
comprovam as alegações da reclamante. Súmula 341 – STF: É presumida a culpa do patrão ou comitente
O Ministro relator do Recurso de Revista acima expresso, Carlos pelo ato culposo do empregado ou preposto.
Alberto Reis de Paula, observou que “as partes que comparecem Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
em juízo assumem primeiramente o ônus da afirmação, ou seja, de- III - o empregador ou comitente, por seus empregados, servi-
vem afirmar a existência de um fato jurídico no qual se funda o pedido çais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em
ou a defesa”. O juiz, avaliando as provas ou a ausência delas, “é que razão dele.
colocará para si a questão do risco inerente à prova não levada a êxito”. A vítima pode ter três tipos de reparação: a rescisão indireta do
Com isso, “as regras sobre a distribuição do ônus da prova são, na ver- contrato de trabalho - quando o empregado solicita desligamento
dade, regras de julgamento a serem aplicadas no momento em que da empresa, mas mantém o direito a recebimento de todas as ver-
o órgão julgador for exercer a atividade que lhe é precípua”. bas rescisórias, como se tivesse sido demitido; a indenização por
danos morais - que na esfera trabalhista visa à proteção do traba-
Ações preventivas lhador; e a indenização por danos materiais - nos casos em que o
Para combater o assédio, algumas empresas já estão adotan- trabalhador sofreu prejuízos psicológicos e teve gastos com medi-
do regras rígidas para o relacionamento entre os trabalhadores. As camentos e tratamentos.
empresas podem, ainda, realizar reuniões e seminários para instruir A reparação pecuniária não se faz com o fim de compensação
seus funcionários sobre o que se considera comportamento apro- propriamente dita, substituindo um bem ou valor patrimonial des-
priado no local de trabalho. truído mediante o equivalente em dinheiro. A apreciação pecuniá-
Os empregados podem prevenir o assédio, mantendo uma ria visa reparar o mal causado ainda que não se possam apagar os
postura profissional, vestindo-se com modéstia, atentando-se às efeitos do fato danoso.
companhias, evitando situações comprometedoras, não flertando, A apuração do quantum indenizatório no caso de dano moral é
agindo com respeito mútuo (LOPES, 2001, p. 23-26). complicada, já que o bem lesado (a honra, o sentimento, o nome)
A prevenção do assédio requer o estabelecimento de uma polí- não se mede monetariamente. Desta forma, cabe ao arbítrio do
tica de conduta que pode ser um acordo coletivo ou o regulamento juiz e à força criativa da doutrina e jurisprudência, a instituição de
de pessoal da empresa. Este documento deve ser distribuído para critérios que vão presidir as indenizações por dano moral, sendo
todos na empresa que o assinarão atestando seu conhecimento e que não podem estas se transformar em motivo de enriquecimento
concordância com o que está ali estabelecido. (SANTOS, 2002, p. 137).
Estes mecanismos de controle devem reduzir a gravidade do O assédio sexual também deixa sequelas na vítima em seu foro
problema, porém deve-se ter o cuidado para não criar um excesso íntimo, gera dor pela humilhação sofrida e pelo desrespeito à sua
de zelo e medo que façam com que o relacionamento entre os com- honra e liberdade, podendo, portando, ser reparado por meio dos
panheiros de trabalho praticamente não exista (PASTORE, 1998, p. danos morais (LOPES, 2001, p. 124).
42). A reparação do dano deve levar em conta a gravidade da afron-
ta, a intensidade do sofrimento e, é claro, as condições sociais e
econômicas do assediante (PASTORE, 1998, p. 79).

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
dade pública competente. Nestes casos, é-lhe vedado participar de
CONFLITO DE INTERESSES deliberação que possa suscitar conflito de interesses com o Poder
Público.
6. No trabalho voluntário em organizações do terceiro setor,
RESOLUÇÃO Nº 8, DE 25 DE SETEMBRO DE 2003 sem finalidade de lucro, também deverá ser observado o disposto
nesta Resolução.
Identifica situações que suscitam conflito de interesses e dispõe 7. As consultas dirigidas à Comissão de Ética Pública deverão
sobre o modo de preveni-los estar acompanhadas dos elementos pertinentes à legalidade da si-
A COMISSÃO DE ÉTICA PÚBLICA, com o objetivo de orientar tuação exposta.
as autoridades submetidas ao Código de Conduta da Alta Adminis- Brasília, 25 de setembro de 2003
tração Federal na identificação de situações que possam suscitar
conflito de interesses, esclarece o seguinte:
1. Suscita conflito de interesses o exercício de atividade que: RELACIONAMENTO INTERPESSOAL: A IMPORTÂNCIA DO
a) em razão da sua natureza, seja incompatível com as atribui- AUTOCONHECIMENTO, DIFERENÇAS INDIVIDUAIS, TEM-
ções do cargo ou função pública da autoridade, como tal considera- PERAMENTO, SUPERAÇÃO DE CONFLITOS, CAPACIDADE
da, inclusive, a atividade desenvolvida em áreas ou matérias afins à DE EMPATIA
competência funcional;
b) viole o princípio da integral dedicação pelo ocupante de car-
go em comissão ou função de confiança, que exige a precedência Dentro de uma corporação, a postura profissional é a combina-
das atribuições do cargo ou função pública sobre quaisquer outras ção entre as características particulares de um indivíduo e suas ati-
atividades; tudes dentro do ambiente de trabalho. A postura de um indivíduo é
c) implique a prestação de serviços a pessoa física ou jurídi- formada por sua conduta, valores, ética, crenças, hábitos, conheci-
mentos e, principalmente, suas atitudes.
ca ou a manutenção de vínculo de negócio com pessoa física ou
Existe uma postura adequada para cada tipo de trabalho, mas
jurídica que tenha interesse em decisão individual ou coletiva da
de maneira geral, algumas práticas contribuem para que o colabo-
autoridade;
rador seja visto com um verdadeiro profissional em todos os am-
d) possa, pela sua natureza, implicar o uso de informação à bientes.
qual a autoridade tenha acesso em razão do cargo e não seja de • As relações interpessoais, a forma como o indivíduo se rela-
conhecimento público; ciona com os demais stakeholders e colaboradores de uma empre-
e) possa transmitir à opinião pública dúvida a respeito da inte- sa, compõem conexões fundamentais para passar uma boa imagem
gridade, moralidade, clareza de posições e decoro da autoridade. profissional;
2. A ocorrência de conflito de interesses independe do recebi- • Uma boa postura física também envia a mensagem ao outro
mento de qualquer ganho ou retribuição pela autoridade. de autoconfiança e, portanto, confiança em seu próprio trabalho, o
3. A autoridade poderá prevenir a ocorrência de conflito de in- que também é crucial para uma boa postura profissional;
teresses ao adotar, conforme o caso, uma ou mais das seguintes • As vestimentas são um aspecto não-verbal que influenciam a
providências: forma como as pessoas enxergarão o indivíduo dentro de determi-
a) abrir mão da atividade ou licenciar-se do cargo, enquanto nado ambiente de trabalho; ela age, muitas vezes, como um cartão
perdurar a situação passível de suscitar conflito de interesses; de visita e, se feita de forma adequada aos padrões profissionais,
b) alienar bens e direitos que integram o seu patrimônio e cuja transmite profissionalismo em qualquer situação, mesmo andando
manutenção possa suscitar conflito de interesses; na rua, em um ambiente fora do próprio trabalho;
c) transferir a administração dos bens e direitos que possam • Tratar das próprias questões durante o período de trabalho é
suscitar conflito de interesses a instituição financeira ou a adminis- ume exemplo do que não fazer, um colaborador com postura profis-
tradora de carteira de valores mobiliários autorizada a funcionar sional não responde e-mails, mensagens ou realiza telefonemas de
pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários, con- cunho pessoal durante o expediente; os aparelhos celulares podem
forme o caso, mediante instrumento contratual que contenha cláu- ser grandes inimigos da produtividade e tem potencial para desvia-
sula que vede a participação da autoridade em qualquer decisão de rem o foco dos que desejam ter um bom desempenho e serem bem
vistos no trabalho.
investimento assim como o seu prévio conhecimento de decisões
• Fofocas, rumores e qualquer tipo de propagação de informa-
da instituição administradora quanto à gestão dos bens e direitos;
ção desnecessária sobre colegas de trabalho podem atrapalhar o
d) na hipótese de conflito de interesses específico e transitório,
andamento de equipes inteiras, além de denunciar uma gritante
comunicar sua ocorrência ao superior hierárquico ou aos demais falta de profissionalismo, pois quanto mais homogêneas e orgâni-
membros de órgão colegiado de que faça parte a autoridade, em se cas são as relações entre os membros de uma empresa, maiores são
tratando de decisão coletiva, abstendo-se de votar ou participar da as chances desta ser bem sucedida e obter melhores resultados;
discussão do assunto; este tipo maléfico de conversa, no entanto, pode contaminar o am-
e) divulgar publicamente sua agenda de compromissos, com biente e torná-lo tóxico.
identificação das atividades que não sejam decorrência do cargo ou Estas dicas e observações sobre postura profissional e relações
função pública. interpessoais, apesar de úteis, configuram apenas uma pequena
4. A Comissão de Ética Pública deverá ser informada pela au- parte da discussão deste tema. Mas devem ser levadas em consi-
toridade e opinará, em cada caso concreto, sobre a suficiência da deração de maneira geral, apesar de cada empresa possuir seus
medida adotada para prevenir situação que possa suscitar conflito próprios valores e códigos de conduta — que são excelentes for-
de interesses. mas de adquirir uma postura mais profissional e adequada para seu
5. A participação de autoridade em conselhos de administração ambiente de trabalho, mas que devem vir acompanhadas do bom
e fiscal de empresa privada, da qual a União seja acionista, somente senso e da ética em toda e qualquer situação.
será permitida quando resultar de indicação institucional da autori-
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Bem como lidar com o público, lidar com a equipe interna de de visão faz com que a população não se atente à outros tipos de
uma empresa também não é tarefa simples. Seres humanos são funções exercidas por servidores públicos que podem e devem ser
complexos e possuem peculiaridades, diferentes personalidades, avaliadas e observadas pelo povo com lentes renovadas.
se comportam de maneiras distintas e até se comunicam de diver- A população tem o direito de opinar sobre o trabalho realizado
sos jeitos. Ainda assim, quanto mais uma equipe trabalha, pensa e pelos servidores públicos, fóruns, enquetes, votações e reclama-
se move em prol dos objetivos de maneira homogênea e unânime, ções podem ser realizadas através dos sites governamentais oficias.
maior a probabilidade do sucesso de uma empresa. Para tal, é pre- Estas informações se tornam relatórios que são enviados para os
ciso levar em consideração alguns pontos a serem desenvolvidos responsáveis diretores e presidentes de cada órgão, a fim de que
em equipe, confira. eles ou até mesmo seus superiores realizem as devidas alterações e
mudanças cabíveis, como destituição de cargos, alterações hierár-
Personalidade e relacionamento quicas, aberturas ou fechamentos de órgãos e ministérios.
O modo como os relacionamentos se estabelecem no trabalho Este recurso é um benefício democrático que apenas uma pe-
devem ser exclusivamente profissionais, mas isto não significa que quena parcela da população costuma se interessar, mas que pode
uma equipe não pode ser amigável ou ter qualquer tipo de proximi- fazer toda a diferença na vida da população que usufrui de serviços
dade amigável dentro dos padrões éticos de cada órgão, corporação públicos como hospitais, creches, cartórios, entre outros. O servi-
ou instituição. A realidade é que é fácil fazer amizade e integrar-se dor, por sua vez, está sujeito à opinião pública tanto quanto um
com aqueles com quem possuímos mais afinidade, por questões de funcionário de uma empresa está sujeito a opinião de um cliente.
personalidade e interesses em comum, cujas raízes costumam estar Algumas profissões tem esse tipo de interação mais presente, como
em aspectos de fora do próprio trabalho, o que não necessariamen- no caso de freelancers, prestadores de serviços, que trabalham di-
te seria capaz fomentar e incentivar o trabalho em equipe em prol retamente com o cliente. Desse modo, a fim de proporcionar o me-
dos objetivos da empresa. lhor serviço possível à população, os servidores precisam combinar
Personalidade é um aspecto da individualidade de cada pes- forças para que, em conjunto, possam ouvir, aprender e colocar em
soa responsáveis por caracterizar suas ações e reações, seu humor, prática planos de ação capazes de fortalecer a equipe e proporcio-
sua forma de se falar, seu temperamento e questões ligadas à au- nar melhores serviços aos usuários.
toestima, extroversão ou introversão. Existem muitos tipos de per-
sonalidades em uma empresa; indivíduos mais tímidos e quietos, O órgão e a opinião pública
outros mais falantes e ativos; alguns mais sérios, reservados; outros A fim de aperfeiçoar o trabalho dos órgãos governamentais, a
mais engraçados e explosivos; são diversas as combinações, e nem opinião pública é de suma importância. Desde 1991, uma ação efe-
sempre a personalidade de um integrante da equipe é equivalente tiva foi implantada a fim de desburocratizar e melhorar a gestão pú-
a de outro, um fato que pode explicar a origem de conflitos e de- blica, o Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização.
savenças, que surgem quando questões pessoais são colocadas em Além de incentivar maior participação dos cidadãos nas decisões
primeiro plano em detrimento ao objetivo comum de uma equipe. públicas, ele foi capaz de melhorar a transparência dos serviços re-
Casa indivíduo possui características únicas e exclusivas capa- alizados através de relatórios disponíveis para toda a população.
zes de enriquecer equipes e fortalece-la usando os pontos positivos Um dos recursos utilizados para incentivar o avanço das me-
e fortes de cada um em seu benefício. Um bom relacionamento em lhorias do serviço público é o Instrumento Padrão de Pesquisa de
equipe, ainda que ele não seja de maneira íntima do lado de fora Satisfação (IPPS), uma pesquisa de opinião que coleta dados sobre
do trabalho, pode incentivar e motivar colaboradores e trazer bons o índice de satisfação dos usuários com o serviço público. Este tipo
resultados para a empresa, fazendo com que ela se beneficie desta de relação fomenta a democratização do país, o que é importante
relação. para ambas as partes, pois oferece conhecimento à população so-
bre o que o Estado e seus órgãos tem feito em prol dela e de que
Eficácia no comportamento interpessoal maneira ela tem se beneficiado do que os órgãos públicos de cada
As mesmas regras que se aplicam ao atendimento ao cliente, estado oferecem.
podem ser aproveitadas para explicar como garantir a eficácia das
relações interpessoais. Cada indivíduo tem competências singula- Fatores positivos do relacionamento
res que se combinadas podem trazer sucesso. Enquanto isso é uma Em questão de trabalho em equipe, alguns fatores positivos
verdade, deve-se ter em mente que para realizar essa combinação podem ser observados na relação em conjunto. O ato de comuni-
de forma eficaz é preciso saber se relacionar com as pessoas. car, dialogar e debater soluções diariamente com uma equipe ajuda
O comportamento interpessoal é algo que deve ser exercita- a desenvolver habilidades interpessoais e comunicativas que serão
do pois nem sempre é natural para alguns (os mais introvertidos) e úteis em todas as áreas da vida, além de proporcionar aprendiza-
muitas vezes precisa ser podado ou lapidado para outros (os mais gem àqueles que ainda não possuem suas habilidades comunicati-
extrovertidos). Desenvolver a empatia, saber se colocar no ligar do vas bem desenvolvidas com a ajuda de outros membros do grupo.
outro é um dos comportamentos mais necessários para estabelecer Além disso, quando em conjunto se busca soluções para um mesmo
boas relações interpessoais, bem como saber escutar o outro e pro- problema, com a combinação das diversas habilidades e formações
mover a inclusão de todos durante rodas de conversas, discussões dos membros de um time, diferentes ideias e soluções surgem, in-
importantes e compartilhamento de opiniões e ideais, de forma clusive em maior quantidade, o que pode agilizar a resolução do
respeitosa e humana. problema.
Um dos fatores mais positivos do relacionamento em equipe é
Servidor e opinião pública desenvolver respeito mútuo e cordialidade; investir apenas um pro-
Muitas vezes a opinião pública sobre o funcionário público é fissional de maneira isolada pode não ser suficiente para melhorar
estereotipada, pois parte do princípio do negativo, focando naqui- o desempenho de uma equipe inteira. Entender, porém, os pon-
lo que se observa de longe sobre alguns funcionários do Estado tos fortes e fracos de todo um grupo pode ser um guia em direção
que ficam em evidência, como vereadores e deputados. Este tipo aos objetivos de uma empresa. O senso de compromisso e com-

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
prometimento também é outro fator positivo desenvolvido com o irão fortalecer o grupo. Respeito e consideração são atitudes neces-
relacionamento em equipe, melhorando o ambiente de trabalho, sárias para tratar bem o outro, além da escuta ativa e consciente.
promovendo mais tolerância e harmonia. Quando projetamos a personalidade de alguém em nós mesmos,
aprendemos a valorizar a individualidade do outro e suas emoções,
Comportamento receptivo e defensivo bem como valorizamos e nos atentamos às nossas. A busca pela
Diante de um novo acontecimento, uma nova informação, ta- compreensão das emoções alheias deve ser realizada de maneira
refa ou serviço, indivíduos esboçam diferentes reações. Por vezes, profunda e racional, a fim de sentir o que o outro sentiria em sua
o inconsciente pode interpretar uma situação nova como um aler- própria pele de maneira fiel e sem deixar de lado a razão.
ta de perigo e, assim, o indivíduo age em prol de sua autodefesa,
chamamos este tipo de reação de comportamento defensivo. Este Compreensão mútua
comportamento parte de um olhar desconfiado em relação ao que Todo indivíduo possui uma origem, sua criação, as referências
o outro diz ou à forma como ele age. Isto ocorre devido ao medo que tem da infância à vida adulta, o ambiente em que vive e as in-
ou à ansiedade de ser prejudicado diante de situações desconheci- fluencias que recebe a partir de sua convivência social moldam seu
das, quando a mensagem recebida é distorcida em sua perspectiva. caráter, seus valores e o modo como este age e enxerga a vida. Dife-
Como um mecanismo a fim de preservar sua autoimagem positiva, renças são inevitáveis, elas fazem parte de um processo natural de
sua compostura, sanidade e bem-estar físico ou mental, o indivíduo construção social. As diferenças podem gerar conflitos e desaven-
age de maneira defensiva inconscientemente. Este comportamen- ças quando não há compreensão mútua por parte dos indivíduos.
to, no entanto, pode ser benéfico quando se trata de fato de ope- Compreensão mútua refere-se à compreensão fundamentada
rações ou situações de risco, podendo proteger o indivíduo e sua em respeito entre duas ou mais partes. Este tipo de relação se esta-
integridade física, mental, financeira, entre outras. belece quando há respeito e entendimento entre pessoas, mesmo
Por outro lado, em outras personalidades existe o comporta- em meio à diferentes opiniões. Para compreender o outro, é neces-
mento receptivo. O indivíduo com comportamento receptivo ge- sário desenvolver boa comunicação interpessoal. A maneira como
ralmente analisa, percebe e aceita as possibilidades que os demais as relações se estabelecem no ambiente de trabalho são determi-
podem vir a descartar, por entender o potencial de algo novo em nantes para o progresso de uma equipe e de uma empresa inteira.
sua vida. Este indivíduo costuma ser otimista e ter mente aberta a Compreensão mútua é um recurso humano da empatia capaz de
mudanças, sem preconceitos contra alterações de percurso e novos implementar bons relacionamentos em qualquer ambiente.
desafios. Este tipo de personalidade é movido pela curiosidade, o
que o torna mais suscetível a correr riscos e se colocar em situações Referências
de perigo sem que ele perceba. Uma pessoa, porém, que abraça http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com/2008/12/servidor-
causas e aceita novas propostas e abordagens sem medo pode ser -e-opinio-pblica.html
uma boa aliada para se trabalhar em equipe. Mas para isso, deve- https://artia.com/blog/5-vantagens-do-trabalho-em-equipe/
-se ter um senso crítico e analítico apurado, capaz de separar boas https://www.ibccoaching.com.br/portal/rh-gestao-pessoas/conheca-
oportunidades de armadilhas, boas ideias de ideias medíocres. -os-beneficios-do-trabalho-em-equipe/
Geralmente estas personalidades entram em conflito dentro http://metodologiacientifica-rosilda.blogspot.com/2010/04/comporta-
de uma equipe quando não são bem gerenciadas, o ideal neste caso mento-receptivo-e-defensivo.html
é ter um mediador que possa interferir e realizar a gestão da equi- https://www.idj.com.br/fique-sabendo/308-voce-sabe-o-que-e-postu-
pe de maneira sábia. Assegurar às personalidades mais defensivas ra-profissional#:~:text=A%20postura%20profissional%20%C3%A9%20
sobre a assertividade de novas propostas, através de prospecções, o,%2C%20conhecimentos%2C%20comportamentos%20e%20atitudes.
estatísticas e planos de ação, podem garantir que estes indivíduos https://www.edools.com/comunica-
fiquem mais tranquilos e ajam de maneira mais aberta e responsi- cao-no-ambiente-de-trabalho/#:~:text=A%20comunica%C3%A7%-
va. Expor os pontos negativos e planos alternativos de maneira ho- C3%A3o%20%C3%A9%20respons%C3%A1vel%20por,aprimorar%20
nesta também pode ajudar as personalidades mais receptivas a não a%20rotina%20de%20trabalho.&text=De%20maneira%20ge-
pularem de cabeça em uma ideia sem antes a analisarem com cau- ral%2C%20melhorar%20a,de%20maneira%20clara%20e%20objetiva.
tela. Tudo depende da abordagem e de uma boa gestão de pessoas. https://www.idj.com.br/fique-sabendo/308-voce-sabe-o-que-e-postu-
ra-profissional#:~:text=A%20postura%20profissional%20%C3%A9%20
Empatia o,%2C%20conhecimentos%2C%20comportamentos%20e%20atitudes
Nem sempre é tarefa fácil identificar o que o outro está sen-
tindo, pensando ou prever a forma como ele irá reagir ou lidar com
uma situação. Uma tarefa comum do dia-a-dia de trabalho de um RELAÇÕES DE TRABALHO: LIDERANÇA, TRABALHO EM
professor, como por exemplo fazer uma atividade de dia dos pais EQUIPE. MOTIVAÇÃO
com os alunos, pode parecer algo banal de se realizar no ambiente
escolar; no, entanto, para um professor que perdeu o pai ou que
não tem contato com seu pai, esta tarefa pode ser desgastante, ár- É o método dentro da administração, que abrange um conjun-
dua e até mesmo difícil de realizar. Um gestor ou colega de trabalho to de técnicas dedicadas a extrair a máxima competência do indiví-
pode muitas vezes não enxergar essa realidade por não conhecer duo dentro da organização.
bem a realidade do professor em questão ou por ser incapaz de As tarefas dessa gestão são:
compreender uma realidade diferente da sua própria. • Desenvolvimento de líderes
Para que este tipo de situação desconfortável, capaz de desmo- • Atração
tivar equipes inteiras, é necessário ter em mente que a empatia é • Conservação
a chave para construir boas relações interpessoais. A empatia pode • Administração
ser definida como a capacidade de colocar-se no lugar do outro, • Reconhecimento
respeitando-o em suas escolhas, decisões e sentimentos. Para exer- • Orientação
cer a empatia é necessário estabelecer diálogo, uma comunicação
franca e aberta em equipe é capaz de criar laços de empatia que

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Utilizando uma série de estratégias administrativas, a Gestão Objetivos da Gestão de Pessoas
de Pessoas compreende e ocupa-se com os interesses do indivíduo Permitir que as metas da organização, em conjunto com os ob-
dentro da organização, dedicando-se principalmente pelo espírito jetivos pessoais, sejam alcançadas. Visa:
de equipe, sua motivação e qualificação. É o conjunto integrado de • Gerir pessoas para que a organização atinja seus objetivos,
processos dinâmicos e interativos, segundo a definição de Idalberto missão e visão estratégica sejam atingidos com sucesso: Resultados
Chiavenato (escritor, professor e consultor administrativo, atua na satisfatórios.
área de administração de empresas e recursos humanos). Nela en- • Gerir pessoas para que a manutenção dos talentos seja efeti-
contramos ferramentas que desenvolvem habilidades, comporta- va e contínua: Manter as pessoas motivadas, desenvolvidas, treina-
mento (atitudes) e o conhecimento, que beneficiam a realização do das e principalmente atraí-las e retê-las à organização.
trabalho coletivo, produzindo valor econômico (Capital Humano). • Gerir pessoas de maneira a ampliar a competitividade da or-
Dedica-se a inserir melhoradas práticas de gestão, garantindo ganização: planos de carreira.
satisfação coletiva e produtividade otimizada que visa alcançar re- • Gerir pessoas para aumentar a satisfação do cliente: melhora
sultados favoráveis para o crescimento saudável da organização. a qualidade do produto/serviço.
• Gerir pessoas melhorando a qualidade de vida: aumenta a
Histórico produtividade e a satisfação do indivíduo.
O departamento pessoal foi iniciado no século XIX. Com a res- • Gerir pessoas desenvolvendo culturas dentro da organização:
ponsabilidade apenas de medir os custos da empresa, produtivida- possibilitando o desenvolvimento de mudanças, facilitando e agili-
de não era o foco. Os colaboradores eram apenas citados como Ati- zando a resposta da organização para com as exigências do merca-
vo Contábil na empresa. Não havia amplas relações de motivação, do: Competência.
ou de entendimento de ambiente organizacional com o indivíduo • Gerir pessoas mantendo condutas com base na ética: Dire-
ou vice-e-versa. trizes.
A teoria clássica (mecanicista), entendia que o homem teria
que ter uma organização racional no trabalho e seria estimulado Conceitos da Gestão de Pessoas
através de recursos financeiros, falava-se mais na eficiência opera- Administração de Recursos Humanos - entendimento mais an-
cional. O homem era entendido como homem econômico, que se- tigo (técnicas - tarefas):
ria recompensado e estimulado a partir da quantidade de recursos • É a Provisão, o Treinamento, o Desenvolvimento, a Motivação
financeiros que fossem a ele fornecido. e a Manutenção dos empregados.
Após isso, a Teoria das Relações Humanas começou a com-
preender que o homem teria outras demandas e que o ambiente Gestão de Pessoas (relação – elemento imaterial):
organizacional agora, também influenciava a sua produtividade, • É o elemento que constrói e é responsável pelo cuidado do
passou-se então, a entender o indivíduo a partir da teoria das re- capital humano.
lações humanas.
Iniciando a CLT, na década de 30 - 50, as leis trabalhistas de- Principais diferenças
veriam ser seguidas e isso deveria ser supervisionado de perto por • Gestão de Pessoas não é nomeado normalmente como de-
um responsável, foi aí que a estrutura do RH (Recursos Humanos) partamento, como é o RH (Recursos Humanos);
começou a ser formada. • A competência da Gestão de Pessoas é responsabilidade dos
Com a evolução do RH, a partir dos anos 70 o foco voltava-se gestores, dos líderes, que operam em união com a área de Recursos
então para pessoas e não para o burocrático e operacional apenas. Humanos; Assim, para que as atividades de Gestão de Pessoas pos-
Tornando a estrutura mais humanizada inicia-se então, o conceito sam acontecer da melhor forma, o RH disponibiliza as ferramentas
do planejamento estratégico para conservar talentos e engajar a e os mecanismos.
equipe, motivando-a; mais tarde chamaríamos de Gestão de Pes- • Sendo um processo que também foca no desenvolvimento do
soas. indivíduo dentro da organização, a estratégia é mais voltada para o
lado humano das relações de trabalho. Portanto, a Gestão de Pes-
Processo evolutivo soas não se restringe a apenas uma área da organização, mas inter-
corre em todos os setores.
Contabilidade e processos rela-
1º DEPARTAMENTO Desafios da Gestão de Pessoas
cionados a contratação e demissão de
PESSOAL Uma vez que a Gestão de Pessoas tem como intuito atingir re-
funcionários: burocracia
sultados favoráveis, se torna cada vez mais desafiador dentro do
Treinamento e desenvolvimento do cenário empreendedor formar líderes dentro das organizações, e
2º GESTÃO
indivíduo e suas capacidades, potenciali- liderança é parte fundamental na Gestão de Pessoas. Desafios:
DE PESSOAS
zando-as: comunicação, manutenção • A compreensão efetiva de adequar a necessidade da organi-
Definição dos níveis de uma organi- zação ao talento do indivíduo. Entender que dependendo do tipo
zação (pirâmide) de mão-de-obra que a organização necessita, ela terá um perfil es-
Topo: estratégico pecífico de trabalhador.
3º GESTÃO
Intermediário: tático • Alinhar os objetivos da Organização com os do Indivíduo.
ESTRATÉGICA
Base: operacional • Entender e balancear os aspectos internos e externos. Exem-
DE PESSOAS
Passam a fazer parte das decisões da plo: A organização saberá o valor monetário do indivíduo mediante
organização – planejamento. a pesquisa de mercado para aquela área específica, isso é aspecto
externo.
• Criar um ambiente de trabalho favorável ao indivíduo que
pode estar descontente com sua organização porque seu ambiente
de trabalho é ruim, isso é aspecto interno.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Características da Gestão de Pessoas Exemplo: Se o colaborador perceber, ao decorrer de sua traje-
Gestão de Pessoas é Responsabilidade de Linha e Função de tória na Organização que está fornecendo mais do que recebendo,
STAFF. a relação aqui é rompida, e a partir daí a Organização entra em De-
Exemplo: sequilíbrio Organizacional.
Dentro do Organograma temos os conceitos funcionais da or- Quanto mais a Organização se mantém em Equilíbrio organiza-
ganização: Áreas e responsáveis por elas; Se vamos trabalhar a mo- cional, mais sucesso ela terá nos seus resultados de suas relações
tivação de um determinado indivíduo dentro da organização, o res- de recompensa e motivação de Pessoas.
ponsável diretamente (líder) é chamado de Responsável de Linha:
seria seu supervisor ou gerente direto. Comportamento organizacional
A assessoria para esse trabalho de desenvolvimento e motiva- É o estudo da conduta das pessoas e suas implicações no am-
ção do indivíduo, fica por conta do RH (Recursos Humanos) que é a biente de uma organização. Visa alcançar maior compreensão acer-
Função de STAFF. ca do contexto empresarial para compor o desenvolvimento seguro
e contínuo do trabalho. O indivíduo aqui tem um papel importante
Principais Mecanismos da Gestão Estratégica de Pessoas na participação da organização, contudo, ele pode ser ou não o pro-
• Planejamento de RH (Recursos Humanos): Que pessoas de- tagonista nos resultados.
vemos contratar/demitir? Que áreas temos a melhorar, desenvol- Aqui são abandonadas as posições prescritivas e afirmativas
ver? Para que a organização seja mais forte, cresça e atinja seus (de como deve ser) para uma abordagem mais explicativa e descri-
objetivos. tiva. A ênfase nas pessoas é mantida dentro de uma posição organi-
• Gestão de Competências: A sinérgica relação do CHA com o zacional de forma mais ampla.
atingimento dos objetivos organizacionais: Os principais temas de estudos serão sobre: Estilos de admi-
(CHA - Conhecimento: saber teórico, formação - Habilidade: sa- nistração, Processo decisório, Motivação, Liderança e Negociação.
ber prático - Atitude: vontade de executar. Ou seja, pessoas certas Evolução no entendimento do indivíduo:
nos cargos certos, gerando resultados favoráveis.
• Capacitação Contínua com base na Competência: Capacitar, A análise do comportamento humano garante muitos benefí-
desenvolver e treinar o indivíduo, ampliando suas habilidades para cios à organização no geral. Como por exemplo reter talentos e pro-
o que a organização necessita, atingindo seus resultados. mover engajamento e sinergia entre os públicos alvo.
• Avaliação de desempenho e competências (permanente). Garantir benefícios e um ambiente de trabalho harmônico que
encoraje a motivação é responsabilidade da organização, assim
Equilíbrio organizacional como, a cocriação e o engajamento. Aplicando ações referente à
É uma teoria que diz respeito a relação das Pessoas com a Or- essa área de conhecimento fica claro para os colaboradores que a
ganização e vice-e-versa; ou seja, a Organização e seus colabora- organização visa desenvolver cada indivíduo da forma mais adequa-
dores, seus clientes, ou fornecedores = Pessoas. Em meio a essa da possível.
relação, a Organização entrega incentivos (produtos, serviços, sa- Os agentes que influem no resultado satisfatório de um com-
lários) e recebem contribuições (pagamentos, matérias-primas e portamento organizacional são diversos:
mão de obra) estabelecendo assim uma balança, pela necessidade
de equilíbrio entre incentivos e contribuições, para a continuidade
Motivação
de operação da Organização. Ou seja, a relação entre Organização
É um fator dos principais que cooperam para atingir grandes re-
e Pessoas deve estar em equilíbrio para que ela continue a existir.
O sucesso desse conceito transmite o resultado da Organiza- sultados e, assim, uma boa rentabilidade para a organização. Uma
ção quando na motivação e remuneração (não somente moneta- equipe motivada se dedica mais e tem maior facilidade em entregar
riamente, mas também de fins não-materiais) dos colaboradores, a demandas segundo a qualidade esperada ou até acima.
ferramenta da Gestão de Pessoas. Nesse ponto, para obter sucesso é indispensável que o RH (Re-
• Organização: Sistemas de Comportamentos Sociais, Sistema cursos Humanos) e os líderes tenham sinergia. Atentando-se aos
de relações de Contribuições e Incentivos. É o conjunto de recursos pontos vulneráveis que podem ser corrigidos com métodos e capa-
e pessoas que estão alinhados para o alcance de um resultado. citações. Já os pontos fortes podem ser desenvolvidos de modo a se
Os participantes recebem recompensas em troca das contribui- tornarem efetivamente crescentes.
ções. Não se trata apenas de ações pontuais, as atividades precisam
ser bem planejadas. É importante ter em mente que a continuida-
de traz resultados a curto, médio e longo prazo. Se torna crucial
o comprometimento com a gestão correta para que se alcance o
desenvolvimento de pessoas.

Liderança
É responsável pelo desafiador papel de gerir e conduzir pes-
soas à resultados satisfatórios. Nesse papel, as organizações consi-
deram de extrema importância colocar um indivíduo de excelência,
pois cada área necessita de talentos adequados.
Administrar a equipe sinergicamente, alcançando metas, cum-
prindo prazos, motivando e inspirando cada indivíduo a entregar
cada vez melhor seu trabalho é função de um bom líder. Para tanto
o comprometimento, planejamento, empatia e inteligência emocio-
nal, geram e mantêm bons relacionamentos interpessoais.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Desempenho Evolução da Função - História, relacionamento sistêmico.
É o resultado de uma liderança efetiva e equipe motivada. O Na Escola Clássica de Administração, o desenvolvimento dos
RH (Recursos Humanos) junto aos líderes de cada área, se torna métodos de trabalho davam ênfase, exclusivamente, à forma de
responsável por desenvolver, medir, avaliar regularmente esse de- se fazer o trabalho e à forma final do produto.
sempenho, estimulando a melhoria contínua. As ferramentas para A função da área de OSM era voltada para o desenvolvimen-
essa avaliação são: feedbacks periódicos, que promovem a auto to de um sistema, para as várias unidades organizacionais da
avaliação, análise crítica de cada área e da organização no geral. O Empresa.
plano de carreira que considera evolução de cargos e salários tem Na atualidade, analisa-se o homem como peça fundamen-
esse processo como primeiro passo. tal do processo, estuda-se o comportamento das funções e o
comportamento do indivíduo. Os métodos de trabalho deixam
de ser rígidos e passam a ser orientadores. Os sistemas são
ELABORAÇÃO E GESTÃO DE PROCESSOS ADMINISTRA- desenvolvidos pelas unidades organizacionais usuárias.
TIVOS OSM é usada como uma função que diagnostica problemas
administrativos e depois o sana. Assim, em algumas organiza-
ções, a unidade de OSM existe como um serviço de permanente
Embora nossa sociedade evolua nas diversas áreas, torna-se revisão crítica de áreas administrativas inteiras.
cada vez mais importante o papel do analista de Organização Por volta dos anos 80, com o advento da informática, foi
Sistemas e Métodos na vida das pessoas e das organizações. requerida a presença do analista de sistema, ligado à área de
Vamos observar alguns conceitos importantes para o estudo de processamento de dados, que tinha como função a tarefa de
OSM. informar os métodos de trabalho existentes. Havia então diver-
• Organização: associação ou instituição com objetivos de- gências entre Analista de O&M e o Analista de Sistema. Mas,
finidos. desde o final dos anos 80, esses profissionais estão reconcilia-
• Sistema: disposição das partes ou dos elementos de um dos, integrados e adaptados, podendo-se falar em Organização,
todo, coordenados entre si, e que funcionam com estrutura or- Sistemas e Métodos, como uma só função.
ganizada.
• Método: procedimento, técnica ou meio para se atingir OSM desenvolve os trabalhos de:
um objetivo.
1 - Estrutura Organizacional
Atualmente a Organização, Sistemas e Métodos estão Projetar a criação, união ou eliminação de unidades, bem
muito mais focados nos processos. A OSM é mais planejada na como acompanhar a respectiva execução. Descrever e definir o
estratégia. Procura utilizar os melhores métodos para alcançar objetivo e as funções de cada uma das unidades organizacionais.
os objetivos da organização. Tem como finalidade auxiliar na Divulgar, nos níveis competentes, os trabalhos desenvolvidos
elaboração e/ou melhoria dos procedimentos. Usa como ferra- por OSM. Implantar, emitir e divulgar os trabalhos desenvolvi-
mentas no processo de melhoria das empresas: organogramas, dos por OSM.
formulários e fluxogramas. É a famosa consultoria cujos objeti- Elaborar, emitir e divulgar as normas, regulamentos e manu-
vos principais são: eliminar o supérfluo, otimizar os recursos das ais necessários.
empresas e maximizar os resultados.
2 - Racionalização Do Trabalho
OSM Definir a movimentação de documentos. Definir o fluxo de
“Conjunto de princípios e normas que têm por objetivo decisões dos sistemas. Elaborar e acompanhar os estudos dos
planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar os esforços de sistemas e rotinas administrativas. Modificar os métodos de
grupos de indivíduos que se associam para atingir um resultado trabalho através da análise e criação de formas alternativas.
comum.” G.L. Heilborn Atualizar as técnicas administrativas e dos sistemas de trabalho.
Administrar uma Empresa é estabelecer condições favorá- Definir os formulários e demais instrumentos que acompanhem
veis para que um grupo organizado de pessoas possa atingir um e complementem as soluções operacionais, administrativas ,
ou mais objetivos pré-determinados, visando, a cada etapa do funcionais adotadas. Fazer pesquisas sobre evoluções tecno-
processo administrativo, a melhoria da produtividade! lógicas que possam ser utilizadas pela empresa em suas áreas.
Todo empreendimento que exige o esforço coordenado de Desenvolver internamente novas opções tecnológicas.
um conjunto de pessoas necessita de alguma organização para
ser executado e o sucesso depende da qualidade da administra- 3 - Desenvolvimento Organizacional
ção. Estudar e definir os ciclos organizacionais. Analisar as alter-
Cada Organização tem as suas normas e culturas. . nativas de ação para promover a maturidade organizacional.
O homem sempre procurou racionalizar, aperfeiçoar e Avaliar impactos ou desgastes provenientes das ações e dos
simplificar suas ações, para conseguir maior rendimento no seu ciclos.
trabalho.
O conceito de organização é o de gerir capital, recursos hu- 4 - Controle de Sistemas
manos, equipamentos e processos com o objetivo de se atingir Análise de viabilidade econômica no desenvolvimento de
um determinado resultado. sistemas. Elaboração de cronogramas físico/financeiro/pessoal
DefinindoOrganização, Sistemas e Métodos, temos como ob- para desenvolvimento. Avaliação de equipamentos, instrumen-
jetivo principal a procura de sistemas racionais, que executem tos e ferramentas à disposição.
as várias tarefas da empresa, garantindo, assim, a segurança de
tais procedimentos e das informações envolvidas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
5 - Sistemas de Informação A habilidade técnica consiste em utilizar conhecimentos,
Análise e definição da amplitude dos níveis organizacionais técnicas e equipamentos necessários para a realização das tare-
contemplados. Definição e estruturação dos dados a nível ope- fas específicas, através de sua instrução, experiência e educação,
racional das informações transacionais. Definição e estruturação TAIS COMO: habilidade para levantar dados, analisar, elaborar e
das atividades dos sistemas de informação para integração e implantar sistemas administrativos; habilidade de lidar com pro-
planejamento das informações gerenciais. Definição e estrutu- gramas, processos, processamentos, métodos e técnicas de aná-
ração das informações visando proporcionar flexibilidade, adap- lise administrativa, tendo em vista a planificação detalhada do
tabilidade e respostas rápidas à tomada e ao apoio à decisão. processo de trabalho; habilidade para manusear computadores;
habilidade para reunir ideias de forma lógica.
6 - Consultoria Externa A habilidade humana consiste na capacidade e no discerni-
Acompanhamento e eventual participação nos contratos mento para trabalhar com pessoas, compreender suas atitudes
e motivações e aplicar uma liderança eficaz.
com consultores (ou analistas) externos. Controlar os serviços
prestados por terceiros em sua área de atuação, qual seja OSM.
Para os profissionais de OSM, esta habilidade é de grande
Nota-se uma tendência atual no sentido de, cada vez mais,
importância, pois saber ouvir, observar e argumentar é neces-
enriquecer a função da área de OSM, que é compatível e
sário para a ação de influenciar terceiros, convencendo-os das
acompanha a evolução e sofisticação do meio ambiente onde a
vantagens de suas recomendações. Neste sentido deve estar
empresa se insere.
apto também para treinar usuários, sabendo lidar com suas
Compete à própria área de OSM em sua função de estru-
resistências.
turação organizacional, indicar racionalmente qual a melhor
A habilidade conceitual consiste na habilidade para com-
posição, de acordo com os recursos disponíveis, as formas de
preender as complexidades da Empresa como um todo e o
atuação e o ambiente interno e externo.
ajustamento do comportamento da pessoa dentro da estrutura
Essas relações profissionais podem ser classificadas em três organizacional da Empresa, promovendo ajustamentos necessá-
categorias: rios que são evidenciados através do levantamento e da análise
de dados dos sistemas administrativos.
Linha Para atingir seus objetivos o Analista deve se preparar, intro-
A área de OSM constituiria um departamento ou divisão duzindo em sua bagagem técnica conhecimentos sobre Relações
ou diretoria como as demais, todos subordinados a um único Humanas, Psicologia, bem como ter um gênio paciente e bem
diretor ou superintendente ou presidente. humorado, sem esquecer a perseverança e a garra profissionais
Vantagens: possui o mesmo poder de negociação que todos necessárias para se levar um trabalho a bom termo. Em síntese,
os demais; estabelece cronogramas de trabalho de acordo com o Analista deve saber se posicionar no meio ambiente.
os recursos disponíveis. O outro item que deverá merecer a atenção do Analista
Desvantagens: tendência a priorizar os “melhores” sistemas. de OSM é a hierarquia existente em sua Empresa. O trabalho
organizacional deve percorrer todos os níveis hierárquicos
Assessoria envolvidos, começando sempre nos escalões inferiores. Assim
É a função de aconselhamento. Não possui autoridade oficial sendo, o Analista terá uma massa de informações cada vez mais
sobre a linha. Não pode decidir o que será efetuado e como. sólida e consistente, à medida que acompanha a escala hierár-
Só pode aconselhar na tomada de tais medidas e dentro de sua quica, e economizará o tempo dos dirigentes. Além disso, com
área de especialidade. esta atitude o Analista irá sentir todos os problemas no próprio
A área de OSM depende da alta administração da empresa, local de sua ação.
principalmente na alocação de recursos. Isto significa que o Quanto à bagagem teórica do Analista de OSM, é importante
ideal é a subordinação à presidência, haja vista que a atividade que ele conheça os aspectos técnicos básicos da matéria a ser
de OSM abrange todas as áreas da Empresa. abordada, antes mesmo de contatar o Usuário. Assim, ambos
Vantagens: Não possui responsabilidade sobre as decisões poderão conversar na mesma linguagem e terão um entrosa-
tomadas; Não possui responsabilidade sobre a priorização dos mento maior.
trabalhos desenvolvidos.
Desvantagens: aumento, nas áreas, da resistência às mudan- O órgão de OSM é tido como elemento normatizador, “fa-
ças; difícil alocação dos custos pois um trabalho raramente se zedor de leis”.
refere ou afeta uma única área. O ser humano, por sua própria natureza, é avesso a quais-
quer normas ou regulamentos. Essa atitude é naturalmente
Funcional desfavorável à receptividade de OSM numa Empresa. Contudo,
Quando o assessor possui autoridade para dar ordens à é importante ressaltar que, se o órgão de OSM normatiza e até
linha. Esta autoridade se restringe, unicamente, à sua área de mesmo burocratiza os procedimentos funcionais, este trabalho
atuação e especialização. Esta forma somaria as vantagens das será sempre feito dentro de parâmetros racionais, o que acarre-
duas anteriores, eliminando também as desvantagens. Além tará maiores vantagens e, principalmente, maior produtividade
deste aspecto, apresenta uma vantagem a mais, que é permitir e eficiência do que um simples “laissez-faire”.
a centralização de objetivos e métodos, apesar da descentrali- O órgão de OSM é visto como um órgão que comete ingerên-
zação física. cia nos departamentos alheios.
Muitas chefias imediatas costumam considerar a atividade
Habilidades Necessárias de OSM como uma intromissão em seus setores, um elemento
Há três tipos de habilidades necessárias para que o adminis- perturbador de suas rotinas de trabalho. O objetivo de OSM é
trador possa executar eficazmente o processo administrativo: a ajudar, é favorecer uma produtividade maior. Não representa
habilidade técnica, a humana e a conceitual.
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
nenhum descrédito ou “atestado de incompetência” para uma interligados por participantes de uma organização. Conside-
chefia recorrer ao departamento de OSM. Ele existe para apoiar rando como instrumentos vitais de uma sociedade, Gibson et
todos os órgãos da sua Empresa.3 al. (1981), dizem que as organizações se caracterizam por um
comportamento voltado para uma determinada meta e que
Métodos Organizacionais além de instrumentos, criam ambientes que exercem sobre a
Na condução de um processo de mudança organizacional, vida de todos nós e de nossos comportamentos.
falar sobre a importância da utilização de um método, com No campo da sociologia, vamos encontrar em Bernardes e
foco em minimizar o impacto nos aspectos humanos, é tratar Marcondes (2005) que tratam organizações como termo gené-
da preparação das lideranças e das equipes envolvidas como rico, fruto de associações de produtores de bens ou serviços e
condutores deste processo. que, assim considerado, estão as empresas.
Para ocorrer uma mudança ou transformação pressupõe-se Não vamos nos aprofundar neste item organização em vista
uma alteração de um estado ou modelo anterior para uma do assunto já ter sido tratado e que, com muita propriedade, fez
situação futura, que, geralmente, é ocasionada por motivações referências a conceitos e exemplos, em disciplinas anteriores.
inesperadas e incontroláveis, ou por razões planejadas e preme- Queremos destacar que, na condução deste estudo e na relação
ditadas. com a área de OSM, a observação e a consideração de variáveis
Nas organizações, isso pode estar aliado a diferentes cená- organizacionais intervenientes, se localizam na linha comporta-
rios: direcionamento estratégico, fusões ou aquisições de novas mental.
empresas e, até mesmo, mudanças nas tecnologias utilizadas,
entre outras.
Geralmente, essas transformações trazem a necessidade de ANÁLISE E MELHORIA DE PROCESSOS. MELHORES PRÁ-
reavaliação dos processos organizacionais nos diferentes níveis TICAS
de autoridade e responsabilidade.
Teóricos do desenvolvimento organizacional, como Kurt
Lewin, afirmam que toda mudança organizacional implica em Ao analisar um processo, a equipe de projeto deve partir sem-
necessária alteração de comportamentos, hábitos ou atividades pre da perspectiva do cliente (interno ou externo), de forma a aten-
de indivíduos ou grupos. der às suas necessidades e preferências, ou seja, o processo começa
Para que um processo de mudança organizacional tenha e termina no cliente, como sugerido na abordagem derivada da filo-
sucesso, além do desejo das lideranças, é necessário que estas sofia do Gerenciamento da Qualidade Total (TQM). Dentro dessa li-
desenvolvam novas competências para a gestão dos aspectos nha, cada etapa do processo deve agregar valor para o cliente, caso
técnicos e humanos inerentes a este tipo de processo. O impul- contrário será considerado desperdício, gasto, excesso ou perda; o
so para o novo momento começa com a liderança, conforme que representaria redução de competitividade e justificaria uma
constata Leon Tolstoi: “todos pensam em mudar o mundo, mas abordagem de mudança.
Entender como funcionam os processos e quais são os tipos
ninguém pensa em mudar a si mesmo”.
existentes é importante para determinar como eles devem ser ge-
Na preparação das lideranças é importante a utilização de
renciados para obtenção de melhores resultados.
uma metodologia específica para facilitar e legitimar o processo.
Afinal, cada tipo de processo tem características específicas e
Os métodos, que são um caminho para chegar a um fim, con- deve ser gerenciado de maneira específica.
duzem o gerenciamento do processo de mudança para que, de A visão de processos é uma maneira de identificar e aperfei-
fato, eles sejam efetivos e conduzidos além do planejamento. çoar as interfaces funcionais, que são os pontos nos quais o traba-
As ações devem estar voltadas para os focos de comunicação, lho que está sendo realizado é transferido de um setor para o se-
capacitação e mapeamento dos impactos organizacionais, e a guinte. Nessas transferências é que normalmente ocorrem os erros
execução destas atividades deve contemplar um “como”, que e a perda de tempo.
facilite aos condutores do processo se apropriarem deste papel Todo trabalho realizado numa organização faz parte de um pro-
e das responsabilidades, legitimando o processo em todos os cesso. Não existe um produto ou serviço oferecido sem um proces-
níveis da organização. so. A Gestão por Processos é a forma estruturada de visualização
Neste aspecto, é necessário avaliar se a estrutura da meto- do trabalho.
dologia contempla as etapas prioritárias para o processo e suas
atividades, tais como preparação e alinhamento da visão da O objetivo central da Gestão por Processos é torná-los mais
mudança, mapeamento dos impactos, estruturação do plano de eficazes, eficientes e adaptáveis.
transição e comunicação e capacitação dos envolvidos. Eficazes: de forma a viabilizar os resultados desejados, a elimi-
O autor John Kotter, em seu best seller “Liderando Mu- nação de erros e a minimização de atrasos;
danças”, já explica que outro aspecto é avaliar como estas Eficientes: otimização do uso dos recursos;
atividades devem ser conduzidas e o que contempla as análises Adaptáveis: capacidade de adaptação às necessidades variá-
de funcionamento de grupos e equipes, bem como a cultura veis do usuário e
organizacional organização.
As organizações, com o papel de servir uma sociedade, con- Deve-se ter em mente que, quando os indivíduos estiverem
realizando o trabalho através dos processos, eles estarão contri-
tinuam apresentando soluções para todas as nossas necessida-
buindo para que a organização atinja os seus objetivos. Esta relação
des. Ao fazermos uso delas de maneira constante, contribuímos
deve ser refletida pela equipe de trabalho, através da consideração
para a manutenção do princípio de que estão em constante
de três variáveis de processo:
construção, fortalecendo um entendimento ideológico de ser
uma reunião de comportamentos, ou como observam Lacom- Objetivos do processo: derivados dos objetivos da organização,
be e Heilborn (2003), um sistema de comportamentos sociais das necessidades dos clientes e das informações de benchmarking
3 Texto de Marilza Grandisse disponíveis;
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Design do processo: deve-se responder a pergunta: “Esta é me- 1.Tradução do negócio em processos: É importante definir
lhor forma de realizar este processo?” quais são os processos mais relevantes para a organização e aqueles
que os suportam. Isso é possível a partir do entendimento da Visão
Administração do processo: deve-se responder as seguintes Estratégica, como se pretende atuar e quais os diferenciais atuais
perguntas: “Vocês entendem os seus processos? Os sub objetivos e desejados para o futuro. Com isso, é possível construir o Mapa
dos processos foram determinados corretamente? O desempenho Geral de Processos da Organização.
dos processos é gerenciado? Existem recursos suficientes alocados 2.Mapeamento e detalhando os processos: A partir da defini-
em cada processo? As interfaces entre os processos estão sendo ção do Mapa Geral de Processos inicia-se a priorização dos proces-
gerenciadas?” sos que serão detalhados. O mapeamento estruturado com a defi-
Realizando estas considerações, a equipe estabelecerá a exis- nição de padrões de documentação permite uma análise de todo o
tência da ligação principal entre o desempenho da organização e o potencial de integração e automação possível. De forma comple-
individual no desenvolvimento de uma estrutura mais competitiva, mentar são identificados os atributos dos processos, o que permite,
além de levantar informações que servem para comparar as situa- por exemplo, realizar estudos de custeio das atividades que com-
ções atuais e desejadas da organização, de forma a impulsionar a põe o processo, ou ainda dimensionar o tamanho da equipe que
mudança. deverá realizá-lo.
3.Definição de indicadores de desempenho: O objetivo do
Falar em processos é quase sinônimo de falar em eficiência, BPM é permitir a gestão dos processos, o que significa medir, atuar
redução de custos e qualidade, por isso é recorrente na agenda de e melhorar! Assim, tão importante quanto mapear os processos é
qualquer executivo. O atual dinamismo das organizações, aliado ao definir os indicadores de desempenho, além dos modelos de con-
peso cada vez maior que a tecnologia exerce nos negócios, vem fa- trole a serem utilizados.
zendo com que o tema processos e, mais recentemente, gestão por 4.Gerando oportunidades de melhoria: A intenção é garan-
processos (Business Process Management, ou BPM) seja discutido tir um modelo de operação que não leve a retrabalho, perda de
e estudado com crescente interesse pelas empresas. esforço e de eficiência, ou que gere altos custos ou ofereça riscos
Os principais fatores que tem contribuído para essa tendência ao negócio. Para tal é necessário identificar as oportunidades de
são: melhoria, que por sua vez seguem quatro alternativas básicas: in-
- Aumento da demanda de mercado vem exigindo desenvolvi- crementar, simplificar, automatizar ou eliminar. Enquanto que na
mento e lançamento de novos produtos e serviços de forma mais primeira busca-se o ganho de escala, na última busca-se a simples
ágil e rápida. exclusão da atividade ou transferência da mesma para terceiros.
- Com a implantação de Sistemas Integrados de Gestão, os 5.Implantando um novo modelo de gestão: O BPM não deve
chamados ERPs, existe a necessidade prévia de mapeamento dos ser entendido como uma revisão de processos. A preocupação
processos. Entretanto é muito comum a falta de alinhamento entre maior é assegurar melhores resultados e nesse caminho trata-se de
processos, mesmo depois da implantação sistema. uma mudança cultural. É necessária maior percepção das relações
- As regras e procedimentos organizacionais se mostram cada entre processos. Nesse sentido, não basta controlar os resultados
vez mais desatualizados devido ao ambiente de constante mudan- dos processos, é preciso treinar e integrar as pessoas visando gerar
fluxo de atividades mais equilibrado e de controles mais robustos.
ça. Em tal situação erros são cometidos ou decisões são posterga-
É por causa desse último passo que a implantação de BPM deve
das por falta de uma orientação clara.
ser tratada de forma planejada e orientada em resultados de curto,
- Maior frequência de entrada e saída de profissionais (turno-
médio e longo prazo.
ver) tem dificultado a gestão de conhecimento e a documentação
O BPM representa uma visão bem mais abrangente, onde a
das regras de negócio, gerando como resultado maior dificuldade busca por ganhos está vinculada a um novo modelo de gestão. Co-
como na integração e treinamento de novos colaboradores. locar tal modelo em prática requer uma nova forma de analisar e
Os efeitos destas e outras situações têm levado um número decidir como será o dia-a-dia da organização de hoje, amanhã, na
crescente de empresas a buscar uma nova forma de gerenciar seus semana que vem, no próximo ano e assim por diante.
processos. Muitas começam pelo desenvolvimento e revisão das
normas da organização ou ainda pelo mapeamento de processos. Podemos classificar processos de negócio em três tipos dife-
Entretanto, fazer isso de imediato é colocar o “carro na frente dos rentes:
bois”. - Processos primários (ou processos essenciais)
Em vez disso, o ponto de partida inicial é identificar os proces- - Processos de suporte
sos relevantes e como devem ser operacionalizados com eficiência.
- Processos de gerenciamento
Questões que podem ajudar nesta análise são:
- Qual o dimensionamento de equipe ideal para a execução e o
Processos primários
controle dos processos? Processos primários são ponta a ponta, interfuncionais e entre-
- Qual o suporte adequado de ferramentas tecnológicas? gam valor aos clientes. São frequentemente chamados de proces-
- Quais os métodos de monitoramento e controle do desempe- sos essenciais, pois representam as atividades essenciais que uma
nho a serem utilizados? organização desempenha para cumprir sua missão. Esses processos
- Qual é o nível de integração e interdependência entre proces- formam a cadeia de valor onde cada passo agrega valor ao passo
sos? anterior conforme medido por sua contribuição na criação ou en-
trega de um produto ou serviço, em última instância, gerando valor
A resposta a essas questões representa a adoção de uma visão aos clientes.
abrangente por parte da organização sobre os seus processos e de Michael Porter descreveu cadeias de valor como compostas de
como estão relacionados. Essa “visão” é o que chama de uma abor- atividades “primárias” e atividades “de suporte”. A cadeia de valor
dagem de BPM. Sua implantação deve considerar no mínimo cinco do processo de negócio descreve a forma de contemplar a cadeia
5 diferentes passos fundamentais: de atividades (processos) que fornecem valor ao cliente. Cada uma
dessas atividades tem seus próprios objetivos de desempenho vin-

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
culados a seu processo de negócio principal. Processos primários Desta forma, o mapeamento desempenha o papel essencial de de-
podem mover-se através de organizações funcionais, departamen- safiar os processos existentes, ajudando a formular uma variedade
tos ou até entre organizações e prover uma visão completa ponta- de perguntas críticas, como por exemplo:
-a-ponta de criação de valor. Esta complexidade é necessária?
Atividades primárias são aquelas envolvidas com a criação físi- São possíveis simplificações?
ca de um produto ou serviço, marketing e transferência ao compra- Existe excesso de transferências interdepartamentais?
dor, e suporte pós-venda, referidos como agregação de valor. As pessoas estão preparadas para as suas funções?
O processo é eficaz?
Processos de suporte O trabalho é eficiente?
Esses processos são desenhados para prover suporte a proces- Os custos são adequados?
sos primários, frequentemente pelo gerenciamento de recursos e
ou infraestrutura requerida pelos processos primários. O principal Em um mapa de processos consideram-se atividades, informa-
diferenciador entre processos primários e de suporte, é que proces- ções e restrições de interface de forma simultânea. A sua repre-
sos de suporte não geram valor direto aos clientes, ao passo que os sentação inicia-se do sistema inteiro de processos como uma única
processos primários sim. Como exemplos de processos de suporte unidade modular, que será expandida em diversas outras unidades
têm-se: gerenciamento de tecnologia da informação, de infraestru- mais detalhadas, que, conectadas por setas e linhas, serão decom-
tura ou capacidade, e de recursos humanos. postas em maiores detalhes de forma sucessiva. Esta decomposição
Cada um desses processos de suporte pode envolver um ciclo é que garantirá a validade dos mapas finais. Assim sendo, o mapa
de vida de recursos e estão frequentemente associados a áreas fun- de processos deve ser apresentado em forma de uma linguagem
cionais. Contudo, processos de suporte podem e geralmente atra- gráfica que permita:
vessam fronteiras funcionais. - Expor os detalhes do processo de modo gradual e controlado;
O fato de processos de suporte não gerarem diretamente valor - Encorajar concisão e precisão na descrição do processo;
aos clientes não significa que não sejam importantes para a organi- - Focar a atenção nas interfaces do mapa do processo;
zação. Os processos de suporte podem ser fundamentais e estraté- - Fornecer uma análise de processos poderosa e consistente
gicos à organização na medida em que aumentam sua capacidade com o vocabulário do design.
de efetivamente realizar os processos primários.
Conhecendo os processos
Processos de gerenciamento O primeiro passo para uma organização adotar a Gestão por
São utilizados para medir, monitorar e controlar atividades de Processos é conhecer os seus principais processos organizacionais.
negócios. Tais processos asseguram que um processo primário, ou A identificação dos processos deve ser realizada seguindo os se-
de suporte, atinja metas operacionais, financeiras, regulatórias e guintes passos:
legais. Os processos de gerenciamento não agregam diretamente A identificação dos processos consiste em relacionar os pro-
valor aos clientes, mas são necessários a fim de assegurar que a cessos da organização ou área funcional;
organização opere de maneira efetiva e eficiente. Essa enumeração deve ser feita de forma ampla, posterior-
mente o processo será detalhado até se chegar ao nível de detalha-
Mapeamento de Processos mento desejado;
O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial ana- O nível de detalhamento que importa é aquele mais adequado
lítica e de comunicação que têm a intenção de ajudar a melhorar os para a análise que se pretende realizar;
processos existentes ou de implantar uma nova estrutura voltada A abordagem de processo adota o conceito de hierarquia de
para processos. A sua análise estruturada permite, ainda, a redução processos e do detalhamento em níveis sucessivos. Dessa forma, os
de custos no desenvolvimento de produtos e serviços, a redução processos podem ser subdivididos em subprocessos e agrupados
nas falhas de integração entre sistemas e melhora do desempenho em macroprocessos.
da organização, além de ser uma excelente ferramenta para possi- Dependendo do problema e da oportunidade, um processo
bilitar o melhor entendimento dos processos atuais e eliminar ou pode ser aperfeiçoado através de mudanças realizadas no processo
simplificar aqueles que necessitam de mudanças. em si, ou dentro do sistema o qual esteja inserido. Mas o primeiro
O mapeamento do processo teve suas origens em uma varie- passo para a melhoria do processo é conhecê-lo.
dade de áreas, sendo que, a origem da maioria das técnicas como o
diagrama de fluxo, o diagrama de cadeia, o diagrama de movimen- Mapeando os Processos
to, os registros fotográficos, os gráficos de atividades múltiplas e os O mapeamento do processo serve para indicar a sequência de
gráficos de processo podem ser atribuídas a Taylor e a seus estudos atividades desenvolvidas dentro de um processo. Tal etapa inicia-se
de melhores métodos de se realizar tarefas e organização racional determinando as seguintes informações:
do trabalho na Midvale Steel Works. - Nome do processo;
O mapeamento do processo serve para indicar a sequência de - Objetivos do processo;
atividades desenvolvidas dentro de um processo. Deve ser feito de - Entradas do processo (fornecedores e insumos);
forma gráfica, utilizando-se a ferramenta fluxograma, para repre- - Necessidades dos clientes (quem são, requisitos, normas de
sentá-lo. orientação);
Uma grande quantidade de aprendizado e melhoria nos pro-
- Recursos necessários;
cessos pode resultar da documentação e exame dos relacionamen-
- Formas de controle;
tos input output representados em um mapa de processos. Afinal,
- Saídas do processo (produtos e resultados esperados).
a realização deste mapa possibilita a identificação das interfaces crí-
Comece pelo seu produto prioritário (produto crítico). Não
ticas, a definição de oportunidades para simulações de processos, a
queira fazer tudo perfeito da primeira vez. Não tenha medo de er-
implantação de métodos de contabilidade baseados em atividades
rar. O mapeamento inicial deve refletir a situação real e não aquela
e a identificação de pontos desconexos ou ilógicos nos processos.
que se imagina que seja a ideal.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
O mapeamento deve conter as tarefas prioritárias para a sua execução. A forma de determinar as tarefas prioritárias é por intermédio
de reunião com os responsáveis pelo processo.
As tarefas prioritárias são aquelas que:
- Se houver um pequeno erro, afetam fortemente a qualidade do processo;
- Já ocorreram acidentes no passado;
- Ocorrem “problemas” na visão dos supervisores e responsáveis.

Fluxograma
O fluxograma é uma ferramenta de baixo custo e de alto impacto, utilizada para
analisar fluxos de trabalho e identificar oportunidades de melhoria. São diagramas da forma como o trabalho acontece, através de
um processo.
O fluxograma permite uma ampla visualização do processo e facilita a participação das pessoas. Serve, ainda, para documentar um
órgão ou seção específica envolvida em cada etapa do processo, permitindo identificar as interfaces do mesmo. O seu estudo permite
aperfeiçoar os fluxos para maximizar as etapas que agregam valor e minimizar os custos, além de garantir a realização de tarefas indispen-
sáveis para a segurança de um sistema específico.
A simbologia apresentada traz apenas os símbolos mais comumente utilizados. Outros símbolos poderão ser empregados para ma-
peamento dos processos.
O fluxo do processo desenhado deve retratar com clareza as relações entre as áreas funcionais da organização. O maior potencial de
melhoria, muitas vezes, é encontrado nas interfaces das áreas funcionais.
Enfatiza-se a documentação dos processos, seguindo a premissa de que, para realizar alguma melhoria no processo, é preciso primeiro
conhecê-lo e entendê-lo e que a qualidade de um produto ou serviço é reflexo da qualidade e gerenciamento do processo utilizado em
seu desenvolvimento.
A partir do momento em que um fluxograma foi criado para um processo crítico, é uma boa ideia mantê-lo atualizado com todas as
mudanças de procedimento no trabalho. Se isso for feito, sempre haverá uma referência rápida de como o trabalho deve ser realizado.

Elaborando Fluxogramas
Utiliza-se o fluxograma com dois objetivos: garantir a qualidade; e aumentar a produtividade. É o início da padronização. Todos os
gerentes devem estabelecer os fluxogramas dos processos sob sua autoridade.
Tenha em mãos o mapeamento do processo realizadopara iniciar o desenho do fluxograma. Explicite as tarefas conduzidas em cada
processo. Quantas tarefas existem em sua área de trabalho? Quantas pessoas trabalham em cada uma das tarefas?
O fluxograma é o instrumento mais eficiente para fazer a própria análise. Os fluxogramas mostram claramente o que está acontecendo
e oferecem um método fácil de localização de fraquezas no sistema ou áreas onde poderiam ser introduzidas melhorias.
Quando o fluxograma estiver pronto, critique-o. Convoque um grupo de pessoas e por meio de um brainstorming pergunte:
- Este processo é necessário?
- Cada etapa do processo é necessária?
- É possível simplificar?
- É possível adotar novas tecnologias (em todo ou em parte)?
- O que é possível centralizar/descentralizar?

Para a elaboração do fluxograma é necessário utilizar algumas figuras que padronizam as tarefas que estão sendo realizadas. Existe
uma série de figuras e, até certo ponto, uma divergência entre diferentes autores. O importante é que cada organização defina os seus
padrões e os sigam, podendo criar novos símbolos que forem necessários.

O quadro abaixo apresenta os principais símbolos utilizados na elaboração dos fluxogramas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

Recomendações para a elaboração de fluxogramas:


- Faça os fluxogramas finais em formulários próprios, usando o gabarito padrão,
- Baseando-se nos rascunhos já verificados ou modificados;
- Os fluxogramas devem ser legíveis para terceiros. O fato de os fluxogramas serem exatos não é o bastante. Eles devem ser inteligí-
veis para um revisor ou para um novo membro da equipe nos anos posteriores. Os fluxogramas devem ser claros, concisos, logicamente
dispostos e sem ambiguidades;
- Assegure-se que os fluxogramas respondem às questões básicas de controle interno.
- Lembre-se que a avaliação do controle interno terá que ser demonstrada nos fluxogramas pelo assistente ao encarregado e por este
ao gerente. Os fluxogramas devem, por conseguinte, fornecer o suporte necessário para as conclusões sobre o controle interno;
- O bom senso, naturalmente, deverá ser utilizado na aplicação destas técnicas.
- Inovações pessoais e variações do método adotado são admitidas, mas com ressalvas. Os fluxogramas serão úteis se forem padro-
nizados e se puderem ser lidos por qualquer pessoa. Símbolos muito especiais poderão eliminar as vantagens de uma linguagem padrão;
- Os fluxogramas podem e devem ser modificados, quando necessário;
- Todas as palavras que apareçam no fluxograma devem ser escritas em letras claras e legíveis;
- Faça o fluxograma o mais simples e o mais direto possível. Evite disposições que levem o leitor através de uma floresta de traços e
setas;
- Evite o cruzamento de linhas. Um semicírculo, indicando a independência das
- linhas ao se cruzarem é um recurso imperfeito. Evite o problema logo de início. Isto normalmente pode ser obtido com uma nova
disposição das informações no papel;
- Coloque os funcionários ou departamentos que tenham grande troca de documentos ou informações entre si, em colunas adjacen-
tes. Evite o aparecimento de longas setas que cruzem o papel de um lado para outro, sobre colunas não utilizadas;
- Assegure-se de que o início e o término de um fluxo são claramente visíveis, de forma que o leitor saiba para onde ir antes de descer
aos detalhes;
- Evite detalhes excessivos, mas assegure-se de cobrir todos os pontos importantes de controle.

Monitorando os Processos
O que se pode medir, se pode gerenciar. Gerenciar significa ter o controle sobre os processos, tendo informações sobre o seu desem-
penho, que levarão a tomada consciente de decisão. Isso não quer dizer que todas as tarefas e atividades de um processo deverão ser
monitoradas. Mas aquelas que podem causar problemas sim. Mesmo que isso signifique monitorar um item de cada vez. Uma forma de
monitorar um processo é utilizando indicadores de desempenho. Os indicadores são formas de representações quantificáveis das carac-
terísticas de um processo e de seus produtos ou serviços. Utilizamos indicadores para controlar e melhorar a qualidade e o desempenho
destes produtos ou serviços ao longo do tempo.
Muitas organizações têm dificuldades em criar indicadores de desempenho, devido ao fato de que eles enfatizam os indicadores de
resultado, aqueles relacionados ao produto final da organização, e não a maneira como os processos estão sendo desempenhados.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Basicamente podemos ter dois tipos de indicadores. decidir se um fornecedor tem ou não condições de continuar com
Os indicadores resultantes (outcomes) e os indicadores direcio- tal e também para escolher novos fornecedores. Os fornecedores
nadores (drivers). que eram aprovados ou continuavam a sê-lo, passavam à condição
Os indicadores resultantes: de credenciados ou qualificados. (MAXIMIANO, 2005).
- Permitem saber se o efeito desejado foi obtido; Neste contexto, procurando atribuir certificações e estabelecer
- Ligados ao resultado final do processo; normalizações para todas as áreas de conhecimentos foi criado a
- Baixa frequência de análise (longo prazo); ISO 9000 que faz parte da “Familia ISO” criada pela Internacional
- Mostram o passado; Organization for Standardization,mais conhecida pela sigla ISO que
- Mais comparáveis. dá nome a uma organização internacional, não governamental, com
sede em Genebra, Suiça e tem origem na palavra grega “isos”, que
Os indicadores direcionadores: significa “igual”. (ROTH, 1998). A ISO é composta por centenas de
- Permitem analisar as causas presumidas do efeito, de forma organizações ou institutos de padronização que traduzem as nor-
proativa; mas criadas por ela para aplicação em seus paises temos como
- Ligados às tarefas intermediárias do processo; exemplos a ABNT no Brasil, Q90 nos Estados Unidos e BS 5750 na
- Alta frequência de análise (curto prazo); Grã-Bretanha. (MOREJÓN,2005). Segundo JORDÃO (2010) para im-
- Antecipam o futuro; plantar a norma, a empresa precisa primeiro dizer o que faz, depois,
fazer o que disse que faz. Para isso, escreve-se as atividades da for-
- Menos comparáveis.
ma que são realizadas e posteriormente verifica-se se todos fazem
da forma que está escrito.
Os indicadores direcionadores medem as causas, os fatores
Caso contrário, revisa-se a documentação ou treina-se as pes-
que levam aos efeitos. Estes por sua vez, são monitorados pelos in-
soas a fazerem como está escrito. Assim, depois de um ciclo de
dicadores resultados. Entre eles existe uma relação de causa e efei-
verificações e melhorias, todos farão como está escrito. Obtêm-se,
to, que se tomada partido, auxilia no gerenciamento do processo e
então, uma padronização da forma de se realizar os processos. Só
na tomada de decisão.
que isso acontece elevando-se o nível de cada processo, já que se
padroniza a melhor maneira de se fazer o que precisa ser feito.
Processos e certificação ISO 9000:2000.
Durante a implantação da norma cria-se também o hábito de
A crescente quantidade da oferta de serviços e produtos tanto
registrar o que se faz.
do mercado interno quanto do mercado externo fez com que clien-
Esses registros evidenciam a forma como foram realizadas as
tes passassem a procurar fornecedores que oferecessem soluções
atividades, para se ter um histórico do que aconteceu e para se
para atender suas necessidades. Este fator foi muito difundido por
obter dados importantes para a tomada de decisão. Além disso,
Feigenbaum através de sua publicação denominada Controle de
facilitam a programação das atividades futuras melhorando a per-
Qualidade Total (TQC – Total Quality Control). Nela, dois fatores pas-
formance da equipe.
saram a ser importantes para a qualidade de um produto, são eles:
1. foco no cliente; e, Históricamente a norma ISO 9000 teve como base diversas nor-
2. sistema de qualidade. mas que na época eram mais focadas para um determinado ramo
de atividade dentre elas podemos citar três importantes normas a
Sobre o foco no cliente Feigenbaum afirma que a qualidade Canadian Standards Association(CSA) Z299 voltada para o setor pe-
quem estabelece é o cliente e não o engenheiro, nem o pessoal de trólifero, a Code of Federal Regulations (CFR) específica para o setor
marketing ou a alta administração. Sendo assim, a qualidade não nucleo-elétricas e a British Standards (BS) 5750 que norma que re-
começa ao final do processo de fabricação ou durante o processo gulamentava as empresas na Grã-Bretanha. Segundo ROTH (1998),
mas sim desde a concepção do projeto passando por todos as eta- está norma inglesa trouxe a conceituação, assim como a canadense
pas do processo. Neste novo contexto do TQC, Feigenbaum diz que CSA Z299 trouxe mais várias categorias para a gestão da qualidade.
a qualidade deve ser pensada de forma sistêmica onde todos os Criada em 1987 baseado principalmente na norma BS 5740, a
envolvidos no processo devem ser integrados e estar comprome- norma ISSO 9000 tinha como finalidade estabelecer normas para
tidos com a qualidade. Ishikawa através do controle total de quali- garantia da qualidade nos produtos e serviços oferecidos pelas em-
dade estilo japonês afirma que todas as divisões e empregados se presas certificadas/credenciadas. E para tal está foi dividada em ou-
envolvam no estudo e na promoção da qualidade através de cursos tras 5 “sub-normas”, a ISO 8402, a ISO 9000, a ISO 9001, ISO 9002,
e seminários que demonstrem os benefícios do comprometimento ISO 9003 e a ISO 9004.
com este novo conceito. Procurando realizar a constante melhoria nas práticas para ga-
Neste novo conceito que passou a ditar a forma como as em- rantia da qualidade foi previsto a revisão e atualização da norma
presas deveriam pensar na qualidade de seus serviços e produtos sempre que passado o período de 5 anos pelas organizações e insti-
dois novos termos ganharam forças, a chamada qualidade assegu- tutos que compõe a organização.
rada e a garantia de qualidade. Entretanto sua primeira revisão veio apenas em 1994 e tornou-
Antes da formação do conceito da qualidade total, na era do -se conhecida como ISO 9000:1994; nela ficou definido que seriam
controle estatístico, uma prática comum entre a relação cliente-for- mantidas a série de normas ISSO 9000 a ISO 9004 - idealizadas em
necedor era a conferência de produtos pelas duas pontas, ou seja, 1987 – divididas em dois tipos as normas contratuais tratadas na
quando o fornecedor ia despachar um produto ele fazia uma ins- ISO 9000 e as diretrizes nas normas ISO 9001, ISO 9002, ISO 9003. A
peção e quando este chegava no cliente nova inspeção era feita e norma ISO 9004 trata da implementação de um sistema de gestão
com isso acontecia uma duplicidade de esforços e custos. Maximia- de qualidade. (MOREJÓN,2005).
no(2005) afirma que na era da qualidade total, as empresas perce- Em 15 de dezembro de 2000, a nova edição revisada da ISO
beram que poderiam inspecionar seus fornecedores a fim de exigir 9000 foi lançada, a ela foi atribuído o nome de ISO 9000:2000 para
que estes entregassem com a sua qualidade assegurada ou qualida- diferenciar das antigas normas. Está procurava solucionar alguns
de garantida. E para garantir sua mantenabilidade as empresas sub- problemas encontrados na primeira revisão dentre eles:
metiam seus fornecedores a periódicas auditorias, com base numa • inadequação para organizações pequenas;
lista de perguntas ou critérios. A inspeção ou auditoria serve para • muitas normas e diretrizes;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• intensas críticas ao modelo de 20 elementos; e, 2. Liderança
• terminologia confusa. Uma equipe necessidade de líder que orientem e estabeleçam
metas a serem atingidas além de manter um ambiente de trabalho
As medidas adotadas pelas ISO para solucionar os problemas satisfatório, organizado e integrado.
identificados na primeira versão conseguiram facilitar a aplicação
em todos os tipos de organização e simplificar a terminologia. Sua 3. Envolvimento das Pessoas
principal alteração foi a mudança de qualidade de produtos para Para que a empresa consiga atingir a satisfação de seus clientes
qualidade de processos, ou seja, um resultado desejado é alcança- é necessário que todo o processo esteja integrado e funcionando
do mais eficientemente quando as atividades e os recursos relacio- de forma sistêmica e o pré-requisito para que isto aconteça é ne-
nados são gerenciados como um processo. (NBR ISO 9000:2000). cessário todos os envolvidos no processo estejam comprometidos.
Outro ponto e não menos importante foi a migração do objetivo
da norma de atender os requisitos dos clientes para a satisfação 4. Abordagem de Processo
do cliente juntamente com a melhoria continua de todo o processo Um processo pode ser definido como um conjunto de ativida-
da empresa. Por fim, podemos ressaltar a alteração na estrutura da des interrelacionadas que transformam entradas em saídas. E para
norma como mostrada na Figura 2. que está saída tenha um resultado satisfatório é essencial que este
Buscando simplificar a terminologia e melhora o entendimento conjunto seja tratado na forma de processo.
de seus requisites a nova estrutura a ISO 9000, foi dividida em 4
normas principais com seus objetivos específicos como descritos a 5. Abordagem Sistema para a Gestão
seguir: Tratar os processos interrelacionados com um sistema ajuda a
1. ISO 9000:2000 (Fundamentos e Vocabulário) está norma identificá-los, entendê-los e gerenciá-los de forma eficiente procu-
descreve os conceitos do sistema de gestão da qualidade e define rando atingir seus objetivos.
a terminologia utilizada pela família ISO 9000. Está norma também
apresenta os 8 princípios da gestão da qualidade que serão descri- 6. Melhoria Continua
tos mais há frente. Estar em constante processo de crescimento é o grande dese-
2. ISO 9001:2000 (Requisitos) está norma especifica os requisi- jo da maioria das empresas porém para isso é necessário que este
tos necessários para que a empresa possa trabalhar normalizada e pensameto seja buscado através da melhoria dos processos da em-
finalizando produtos e serviços que satisfaçam seus clientes. presa.
3. ISO 9004:2000 (Guia para melhoria do Desempenho) está 7. Tomada de decisão baseada em fatos
norma apresenta um guia para melhoria continua do desempenho Os documentos registros gerados durante o processo podem
de toda a empresa. oferecer informações sobre os desempenhos alcançados em um
4. ISO 19011 (Guia para auditoria de sistemas de gestão de determinado período de tempo e com base nelas a equipe pode
qualidade e ambiental) está norma apresenta um guia de condução tomar suas decisões tornando-as mais eficientes e eficazes.
de auditoria interna e externa para verificar se o processo adotado
consegue atingir os objetivos definidos. 8. Benefícios mútuos nas relações com os fornecedores:
Uma relação de beneficio mútuo com os fornecedores pode
Completando a Família ISO 9000 temos os manuais de quali- potencializar a aptidão de ambas as partes para criar valor. (NBR
dades documentos que fornecem informações consistentes sobre o ISO 9000:2000).
sistema de gestão da qualidade, os planos da qualidade documen-
tos que descrevem como o sistema de gestão de qualidade é aplica- Quando o foco passou de qualidade de produto para controle
do no projeto, as diretrizes que são documentos que estabelecem da qualidade de processos ficou evidente que deveria haver uma
recomendações ou sugestões, as especificações são documentos gestão para controlá-los. Está gestão deve ser realizada através da
que estabelecem requisitos e os registros que são documentos que comparação de suas saídas com os objetivos e metas propostas em
fornecem evidência objetiva de atividades desempenhadas ou de seu início e com base nisso dois caminhos podem ser tomados. Se
resultados alcançados. É evidente que a definição de quais docu- os resultados forem de acordo com o previsto, o processo pode ser
mentos irão compor o processos fica a cargo da empresa pois isso mantido. Caso contrário, a equipe deve avaliar os pontos em que
varia de acordo com seu tipo, tamanho e complexidade. (NBR ISO não houve conformidade, planejar ações corretivas para corrigir
9000:2000). estes desvios. E uma das ferramentas metodológicas empregadas
Como citado a norma ISO 9000:2000 passou a trabalhar com para este processo é o ciclo PDCA (Plan –Do – Check – Act, ou Plane-
a qualidade de processos levando as empresa a atuar de forma sis- jar, Executar, Verificar, Agir) idealizado por Shewart e teve Deming
têmica e transparente, ou seja, com a normalização de seus pro- como o responsável pelo seu desenvolvimento e aplicação NASCI-
cessos estas passaram a acredita que o sucesso de seus produtos MENTO (2001 apud WERKEMA, 1995) complementa que o ciclore-
e serviços estariam atrelados a implementação e manutenção de presenta o caminho a ser seguido para que as metas estabelecidas
um sistema de gestão concebido para melhorar, continuamente, o possam ser cumpridas.
desempenho em consideração, ao mesmo tempo, as necessidade
de todas as partes envolvidas. E para isso a norma definiu os 8 prin-
cípios de gestão da qualidade citados a seguir:

1. Foco no cliente
O grande fonte de renda das empresas é o recebimento de seus
clientes e para isso é importante que está atinja os objetivos requi-
sitados e assim sua satisfação.

Figura 3 - Estrutura do Ciclo PDCA


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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
A Figura 3 apresenta a estrutura do ciclo PDCA. Este ciclo deve 1. O Processo
girar sistematicamente procurando corrigir as falhas encontradas. Entendemos como processo a combinação de fornecedores,
Suscintamente, o ciclo começa com o P (Planejar) onde devem ser produtores, pessoas, equipamentos, materiais de entrada, mé-
definidos as metas e métodos para atingi-las. Passa pelo D (Execu- todos e meio ambiente que trabalham juntos para produzir o re-
tar) onde além de executar o que foi planejado na primeira etapa sultado (produto), e os clientes correspondemaos elementos que
são colhidas informações para utilizar na etapa seguinte. Na etapa utilizam o resultado
C (Verificar) são comparadas as metas estabelecidas com os resulta-
dos obtidos na fase anterior. E por fim, a etapa A (Agir) onde a equi- 2. Informações sobre o desempenho
pe pode normalizar as operações caso as metas forem atingidas ou Muita informação sobre o real desempenho do processo pode
analisar os motivos que levaram a desvios no processo. E com base ser aprendida através de estudo do resultado (saída) do processo. A
neste ciclo a equipe irá girar consecutivamente, buscando a melho- informação mais útil sobre o desempenho de um processo vem, en-
ria contínua do processo e a eliminação de desvios do processo.
tretanto, da compreensão do processo em si, e de sua variabilidade
Para finalizar, vale ressaltar que a ISO não tem qualquer obriga-
interna. Características do processo (como temperaturas, tempo de
ção de controlar e fiscalizar a aplicação da norma, ou seja, a aplica-
ciclos, taxas de alimentação, taxas de absenteísmo, rotatividade de
ção deve partir da necessidade ou vontade da empresa interessa-
das. Entretanto a constante busca por qualidade está se tornando pessoas, atrasos, ou número de interrupções) deveriam ser o alvo
um forte diferencial entre as empresas, pesquisas realizadas pelo supremo de nossos reforços.
INMETRO demonstram que a qualidade seguido pelo tempo de en-
trega são grandes fatores decisivos quando as empresas decidem 3. Ações sobre o processo
adquirir produtos. E neste contexto, empresas que tem em seu Uma ação sobre o processo é geralmente mais econômica
portfolio o certificado ISSO 9001 demonstra para outras empresas quando realizada para prevenir que as características importantes
que está compromissada com a qualidade de produtos e serviços e (do processo ou do produto) variem muito em relação aos seus va-
pode ser considerado fator eliminatório entre as empresas. Sendo lores-alvo. Tal ação pode consistir em:
assim também tem comprovado através de pesquisas que o nú- - Mudanças nas operações
mero de empresas que estão procurando as certificações ISO tem -- Treinamento para os operadores;
crescido tangencialmente, dados estatísticos mostram que existem -- Mudanças nos materiais que entram;
mais de 130004 com certificados válidos no Brasil sendo 76684 lo- - Mudanças nos elementos mais básicos do processo
calizado no Estado de São Paulo. Isto apenas vem para comprovar -- Equipamento;
que as empresas cada vez mais estão preocupadas com seu sistema -- A comunicação entre as pessoas;
de gestão de qualidade e estão procurando isso através das certifi- -- O projeto do processo como um todo - que pode estar vulne-
cações ISO.4 rável à mudanças de temperatura ou umidade.
Os efeitos das ações deveriam ser monitorados para que uma
Noções de estatística aplicada ao controle e à melhoria de análise e ação posterior pudesse ser tomada, se necessária.
processos.
O Controle estatístico do processo (CEP) é uma ferramenta que 4. Ações sobre o resultado
tem por finalidade desenvolver e aplicar métodos estatísticos como Uma ação sobre o resultado é frequentemente menos econô-
parte de nossa estratégia para prevenção de defeitos, melhoria mica quando se restringe a detecção e correção do produto fora da
da qualidade de produtos e serviços e redução de custos. A seguir especificação, não indicando o fato gerador do problema no proces-
apresentamos alguns conceitos e definições importantes para o so. Infelizmente, se o resultado atual não atinge consistentemente
melhor entendimento do conteúdo desse módulo. os requisitos exigidos pelo cliente, pode ser necessário classificar
Processo: todos os produtos e refugar ou retrabalhar quaisquer itens não-
é a combinação de máquinas, métodos, material e mão-de-o- -conformes. Esta atitude deve ser mantida até que a ação corretiva
bra envolvidos na produção de um determinado produto ou servi- necessária sobre o processo tenha sido tomada e verificada, ou até
ço. que as especificações do produto tenham sido alteradas. Na sequ-
ência, apresentamos as definições básicas do controle estatístico do
Controle: processo.
é o conjunto de decisões que tem por objetivo a satisfação de
determinados padrões ou especificações por parte dos produtos Definições
focados no cliente. Variabilidade: É o conjunto de diferenças nas variáveis (diâme-
O CEP estabelece: tros, pesos, densidades, etc.) ou atributos (cor, defeitos, etc.) pre-
1. Informação permanente sobre o comportamento do pro- sentes universalmente nos produtos e serviços resultantes de qual-
cesso; quer atividade. Podemos classificá-las em comuns ou aleatórias e
2. Utilização da informação para detectar e caracterizar as especiais ou assinaláveis.
causas que geram instabilidade no processo;
3. Indicação de ações para corrigir e prevenir as causas de Variabilidade do processo: Um processo está sob controle es-
instabilidade; tatístico (estável) quando não existem causas especiais. O fato de
4. Informações para melhoria contínua do processo. um processo estar sob controle estatístico não implica que o mes-
mo está produzindo dentro de um nível de qualidade aceitável. O
Sistema de controle do processo nível de qualidade de um processo é estudado via uma técnica de-
Quatro elementos destes sistemas são importantes para as dis- nominada análise de capacidade/performance.
cussões a seguir. O objetivo é desenvolver uma estratégia de controle para o
processo que nos permite separar eventos relacionados a causas
4Fonte: www.flaviohorita.com – Por Flavio Eduardo Aoki Horita/www.certifica- especiais de eventos relacionados a causas comuns (falhas na sis-
caoiso.com.br
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
temática do processo). Desta forma, para um dado processo, um -- Este processo produz um resultado que esteja num estado de
gráfico de controle pode indicar a ocorrência de causas especiais controle estatístico?
de variação. -- O processo é capaz?
-- O processo é confiável?
Ações locais e ações gerenciais sobre o sistema Muitas técnicas discutidas de desenvolvimento de processos
Há uma importante relação entre os dois tipos de variação que podem ser aplicadas para garantir um melhor entendimento do
acabamos de discutir e os tipos de ações necessárias para reduzi- processo. Estas atividades incluem:
-las, sendo: - Reuniões em grupo
Causa especial: requer uma ação local. - Consulta a pessoas que desenvolveram e operam o processo
Causa comum: geralmente requer um ação sobre o sistema ou - Revisão da história do processo
ação gerencial. - Construção de uma planilha de FMEA
Pode ser errado, por exemplo, tomar uma ação local (ex. ajuste As cartas de controle desenvolvidas neste módulo são ferra-
de uma máquina) quando uma ação gerencial sobre o sistema é ne- mentas poderosas que devem ser usadas durante todos os ciclos de
cessária (ex. seleção de fornecedores que entreguem materiais de melhoria do processo. Esses métodos estatísticos simples ajudam
entrada compatíveis ao sistema). Entretanto, o trabalho em conjun- a distinguir as causas comuns e as causas especiais de variação do
to entre gerência e aquelas pessoas ligadas diretamente à operação processo. Quando um estado de controle do processo é alcançado
é essencial para uma redução significativa das causas comuns de o nível atual da capacidade do processo pode ser avaliado.
variação do processo.
2. Manter o controle do processo
O ciclo de melhoria e o controle do processo Uma vez adquirida uma compreensão melhor do processo,
devemos mantê-lo dentro de um nível apropriado de capacidade.
Processos são dinâmicos e podem mudar, logo o desempenho do
processo deve ser monitorado, para que medidas eficazes de pre-
venção contra mudanças indesejáveis possam ser executadas.
A mudança desejável deve também ser entendida e institucio-
nalizada. Quando sinalizado que uma mudança no processo ocor-
reu, medidas rápidas e eficientes devem ser tomadas para isolar as
causas e agir sobre elas.

3. Aperfeiçoar o processo
A melhoria do processo através da redução de variação, espe-
cificamente envolve a introdução (proposital) de mudanças dentro
do processo, e a avaliação dos efeitos causados. O objetivo é uma
melhor compreensão do processo, para que as causas comuns de
variação possam ser reduzidas posteriormente. A intenção desta
redução é a melhoria da qualidade ao menor custo.
Assim que novos parâmetros do processo tenham sido deter-
minados, o ciclo volta ao estágio de Analisar o Processo. Uma vez
que alterações foram introduzidas, a estabilidade do processo pre-
cisa ser reconfirmada. O processo continua então a se mover em
torno do Ciclo de melhoria do processo.5

CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA O USO DE COMPUTA-


DOR, DISPOSITIVOS MÓVEIS E INTERNET

Figura 1.4: O ciclo de melhoria e o controle do processo. Hardware


Hardware refere-se a parte física do computador, isto é, são os
1. Analisar o processo dispositivos eletrônicos que necessitamos para usarmos o compu-
Dentre as perguntas a serem respondidas a fim de alcançar um tador. Exemplos de hardware são: CPU, teclado, mouse, disco rígi-
melhor conhecimento do processo, estão: do, monitor, scanner, etc.
- O que o processo deveria estar fazendo?
-- O que está sendo esperado de cada estágio do processo? Software
-- Quais são as definições operacionais das saídas em poten- Software, na verdade, são os programas usados para fazer ta-
cial? refas e para fazer o hardware funcionar. As instruções de software
- O que pode estar errado? são programadas em uma linguagem de computador, traduzidas
-- O que pode variar neste processo? em linguagem de máquina e executadas por computador.
-- O que já sabemos a respeito da variabilidade deste processo? O software pode ser categorizado em dois tipos:
-- Que parâmetros são mais sensíveis à variação? – Software de sistema operacional
- O que o processo está fazendo? – Software de aplicativos em geral
-- Este processo está gerando refugo ou resultados que requei-
ram retrabalhos?
5Fonte: www.portalaction.com.br
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Software de sistema operacional Sistemas Operacionais Móveis
O software de sistema é o responsável pelo funcionamento do Um sistema computacional moderno e composto de vários
computador, é a plataforma de execução do usuário. Exemplos de componentes: um ou vários processadores, disco rígido, impres-
software do sistema incluem sistemas operacionais como Windo- soras, teclado, monitor etc.6. Sistemas operacionais são softwares
ws, Linux, Unix , Solaris etc. complexos e responsáveis pelo gerenciamento dos componentes
fundamentais para funcionamento de um computador. Além de ge-
• Software de aplicação renciar, ele fornece uma interface gráfica que torna mais fácil a vida
O software de aplicação é aquele utilizado pelos usuários para do usuário por facilitar sua interação com hardware.
execução de tarefas específicas. Exemplos de software de aplicati- Os Sistemas Operacionais são classificados em vários tipos:
vos incluem Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Access, etc. Servidor, Grande Porte, Embarcado, Tempo Real, etc.7. Além desses
tipos citados pode se incluir os Sistemas Operacionais para Dispo-
Para não esquecer: sitivos moveis.
Eles recebem essa classificação por executarem em aparelhos
HARDWARE É a parte física do computador como smartphones e tablets. Esses sistemas não podem ser compa-
rados com sistemas embarcados.
São os programas no computador (de fun- Sistemas embarcados são mais simples e desenvolvidos para
SOFTWARE
cionamento e tarefas) um objetivo em particular. Os dispositivos móveis oferecem novas
formas de interação com o usuário (sensores, GPS, acelerômetro,
Periféricos teclados virtuais, widgets, etc.) tornando seu desenvolvimento
Periféricos são os dispositivos externos para serem utilizados
completamente diferente de projetar aplicações para computado-
no computador, ou mesmo para aprimora-lo nas suas funcionali-
res. Os principais sistemas operacionais moveis são: Android, iOS,
dades. Os dispositivos podem ser essenciais, como o teclado, ou
Symbian, Windows Mobile e BlackBerry.
aqueles que podem melhorar a experiencia do usuário e até mesmo
melhorar o desempenho do computador, tais como design, qualida-
de de som, alto falantes, etc. Android
O Android e um Sistema Operacional Móvel Open Source de-
Tipos: senvolvido inicialmente pela Google e possui uma arquitetura ba-
seada no kernel Linux para o controle das principais tarefas do sis-
tema como segurança, gerenciamento de memória, gerenciamento
PERIFÉRICOS de processos, pilha de rede e modelo de driver. O kernel atua como
Utilizados para a entrada de dados;
DE ENTRADA uma camada de abstração entre o hardware e o resto da pilha de
PERIFÉRICOS software. Posteriormente a responsabilidade do desenvolvimento
Utilizados para saída/visualização de dados
DE SAÍDA foi transferida para Open Handset Alliance (OHA).
Open Handset Alliance é um consórcio de grandes empresas
• Periféricos de entrada mais comuns. com objetivo de popularizar e melhorar os dispositivos moveis. O
– O teclado é o dispositivo de entrada mais popular e é um item Google ´ e um dos membros do consorcio, continua responsável por
essencial. Hoje em dia temos vários tipos de teclados ergonômicos controlar importantes etapas do desenvolvimento do sistema como
para ajudar na digitação e evitar problemas de saúde muscular; a gerencia do produto e a engenharia de processos. A arquitetura
– Na mesma categoria temos o scanner, que digitaliza dados do Sistema Operacional Android e composta por cinco camadas:
para uso no computador; - Applications: a primeira camada e a mais perto do usuário é a
– O mouse também é um dispositivo importante, pois com ele dos aplicativos. Ela e composta pelos aplicativos nativos do Sistema
podemos apontar para um item desejado, facilitando o uso do com- Operacional Android como cliente de e-mail, programa de SMS, ca-
putador. lendário, mapas, navegador etc. ´
- Applications Frameworks: nesta camada encontramos os
• Periféricos de saída populares mais comuns componentes pelo gerenciamento das Activitys, gerenciamento das
– Monitores, que mostra dados e informações ao usuário;
Views, gerenciamento de Janelas, Provedores de Conteúdo, etc. Es-
– Impressoras, que permite a impressão de dados para mate-
tes componentes são manipulados pelos desenvolvedores durante
rial físico;
o desenvolvimento.
– Alto-falantes, que permitem a saída de áudio do computador;
– Fones de ouvido. - Runtime: a camada responsável pela execução dos aplicati-
vos. Os aplicativos são escritos na linguagem Java, quando compi-
Sistema Operacional ladas eles geram bytescodes Dalvik ao contrário de bytecodes JVM
O software de sistema operacional é o responsável pelo funcio- porque o sistema n ´ ao possui Máquina Virtual Java (JVM). No An-
namento do computador. É a plataforma de execução do usuário. droid está presente a Máquina Virtual Dalvik ´ (DVM) desenvolvida
Exemplos de software do sistema incluem sistemas operacionais para dispositivos moveis, ela é uma versão otimizada da JVM por
como Windows, Linux, Unix , Solaris etc. possuir menos instruções. ˜

• Aplicativos e Ferramentas
São softwares utilizados pelos usuários para execução de tare-
fas específicas. Exemplos: Microsoft Word, Excel, PowerPoint, Ac-
cess, além de ferramentas construídas para fins específicos.
6 MENDONÇA, V. R. L., BITTAR, T. J., DIAS, M. S. Um estudo dos Sistemas Opera-
cionais Android e iOS para o desenvolvimento de aplicativos. Catalao – GO.
7 (Tanenbaum 2008).
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
- Libraries: nesta camada encontramos diversas bibliotecas • WAN: É uma rede com grande abrangência física, maior que
como a biblioteca C padrão, SQLite (Banco de Dados), OpenGL (Ren- a MAN, Estado, País; podemos citar até a INTERNET para entender-
derização 3D), etc. mos o conceito.
- Kernel: a última camada e a de mais baixo nível e do kernel.
O kernel atua como uma camada de abstração entre hardware e
as camadas superiores, permitindo acesso a recursos como áudio,
vídeo e protocolos de rede.

iOS
iOS e a abreviatura para iPhone Operation System sendo desen-
volvido pela Apple. O sistema foi baseado no Sistema Operacional
MAC OS X e projetado para atender as necessidades de aparelhos
moveis desenvolvidos pela Apple. O sistema realiza uma abstração
entre a comunicação do hardware com o aplicativo. A arquitetura
do iOS é composta por quatro camadas:
- CocoaTouch: camada equivalente a camada de frameworks
do Android. Esta camada fornece ferramentas e infraestrutura para
implementar eventos e aplicações para a interface do iPhone.
- Media: a camada responsável por fornecer recursos áudio e
vídeos. A tecnologia mais avançada para experiência multimídia e
Navegação e navegadores da Internet
são encontradas bibliotecas como: OpenGLES, QuartzCore, etc.
- Core Services: a camada que fornece os serviços fundamen-
• Internet
tais do sistema como AdressBook, Core Location, CFNNetwork, Se- É conhecida como a rede das redes. A internet é uma coleção
curity, SQLite etc. global de computadores, celulares e outros dispositivos que se co-
- Core OS: nesta camada que se encontra o kernel do sistema. municam.
Além do kernel, encontramos os drivers e as interfaces básicas do
sistema. • Procedimentos de Internet e intranet
Através desta conexão, usuários podem ter acesso a diversas
Tipos de rede de computadores informações, para trabalho, laser, bem como para trocar mensa-
• LAN: Rele Local, abrange somente um perímetro definido. gens, compartilhar dados, programas, baixar documentos (down-
Exemplos: casa, escritório, etc. load), etc.

• MAN: Rede Metropolitana, abrange uma cidade, por exem-


plo.
• Sites
Uma coleção de páginas associadas a um endereço www. é
chamada web site. Através de navegadores, conseguimos acessar
web sites para operações diversas.

• Links
O link nada mais é que uma referência a um documento, onde
o usuário pode clicar. No caso da internet, o Link geralmente aponta
para uma determinada página, pode apontar para um documento
qualquer para se fazer o download ou simplesmente abrir.

Dentro deste contexto vamos relatar funcionalidades de alguns


dos principais navegadores de internet: Microsoft Internet Explorer,
Mozilla Firefox e Google Chrome.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Internet Explorer 11

• Identificar o ambiente

O Internet Explorer é um navegador desenvolvido pela Microsoft, no qual podemos acessar sites variados. É um navegador simplifi-
cado com muitos recursos novos.
Dentro deste ambiente temos:
– Funções de controle de privacidade: Trata-se de funções que protegem e controlam seus dados pessoais coletados por sites;
– Barra de pesquisas: Esta barra permite que digitemos um endereço do site desejado. Na figura temos como exemplo: https://www.
gov.br/pt-br/
– Guias de navegação: São guias separadas por sites aberto. No exemplo temos duas guias sendo que a do site https://www.gov.br/
pt-br/ está aberta.
– Favoritos: São pastas onde guardamos nossos sites favoritos
– Ferramentas: Permitem realizar diversas funções tais como: imprimir, acessar o histórico de navegação, configurações, dentre ou-
tras.

Desta forma o Internet Explorer 11, torna a navegação da internet muito mais agradável, com textos, elementos gráficos e vídeos que
possibilitam ricas experiências para os usuários.

• Características e componentes da janela principal do Internet Explorer

À primeira vista notamos uma grande área disponível para visualização, além de percebemos que a barra de ferramentas fica automa-
ticamente desativada, possibilitando uma maior área de exibição.

Vamos destacar alguns pontos segundo as indicações da figura:


1. Voltar/Avançar página
Como o próprio nome diz, clicando neste botão voltamos página visitada anteriormente;

2. Barra de Endereços
Esta é a área principal, onde digitamos o endereço da página procurada;

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
3. Ícones para manipulação do endereço da URL Google Chrome
Estes ícones são pesquisar, atualizar ou fechar, dependendo da
situação pode aparecer fechar ou atualizar.

4. Abas de Conteúdo
São mostradas as abas das páginas carregadas.

5. Página Inicial, favoritos, ferramentas, comentários

6. Adicionar à barra de favoritos


O Chrome é o navegador mais popular atualmente e disponi-
biliza inúmeras funções que, por serem ótimas, foram implementa-
Mozila Firefox
das por concorrentes.
Vejamos:

• Sobre as abas
No Chrome temos o conceito de abas que são conhecidas tam-
bém como guias. No exemplo abaixo temos uma aba aberta, se qui-
sermos abrir outra para digitar ou localizar outro site, temos o sinal
(+).
Vamos falar agora do funcionamento geral do Firefox, objeto A barra de endereços é o local em que se digita o link da página
de nosso estudo: visitada. Uma outra função desta barra é a de busca, sendo que ao
digitar palavras-chave na barra, o mecanismo de busca do Google é
acionado e exibe os resultados.

Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

1 Botão Voltar uma página

2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página Vejamos de acordo com os símbolos da imagem:

4 Voltar para a página inicial do Firefox


1 Botão Voltar uma página
5 Barra de Endereços 2 Botão avançar uma página

6 Ver históricos e favoritos 3 Botão atualizar a página

Mostra um painel sobre os favoritos (Barra, 4 Barra de Endereço.


7
Menu e outros)
Sincronização com a conta FireFox (Vamos 5 Adicionar Favoritos
8
detalhar adiante)
6 Usuário Atual
9 Mostra menu de contexto com várias opções
Exibe um menu de contexto que iremos relatar
7
seguir.
– Sincronização Firefox: Ato de guardar seus dados pessoais na
internet, ficando assim disponíveis em qualquer lugar. Seus dados O que vimos até aqui, são opções que já estamos acostuma-
como: Favoritos, históricos, Endereços, senhas armazenadas, etc., dos ao navegar na Internet, mesmo estando no Ubuntu, percebe-
sempre estarão disponíveis em qualquer lugar, basta estar logado mos que o Chrome é o mesmo navegador, apenas está instalado
com o seu e-mail de cadastro. E lembre-se: ao utilizar um computa- em outro sistema operacional. Como o Chrome é o mais comum
dor público sempre desative a sincronização para manter seus da- atualmente, a seguir conferimos um pouco mais sobre suas funcio-
dos seguros após o uso. nalidades.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Favoritos • Downloads
No Chrome é possível adicionar sites aos favoritos. Para adi- Fazer um download é quando se copia um arquivo de algum
cionar uma página aos favoritos, clique na estrela que fica à direita site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). Nes-
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido, e te caso, o Chrome possui um item no menu, onde podemos ver o
pronto. progresso e os downloads concluídos.
Por padrão, o Chrome salva seus sites favoritos na Barra de Fa-
voritos, mas você pode criar pastas para organizar melhor sua lista.
Para removê-lo, basta clicar em excluir.

• Histórico
O Histórico no Chrome funciona de maneira semelhante ao • Sincronização
Firefox. Ele armazena os endereços dos sites visitados e, para aces- Uma nota importante sobre este tema: A sincronização é im-
sá-lo, podemos clicar em Histórico no menu, ou utilizar atalho do portante para manter atualizadas nossas operações, desta forma,
teclado Ctrl + H. Neste caso o histórico irá abrir em uma nova aba, se por algum motivo trocarmos de computador, nossos dados esta-
onde podemos pesquisá-lo por parte do nome do site ou mesmo rão disponíveis na sua conta Google.
dia a dia se preferir. Por exemplo:
– Favoritos, histórico, senhas e outras configurações estarão
disponíveis.
– Informações do seu perfil são salvas na sua Conta do Google.

No canto superior direito, onde está a imagem com a foto do


usuário, podemos clicar no 1º item abaixo para ativar e desativar.

• Pesquisar palavras
Muitas vezes ao acessar um determinado site, estamos em Safari
busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso, utilizamos
o atalho do teclado Ctrl + F para abrir uma caixa de texto na qual
podemos digitar parte do que procuramos, e será localizado.

• Salvando Textos e Imagens da Internet


Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

O Safari é o navegador da Apple, e disponibiliza inúmeras fun-


ções implementadas.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Vejamos: Por padrão, o Safari salva seus sites na lista de leitura, mas você
pode criar pastas para organizar melhor seus favoritos. Para remo-
• Guias vê-lo, basta clicar em excluir.

– Para abrirmos outras guias podemos simplesmente teclar


CTRL + T ou

Vejamos os comandos principais de acordo com os símbolos


da imagem:

1 Botão Voltar uma página


• Histórico e Favoritos
2 Botão avançar uma página

3 Botão atualizar a página

4 Barra de Endereço.

5 Adicionar Favoritos

6 Ajustes Gerais

7 Menus para a página atual.

8 Lista de Leitura

Perceba que o Safari, como os outros, oferece ferramentas bas-


tante comuns.
Vejamos algumas de suas funcionalidades: • Pesquisar palavras
Muitas vezes, ao acessar um determinado site, estamos em
• Lista de Leitura e Favoritos busca de uma palavra ou frase específica. Neste caso utilizamos o
No Safari é possível adicionar sites à lista de leitura para pos- atalho do teclado Ctrl + F, para abrir uma caixa de texto na qual po-
terior consulta, ou aos favoritos, caso deseje salvar seus endere- demos digitar parte do que procuramos, e será localizado.
ços. Para adicionar uma página, clique no “+” a que fica à esquerda
da barra de endereços, digite um nome ou mantenha o sugerido e • Salvando Textos e Imagens da Internet
pronto. Vamos navegar até a imagem desejada e clicar com o botão
direito do mouse, em seguida salvá-la em uma pasta.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Downloads Ao escrever mensagens, temos os seguintes campos:
Fazer um download é quando se copia um arquivo de um al- – Para: é o campo onde será inserido o endereço do destinatá-
gum site direto para o seu computador (texto, músicas, filmes etc.). rio do e-mail;
Neste caso, o Safari possui um item no menu onde podemos ver o – CC: este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
progresso e os downloads concluídos. sagem. Ao usar esse campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos;
– CCO: sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior, no
entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos da
mensagem;
– Assunto: campo destinado ao assunto da mensagem;
– Anexos: são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros);
– Corpo da Mensagem: espaço onde será escrita a mensagem.

• Uso do correio eletrônico


– Inicialmente o usuário deverá ter uma conta de e-mail;
– Esta conta poderá ser fornecida pela empresa ou criada atra-
vés de sites que fornecem o serviço. As diretrizes gerais sobre a cria-
ção de contas estão no tópico acima;
– Uma vez criada a conta, o usuário poderá utilizar um cliente
de e-mail na internet ou um gerenciador de e-mail disponível;
– Atualmente existem vários gerenciadores disponíveis no
mercado, tais como: Microsoft Outlook, Mozila Thunderbird, Opera
Mail, Gmail, etc.;
– O Microsoft outlook é talvez o mais conhecido gerenciador
de e-mail, dentro deste contexto vamos usá-lo como exemplo nos
tópicos adiante, lembrando que todos funcionam de formas bas-
tante parecidas.

• Preparo e envio de mensagens


Correio Eletrônico
O correio eletrônico, também conhecido como e-mail, é um
serviço utilizado para envio e recebimento de mensagens de texto
e outras funções adicionais como anexos junto com a mensagem.

Para envio de mensagens externas o usuário deverá estar co-


nectado a internet, caso contrário ele ficará limitado a sua rede lo-
cal.
Abaixo vamos relatar algumas características básicas sobre o
e-mail
– Nome do Usuário: é o nome de login escolhido pelo usuário
• Boas práticas para criação de mensagens
na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é
– Uma mensagem deverá ter um assunto. É possível enviar
nome do usuário;
mensagem sem o Assunto, porém não é o adequado;
– @ : Símbolo padronizado para uso em correios eletrônicos; – A mensagem deverá ser clara, evite mensagens grandes ao
– Nome do domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria extremo dando muitas voltas;
das vezes, a empresa; – Verificar com cuidado os destinatários para o envio correto
de e-mails, evitando assim problemas de envios equivocados.
Vejamos um exemplo: joaodasilva@gmail.com.br / @hotmail.
com.br / @editora.com.br • Anexação de arquivos
– Caixa de Entrada: Onde ficam armazenadas as mensagens
recebidas;
– Caixa de Saída: Onde ficam armazenadas as mensagens ainda
não enviadas;
– E-mails Enviados: Como o próprio nome diz, é onde ficam os
e-mails que foram enviados;
– Rascunho: Guarda as mensagens que você ainda não termi-
nou de redigir;
– Lixeira: Armazena as mensagens excluídas.

Uma função adicional quando criamos mensagens é de ane-


xar um documento à mensagem, enviando assim juntamente com
o texto.
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Boas práticas para anexar arquivos à mensagem Desta forma todos os dados e aplicações estão localizadas em
– E-mails tem limites de tamanho, não podemos enviar coisas um local chamado Data Center dentro do provedor.
que excedem o tamanho, estas mensagens irão retornar; A computação em nuvem tem inúmeros produtos, e esses pro-
– Deveremos evitar arquivos grandes pois além do limite do dutos são subdivididos de acordo com todos os serviços em nuvem,
e-mail, estes demoram em excesso para serem carregados. mas os principais aplicativos da computação em nuvem estão nas
áreas de: Negócios, Indústria, Saúde, Educação, Bancos, Empresas
Computação de nuvem (Cloud Computing) de TI, Telecomunicações.

• Conceito de Nuvem (Cloud) • Armazenamento de dados da nuvem (Cloud Storage)

A “Nuvem”, também referenciada como “Cloud”, são os servi-


ços distribuídos pela INTERNET que atendem as mais variadas de-
mandas de usuários e empresas. A ideia de armazenamento na nuvem ( Cloud Storage ) é sim-
ples. É, basicamente, a gravação de dados na Internet.
Este envio de dados pode ser manual ou automático, e uma vez
que os dados estão armazenados na nuvem, eles podem ser aces-
sados em qualquer lugar do mundo por você ou por outras pessoas
que tiverem acesso.
São exemplos de Cloud Storage: DropBox, Google Drive, One-
Drive.
As informações são mantidas em grandes Data Centers das
empresas que hospedam e são supervisionadas por técnicos res-
ponsáveis por seu funcionamento. Estes Data Centers oferecem
relatórios, gráficos e outras formas para seus clientes gerenciarem
seus dados e recursos, podendo modificar conforme a necessidade.
O armazenamento em nuvem tem as mesmas características
que a computação em nuvem que vimos anteriormente, em termos
de praticidade, agilidade, escalabilidade e flexibilidade.
Além dos exemplos citados acima, grandes empresas, tais
como a IBM, Amazon, Microsoft e Google possuem serviços de nu-
vem que podem ser contratados.

A internet é a base da computação em nuvem, os servidores


remotos detêm os aplicativos e serviços para distribuí-los aos usuá-
rios e às empresas.
A computação em nuvem permite que os consumidores alu-
guem uma infraestrutura física de um data center (provedor de ser-
viços em nuvem). Com acesso à Internet, os usuários e as empresas
usam aplicativos e a infraestrutura alugada para acessarem seus
arquivos, aplicações, etc., a partir de qualquer computador conec-
tado no mundo.

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
OUTLOOK
O Microsoft Outlook é um gerenciador de e-mail usado principalmente para enviar e receber e-mails. O Microsoft Outlook também
pode ser usado para administrar vários tipos de dados pessoais, incluindo compromissos de calendário e entradas, tarefas, contatos e
anotações.

Funcionalidades mais comuns:

PARA FAZER ISTO ATALHO CAMINHOS PARA EXECUÇÃO


1 Entrar na mensagem Enter na mensagem fechada ou click Verificar coluna atalho
2 Fechar Esc na mensagem aberta Verificar coluna atalho
3 Ir para a guia Página Inicial Alt+H Menu página inicial
4 Nova mensagem Ctrl+Shift+M Menu página inicial => Novo e-mail
5 Enviar Alt+S Botão enviar
6 Delete Excluir (quando na mensagem fechada) Verificar coluna atalho
7 Pesquisar Ctrl+E Barra de pesquisa
8 Responder Ctrl+R Barra superior do painel da mensagem
9 Encaminhar Ctrl+F Barra superior do painel da mensagem
10 Responder a todos Ctrl+Shift+R Barra superior do painel da mensagem
11 Copiar Ctrl+C Click direito copiar
12 Colar Ctrl+V Click direito colar
13 Recortar Ctrl+X Click direito recortar
14 Enviar/Receber Ctrl+M Enviar/Receber (Reatualiza tudo)
15 Acessar o calendário Ctrl+2 Canto inferior direito ícone calendário
16 Anexar arquivo ALT+T AX Menu inserir ou painel superior
17 Mostrar campo cco (cópia oculta) ALT +S + B Menu opções CCO

Endereços de e-mail
• Nome do Usuário – é o nome de login escolhido pelo usuário na hora de fazer seu e-mail. Exemplo: joaodasilva, no caso este é nome
do usuário;
• @ – Símbolo padronizado para uso;
• Nome do domínio – domínio a que o e-mail pertence, isto é, na maioria das vezes, a empresa. Vejamos um exemplo real: joaodasil-
va@solucao.com.br;
• Caixa de Entrada – Onde ficam armazenadas as mensagens recebidas;
• Caixa de Saída – Onde ficam armazenadas as mensagens ainda não enviadas;
• E-mails Enviados – Como próprio nome diz, e aonde ficam os e-mails que foram enviados;
• Rascunho – Guarda as mensagens que ainda não terminadas;
• Lixeira – Armazena as mensagens excluídas;

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Escrevendo e-mails Ao clicar em novo e-mail é aberto uma outra janela para digita-
Ao escrever uma mensagem, temos os seguintes campos: ção do texto e colocar o destinatário, podemos preencher também
• Para – é o campo onde será inserido o endereço do destina- os campos CC (cópia), e o campo CCO (cópia oculta), porém esta
tário do e-mail; outra pessoa não estará visível aos outros destinatários.
• CC – este campo é usado para mandar cópias da mesma men-
sagem. Ao usar este campo os endereços aparecerão para todos os
destinatários envolvidos.
• CCO – sua funcionalidade é semelhante ao campo anterior,
no entanto os endereços só aparecerão para os respectivos donos;
• Assunto – campo destinado ao assunto da mensagem.
• Anexos – são dados que são anexados à mensagem (imagens,
programas, música, textos e outros.)
• Corpo da Mensagem – espaço onde será escrita a mensagem.

Contas de e-mail
É um endereço de e-mail vinculado a um domínio, que está
apto a receber e enviar mensagens, ou até mesmo guarda-las con-
forme a necessidade.

Adicionar conta de e-mail


Siga os passos de acordo com as imagens:

Enviar
De acordo com a imagem a seguir, o botão Enviar fica em evi-
dência para o envio de e-mails.

Encaminhar e responder e-mails


Funcionalidades importantes no uso diário, você responde a
e-mail e os encaminha para outros endereços, utilizando os botões
indicados. Quando clicados, tais botões ativam o quadros de texto,
para a indicação de endereços e digitação do corpo do e-mail de
resposta ou encaminhamento.

A partir daí devemos seguir as diretrizes sobre nomes de e-mail,


referida no item “Endereços de e-mail”.

Criar nova mensagem de e-mail

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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Adicionar, abrir ou salvar anexos Imprimir uma mensagem de e-mail
A melhor maneira de anexar e colar o objeto desejado no corpo Por fim, um recurso importante de ressaltar, é o que nos pos-
do e-mail, para salvar ou abrir, basta clicar no botão corresponden- sibilita imprimir e-mails, integrando-os com a impressora ligada ao
te, segundo a figura abaixo: computador. Um recurso que se assemelha aos apresentados pelo
pacote Office e seus aplicativos.

Adicionar assinatura de e-mail à mensagem


Um recurso interessante, é a possibilidade de adicionarmos
assinaturas personalizadas aos e-mails, deixando assim definida a MÍDIAS E TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS (SOFTWARES,
nossa marca ou de nossa empresa, de forma automática em cada VÍDEOS, ÁUDIOS, JOGOS, IMAGENS, EXPERIMENTOS)
mensagem.

O que é um ambiente virtual de aprendizagem?8


Um ambiente virtual de aprendizagem - AVAs se refere a qual-
quer site educacional? Não. No entanto, como muitas palavras da
moda, alguns autores usam de uma forma muito ampla, incluindo,
por exemplo, sites que simplesmente possuem páginas estáticas na
web.
Um ambiente virtual de aprendizagem está restrito a sistemas
que incluem alguma tecnologia de realidade 3D/virtual? Não. Al-
guns ambientes incluem interfaces menos sofisticadas, com apenas
textos. Entre essas definições gerais e específicas, há uma varieda-
de de ambientes que mudam.
Não pretende-se decidir quais ambientes merecem o rótulo de
ambiente virtual de aprendizagem, mas fornecer uma compreen-
são de sua especificidade. São páginas na internet que disponibi-
lizam ferramentas síncronas e assíncronas. Permitem buscar infor-
mações e auxiliar professores no processo de educação a distância.

Um ambiente de aprendizagem virtual é um espaço de infor-


mação projetado
Qualquer site da web é um espaço construído de informações.
Em muitos casos, porém, esse espaço de informação é apenas um
emaranhado de arquivos HTML. Referimo-nos à “arquitetura” da
informação em vez de “estrutura” ou “organização” da informação,
para enfatizar o fato de que a estrutura resulta da análise dos requi-
sitos funcionais do ambiente.
Para ambientes de aprendizagem, os requisitos funcionais são
numerosos e ainda não foram sistematicamente estudados. Aqui
estão alguns exemplos:
• Uso de informações em interações educacionais. Para res-
ponder a perguntas como: “Dê-me um exemplo de ...” ou “Dê-me
um argumento contra ...”, as informações devem ser armazenadas
em tabelas (bases de dados que produzem dinamicamente páginas
da web) ou em HTML.
• As informações armazenadas em um ambiente de aprendiza-
gem virtual são produzidas por vários autores: vários professores,
estudantes. Quem está criando o que deve ser armazenado explici-
tamente no sistema para desenvolver mecanismos de compartilha-
mento de objetos (por exemplo, alguém está editando técnicas de
fluxo de trabalho: o documento produzido por X deve ser enviado
para aprovação de Y e Z antes de ser exibido).
8 https://www.uniasselvi.com.br/extranet/layout/request/trilha/materiais/
livro/livro.php?codigo=23186
Editora
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a solução para o seu concurso!
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
• Manutenção de informações. Quando os sites crescem, se • O espaço social pode ser representado explicitamente, por
a informação não foi cuidadosamente estruturada, a manutenção exemplo, os alunos podem deixar rastro de sua presença em uma
torna-se muito pesada: manutenção de links, remoção de informa- sala ou em uma página (fóruns, por exemplo). A visualização da
ções obsoletas, entre outras. área visitada por outros alunos é um modo indireto de interação.
• O esforço dedicado ao desenvolvimento de sites deve sobre- • O espaço social pode ser representado, por exemplo, dese-
viver à tecnologia atual. A estruturação da informação e a adição de nhando um gráfico em que os alunos são os nós e a espessura do
informação aumentam o potencial de reutilização da informação. link entre dois nós representa o número de mensagens de e-mail
• Compartilhando informações com o mundo. A educação be- entre dois alunos.
neficiária de possibilidades mais ricas de compartilhar informações
fora do ambiente. O espaço virtual é explicitamente representado
Não restringimos a definição de ambientes virtuais de aprendi-
Atualmente, há esforços para estabelecer formatos de descri- zagem a sites da web que parecem um jogo da Nintendo. A repre-
ção de recursos mundialmente aceitos e especializá-los para fins sentação do ambiente de aprendizagem varia de interfaces basea-
educacionais. Hoje, porém, a utilização de ambientes virtuais de das em texto para a saída gráfica 3D na qual é mais complexa.
aprendizagem não se restringe a espaços de informações bem es- A questão-chave não é a representação, mas o que os alunos
truturados, uma vez que a gestão de conteúdos se torna uma ques- realmente fazem com essa representação. Por exemplo, observa-
tão central para todos os professores envolvidos em ambientes vir- mos que o espaço virtual transmite sobre o comportamento dos
tuais de aprendizagem. usuários, mesmo quando o espaço é apenas por texto.
Os pesquisadores têm que desenvolver uma melhor compre- No entanto, as representações não são neutras; elas influen-
ensão da relação funcional entre como a informação é estruturada ciam no trabalho dos alunos. Na maioria das vezes, a justificativa
e representada e como ela pode ser usada em atividades de apren- para o uso de representações gráficas 3D é motivacional. É dado
dizagem e interações. como certo que representações agradáveis desencadeiam atitudes
positivas em relação ao meio ambiente.
Um ambiente de aprendizagem virtual é um espaço social Na verdade, como todos os truques motivacionais extrínsecos,
Um livro dificilmente pode ser descrito como um ambiente seu impacto sobre os alunos pode não durar muito tempo. No en-
de aprendizagem. No entanto, lendo um livro em um Seminário, tanto, seria difícil justificar que a interface de ambientes de apren-
discutindo com outros alunos, redigindo um resumo para o tutor, dizagem é menos atraente que as de outro software! No entanto, as
constituem um ambiente de aprendizagem. Da mesma forma, um representações do espaço podem ter um impacto no processo de
conjunto de páginas da web não constitui um ambiente de aprendi- aprendizagem além dos aspectos motivacionais.
zagem virtual a menos que haja interação social sobre ou em torno Aqui estão alguns exemplos:
da informação.
Isso inclui comunicação síncrona, por exemplo, bate-papo ver- O espaço virtual pode suportar a navegação. Isto não é, natu-
sus assíncrono, correio eletrônico e fóruns, um contra um versus ralmente, o caso para qualquer instituição.
um para muitos ou muitos para muitos, baseado em texto versus Imaginemos um museu virtual. Se o espaço virtual pretende
áudio e vídeo. Isso inclui também a comunicação indireta, como o imitar salas físicas, o estudante a exploraria, quarto a quarto.
compartilhamento de objetos. Em um museu, o espaço de informação é estruturado por “es-
O que é específico para ambientes virtuais em comparação colas de pintura”, séculos ou países. Em vez disso, o espaço de in-
com qualquer espaço de informações é que ele é preenchido, ou formação poderia ser representado por um “pintor da Europa do
seja, os usuários estão dentro do espaço de informações e veem século XX”.
a eles mesmos ou a outros no espaço. Tão logo os alunos vejam Nesse mapa, a distância entre dois nomes de pintores poderia
quem mais está interessado em qual informação, o espaço se torna ser calculada com base em uma pesquisa na qual especialistas em
inerentemente social. arte foram solicitados a responder perguntas. Os alunos explora-
Os pesquisadores introduziram a noção de “lugar” para enfati- riam esse museu virtual de uma maneira diferente de verdadeiros
zar esse espaço como um impacto social. Os locais são “configura- museus.
ções” nas quais as pessoas interagem. Vamos imaginar um ambiente de treinamento e prática em
Enquanto os espaços tomam seu sentido da configuração de que 100 exercícios estão distribuídos em 10 salas virtuais. Na re-
tijolo, argamassa, madeira e vidro, os lugares tomam seu sentido presentação gráfica desse curso, os alunos podem ver quem mais
de configurações de ações sociais. Os lugares fornecem o que cha- está na mesma sala. Assim, se, por exemplo, João está no quarto 5,
mamos de enquadramento comportamental apropriado. enfrentando dificuldades com o exercício 6, e vê Suzane na mesma
A noção de espaço social abre possibilidades interessantes. sala, ele fala mais com Sandra que está no quarto 3 e não sabe nada
Aqui estão alguns exemplos: sobre o exercício 6 do que fala com Suzane.
• Se um aluno procura um livro, ele pode ir à biblioteca e usar Estes são exemplos simples, mas existe uma variedade de me-
técnicas de busca padrão. Uma biblioteca é um espaço de infor- canismos pelos quais o espaço virtual tem um impacto nas intera-
mação bem estruturado. Além da biblioteca, o conjunto de ma- ções de aprendizagem. Como outros mapas, a estética e a facilidade
terial de apoio, no qual cada professor tem seus próprios livros, de uso são preocupações importantes, mas a principal questão de
também constitui um espaço de informação, mas socialmente es- projeto é qual informação deve ser fornecida, para que fins ou qual
truturado. Este tipo de arquitetura de informação pode ser mais é a relação estrutural entre a representação espacial e o espaço de
útil em alguns casos, por exemplo, se o aluno não sabe muito o informação.
que ele está procurando.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Os alunos não são apenas ativos, mas também atores Esses pontos são importantes para a formação profissional,
Em ambientes baseados na web, as atividades de aprendiza- cursos universitários e aprendizagem ao longo da vida. Nas esco-
gem variam de questionários de múltipla escolha para a resolução las primárias e secundárias, o equilíbrio oposto é encontrado: até
de problemas. As simulações são, de fato, ambientes virtuais de agora, as atividades baseadas na Internet estão lá para enriquecer
aprendizagem. atividades de aprendizagem presenciais, não para substituí-las.
Embora originalmente restrita a modelos físicos, eles cobrem O enriquecimento pode ser apenas um bônus, por exemplo, os
agora um amplo espaço de domínios, como a economia, a políti- professores apontam para páginas da web que os alunos devem ler.
ca, a biologia. No entanto, o que é mais específico para ambientes Este não é o caso para ambientes virtuais de aprendizagem. Argu-
virtuais de aprendizagem é o conjunto de atividades nas quais os mentamos anteriormente que eles influenciam a maneira como os
alunos constroem e compartilham objetos. professores ensinam e assim contribuem para renovar os métodos
Na maioria das vezes, esses objetos são páginas da web. As de ensino.
atividades de escrita como produção de sínteses, relatórios de es-
tudos, jornais, são mais populares nas escolas. Os alunos não estão Um ambiente de aprendizagem virtual integra várias ferramen-
restritos a consumir informações da web, eles se tornam produto- tas
res de informações, eles entram no jogo. Há uma grande diferen- Um ambiente de aprendizagem físico, geralmente, integra cur-
ça entre escrever uma crítica de um romance que será lido apenas sos, recursos (bibliotecas), comunicação formal (placas) e comuni-
pelo professor ou que pode ser lido por qualquer pessoa. cação informal (cafeteria), uma administração. Da mesma forma,
Muitas vezes, a atividade de escrita é para atingir a meta edu- um ambiente de aprendizagem virtual integra uma variedade de
cacional, mas em muitos casos, é apenas o ponto final que impul- ferramentas que suportam múltiplas funções: informação, comuni-
siona uma variedade de atividades anteriores, tais como visitas ao cação, colaboração, aprendizagem e gestão.
local, observações, experimentos, entrevistas, revisão de literatura. A própria ideia de ambiente inclui essa noção de integração.
Este trabalho pode ser integrado nos ambientes virtuais de apren- Isso é claro em campos virtuais. Devido ao seu amplo escopo, eles
dizagem. têm que cumprir funções administrativas: gerenciar quem está re-
Por exemplo, ao permitir que os alunos compartilhem notas gistrado para que cursos, coletando notas de avaliação para contar
informais, capacitando os professores a fornecer referências, adi- créditos.
cionando ferramentas de agendamento. Lugares virtuais têm que reproduzir a maioria das funções que
Textos e páginas da Web não são os únicos produtos que as podem ser encontradas em um campus real: registro, assistência,
equipes de estudantes constroem. Pode ser programas de compu- lazer e diversão. A integração de tecnologias também está presente
tador, objetos gráficos, e até mesmo o próprio ambiente. Por exem- em ambientes de aprendizagem menores, por exemplo, quando um
plo, em um projeto com crianças de vários países e várias línguas professor cria uma página para um curso que inclui um chat, um
codificavam uma ilha virtual, que exigia que eles resolvessem pro- QUIZZ, um espaço para compartilhar rascunho.
blemas relacionados à ecologia, à democracia, à geografia etc. A palavra integrada refere-se a realidades bastante diferentes.
Em outras palavras, a noção de uma atividade de aprendiza- Há uma integração técnica e uma pedagógica, e ambas podem va-
gem em ambientes virtuais de aprendizagem refere-se a algo mais riar em grau. A tecnologia web tem aumentado a integração técni-
rico do que no curso individual, mais próximo da noção de projeto. ca.
A diferença entre outros ambientes construtivistas e o que os am- No menor grau de integração, diferentes peças de softwares
bientes virtuais potencialmente oferecem pode ser descrita como podem ser colocadas na mesma página da web. Por exemplo, existe
tornando os alunos não apenas ativos, mas também atores, isto é, um pequeno programa rodando na parte superior da página e um
membros e contribuintes do espaço social e de informação. quadro de comunicação síncrono na parte inferior da tela em que o
aluno pode fazer perguntas.
Os ambientes virtuais de aprendizagem não se restringem à A integração é aqui restrita ao fato de que as duas aplicações
educação a distância aparecem na mesma janela (versus em duas janelas diferentes). No
A educação baseada na web é frequentemente associada à entanto, já é interessante projetar uma interface tão estruturada e
educação a distância, enquanto, na prática, também é amplamente não implica pedir ao usuário para iniciar várias aplicações e confi-
utilizada para apoiar a aprendizagem presencial. Na verdade, a dife- gurar a tela.
rença entre educação a distância e ensino presencial está desapare- Um grau mais alto de integração é alcançado quando as aplica-
cendo por várias razões. ções compartilham ou trocam estruturas de dados. Exemplos:
Muitos estudantes de educação a distância não vivem longe da • Se o aluno pressionar ‘ajuda’ no programa ou se o próprio
escola física, mas têm restrições de tempo. A comunicação assín- programa descobre que o aluno precisa de ajuda, abre o chat e en-
crona proporciona flexibilidade de tempo, uma preocupação cres- via automaticamente para o professor um pedido de ajuda e um
cente em nossa sociedade. resumo do que o aluno fez até agora no ambiente.
Muitos cursos baseados na web combinam distância e pre- • Se o aluno inserir uma resposta não padrão para o programa,
sença, o que torna os ambientes de aprendizagem mais robustos. a mensagem é passada para o remetente, que pede ao professor
Qualquer que seja a tecnologia utilizada, todas as ferramentas têm para fornecer feedback.
limitações intrínsecas.
Essas limitações, ao longo do tempo, se tornam verdadeiros Esses exemplos mostram que a integração técnica apoia a inte-
obstáculos à aprendizagem. Mesmo uma pequena quantidade de gração pedagógica. Por exemplo, o designer não tem que escolher
co-presença pode resolver alguns dos problemas que dificilmente entre autoinstrução e tutoria, mas decide usar tanto a autoinstru-
podem ser resolvidos a distância. Exemplos são atividades que re- ção como base e a tutoria quando for necessário. Por exemplo,
querem presença, tais como: lançamento de um novo projeto, as- programas educativos têm sido muitas vezes criticados por falta de
sistência técnica complexa, negociação. treinamento e em formação.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
Podemos agora ter um chat dentro do programa direcionando (C)não repercutem na satisfação ou insatisfação do indiví-
a internet. Assim, os designers podem selecionar o melhor de cada duo, sendo neutros do ponto de vista da motivação.
abordagem, usando uma tecnologia e não excluindo outra. (D) são fatores indutores do processo motivacional, corres-
pondendo às recompensas diretas por comportamentos ou
O ambiente virtual se sobrepõe ao ambiente físico ações desejadas.
Os ambientes virtuais de aprendizagem não só integram uma (E) representam forças antagônicas à motivação, devendo
variedade de ferramentas de software, mas também integram to- ser neutralizados pelo reforço positivo e evitados mediante
das as ferramentas físicas que podem ser encontradas em uma sala punição.
de aula. Claro, existem alguns ambientes virtuais “puros”, projeta-
dos para currículos que estão completamente a distância (os alunos 3. Assinale a alternativa que apresenta os elementos do pro-
nunca vão para a escola, nunca se encontram). A maioria dos am- cesso administrativo e sua definição conceitual.
bientes virtuais de aprendizagem incluem: (A) Planejamento, organização, direção e controle, quando
• Uma variedade de recursos de aprendizagem não informati- visualizados separadamente, formam o processo adminis-
zados: ferramentas, instrumentos, livros. trativo. Os elementos do processo agem uns sobre os outros
• Uma variedade de interações que não são mediadas por individualmente e podem afetar todos os demais.
computador: discussão face a face entre os alunos, palestras pelo (B) Planejamento, organização, direção e controle, quando
professor, discussões de grupo, além de meios tradicionais como visualizados em conjunto, formam o processo administrati-
e-mails, TV e telefone. vo. Os elementos do processo agem uns sobre os outros e
cada um pode afetar todos os demais.
Na prática, não há necessidade de se traçar uma fronteira en- (C) Organização, direção e controle são os únicos elemen-
tre mundos físicos e virtuais, a chave é integrá-los, não separá-los. tos do processo administrativo. Os elementos do processo
A continuidade entre objetos físicos e virtuais torna-se clara agora agem uns sobre os outros e cada um pode afetar todos os
que aparecem ferramentas híbridas que conectam computadores demais.
com artefatos físicos. (D) Planejamento, organização, direção e controle, quando
visualizados separadamente, formam o processo adminis-
trativo. As funções são separadas e não interferem nos de-
QUESTÕES mais elementos do processo.
(E)Planejamento, direção e controle, quando visualizados
no conjunto, formam o processo administrativo. Os elemen-
1. A motivação no ambiente corporativo vem sendo estudada tos do processo agem uns sobre os outros na função organi-
sob dois diferentes aspectos, redundando nas teorias de conteúdo, zação e, individualmente, pode afetar todos os demais.
que buscam identificar quais fatores geram motivação, e nas teo-
rias de processo, que objetivam explicar como a motivação ocorre. 4.(FGV/2018 - CÂMARA DE SALVADOR/BA) Um sistema de
Exemplo clássico da primeira vertente é a Teoria Bifatorial, desen- classificação eficaz deve abordar as seguintes etapas:
volvida por Herzberg, que predica a existência de fatores (A) identificação – simplificação – codificação – normaliza-
(A) tangíveis, como recompensas e punições, que podem ser ção – padronização – catalogação;
facilmente manejados para gerar motivação; e intangíveis, (B) catalogação – simplificação – especificação – normatiza-
que, embora relevantes para a motivação, não são geren- ção – aglutinação – codificação;
ciáveis. (C)catalogação – complementação – identificação – norma-
(B) exclusivamente financeiros, que geram a motivação ini- tização – padronização – codificação;
cial; e fatores existenciais, que são os necessários para a (D) sintetização – simplificação – normatização – padroniza-
manutenção da motivação. ção – codificação – identificação;
(C) individuais, próprios da personalidade de cada um, de (E) catalogação – simplificação – flexibilização – normaliza-
abordagem mais complexa na organização; e fatores coleti- ção – padronização – codificação.
vos, passíveis de serem induzidos para motivação do grupo.
(D) que previnem a insatisfação, denominados fatores de hi- 5. Analise os itens a seguir e assinale a opção correta.
giene, como salário; e fatores motivacionais propriamente I. O controle, assim como o planejamento, existe nos três
ditos, como autonomia e reconhecimento. níveis organizacionais: o estratégico, o intermediário e o ope-
(E) primários, ligados a aspectos inconscientes do indiví- racional.
duo, como desejo de pertencimento; e fatores secundários, II. A avaliação do desempenho do pessoal é um tipo de con-
como responsabilidade corporativa, que afloram a partir da trole organizacional e pode incluir informações sobre índices
aplicação de dinâmicas motivacionais. como produção por empregado.
III. Entre as melhores práticas de governança corporativa re-
2. De acordo com a Teoria Bifatorial, desenvolvida por Herz- comendadas pelo Instituto Nacional de Governança Corporativa
berg para buscar explicar os elementos que envolvem a satisfa- para a área de gestão estão a transparência, a clareza e a objeti-
ção no trabalho, os denominados fatores higiênicos vidade na prestação de contas.
(A) estão relacionados à insatisfação no trabalho, sendo
administrados pela empresa e extrínsecos à motivação do (A) Somente I e II estão corretas.
(B) Somente II e III estão corretas.
funcionário.
(C)Somente I e III estão corretas.
(B) são intrínsecos à satisfação dos indivíduos em geral, in-
(D) Nenhuma das afirmativas está correta.
duzindo o processo de motivação no trabalho.
(E)Todas as afirmativas estão corretas.

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
6. (AOCP/BRDE) A comunicação e relação interpessoal são 11. (IADES - 2014 - UFBA - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)
apresentadas como habilidade interpessoal e comunicação, Considerando a gestão da qualidade, assinale a alternativa que
também chamadas de habilidades humanas e são consideradas apresenta uma vantagem que pode decorrer da implementação
extremamente necessárias na vida de um administrador, em do gerenciamento da qualidade nas organizações.
função de proporcionar (A) Os produtos da organização tornam-se menos vendá-
(A)trabalho com eficácia e esforços cooperativos na direção veis.
dos objetivos estabelecidos. (B) O aumento da insatisfação dos clientes.
(B) visão sistêmica da organização com envolvimento das (C)A redução da competitividade empresarial.
pessoas. (D) Os resultados operacionais ficam abaixo das expectati-
(C)trabalho com eficácia, empregabilidade e polivalência. vas.
(D) visão sistêmica da organização e facilidade no uso de (E) A eliminação de defeitos e desperdícios.
técnicas específicas.
(E) trabalho com eficácia e esforços individualizados na dire- 12. (CESPE - 2012 - TJ-AL - Técnico Judiciário - Conhecimen-
ção dos objetivos estabelecidos. tos Básicos) No que concerne aos princípios da administração
pública, assinale a opção correta.
7. (CESPE/2018 – EBSERH – Psicólogo Organizacional) Em re- (A) Em razão do princípio da continuidade, os serviços pú-
lação à satisfação, à motivação e ao envolvimento no trabalho, blicos não podem ser interrompidos, visto que se destinam
julgue o seguinte item. a atender os interesses da coletividade. Por isso, é vedado
O gestor que pretenda usar a teoria da hierarquia das ne- àquele que contrata com a administração pública valer-se
cessidades de Maslow para diagnosticar o nível atual de necessi- da exceção de contrato não cumprido quando a administra-
dades dos seus empregados a fim de determinar iniciativas com ção, sem ter cumprido sua obrigação, exige a satisfação de
vistas a satisfazê-las deve ter cautela, pois não há respaldo cien- obrigação de quem com ela contratou.
(B) A administração pública está obrigada a controlar os atos
tífico para as cinco categorias da teoria, tampouco para a ideia
administrativos em relação ao mérito e à legalidade. Nesse
de preponderância.
sentido, os atos inconvenientes ou inoportunos devem ser
( ) CERTO
retirados do ordenamento jurídico por meio da anulação, e
( ) ERRADO
os ilegítimos, por meio da revogação.
(C)Dado o principio da publicidade, é imprescindível a di-
8. (FCC – AL/SP) Um dos fatores de qualidade no atendimen-
vulgação dos atos, contratos e outros instrumentos celebra-
to ao público é a empatia. Empatia é
dos pela administração pública, de modo que os órgãos e
(A) a capacidade de transmitir sinceridade, competência e as entidades públicas são obrigados a divulgar informações
confiança ao público. relativas à execução orçamentária e financeira, mas não as
(B) a capacidade de cumprir, de modo confiável e exato, o referentes a despesas e receita.
que foi prometido ao público (D) O princípio da moralidade apenas adquiriu conotação
(C)o grau de cuidado e atenção individual que o atendente e significação jurídica para a administração pública a partir
demonstra para com o público, colocando-se em seu lugar da edição da Lei de Improbidade Administrativa, que dispõe
para um melhor entendimento do problema. sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos
(D) a intimidade que o atendente manifesta ao ajudar pron- de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
tamente o cidadão emprego ou função na administração pública.
(E) a habilidade em definir regras consensuais para o efetivo (E) A administração pública direta, as autarquias e as funda-
atendimento ções de direito público submetem-se aos princípios adminis-
trativos constantes do texto constitucional; já as empresas
9. Assinale a opção que apresenta uma prática da função da públicas e as sociedades de economia mista, por exercerem
administração conhecida por direção. atividades de natureza econômica, não se sujeitam a tais
(A) Comparação entre padrões visados e realizados pela or- princípios, mas ao sistema normativo aplicável às empresas
ganização. privadas.
(B) Monitoramento e avaliação do desempenho organiza-
cional. 13. (AFPR/COPS-UEL) - Sobre sistemas de arquivos e proto-
(C)Distribuição de recursos, tarefas e autoridades no con- colos, considere as afirmativas a seguir.
texto organizacional. I. O método de arquivamento por assunto ou específico re-
(D) Especificação de objetivos orientadores das atividades cupera arquivos através de seu conteúdo.
organizacionais. II. Os documentos públicos são identificados como ofício,
(E) Condução da ação dos colaboradores para o alcance dos recorrentes e fixos.
objetivos organizacionais. III. Os documentos de valor corrente são inalienáveis e im-
prescritíveis.
10. (PRF – Policial Rodoviário Federal – CESPE - 2013) A res- IV. Arquivos Públicos são arquivos de instituições governa-
peito da ética no serviço público, julgue os itens subsequentes. mentais de âmbito federal ou estadual ou municipal.
O elemento ético deve estar presente na conduta de todo
servidor público, que deve ser capaz de discernir o que é hones- Assinale a alternativa correta.
(A) Somente as afirmativas I e II são corretas
to e desonesto no exercício de sua função.
(B) Somente as afirmativas I e IV são corretas
( ) CERTO
(C)Somente as afirmativas III e IV são corretas
( ) ERRADO
(D) Somente as afirmativas I, II e III são corretas
(E) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas
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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
14. (CESPE/ANTAQ) Julgue o item que se segue, a respeito
de arquivologia.
ANOTAÇÕES
Ainda que tenham surgido novos suportes documentais,
principalmente os documentos natodigitais, o conceito de ar- ______________________________________________________
quivo mantém-se inalterado.
( ) CERTO ______________________________________________________
( ) ERRADO
______________________________________________________
15. (CONSULPLAN/TSE) Em relação à comunicação nas orga-
nizações, analise. ______________________________________________________
I. Uma comunicação eficaz é um processo horizontal, em ______________________________________________________
que todos os envolvidos mantêm uma ética relacional.
II. É possível melhorar a comunicação por meio de treina- ______________________________________________________
mento e desenvolvimento de pessoal.
III. A comunicação é elemento acessório no processo de ______________________________________________________
busca de qualidade nas organizações.
______________________________________________________
Assinale
(A) se apenas a afirmativa I estiver correta. ______________________________________________________
(B) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.
______________________________________________________
(C)se apenas a afirmativa II estiver correta.
(D) se apenas a afirmativa III estiver correta. ______________________________________________________

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GABARITO
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1 D
2 A ______________________________________________________
3 B ______________________________________________________
4 A
______________________________________________________
5 E
______________________________________________________
6 A
7 CERTO ______________________________________________________
8 C ______________________________________________________
9 E
______________________________________________________
10 CERTO
11 E ______________________________________________________
12 A ______________________________________________________
13 B
_____________________________________________________
14 CERTO
_____________________________________________________
15 C
______________________________________________________

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CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
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